GAZETA DIARIO 507

Foz do Iguaçu, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018 Geral 07
TRÁFICO
Paraguai inicia ofensiva
contra centrais de produção e
processamento de maconha
Até aeronaves da Força Aérea foram utilizadas; na primeira etapa foram
destruídos 27 hectares da droga, causando grande prejuízo aos traficantes
Adelino de Souza
Freelancer
Uma semana depois que a
Polícia Federal brasileira divulgou
o balanço das apreensões
de maconha no Brasil, a
Secretaria Nacional Antidrogas
do Paraguai (Senad) deu
início a uma ofensiva para
desmantelar acampamentos
destinados ao processamento
da erva.
A divulgação do balanço
ocorreu na quinta-feira da semana
passada (8), na sede da
PF em Foz do Iguaçu. Os números
assustam. Nas delegacias
da PF em Foz, Guaíra e
Cascavel foram apreendidas
52 toneladas de drogas. Em
todo o Brasil foram tiradas de
circulação 356 toneladas.
A maior parte da maconha
que chega ao país vem do Paraguai.
A droga entra pela
fronteira de Foz do Iguaçu
com Ciudad del Este e também
na região de Pedro Juan Caballero,
que faz divisa com
Ponta Porã, no Mato Grosso
do Sul.
Grande operação
A operação desencadeada
pela Senad teve início nesta
quarta (14) e prosseguiu na
quinta (15). A secretaria contou
com o apoio do Ministério
Público e da Força Aérea
do Paraguai, que utilizou helicópteros
para localizar as
plantações de maconha e destruir
os acampamentos utilizados
para processar a erva.
A primeira investida contra
os produtores e traficantes
teve início na zona de Curuguaity.
Na primeira pegada
foram desmantelados dois
acampamentos equipados
com todos os insumos para
processar a droga. Na mesma
região, os agentes da Senad
destruíram 17 hectares de
plantio do entorpecente e incineraram
1,5 tonelada de maconha
picada.
"Isso significa que foi tirado
de circulação 52,2 toneladas
de maconha, ocasionando
um prejuízo econômico de
US$ 1,57 milhão aos traficantes",
informaram as autoridades
da Senad. A operação na
região de Canindeyú deverá
prosseguir até o dia 24 de fevereiro.
De forma paralela, a Senad
e o Ministério Público localizam
barracões na zona rural
de Pedro Juan Caballero em
busca de centros de processamento
de maconha. Na colônia
Maria Auxiliadora e na reserva
florestal Ñu Vera foram
Agentes da Senad destruíram 27 hectares do entorpecente
Até a Força Aérea do Paraguai foi utilizada para localizar
acampamentos destinados a processar a maconha
destruídos dez hectares de
plantação, evitando que entrassem
em circulação mais 30
toneladas de maconha.
Em um dos acampamentos
foram encontrados 25 quilos
de semente de maconha.
"Grande parte da cadeia de financiamento
dos narcotraficantes
tem origem nestas
plantações", disse o promotor
Martín Areco.
Aeronave
Um avião de pequeno porte
foi localizado na região de
Caazapá pelos agentes da Senad.
A aeronave sofreu um
defeito mecânico e caiu sobre
uma pista de pouso clandestina.
Dentro do avião foram
encontrados 434 quilos de
maconha. Os traficantes não
foram localizados.
Recorde de
apreensão de
maconha pela
PF em Foz
A quantidade de maconha
apreendida pela Polícia
Federal em Foz do Iguaçu
em 2017 foi a maior
registrada nos últimos cinco
anos pelo órgão de
segurança na fronteira.
No ano passado mais de 24
toneladas do entorpecente
foram retiradas de
circulação. O volume é
superior em 153% ao
registrado em 2016, quando
foram apreendidas 9,7
toneladas. Ainda conforme
os dados, juntas as delegacias
de Foz, Guaíra e Cascavel
apreenderam 52 toneladas
da droga, o que representa
cerca de 80% do total de todo
o Paraná.
O intenso trabalho
desenvolvido pelas forças de
segurança vem
contribuindo para impedir
que a droga chegue a outros
estados. O aumento no
número de apreensões
revela que, mesmo diante da
insistência e da audácia dos
criminosos, as operações
conjuntas como a Fronteira
Integrada e Muralha têm
surtido efeito no combate
aos ilícitos.
"Nós temos uma parceria
muito eficiente com a
polícia paraguaia, por meio
da qual conseguimos
desenvolver um trabalho de
repressão e combate ao
tráfico com resultados
muito positivos. Dentro
desse contexto destacamos
não somente as apreensões
da droga em si, mas também
a erradicação de plantações
que apresentam um custo
muito menor para a PF
diante de um volume grande
de droga", destacou o
delegado Bordignon.
(Da redação)