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REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

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do aos clientes o valor das assinaturas recebidas. Era o fim do primeiro<br />

jornal da Bahia. Também chegou ao fim a longa fase baiana da biografia<br />

de Macedo, que retornou para Portugal no primeiro trimestre de 1823.<br />

4. O velho liberal do Douro<br />

Ignacio José Macedo sentiu as agruras do exílio em Portugal e<br />

afirmou, mais tarde, que “Muito mais perdemos no Brazil, aonde tinhamos<br />

estabelecimento honroso, e amizades, que nunca teremos por cá”. 80<br />

Ficou em Lisboa entre os anos de 1823 e 1826, quando se mudou para<br />

a cidade do Porto, sua terra natal, onde, após quarenta anos, afirmava<br />

estar só. Macedo não demorou, contudo, a perceber que estava diante<br />

do novo e maior desafio da sua vida: a luta contra o absolutismo português<br />

representado na figura de D. Miguel de Bragança, irmão do Imperador<br />

do Brasil. Aos 53 anos, a arma que dispunha para lutar contra o<br />

recrudescimento do absolutismo na sua terra natal era O Velho Liberal<br />

do Douro.<br />

A História, até o presente, ignora seu período à frente de O Velho<br />

Liberal do Douro. Decerto, isso deve ao fato trata-se de um periódico<br />

raro. Só pudemos localizar quatro coleções, sendo a primeira na Biblioteca<br />

Pública Municipal do Porto, com números impressos naquela cidade<br />

e em Lisboa, a segunda na Biblioteca Nacional de Portugal, a terceira na<br />

Hemeroteca Municipal de Lisboa. Pude adquirir uma coleção, idêntica<br />

à que se conserva na BNPT. 81 A raridade de O Velho Liberal do Douro<br />

decorre de que o jornal foi apreendido pela polícia portuguesa sob o governo<br />

autoritário de D. Miguel, sendo que a censura foi tão eficaz que o<br />

próprio Macedo ao fim de sua vida já não possuía os exemplares e sequer<br />

tinha esperanças de reconstituir o primeiro volume da coleção:<br />

80<br />

O Velho Liberal do Douro, n. 32, 1827, p. 374.<br />

81<br />

Biblioteca Pública Municipal do Porto, O Velho Liberal do Douro, 1 (1826)-[n. 53<br />

(1828)]; 2a série, n. 52 [sic] (1832)-[1834]. Os no 6 (1826)-no 50 (1827) e os no 7<br />

e no 10 (1833) foram impressos, em Lisboa, na Imprensa da Rua dos Fanqueiros no<br />

129 B; Biblioteca Nacional de Portugal, Fundo Geral Revistas, Cota: P.P. 25133 V, Nº<br />

1-51 (1826-1827); nº 1-60 (1833-1834). Doação de Jaime Batalha Reis. “Estado: A<br />

não ser recebido”. A Livraria Fólio, em Lisboa, dispõe da coleção de 1833-34 por US$<br />

2,716.81.<br />

Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 221/262, jan./dez. 2013 | 255

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