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Abbas 8ed - Imunologia Celular e Molecular

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neuropeptídios (hormônio estimulador de α-melanócitos, peptídios vasointestinais e<br />

somatostatina), TGF-β e indolamina 2,3-dioxigenase. As células que revestem a<br />

câmara anterior, incluindo o epitélio da íris e o endotélio, constitutivamente expressam<br />

o ligante de Fas e PD-L1, que podem induzir morte ou a inativação de células T,<br />

respectivamente.<br />

O desvio imune associado à câmara anterior é um fenômeno no qual a<br />

introdução de antígenos proteicos estranhos na porção anterior do olho<br />

ativamente induz tolerância sistêmica àquele antígeno. Este fenômeno<br />

provavelmente reduz a chance de respostas imunes adaptativas serem geradas por<br />

antígenos estranhos que possam estar localizados no olho. A tolerância é detectável<br />

quando ocorre a redução da resposta inflamatória de células T ou de anticorpos ao<br />

mesmo antígeno, quando este é mais tardiamente introduzido em locais<br />

extraoculares, quando comparada à resposta em indivíduos que não foram expostos<br />

ao antígeno intraocular. O desvio imune associado à câmara anterior do olho pode<br />

ser mediado por Treg. Estudos em camundongos mostram que o antígeno<br />

introduzido na câmara anterior é transportado por macrófagos ou células dendríticas,<br />

através do olho, para o baço e apresentado por células B esplênicas a células T<br />

imaturas, induzindo a geração de células T regulatórias específicas para o antígeno.<br />

Ao contrário da tolerância induzida por antígenos estranhos introduzidos na<br />

câmara anterior, antígenos próprios no olho são isolados pelo sistema imune e a<br />

tolerância sistêmica a esses antígenos não é induzida. Essa falta de tolerância tornase<br />

um problema apenas quando o trauma no olho expõe os antígenos oculares ao<br />

sistema imune. Um exemplo impressionante disso é a oftalmia simpática, na qual<br />

o trauma em um olho causa a liberação de antígenos, levando à doença autoimune<br />

tanto no olho lesionado quanto no não lesionado. Presume-se que, embora os<br />

antígenos próprios no olho normal sejam inacessíveis ao sistema imune extraocular<br />

para induzir tolerância, as células efetoras imunes ativadas e os anticorpos que são<br />

gerados na periferia, quando um olho é lesionado, têm acesso ao olho normal e<br />

causam dano ao mesmo.<br />

Cérebro<br />

A inflamação no cérebro pode levar à disfunção e morte dos neurônios, com<br />

consequências desastrosas. Aspectos anatômicos do cérebro que prejudicam o<br />

início da imunidade adaptativa aos antígenos incluem a ausência de drenagem<br />

linfática convencional e uma escassez de células dendríticas. A chegada de células<br />

imunes e de mediadores inflamatórios ao cérebro é prejudicada pela presença das<br />

junções de oclusão entre as células endoteliais microvasculares cerebrais (a<br />

chamada barreira hematencefálica). Alguns dos mecanismos que operam no olho<br />

também podem se aplicar ao cérebro, incluindo a ação de neuropeptídios. O cérebro<br />

é rico em macrófagos residentes, denominados micróglia, que se tornam ativados em<br />

resposta ao dano tecidual ou infecções no cérebro. O limiar para sua ativação,

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