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REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

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seu Author. Mas Lisboa deo-lhe melhor ventura<br />

em Typographia. Isto foi fado Typographico, e<br />

não culpa de Censores, sempre promptos para<br />

o licencear. Desde que o N. o 6 cantou solfa politica<br />

ao Marquez de Chaves, apparecerão difficuldades<br />

de Imprensa. Não importa: o Velho<br />

Liberal do Douro affronta os perigos; e desde<br />

o N. o 6 por diante he Author, e Editor. O seu<br />

nome, quando queirão citar, he – Ignacio José<br />

de Macedo; – e não concede que lho augmentem,<br />

nem tirem, sem ordem escripta; 85<br />

O jornal atacava abertamente os agentes do absolutismo português.<br />

Atacou Vicente José Ferreira Cardoso da Costa (Bahia, 5 de Abril<br />

de 1765 — Ponta Delgada, 14 de Agosto de 1834), o Velho Liberal do<br />

Tejo, que, segundo Macedo, costumava “encher o papel de letras, e a<br />

deixa-lo vasio de ideas”. 86 Seu principal adversário foi, contudo, o José<br />

Agostinho de Macedo, padre e intelectual que concorreu para defesa<br />

das instituições absolutistas. E o governo despótico foi reforçado em<br />

Portugal à partir de 1828, com a ascensão política de D. Miguel. Na<br />

cidade do Porto, ocorreu a Belfastada, designação dada à sublevação<br />

militar contra o regime miguelista desencadeado a 16 de maio daquele<br />

ano, com o desembarque de um grupo de exilados liberais vindos de<br />

Inglaterra a bordo do navio Belfast. Após o fracasso dessa ação, seus<br />

partidários foram punidos pelas autoridades miguelistas.<br />

Macedo sentiu o peso da mão dos partidários de D. Miguel, sendo<br />

peso em Lisboa em agosto de 1829. Segundo Silva Lopes “Entrou na<br />

Torre [de São Julião da Barra] em 30 de agosto de 1829. Recomendado<br />

para estar com toda a segurança”. O jornalista ainda foi enviado para<br />

o subterrâneo da mesma torre e depois removido para o Porto em 11<br />

de julho de 1830. 87 Em sua defesa, Macedo alegou que não poderia ser<br />

preso, justificando que:<br />

85<br />

O Velho Liberal do Douro, n. 7, 1826, p. 62.<br />

86<br />

O Velho Liberal do Douro, n. 11, 1826, pp. 98; 100-106.<br />

87<br />

LOPES, João Baptista da Silva. Istoria do cativeiro dos prezos d’estado na Torre de S.<br />

Juliao da Barra de Lisboa; Lisboa: Imprensa Nacional, 1833, vol. 1, p. XXVII; vol. 2,<br />

p. 43.<br />

Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 221/262, jan./dez. 2013 | 259

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