Gestão Hospitalar N.º5 1984
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N. 0 5-ANO 2-JAN/MAR <strong>1984</strong>
- ES<br />
t..DA·<br />
REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA<br />
DE ADMINISTRADORES<br />
HOSPITALARES<br />
SUMÁRIO<br />
EDITORIAL . ......... . .. ...... . .. .. .<br />
~a responsabilidade profissional dos prestadores<br />
de cuidados nos hospitais .<br />
SANTOS CARDOSO ....... . . . .. .. . .. .<br />
3<br />
5<br />
N. 0 5-ANO 2- JAN/MAR <strong>1984</strong><br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> e Relações Públicas -<br />
Alguns apontamentos<br />
PAULO DELGADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9<br />
DIRECÇAO:<br />
Presidente :<br />
SÃ FERREIRA<br />
Vice-Presidente:<br />
MORENO RODRIGUES<br />
Secretário :<br />
JOÃO URBANO<br />
Jesoureiro:<br />
JORGE VARANDA<br />
Vogal para a Imprensa:<br />
JúLIO REIS<br />
Vogais para a Revista :<br />
SANTOS CARDOSO (Director)<br />
LOPES MARTINS (Sub-Diretlor)<br />
O problema· <strong>Hospitalar</strong> do Arquipélago<br />
da Madeira - O internamento da criança<br />
ANTÓNIO ALVES DA FONSECA . . . . . . 12<br />
As Instalações e a Infecção <strong>Hospitalar</strong><br />
ANTÓNIO SÃO MIGUEL BENTO . . . . . . 16<br />
É possível ultrapassar alguns tabus: uma<br />
experiência de trabalho interdisciplinar<br />
.LISETE FRADIQUE RIBEIRO . . . . . . . . . . 19<br />
A Informática nos Serviços da Alimentação<br />
<strong>Hospitalar</strong><br />
M. J. MATOS BARBOSA . .. .. .. . . . .. . 22<br />
O Modelo Gerencial do Hospital Materno<br />
-Infantil Presidente Vargas<br />
CLÁUDIO JOSÉ ALLGAYER . . . . . . . . . . 31<br />
. o S de<br />
cHUVE\ROS OE<br />
LAVA-OLHOS E<br />
e EMERGê.NC\A CROBACTÉR\AS<br />
PARAM\<br />
e CÂMARAS OS E OE FLUXO<br />
. . . .. RA0\0\SOTOP<br />
. :':·. _· __ LAM\NAR<br />
. . .. -- ·--· a"mar"ate ~ .. '1: 257 12 69<br />
-21-C ·· C · ·· · · ·<br />
onve\ra,:. . . . : ~- . . ,<br />
Preço avulso: .... ... .. ....... ..... . 100$00<br />
Quatro números (pagamento<br />
adiantado) ~ ." ... ..... ....... ... . 350$00<br />
PUBLICAÇÃO<br />
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Membro da ASSOCIAÇÃO EUROPEIA<br />
DE DIRECTORES . HOSPITALARES<br />
A Comissão de Ética nos Hospitais<br />
DANIEL SERRÃO ...... .. . ... . .. ..... 48<br />
A importância da Motivação no Pré-operatório<br />
como factor de recuperação nos<br />
Pós-Operatórios<br />
JORGE MANUEL GONÇ. RODRIGUES 51<br />
Os Hospitais Distritais há 25 anos:<br />
O HOSPITAL DE FARO . . . . . . . . . . . . . 57<br />
O Editorial e os Artigos não assinados são<br />
da responsabilidade da Direcção da Associação.<br />
Os Artigos assinados são da exclusiva<br />
responsabilidade dos seus autores, não comprometendo<br />
a Associação com os pontos de<br />
vista n_eles expressos.<br />
Embora merecendo a melhor atenção, a<br />
colaboração não solicitada não será devolvida,<br />
reservando-se o direito de a publicar<br />
ou não.<br />
1
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z ·:J.. . .'.,/'•<br />
·· :x;- qüe )n~º"' é<br />
~.~«te os compórtamentos (Be=rnard Gournay) . Jegítlrno pens·a·r-se e1m assegura·r às popútaçõe·s<br />
="., Estas oonsiderações vêm a pro-pósho do re- cuídados de bom níveh> (do mesmo preâmbulo).<br />
conhe·c,rmento .expres·s·o de que
hemoportuqal<br />
· · /mad<br />
Da responsabilidade profissional dos<br />
prestadores de cuidados nos hospitais<br />
SANTOS CARDOSO*<br />
. . .<br />
eq·uipamento e acessórios para:<br />
hemodiálise• diálise peritoneal<br />
plasmaferese • cirurgia cardio-torácica<br />
·laboratório<br />
. FORNECEMO~:<br />
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Sª". Marta)<br />
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ospitais Civis de Lisboa . M. litar Principal<br />
a Maria e i<br />
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Hospitais de s-.<br />
:tal de s. Joao<br />
. º António · - Hospi .<br />
. l Geraldes-.<br />
Hospita . . . ·dade de Coimbra<br />
. da Universi .<br />
Hospitais . . 'tais ~e Aveiro<br />
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Hospitais de Angra do n~:ro castelo Branco e Faro<br />
Beja, Braga ' . . . Pia (Porto)<br />
. . (\J Real) ·e Maria .<br />
s Pedro · ·<br />
Hospitais de • . i'mbra e do. Funchal<br />
Hospi<br />
··t<br />
a<br />
lares de Co<br />
·<br />
.<br />
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Pensamos S'er possíve1I abordar o problema da<br />
msipo n s:a hi1:1idade profi ss·iona1I dos p restadbres de<br />
cuidados nos hospirt!airS' sob o ponto de v1isrtia de<br />
1<br />
admirni·st·ração, a qual, 1em s·erntiido ·amplo, pode<br />
defan1ir-se oomo fórmula r~ie·ntífica de ad!equar<br />
recursos humano1s, organi.zacion:ari:S e matenia1i1s ao<br />
prosse·gui 1 me1n.to de objectivos ·determ:irnados.<br />
A adm1ini·strnção dós hosp:irta 1 is, as1s1im einrtendirda,<br />
não compete exclus,ivamente aos seus<br />
órgãos de ge•stão e direcção. Os hosp1i·taiis são<br />
1<br />
pessoas colectivas de dire1ito públ•ico, dotadas de<br />
1<br />
auto·no·mira 1 adminiistrat:iva e financeüia, e a sua<br />
capacidade jurídica abrange todos os dire1itos e<br />
obrigaçõe1s necessári1as à pros•seoução dos seus<br />
1<br />
fins (D.L. 129/77, de 2 de Abri 1 I), mas es1sa fiinal1idade<br />
tem rde estar definida na ·l·ei, e não pode<br />
1<br />
pre j u dlicra r o dire·i·to de tutela da competê noia do<br />
Est:adb, através do M1inistro da Saúde.<br />
Os hospita1is têm ·como objectivo, pres.tiar à<br />
população ·ass1i1srtênciia médi1oa curatiiva e de reabihtação,<br />
e colaborar no ens·ino e · inve1s1:1i19 1 ação<br />
1<br />
oientíf'ica, fazendo parte do sistema de combate<br />
à doença e promoção da s·aúde, 1s1imultaneamente<br />
1<br />
com o . objec:tivo rde natureza ·socrial que tem em<br />
vi1sna 1e 1 st 1 abe · ~eoer as re;l.açôes· entre as necesrs1i<br />
diadies pessoai1S ou fam1i l1iares e os casos de<br />
1<br />
1<br />
doença, que· devem ser t:oni·adas e·m contia no<br />
tratamernt'O e na reinserção dos do·ente·s no seu<br />
meio ( E·statu.ro <strong>Hospitalar</strong>, EH - D.-L. 48 357, 1de<br />
27 de Abri1l1 de 1968 e Regula·mento Geral dos<br />
1<br />
Hosrpi1ta1i1s, R G H - D. 48 358, da me·smia da'ta).<br />
O Mrinistério cfia S.a úde tem um rpaipe 1 I pre<br />
ponder:anrtie na adequação dos meios ao1s objectivos,<br />
através 1do .exe.rcíoio do poder de 'bUte'l:a<br />
1 1<br />
( D.-L. 129/77, de 2 de .Aibri:I) .<br />
1<br />
Quanto ·a meri'os humanos cri
na~s e mate·riia1is, prevenindo eventuaii1s 1iinfrac.çõe·s<br />
ou factos 1 illÍdtos e garantJindo bom aitendli1menrto<br />
dos doe,ntes. Por outras palavras, e no1s te,rmois<br />
legais, os órgãos de Tute1l1a, e toda a hie!rarquiia<br />
que vai dos hospitais ao m·ini'Stro, não devem, ser<br />
meros v:igilantes de espada de1sem.bai·nhada para<br />
1 1<br />
castigar os que infoi1nge·m ais normas, outrossiim,<br />
são ice-responsáveis do funcionamento dois. hos'<br />
1<br />
pi1tars, 1g1arantes máx,imos da boa qual1idade dos<br />
cuidado1s.<br />
A adm1inistração hosp·italar é muirto co·mplexa<br />
relativamente à g·ran de maio·ria das orga1n:izações.<br />
1<br />
Nuima fábrica de pregos a adm1ini1stração pode<br />
prever e quiant:iifücar icom grande margem de segu<br />
rança os objectivos a atfrng·iir, quantidade e quaH<br />
1<br />
dade de pregos1 a produZJir; os meios humano·s<br />
e materia 1 is - mão-de-obra, equipamentos e matérias-primas.<br />
Num hospital quantos doe·nteis e<br />
que aoentes vamos tratar no próximo ano? Qual<br />
vai ser a evol·ução dos me1ios de diagnóstJico, de<br />
te·rapêutrca, 'da's ciências médicas? Que doente·s,<br />
que pato·log·ias? A que hora do dia ou da no1ite<br />
acorre uma s 1 i1tiuação urgente?' Que meJio,s· ma'i's<br />
adequados?<br />
Os hospttia~s são extremamente complexo1s<br />
dado1 o grande· número de vari,áve:is e ,tnterdependêndas<br />
em jog:o. A 1adm1ni1stração hospita~ar processa-se<br />
num universo probabFlístico de grande<br />
comp~ex~dade., porque a acção médica, que. está<br />
no topo das finaUdades a prosseguir, também se<br />
proces1s1a num universo probabi1lístico de grand~<br />
varia bfl1ida de.<br />
A iafürmação de que nos ho1spitaiis não há<br />
doenças .mas 'Si1m doe.ntes, é 1 1~ormafmente ut~izada<br />
para fundaimenuar a nece•s•s:i:cfade de humanização<br />
dois cuk:lado·s'. ,Em nosso entende1r deve<br />
ter u:m a:lcance mais vasto: o mes,mo doe·nte,<br />
com a mes1ma patologia, ipode 1reag.lr amanhã de<br />
forma diferente à terapêutica que ainda hoje lhe<br />
foi: •apliicada com bom resultado. O diagnóstico,<br />
o prog·nóstioo, a te•rapêutica, nun•oa pode·m ter<br />
uma .probab~Hdade de êx·itio ·igual a um, se·rá<br />
sempre zero vírgula e 'Uma dédm1a.<br />
A profissão médica, talvez ma1i's do que qua:lquer<br />
outra, é exe1r.oida em universo com probab~l'idade<br />
de maiior ou menor êxito, mas. j-aimaiis. com<br />
1<br />
certezas rl1i1neare·s. Achamos por 1i1siso que. ex1i1stem<br />
graves 1incon:ven1i•entes s·e cai•11mo1s em •radicaHsmos,<br />
ou de·ixarmos errar na opinião públ1ica a<br />
convrcçã·o de que é possíve 1 I ex1ig'k à acção médica<br />
cem ipór cento de êxlitos, e a ·ideia de que semipre<br />
que acontece um fracasso na 1luta contra uma<br />
s 1 ituação de doença .se deve exigk repa1ração e<br />
1<br />
consequente proced;mento d;s1otp'N:nar contra o<br />
priestador de cuidados, o que seria al·go seme<br />
'lhante ·a c0in1suimismo de pedidos de indetmni,<br />
zação.<br />
Criar-se-·ia um ambieinte de 1insegurança fomentador<br />
de mecanis1mos de defesa dos médliicos<br />
e dos restanteS' pre·stado:res de cuirdados: maior<br />
·coins,umo, ,evttáv,el, de meios c.01mplementares de<br />
diagnóstltc:o, recusa da prática ,de actos c-om<br />
maior risco, aumento de . ·demoras médias1 do•s<br />
tratamentos, das Hstas de espera, enfim, aumento<br />
de gastos sem me·lho riia da qualida de de cu1idado1s<br />
ou ·ma·ior ef.rcáciia.<br />
Há que p ro:cu ra r metod:olog;i·a de co-respo n sabiHdade<br />
dos ute•ntes na probabiHdade de fra 1 ca1s;so<br />
tot8'1 ou parcial da pre1stação de cuidados médicos,<br />
o que tem de passar por formas adequadas<br />
de info·rm·ação nos· doi;s sentidos.<br />
Parece ser pacífioo e.ntre os jur~sta 1s<br />
1~ que<br />
ho Je os actos médicos prati,cados nos hospita1i s<br />
1<br />
ofi.oi1aiis portugueses são actos de ge1stão :púbMca,<br />
e não do âmbito ·da gestão privada. As.sim 1se,ndo,<br />
a responsabiHdade civ1i!I ou crimj.nal deve· ser<br />
exigida ao hospital (Estado) sem prej'Uízo do<br />
di:reiro contra os eventuais viol·adore:s dos deveres<br />
profiss+onai·s.<br />
Já o RGH (1968) definiu doente comum, ao<br />
contrário ·de doente pnrvado (quartos particulares),<br />
ioomo ·aquel,e que confia a responsabi11iidade<br />
da a1ssistência méd:iioa ao hospitaf e à siua O·rgianiz1ação,<br />
oons1iderando médico responisáve1I do<br />
doent·e aque1le a quem o di·rector 0 u che.fe de<br />
1<br />
s·e'rviço conf·iar a assistênoiia clínica, através de<br />
decisão pontu'8'1 ou esqueima o:rganizativo. Mas o<br />
di•reotor ou c.hete de se ·rv~iço é o médico :responsáve1I<br />
de todos os doentes assistidbs, cumulativamente<br />
·com os médicos assistente1s.<br />
Este· prii ncípio da .re·sponsabi+idade cu m u1lativa<br />
do médico em fuinções de directnr de se1rv1i.ço ve.m<br />
reafirm.ado no Regulamento dos órgãos de Geistão<br />
e Diirecção dos Hospi,tais (D.R. 30/77, de 20<br />
de M 1 aiio), ao dispor que lhe compete. e1m eispecial<br />
garantir o respe·i;to integ1ral dos d.ire·itos do doente,<br />
as,segurando- 1 lhe uma condu1Ja correcta por parte<br />
de todo o pessoal, e a prestlação de cu:idadois<br />
adequados e da me!hor qual'idade compatível: com<br />
os mefos disponíveis. E miais compete ·ao médico<br />
em funçôes de di,rector de serviço, para que não<br />
. aconteçam soluções de continui·dade da s:ua responS'abiHdade,<br />
fazer-se substi•tuir nas fa·ltas e ·<br />
i:mpediime,nto,s.<br />
A assunção da respons·abi·l'idade dt>1s cuidados<br />
pe·l1a direcção dos' serviços de acção médioa pode<br />
e deve ter 1expressão prát,ica ·oom as chamadas<br />
«visitas», sobretudo na revisão de casos por toda<br />
'ª ·equipa (médioa e enfermagem), i·nfe·lizmente de<br />
uso pouco frequente nos nossos hosp1ita:i1s.<br />
A responsabi'l.idade i·ns1tituc:iona·I e a re1sponsabiHdade<br />
da própria hi1e,rarquia médica, não deve<br />
despers·onail,izar a prestação dos cuidados, pois<br />
em todas as situações o médico exerce a sua<br />
a.ctividade co1m plena ·respon sabi1liidiade profissio<br />
nal, o que i.mpl1ica urna área autónom1a de pode,r<br />
1<br />
de decisão, tal como prevê o Regulamento das<br />
Garre1i·ras Médicas, RCM (D.-L. 310/82, de 3<br />
de Agosto), e·mboria este mesmo ·regurl1amento<br />
Hxpresse a or.ien~ção para traba·lho e·m e·qU'ipa<br />
ao pre1oe1itua·r que o médico ·integrado na carreira<br />
hospitalar -coope 11a com outros profi.ssionai1s, cuja<br />
acção seja complementar da sua, e deve iparti·<br />
ciipar nas equipas de trabalho· para o efeito cons'<br />
tituídas.<br />
A pluridisoipl,inaridade dos CU'idados hospital1ares<br />
deve me:rece1r reflexão sobre a deHmitação<br />
de oompertênoias entre· as. vá,rias . e1speoiaHdades<br />
1<br />
médicas e entre as. várias c·lasises· profis,siionaiis,<br />
sem o que não seirão estabe;leoidas fronteiras<br />
daras de responsabi1l!idade no uso do dire1ito de<br />
regresso. .<br />
Segundo o R:C M a lkenci 1 atu ra e1m Medi'Oina<br />
é condição necessária e s,ufiioi·ente· :para oonco1r<br />
:rer ao ,internato geirail, e es1te de 1 st!ina-se a preparar<br />
o 1,ice·ndado para iniciar o exercício profissional,<br />
seguindo-se o .internato complementar destinado<br />
a habiilitar os médicos para exercíciio profii.s·s·ionail<br />
e·m termos de ,autonomia e, dife,renoiação, té·cn1ica<br />
por áreas profrssiionais a ·i·dentifi'car pefo pode 1 r<br />
de tuteil!éJ.<br />
A ·le1i pléJ,rece não permitir a p1lena responsa.<br />
bi,l'idade db médico do ·internato geral, e a ac.tuação<br />
dos •a1s1sis:te·nte 1 s, findb o ·interna.to co:mplementa<br />
r, só se:rá p'lenamente hábi:I, em termos de<br />
autoinom1i·a e diferendação técnica, e·m áre•as devidamente<br />
identifii1oadas para que foram esped,a1l<br />
'mente fO'rma dos.<br />
Se observarmos a ·real.idade dos nossos ho 1 s<br />
piita1i1s no que respe1irta à aotiividade muiitas' veze1s<br />
isolada dos internos do ·internato ge•ral ou complementar,<br />
penS'amos que os órgãos de· gestão<br />
.e· as dire'cçõe·s médi·oas devem estar atentas ao<br />
proble·ma, sobretudo na constitui,ção das equiipas<br />
dos' 1serv1i·ços de urgênciia.<br />
Só o médi:co da carreira hospitalar com grau<br />
de 1ass,istente ·ou ichefe de serviço é o profi.sistional<br />
com hélbiil:itação comple·ta para prestar cuidados<br />
diferenciados segun:do áreas be·m definidas, e para<br />
as funções hospita ~ares de investigação e ens·ino,<br />
abrangendo o diagnós1tico e tratame1nto dos doentes<br />
( inte.rnados, em consulta exte·rna ou serviços<br />
de urgênoia), bem ass1im. O· e:nsino e 1 inve 1 sti.gação<br />
científica rnlaciionados com a sua especiaHdade,<br />
pa.ra partioipar em júri·s de concursos. e na gestão<br />
de serviços.<br />
Fundamentalmente, compete ao médi 1 co o<br />
diagnóst!ico e a prescrição do "tlratamento dos<br />
doentes, mas tanto o diagn6s.Noo como o tratamento<br />
·são na ma.ior parte das vezes !interdepen- -.<br />
de·ntes de outros profiss,ionais.<br />
O d ia gin ós tico de pende quase sempre de<br />
me1ios complementares, e o tratarne•nto ne.m sempre<br />
é efectuado pefo próprio médico.<br />
Com exceipção de ·s·ituações· espe1aiais de<br />
cuida dos intens 1 iivos, não é ex1igível à acüvidade<br />
médica permanên'Ciia constante, Ju nto dbs doente,s,<br />
a qual' compete ao pessoal de enfe·rmagem. Por<br />
isso estes profissionais. têm de· ser considerados<br />
de, impQrtância essencial na prestação dos cuidados<br />
hospitalares.<br />
P·erte noe-1 he1s grande parte da aipl1ica ção e<br />
ex,ecução de prescri·ções médicas relatii1vais a triatamentos<br />
e te1ra:pê·u·tJica, onde o enferme1i·ro deve<br />
estiar habi1litado pa.ra con1preender as re:spectivas<br />
causas e efeitos.. Mas, sobretudo, é-ilhes exigida<br />
compet ênda e di1sponibiHdade paira observação<br />
dos S'intomas. e ·reacções dos doentes de forma<br />
a estabeilecer ·a retro1acção (feed-back) indi1spensável<br />
para o médico avaliar a justeza do diagnóstico,<br />
do tratamento e terapêutica prescritos, permitindo<br />
eventua;I e· atempada correcção.<br />
Se constatarmos a carência de profissiiona1i·s<br />
de enfermagem nos ·nossos hospitia1is, duvidamos<br />
que estejam sempre reunidas as co:ndições de<br />
modo a facultar aos doentes cuidados correctos.<br />
Referi·mos a necessidade de procurar a metodologia<br />
oorre.ota de c:o-re•spons•abi1liz·ação dos<br />
utente·s na . probabi1>idade se•mpre ex+stente de<br />
falta de êx·ito totail ou parcial dos 1cuidados hospitalares,<br />
a qua·I terá de s:e basea•r e,m formas<br />
adequadas de· •informação.<br />
O RGH, de 1968, estabe·lece ·muito ola·ramente<br />
que as decisões médi·cas' para admissão de doentes,<br />
as prescriições para o estudo, tratamento e<br />
ailta dín1iiea, devem seir sempre formuladas por<br />
escrito e assinadas peilo médico que a:s proferiu.<br />
E 1ainda que a execução dessas determinações<br />
1<br />
devem ser também anotadas no proce,sso respe.ctivo.<br />
Pensamos que se1rn processos 'clín:icos deviidaménte<br />
preenchidos não pode have1r aval.iação dos<br />
cuidados pres·tados' a()IS doentes, nem pode h1ave·r<br />
defesa objectivléJ dos profi1S'S'ionais ·pe•rante· eventua.is<br />
acusações de erro,s ou omissões. Tenha-se<br />
e·m atenção de que a exigência de re·sponsabi-llidade<br />
é sempre efectuada com maior ou menor<br />
tempo pass1ado 1após ia pmstação de cu1idados,<br />
o que dificU'ltará, nu inv·i abHizará, a 1 reconstitu~ção<br />
do que ·rea,lmente se passou.<br />
6<br />
7
D'iríiamos aos enferme·iros e restantes profissronais<br />
não médicos que devem ex1igir sempre o<br />
registo e ass 1 inatura das deicis'Õe,s 1dlín1icas. Diríamos<br />
aos médicos que devem ex.igfr dos e.nferme1i1ros<br />
e restaintes profissionais que reg 1 istem ia<br />
ex·ecução dessas dedsões' e o resultado da obse 1 r<br />
vação dos s·intomas e reacções dos doentes.<br />
O EH, de 1968, estabe·le·oe que o,s doentes<br />
podem recusar a assistênoia, mas que esse<br />
di·reito não pode 1ser exercido pe1lo reipre·sentante<br />
ou tutor do assistido·. Por outro 'lado, os doentes<br />
não podem ser submetidos se·m seu consentiime,nto<br />
a exames e tratamentos, e antes de qualquer<br />
operação deve o médico responsáve·I obte 1 r<br />
o consentimento do doente, dos s 1 eus pai1s ou<br />
tutores se for menor, salvo nos casos de extrema<br />
urgênoi1a.<br />
Pens,amos que os se·rviços jurídicos hospitalares<br />
(e porque não dos órgãos de tute·la?)<br />
devem preparar formulários apropriados para<br />
reg·isto de rotina nos serviços de autorizaçõe1s<br />
a conce,der, das re·cusas que forem 1l·egít;imas', e<br />
das justificações pire'Oisas das acçôes 'levadas a<br />
efe1ito em oasos ·de 'extrema urgênda.<br />
Ainda o mesmo EH de 1968 prece1itua· que os<br />
prognósticos graves podem s·e·r 'legüiimamente<br />
ocultados· aos do·entes; os prognósticos fatais só<br />
fhes podem s 1 er reve·l1ado·s pefo m.édico responsá<br />
Ve'I co·m as precauções aconse·lhadas pe:lo exacto<br />
conhecünento do seu temperamento e índole<br />
moral; m·as e·m regra, ·devem uns e outros se1r<br />
revelados à f.amíHa.<br />
O RGH diz depois que em priinc1p1 1 0 o arquivo<br />
clínico deve ser ún.ico e central 'em cada hospi1ta.I,<br />
e que os directores, chefes de se,rv1iço e médicos<br />
responsáveis dos doentes podem des1ignar o·s<br />
elementos dos processos que não deva:m ser<br />
oomun+cadlos sem sua autorização.<br />
Duvi1damos que todo o peissoal hospitalar<br />
tenha conhedmento destas dispos1içõe1s, que nos<br />
parece·m mere·cer divu'.gação urgente.<br />
Todas as normas organizacionais que temos<br />
vindo a expor, ·e os próp1rios' pri.ncípiios ge·rais do<br />
Dire;ito, es1abe1lecem ·l1im,ites de responsabi1l1idade<br />
de·ntro das disponibil.idades mate·riais e de pessoal<br />
dos serviços. O obste:tra o-u o p·edi1atra que não<br />
dispõe de equipamento mí1niimo para reanimação<br />
de um reoém-nas'Cidô, situação que infe·l,izmente<br />
ainda acontece, não pode seir respo·nsabi:l1izado po·r<br />
não exe·cutar esse acto médico muitas vezes<br />
indispensável .<br />
O D.R. 30/77, de 20 de Maio, prevê que os<br />
médicos em funções de direcção de serviços de-<br />
8<br />
vem e!1aborar planos de acção até 15 de Novembro<br />
de cada ano, e re1latórios de activida1de até<br />
30 de Jane·iro, e que ambos devem dizer respeito<br />
a tod~ a actiividade do S 1 erviço, tanto peilo que<br />
1<br />
se reporta à prestação da as1s:istência como à<br />
1<br />
1 invest~gação, partiClipação no ensi·no e co·laboração<br />
no aperfeiçoamento do pessoal, evidenciando<br />
os meios necessários, designadamente os equipamentos.<br />
a adquirir ordenados, segiundo a prioridade<br />
que ·lhes é 1<br />
atribuída.<br />
Quaintos 1 oonse"hos de gerência dos hosipita1i1s<br />
portugueses exigem esses planos e re·latórios?<br />
Quant:as di1recçôes de serv1iço·s os e·labo-raim?<br />
Como devem ser julg,ados· 0 1s prestadores de<br />
cu:tdados hospitalare·s, sobretudo os 1 médi1cos principais<br />
·responsáve·is pelas decisões reilatiivas aos<br />
doentes?<br />
O EH de 1968, ipeilo art. 65. 0 hoje revogado,<br />
previa o conse:lho de discipHna hos:pii·talar cfe:sti·<br />
nado a ~nformar ·obrigatoriamente os iprocesso·s<br />
disciplinares contra ·médi1cos e pessoal di~igente,<br />
podendo ainda ordeinar dN1i gêndas complementares.<br />
Era presidrdo por um juiz, e constituido por<br />
1<br />
dois voga 1 i·s' médicos de cate·goria não inferfor e<br />
dire·ctor de· serviço e por do·is funcionários com<br />
categoria ·igua:I ou superi·or 'ª adm1inistrado1r ho·spita+ar.<br />
.O Estatuto Médico, D.-L. 373/79, de 8 de<br />
Sete·mbro, dá a faculdade ·aos médi1cos de requerer<br />
audiência da Ordem ·nos proce ,s ·so~ dis.<br />
Neste domínio, o elemento novo e ori·gina1I<br />
surgi'U, essenda·lmente, com o apareoimento de<br />
grupos de pressão - quer se trate do «públii:co»<br />
diente do hospita1I quer do «püblico» em geral -<br />
e na importância que apresenta o fenómeno «opinião<br />
púbHca» na pressão exercida por aque·les.<br />
Com efe1ito, é no campo da opiníão que se movimentam<br />
as re·lações púbHcas, e não no domínio<br />
da organização.<br />
Poderíamos coinfügurar para o hospita.1 o esquema<br />
s·eguinte, em que S'e obs,ervam pre·s·sõ·es<br />
de nível externo e de níve1I :interno.<br />
Nesta di1nâm1ica, o jogo de aconte,oimento·s e<br />
as transformações operadas tornam 1 irniperiosa a<br />
necessidade de introd:uz·ir alt,eraçõe·s quailii'tativas<br />
e quantitat>ivas ao fluxo de informações na organização<br />
hospitalar.<br />
Do que acaba de afirmar-se, pode oonduir-se<br />
que as re 1 lações púbHcas pretendem ·ser uma<br />
PAULO SALGADO*<br />
,. ~S DE NIVtL<br />
viços públ1icos com características esipeoia 1 i·s, a<br />
ide·ia de 1 intere•sse geral ganhe uma nova dimensã·o:<br />
é que toda a «organização é estabeledda<br />
em ordem à pessoa do doente», adaptando-se<br />
certos «prindpiios ·destinados a proteger o doente<br />
contra os excessos possíve·is no funcionamento<br />
do sistema» *, resultando daqui· uma salutar tentat·iva<br />
de modificar o re1l·acronamento hospital<br />
-doente. Todavi1a, à parte certas medidas isoladas<br />
nos estabe~edmentos hospitalares (g.uras de aco-<br />
1lh•mento, boletins ·i·ntemos dos órgãos pe gestão,<br />
·contactos ocas1ionai·s com a 1.mprensa, ·relatórios<br />
de actividades ... ) não está ·instituoionaVizadb um<br />
sistema de ·informações que permita modificar<br />
grandem·ente as relações · entre o hospi1tail e os<br />
utente1s.<br />
Cabe aqui refe·rir o que escreviam, recente·<br />
mente, do1is autores ** a iproipósiito desta problemáttca:<br />
«Há a nece•ssidade de a~te·ra 1 r o ·s·i·stema<br />
1<br />
de relações ex·istentes entre a Administração Públ·rca<br />
e ·os admiin istrado·s pe·los seguintes motivo1s:<br />
1 1<br />
- l·mpe·ra:tivo éti:co-constitucional;<br />
- l·mpe1rativo de vivência de1mocrátrca;<br />
- Neces1s1idade de fundamentação das dedsões;<br />
- Necess·idade de obter u·ma e·f.icáoia organizacional.»<br />
2. AS RELAÇÕES POBLIC.AS. NO HOSPITAL<br />
Esta necessidade exi·ge uma a.cção que comporta<br />
t·rês a.spectos distintos .mas interl1i1gados:<br />
uma poHtica de relações púbHcas, a uti1:ização de<br />
um método eficaz e o conhecimento e apticação<br />
de téoniicas adequadas de comuni·cação.<br />
2.1. Política de Relações Públicas<br />
Ta-1 polítioa ·i~pl-icará a pro·sseoução. dos. segui·ntes<br />
objectivos:<br />
A nível. ·interno:<br />
- dar a conhece·r à sua zo,na de 1influênoia<br />
públ,ica uma ~magem de bo·m atendimento<br />
e acolhimento;<br />
- i·nfo·rmar o públ:i,co no se•ntido de este<br />
adquiri·r, quando em episódios com o<br />
hospital, um conhedmento da reaHdade<br />
hospitalar;<br />
- fazer re1alçar o forte contributo do hosp1ita:I<br />
1no conjunto do·s serviços prestadores<br />
de cuidados· de saúde;<br />
- avail·iar as opiniões do públ1ico em relação<br />
ao ho·spi·tal;<br />
- contribuir para que a comunidade compreenda<br />
as dificuldades que o hosipitaf<br />
1atravessa ;<br />
10<br />
- fazer reailçar ··a"'componeinte económi·co-<br />
-sodal do ·hosp1ta1I enqúanto empresa.<br />
A níve·I ·inte·rno, nas re'.ações com os doentes :<br />
- mitigar o «conflito» que se gera entre<br />
o doente e o ho·spital;<br />
- proporci·onar ao doente e ·seus· fami·l1ia-<br />
-res as iinformações 1necessárias sobre<br />
o fun·cionamento interno da 1insti-tU'ição;<br />
- tornar adequada a :comuni,cação e·ntre<br />
o hospital e o doente.<br />
E nas reilações co·m os funcionários :<br />
- manter todos os trabalhadores correcta1mente<br />
·informados dos obje·c~ivos 1 gerai1s<br />
do hospiital, das suas acrtiividades<br />
e dos seus grandes. problemas;<br />
- ·i·nvestigar as atitudes dos di·ferente·s<br />
1<br />
grupos socioprofi.ssionais ipara 1com o<br />
h o·s:pital, e· deste para ·co·m aq ue1les ;<br />
1<br />
- contribui.r para o desapa redmento de<br />
1<br />
«confHto·s» interpessoais e 'tnterg·rupais<br />
dentro da comunidade hospita·l·ar;<br />
- fomentar o fluxo de ·informações ascendentes<br />
n·o sentido de fazer partioipar<br />
todos na responsabilização pe,lo sucesso<br />
ou insucesso da gestão hosp·italar.<br />
2.2. O método<br />
Numa organização complexa como é o hos·pital<br />
púb~ico, pergunta-se: a que órgão, a que níveI<br />
1<br />
hierárquico deverá cabe·r a co·ncepção e coo,rdenação<br />
das relaçõe•s públicas? Através de um<br />
departamento, ·de um serviço, de um responsável<br />
em part-time? E qual: a sua pos1ição de·ntro da<br />
. .<br />
estrutura organizacional ?<br />
Excluindo a hipótese de departame·nto - própria<br />
das . g·randes empre·sas i·mp·l·antadas a níve·I<br />
nac·ional - :não escondemos· a opinião de, para<br />
um hospita1I central (por exemplo o Novo Hos1pital<br />
Centra1I de Co1i·mbra), parecer ·oorrecta a criação<br />
de um •serviço de rel:ações públ·ioeas, directamenre<br />
1iigado ao conse·lho de gerênoi:a e adm1inistrador,<br />
e, para um hospital distrital, o próprio<br />
administrador dinamizar essa nova função da gestão<br />
hospitalar.<br />
2.3. Os meios técnicos<br />
Trata-se de distiinguir daramente os campos<br />
de actuação e definir os objectivois e programas<br />
* Preâmbulo do D.-L. n.º 48 357, de 27 de Abril de<br />
1968.<br />
** Veja-se o artigo de Lourenço, M. E. e outro !n<br />
Revista de Administração Pública n.º 20, ano V, Abr.-Jun.,<br />
1983.<br />
de 1comunicação ·co1m os «vários públii'cos» - o<br />
que implfoa o conhecimento das técnicas uti•l;izadas<br />
em re lações púbHcas.<br />
1<br />
1<br />
Conforme o público que se .pretende atingir,<br />
assim. serão util1izadas té·cnicas específicas': o contacto<br />
de vocação unii1l·ateral (a Imprensa, a Rádio,<br />
1<br />
a Te 1 le~isão, as brochuras, os cartazes ... ) e o<br />
contacto de vocação bilateral ( entre·vi•sta·s, me·sas<br />
redondas, assemble·ias·, vis1itas ao hospital ...) -<br />
que sã·o "s duas v. gran-cies vias para a comunicação.<br />
2.4. Os meios humanos<br />
Deixámos propositadamente p 1 ara o ~im de·stes<br />
apontamentos uma breve ·referênoie ao pape,I<br />
desempenhado pe;los homens ·ligados· à função<br />
«re!:ações púhl1icas».<br />
Esta actividade não se ·compade·ce com o<br />
amado·nismo. Se é certo que todos quantos trabalham<br />
no hospiital devem faz.er relações públ·icas,<br />
não é menos verdade· que es·ta di,scipl·i·na<br />
eX'ige, entre outras, qualidades de atracção .inte<br />
·le·ctua'I pe 1 los p.roblema·s· humanos, capa1oidade e<br />
1<br />
argúcia para observar e prever as a~itudes e<br />
reacções humanas - ·Sem as quais as re,laçÕ'es<br />
púhl·icas no hospital se tom·ariam uma forma de<br />
manipulaçào, nunca de 'C·omunicação.<br />
3. CONCLUSÕES<br />
Relações Públioas em hospitais é um tema<br />
que merece ser cons1iderave·lmente ma 1 i1s pesquisado.<br />
O estudo e a ava1:iação das necess 1 idades<br />
1<br />
expresS'as pe:los utentes e pe!a comunidade, por<br />
um ,lado, e 'ª criação de uma boa imagem do<br />
1<br />
hospit8'1, por outro, são ac~ividades normal1mente<br />
negl1i1genoiadas pefos hospitais.<br />
Se be,m ·conseguimos traduzir ·o nosso pensamento,<br />
pretendíamos mostrar que:<br />
1<br />
- A função «re·laçõ·es públiicas» é estabe 1 lecer<br />
e mant·er relações saudáve·is e confiantes entre<br />
a tnstituiição hospitalar e os «seus p.úbl:icos»,<br />
baseadas em pesquisas de a~itude da diente'la e<br />
da comunidade.<br />
- As Relaçôes PúbHoas mais não são do que<br />
um.a compone·nte das re1lações humanas ex·i•stentes<br />
na estrutura social que é o hosp·iitail.<br />
- As Re·!ações PúbHcas· constituem, a1lém<br />
di1sso, um processo de 1informação, ·de conhecimento<br />
e de educação, nunca de·ixadas ao acaso<br />
da absoluta espontaneidade.<br />
RESUMO<br />
O presente texto faz uma abordag.em sistémica ao<br />
hospital nos seus múltiplos relacionamentos internos e<br />
externos na perspectiva das Relações Públicas.<br />
O fluxo das informações dentro do hospital, do hospital<br />
para o exterior e do exterior para o hospital, constitui<br />
a actividade principal das Relações Públicas, cujo<br />
objectivo é a divulgação dessa informação e o es'Clarecimento<br />
dos «seus públicos».<br />
Dá-se particular ênfase à criação de uma boa imagem<br />
do hospital, não como imperativo de sobrevivência, mas<br />
como neC'essidade ético-democrática.<br />
Para tanto, apresenta-se, de seguida, o conjunto de<br />
medidas tendentes a satisfazer essa necessidade: uma<br />
verdadeira política de relaçõ.es públ:icas, a utilização de<br />
um método eficaz e o conhecimento e aplicação de<br />
técnicas de comunicação.<br />
. Faz-se, finalmente, uma referência ao papel desempenhado<br />
p,elos homens ligados à função relações públicas.<br />
O administrador parece estar bem colocado para ser<br />
o motor desta mudança e ajudar as instituições a atingir<br />
estes objectivos mais eficazmente.<br />
SUMMARY<br />
This 1Jext mak·es a systemic a.pproach to the 1 • hospital<br />
in its multiple inn.er and outer relations, in what concerns<br />
the Public Relations.<br />
The flowing of informat ion in the hospital, from here<br />
out and on the contrary, it's the main activiity of Public<br />
Relations, whose aim is the outspreading of that information<br />
and the ·explanation of «its publics».<br />
lt's given special emphasis to the building of a good<br />
portrait of the hospital hs,elf, not as a survival imperative,<br />
but as an ethical-democratic necessity.<br />
So, it can be seen ·all the measures to answer that ·<br />
a re·al po.litic of public relations, the use of an efficient<br />
method and the know-how and employment of technics<br />
of communication.<br />
At last, it's refered the rôle :played by the men<br />
attached to the public relations. The admjnistrato·r of<br />
the Hospital seems to be o.n the right p lace to achi.eve<br />
this change and aid the institutions to attain these objectives<br />
in a more effective way.<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
ECCL Y, R. - Hôpital et Relations Publiques», Gestions<br />
Hospitalieres n.º 206, Mai, pp. 451-454.<br />
LOURNÇO, M. E. et ai. - Pensar o Mark0eting lnstitu- ·<br />
cional Público», Revista de Admin:istração Pública<br />
n.º 20, ano V, Abr.-Jun., 1983, p.p. 293-301.<br />
LOUGOVRY, e. - «L'lnformation et la comunication de<br />
l'entreprise», Presses Universitaires de France (Paris),<br />
1974, pp. 7-20.<br />
MA TRAT, L. et ai. - «As Relações Públicas Motor da<br />
Produtividade», S. Pedro Editora, Lisboa, s.d., pp. 19-<br />
-37.<br />
MORGAN, O. - «Public Relations and Patient Rights»,<br />
Dimensions in Hea lth Service, November, 1974,<br />
pp. 11-12.<br />
PENTEADO, J . R. W . - «Relações Públicas nas Empresas<br />
Modernas», Lisboa, 5.• edição, Centro do Livro Brasileiro,<br />
Lda., s.d.<br />
•<br />
11
O problema <strong>Hospitalar</strong><br />
do Arquipélago da Madeira<br />
O internamento da criança<br />
A presente publicação é baseada em extractos<br />
da dissertação apresentada no CAH de 1972· 73<br />
pelo colega António Alves da Fonseca, recentemente<br />
falecido, e que exerceu o cargo de Admi.<br />
nistrador-Geral do Centro <strong>Hospitalar</strong> do Funchal.<br />
Constitui singe·la homenagem· de G H ao decidir<br />
guardar nas suas colunas a saudade amiga que<br />
nos legou, e o senrtido humano por que sempre<br />
pautou a sua acção, expresso no que escreveu.<br />
-S.C.<br />
1. INDICADORES SANITARIOS<br />
Um dos indicadores sanitários que mefüo.r<br />
traduze·m ·as condições sooioeconómicas' de uma<br />
região é a mortaltidade· infantil, po1is que as crian<br />
_ças com menos de um ano de kiade ·são muito<br />
sensíve1is às condições de nutriçã·o e habitação,<br />
ao ·nível educaoionail', ao grau de cobe·rtura de<br />
cuidàdos ·mé.di 1 cos, e, de um 1 a· "maneira ge·ral, às<br />
·condiçõe 1 s sociais do meio em que nas·cem e se<br />
desenvolvem.<br />
A região da Madefra tem uma taxa de mortandade<br />
muito e 1 levada, das piores do· País:<br />
TAXAS Mt:DIAS DE MORTALIDADE INFANTIL<br />
Distrito e concelhos 1959-1962 1968-1970<br />
D. FUNCHAL 95,6 69,0<br />
Calheta 78,1 82,7<br />
Câmara de Lobos 118,3 70,8<br />
Funchal 104,4 65, 1<br />
Machico 80,2 63,1<br />
Ponta do Sol 91,4 73,2<br />
Porto de Moniz 77,0 71,2<br />
Porto Santo 106,6 70,0<br />
Ribeira Brava 89,6 º85,9<br />
Santa Cruz 74,0 67,0<br />
Santana 81,3 67,0<br />
S. Vicente 77,2 71,8<br />
Fonte: Aspectos Regionais da Demografia Portu·<br />
guesa - L. Morgado Cândido - Estatisticas Demográficas.<br />
1950<br />
120,2<br />
ANTÓNIO ALVES DA FONSECA<br />
TAXA DE MORTALIDAD:E INFANTIL<br />
(POR MIL)<br />
1955 1960 1965 1966 1967 1968 1969<br />
100,7 100,7 70,2 64,2 65,2 71,7 60,9<br />
Fonte: Esta'tiSticas e Anuários Demográficos.<br />
1970<br />
74,2<br />
No cáf.ouilo das taxas de mortalidade ·iinfantH<br />
tomaram-se em conta os valores médios dos<br />
nadas-vivos e dos óbitos dos 1indi:víduos· com<br />
idade infe·rfor a um ·ano, no trién 1 io de 1968-1970.<br />
A d;minuii·ção da taxa de mortalidade· deve-se<br />
em parte à entrada em 'fundo.namento dos diispensários<br />
materno-infantis, a que nos referi 1 remos.<br />
2. A PROTECÇÃ.0 MATERNO-INFANTIL<br />
Os progra1mas de saúde Púbil:ica costumam<br />
incidir de forma espedal ·sobre as 1 actividades<br />
re·ladonadas com a saúde· e ·a protecção da m·ulher<br />
grávida e da ·criança.<br />
Nos Estados Unidos, a mortaHdade materna<br />
diminuiu nos últimos 50 anos de· 60 ·mães. morres<br />
1<br />
em 1915, para 3 em 1962, po·r cada 10000 nasdmento·s;<br />
e de 100 cri 1 anças mortas em 1915,<br />
1<br />
passou-se para 25, e·m 1962, por cada 1000 crianças<br />
nasoidas.<br />
Ver.ifica-1se, contudo, ainda nos Estados Un 1 1 i<br />
dos, que o progresso ·não tem s:ido uniforme, po·is<br />
que a mortal>idade mate·rna entre as mulheres de<br />
cor é quatro· vezes ·maior·.. do que nas mulhe·res<br />
de raça branca, embora as· medidas sejam sens·ive!mente<br />
1i·guais, em ,alguns Estados.<br />
1<br />
Relativamente a recém-·nasoidos, os de pais<br />
brancos têm o dobro da probàbiHdade de atingfr<br />
um ano de V'ida em ·relação aos fü[hos de pais<br />
de cor.<br />
O -primeiro di·a de vida de um ·re·cé·m-nasoido<br />
1<br />
é o mais difídL De facto, o índi·ce de morta1iidade<br />
mostra que cerca de 80 % dos falecimento·s durante<br />
os dois· primefros dias veriflcam-s·e nas<br />
prime1i ras 24 horas.<br />
1<br />
Como uma das principais causas da mortal:idade<br />
infantil aparece a p·rematuriidade, entendendo-se<br />
por prematura, seguindo a OMS, toda<br />
a criança que ao nascer tenha o peso igual ou<br />
inferior a 2,5 kg. Um esturdo foito em· hospital<br />
urbano (Guias para la Salude de la Com,uniidad)<br />
mostra-nos que os partos pre·maturos são mais<br />
frequentes, cerca do dobro, nas ·mulheres se 1 m<br />
ass·istênoia perinatat Nesse ·mesmo estudo, concluiu-se<br />
também que a morta1iidade neonatal geral<br />
é ma 1 is elevada em 75 % nas mães' que não tiveram<br />
ass 1 istência durante a gravidez.<br />
3. O · SERVIÇO DE PROTECÇÃO MATERNO<br />
INFANTIL NA MADEIRA<br />
Os Serviços de Protecção Materno-lnfantit<br />
que há pouco mais de 1 O ainos estã·o e·m func·i·ona<br />
me·nto na Madeir:a * fazem a cobertura das<br />
seguintes focal ·idad~s, o que representa cerca de<br />
71, 7 % da á.rea da ·illha.: ( Dispensárii0s)<br />
1<br />
- Concelho do Funchal - todo o concelho.<br />
- Câmara de Lobos - fre·gues·ia de Câmara<br />
de Lobos e Estrei"t:o.<br />
- Ponta do So·I - freguesias de Ponta do ·<br />
Sol, Canhas e Madalena do Mar.<br />
-Calheta - fregues,ia de Ca1lheta.<br />
- S. Vicente-freguesiia de S. Vicente, Ponta<br />
De!gada e Boaventura.<br />
- Machico - fregues1ia de Machi·co, Caniçal .<br />
·e Porto da Cruz.<br />
A acção gratuita destes s,erV'iços compreende.<br />
acções preventivas e ourativas em :<br />
- Saúde materna: grávida, ipuérper:a ·e mãe<br />
que ·amamenta.<br />
- Assistência no parto nas maternidades<br />
rurais, ,com triagem e encam·inhamento pa-ra<br />
o . hospital: do · Funch·al nos ·casos de previsão<br />
de parto distóoi·co.<br />
- S~úde ·infantil: iaté aos do·is anos, com ten<br />
·dên9ia para alargamento até ao·s sete.<br />
- Fornecimento ·de produtos de dietética ·infa<br />
riül e medica.mentosa de acção profüácti·ca.<br />
- Vis·itas dom 1 iól·iárias, com educação san1itária,<br />
quer individual, que.r tamH-iar, ou atnda<br />
a grupos da com unida de.<br />
- Fornecimento de alg·uns' medi.Qamentos de<br />
acção terapêutica.<br />
Estes ·serv 1 iços, 1 instalados em fins de 1959,<br />
foram difidlmente aceites em a1lgumas 4ocaHdades.<br />
Hoje **pode dizer-se-que têm ace·itação forte<br />
·mente positiva, como se; pode· verificar pe·los<br />
seguinte 1 s dados:<br />
Percentagem de ·cri-anças inscri·tas nos Dispensários<br />
em relação aos nasdmentos na<br />
mesma área:<br />
1967 .. .. ............... ... .... .. ..... 52,7<br />
1968 ....... ............ ... ..... ...... 58,4<br />
1969 .... ... ......... .... .. ........... 60,2<br />
1970 ..... .. ...... ...... .. ...... .. .. .. 58,4<br />
1971 ................................. 52,5<br />
1972 ................................. 55,3<br />
N.º D·E CONSULTAS E VACINAÇÕES<br />
A.N•01S C.ONSUL TAIS VACI NA1ÇõES<br />
1965 58 999<br />
1966 . 55 536<br />
1967 48884<br />
1968 41 758<br />
1970 41 477<br />
1971 37385<br />
1972 33420<br />
(a)<br />
Inclui a vac. antipoliomielítica"<br />
* Este trabalho foi escrito em 1973.<br />
NASCIMENTOS<br />
NA. ÁREA O.OS SERVIÇOS<br />
E TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL<br />
37 111<br />
44385<br />
36200<br />
38 130<br />
84 363 (a)<br />
Anos Nascimentos M.I.<br />
1965 5405 68<br />
1966 5166 66,2<br />
1967 4751 63,5<br />
1968 4815 67,5<br />
1969 4581 62,6<br />
1970 4433 79,6<br />
1971 4171 74,1<br />
1972 426Z .65,9<br />
MORBIUDADE VERIFICADA<br />
EM CRIANÇAS ATÉ AOS 12 MESES DE IDADE<br />
Anos Bronquites<br />
Gastroenterites<br />
Otites<br />
1967 751 1034 1721<br />
1968 726 1063 1402<br />
1969 763 824 1611<br />
1970 873 865 1561<br />
1971 . 625 590 1446<br />
1972 522 434 1201<br />
Verifii.ca-se que nas bronquites e otites as<br />
variações não são de valor apreciável, o que não<br />
1<br />
acontece nas gastroenterite·s, doença responsáve·l<br />
pe1l:0 ma·ior número de mo rte·s.<br />
A acção ·sanitária e educaciiona·I dos Serviços<br />
de Protecção Materno-lnfanti·I, a'lém . de se fazer<br />
s·entir na assistência ao parto e na assistência<br />
às crianças até aos dois anos, mostra a colaboração<br />
va1liosa no diagn6sitiico precoce, tanto nos<br />
* Este trabalho foi ·escrito em 1973.<br />
** Este trabalho foi escrito em 1973.<br />
12<br />
13<br />
•
1<br />
1<br />
1<br />
1<br />
1<br />
chamados partos difíce·is, ·como em crianças que<br />
são enviadas ao hospital, e que noutras condições<br />
ficariam em casa até o seu estiada agravar, as<br />
quais morriam ou, quando as levavam para o<br />
hospitat já era tarde ...<br />
3. O INTERNAMENTO DA CRIANÇA<br />
3.1. Considerações gerais<br />
O primeiro hospital para crianças foi criado<br />
em 1852 pelo Dr. Charles West e·m Ge1at Ormond<br />
Street, Londres.<br />
Anos depois surgiiram mais hos:pita.is deste<br />
género, na Grã-Bretanha, e·m Boston e Ftladé'lfia,<br />
nos ·Esta dos U nidos1.<br />
Tais hospitais foram criados por os médicos<br />
sentirem a necessidade de tratar as crianças<br />
separadamente dos adultos. Pode dizer-se que<br />
estes· hospitais têm contribuído em grande parte,<br />
tanto para o tratamento como para ·a prevenção<br />
de doenças das crianças, e, portanto, para a promoção<br />
da saúde 1infanti'I.<br />
A melhoria na saúde infanti'I nos países com<br />
serviços de saúde púbtltica be·m desenvolvidos é<br />
responsáve·I pelos progressos da medicina, da<br />
legis·lação da saúde pública dos serviços sociais<br />
e médicos, à medida que os tempos mudam, os<br />
padrões das doenças também mudam.- poiS' a<br />
história natural da doença nunca é e·stát!ica.<br />
Como exemplo, bastará ·lembrar as doenças<br />
·Contag,iosas, ·como: ·cólera, febre tif6ide, des·inteda,<br />
pneumonia, tosse convulsa, tuberculose,<br />
difteria, poHomieHte e sarampo, que há 100 ou<br />
50 anos atrás eram as causas principais de morte<br />
ou de doenças na ·infância.<br />
Quase todas estas doenças se podem evitar<br />
actualrnente, por medidas de saúde púbHca, quer<br />
por trataimentos, quer por vacinações.<br />
Porém, nos países em que tai1s doenças deS'apa<br />
re·ceram, pareceria que o problema da saúde<br />
infantil estava resolvido, mas tal não aconteceu,<br />
pois que outras doenças foram apare·cendo tais<br />
como a rleuoemia, as malformaçõe:s ooing.énitas de<br />
diversos titpos, as doenças me·ntais, etc. A medicina<br />
tem colaboirado eficazmente no tratamento<br />
dessas doenças e só ass·im se pode justifiioar que<br />
na lnglarterra a mortaHdade infantil que depO'is da<br />
Segunda Gue·rra Mundial era de 34 º/oo, em 1968<br />
já er:a de 18 ° / oo.<br />
Tanto a rnorta·l·idade corno a morbihdade di,minuíram,<br />
mas as crianças que sobreviveram con<br />
1<br />
1<br />
tinuam a correr o ris·co· de contrair qua·lquer das<br />
doenças indicadas.<br />
É ·a ·e·stes novos problemas que terá de ser<br />
dedi·cada a JJlelhor atenção no sentido de evi.tar<br />
semefüantes doenças. Para atingir-se tal objectivo<br />
parerce ter de dar-s·e mais i mportânda à<br />
prevenção do que ao tratamento propriamente<br />
dtto, desenvo·lver serviços de .saúde, começando<br />
pelo médico ass•istente de família, e que os hospitais<br />
pediátri·cos devam ter, além dos ·serviços<br />
gerais, serviços a:l'tamente espeoia·lizados para<br />
tratamento dos casos não correntes; e finalmente<br />
é necessário fazer-se a pesquisa quanto às causas<br />
das doenças.<br />
3.1 .1 . O tratamento domiciliário<br />
Há doenças que podem ser tratadas em casa,<br />
e actualment~ pensa-se :de um modo geral que<br />
se devem fazer todos os esforços para que o<br />
maior número de crianças seja tratado domioiliiariamente.<br />
Tais tratamentos devem ser 1indicados<br />
pe·lo médico de família, uma vez que é ele que<br />
mefüor 1conhece os seus membros. O médicq ,de<br />
família deve manter as melhores relaçõe·s possíveis<br />
com o hospital. Mas, pe1lo facto de serem<br />
tratadas crianças em casa, não vamos pensar que<br />
se dtspensarão os hospitaiis de crianças. Antes<br />
pe·lo ·contrário, deve pensar-se em criar hospitais<br />
e cada vez com maior grau de es:péciaHzação.<br />
E por isso será condição que tais hosp-itais tenham<br />
ao seu serviço pediatras e enfermeiiras<br />
especiaVizadas em. quantidade S'Uficiente para garantir<br />
o maior e 1melhor rendi·mento.<br />
3.2. O conceito de Pediatria<br />
A M'adeira justificaria a eX'i'Stência de um hospital<br />
pediátrico?<br />
A esta ·interrogativa tentaremos ,respo1nder<br />
neste nosso trabalho.<br />
Entretanto pensaremos abordar um problema<br />
re·laoi·onadb com as tendências já há algumas décadas<br />
vermcadas em ~ 1 lguns paíS'es, e no ·nosso<br />
também, mas em es·ca1la muito reduzida. Trata-·se<br />
da «humanização» dos cuidados ·a ter com as<br />
crianças hospitaHzadas.<br />
A melhoria das condições de vida contribuiu<br />
em grande esca:la para a n1elhoria dos serviiços<br />
de ·internameinto, mais a maior parte das vezes<br />
não foi e•stabe·l·e'Oido qualquer programa a seguir,<br />
no sentido de· fazer face às necessidades afectivas<br />
da êriiança.<br />
Lê-se na pág·ina 13 de «Jeunes Enfants à<br />
fHôpitail>>, de James Robertson: «Há um princíp1io<br />
de assepcia, em medicina fís·ica, ao qU'al<br />
todas as instal1ações e· todos os actos, no 1inteirior<br />
1 1<br />
de um hospital, devem obedec·er, desde a esteril1ização<br />
dos ·instrumentos cirúrgicos até à limpeza<br />
da mesa da ·coziinha . As recomendações referentes<br />
à hig·iene física não se aipHcam somente às<br />
coisas que estão visivelmente sujas que se arriscam<br />
a saltar à v ista do médico. O princíp·io de<br />
1<br />
assepcia é empregue para coordenar todo s os<br />
·aspectos de saúde fís,ica do doente.»<br />
Se um prindpio psircol·óg:ico fosse semelhantemente<br />
aplii>cado ao tratamento das crianças, seria<br />
1<br />
igualmente ap+icado a todos os aspectos db tratamento<br />
e dia direcção, dos jove1ns doentes, no<br />
interesse da saúde mental. Mas dado que este<br />
princípio unificado·r não é ainda ace1ite, há muita<br />
confusão e desacordo quanto à natureza do problema.<br />
Há portanto necess·idade de compreensão<br />
e conheoimentos m·ais profundos.<br />
Há duas· formas de ,abordar ta:I assunto:<br />
- A do psiquiatra e daque,!es que com e·le<br />
traba1liham1 (psicólogo, s.ociólogo, ass1rstente social),<br />
que consiste na saúde· menta·I prevent·iva,<br />
os quais Sabem que uma experiência hosp1ital·ar<br />
1<br />
apresenta p·erigosr de um traumati·smo afectivo<br />
para a criança.<br />
- A do médico, da enfermeira e do admin 1 istrador<br />
que, embora tendo por vezes :dificuldades<br />
em proporeiionar a ,evidente saúde mental, re·conhecendo<br />
que as crianças. são em regra trii·stes<br />
quando estão no hospital, conservando certa pe·rturbaçã·o<br />
durante· algum tempo depois do regresso<br />
a casa.<br />
Há entre estes doiS' pontos de vista um ponto<br />
comum. - o reconhecimento do :intere'Sse e necessidade<br />
de tornar as crianças hospi.taiNzada.s tão<br />
fe·liizes quanto possível.<br />
1<br />
·Embora empírico o segundo ponto de vista,<br />
toma em, oons1ideração as co·isas que chamam<br />
·i·medi·atamente a atenção. Quantas vezes compo·rtamentos<br />
i·gua1is são tratados de mane·i·ras diferentes.<br />
Um dbs exemplos flagrantes é o que<br />
muitas vezes sucede depois de uma visita ; ao<br />
1<br />
verem uma criança chorar - uma pessoa diz que<br />
as visitas da mãe deviam acabar - e logo a outra<br />
respond~ que as visitas devem continuar.<br />
Por .vezes acontece que surgem problemas<br />
co 1m determ ·inad~s crianças por serem mal compreeindiq·~rs<br />
pelo pessoa!. É o c~so de uma criança<br />
não se +han·ifestar ·pelo· choro prolongado e, portanto,<br />
o pessoail1 que se habituou ·a relac1ionar problemas,<br />
com ·lágrimas e, contentamento, na sua<br />
ausência. O filme «Un Enfant de Deux Ans Va a<br />
l'Hôpitab> mostra que uma criança pode estar<br />
intensamente afectada e s·tm uiltaneame·nte ter um<br />
tal controilo de expressão dos seus sentimentos<br />
que os mais subtis problemas podem passar<br />
desapercebidos e por isso escapar à atenção das<br />
pessoas.<br />
Desta forma os métodos de tratamento de<br />
crianças hospitaHzadas não pode·m ser executados<br />
de qua·lquer forma mas sim fazê-los depender<br />
de uma boa compreensão e das necessidades<br />
afectivas· da criança.<br />
3.2.1 . A dependência da criança1<br />
Numa família vulgar a criança é caracterizada<br />
peta d ependência total dos pais, prin c ~pal ·mente<br />
da mãe. Est udos profundos af.irmam que é prejudicial<br />
para a criança 1 ser tratada po·r várias pessoas<br />
nos priimeiiros meses ·de vida. Depois do<br />
primeiro ano de 1idade a cria1nça passa a dedicar<br />
especial atenção à mãe ou a quem as s·uas vezes<br />
fizer.<br />
Os pais representam para a c riança toda ·a<br />
segurança e por ·isso não se sente· bem, afastada<br />
da mãe. Há na criança uma necessiiclade i•mperiosa<br />
de amar e ser amada, e a função do meio<br />
na pr imeira idade é de permitir o desenvo1l:vi·<br />
mento e .a sã estabüização. A família vu1lgar procurará<br />
este me 1 io favorável da maneira mais· natural.<br />
3.2.2. Algumas i·mpl 1 icações na prática hospitalar<br />
Evitar que a criança adoeça ou que a criança<br />
seja hospitalizada quando doente seriam as melhores<br />
soluções; outra solução é hospitailizar a<br />
mãe juntamente com a criança quando esta tenha<br />
necessidade de internamento. Se ass•im se p u<br />
desse sempre pro·ceder o problema da saúde<br />
mental da criança estaria resolvido.<br />
3.2.3. Admissão da mãe e da criança<br />
O problema de :in ternar ou não a mãe com a<br />
criança doente .é resolvido de todas as formas<br />
possíveis, conforme os países. Assim, em alguns<br />
países, me:nos· desenvolvidos que o nosso, a mãe<br />
acompanha o fülho e, enquanto o méd ico e a en- .<br />
fermeira tratam da cri·ança, a mãe trata do bem<br />
-estar do filho. Noutros países só as pessoas<br />
·co·m have.res, utilizando as chamadas clín i·c'as privadas<br />
ou quartos privados dos hospitais, fazem<br />
companhia aos filhos ; as pessoas de recursos<br />
débeis não podem ter seme·lhante regalia. A in da<br />
nos p 1 aíses do Leste da Eu ropa a construção de<br />
hosp itais em que os p ais ficaram privados de<br />
contactar com os filhos ·levantou grandes difi.cuildades.<br />
Parece estar averiguado que o inteirnamento<br />
de uma criança de te:nra idade n um hosp·itatl, sem<br />
a companhia da mãe, lhe acarreta dois perigos :<br />
- perigo t raumático, podendo resultar um<br />
C9nti nua na pag.55<br />
l i<br />
14<br />
15
As Instalações<br />
e a Infecção <strong>Hospitalar</strong>*<br />
1 - O mais importante num hospital ou, por<br />
outras pal·avras, o que mais 1influência ·tem . na<br />
qualidade dos serviços que um hospital presta é,<br />
certamente, a dedicação e os conhecimento1s do<br />
seu pessoa.i.<br />
Mas, se os me 1 ios humanos são o mais importante,<br />
não podemos desprezar os me·ios materiais,<br />
quando desejamos ·a melhor qualidade de serviço<br />
para um h os p-ita 1.<br />
Um hospital criteriosamente planeado, situado<br />
em local bem escolhido, com um programa adequado,<br />
projectado cuidadosamente, construído<br />
com competência debaixo de uma rigorosa fiscalização<br />
é um óptimo suporte onde os· meios<br />
huma:nos poderão ·de1senvolver ao máx1imo as suas<br />
potencialidades.<br />
Podemos dizer que este hospita1I tem possibêl'tdades<br />
de ter uma boa qualidade de serviço,<br />
aue podemos medir em termos de demora média.<br />
Entre a demora média e a ·i·nfecção hospitalar<br />
há uma dupla relação de causà e efeito: ass 1 im,<br />
a infecção hospitalar é uma das grandes causas<br />
do aumento da demora média, por outro ·lado o<br />
aumento da demora aumenta a probabi 1 lidade de<br />
infecção.<br />
Infelizmente, as condições 'idea 1 is de planeamento,<br />
de implantação, de programa, de projecto,<br />
de construção e de fiscail·i·zação raramente são<br />
obtidas.<br />
2 - No planeamento, houve épocas em · que<br />
se planearam hospitais sem ·atenção às' oondições<br />
do país real. Assiim, o número mínrmo de camas<br />
de um hospital, tendo em 1conta a su 1 a boa funcionalidade<br />
e uma razoáve 1 I ·eficiên'Oia, varia de<br />
p·aís para país. Na Suécia, país ric~ e 1industrializado<br />
podem constru+r-se bons hospitais de cem<br />
camas·. Em Po·rtuga( o número de camas mínimo,<br />
pacificamente aceite, varia entre 300 e 400. Entre<br />
nós, um hospital ·com pequeno número de camas<br />
não pode ter pessoal devidamente adestrado em<br />
1<br />
16<br />
ANTÓNIO SÃO MIGUEL BENTO**<br />
todas as valênoias, sendo' a hig:iene uma das mais<br />
sacrificadas e daí o previsível grande número de<br />
infecções hospitalares. Nestes' pequenos hospitais<br />
é o ·i·nC'inerador que não exi·ste ou que· não<br />
vale a pena pôr a funcionar, é a :limpeza de superfídes<br />
feita manualmente, po·r vezes com um·a<br />
simples vassoura, são os cruzamentos de sujos<br />
e ·limpos, etc.<br />
Um bom planeamento exige atenção às· condições<br />
económicas do País. O português médio<br />
tem um nível de vida inferior ao ido re·sto da<br />
Europa enquanto está são; nã·o podemos, uto'Picamente,<br />
pensar que poderá ter ·um tratà·mento<br />
igual ao dos outros europeus quando esteja<br />
doente. Neste ponto alguns, demagog'i•camente,<br />
proolamam que. a saúde merece todos os sacrifícios·<br />
- mas a reaHdade ·logo os desmente. E não<br />
nos esqueçamos que gastos com a saúde não<br />
são neoessariamente<br />
.<br />
gastos com o doente.<br />
Um bom hospital não é, todav1iá, um hos1pital<br />
caro. A h 1 igiene hospitalar é um mei0 económiico<br />
1<br />
de 1 me ~lhorar grande·mente a «produção» - número<br />
de do·entes tratados 1 por ano - de um hospitat<br />
Podemos dar um exemplo, embora grosse·iro,<br />
do que expusemos: nas nos·sas estradas drculam<br />
simultaneamente Mercedes e1 R4- ambos ,estes<br />
veícuilos automóveis, devidamente assistidos, podem<br />
executar efidentemente as mesmas tarefas,<br />
pese embora a grande diferença de custos e:ntre<br />
uns e outros.<br />
3 - A focaHzação de um hospital é ·muiiti
demo de encargos, os diversos regulamentos<br />
técnicos e as regras da arte.<br />
Um hospital bem construído evitará mi'lhares<br />
de horas de serviço de manut·enção, pode contribuir<br />
para 'ª redução da demora média e pode<br />
contribU'ir directamente para a diminuição das<br />
infecções hospitalares. Lembramos aqui as 1 infiltrações<br />
de águas pluviais, as deficient·es vedações<br />
nas canaliz·açôes de água, as parede·s e pavimentos<br />
com1 ·irregularidades onde se fixa o pó, a ventilação<br />
mal estabelecida.<br />
No fi.m da ·construção de um hospital deve<br />
este ser
de estar, ou seJa o tipo de relação que<br />
estabelecem.<br />
Segundo: Mais importante do que ens 1 inar<br />
técnicas ( transferênGias, actividades na<br />
cama, ·etc.), é ajudar a desenvolver atitudes<br />
que permitam assumir «formas de<br />
estar» adequadas, através da compre·ensão<br />
da situação do doente.:utente.<br />
Nesta minha curta experiência, tive oportunidade<br />
de realizar de forma concreta os aspectos<br />
que referi.<br />
No que respeita ao 1.º ano do Curso de Terapêutica<br />
Ocupacional foi-me solicitado que tratasse<br />
o tema «Iniciação às Act·ividades da Vida<br />
Diária», com vista a ensinar técnicas que permitissem<br />
aos alunos um certo à vo·ntade durante<br />
visitas de observação que iriam realizar-se em<br />
instituições para deficientes.<br />
Como nesta altura do curso não tinham conhecimentos<br />
de patologia, isso tornava-se extremamente<br />
árido por um, lado; e por outro, como<br />
enfermefra de reabilitação, o que me pareceu<br />
importante era que os atunos tive·ssem uma noção<br />
da reailoidade gfobal que ·iriam encontrar.<br />
O que fiz durante os três anos, foi uma ·introdução<br />
à reabiHtação, onde incluí conceitos de: reabilitação,<br />
deficiênda, equipa de reabii.itação, trabalho<br />
1<br />
em equipa; dando um lugar de destaque ao papel<br />
dó" enfermefro de reabilitação, suas .responsabilidades<br />
e campos de acção. Para além disso, eram<br />
abordadas as situações incapacitantes, mais frequentes<br />
e a sua caracterização.<br />
No que respe·ita ao 2.º ano, para além das<br />
técnicas propriiamente ditas, muito tempo foi<br />
gasto em aspectos relacionados co~m o trabalho<br />
·em equipa e informação sob.re o trabalho de<br />
outros técni·cos, tendo s·ido feha uma abordagem<br />
sistémica do homem, dos grupos e das organ·izaçõe-s.<br />
É evidente, esta forma de orientar o trabalho<br />
com os alunos, foi previamente negociada co.m<br />
o respectiivo corpo docente.<br />
Não tenho a i!usão que algo se tenha notado<br />
de diferente no comportamento dos alunos que<br />
viveram esta experiência, durante um tão curto<br />
espaço de tempo, em refação a outros. Do que<br />
posso falar, é dos seus comportamentos durante<br />
o tempo de aulas e o que constatei fo·i o seguinte:<br />
- Espanto, por desconhecimento do papel do<br />
enfermeiiro, concretamente ·do enfermeiro<br />
especiaHsta em reabilitação; ou seja, um<br />
grupo dle pessoas que se estavam a formar<br />
para trabalhar ao nosso lado, tinha acerca<br />
de nós, a mesma opinião que o grande<br />
público ('e como sabemos a ma·ior parte<br />
das pessoas, desconhece o nosso papel,<br />
ou tem sobre ele uma ideia deformada).<br />
- Esp•anto, por desconhecimento, dos aspectos<br />
mais elementares da sociologia das<br />
organizaçôes, o que lhes dificultava a sua<br />
·integração nas mesmas.<br />
- Descrédito antecipado sobre a possibilidade<br />
de trabalho em equipa, embora com<br />
ideias correctas sobre as suas vantagens.<br />
Verifiquei, que à medida que a relação avançava,<br />
as mudanças de comportamento eram evidentes,<br />
traduzindo-se numa enorme abertura ao<br />
diá~ogo e adesão às minhas propostas de trabalho<br />
em auila.<br />
Fui várias vezes soHcitada para avançar, para<br />
além do programa prop·riamente dito. E, facto<br />
curioso, as solioitações que me eram feita·s,<br />
tinham sempre a ver com a descoberta que os<br />
alunos ·iam faz·endo das minhas funções como<br />
enfermeira.<br />
Entretanto, o trabalho feito com as terapeutas<br />
ocupacionais professoras, com vista ao planeamento<br />
das actividades dos alunos, revestiu-se<br />
sempre de interesse e em dima de diálogo. Gostaria<br />
de salientar a utilidade que teve para mim<br />
discutir com estas os objectivos do trabalho a<br />
reaHzar, ·os conteúdos e metodofogia e as formas<br />
de avaliação. Foi uma boa forma de perceber<br />
melhor as s·uas funções, e preocupações, e também<br />
de apr·ender.<br />
A repetição de colaboração em três anos<br />
lect·ivos sucessivos permit·iu um melhoramento<br />
que se traduziu no último ano, para além da<br />
divisão da matéria de acordo com a nossa ~armação<br />
específica, elaborar provas de avaliação e·m<br />
conjunto, o que" considero importante.<br />
Encontre·i sempre da parte do corpo docente<br />
do Curso de Terapêutica Ocupacional abertura<br />
às minhas propostas de trabalho.<br />
Não posso deixar de recordar aqui a i·mportância<br />
que teve para um grupo de alunos (no<br />
ano lectivo 1981-82) uma vis.ita de estudo ao<br />
Serviço 1 O do Hospital de S. José (Traumatizados<br />
Craneoencefálicos). Nunca antes, poderiam<br />
sequHr Fmag·inar, a rea:Hdade anterior dos doentes<br />
que uns meses depoiS' entram pe·la porta do<br />
departamen~ de Terapêutica Ocupacional ou de<br />
Actividades da Vida Diária, com um aspect·o bastante<br />
diferente!<br />
Aí, mais uma vez me pareceu oportuno, chamar<br />
a atenção para o pape·I do enferme·iro especialista<br />
em reabilitação. Acredito que «este facto»<br />
foi marcante para aque·le grupo.<br />
Isto que vos conto, serve apenas para 1ilustrar<br />
e dar força a uma 1 idei·a que vos queria transmitir<br />
e em que acredito fortemente: A interdisciplinaridad'e<br />
na formação dos técnicos é U1ma<br />
forma racional de aprove·itamento de recursos, e<br />
. criadora de condições favoráveis para um futuro<br />
trabalho em equipa .<br />
A equipa pedagóg ica multidiscipHnar a que<br />
os ang·lo-saxões chamam «team teaching», entre<br />
várias vantagens apresentadas por Shapl·ice e<br />
Olds *, referem uma que me parece de particular<br />
·interesse :<br />
- Constitui para os próprios membros de<br />
equipa uma situação de formação per:manente<br />
('interformação) porque obriga à<br />
aprendizagem da cooperação, a criticar, a<br />
ace 1 itar a crítica, etc.<br />
O enfermeiro especiaVista, pelo facto novo de<br />
lhe serem atribuídas funções de ensino, para as<br />
quais !lhe é exigida preparação em pedagogia,<br />
1<br />
tem à sua frente oportun·idades e responsabilidades<br />
novas.<br />
Como educador que é, ele vai ser cada vez<br />
ma·is so'licitado a intervir junto do· pessoal com<br />
quem trabalha de uma forma planeada ou não,<br />
tanto em formação regular, como em educação<br />
permanente.<br />
A questão é esta: Que resposta vão dar os<br />
enfermeiros de reabiHtação? É evidente que nem<br />
todos terão oportuni·dade de participar em formação<br />
regular de outros técnkos; mas na formação<br />
em serviço? Em educação perm·anente, em<br />
1<br />
reuniões mais ou menos formais ou simplesmente<br />
no S'eU contacto do dia-a-dia ? Não terá uma<br />
palavra a dizer? E a ouvir?<br />
Penso que devemos justiça à Escola por onde<br />
todos passámos no que respeiita aos horizontes<br />
novos que nos abriu a «todos» sem excepção<br />
no que respeh·a ao trabalho 1interdisciplinar (ou<br />
em equipa).<br />
Num momento de viragem, que (quer queiramos,<br />
quer não) a apHcação do Decreto-Lei<br />
n.º 305/81 introduziu ·na nossa vida profis·sfonal,<br />
vale a pena reflectir sobre a fo ma como temos<br />
utHizado essa «mensagem», essa «proposta» que<br />
a Escola de Reabiliitação lançou a cada um de nós<br />
no que respe·ita ao trabalho em equipa.<br />
Em tempo de mudança, temos uma oportun·idade<br />
óptima de po~mos a render aquilo de que<br />
dispomos (e é muito). Neste momento está a<br />
ser eX'ig·ido aos enferme'iros especiaHstas um<br />
esforço suplementar de formação (pedago;,ia e<br />
admin·ístração), mas também, não esqueçamos,<br />
uma oportunidade óptima de valorização e afirmação<br />
profissfonal.<br />
Com todos os defeitos, que a formação dos<br />
e,specialistas (a níve·I pós-base) possa conter, ela<br />
está apesar de tudo muito avançada em relação<br />
á de outros técn·icos de saúde.<br />
Isto não nos ·deve servir para a luta pe·lo<br />
«podem (em minha opinião), mas deve conferir<br />
-nos um poder novo: de ·intervenção, de informação,<br />
de estabeleoimento de uma refação de ajuda<br />
mais eficaz, de ·diálogo com os outros com quem<br />
traba:hamos.<br />
O objectivo último do nosso trabalho - o<br />
doente, utente, assistido - beneficiará pela certa.<br />
1<br />
Tal como tinha prevenido no i:nício, não vos<br />
1<br />
disse nada de novo. Apenas tente·i comun·icar<br />
algumas preocupações, que estão longe de ser<br />
exclusivamente m·inhas, e sobretudo, parti 1 lhar<br />
convosco a convicção baseada na esperança que<br />
tenho, de que é possível melhorar «sempre».<br />
E acredito nisto, porque o experimentei Diir<br />
-me-ão: na situação académica é mais fãdl do<br />
que no dia-a-dia junto do doente e na «engrenagem»<br />
dos serviços. ~ possível, mas quanto mais<br />
diluídas forem ·as frontefras (e não só entre os<br />
outros e nós) mas também entre estas três realidades:<br />
ensino/ prestação de cuidados/gestão dos<br />
serviços, maiis probabilidades temos de melhorar<br />
a nossa acção, e, volto a dizer, o beneficiado<br />
será o utente ... e a nossa satisfação profiss·iona1I<br />
serã maior.<br />
Parece-me estarem cri·adas algumas condições<br />
favore·cedora-s de mudança, assim nós as ·saibamos·<br />
agarrar.<br />
E isso depende de todos nós, sem excepção !<br />
RESUMO<br />
Partindo de uma reflexão sobre as novas exigências<br />
de formação nas áreas de pedagogia e administração<br />
para desempenhar as funções inerentes ao grau 3 da<br />
carreira de enf,e·rmagem e . das atribuições contidas no<br />
artigo 5.º do Decreto-Lei 305/81 ; tenta-se desmistificar<br />
alguns «tabus» que tem prejudicado o trabalho em ·equipa,<br />
muito concretamente no que respeita às r.elações entre<br />
enfermeiros de reabilitação e outros técnicos de reabilitação.<br />
SUMMARY<br />
Based on considerations about the new educational<br />
requir.ements in teaching and administration for the grade<br />
3 posts of the nursing carreer and the functions legaly<br />
atributed, the author tries to argue against the myth of<br />
some tabus that hinder team work - specially between<br />
rehabilitation nurses and r,ehabilitation sp·ecialists.<br />
A report is given on a teaching ·experience of a<br />
rehabilitation nurse specialist with ocupational therapy ·<br />
students.<br />
The author shows some of the advantages of multidiscipli<br />
nary contacts during learning experiences and<br />
demonstrates that the dialogue impossible apd useful<br />
both to profíssjonals and to clients:<br />
•<br />
* «Educação permanente e formação dos professores»,<br />
de António Simões.<br />
20<br />
21
A Informática nos Serviços<br />
da Alimentação <strong>Hospitalar</strong><br />
enfe·rmarias, a qualidade pobre das refeições, limpeza<br />
e apresentação, temperatura a que são servidas,<br />
enf·im toda a organização em geral. Contudo,<br />
poucos· para além dôs envohridos no processo,<br />
conhecem a complexidade ex1istente num<br />
departamento de dietética e a1l1imentação, particularmente<br />
no que refere às dietas que são necessárias<br />
preparar.<br />
Convencional<br />
Dis1ibui9ão<br />
No sentido de providenciar uma mais adequada<br />
nutrição, não apenas aos doentes com<br />
necessidade de dietas especia1is mas· a todos em<br />
gerai!, e minimizar parte dos problemas atrás<br />
referidos, vári·os tipos de s!istemas de alimentação<br />
tem surgido. Presentemente, segundo o qu.e<br />
apurámos, o·s mais' usados ·são os indicados no<br />
diagrama seguinte:<br />
Enferrraria<br />
M. J. DE MATOS BARBOSA*<br />
Rede Congelada<br />
Alirrentos ___..,<br />
Armazenados<br />
furrf 00 ---~ ~n~~~~to -- Distribuição-~Pegeneração -.> ~ermaria<br />
Palavras chave: Informática, Dietética e Alimentação<br />
<strong>Hospitalar</strong>, Software, Hardware, «File».<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
O campo da medicina é sem dúvida aquele<br />
que todos nós mais desejamos ver evoluir téon-ica<br />
e cientificamente e, talvez por ·isso, todos quantos<br />
a ele estão ligados· procuram, 1individualmente ou<br />
corporativamente, com· o conhe·cimento que vão<br />
adqukindo sobre as novas tecnologias desenvolvê-lo<br />
o mais rapidamente :possíveL As·s·im,<br />
novos e presum ·ive~mente melhores métodos de<br />
terapêutica,. diagnóstico e gestão hospitalar .estão<br />
surg1tndo constantemente em cada ·número publicado<br />
das revistas das várias especialidades do<br />
campo médico e gestão hospitailar. Isto obriga<br />
aos médicos e gestores hospitalares à tarefa contínua<br />
d'e· usarem a sua acumulada experiêrida para·<br />
avaliarem e aprendere·m o melhor uso das· ·inovações<br />
que vão surg·indo. o aumento constante da<br />
util'ização de s·istemas ·•nforimáticos :no ·campo da<br />
medioina vem tornando mais fádl e eficiente o<br />
armazenamento e acesso ·dos dados s·obre o·s<br />
doentes permitindo, com ª' informação recolhida<br />
extens·ivamente no dia-a-dia pelos me·ios 1informáticos,<br />
aval·iar me·lhor a prática médica e conseguir ,<br />
uma mais eficiente gestão hospitalar.<br />
Para todos aqueles que se inioiam no campo<br />
da informática médica, a enorme dive·rs·idade de<br />
sistemas que encontram tem como resultado dar<br />
-lhes uma ·impressão da existência de uma certa<br />
anarquia nesta área. Não apenas o leigo mas<br />
também o ma·is experiente no campo tem dificuldade<br />
em avaliiar os muitos s·istemas· ex·istentes,<br />
sejam eles para: o registo de doentes, diagnósticos,<br />
exploração laboratorial ou cuidados dínkos.<br />
Encontram-se: grandes s1istemas informáticos<br />
centralizados, pequenos sistemas rmplementados<br />
em microcomputadores, 'S'istemas distribuídos em<br />
rede, etc.<br />
22<br />
A velocidade com que este campo se está<br />
expandindo é verdade·ira:mente vertiginosa e superior<br />
a qualquer outro. Durante a última ·dé·cada<br />
podemos observar o ·aparecimento de s·istemas<br />
divers·ificados em substiituição de quase todos os<br />
grandes sistemas ·informát!icos ·integrados, minicomputadbres<br />
substituídos por ·microproce•s1sadbres,<br />
drcuhos .lóg 1 i1oos implantados: nos próprios<br />
doentes ou ·integrando a ·enorme var.i·edade de novos<br />
instrumentos clínicos. Não há nin~ué·m, ce·rtamente,<br />
que ainda possa pôr em dúvida o enorme<br />
impacto que1 a ·~nformática está tendo na medioi·na<br />
e g·estão hospitalar ou c·onseguii.r não ser confrontado·<br />
no seu dia-a-dia com a utiHzação dos computadores.<br />
Por conseguinte a modernização de departamentos<br />
como o da alimentação e dietética<br />
hosipitailares não poderão fugiir à regra, a sua<br />
modernização terá que forçosamente ser feita<br />
·com o auxílio da ·informática.<br />
2. SERVIÇOS DE ALIM.ENTAÇÃO E .OIETÉTICA<br />
HOSPITALARES<br />
Para além dos cuidado·s médi·cos e de enfermagem<br />
o fornecimento ao doente de uma alimentação<br />
cuidada constitui, sem dúvida, um dos<br />
principais factores que ma1is podem beneficiar a<br />
sua recuperação. Tirando as refeições, apenas as·<br />
horas de visita podem ·constituir um ·motivo agradáve·I<br />
durante o período de :internamento num<br />
h ospitail.<br />
No nosso País, como em qualquer outra parte<br />
do mundo, a aHmentação hospitalar é quase sempre,<br />
em.bora muitas vezes por pessoas que nunca<br />
estiveram hospitalizadas, rotulada ·de má qual'idade<br />
particularmente na servida nos grandes<br />
hospita1is. Tradicionalmente as críticas apontam<br />
para: os enonmes desperdícios de comida nas<br />
* Professor convidado de Biomatemãtica da Faculdade<br />
de Medicina de Coimbra.<br />
Rede Fria<br />
Conveniência }<br />
Alirrentos numa<br />
Eb:rna Conveniente<br />
Arrefecirrento ~ Armazenarrento --Distribuição --Regeneração ~ferrraria<br />
a 2°c<br />
Desidratado ---Armazenarrento Seoo--:a-Rehidrataào<br />
Enlatado<br />
Congelado---~<br />
Frio<br />
Pré-Preparado--· Em Frig .N::lrrnal--•llt O:>zinhad.O<br />
Figura 1 -<br />
3. SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO E DIETÉTICA<br />
DO H.U.C.<br />
O Serviço de Alimentação e Dietética do Hospital<br />
da Univers·idade de Coimbra (H.U.C.), dirig1ido<br />
pela Professora He·lena Saldanha, vem util·izando<br />
desde 1980 o sistema 1de rede triia (cook<br />
- 1<br />
-1<br />
li<br />
li<br />
li<br />
Sistemas de alimentação<br />
Seco~~cido<br />
a-lffC Regenera.:-===~§~~Enfennaria<br />
ichill). Em média são servidas diariamente: 14<br />
tipos de dietas e cerca de 1600 almoços a doentes<br />
e funcionários, estes através de um «self-service».<br />
A ·reco·lha de f1ichas, estabelecimento de ementas<br />
e programação da ·confecção é feita com uma antecedência<br />
de 48 horas de acordo com um plano<br />
estabelecido no seguinte diagrama:<br />
ESTABELECER EMENTAS RECOLHA PEDIDOS SOBRE FICHAS INDIVIDUAIS RECA.fITULAÇÃO<br />
~ PRDGRAl!A DE CONFECÇÕES >Al'RDVISIONAMENTO DE l!ATtRIAS PRil4Afl<br />
CONFECÇÃO<br />
i<br />
ARREFECIMENTO ros BULKS<br />
NA CELULA<br />
i<br />
ARMAZENAMENTO EM C.AMARA FRIGOR1FICA<br />
01! a 311 e<br />
CONFECÇÕES DIETETICAS -----·-<br />
i<br />
RESTAURANTE PESSOAL<br />
i .<br />
PREPARAÇÃO<br />
LEGUMES<br />
PREPARAÇÕES<br />
CARNE E PEIXE<br />
AlUiAZEM E<br />
DESPENSA<br />
PREPARAÇ0ES FRIAS: SALADAS, SOBREMESAS, FRUTAS<br />
---• EMPRATAMENTO E ACONDICIONAMENTO TABULEIROS<br />
.---~~~--J<br />
'<br />
í .<br />
TRANSPORTE ---. REGENERAÇÃO / DISTRIBUIÇÃO<br />
DISTRIBUIÇÃO<br />
l·<br />
L-----------------+ RETORNO À LAVAGEM CENTRAL<br />
Fig. 2 -<br />
Plano de execução e distribuição do serviço de<br />
alimentação e dietética em uso no H.U.C.<br />
1<br />
23
4. INFOR:MATIZAÇÃO DO ACTUAL SISTEMA<br />
Com base no actual s:istem,a, procedendo<br />
apenas a algumas alterações, váriio-s sectores<br />
poderiam se·r ·informatizados e me·lhorar grandeme·nte<br />
·o seu funcionamento. O s·istema re-sultante<br />
ficaria de ·acordo com· O- seguinte organigrama.<br />
Os circuitos a informat•izar são representados pe-ta<br />
Hnha tracejada.<br />
s.<br />
H. u. e.<br />
SERVIÇO<br />
A l l ME NTAÇ l O<br />
··-·······--····--···-·······-·······················<br />
Nome--· Cama<br />
---·----····-----=------------ N.O ·············-·-<br />
ALMOÇO<br />
..<br />
Distribuição ..,, ~'-------' Enpratarrento i.i-<br />
..<br />
,.<br />
\ Ficha<br />
Ibentes !-:> de<br />
.<br />
--- ~sição<br />
...<br />
-<br />
Zona Fria<br />
f<br />
L--------' 1<br />
1 .•<br />
1<br />
i<br />
~<br />
~<br />
·---<br />
J; ..... __________<br />
/,'<br />
Enfe.nnagem<br />
•<br />
1<br />
•<br />
~<br />
1<br />
' L-----il 1<br />
1<br />
1<br />
f<br />
1<br />
1<br />
' 1<br />
' f<br />
1<br />
1<br />
1<br />
Ccnfecção<br />
'<br />
' 1<br />
1<br />
Denartammto 'lécni .... - - - - - - Cbrr!?Osicão<br />
00 :,....,_,_ - é"-, . ' dos Pra~s<br />
e .t1UlLLL<br />
r----.Jlo...--<br />
1<br />
..__------~. ------'<br />
.. U,.L~trati V0 - 1 ..____ ~<br />
~--'----------- ___ :<br />
1- - - - Carposição<br />
~ aa 01eta<br />
...._<br />
-<br />
1<br />
1<br />
-----.. nãrios<br />
Self-Service '"-----~-~ 1 ~,<br />
.,._ - ____-i~spensa s.•-___ _, Al:mazém<br />
do "<br />
Dia<br />
' ..<br />
'<br />
1<br />
,----- ---------- .l<br />
1<br />
1<br />
1<br />
1<br />
,<br />
...<br />
.<br />
1 '<br />
Fig. 3- Siste:ma de alimentação e dietética informatizado<br />
Infonnatizad::>-,...- - - - - - - -<br />
-<br />
1<br />
s.<br />
CARNE P E 1 X E SUPLEMENTOS<br />
t<br />
•<br />
17<br />
··-<br />
t •<br />
17 Zll<br />
a 10 ..<br />
•• • 'º<br />
,. ••<br />
s li<br />
•• .,. s tt H Z7<br />
• •• ao •• •<br />
lZ -•o ••<br />
• .. •• •• •<br />
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• , . •• so<br />
7<br />
•• •• ••<br />
7 ••<br />
as St<br />
•<br />
i• •• • ,. a•<br />
H. u. e.<br />
SERVIÇO<br />
POBRE EM-FIBRAS<br />
SEM SAL<br />
llll&EMTAÇlO<br />
----···--··---··-··-····-·········· ···-<br />
Nome --------·--- Cama N.o -····-·-<br />
.<br />
JANTAR<br />
CARNE P E 1 X E SUPLEMENTOS<br />
-<br />
•<br />
17<br />
•• ' •<br />
17<br />
•• HIPOGALÓRIGA-<br />
. 10<br />
• •• •• 'º , ••<br />
• " ••<br />
&7<br />
·SEM SAL<br />
,. 17 .. •<br />
ao<br />
. •• ••<br />
ao ••<br />
, Ili<br />
•• •• . •• ••<br />
• •• u M<br />
• , •• ao<br />
7<br />
•• ªª<br />
., 7<br />
•• ªª ••<br />
.. .. •<br />
' •• . • ª'<br />
.... .<br />
·""""<br />
H.U.C.- Mod, 1073·8-5000 ex.-Tlp. Papaltlpo•Pvntlo·A~eler<br />
Fig. 4 -<br />
seguir é inserido um exemp~o do ti-po de fi·cha<br />
a elaborar. As fichas para o almoço e jantar seriam<br />
idênnicas no conteúdo, havendo a diferenciá<br />
-las ape,nas a cor do papet<br />
Dois exemplos das actuais etiquetas usadas no<br />
H.U.C. para o fornecimento de di,e:tas<br />
Alimentação norma 1 I<br />
Identificação do doente (nome, número de<br />
identificação). Endereço no hos.pital ( enfenmaria,<br />
cama número ... ) :<br />
No actual s·istema o ci-ol'O de variação das<br />
refe·ições é de 15 dias e é ajustado de 3 e·m. 3<br />
mese·s de ·acordo com a ex·istência de vários<br />
pro 1 dutos da época, o que permite ao· doente uma<br />
substancial variiação, dado que a média de perma- _<br />
nência no hospita·1, é cerca de 14,7 dias. Neste<br />
aspecto, julgo não haver nada 'ª apontar.<br />
Presentemente, após o 1 internamento do doente<br />
o médico informa o serviço de enfermag·e·m qual<br />
o reg·ime de alimentação ·a forne·cer-lhe. Se -requer<br />
dieta o próprio serviço de enfermage·m, na enfermaria,<br />
preenche um dos cartões, relativo à dieta<br />
em causa. Este é entregue 'ªº serviço de distribuição.<br />
O e!mpratamento é fe·ito segundo a cor<br />
do cartão e a refeição é completada co-m o·s<br />
suplementos especificado·s (ver exemplo na figura<br />
·seguinte) :<br />
24<br />
Com o sistema proposto poderiam existir as<br />
seguintes fichas: uma para a so:ficitação do pe~<br />
queno almoço, 'ª qual era preenchida apenas no<br />
'Primeiro dia de 1internamento, outra para a soHcitação<br />
de almoço e jantar de doentes sem· dieta<br />
e outras para as várias dietas.<br />
A ficha para o pequeno a:lmoço conteria, para<br />
alé,m da 1 identificação do doente e o ,seu endereço<br />
no hospital, a variedade de componentes ofere'Ci-<br />
1dos para o pequeno almoço". Exemplo: café, feite,<br />
sumo, água, queijo, manteiga, co·mpota, iogurte,<br />
. etc ... O doente es'Co.lheria a bebida da sua preferênci.a<br />
e o·(s) componente(s) para acom'Panhar<br />
• o pão, etc ...<br />
No que refere às principa-is refeições para<br />
doentes sem dieta a ficha discrim·inaria, não nece-ssaria<br />
me·nte muito detalhado, mais o suficiente<br />
para permitir ao doente 1indicar os aHmento·s de<br />
sua preferência e as quantidades pretendidas ; a<br />
Código Descrição Quantidades<br />
SP Sopa Y2 1<br />
PR<br />
Prato<br />
PX -Peixe Y2 1<br />
CA -Carne Y2 1<br />
GA - Galináceo Y2 1<br />
LG Legumes Y2 1 2<br />
SL Salada Y2 1 2<br />
OT<br />
SM<br />
Outro·s<br />
A -Arroz Y2 1 2<br />
B - Batata Y2 1 2<br />
M -M·assa Y2 1 2<br />
F - Fe1ijão Y2 1 . 2<br />
G -Grão Y2 1 2<br />
Sobremesa<br />
F - Fruta 1<br />
D -Doce Y2 1<br />
Q -Queijo Y2 1<br />
y -Yogurte Y2 1<br />
25
l i<br />
)i<br />
' i<br />
11<br />
1:<br />
i<br />
ii<br />
'<br />
'<br />
:<br />
1<br />
i<br />
1<br />
'<br />
i<br />
1:<br />
BB<br />
Bebidas<br />
A -Agua 1<br />
L -Leite 1<br />
s -Sumo 1<br />
TP<br />
Temperos<br />
s<br />
~<br />
-Sal Y2 1<br />
M<br />
A<br />
MA<br />
Com uma fücha deste tipo o doente, ou alguém<br />
por ele, teria apenas de assinalar com. um círculo<br />
em volta da quantidade pretendida relativa aos<br />
·componentes pretendidos. Como as e·mentas são<br />
fe·itas com uma antecedência suficiente para· pê'i'-'<br />
mitir 'ªº serviço de enfermagem conhecer todos<br />
os componentes a ·inserir na refeição, estes poderiam<br />
fac 1 i:lments assinalar os componentes não<br />
ex 1 istentes, evitando que o doente escolha algo<br />
. que não possa ser servido.<br />
A seme-lhança das fichas para requerer refei-<br />
. . .<br />
ções normais seria fáci-1 projectar outras fichas<br />
corresponde·ntes a cada uma das dietas ex-istentes<br />
e nas quai·s deveria haver discrim·inação dos componentes,<br />
com as várias quantidades, à semelhança<br />
da fücha anterior. Por exemplo:<br />
PX-Peixe<br />
SL-Salada<br />
F Frito<br />
M - Mi'sta<br />
c - Cozido<br />
T-Tomate<br />
G - Grelhado<br />
A· Alface<br />
CA-Carne<br />
AG ·-Agrião<br />
P - Porco<br />
L~ -Legumes<br />
V- Vaca C - Couve<br />
B - Borrego<br />
CE - Cenoura<br />
F - Frango<br />
N - Nabiça<br />
Estas fichas seriam reco-lhidas· co·m a antece~<br />
dêncía suficiente para transcrever para o computador<br />
·os e·le:mentos s9lfoitados. A transcrição a<br />
fazer consistiria da 1identificação do doente e do·s<br />
. vários códigos dos componentes escolhidos· seguidos<br />
da quantidade pretendida. Por exemplo:<br />
Nome ..................... ou n.º do doente ........... .<br />
Almoço; SP-1; PX:F-1; SL:M-1; OT:A-Y2; SM:y-1;<br />
· BB:S-1; TP:S-Y2, A-1.<br />
Com esta ·informação o computador poderia,<br />
quando sol'i-citado, fornecer as necessárias etiquetas<br />
referentes ·aos componentes da refeição escolhida<br />
por cada doe:nte, cujas secções· se poderiam<br />
separar por forma a entre·gá-las à posição<br />
-Molhos Y2 1<br />
-Aze·ite Y2 1<br />
- Manteiga Y2 1<br />
correspondente no sector ,do empratamento. Uma<br />
das secções da 1 informação, escrita pelo computador,<br />
conteria: a identificação do doente, o seu<br />
endereço no hospital e numa descrição completa<br />
da refeição. A 1seguir é dado· um. exemplo, de<br />
«output» re·lativo a um almoço para um determinado<br />
doente que requeresse dieta:<br />
Almoço Quinta-Féira 29-3-84<br />
NOME ...... Enfermaria n.º de Cama<br />
- Dieta Sodium-Potass·ium<br />
Quantidade Descrição Conteúdo<br />
1 Sopa Sodh,irn-Potassiu1m<br />
Y2 Peixe Frito Sodium<br />
· 1 Sa·lada mista Sodium-Potass1ium<br />
Arroz<br />
etc.<br />
Yogurt · -<br />
Sumo<br />
-<br />
Sal<br />
Aze·ite<br />
' Fig. 5 -<br />
SOPA<br />
1<br />
M<br />
l<br />
BEBIDAS<br />
s<br />
l<br />
.<br />
PRATO<br />
PX.F<br />
v2<br />
ourros<br />
A<br />
V2<br />
.TEMPEroS<br />
SA<br />
1/2 112<br />
LEG!.MES ·.<br />
SOBREMESA<br />
V<br />
l<br />
Exemplo da ·informação saída do computador<br />
Os quadrados ·estartam limitack>s não por traços<br />
mas. por picotados. no próp·rio pape 1 I de «output»<br />
os. quats trari 1 am já ·i·mpriesso a designação de:<br />
Sopa, Prato, Legume'S etc ... A.s letras e números<br />
em larg·as. d•mens'Ões são fáceis de obter mesmo<br />
em equipamento sem· saída ·de gráficos frriprimi·n-<br />
"<br />
do-se cada ·letra ou cada<br />
forma:<br />
AA 11<br />
AAA 111<br />
AAAA 1111<br />
AAAAAA 11<br />
AAA AA 11<br />
AAA AA 11111<br />
,<br />
numero da seguinte<br />
Para uma me'lhor ·exp 1 loração o ·ideail seria<br />
instalar um terminal, l·igado ao computador em<br />
cada enfermaria, podendo o próprio pessoa·! de<br />
enfermagem fazer localmente a transcrição das<br />
solicitações dos seus doentes. Todavia, enquanto<br />
não for possíve 1 I a 1 i·nstalação de um terminal em<br />
e-ada enfermaria a transcrição far-s·e-ia em dois ou<br />
três terminais concentrados na s·ecção técnica e<br />
administrativa.<br />
5. SOFTWARE DO SISTEMA A IMPLEMENTAR<br />
Os principais programas e «files» a desenvolver<br />
bem co'mo a sua relação é esquematizado no<br />
diagrama que ise segue:<br />
:Relação<br />
àe<br />
1-Enus<br />
1<br />
/'<br />
File<br />
.<br />
Ciclo<br />
àe<br />
Menus·<br />
File<br />
y<br />
'<br />
Actividade<br />
Cllnica<br />
~<br />
File<br />
'<br />
Situações<br />
E~iais<br />
File<br />
:ara o doente<br />
1<br />
File<br />
Fig. 6 - Principais programas e «files» do softwdrie<br />
· a implementar<br />
5.1 . Definição dos vários programas e «files»<br />
a) Relação de Menus: com a ajuda do programa<br />
de Refação de Menus, será fácil<br />
arranjar uma re·lação de todos os menus<br />
e ·depois fazer ·a selecção que for ·desejado.<br />
Na respectiva «fi.le» seriam armazenados<br />
todos os menus, descrevendo<br />
os seus conteúdos, bem como, nomes<br />
de dietas e suas compos,ições, definição<br />
1<br />
das quantidades estabelecidas etc .. .<br />
b) Ci,clo dos Menus: o ciclo dos menus conterá<br />
todas as refe·ições servidas em determinado<br />
período, que poderia continuar<br />
a ser o me·smo já existente. A<br />
1<br />
duração do ciclo é facilmente estabeleddo<br />
·através do computador. A «füe»<br />
relativa ao C'iclo dos menus conterá<br />
assim todos aqueles que podem ser<br />
servidos durante o ·c:'ido estabe1lecido.<br />
Por exemplo, re·lativamente a cada<br />
ref.e·ição se·rvida, os seguintes items<br />
podem ser armazenados:<br />
- Referência ao dia do 1mês quando<br />
a ref.e·ição pode ser forneoida (O= todos<br />
os dias, 1 a 15 re·liativamente aos di·as<br />
de 1 a 15).<br />
- Definição da refe·ição ( exempfo,<br />
PA-pequeno almoço, AL-a:l:moço, JA<br />
-jantar, T-todos etc ...).<br />
- Códigos dos ·componentes<br />
(exemplo SL = salada).<br />
- Definição das dietas quanto à<br />
1<br />
a p1lica bilida de.<br />
1<br />
- Nome da refreição e sua descr·ição<br />
permit·indo descrever a refeição pedida<br />
em código pelo doente.<br />
- Definição das dietas quanto ao<br />
conteúdo nutritiivo dos componentes.<br />
O programa da re·lação dos menus<br />
poria nesta «file» toda a 1informação de<br />
interesse contiida na «file» do ciclo de<br />
menus. Qualquer alteração desejada<br />
será possível fazer em qualquer momento.<br />
e) Acti·vidade Clínica: este programa e re'Spec'biva<br />
«füe serão necessários para<br />
conhecer ·o endereço do doente no hospital<br />
(exemplo: enfermaria, n.º da cama<br />
etc ...) data ·de ·internamento, tipo de<br />
alimentação etc. .. Estes dados são<br />
1importantes não só p·ara a distribuição<br />
correcta ao doente como também para<br />
controlo da 1administração.<br />
d) Situações Especiais: este programa e<br />
«file» destinar-'Se-ia a doentes em s1ituações<br />
espeoia.is. Exemplo: os iinternados<br />
1<br />
1com menos de 48 horas aos quai·s é<br />
necessário servir refeições requis 1 itadas<br />
sem a antecedência estabeleoi·dia.<br />
A<br />
1<br />
informação recolhida será do me'Smo<br />
tipo que a descrüa na alínea anterior.<br />
li<br />
i'<br />
26<br />
27<br />
I'<br />
li
i<br />
i<br />
:<br />
!<br />
:<br />
1<br />
'<br />
1e) Requis.ição de Refeições: comio foi expl!i<br />
·oado atrás, a .s.ol:ioirtação das ire·fieiçõe1s<br />
é fe,ita pela quantidade e tipo dos prinoiipa<br />
1~s oo miponentes que compõem e sisa<br />
1nefieição. Esites dados ipode·m 1s1er 1iinse<br />
·r;dos no computador, .1ocail1m:ente ou<br />
numa forma central'izada. O programa<br />
deve propor.a1onar o 1aiparecim1ento, no<br />
ecr.an do terminal, de uma 1im1agem<br />
s:emelhante à ficha de sol1ioitação da<br />
refei·çã.o. O 1mesmo progr.ama s1er.ia<br />
usado pair1a o caso das di.etas. Ele<br />
poderá infor.mar sie o doente não necess1ita<br />
de ser al1rom1entado nes.ta ou naquela<br />
1ref,eição ou pa1ria um detierm1i1nad'o período.<br />
Est·e iprog.naima de1vie ipropordonar<br />
também, que a dietista poss1a fazer<br />
·S10Hoit1ações, por form1a a dar-.lhe, em<br />
determ1iinado mo·mento, a 1in.f1orm1ação<br />
·sobre todos os doentes eX1ist1entes<br />
numa detJer:m1inada 1en.fermairi1a. (iiinformação<br />
1existiente na füe de 1act1ividade<br />
clín1ic:a) bem oomo os doentes ·e meiondições<br />
esipeoiais (•inforimação 1ex·istente<br />
1<br />
na fü.e siituações e·speciai1s). Poderá<br />
iobt1er uma ·liistJa com os nomes, segu1.<br />
dos da ,jnfiormação relativa 1ao pequieno<br />
almoço, .almoço 1e jantar desses do0entes.<br />
f) Pré-Produção: os Serviços Técnicos Adm1in:istrativos<br />
poderão obter, quando oonvenii1en1Je,<br />
l1i1sta:s rielatiiivia:s às refe·içes ou<br />
a uma em pairticul·air, oontendo todas ·as<br />
quantidades requeridas pair:a a ·sua confecção<br />
que as entreg 1~,rá ao s•ervii·ço de<br />
·ooziinha e armazém paira 1ai prep·air1ação<br />
dessas flefieiçõés. Claro que a 'Vii,abüidade<br />
des1sa 1iinfiormação é tanto m1e1lhor<br />
quianto ma11s próx1i:mo for do tJempo<br />
Hmitie 1imposto, pois poderã·o surg·iir<br />
altieriações de úl~ima ·hoiria. No enitanto,<br />
·este proginam.a poderá produzir uma<br />
.niov.a l1ista actual1i:zada ou· s1i1mplesmente<br />
as diferenças se for caiso di1sso·.<br />
6. HARDWARE NECESSÁRIO<br />
Como foi referido atrás o ·ide1al sier.ia instalar<br />
um te,rm·inal do computador e•m cada 1enfermar.ia<br />
ou 1s·erviiço, ·os ·quais ·s,eriam Hgados a um oompu-<br />
1Jador oentral 1instalado nu:m lugair coniveniieni1Je.<br />
Contudo, se econiomi1cam1ente não for \fliávie.I já<br />
que1<br />
oada terminal custará um montante de 200 a<br />
250 m'i'I escudb1s, bastari·a i1nstalar junto ao computador<br />
o mínimo de 3 terminais pa1ria entrada de<br />
dados. e um1 outro mais uma ·impressora junto ao<br />
serviço de coziiin h:a e dietéttiJGa . O com potado r a<br />
1instalar deverá ter pelo menos 0,5 Mb de· memória<br />
ce:ntral, com acesso directio, no caso de· i:ns.ta·lar<br />
centralmente 3. ou 4 terminai!S. Mas se for ·instalado<br />
um terminai! por serviço ou enfermaria então a<br />
.m1emórii1a central devierá aumentar piara 1,0 Mbyte.<br />
A oapa.oidade no disoo a .instaliar deverá tier pelo<br />
·menos de 20 a 25 Mbytes. Se1rá eionven:1ente inst·alar<br />
um,a :impressora, de prefeirênoia do tipo<br />
«·daiisy whe·el» oom uma v 1 e1looid'ade de ·e.scriita<br />
não .infierior a 300 LPM. Também seriia oon·veniiente<br />
.instal,a:r um1a unidade de l0e1stuira / ·s:aíida de<br />
«disquietes», a qual sie.rvi·ria paria. ar·maz 1 enair «:OFF<br />
-LINE» 1informação menos niecessá1riia. 6stas di1sqU!etes<br />
1S•e.rviriam para air:m1aiz,enaimento de ,lon·ga .<br />
duração 'ª de «back-up» aio s1istema, nio· oaso de<br />
falha deste.<br />
Seria também da máx 1 ima necess:idade conse<br />
.guir uma alternat1i1va de substituição ·em caso de<br />
ava1nia prol.ongada do s·i.stema. Esta ,iimergênoi.a<br />
poderia s 1e1r g:airnnti.da por qualquer sistema ex11st:Jente<br />
na áre1a 'ª para 10 qual o «software» desien- ·<br />
· volv1ido deve·rii1a sier tambéim adaptado. Uim organigliama<br />
si,mp·llif:ioado da rielação do computador<br />
com 0S principa~is sectores 'ª servir terá o seguinte<br />
1<br />
1aspecto:<br />
~<br />
7. OBJEiCTIVOS<br />
Os pirinoipa1i1s objectiv1os, da utiVização dos<br />
·m1ei'Os 1informátioos 1ref·eriiidos, 1lendo em oonrtia as<br />
várias vantagens relativam·ente 1aquie·las p,resentie·-<br />
1m1ente ut1i1l·izados po·dem resum1ir-se nos segu·intes<br />
pontos de v1ista:<br />
Doentes - ,M1aiior pois1s1ibiHdade de escolha 1e<br />
um s1erviço m1aii·s efiioi1entJe.<br />
Serviço Técnico e .Dietista - Babo.ração<br />
rápida de .m1en·us. Hesierva imediata e oorrecta dos<br />
oomponentes neoessá1rio1s pana c1onfecção das<br />
·refeições.<br />
Administração - P1r:odução de dado·s .eistatís<br />
·ticos a qualquer momento.<br />
1Arovii:sõ;es mati1s preoi151a1s. Controlo de stocks.<br />
Mais disponibi1l1idade de m.ão-de-obna 1em al1gunis<br />
s·ecto1r.es. M a:is fadllidade para ex~e,roer um oontr0il10<br />
adequado. Hedução de 1 desipe.rdk1iios.<br />
8. OUTRAS APLICA.ÇõiES<br />
1Pairia além das •apl'icações rie·~eridais, os mesmos<br />
m·eios ·informáti!oos poderi1am fiaci·lm1ente ser<br />
usados, entre ouitra.s, paria as s1eguinte1s aipHcações:<br />
1<br />
- Prddução de dados 1estatís'bicos e análises<br />
comparativas;<br />
-Contriolo de Stocks;<br />
- Planos de 1aprovis1ionamento;<br />
- Anál1ise de c:us:'bos;<br />
- Plan10 de :acti·Vli:dades;<br />
- Fiactuiração;<br />
- 1Elaboração de oirçamentos;<br />
UNIDADE CENTRAL DE MINICOMPUTADOR<br />
-Com 0,5 MBytes de Memória Central ... ... . . . ...<br />
-Com 1,0 MBytes de Memória Cen~ral ... ... ... .. .<br />
- Multiplexador .. ... ... .. . ... ... ... ... ... ... ... .. .<br />
-Cada terminal (VOU) simples ... ... ... ... .. . . .. ...<br />
/<br />
.. .<br />
...<br />
.. .<br />
...<br />
9. VANTAGENS<br />
- M1aii.s rapide·z ,9 ,ef.i.ciência n a elaboração de<br />
:menus;<br />
- Maior ipossiibiHdade de esool ha para os<br />
doentes;<br />
- Es'bim1ativas pre.oi·sas das qu1aint+dad es neces.sá1rii1as<br />
piara as riefeii.çõe1s norim1ai1s e<br />
diet·as;<br />
- Uim melhor oontrolio de stocks;<br />
- Aiprovisfonam1entos mais adequados às<br />
nieoess:id ades;<br />
- Produção rápida de dados estart:í·sticos,<br />
sempr·e que ·req uie•r:idos;<br />
- <strong>Gestão</strong> f.inanoe1i1m e de pessoal mais faoil1itada;<br />
- Ooint11ol1 0 miais .faoi·l,itado para ia adm,inistração<br />
e para ais dietistas.<br />
10. DESVANTAGENS<br />
Devido à autom;at:Jização, o desempenho de<br />
funções na m1aioriia. dos .s1ectores, passará a estar<br />
dependente do departam0ento 1infor:mático. Por<br />
cons1eguiinte, não só de iµes.soiail esipeoial1izado<br />
como da fiabi0l!idade da m.áquinia.<br />
11. CUSTOS<br />
É difídl· ise·m uma anáfiise mais po.rmenor.izada<br />
dar umia est~mat iva: c·orir 1 ectia dos custos. C.ontudo,<br />
será dado aqui, pelo ·m1enos, uma or.dem de gr andeza<br />
des•s1es custos oo•m base nos preços actua1is:<br />
CUSTO: EM M llLHAiR 1 BS D'E SSCU:D·OS<br />
OO!MPR:A<br />
ALUGUiERI M ENISAil<br />
. .. ... ... ... ... . .. 1000 15<br />
... ... ... ... ... ... 1500 22,5<br />
... ... . .. .. . ... ... 250 8<br />
... ... ... ... . .. ... 200 a 250 2,8<br />
.<br />
i<br />
i<br />
:<br />
'<br />
1<br />
1:<br />
li<br />
1<br />
li<br />
1:<br />
li<br />
28<br />
g) Produção Final: estJe p:rog ra.ma pode us.air<br />
1<br />
ais mes:mas «füles» que o priog1ram1a de<br />
pré-produção idescr1ita na alÍiniea ante<br />
!r.ior. Com ·el1e s1e poderã:o produzi1r as<br />
!et•iqiuieta.s paira o sector de emipriata<br />
.m,ento 'ª a 1infonmaçã·o ai juntar à refieição<br />
a 1envi:ar 'ªº :S·e·u des~iniatá1nio. 'Esta<br />
1infor.maçãio poderá ser 1obt·ida ordena.damente<br />
por: enferm.ar·tas, sieriVliços,<br />
no mies de pes·soas etc ...<br />
Fig. 7 -<br />
Relacionamento. do Computador<br />
com os Principais Sectores<br />
,,<br />
1 O?nf~âo<br />
1<br />
No caso de instalação destes terminais nas próprias enfermarias os mais distantes<br />
poderiam vir a requerer MODEMS cujo custo ronda os 100 mil escudos.<br />
- Impressora (Daisy Wheel) para 300 LPM ... ... .. . .. . ... ... ... ... ... ... 500 30<br />
-Disco de 20 O'U 25 MBytes ... ... ... ... ... ... ... .. . ... ... ... ... ... ... ... 800 14<br />
-Unidade de Leitura/ Escritura em Disquet es ... ... .. . ... ... ... ... ... ... ... 250 a 300 7<br />
-Sistema Operativo ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 100 6<br />
LINGUAGENS DE TRABALHO MAIS ADEQUADAS<br />
- COBOL ou PASCA L ou pelo menos BUSINESS BA SIC .... .............. . 80 2,5<br />
29
FORMAÇÃO DE PESSOAL<br />
Depende das potencialidades do pessoal existente no s,erviço.<br />
8ECRUTAMENTO<br />
Para a elaboração de um projecto desta envergadura será necessário o recrutamento<br />
de pelo menos um bom Analista/Programador ou alternativamente dar o<br />
proj·ecto a ·elaborar a uma casa espedalizada em Serviços Informáticos.<br />
Esta alternativa seria a que garantiria melhores resultados mas é de esperar um<br />
elevado custo.<br />
Ao custo de equipamento é necessário considerar a necessária manutenção (no<br />
caso de compra) cujo valor é tradicionalmente cerca de 6 a 8 % do preço do<br />
equipamento, acrescido anualmente de uma percentagem semelhante à inflacção.<br />
GESTÃO HOSPITALAR<br />
ASSOCIAÇÃO<br />
PORTUGUESA DE<br />
ADMINISTRADORES<br />
HOSPITALARES<br />
1"." 3· .-\110 f ·Jul./SPt. ~:J<br />
Jornal<br />
.AG RADEC l 1 M EiNTOS<br />
A final1i·zar este trabalho deSiejo 1agradec1er o<br />
aipo1i1 0 ·r.ecebido por ·riesponsávieis de 1al1guns sec:ttores<br />
dos Serviços de A11ii:men~açã•o e O,ietéti,oa do<br />
H.U.C. particul:arm1en1le à Di!etiista D. Ana M·ania<br />
Carmona da M 1 otia 1e à 1responsáv;el pelo Sector<br />
da Coziinha D. Ania Maria Caldeira Quefrós mias<br />
muito esp1ec·ialm1ente aio Sr. José J101aqu1im Matos<br />
Nev:es, respJQ:nsáve·I p1elo Sector Técn1ioo/ Adm1inistnativo<br />
o qual teve 'ª' .amabiMdade de 1 me, pôr<br />
1aio dispor valiiosa informação sobre o s1istema<br />
ex-i 1 stente.<br />
RESUMO<br />
A informática tornou-se completamente imprescindive.1<br />
em todos os campos da administração hospitalar,<br />
bem como no 1apoio cl-ínico e nia. investigaçã.o médica.<br />
A modernização de departamentos como o da alimen-<br />
tação e dietética hospitalares, carecem da utilização do<br />
computador para cons.e·guirem uma melhor racionalização<br />
dos seus recursos, quer humanos quer materiais, e apoiá<br />
-los no seu desenvolvimento. Esta comunicação, visa<br />
essencialmente dar parecer da aplicabilidade da informá~<br />
tica na gestão e distribuição das -ref,eições hospital·ares<br />
considerando, particularmente, o sistema moderno já implementado<br />
no Hospital da Univer~idade de Coimbra.<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
BAKKER, A..R. - lmpl•eme·ntation approach and evaluation<br />
1<br />
of the US'e of Leidein Univ1ersity Hospital lnformation<br />
Syst 1 em, Miedinfo 77.<br />
BOL TMAN, B. - Cook-Freeze Catering Systems, Applied<br />
Science - London, 1978.<br />
PLA TT, B. S., 'Eddy, T. P. and Pellett, P. L., Food in Hospitais,<br />
Oxford University Press, Oxford.<br />
PRICE, W. T. - lntroduction to Compute;r Data Processing,<br />
Pub: Holt Sanders (3rd Edition 1981 ).<br />
THIERAUF, R. J. -An · lntroduction to Data Processing,<br />
Pub: J. Wiley, 1980.<br />
•<br />
O critério de selecção dos temas tratados neste JORNAL consiste, essencialmente, no interesse<br />
que possam vir a ter para desenvolvimento e publicação na própria Revista.<br />
São, assim, benvindos pequenos relatos e notícias relativos a experiências em curso ou a<br />
quaisquer eventos de interesse geral.<br />
Na secção «Publicações Recebidas» noticiaremos criticamente as obras de que seja enviado<br />
gratuitamente um exemplar, e que farão parte da biblioteca da APAH que se pretende constituir.<br />
ELEIÇÕES NA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA<br />
DE ADMINISTRADORES HOSPITALARES<br />
Continuaqão da pag. 5<br />
Da responsabilidade profissional dos<br />
prestadores de cuidados nos hospitais<br />
Hdade, a fi.m de prepararem pareceres db ple,nário,<br />
de forma ·a criar 'ª rotina na apredação de todbis<br />
os aspecros do exerdoio da me·dicina hospitalar<br />
que envolvam princípios de deontoilog'ia · médica,<br />
e dar pareoe·r sobre que·ix:as e· redamações rel·ativas<br />
à corre·cção técni•ca e profis·siionail da as-siis·<br />
tênoi·a prestada aos doentes.<br />
Júlgamos também necessária ordem de serviço<br />
~dênt+ca refat>ivamente ·aos cuidados de enfermagem,<br />
e1nvo ·~vendo o Conselho de Enferme'i-ro·s<br />
Gerais, ao qual a l·e1i comete ·igua·lmente competênda<br />
para velar pe'la correcção, qualidade técn1i oa<br />
1<br />
e humana dos cuidados prestados aos doente·s.<br />
Em nossa opiniiã-o· seri·am actos de boa gestão<br />
eu~oo~.<br />
•<br />
Continuação da pag. 16<br />
As Instalações<br />
e a lnf~cção <strong>Hospitalar</strong>*<br />
gabinetes médicos e de enfermagem, deixando<br />
no esquecimento os arrumas, as salas de trabalho;<br />
por vezes a cozinha e a lavandaria.<br />
1<br />
O hospital deve func'ionar como um todo !integrado<br />
onde :não se ·exagere em gastos no b:loco<br />
operatório e se esqueça .a cozinha, por exemplo.<br />
A ·inf.ecção hospitalar espreita os· doentes mal<br />
alimentados. O sucesso do melhor -acto oirúrgico,<br />
1<br />
pode ser de·itado a terra pela alimentação mal<br />
cuidada, pe·la roupa conspurcada, até pela vas<br />
·soura do pessoal de ·limpeza.<br />
Foi Florenoe Nightingale quem disse que, no<br />
mínimo, o hospital não ·devia faze·r ma·I aos doentes;<br />
a·inda é verdade passados tantos anos; e<br />
podemos acrescentar: não deve fazer mal aos<br />
doent·es nem ao pe·ssoal que nele trabalha. •<br />
. '<br />
'<br />
Colega:<br />
Programa da Lista Candidata<br />
1. Nos termos estatutários, e do N.º 3 das<br />
Normas do P1rocesso Ele·i·toral, um grupo de Sóoios,<br />
de que fazem parte os membros da Direcção<br />
actual que não se recandidatam, resolveram propor<br />
à próxima eleição a seguinte lista para os<br />
órgãos da Associação Portuguesa de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es:<br />
DIRECÇÃO<br />
- João José dos Santos Cardoso<br />
- Ana Maria Sequeira Mendes Pires Manso<br />
- A ntónio Domingues Ferreira Guiné<br />
- A rtur Aires Rodrigues de Morais Vaz<br />
- J osé Carlos Lopes Martins<br />
-Júlio Pereira dos Reis<br />
- Maria Helena S.ilva André Reis Marques<br />
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL<br />
- José Joaquim Nogueira da Rocha<br />
- José Luís Miranda de Mat·os<br />
- M·anuel Martins dos Santos Delgado<br />
CONSELHO FISCAL E DE DISCIPLINA<br />
- · José Manuel V,icente Gil Barreiros<br />
- Manuel Luís Gomes Ferreira da Silva<br />
- Maria Ana Ponte Ferreira Mota<br />
2. Da referida proposta constam os considerandos<br />
seg uintes:<br />
2.1. Garantir a continuidade e progresso da<br />
Associação;<br />
2.2. Renovar a representatividade dos Asso-<br />
30<br />
1
í<br />
1<br />
~I<br />
~ ·<br />
1<br />
1<br />
'<br />
1<br />
'<br />
'<br />
' :<br />
'<br />
;<br />
'<br />
oiados e dos seus proble·mas;<br />
2.3. Garantir a continuidade e expansão da<br />
Revista como grande veículo de afirmação<br />
dos Administradores e da Administraçã.o<br />
<strong>Hospitalar</strong>;<br />
2.4. Incentivar contactos para dina.minazação<br />
do funcionamento da Carreira;<br />
2.5. Acompanhar e intervir na re 1 v;isão da Carreira<br />
do seu estatuto remuneratório ·e<br />
proourar impedir que a lentidão administrativa<br />
verificada até aqui prejudique os<br />
Administradores que a sofrem.<br />
3. Em reunião realizada a 28-5-84, os candidatos<br />
à Direcção deliberaram dir.igir-se por este<br />
meio a todos os Colegas por lhes pareeier conveniente<br />
assumir alguns compromissos sobre os<br />
princípios por que pensam orientar a sua actuação,<br />
se forem eleitos, em harmonia com os objectiiv·os<br />
definidos estatutariiamente.<br />
4. De acordo com proposta da candidatura,<br />
espera-se que a proximidade dos loca.is de tra<br />
·balho dos candidatos à Direcção conitribua para<br />
ainda malior ope1raoionalidade do grupo e economia<br />
de despesas de deslocações; e julga-se que<br />
s·e c·onseguiu alargar a representatividade dos<br />
Associa dos e dos seus problemas pela maiior<br />
diversi~icação da situação prof.issional dos seus<br />
1membros, sem prejuízo da necessidade de descentralizar<br />
a participação, e de melhorar a informação<br />
de todos ·0 s Cole.gas.<br />
1 1<br />
5. Sobre os princíp:os por que pensam orientar<br />
a sua acção no caso de serem eleitos, foi<br />
acordado na mesma reunião úansmitiir aos Colegas<br />
os seguintes pontos essenciais:<br />
5.1. Salvaguarda dos Interesses Profissionais<br />
5.1 .1. Esta1uto da ·Carreira<br />
5.1.1.1. A APAH pode e deve dinam 1 ir.zar a elaboração<br />
de um documento base que<br />
consubstancie os princípios essenciais<br />
da Carreira e da sua gestão,<br />
de forma a poder exigiir a ultrapassagem<br />
da actual situação 1iníqua e<br />
discriminatória do se'U estatuto r·emuneratório.<br />
1 Em contrapartida, os AH deverão<br />
definir claramente as responsabi1hdades<br />
que querem assumir, por si,<br />
1e em estrutura ·integrada oom outros<br />
profissionais hospitalares, mas em<br />
plena igualdade de direitos e deveres.<br />
5.1.1.2. Essas bases da Carreira deverão,<br />
prever, tanto quanto possveil, a sua<br />
evolução a médio e longo prazos,<br />
assim como os mecanismos necessários<br />
para corriigiir a lentidão administrativa<br />
que tem caracterizado a sua<br />
gestão, de forma a que, sobretudo,<br />
a ·integração dos Colegas recém<br />
·diplomados se processe com ma,ior<br />
segurança, eficiência e ·rapidez.<br />
5.1.1.3. A melhor metodologia a se.guir será<br />
a elaboração de um iproje·cto por<br />
grupo de trabalho r·estrito, utilizando<br />
eventualmente documentação de trabalhos<br />
já efectuados, com divulgação<br />
e recolha de pareiee:res dos Associados,<br />
com vista a discussão e aprovação<br />
fünal em As'Sembleia Geral.<br />
5.1.2. Relação com órgãos de tutela e ENSP<br />
5.1.2.1. Haverá também que actuar e redifinir<br />
a melhor ,maneira de .estabe·l·eceir contactos<br />
com os órgãos de tutela hospita<br />
la.r e a ENSP de forma a incentivar<br />
a colaboração dos AH, prevendo<br />
se possí·vel, a inserção em dip.lomas<br />
legais do princ1p10 de audição da<br />
APAH em matérias específicas.<br />
6. NORMAS DA ORGÂNICA HOSPITALAR<br />
6.1. A APAH pode e deve defiinir os princípios<br />
fundamentaii·s que entende devam<br />
orientar as normas orgâniicas hospitalar·es,<br />
para o que se preconiza metodologia<br />
idêntica aos números anteriores, de<br />
forma a manter uma posição coerente<br />
e ffrme face às modificações de política<br />
do próprio Governo, única via que se<br />
cons·idern correcta para posidonamento<br />
·independente que deve caracterizar a<br />
actuação prof,issional dos AH, como taL<br />
7. ESTUDO E DISCUSSÃO DE TEMAS<br />
7.1. O estudo e discussão de temas deve<br />
traduzir-se es·sencialmente para apoio<br />
directo da actividade dos Colegas nos<br />
própri·os Hospiitaiis.<br />
7.2. Há, por uim lado, iniciatiivas e exp1erênoias<br />
·em curso que interessairá trazer à dis-<br />
'<br />
1<br />
1<br />
'<br />
cussão alargada com todos os Colegas,<br />
criando oportunidade para a l,ivre crítica<br />
interpares, e eventual melhoria e expansão.<br />
7 .3. Por outrio lado, sucede que alguns Colegas<br />
enfrentam obstáculos reais nas funções<br />
que desempenham, contrários a<br />
verdadeiros critérios de eficiênoia, que<br />
ânteressará inventariar para reflexão conjunta,<br />
de forma a poderem ser formuladas<br />
propostas da própria classe para a<br />
sua correcção.<br />
7.4. Gom a organização descentra.lizada de<br />
Encontros de Adm1inistradores <strong>Hospitalar</strong>es,<br />
poderá ser possíve·I reflectir sobre<br />
alguns problemas concretos, e·m áreas<br />
tais como:<br />
- experiências em curso na construção<br />
de s i s t e m a s de informação para<br />
gestão;<br />
- situações financeiras e suas distorsões;<br />
- gestão de recursos humanos e eventuais<br />
dificuldades face a enquadra~<br />
mento legais;<br />
- questões de planeamento ligadas à<br />
abertura do funcionamento e desenvolvimento<br />
de alguns hospitais;<br />
- situação e problemas hospitalares nos<br />
grandes centros urbanos, e em regiões<br />
do interior;<br />
- problemas específicos nos hospitais<br />
concelhios com recente promoção a<br />
distritais.<br />
7.5. Julgamos que desses Encontros, a organizar<br />
pnincipal.mente com base na participação<br />
local dos Colegas, poderá resultar<br />
documentação técnica, e eventuais<br />
coclusões e propostas, a publicar na<br />
Revista.<br />
8. CURSOS E CONFERÊNCIAS<br />
8.1. A APAH deve continuar a assumir nesta<br />
área uma orientação autónoma e supletiva<br />
das iniiciat 1 ivas da própria ENSP e de<br />
outras entidades.<br />
8.2. Se for possível, ou oportuno, poderá<br />
organizar cursos e outras acções de formação<br />
destinados a diversos grupos<br />
profissionais de Saúde, sobre temas de<br />
administração e gestão.<br />
9. REVISTA- GESTÃO HOSPITALAR<br />
9.1. No essenc'ial, GH deve pr.osseguir a<br />
onientação iniciada, mantendo a aceitação<br />
para publicar de toda a colaboração que<br />
lhe for env,iada pelos Colegas.<br />
9.2. Julga-se também alargar a colaboração<br />
a outros profissionais, e a própria expansão<br />
de vendas e assinaturas no País e<br />
nos países de expressão portuguesa,<br />
nomeadamente no Brasil e no seguimento<br />
dos contactos inic.iados.<br />
9.3. Haverá também que prossegufr o estudo<br />
em curso de acordo a estabelecer com<br />
empresa p 1 riivada, de forma a resolver o<br />
problema do finanoiamento (publicidade)<br />
e melhoria gráfti.ca.<br />
9.4. Tentar-se-á motivar a organi·zar a participação<br />
dos Colegas na vida da Revista.<br />
10. O trabalho que os candidatos aceitaram<br />
procurar desenvolver não poderá ter resultados<br />
positivos se a Direcção não tiver o apoio e a<br />
participação de todos os Col·egas, a começar na<br />
expressão de voto no próximo dia 8 de Junho.<br />
Se forem ele,itos procurarão criar as condições<br />
necessáPi 1 as para esse apoio e participação, porque<br />
só dessa forma todos serão responsávei s.<br />
Alguns art.ºs a publicar nos próximos n. ºs:<br />
- GESTÃO POR PROJECTOS - R. Moreno<br />
Rodrigues<br />
-A SEGURANÇA NOS HOSPITAIS - Eduardo<br />
Caetano<br />
- SITUAÇÃO DA HEMODIÁLISE EM PORTU-<br />
GAL - Arménio Pereira<br />
- A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO SOCIAL<br />
PARA A GESTÃO HOSPITALAR - M . Alice<br />
Violante e M. Conceição Neves<br />
-A INTERVENÇÃO DA ERGONOMIA -Arménio<br />
Pere.ira<br />
-A MORTALIDADE PERi-NATAL NA REGIÃO<br />
CENTRO - A. Torrado da Silva e Lucinda<br />
Oliveira<br />
- URGÊNCIAS PEDIATRICAS<br />
Coelho e H. Carmona da Mota<br />
A. Aires, A.<br />
- CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS, DIFE<br />
RENCIADOS E PROGRESSIVOS- O PAPEL<br />
DO ENFERMEIRO<br />
A. Elísfo Jesus Dias, B. Castro Fernandes, M.<br />
Amparo Bártolo e M. Helena Ribeiro<br />
Renova-se o apelo aos Colegas e outros colaboradores<br />
para enviarem mais originais, sem o<br />
que não será possível manter o nível .alcançado<br />
pela Revista.<br />
!<br />
1<br />
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2<br />
3<br />
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:
1<br />
1<br />
1<br />
A PROPÓSITO DO 5° CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA DE<br />
ADMINISTRADORES HOSPITALARES, DE QUE A APAH É MEMBRO<br />
EFECTIVO, E QUE SE REALIZA DE 19 A 21 DE SETEMBRO PRQ<br />
XIMO, EM ESPINHO, PUBLICAMOS OS SEUS ESTATUTOS<br />
un recours est ouvert auipres du Présidente, sur<br />
,lequel l'Assemblée Générale statue définitivement.<br />
3 - La qualité de membre se perid par la<br />
démission, l'exclusion ou la mort.<br />
4- La démiss,ion n'est admise que pour la<br />
fin de l'année sociale en cou.rs; elle doit faire<br />
l'objet d'une déclaration écrite adressée au Président.<br />
A défaut d' entente, le Conse.il d' Administration<br />
décide du partage des voix. Pour l'exeroioe<br />
du droit de vote, la p.résentation d'un mandat ·est<br />
obligatoiire. Les mandats établ·is en vue de la représentation<br />
d'autres grouipements du même pays<br />
sont admi·s. Les mandats établis en vue de la<br />
représentation d'autres pays ne sont pas admis.<br />
Les votes à interveniir tiennent compte des<br />
voix des membres actifs présents ou valablement<br />
r·eprésentés.<br />
1<br />
t<br />
'<br />
5 - L'exolusion peut être prononcée pour<br />
motif grave.<br />
La décis 1 ion appartient à I' Assemiblée Géne.rale<br />
aprês .debat au sein du Conseil d' Admini 1 strat!ion<br />
et doit être communiquée par écnit.<br />
2 - Les Assemblées Généra.les ordina1ires sont<br />
convoquées par le Président; elles ont lieu au<br />
moins une fois l'an. Des Assemblées Générales<br />
extraordinai.res sont convoquées dans un délai de<br />
deux mais à Strasbourg par déoision du Conseil<br />
'<br />
1:<br />
I'<br />
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li<br />
STATUTS<br />
DE L'ASSOiCIATION EUROPEENNE DES DIREC<br />
TEURS D'HOPITAUX<br />
adoprtés à STRASBOURG le 24 octobre 1970<br />
Ar~icle 1 - Denomination, objet, siege, publications,<br />
anée sociale, tangues<br />
1 - «L'Asssociation Européenne des Directeurs<br />
.d'Hôp.itaux» se oonsacre à la pro.motion de<br />
l'organisation hospitaliere et en partic·ulier de la<br />
fonction de direction dans les pay d'Europe par<br />
l'elaboration de conoepts nouveaux eit l'échange<br />
d'informations sur les expérienoes faiites et sur<br />
l'explo1itation des résultats des études dans tous<br />
les domaines concernés et ·intervient dans oe but<br />
oollectivement auiprês des organism.es ,internationaux.<br />
2 - L' Association constitue une communauté<br />
de travail des associations •OU griouipements nationaux<br />
représenta~ifs des diirecteurs d'hôpitaux des<br />
pays d'Europe et recherche direct·ement et exclusivement<br />
la réal1isation de buts d'·inté.rêt commun.<br />
Elle ne vise aucun but politique, eoonomique ou<br />
confessionnel.<br />
3 - L'Assooiation a son siege à Strasbourg<br />
à l'Hôp·ital Civil. Elle sera rég·ie par les articles 21<br />
à 79 du Code Giv·il local aiinsi que par les présents<br />
statuts. Elle sera inscriite au Registre des Associiations<br />
apres autoriisation ministérielle conformáment<br />
au décret-loi du 12.4.1939. Sa durée est<br />
illimitée.<br />
4 - Les informations et avis de l'Assooiation<br />
ont lieu par vois de circulaire oti d'inse·rtion dans<br />
4<br />
les publ'ications profissionnelles désignées ipar<br />
f Assemiblée Générale.<br />
5 - L'année soei.ale est l'anné,e du oalendlrier.<br />
6 - Les langues off.icielles sont l'all·emand,<br />
l'anglaiis et le frança1is.<br />
Article 2 -<br />
Membres<br />
1 - Peuvent acquérir la qua 1 lité de membres:<br />
a) les associations ou gr:oupements nationaux<br />
ou, à défaut, régionaux de directeurs<br />
d'•hôp1ital, d'importanoe nationale<br />
sans égard à leu.r statut juridique, en<br />
qualité do membres acti1fs;<br />
b) des petsonnalités diriigeantes du secteur<br />
hospital1i1er et saniitair:e, en qualiité de ·<br />
membres passifs;<br />
e) les personnes morales de 1 droit piublic et<br />
de droit privé du secteur hospitalier et<br />
santtaire, en qualité de membres passifs;<br />
d) des personnes morales de dr.oit et de<br />
droit :privé et · des personnalités dirigeantes<br />
du secteur hospitail1ier et saniitaire<br />
de pays extra-européens, en qualité<br />
de membres cofirespondants.<br />
2 - La qualité de membre est sollicitée par<br />
vaie de demande écrite adressée au Président.<br />
Les demandes d'admission en qual,ité de membre<br />
actif sont soumises par le Président, aprês<br />
délibération du Conseil d' Adm1in,istration, à l'Assemblée<br />
Générale pour décision.<br />
Le Conse.il d'Administriation statue sur les<br />
demandes d'admission en qualité de membre<br />
passif ou correspondant.<br />
Contre ·le rejet d'une demande d'admission<br />
6 - Les membres dem~ssionnaires ou exclus<br />
n'ont aucun droi,t sur le patrimoine de l'Assciation;<br />
i·ls perdent toutes fonctions confiées par<br />
I' Association.<br />
Article 3 -<br />
Cotisation&<br />
1 - La cotisation due par les membres est<br />
fixée par I' Assemblée Générale; elle est échue<br />
six semaines apres la demande de paiement.<br />
2 - L' Association est autorisée à acoepter des<br />
dons, legs et subventions.<br />
Ar~icle<br />
4- Honorariat<br />
Sur proposition du Gonseil d' Administration,<br />
l'Assemblée Générale peut nommer des présidents<br />
honor,aires et des .membres honoraires.<br />
Article 5- Organes<br />
Les organes de I' AssoC'iation sont:<br />
a) l'Assemblée Générale (article 6) ;<br />
b) le Cons·eil d' Administration ( article 7);<br />
e) le Prés idlent (article 8) ..<br />
Article 6 -<br />
Assemblée Générale<br />
1 - L' Assemblée Généra.le constitua l'organe<br />
le plus élevé de l'Associiation. Dans son sein,<br />
chaque pays dispose de 10 voix. Dans un pays<br />
comportant plusieurs membres actifs, les voix<br />
sont librement réparties entre eux.<br />
d'Administra~ion réunissant une majorité des 3 /4<br />
des membres présents ou sur demande d'au<br />
moins 1 /3 de l'ensemble des voix des membres<br />
actifs.<br />
La convocation doit être expédiée ou publiée<br />
avec l'indication de l'ordre du jour au moins 28<br />
jours avant la réunrion.<br />
3 - La premiere Assemblée Générale ordinaire<br />
dans la nouvelle année sociale doit traiter les<br />
questions suivantes:<br />
a) rapport d'acüvité;<br />
b) rapport financier et patr.i·monial;<br />
e) rapport des commissaires aux comptes;<br />
d) décharge au Gonseil d'Administration;<br />
e) approbation du budg.et et fixatiion du mon<br />
' tant des ootisations;<br />
f) le cas échéant, élection du Président et<br />
des autres membres du Conseil d' Admimistratiion<br />
chois1is parmi les membres<br />
actifs;<br />
g) choix des commissaires aux oomptes;<br />
h) désignation des siieges des Assemblées<br />
Générales ordinaires ultérieurs.<br />
D'autres questions peuvent être inscrites à<br />
l'ordre du jour par le Conseil d'Administration.<br />
4 - L' Assemblée Générale statue à la majoriité<br />
des 3 14 des voix sur l'admis~_ion des propositions<br />
d'inscription à l'ordre du jour formulées<br />
par les membres actifs ( art. 2 ( 1) a).<br />
Aucune proposition tendant à la dissolution<br />
( art. 1 O) n'est admise en complément à l'ordre<br />
du jour établi.<br />
5 - L' Assemblée Générale est présidée par le<br />
Président ou par un Vice-Président. Le procés-<br />
5
-verbal doit être signé par le Président de I' Assemblée.<br />
6 - L' Assemblée Générale délibere valahlement<br />
si la moitié des voix y est régulierement<br />
représentée.<br />
7 - Les déc·isions de I' Assemblée Générale<br />
sont régulierement prises sauf dispositions contraires,<br />
par la majorité des voix exprimées; ne<br />
participent au vote que les représentants des<br />
membres actifs; les abstentions sont comptées<br />
comme telles. En cas de partage égal des voix<br />
la proposition est rejetée. Les membres passifs<br />
et correspondants ne disposent pas du droit de<br />
une majorité de 3 /4 des voix.<br />
8 - Les élections ont lieu au vote secret.<br />
Est élue la personne qui a obtenu plus de la<br />
moitié des voix valablemente données. Si cette<br />
majorité n'est pas atteinte au premier tour de<br />
scrutin, il y a ballotage entre les deux personnes<br />
ayant obtenu le nombre de voix le plus élevé. Si<br />
plusieurs personnes ont obtenu le même nombre<br />
de voix, le sort désigne les deux qui, parmi elles.<br />
participeront au ballotage. Si l'opération de ballotage<br />
se termine par un partage, égal des voix, il<br />
est procédé par tirage au sort.<br />
L'élection des membres du Conseil d'Administration<br />
doit être présidée par une Commission<br />
éleotrorale élue au sein de l'Assemblée Générale<br />
et composée d'au moins trais membres.<br />
par le Conseil d'administration assiste à ses réunions<br />
avec voix consultative.<br />
2 - Toutes décisions pour lesquelles aucune<br />
autre compétence n'est instituée incombent au<br />
Conseil d'Administration. li publie un reglement<br />
1intérieur.<br />
3 - Le Conseil d' Adm1inistration est convoqué<br />
par le Président au moins deux fois l'an, avec<br />
~ndication de l'ordre du jour. Sur demande de la<br />
par le Conseil d'Administration assiste à ses réumoitié<br />
au moins de ses membres, de Conseil<br />
d'Administration doit être concoqué par son Président<br />
à une réunion qui doit se tenir dans un<br />
détai de deux mois apres cette demande.<br />
Le Conseil d'Adminiistration délibere valabl·ement<br />
quand p.lus de la moitié de ses membres est<br />
présente. Sauf dispositions contraíres des statuts,<br />
1<br />
les décisions sont prises à la majorité des membres<br />
présents. En cas de partage égal dos voix,<br />
la proposition est rejetée.<br />
4 - Les fonctions du Conse1il d'Admiin1istration<br />
oommencent apres la clôture des opérations électorales;<br />
elles prennente fin par l'effet des nouvelles<br />
élections, auxquelles l'Assemblée Générale<br />
procede tous les deux ans, au cours de sa premiere<br />
réunion ordinaire.<br />
La réélection des membres du Conseil d'Administration<br />
est poss,ible. La réélection i,mmédiate<br />
en qualité de Président est toute 1 fois exclue.<br />
Article 9 -<br />
Commissaires aux comptes<br />
La tenue de la comptabilité et de la caísse<br />
est surveillée et vérifiée par deux commissaires<br />
aux comptes élus chaque année par l'Assemblée<br />
Générale. lls ont à rendre compte au Conseil<br />
d' Administration et à I' Assem bié Générale.<br />
Leur réélection est admise.<br />
Article 1 O -<br />
Dissolution<br />
La proposition de dissolution de l'Association<br />
ne peut être faite que par au moins 1/3 des voix<br />
ou par le Conseil d'Administration. La dissolution<br />
est prononcée par l'Assemblée Générale avec une<br />
majorité des 3 /4 des voix. Si cette majorité n'est<br />
pas atteinte, la dissolution ne peut être prononcée<br />
que par une deuxieme Assemblée qui ne peut<br />
av.oir lieu qu'apires l'écoulement d'un délai de 14<br />
jours. Cette deuxieme Assemblée statue à la<br />
majorité des voix .des membres présents.<br />
Artide 11 -<br />
But non lucratif<br />
1 - Les membres n'ont dro 1 it à aucune part<br />
du patr.imoine de l'Association. li est interdit de<br />
favoriser quiconique au moyen de dépenses d'<br />
administration étrangeres à lõbjet de l'Association<br />
ou de rémunérations particul1iêrement élevées.<br />
D'éventuels bénéfices ou excédents de l'Associiation,<br />
ne peuvent être utilisés qu'aux fins statuta ~ <br />
res. Des réserves ne peuvent être constituées que<br />
dans la mesure ou elles sont nécessaires pour une<br />
meilleure réal isation àe I' objet de I' Assooiat 1i.an.<br />
2 - Aprês la dissolution de I' Associ,ation, le<br />
patrimoine, apres reglement des obligations,<br />
revient à la Fédération lnternationale des HôpitJaux,<br />
qui est tenue de l'employer pour la promotion<br />
de l'objet défini à l'article 1er ( 1) .<br />
Article 12 -<br />
Entrée en vigueur<br />
1 - Les présents statuts entrent en v.igueur<br />
le jour de l'inscriiption de l'Ass·ociation au R.egistre<br />
des Associations tenu par le Tribuna·I compétent.<br />
2 - lnscription de I' Association - Le porteu r<br />
d'une ·expéditiion des présents statuts rédigée en<br />
trançais et signée par les membr.es fondateurs,<br />
·e·st mandaté pour remplir toutes formalités prescriites<br />
pour la création de l'Association en pour<br />
solliciter l'inscription de I' Association ,au Registre<br />
des Associations aupres du Triibunal compétent<br />
à Strasbourg, en conformité avec le droit qui y<br />
est applicabl 1 e.<br />
Article 7 -<br />
Conseil d'administ'ration<br />
1 - Font partie du Conseil d'aidministration:<br />
le Président;<br />
le Premier Vice-Président;<br />
le Deuxieme V1ice-Président;<br />
le Troisieme Vice-Président.<br />
et un Assesseur pour chiacun des pays comportant<br />
un ou plusieurs groupeiments membres<br />
actifs, non représentés par l'une des<br />
quatre persones p 1 récitées.<br />
En vue de pourvoir les sieges d'assesseur, il<br />
appartient aux groupements mef!lbres actifs du<br />
pays concerné de présenter à I' Asse·mblée Générale<br />
un candidat unique.<br />
Pour la liquidation des affaires e-ourantes un<br />
présidium sera institué qui se composera du Président<br />
et des troix Vice-Présidents.<br />
Le Secrétaire Général nommé à titre bénévole<br />
6<br />
5 - li appartient au Conseil d'Administration<br />
de designer pour chaque membre sortant en<br />
cours de mandat so·n successeur pour la durée<br />
résiduelle de ses fonctions.<br />
Article 8 -<br />
Président<br />
1 - Le Présidente est le représentent légal<br />
de L'Associaction; en cas d'empêchement, íl est<br />
représenté par le Premier Vice-Président, si ce<br />
derníer est également empêché, c'est le Deuxieme<br />
Vice-Présidente ou le Troisieme Vice-Président qui<br />
le représente. La justification de l'empêchement<br />
n' est pas exigée.<br />
2 - Le Président préside I' Asse 1 mblée Générale<br />
ainsi que les séances du Conseil d' Admin;:!<br />
tration; il exécute leurs décisi.ons.<br />
3 - Dans les relations internes les compétences<br />
du Président sont définies par le Reglement<br />
intérieur (article 7 (2).<br />
O Hospital Distrital de Famalicão ( HDF) enviou-nos<br />
o seu Relató11io e Contas relativo a 1983.<br />
Apesar de, usualmente, ·esse relató.rio de activ-idade<br />
ser encarado como um documento extenso,<br />
maçador e de leitura sempre preterida, ele oons<br />
~itui, muitas vez·es, ·i m 'P o r ta n t e instrumento<br />
auxiliar de gestão.<br />
·Este relatóriio, estruturado de acordo com o<br />
POCSS e enriquecido com comentários, fornece<br />
uma ·ideia bastante preoisa da realidade presente<br />
e histórica do HDF.<br />
Situado a escassos quilómetros do Porto<br />
numa região populosa e em que coexistem uma<br />
,....,<br />
PUBLICAÇOES RECEBIDAS<br />
H.D. de Famalicão - Relatório de Actividades<br />
e Contas - 1983<br />
·intensa industrialização e a exploração agrícola<br />
de pequena d!mensão, o HDF tem visto a sua procura<br />
expressa aumentar consideravelmente nos<br />
últimos anos. Simultaneamente, apresenta melhoria<br />
significativa dos prinoiipaís indicadores de rendimento.<br />
- Em 1983, nas 231 camas do HDF foram<br />
tratados 7955 doentes (62 256 dias de internamento),<br />
com uma demora média de 7,83, correspondendo<br />
à ut·ilização de 73,8 % da sua capacidade.<br />
Real,izaram-se 19 851 Consultas Externas e<br />
foram atendidos 48 074 doentes no seu Serviço<br />
de Urgência.<br />
7
Quadro 1<br />
EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO ASSISTENCIAL DO HDF<br />
1974/1983- BASE 1974 = 100<br />
RüBRICAS 1974 19n 1980 1983<br />
Doentes tratados 100 137 146 195<br />
Consultas Externas .. 100 88 72 234<br />
Urgências . ......... 100 275 420 338<br />
Radiologia (exames) 100 102 130 233<br />
Análises .. ... 100 137 132 341<br />
Transfusões ..... 100 (1976) 120 144 269<br />
Fisioterapia<br />
(tratamentos) ... 100 75 51 210<br />
Intervenções<br />
cirúrgicas 100 ( 1976) 83 127 149<br />
Partos ...... 100 190 197 205<br />
- Com um ratio global de pessoal/cama de<br />
1,67 e, aparentemente, sem dificuldades de recrutamento<br />
de pessoal médico, o HDF conhece carência<br />
principa '.mente nos sectores de 'enfermagem<br />
e dos serviços gerais que se reflectem na<br />
contratação de pessoal extra quadro (9,3 % do<br />
total).<br />
A não realização de concursos impôs ao HDF<br />
a manutenção de elevado número de internos<br />
(mais do dobro do número total de médicos do<br />
quadro) com as consequências económicas e<br />
financeiras bem conhecidas de todos os hospitais.<br />
- As taxas de rotação no Aprovisionamento<br />
apresentam, na generalidade, um intenso decrésoimo<br />
em relação a anos anteriores, ao mesmo<br />
tempo que o prazo médio de pagamento a fornecedores<br />
passou de 11 dias em 1981 para 83 dias<br />
em 1983. Esta evolução reflecte fielmente a diminuição,<br />
aliás generalizada, da capacidade financeira<br />
dos hospitais portugueses, impossibilitados<br />
de cumprir com os seus fornecedores e de efec-<br />
8<br />
Quadro li<br />
EVOLUÇÃO DE CUSTOS NO HDF-1981/1983<br />
RÜBR ICA 1983 !:, % 82 - 8~ !:, % 81-83<br />
Diária - Enfermaria 3347$<br />
Diária - Q. Part. 6 551$<br />
+ 20,0<br />
+ 80,7 55,4<br />
+ 113,4<br />
Doente tratado<br />
- Enfermaria 27 223$ + 20,0 + 20,3<br />
Doente tratado<br />
- Quart. Part. 35 291$ + 87,5 + 71,0<br />
Doente assistido<br />
- Urgência ...... 631$ + 21,0 + 49,1<br />
Doente assistido<br />
- C. Externa .... 854$ + 37,5 + 36,4<br />
Doente assistido<br />
-M. F. Reab .... 363$ -29,7 + 51,3<br />
Análise .......... 129$ + 9,3 + 22,3<br />
Exame radiológico 540$ 7,1 6,3<br />
Transfusão ...... 3083$ + 37,6 + 105,7<br />
Intervenção cirúrg. 7 023$ + 21,6 + 23,9<br />
Refeição ... 126$ + 13,7 + 40,9<br />
Kg . Roupa ....... 49$ + 30,5 + 65,6<br />
tuarem uma gestão e~icaz<br />
dos seus stocks.<br />
- O investimento anual em 1983 ainda que.<br />
superior ao verificado em 1982, fo1i inferior ao de<br />
1981 representando, apenas, 1,9 % do orçamento<br />
total.<br />
- As dificuldades finance1iras sentidas traduziram-se<br />
na transferência para <strong>1984</strong> de oerca de<br />
19 000 contos de encargos assumidos em 1983<br />
( + 7% do orçamento).<br />
F,inali·zando, dire·mos que o Relartório de Act1ividades<br />
e Gontas do HD de Famalicão traduz,<br />
no fundo, uma realidade general'izável à maioria<br />
se não a todos os hospítais portugueses confrontados,<br />
diariamente, com o subfinanoiamenti»,<br />
com a incompreensão (legislativa e não só)<br />
perante a sua espeoificidade enquanto empresa<br />
e, quantas vezes ainda, com o total desconhecimento,<br />
por parte dos poderes públicos, dos<br />
objectivos que prossegue e da relevância do seu<br />
paipel social, acrescido agora pela situação de<br />
crise económico-financeira que Portugal atravessa.<br />
O Modelo Gerencial do Hospital<br />
Materno Infantil Presidente Vargas<br />
1. · INTRODUÇÃO<br />
Os hosp,itia1is 1s1ituarn-is1e., 00m toda 'ª oerteza,<br />
1<br />
,e.ntre as 1emplies1as mais oornplex,as e dinâmiicas<br />
1<br />
das ex1i:stentes 1em nossa sooi1edade.<br />
São complexas porquie cada unidade hospitalar<br />
·enoe:rra na Vierdade, 1actiiviidades quie, por s,i<br />
sós, cor.respondem a um seg·mentJo c:omerc:iial ou<br />
1<br />
de produção de serviços: cada hospital é t ambém,<br />
1<br />
uma lavandaria, u:m 'f!estaurante, uma farmáGi'i'a,<br />
um hotel, além de pr:eistair - o que é sua destinação<br />
bás·ica - cuidados :int1egra1i1s de s1aúdle à<br />
1<br />
população. Suia complexidade .manifiesta-sie também<br />
através .,.de S:eus . acti·vos totai1s e despesas<br />
operaci1onia1i'S que semip.ne 1são :e1l1evados. Em muitas<br />
c1omuniidades onde estã10 'inis1e1r.idos, o.s hospitai1s<br />
constituem as maiores «•i1ndústr1ias» locais, quer<br />
sob o pris1ma dos recursos humanos que utiHza<br />
como dos valores financefros que movimenta 5 •<br />
A dinaim1i'C1idadle dois · ho.sipita1i1s, do ponto de<br />
vi1sta ope,riacional, é oaracte·rizada por t,e:r um «pro-<br />
1duto f,inal» ioondioionado pelos vralores vi191entes<br />
1<br />
na 1sooi.edade, a s1eu tempo, em v.i1rtude da ·intiens:a<br />
intJeracção que mantém com o 1m1e·io 1aimbii1en1Je.<br />
A cariactenização dos hosrpita1i1s como alber<br />
·gues de p1essoas fís.ioais mental ou sooi·almente<br />
doenties, que v1i,gorav,a até p1ouco .tempo, foi cedendo<br />
·lug:a1r, iprog1ress1ivame.nte, - 1em deooirrênoi'a<br />
das profundais rnodificaç6es s1ooi1ais, cul·turais,<br />
1económicas ·e poHticas que ·se prooess.aim nas<br />
1<br />
sooied!ad'es hum1anias - ao 1ent,endiim1ento do hospi·tal<br />
como Ge:ntJro de Pr.omoção da Saúde. O<br />
hiospit;a,j, hoj,e é v1isuaHz,ado ca:m um dos 001mponient:es<br />
- talv1ez o m1a1iis .importante - de um<br />
1macross1i$tiema cujo maior o.bj,ectJi1v1 0 é propordonar<br />
u.m nív:el de saúde ópt1imo para cada :indivíduo<br />
e 'ª poipul1ação 1e·m g1e,11al 10 • A1s1sii:m, cabe ao hospital<br />
moderno desenvol,ver acçôes de ipromoçã1 0,<br />
protecção, ,riecuperação e 'reabi,t.i.tação da saúde·,<br />
Juntamente oom o desenvolvim1ento de actJividadles<br />
de 1ens·ino e pesquisa.<br />
DR. CLÁUDIO JOSÉ ALLGAYER*<br />
Talvez um asp.ecto que m1er
exe.mplo) adqui 1 rem oadar viez ·maior 1imiportância<br />
os obj1ectivos .intangíve1i,s dentre os qU1ais ·ressalta<br />
a deniom1inada RESPONSABIUDADE .POBLICA<br />
para a oomunidade. E aquii !inserem-se, com propri1edade,<br />
os hospitais benefüoentes ·e espec:ia.1-<br />
m,ente, os goivernamentaiis 9.12.<br />
2. A ORGANIZAÇÃO Cl·6NTI,flCA<br />
NO HOSPITAL<br />
Se os hospiitai1s constituem emipresas altamente<br />
oompl1exas e dinâ·micas quie necessi,ta:m<br />
1<br />
deseniv:0Jv,er-s1e com vistas ia ati,ng.ir ·s,eus ob~ec-tivos,<br />
torna-s.e 1iinadiáve.I a coinisoi1en:t:izaç.ão dai necessidade<br />
de 1i1mpl1antar-1s·e uma adm1iniistriaçã·o<br />
iraoiornal e científica dos 1s1eus ·r.ecuirisos hum,anos,<br />
1m1at·eri aii1s, tecnológ·ioos e f1ina.nioe1iros.<br />
A admini.stra·ção ci-entí.fica dais 1or.gani·ziaçõ1es<br />
·viem 1experi1mentando, ao longo dos tempos, s1en-<br />
1sí·ve·is ;e 1orí·t1ioa1s modi·ficaçõ,es.<br />
Nais 1pni1m1eiras déoadas do nosso .séouilo houve<br />
uima "t1endênci1a .em vii1su1aNzair ais empres1as oomo<br />
org:an:iz.açôes fo1rmai·s, onde a. r:aoionial1i1dade 1e1ra<br />
1 enfat·izada 'ª os servidores «oonheoediqres» de<br />
seus papéis, po·siiçõ,es .e_ funções des1em1penih:avam<br />
32<br />
Solicitações<br />
Carências<br />
Recursos<br />
Indutas<br />
Ambiente<br />
Organização<br />
Ambiente<br />
suas 1at'r.ibuiições oonfoirm1e disc1rim1inado p1elo<br />
desenho formal da ·estrutura. Poste·niorme;nte,<br />
enfatizou-1se a importânoi1a da v:al1orização huimana<br />
do ·emprego: «um 1emipre,g:ado 1s1a1tJi·s1feito e f.e.Jii.z<br />
é um empregado produt;ivio». Novais teorias ries-<br />
1S!altairam ·a :imipioirtânoia do dies.env.olv.i.m1entio org·aniizacionail<br />
e 1introduziram a.s redeis de oomunicação<br />
e modelos m1atemát1ioos aos estudos das<br />
organiz·açõ:es 10 .<br />
Uma abordag1e·m ma1i;s ;abrangente 1e úti1I para<br />
as orgian+~ações é a :introduzida pelai Tieoriia Gera•I<br />
dos Sistemas que nos r1em.ete 1ao oonceitio de<br />
SISTEMA ABERTO o qual pode 1ser «compreendido<br />
como uim conjunto de partes ·em constantie<br />
1<br />
tnteracção constituindo um todb eneirgétioo 0Jii1entiado<br />
para determ1inado·s p1r01póis1itos e ·em p1erm,anente<br />
11elação da interdependênda oo·m o aim<br />
1<br />
bi1ente 1exte1rnio 11 ». A J'le1l1a,ção dual - no sentido<br />
de quie inf.luenoi1a. e é 1influenc.i1ado- com o ambi!ent·e<br />
ext·ern.o é a oaractierística mais 1importante<br />
·deste .oon1oei1to.<br />
Na ánea hos·p!ita 1 l1ar esta 1moderin1a: conoeipção<br />
da administração re1mete-nos a dU'a:s siituações:<br />
a) a natureza em.inentemente dinâ1mi!oai do<br />
Decisões<br />
Diretrizes<br />
Bens<br />
Serviços<br />
Produtos<br />
--------- - - ----------------------- - - - -<br />
1ambi1ente, com pro1fundas e radicais<br />
modifiioações s6oi:ocultura·is 'ª poilítica s<br />
con:flii.tua, ·oontJinuamente, ,oom o con-<br />
1S1erviado1ri1sm10 org1an1izaciiona1I de nossos<br />
1estabel1eoi:m1erntos hospitalares que procuram<br />
penpetiuar um1a 1estrutur.a adm·in1i1strati1va<br />
estática, irí1g.ida e afer:riada a<br />
11eg1ras 'ª ,r;egul1amentos i nternos ultrapiass1ados<br />
e aroaiscos;<br />
b) a e'v:idênoia cada vez mais aoentuadla do.s<br />
hospitais neoesis·itairem g1arant1iir a absorção<br />
de seus «produtos» pe·lo ambi1ent1e.<br />
Este agora, .exi1ge, não tão ·som1ente a<br />
recuperação da siaú de :abal1ada de u.m<br />
paoi1ente 1 m.ais a ·insierção plena do hospital<br />
na comunidade des1e:nvolvendo ·a<br />
p110moção da siaúde - também e, especiralmentie,<br />
a nfv,el .aimibulat0:ri1ail - tre·inando<br />
recuirsos hurn1ainos e 11eal1iz;an:do<br />
pesqU1isas.<br />
E1ste f.einómeno, quie devie s·er 1obj1ecto de atenção<br />
pnefer;encial de parte dos dir,i191entes hosp-iital1aJ'les,<br />
,remete-nos, ;i:gualmente, a ne.oes.sJdade prement·e<br />
do hospita1I iproduz·ir 1aquel1es 1exsumos<br />
des1ejados pela sooi1edade sob pena de ass1is1fr-<br />
1mos a redução do,s ·insuimos - .inolusi·v:e, e pni,noipal;mente,<br />
os finanoe·iir:os - em v.ista da oferta<br />
de produtos indesejados ou desneoes1s·á11ios,<br />
oausianido com ·i1ssio, ia 1iinevitáviel 11edução da<br />
capacidade 1instail1ada da iorganização 1e 1mesmo a<br />
1sua 1inv.i1abi·liiz1açã·o .futura.<br />
3. ADMINISTRAÇÃO POR OBJECTIVOS E A<br />
GERÊNCIA HOSPITALAR CIENTIFICA<br />
O s1ector hospitalar, 1especia.lm1ente na úhi.m1a<br />
década, 1esti·mulo1u o tre·inamento dos riecuirso:s<br />
hurn1anios capiacitando os detientones de funçõ1es<br />
gier,enda1i1s mas di·vie:rsas técni1cais e mi0del1os adm1ini·strat·iv1os.<br />
Esteis iprog.J'lamas de tre·inamento têm<br />
seu principal ménito na consd1ent1i1zação prog 1 re1ssiva<br />
da nieoes,sidade da p1rofisis1ionarl;i1Zação gerieinciial<br />
como oondiçã:o 1ess.enoia.1 1aio 1suces1so da<br />
. empnesa e ·mesmo de ·sobrev.i1vên'Ciia ;inst1itu1oii0n1aL<br />
Entretanto, torna-se rneoesis.ár.io, no estág1Fo<br />
1actuial da adm1ini1st1.raçã·o hospi·talar, a ielei:ção de<br />
1estratégias adequadas., conisdentemen.te esoolhidas,<br />
que perimitam1 1aios estabel1eoimenrtos hos·pita-<br />
1laires 011i1entarem1 :suas téonii.cas de gestão, oon<br />
S'ide·randJo os ambie·ntes inte•rno e exte.f'lno., o grau<br />
de ·intie·rdependên'.c·ia dos vá11i1os facto.ries des·sies<br />
1arnbi·entes, 1a:lém de suas ·múhiipl·as 1iinteracções e<br />
;influênoiais.<br />
EntJie 1estas 1estr.atég1i1as 1administ1rativiais s1itua-<br />
-1se a 1ADMINISTRAÇÃiO POR OBJiECTIVOS<br />
('ApO) -que é:<br />
a) um método global de planejamenrt:o, caractJerizaido<br />
por ser um prooes1so peir-<br />
1<br />
1manient1e, S'i.stémico, voltado p1aira o futuro,<br />
v.i1s:ando a tomadia de deoisão, com<br />
a füna Hdade de s·e.l1e1ooionia r en~re a lte1rnativas<br />
Várii·as um curso de acção, alocar<br />
Jiecursos humanos e m1ate·11i1a1i:s e<br />
'<br />
:coordenar aot1iv1idades no sient.ido da<br />
1real1ização dos prioipósitos des ie·~ados de<br />
man1ei1ria e·fioaz;<br />
b) e avaliação, que cons-~ste na compa1raçã10<br />
ent11e o planej.a:do .e o ex1ecutado-;<br />
e) baseado em factores quantitativo.s, rn·ens<br />
uirando obj1ectivos de forma diirecta ou<br />
de forma indi1recta, 1atJravés de· 1indicadores;<br />
d) pelo qual ·superiores e subordinados ele~<br />
gem áreas p1rioritárias, por duas razões<br />
bás·i'Cas.<br />
- a partiioiipa ção de todos g1e ra a<br />
ções-ch:aiv1e n1a estrutura ;argianiz:aoional da empre-<br />
1SS·a. O 1mode·lo neroes1s1i1tJa cuidados pie-rmanientes<br />
1e oonúnuados. Estes cuidados devem valorizar<br />
1não ·só o subsistema técnico - ou seja aiquel1e<br />
que se· refiere a fixação de obj1ectivos, quanti·fi.cação<br />
das metas, estabel·ecimento de datas-·liimite,<br />
e s·i·stemas de controlo e aval iação - como e<br />
1<br />
principalmente, o subsistema social. 6ste último<br />
enfat·iza as pessoas e· grupos, bem como suas relações<br />
e· valoriza os oondi1cionantes do comportamento<br />
de cada indivíduo part:ici.pante· do prooesso,<br />
1<br />
1aissi.m como os prooes.sos de deoi1sã1 0, 001munioação<br />
1e partioipação.<br />
4. O MODELO GERENCiAL DA Apü EM UMA<br />
INSTITUIÇÃO HOSPITALAR<br />
4.1. Introdução<br />
O miode·lo .gier·enoial bás,ico da ApiO, adaptado<br />
às oairacterí1sticas p1ecul1iaires da 1institui·ção, fo:i<br />
·implantado e 1está em desenv1olv1im1ento há 24<br />
meses, no Hospital Matenno-lnrfianti.I P11es1idente<br />
V:argas (Porto Al,e.gre), único hospit!a1l próprio do<br />
INAMPS no EsMdo dlo Riio Grande< do Sul.<br />
O Hospi·tal P re1s1iiden te V a rg1a:s ·i niciiio u 1se u f u.n -<br />
34<br />
OXViiAL,Li>A.<br />
.oionamento 1em Janeko de 1953 oom a oarac.terística<br />
de Hospi:tal Ger:al, siendo adm1inistrado pelo<br />
·então Instituto de Aposentador.ia 1e P·ensões dos<br />
Empregados 1em Trans.portie' de Car·g1a ( IAPETEC).<br />
Com a fusão dos 1aintiigos insititutos de 1apo<br />
·S·entado1riia 1e pensõ1e,s no Instituto Naciional e pensões<br />
no lnsti·tuto Nacional de Priev1idência Soda1l<br />
( INPS) o Hosp1ital, ·conti:nuiando oom suas c.airacte'físti1oais<br />
bás1i 1 cas, p1assou 'ª prestar .atendim1entJo<br />
ambulat0ini1al 1e de internação à popul1ação segurada<br />
e riespecti·vos dependeint·eis da .Previ1dênC'ia<br />
Social.<br />
Entretanto, já em ·início de 1978, época em<br />
que process:ou-.s·e uma re1organizaçãio ·instiituc:ional<br />
dlos organismos v1incul1ados ao M1inii·stério da<br />
Previdênoiia e Ass1istênoi1a. Sooi1ail, 'ª adm1inis:1Jração<br />
reg.ional do PRÊ-l:NAM.PS oonstituiu grupo de trabalho<br />
para 1estudair a vfabil1iidlade e oportunidade<br />
de mi0difioair-s1e a f.inailidade do ,atendim;ento p11eistado<br />
pel10 ,estabeleoi1me1nto hospitialar.<br />
Atnavés das conolusôes estabeleddas pe·lo<br />
1<br />
ref.eniido grurpo de trabalho - oonstituído p;el·a<br />
Portania n.º SRRS/984, de 02/01 /1978 - o hospital<br />
pasisou ofioiailm1ente ·a ipnestar ateindimento à<br />
popul·ação materno-,infantil, qUie constitui ceroa<br />
de 70 % do oont1ing1ent·e s1e1gurado· da Prev1idênoia<br />
Soc:iail Br:asile·ir.a.<br />
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~ i1ntroduz·idas profundas modifücaçõ1es que consistiam<br />
em supr:imir ou 1rieduz 1 ir al19.uins s1eN1i·ços c:uja<br />
·impo.rtânoi1a eira. s1e:cundárii1a e1m fiaoe dos novos<br />
i0bj1e-oivios e C·riar e de1senv1olv1eir S·erviços dli!reta<br />
·m·ente Viinculados :aio prog1riama m1aterno-;iinf.ainti1l<br />
ou destinados ia seu apoio.<br />
. A proposta: subjaoentie à noVla estrutura fi1xava,<br />
1então, oomo final!idade do Hosp1irta>I, a p1restação<br />
de assistência integral1 à clientela Materno-Infantil.<br />
Adqu:i·rindo a dleno·min:ação 1atual de Hospi·tal<br />
·Materno-·lnfanti:I Prie.sidente V1argais, oonoentram ..<br />
-se ,ativ•idades p1ri1orii.tari1amente voltada1s :ao a.tendim1ento<br />
da mulher 1em1 períodb rieprodu1Ji1vo, ·e1sp·e·<br />
da1lmente da g;esta·nte .e da cri1ança, com ênfa·s'e<br />
ao Alto 1R1isoo.<br />
A capacidade operacional iatu:ail do Hospital<br />
e de 239 lieitos hospi·tal.aires e 75 leitio.s de 1apoio,<br />
·oaracte·r:izando-s·e comio Ho·sip1ital de Griande Porte.<br />
A estrutura 'ambulatoni.ail di.spõ1e de 36 consultórios<br />
médi1cos 1para atiendi:mento nas ·espeoial:i:<br />
dades e·s'tratég,ic:a:s de Obste·t:ríc·ia, Pediatria e<br />
Gineco:log·ia ei ainda, das . C.líni.cas de Apoio e 4<br />
consultórios odontológic:os 4 •<br />
4.2.. Situação Vig,ente<br />
Assumindo s·uas .funções em Outubro de<br />
1979 a nova D·i·reção do Hospital Matierno-lnfant·i·I<br />
Pr1e1s1idente Va1rgas di1agnosticou, prel1i!mina:rmeri.te,<br />
1ail,gumas diíficu,ldade·s e obstáculos ~ue ·sie .antepunham<br />
aio seu trabalho. Entre essies, foriam ·identificados<br />
como riel.eViantes:<br />
- ausência de um prooesso c1ons1oi·ente e ra<br />
Ctional de plane1jam1ent10;<br />
· - ênf.as,e· na: «admini,stração por cnise· ou ·por<br />
i1mpulso »;<br />
- di·sfunçõ-es no biinóm1io cent1ral1iz1ação/ descentral1iz1ação<br />
comi. ·repercussôes importantes no<br />
desempe·nho da organi~zação;<br />
- oonfHtos 1e antagonismo 1entre :as ati1V1iidades-fim<br />
1e ativi·dades-m1eio do Hospi.tal;<br />
- ,exces·siva «formalização» e burooriatiização<br />
de p1apéi1s dos detentores de funçõ1es g1erenciais;<br />
- ·ine~istêilci1a die 1ob}etfrvos org 1ani 1 zaoiona ~is<br />
expressos pr:opiiciando a predo:minânoi;a dos obj 1 e<br />
ti,vios indiviiduai1s ma oonidução do prooesso deoisório;<br />
- ·1ausênoia de C'lii1ma organ•i,zaioional 'ª de mo~iv1ação<br />
favorável a .proaes.sos ide mudança 2 •<br />
·ldentifioadas essas sH~uaçõés e ultr.apassado<br />
um período 1inioi1al de normaliz.ação, a Di1re.cção<br />
passou a .investir sieus esforços na busoa de<br />
'.i,mplem1e:ntação de uma· Admin1istraçã10 Hospital1ar<br />
Oi1entrniica. Pà1ria ·es1sa final,idade decidiu pelo desenvolvi1mento<br />
de um SISTEMA INTEGRADO DE<br />
PLANEJAMENTO. (SIP), uti1liz1ando para sua 1imiplanta1çã10<br />
ia m·etodol,ogia da Ap10.<br />
Isto ocorreu em Agosto de 1980 e a D1i·rieção<br />
estiava plenamiente oonscientJe de que:<br />
1 - Q. p·lanejamentio é um processo s'istémi1co,<br />
1 interactivo, di1nâmico e flexível, devendo ser<br />
continuamente aoomipanhado ipara perm·i;tJi1r os<br />
ajustamentos e 001rreções neoes·sáriios;<br />
2 - O pr:ocesso de pl1aniej1am1entio somente poderia<br />
s'er 1i1miplantado na 1 m1edida em que tJodos<br />
os funoiioná1r:ios; espeoiia:lm1ente os detentores de<br />
funções gerenci1ai·s, 1as1sum1i1s·sem um1 papel de riesiponsabiHdade<br />
nio iesforço· quie, lhe'S. sier.ia 1ex·ig1ido<br />
ra uma at·itude proativ1a oom1 rielação às medidas<br />
.que 1advFni1am com a 1i·m:pl,antaçã10 do s·i1stlema;<br />
3 - O sucess10 do s1istema dependeri1a funda<br />
,m1entalm1ente das pessoas e nã:o s:implresim·ente<br />
de . técnicas ou modelos;<br />
4 - O prooes1so de planejamen~o aperfieiçoair<br />
-'S1e·-.ia oom o tempo, não. sendo razoável esperiar-s1e<br />
de ·imedi1arro, respostas
dados ·indi·sipensáviel à de~i1 n1i :ção dos objetliivos<br />
.. ens1aio, os quai.s, oonfro:ntados oom ais 1est11atég·ias<br />
di1sponívei·s, 1nesultarã10 em obj1etJtvios definidos<br />
que, por sua vez, validados e ajuis.ta,dbs. à<br />
estrutura 1organ1iz1aciional nos darão· as ·m1etas quantif.ioadas.<br />
·Estas 1servirã·o para o ·estlaibel1ecimento<br />
de planos que, ooliocados em1 açã10· e exiec:utados,<br />
nos darão os 1p11odutJos. ~inaii1s que nealmiente tnteriessam<br />
à org1aniização.<br />
O modelo foi ·ooncebido· ·para c:Jles1enviol1vier-se<br />
em se~s 6 g·rande.s fases, cada quial -compreendendo<br />
uma sér.ie de etapas, de comp1l ex1i:dade<br />
1<br />
vani·áViel, ·através dais quais s·e objietivo.u:<br />
Fase 1 -<br />
Desenvol.vimento de Habilidades<br />
Nes.ta fas·e busoou-se ieaipaoitair os deTentores<br />
de pos 1 ições ge-rencfa·is no hospital, nas técn1ica 1 s<br />
e mode.lo do pl1anej1amento. A ·~inal 1idade ·era. de<br />
·Senviolver ·em cada um hiabi.i.i'dades pana negociação<br />
quando surg·issiem: os naturai•s confl:itos entre<br />
Pessoas<br />
Desenvolvimento<br />
de Habilidades ·<br />
Orientação<br />
Políticas<br />
PROCESSAl\1ENTO DE PLANEJAMENTO INTEGRADO<br />
1 nformações<br />
Ambiente<br />
Externo/lntern<br />
as diviers1a1s ,área·s que oompõem o compl1e.xo<br />
1organizacional, consioi1entiiz1ação do papel que de<br />
·viefiiia.m dese:mpenhar e obt1enção do efe~iv·o com<br />
·prom1eti1mento na ~implantação do ·sistema. Objeti:vou-s·e,<br />
também, ool1etJa1r as pr.ime1irais 1i;nformações<br />
e oontriiibuições à fior.muliação das poli1tJic:ais<br />
36<br />
"<br />
Modelo Simplificado<br />
· Proposições<br />
Participação de<br />
Compatibilização<br />
Participação dos<br />
Diversos Níveis<br />
"FEEDBACK"<br />
do hosip:ital, através de um1a anáHse criiterio1sa<br />
sobne os prinoiipa1i1s pontos forteis e ~racos do<br />
·mies·mo.<br />
Esse desenvolv·im1ento· de hiabi.l1idades constou<br />
da ·re.ail:i,zação de 3 (três) enoontros, 1s1endo o pni1-<br />
m1eirio de 12 hio•ras., rieuin:indo a Diireçã10 ;e as pr.inieipa1i.s<br />
ohe1fias de servii:çios~ Neste iprim1ei1ro encontr.o<br />
redim1ensioniou-is1e 'e repos:ioi·onou ... s·e a conoep.ção<br />
s1obr:e o ·çjes•e;mpenho da funçã10 gerenoi1al,<br />
1<br />
bem oomio des1eniviol•vieu-:se ·entre os pairti'Oipantes<br />
uima unidade de, ·liing.uag,em, per:m1it:indo · um1a. an·á<br />
;l1ise orítica siobre os aspectos téoniicos 1e oiperaoionais<br />
do m:0dlel10. ·Os dem1a1i:s 1einoont'fos, .com<br />
1<br />
1<br />
duração de 24 horas cada um., .reunin:dO as chefüas<br />
:i'nter.m1ediá·rias ·e operiacioniai1s das á1reas-fim<br />
('médica 'e técn.ioa) e de apoio (adm1in1i1stra.tivo).<br />
,fonam obtidos, nes•s1a fase, pr:inoipalmente, a<br />
aoeitação e o oomipro·meti·mento de todos, no.<br />
·S 1 entiiido de uniirem. sieus esrorços na consie·cução<br />
de um ·mesimo obj.etivio.<br />
Decisões<br />
Direção<br />
Superior<br />
Operacionalização<br />
N í-<br />
veis Operaci na1s<br />
iPa nalel-am1enrte e s t1;.m u.I O ·U -s.1e a'S ohef!i1as a<br />
aimrpl1iare·m ·seus conheciimentos 1e des1envolve·<br />
·f1e.m iat·itudes e h 1 abiliicfades 1espiecí·f.ioas através<br />
do treinamento 1ern . cursos de longa dur.ação em<br />
Administração Hosp1itailar, ef·etiv1ado por ·inistituii:<br />
ções u.n:ivers.i1tánias, de saiúdie e p1rofii·ss1ion1ai·s no<br />
Estado.<br />
Fasie 2 -<br />
Formulação de Políticas<br />
Em decorrên-c:ia · das contábuiições obtidas na<br />
fa.sie an1!e1nior, 1somada1s às oonoep·ções e -i:nformações<br />
de níve·I esitratég1iie10, ia D'i-f;ecçã·o do Hospirt:al<br />
Materno lnfanti1l P1riesidente V1arg1as ·identifioou<br />
as áreas-chave, nas qu.a1i·s os 1esforços de 1 ve.<br />
·ni1am ·ser conoentriados, no exercí1oi10 de 1981.<br />
1Estias foram as árieas consideradas priioritá-<br />
·ri1as:<br />
1 - Incremento ·da Produrtividade.<br />
2 - Satisfação da tQl.ientela.<br />
3 - .Ef,iciênoia ·e des1env1ol.vim1einto dos gerentes<br />
( chefüas) .<br />
4 - 1Eficiência 1 e atliitudes dos subordrnados<br />
(·serividores) .<br />
5 - Inovação.<br />
6 - Riespons:abi1hidade púbVica.<br />
7 - 1Adequ.ação nio uso dois 1rie:cursos m 1 a1Je:11iiais<br />
·e tecniol óg 1 ioos.<br />
Dientro de cada á1rea-chave 1oons1ildle1r:aida prio-<br />
1ritária, ~oram ·estabel·ecidas polítiiicas que s1ervi1ri1a1m<br />
de o0rientação para a condução de todo o processo<br />
deoisó11i10 nos diversos níve!i'S hi 1e.rárquii~os<br />
do hospital, com a finalidade predpua de diirecionar<br />
1es:fiorços e 1recursos humanos, .m1aiteri1a1i1s,<br />
financeiros 'ª tiecnológ1ic.os, den'bro da.·s priionidades<br />
estabel 1 e'Oi das.<br />
Na fiormul:ação das ,polítioais i0btJiveram-se as<br />
1seguinte1s defünições:<br />
Afiea 1 -<br />
Produti·vidade<br />
1 - Reduziiir a 'médi1a de per.manênioi'a do·s<br />
ipacienties.<br />
2 - Aum 1 entJar a taxa de ocuipação dos ·lieitos.<br />
3 - M·e'I horiar :a 0rel1açãio· a1Jen diime n to/ força de<br />
13rabalho.<br />
4 - R1adonaHzar e 1aumenta r .a produtivii:da·de<br />
nas iativii:dades-meio e :s1erviço.s oomplementares<br />
de diag nós.tioo e terapêuti·oa.<br />
Airea 11 -<br />
Satisfação da Clientela<br />
1 - M·elhora r o atu.ail nív 1 el de quail 1 idade de<br />
1atiendim1ento.<br />
2 - l1mplantar s1istem:áti1oa1s que permita1m promover<br />
e pr.ote·ger a saúde da comun idade, com<br />
ênfase na ori•entação mate·rnio-1i1n:fia1ntil, 1estimulando<br />
o autocuidadb.<br />
3 - Ampl.i,air os serv1i1ços voltados à g1ine:eolog1i·a<br />
da ·neprodução hum1an.a..<br />
Ariea 11.1 -<br />
Eficiência e Desenvol.vimento dos<br />
Gerentes<br />
1 - 1 mplant.air si1s1Je1ma1s de 1aoompanhamento<br />
e aval.i1ação de desempenho .<br />
2 - D1es1enviolver programas pe1rmanientes de<br />
capacitação na área g1erenciaL<br />
3 - DesenvoJv,er prograimas ;jn~enoioniai 1s .e s·i·Stemátioos<br />
de troe.a de ;jnforim.ações entr,e áre1as de<br />
-at·ividade 1 •<br />
4 - Prestig1i1ar o desempenho dia função ge·<br />
renc.i-ail 1estii1muliando a . 1 1~berdade de iniciativa ·e correspondentJe<br />
·responsabHidade.<br />
5 - Desenv:o·lvier prog.r:arna :in1le,grado de atuação<br />
da equipe mult.iprio~i1s•sional.<br />
Ariea IV -<br />
Eficiência e Atitudes dos Subordinados<br />
1 - D1es.eniviolv1er ,e •i1m:pl·em1ent·air o s·i1ste:m1a de<br />
aval.iação de desempenho.<br />
2 - Reformular a •estrutura. da atu1a:I ass;istêncta<br />
a:o sieirviido r.<br />
3 - Proporoi.onar cli·ma de segurança e tranqu'iloidade<br />
para o ·exercíoio das ati 1 viidades do S1ervido1r.<br />
4 - lnstitu1i1r s·istemática de r•ea~a.Hação da<br />
força-·trabalho ,em tiodo o Hospital.<br />
5 - Dies1envolv1e1r progriamais de tre·iinamento<br />
que vi;s1en1. à oapaoitação téc:niica ·e à 1int1egração<br />
dos servidores à org·aniz1ação, ao g.rupo e ao<br />
trabalho.<br />
6 - Es.tJimul1air programas que perim1itam a redução<br />
do absenteísm10.<br />
Area V -<br />
Inovação<br />
1 - lmplant·air um. 8~stema Integrado de P.la:-<br />
1niej1amento.<br />
2 - Instituir ia tri;agem - de paoi.enties, atr.a1Vés.<br />
da rieg·ionaUzação :e hi1erarqu1i:zação dais ações.<br />
3 - Homogene·izar condutas de di1agnóstico e<br />
terapêutica paria o s1i1stema di1ente, desenvolvendo<br />
pi.ano de ·rotin:a. para ias diversia·s a.ti·viidades.<br />
4 - Des·envolver pro 1 g ramas de '.aoo·mp1anha,.<br />
m·ento psiicossiocial à oomunidade alvo do Hospi.ta:I.<br />
5- D·esen 1 vo.l1v1er m1etodolog1i·a de 1ens1ino e<br />
pesquisa nos ca1mpos 1espec.ífioos de at uia.ção do<br />
Hospital.<br />
6 - P1riom1over estudo de di:fie·renciiação de<br />
horár.io de trabalho, oons1ide 1 r.ando .ais pecul1ia11ida·<br />
des do Hospital.<br />
7 -Adequar a estrutura organizacional 1aos<br />
obj 1 etivos da 1a1Ji1V·idade hospitalar.<br />
8 - · R.eorg1anizar as atividades da área. de Reoursos<br />
H uima nos.<br />
37
9 - E1stabel1eoer siiistema de rieuniões ·intersetoriais.<br />
10 - lnstituoional!izar sistema de retroal 1 i1mentaçã:0<br />
1sobre a qualidade do a:tJendi.m1ento aio sistem1a<br />
diente. ·<br />
1 - · Implantar 10 Sistema Díg 1ito-Term ;~na,1 de<br />
Arquivamento.<br />
12 - P.romov1er um .sistem1a de divulgação das<br />
.atividades da lns1litU'ição, enfatizando a ca.r.ac.teríst.ica<br />
de atendimento de alto ni.sco.<br />
13 - lns1Ji.tuiir priograim1a de integ.riação e ava<br />
·Vi;ação da prestação de serviços de 1Jerceiros.<br />
14- lnisti.tuiiir um1 .g,j.stema de orientação e<br />
1inforim1açã·o do .sistema cHente.<br />
15 - D1esenvolver parâ1metros de aival'iação do<br />
desempenho do Hospital.<br />
A·rea. VI -<br />
Responsabilidade Pública<br />
1 - lntens1if.i.car a compreensão do se.ntido<br />
:social da ati1vidade hospital.a1r para a .popuil1ação<br />
a lvio e a comunidade.<br />
2 - Auxi·l·iar na 1implantaçã10 do Si1stem1a N.acional<br />
de Saúde, ipartioipando na sens 1 ilbi1~i~ .ção<br />
da cl.i.entel1a in1terna.<br />
3 -Adequar 1as athfoiidades e füna lidades de<br />
1<br />
atuação do Hospital a10 Siiis·1Jema Naoiona.1 de<br />
Saúde.<br />
Airea VII -<br />
Recursos Materiais/Tecnológicos<br />
1 - Oiivuilgar os prooedi.m1entos e normias lielia<br />
.ti:vas a aquii1sição de 1mat1eriial ·. ( ~perm1anen:te/consumo).<br />
2 - Comipl1etar 'ª .padrion.ização de marteri·a1i·s<br />
e equi.pamenros, provendo, iperm1a.nentem1ente, sua<br />
reavaliaçã10 ·e divulgação.<br />
3 -Am·pl.Far instal1ações fisiioas e adlequa1r as<br />
·álfeas atual1mente di1siponíviei1s.<br />
4 - A1mipl1ia r a di1s 1 pon1ibiHdade de m1aitel"iais<br />
1não-perecíviei1s ou :n ão-deteriiorávei s.<br />
5 - Padronizar aimbi 1 enrtes .p11101fis1s~onai ·s, em<br />
ipa1rticular os de priescri.ção .m.édica e de sierviços<br />
de enfermag;em.<br />
6 - Rea1Jivia.r o Fichá11ii0 Nosológ1ioo para u1:iH<br />
Z'açã10 na pesquisa.<br />
Área VI 11 -<br />
Posição no Mercado<br />
1 - AmipViar 'ª a.tuaçã 1 0 da Sieçã10 de He.modiál1i1se<br />
do Serviço de Clíniioas de· Apoio.<br />
2 - lnce.ntivar .a ampli 1 açã10 dos Serviços Complemientares<br />
de Oiiagnóstico 1e Tieraip1êutiioa.<br />
38<br />
·. 3 -PriiVU1eg1iiair o atendimento dai día1de 1mã·e<br />
·filho, 1est:Ji.mul1ando o al1eitamen1lo natuiral.<br />
Airea IX -<br />
Recursos Financeiros<br />
1 - R·eduzir os cursos ope·racionia1i1s, através<br />
da manutençã10 de 1rí1g·ida austeridade econômi·oa-<br />
-1financei ra. ·<br />
2-Aig·i·lizar a, 1i1mplantação do Siste1mia de<br />
Cus1Jos Hospi·tal1aries e ia:val·iar a suia :adeq'U!ação.<br />
3 - AgiFl:i 1 zair a ·~iberiação do ipag.arniento das<br />
oontas 1médi!cais e dos serviigos. contratados.<br />
4 - D1es1envi0l1vier 1 ~nstruimen't)os e pa.râ.met11os<br />
paina a 1anál1i1s.e dos custos 1e coririeçã.o dos des;v:ios.<br />
5 - Di1rig1i1r .recursos fin.anoei·ros aos s·ervi·ç.os<br />
priioliitários oom1 v1istas à ·imipl1an1Jação dais políticas<br />
do Hospirtal.<br />
Fase 3 -<br />
Informação do Ambiente Interno<br />
e Externo<br />
Nesta fas1e bus1c/Qlu-s1e constitu1i,r u1m núoleo de<br />
ti 1 nformações .sobrie a 1iealjdade orgianiz:adonal<br />
io Sl.P ~is·ando aoeilerair o a~ing 1 i1mento dos obj1etivos<br />
pers,eguidos. Pouco depois, doouimentos<br />
l 1 e9ais oni1entado1re·s e normiattizadores de diretrizes<br />
1em1anadas pelos mais .al,tos 1escalãre1s dkigentes da<br />
1 1<br />
lnsti,tuição, estiabeleoer,am cniitérios para a des-<br />
1oentrali~ação de enicairg1os e resiponsabi:l1idades nas<br />
ár1e1a. de Orçam1en1lo-P:rog1ra:ma, determinaram me·<br />
didas de contenção de despe1s;as n:a áre1a de ass'istênda<br />
médica, es 1 tabe·l1eoe1nam 1ori.entações de prio<br />
·nidades na pr:estação de s1e1rv1i·ços mrédiicos e<br />
1médi:co-hospitailarie·s, fiix.ara.m as e'bapas c:fio p.rooessi0<br />
de descentnal;i.zação ·e det:alhamento das<br />
despesas e onien:tainam 1as mietas fís.ica1s as1si,stiein<br />
.oi1ai·s paira 1982. Re.feri1mo-no1s, esip1eoi,fioa1mente1,<br />
a Orde1m de Ser~iço INAM.PS n.º 5/82, de 2 de<br />
1Março de 1982 fu:ndamientada nia Portari,a M:PAS<br />
-2.645de17/09/81, na Prop1osiçãü do CONASP<br />
n.º 1 /81 - homolog1aidia 1em· 6/1 /82, pelo· M1inistro<br />
do M.PAS -1e na Riesol~ção INAMPS .º '5/82,<br />
de 16/02/82.<br />
Baseado nestas diretni~es ·e determ1inações<br />
1mas, de manie1iira muito 1e,sipecial, considerando as<br />
«Orrentaçôes Técnicas piara Programaçã10 Ass1i1stencial»<br />
constantes do Anexo 1 da supnaoitada<br />
Ordem de Servi1ço n.º 5/82 procurou, desde logo,<br />
1a Dire·ção do HM l.PV 1imipl1em1entar ,medidas de<br />
aoompanhamento, oointrole e :av:aHação - nos<br />
vári1os ní1vie·is g1ene:nciaiis do hospirtail - viSiando<br />
observar ia tendência 1rel.at:iv:aimenue ao ating,i<br />
.mento .dos pa râ1metnos 1iidleaii1s de cobe1rtuira e de<br />
1<br />
o~i1mizaçãi0 da capacidade de produçã10 de s,erviços<br />
ass.istenoi1aiis, miOl'imente a níviel de oonsultias<br />
de saúde 1e ·internaçõ,e1s hoS1pitalares.<br />
Estas novas diire·tniz,es por e;sta1nem 1embasadais<br />
nos ·mesmos princípios e 1ori ,en~açõ ·es, val1e dizer,<br />
POUTIOAS, que já V1inha:m sendo de:senvolividas<br />
no HMIPV encontraram :imediata 1re1s1sonânc1ia e<br />
plena aceitação. dos1 diversos. estamentos ge1renoiais,<br />
1serv1inc:flo ooimo. ,estíimul10 r1ev1i191oraidor a uma<br />
m1aiior 1e ma:i·s. efet·i1va pairttioipaçã10, dos v1ar,iados<br />
1<br />
nfve'i1s funcionais no1 procesiso deci1sónio do hospttal.<br />
Por outr.o l1ado, o PLANO D1E AÇÃ,0/1982<br />
ainda ma 1 is adequado à rnaHdade, fo,i concebido<br />
1<br />
estlrate•g:icam1ent1e para reoeber 1rieajuiste1s quadri;<br />
.mestria1is de ~orm:a a penmiti1r, ·em -nempo. h·ábi:I,<br />
a 1 identiNcação da,s: distorçõ·es, em eispeioial as·<br />
1 Causas 1 e a pairt'i1r de rentão iprioioeder 1a ações corfietivas.<br />
Piara tal foram des1en:volvidos ,inst!rum1entos de<br />
controle CU'ja val1~dadle foi· testada nia. :pirime:i1ra .a:vialiação<br />
quadrim 1 est:ral 1permi:t:1indo-:se a1jui·zar se o<br />
que se prietJendia alcançar 1estav1a Jie1a.l·m1enue sendo<br />
:aoomipa.nhiado 1e 1medido.<br />
Com tal 1estmatég:i 1 a, foi possíV1el a ,identmcação<br />
das causas das distorções, s:endo as m1esmias<br />
40<br />
dassificadas, segundo sua 1ori·gem1, ,em doi1s tipos:<br />
1ex·terna 1e interna.<br />
A·s oausa,s de onig1em 1ext:erna 'estão v1inculados<br />
1<br />
ao fatio ,ma1i1s ·maroante 9'e nossa época q.ue é a<br />
v,elocidade oom qu1e oioorne,m as mudanças s,ej:am,<br />
de 1ordem polítii0a, 1ei0onÔ'm1icai, socrial ou cultural,<br />
pois qualquer mudanç1a em um ou mais deiss·es<br />
factores ·exige1 um repos:iicionamenro e um redireiedoname·nto<br />
nos rumos das orgianizaçõ'e1s .<br />
Ais causas de or:igem ·interna podem sier v1i1sua-<br />
1lizada ,em três grandes ,grupos: as rel·ad1oniadas<br />
1oom o nível de aceitação tanto db proce:ss10., das<br />
ipolíti1cas, oom10 obje,tiv1os 1e mietas expries1s1as no<br />
Plano de Ação; 1as de orde1m funciOnal, relacionadas<br />
com a qUial1ihc:açã10 daique!l1es que são resipon<br />
1<br />
sáiv;ei1s pela 1impl,antaçãio dlo proce,sso, 5,e1ja no<br />
âmbito de op·er:aicional1iz1ação dais técnic:as, comio<br />
do:s pl'iOoessos ·e procedlim1entois 1e, finalmente.,<br />
·aquela:s relaoioniadas oom a capacidade da organização<br />
de ipil"iov1er os me.ias tantos tecnol6gicos,<br />
c1om10 humanos 1e ,mate1rii1a1is, 1ass1im· oorno do cl.ima<br />
org:anizacional que sua Diireção for capaz de 1i1mprim:ir,<br />
·através de um maior oomprometi1mento com<br />
o ies,f.oirço de pl1aneiamiento ·e maior aut,onom1ia no<br />
processo ic:fieósório.<br />
F1inalm1ente, ao térm.inio· do p6me:iro qu1adr,i<br />
:m1es1ttne do pre1s1ente 'exerdoi:o, f.01i. ire,a1l1iiz.ada um1a<br />
avaiHaçã10 do Pil·ano de Açã1 0 com a fiinal1idade de:<br />
- ldenficair os resultados obtido.s tanto a<br />
ní,viel gl1obail dia hosipiirtJal, oomo ao nÍ'~e1 I de cada<br />
umia das unidades que o oompõe:;<br />
- ldentifioair as causas das distorçõe,s. que<br />
porventura ooorressiem no ootej10 ,entre o p1lane.<br />
jado 1e o real'izado;<br />
- P.romovier aç6es qu·e propi·oi·ais1s;e1m o cor.reçã10<br />
das di1stoirÇões;<br />
- Anali 1 sar, ·oritioament1e o que dev,e ser aioi101-<br />
inado, re~ormu.1.adio 1e o quie deve sier e1l1im1i1nado de<br />
forma a trans~ormar o P:liano de Açã 1 0 num1 real<br />
1instrumento d!e1 ori1entação de1 tlodoS' os e1sforço1s<br />
daquie.les que desenvolvem. suas a·cti1vidades no<br />
Hospital Materno-Infantil P 1 re,s:idente Vargas.<br />
Com base nesta av.ahaiçã,o oonistatJou-.se, de<br />
;i,mediatO', fruto de imedidas. ado·ta:das, u:ma ·ma;is<br />
ef1etiiva partioi:pação de tiodos os ní1v1eis fuincionai·s<br />
ie .g;e,rienoiais no prooess10 deoi1sóriio e um: ma1ior<br />
g1riau de i0o:mpnorn1eti1mento e respon sabi1l1idade<br />
tanto oom 1rie:l.açã10 ao processo 'OO:mo também ,<br />
ipela vida funcional do hos1pit1al.<br />
Esta postur:a é ·indicadora do alto grau de<br />
1maturidade ia.tingido pelo grupo funoional 'e o el1e<br />
'Vlaido níve,I de aoei 1 tlação para ·Oom .as :iniciattiv1ais<br />
da D·i rieção.<br />
Para uma melhor avaliiação quantJitt'ati,va ,e qua<br />
Htati:va dos resultados ailicançados ana.l1isou-se o<br />
periodo compreiendido pelos doi1s (2) p1rim 1efa~o.s<br />
quadri:mestr·es do cor.rente ex.erdcio oompairando-io<br />
com igual· p1eiríodo do ex1elic:íc:io ante 1 riiior -<br />
1<br />
·ass1i,m :ciomo, com ·as mietas ipnopostas.<br />
Cabe ressaltar que dO'i1s mese,s -Jane1iro e<br />
Fev1eireh~o - fia:ce as p1ecuHaridadies cultura1i1s do<br />
Riio Gnande do Sul, apires1ent am1-se· total·m 1 ente<br />
atípicos. em r:e1laçã10 aos demais.<br />
A níve·I de resultados quantitatfrvos em relação<br />
a:os 1obj1etivos estratég:icos do HMIPV foi fixado,<br />
inicial,mente, oomo aceitável uma ooi1lação no pr,i·<br />
meiro quadr.irn1es1Jre de + 10 %, int,e·rv1alo dentro<br />
1<br />
do qual 'OS re·sultados aliciançados em ne·lação ao<br />
p:lanejado seri·am 'Oons1ide:rados pl1enamente at ing1idos.<br />
Em relação ao segundo quadr,im1estre esta<br />
vari.ação, oon1side1rada aoeitávie,I, ,e.nt1re o realizado<br />
e o pl1aniejado, de:veri·a situair-,se em um .i:nt1e:rva lo<br />
de + 5 % sendo que, ao fi.nal do ,exercício, espera-se<br />
que os riesultados a,lc.ançados, a nível de<br />
obj1etiv:os ·e1straté.g1i.cos, 1e·stiej;am dentrt0 de um interval10<br />
de + 2-3 %.<br />
O Quadro 1 fornece o comparativo a nível de<br />
Oibjet1i1vos Estr:atégicos dos r1e su1ltado1s alcançados,<br />
1<br />
nos oito priimeiros me1s:es de 1982.<br />
OUADROI<br />
A s:impl·e.s obs1ervação destes dernonst11a'bivos<br />
oo·mipirova o atingiment o dos Objetivos E,stratég:ioo·s,<br />
e,is que a var:iação peroentiual s:i:tu1a-s1e dentro<br />
dos parâmetros pr:e1viament,e estabelieoidos.<br />
Ressalte-se, entr:etanit o a nítida t1endênoia de<br />
superação da meta pl1anejada no que s 1 e ,re·f.e.re<br />
!ao número de int.ernações hospital.ares, nú m·ero<br />
de parto 1 s, núme·l'io de c irurg1ias e tax1a de ocupação<br />
hospitalar, ;mesmo sofrendo o 1impac'bo ne9ativo<br />
referente à a·t:ipioidade dos mes1es de Janeiro<br />
1e Fev'e r1e 1 iJo.<br />
Outl'iossim., é importante sal1ientar, que a meta<br />
estaibe1l1ecida 1e dada 'ª oonhece1r soment,e no mês<br />
de Março, ou ,seja quase nia metade do pe1ríodo<br />
analiis.ado, pel1a OS n.º 5/ 82, 11efe1rente a tax.a de<br />
:ocupação hospitalar em hospita1i.s iprópnios, equ'ivalentes<br />
a 85 %, toi1 atingida e superada pelo<br />
HMIPV q uie .at,ingiu 91,44 %.<br />
A média de permanência do~s p1ai0i1enbes 1inter-<br />
1<br />
1nado:s apresentou um pequeno desvio rel1ativ.amente<br />
aio planejaido devido ao fato de, no mês<br />
particularmente atípico de Fevere 1 iro, ter at1ingido<br />
uma médi·a de 7 dias.<br />
AVALIAÇÃO DOS OBJETIVOS ESTRAT~G I COS CO NSTANTES DO PLANO<br />
DE AÇÃ0/1982 DO HMIPV, JANEIRO-AGOST0/ 1982<br />
!'TEM PLANEJADO REALIZADO<br />
N
O Quadro li apres1enta al1guns indicadiof"le·s do<br />
desempenho hospital1ar P'f"lopi1ciando seja efetuada<br />
uma anál,i,se oornparatJi.va do ir,eal1i·zado, no me1smo<br />
período, nos 1ex1ercíoi1os de 1981 ,e 1982. Constata-se<br />
·em todos os ·indiicadores - 1exoetuando-s·e<br />
o da média de permanênci1a hospitalar que di!m1inuiu<br />
como era objetioo - um ,incremento s1ign1ificativo<br />
dos serViiços produzidos qu1e viari.am de<br />
8,01 % nas consultas de saúde a 65,20 % nas<br />
oi1rur9,i·ais ·e~etuatdas.<br />
Estes dados ev,idenci1arn, 1na v1erdade, uma<br />
m1aior liaci,onaHzaç.ão do iproc:ess10 laiborativio oom<br />
consequente 1aum1ento da produtivida.dle rnédli1a dos<br />
!>.erviidores poi1s os Recursos Humiainos ex1 i 1st,en~es<br />
sofreram, indus:iVie, uma dirn1inuição de 15 pes-<br />
1soas, ,equival1en1les a 1,60 % da f·orça/trablalho<br />
total, oonform1e .expl1i,citado no Quadro UI.<br />
de 72 % . A Médi1a de Permainênci1a, entre:tainto,<br />
1m.esmo .com um ,jrnipiortan1Je 8'erçá1rio de RN pa:tio-<br />
1ló9,ioos e pirem1aturios, ·mant1eve-1se dentro do parâ-<br />
1metlio ·estabelecido.<br />
Na á1rea da OBSTETRí.C.IA (Quadro VI observou-se<br />
uma pequena di·s1!orção a níve.I ambutatorial,<br />
perfei:tamente absorvfviel, de 2,39 % a menos<br />
.da mieta q~e s'e p1retendia atingir. No entanto, o<br />
.númerio de int1ern:açõ.es superou em 19,41 % o<br />
at1ing·ido em 1981, tJendo-se reia.l1izatdo a maior -<br />
,em ·11el1açã.o aio planejatdo - 128 p1artJos, que oor<br />
•responde a um p·eroenrtuial de 12,07. O número<br />
de partos foi· 22,27 % maiior que o real1i1zado em<br />
1981. Em função des·te1s dados a Tia~a de Ocupação<br />
<strong>Hospitalar</strong> foi de 97 %, quando no ex.e1ricício<br />
aintJeriior ha~iia s 1 f.do de 84, 71 % . A rnédi1a de per-<br />
1mainênoi1a do ipartJo normail ·foi de 3,23 dias,<br />
ido1s oirurg,iôes pediátriicos pel1os Postos de As·siistênda<br />
Médlica (~AiM's) 1em .Porto Ale-gre q.uie<br />
acarretou sien sível dim1i n·u i.ção da demanda.<br />
U·m dado· que· .merece, .f"leatoe é aquele que se<br />
refie1re aio número de atenidii1mentios prestados nia<br />
Un1idade de Observação P1ediá1tri'ca. Esta unidade<br />
tem por f.in.a.liid'ade bás,iica serviir como porta de<br />
entrada natural e rexolu1siva de ·todos paoi1entes<br />
1<br />
pediátricos que aportam ao HMIPV, com ori·entação<br />
de internação ou miesmo portando guiia de<br />
hospital iz:ação.<br />
O objetivo da .equipe multidisiciip:l.inar que atu.a<br />
nesta. unidade é, util,iiz1ando toda a gama de se1rviiços<br />
diagnóstioos e te!rapêuitioos di1sipioníve+s,<br />
verificar e, ao final das primeiir:ais 24 hor.as de<br />
atJendi1mentJo, internar os casos f"leal1mernte necess·ários.<br />
Nos pr:im1e1i1ros oito mieses deste ano deir.am<br />
entrada nesta Unidade 2530 cri:ainças .da1s qua1i,s<br />
somentJe 901, correspondendo, portanto, a 35 %<br />
das Gri·anças aten.diidas, ~oram hospital1i·zadas.<br />
Ass,irn e~1 itou-s'e 1629 1interinaçôes, oorres·pon-<br />
, j<br />
dendo tecni:oam1ente a urna eooinom i.a. - se cons:iderarm1os<br />
.os cuist!Qls médios de uma ·iinternação<br />
1<br />
pediátrica no HMIPV - de Or$ 86 988.600,00-<br />
( oitenta 1e s·e1is m1i1lhões, novecentos e oitenta e<br />
oito ,e se1iscentos cruze1i,ms).<br />
Este trabalho n.a Unidade .de Observaçã 1 0 P1ediátric:a,<br />
que apres.enta uma exp1er:iêniaia oonso-1.idade<br />
de 42 meses, é ·extremam1ente importante -<br />
esipeciialm,ente para institu:içõe1s que· ·apneisentam<br />
um ·S1erviço de urgência pediátrii'ca - poirtanto<br />
poderá apresentar uima redução em 1intern.açõ·es<br />
tecnic1ament:e<br />
.<br />
e·v1i1táve·is na oride·m de 65 % .<br />
QUADRO Ili<br />
DISCRIMINAÇÃO DO QUANTITATIVO DE SERVIDORES DO HMIPV,<br />
JANE 1 RO-AGOST0/1981 a JANE IRO-AGOST0/1982<br />
QUADRO IV<br />
PER(ODO<br />
SERVIDORES PARA<br />
MÉDICOS E ADMI-<br />
NISTRATIVOS<br />
(NO ICE DE<br />
SERVIDORES/<br />
LEITO<br />
SERVIDORES<br />
MtDICOS<br />
TOTAL<br />
ANÁLISE COMPARATIVA DE ALGUNS INDICADORES DO ATENDIMENTO<br />
PEDIATRICO, JANEIRO/AGOST0-1981 e JANEIRO/AGOST0-1982<br />
1981<br />
1982<br />
725<br />
707<br />
3,03<br />
2,95<br />
210<br />
213<br />
935<br />
920<br />
INDICADOR<br />
( 1 ) (2) (3) DIF.(2-3)<br />
PLANEJADO 82 REALIZADO 81 REALIZADO 82 (%)<br />
D 1 F .(1-3)<br />
(%)<br />
DIFERENÇA<br />
(%)<br />
- 2,48<br />
+ 1,42<br />
- 1,60<br />
NC? DE CONSULTAS 100.000 82.794 78.283 - 5,44<br />
NC? DE INTERNAÇÕES 3.880 4.774 + 23,04<br />
TAXA DE OCUPAÇÃO 80 72,07 100,50 + 28,43<br />
MÉDIA DE PERMA·<br />
NÊNCIA<br />
7 6,73 6,96 + 3,42<br />
- 21,71<br />
+ 20,50<br />
-0,57<br />
A anál,ise das metas s1etori·ais das clínicas do<br />
1<br />
..<br />
HMIPV 1ev.idencia, tamlbém, a e1violuçã1 0 dos serviiços<br />
assistenciais.<br />
Os Quadros IV, V, VI ·e VII, apresentam os<br />
prrinoipais 1indi·cadores de cada uma das clí.niicas<br />
·exi 1 stentes.<br />
Assim, na PEDIATRIA veriif.ica-.s1e quie o número<br />
de consultas ambulatoria 1 i1s e 1de emergênc:ia<br />
decresceu, oomp1airatiivam1en.1Je aio exerdoio ante-<br />
1r.ior, em 5,44 %, havendo uima d!ist1oirçã10 r.e.latrv.amentie<br />
à meta pretendida em 21,71 % . l1sto ocorreu<br />
uniicament!e ·devido a ef.etiv·a dim1inuiiçã10 da<br />
demianda ·o que pode signif.icar uma 'f!1'8iior absorção<br />
e resolutividade nas unidades de saúde periféricas.<br />
O número de .i·nt1ernações ascendeu a 4.774,<br />
·sendo 23,04 % a m1aior r:elatiivamente 'ªº mesmo<br />
perí1odo no 1exercído anterior. Estes números, por<br />
·Sua v·ez, oportuniizaram que .a Taxa dle Ocuipação<br />
<strong>Hospitalar</strong> que sie pretendi.a fossie de 80 % ati:ng,isse<br />
100,50 %, quando nio m1esm10 período de<br />
1981 hav1i1a-1se cons.egu1ido urna Taxa de Ocupação<br />
,enquianto que niô parto oesáriea este índice foi de<br />
6,31 dias.<br />
Os inidi!cadore·s da GIN1EGOLOGIA (Quadro<br />
VI) também são ·S'ignii1füoa.tiivos. Eimbora siendo<br />
uma dniica relativamente rece:nte é que passou<br />
por uma profunda reoirientaçào institucionail há<br />
menos de do·ts anos, conseguiu-·sie· efectuair 804<br />
init1e 1 nnações 'e real-izar 547 ci1rurg1i;as, dados destes<br />
dentno do planej1ado. O númerio de oons.ulta1s<br />
ambu+atoriaiis e a. ·médii1a de· permanência també·m<br />
obede·ceram ao p'lanej1ado. Some,nte ;a Traxa de<br />
Ocupação <strong>Hospitalar</strong>, muiito ·e·mbona. tienha criesoido<br />
em quatro pontos peroentuaii1s quando com- ,<br />
parada ao ex1eircí!C'i10 anterior, aiiinlda não atinrgiiu o<br />
í n:dice de 80 % , que ·Se priet1e1nde mainteir.<br />
No serViiçto de GUNIOAS DE AP.010 (Quadro<br />
VM) as consultais ambulatoriais supera.ram em<br />
34, 13 % o pla.niejado 'e as cirurgfas - geliais e<br />
pe,diãtiriiJC·as - embora tenham s1ido S·ign1irfii1catiwam1enite<br />
superiores a:o real:izado em 1981, ainda nã·o<br />
atr.ng 1 i·ram os valores esperados. Este oomporta1-<br />
·mentJo é devido, prii·noiipa.l1mente, a redi.stliibuição<br />
INDICADOR<br />
QUADRO V<br />
ANALISE COMPARATIVA DE ALGUNS INDICADORES DO ATENDIMENTO OBSTfTRICO,<br />
JANE 1 RO/ AGOSTO - 1981 e JANE 1 RQ/AGOSTO - 1982<br />
(1 ) (2) (3) DIF. (2-3) DIF. (1-3)<br />
PLANEJADO 82 REALIZADO 81 REALIZADO 82 ('ir: ) (7r )<br />
N
INDICADOR<br />
QUADRO VI<br />
ANÁLISE COMPARATIVA DE ALGUNS INDICADORES DO ATENDIMENTO GINECOLÓGICO,<br />
JANEIRO/ AGOSTO - 1981 e JANEIRO/ ft.GOSÍO - 1982<br />
. ( 1 ) (2) (3) DIF. (2 -3)<br />
PLANEJADO 82 REALIZADO 81 REALIZADO 82 (7r )<br />
NC? DE CONSULTAS 30.000 21 .104 29.163 + 38,18<br />
NC? DE 1 NTEíl NAÇÕES 636 804 + 26,41<br />
NC? DE CIRURGIAS 533 406 547 + 34,72<br />
TAXA DE OCUPAÇÃO 80 56,90 61,29 + 4,39<br />
MÉDIA DE PERMA-<br />
N~NCIA<br />
INDICADOR<br />
6<br />
6,65 5,06 - 8,87<br />
QUADRO VII<br />
ANÁLISE COMPARATIVA DE ALGUNS INDICADORES DO ATENDIMENTO NO SERVIÇO<br />
DE CL(NICAS DE APOIO, JANEIRO/ AGOST0-1981 e JANEIRO/ AGOST0-1982<br />
DIF. (1-3)<br />
(%)<br />
- 2,79<br />
+ 2,63<br />
- 18,71<br />
+ 1,00<br />
(1 ) (2) (3) DIF. (2-3) D IF . (1-3)<br />
PLANEJADO 82 REALIZADO 81 REALIZADO 82 (%) (%)<br />
NC? DE CONSULTAS 30.000 35.342 40.241 + 13,86 + 34_,13<br />
NC? DE CIRURGIAS<br />
PEDIÁTRICAS<br />
667 346 454 + 31 ,21 - 31,93<br />
N.º DE CIRURGIAS<br />
GERAIS<br />
333 52 282 + 442,30 - 15,31<br />
·.<br />
Houve um aspecto, no que se ref.ere a m1etas<br />
físicas assi.st·enôaiis quie, 1ernbora a·ssaz ·importante,<br />
de·i·xou de constar, ~orrnal :mente do PLANO<br />
de AÇÃO /1982 mas que mreriecendo especiial<br />
at·enção nais recentes di1rietr;ize 1 s da Diireção Grera.1<br />
do HMltpV, veio a ser incorporado ao elenc'O de<br />
med1das priorita·riamente ·controladas no HM,IPV.<br />
R:e·fe·rrmo-nois à raoiona:Hzaçã na utiilização dos<br />
s·erviiços complementares, e 1 spec:ialmente na á·rea<br />
ambulatori·al. A.doptou-se ·como parâmetro a sugestão<br />
preconizada na OS' 05/82, com- vistais. ao<br />
aco 1 mpanhamento, controle, avaliação e adop·ção<br />
das ·eventu1ai1s medidars ·oorre:cti·vas.<br />
O Qu1a:dro VIII apres,e.nta o d!emoinstrat,ivo ·rea.I<br />
e o ·ideal da inoidênaia de exames oopipl1ementares<br />
de diagnóstricio ·e t,erapêutiico, na á·re1a e·stratégica<br />
da Patolog 1 i1a Glrn.oia.<br />
O Quadro VIII de·monstria que, conforme os<br />
ipairâmetros ideais tentatiivos - vál1irdos piaira 1982<br />
- propostro.s pela Di,reção Geral do INAMPS<br />
poderiam s·er rieal,izados 130.591 exames de Patofo·g1ia<br />
CHnica que ooliresponder·iam a um índice dte<br />
70 1 exames oomplementar.es par,a cada 100 oonsul·ta.s<br />
. No ·entanto; 1 efe·tri\flament1e fo·ram efetuados<br />
apenas 90.475 1exam1es que corresponrdlern- a uma<br />
inc'idênoia real de oe·rca de 50 exame·s a cada 100<br />
consultas, ou sej.a., 30, 70 % a menos do parâm1e·tro<br />
tixado.<br />
QUADRO IX<br />
um hospital que aten·de, p11e~e1rencial 1mem1e, gestant1e1s<br />
de Ailtjo R:isco. O oontrol1e ·efoti1v10 hrospi1ta.lair<br />
quie não era efetuado no ano anrte11i1or, 001nsti:tuiu<br />
obj.etivi0 pr.iio11itáriio dai atual Di1reção ·e dados aituia1l<br />
·m1ente disp.oní1veii;s demonstriam quie seus valo1res<br />
estão oons1entâneios oom os parâ·metros intiernaci1onal·ment'e<br />
reconhec1idos e aicei:tos.<br />
Mas é ·ne.almente, na .avaliação dlo·s custos<br />
ope:ra.cionaii·s dos serviços hospital:ares que pode<br />
-s,e \fler:ificar a evolução de um.a pblítiirca adm1iini1stratiiva<br />
que aliia o incr.emento dos serviços, redução<br />
de ooiosidade a níveis tecn1icament1e ace1itáviei1s<br />
a uma rí·gida e auster.a<br />
administr:a.ção dos<br />
1<br />
reoursos económi1oos-finànice'iros.<br />
O Quadro X apres,enita a 1evol.ução dos custos<br />
de alta de paaien1Je1s internados nas três clínicas<br />
·mantidas pe·lo HMl.PV, no bloc10 die· internação<br />
1<br />
ihosiprita.larr: Pedi:atr:i·a, G.ineicolog1i1a e Obstetiríci.a.<br />
Ve·rii1fi1ca-s1e que o custo médi10 da alta, inC'luindo<br />
todos os gaistiO!s inie1reinte1s aos s1e1rvi·ços hospitJalares<br />
- pe·ssoal inclus1ive médicos, material<br />
de consumo, s1e1rviço1s de manu1iençã0 próprios<br />
1<br />
1e de teroe·i!ros, oota. de depireoiiação, encargos<br />
diversos, exames oompl1em1entare·s de :di1agn6st.ico<br />
1e tJer:aipêutica ·8 medioamentos no prime1i1ro semes-<br />
1<br />
DEMONSTRATIVO DE INDICADORES QUALITATIVOS DO DESEMPENHO<br />
. HOSPITALAR, JANEIRO-AGOST0/1981 e JANEIRO-AGOST0/1982<br />
JAN-AG0/81 JAN-AG0/82 DIFERENÇA<br />
TAXA MORTALIDADE GERAL(%)<br />
1,96 2, 11 + 0,15<br />
TAXA MORTALIDADE INSTITUCIONAL(%)<br />
1, 16 1, 18 + 0,02<br />
QUADRO VIII<br />
TAXA DE CESAREA (%)<br />
30,33 31,52 + 1,13<br />
CLINICA<br />
PEDIATRIA<br />
GINECOLOGIA<br />
OBSTETR(CIA<br />
OUTRAS CL(NICAS<br />
ESPECIALIZADAS<br />
DEMONSTRATIVO DA INCID~NCIA REAL E IDEAL DE EXAMES DE PATOLOGIA<br />
N
·in:clus1ive, ·a mai1s re·oente d íini1ca. do hospital. No<br />
·momento em que a1-ting·i r uma taxa die· ocrupa.ção<br />
1 1<br />
semelhantie à da médi·a. do hosp·ital estJes custos<br />
1<br />
·Unitários reduz1ir-s1e-ã·o.<br />
O e1l·evado custo relativo das Unidades de<br />
1<br />
A:l·ojamento Conjunto P.edi·átrico e UTI ped:iátrica<br />
-a ma-ior em. 58 % relat.ivamente· ao custo médio<br />
1<br />
da alta do hospirta1I - explica-se pelos elev1ados<br />
gastos de uma: Unidade die Trratiamentio lnt:ens1ivo,<br />
o que ·oonstiitui--se fenómeno m~ndi 1 al, ·e o facto<br />
de que. no Alojame·nto Con1unto des1envolve.r-se<br />
MESES<br />
Uni ca -U n idaê:le<br />
QUADRO X<br />
HOSPITAL MATERNO-INFANTIL PRESIDENTE VARGAS<br />
CUSTO DA ALTA ANO: 1982<br />
de di1v1ersas áreas das C.iên.oi:às da Saúde e uma<br />
Escola de Form.ação de Aux·i1tiiar de Enferm1a1g1em,<br />
1com trinta alunos anuaii1s- e, mesmo, cons:i.derando<br />
a médi,a das remunieraçôes efotuiaidas pelo<br />
INAMPS aos se1rv 1 iços oontratados e· ciredenciadlos,<br />
podemos afinmair, com segu1rança, que os ·<br />
custos do HM,IPV estão ·enquadrados em nosssa<br />
1re 1 ail1idaide médi1co-ass1 i1s~endal.<br />
Muitos outros objetivos estratég.icos e mietas<br />
setofii·a1i.s poderiam s:er ex.aus1Ji1vam,ente anal1isados<br />
e oriticados. Entretanto, f1ixamo-inos nos mais<br />
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO<br />
·-------- ·--- ---- · -------·-·--~<br />
Pediatria Unidade<br />
de internação 60.055,00 68-368,00 33 .152,00 25.804,00 30.178,00 32 .102,00 45.610,00<br />
5. 0 andar<br />
Pediatria Aloj .<br />
---------- - --- · -----··- ·----·--- --- · -·--------<br />
Adjunto e UTI 48.780,00 62.250,00 73.753,00<br />
4. 0 andar<br />
Pediatria<br />
----··-- -----·<br />
Berçário 35.948,00 48.206,00 40.985,00<br />
9. 0 andar<br />
Ginecologia<br />
6. 0 andar<br />
Obstetrlcia<br />
49,775,00 112.676,00 54.722,00<br />
Aloj. conjunto 23.055,00 34.723,00 25.275,00<br />
7 . 0 andar<br />
Obstetrlcia<br />
Ginecologia<br />
Puerpério 27 .629,00 42.475,00 29 .879,00<br />
8. 0 andar<br />
uma experi·ênoiia 1 inédita que tem por eiSC'OpO reduzi.r<br />
as re·internaçôes hospitalares: na unidade a<br />
mãe acompanha permanentemente o filho :internado,<br />
recebendo informações e tre1iinamento de<br />
habi·Hdades e fo·r:mação de novos hábiitos a1:itudinaiis.<br />
por p.arte da equipa multidi·scipliinar de· s1aúde.<br />
6m vista da el1ev:ada qualii:dade dois serviços<br />
prestados - seme1lhante a de 1instituiçÕ'e·s universitárias<br />
já quie r1eal i·za sistemat.icam1ente açõ1es de<br />
1<br />
pesquisa e ens1ino, 1iinclu1sive mantendo oinquenta<br />
e ci:noo (55) médioos :residentes, doze (12) esrtag<br />
1üá•riios de medicina., no·v:e (9) es.tagiiários e·m<br />
1<br />
psioolog.i:a cHn1iica, doze ( 12) outros estagiári:os,<br />
46<br />
84.375,00 99 .686,00 61 .315,00 71.693,00<br />
·----------<br />
35.786,00 41.136,00 40.695,00 40.459,00<br />
49.101,00 48.043,00 49,862,00 60.697,00<br />
21.426,00 22.736,00 25.417 ,00 25.439,00<br />
29.324,00 30;.91'5.,0'0 33.513,00 32.389,00<br />
45.364,50<br />
si•gn.if.icativos oom o intuiirtJo de ~ornieoer 1s.ubisídios<br />
que embasam nossa conv:i1cção da nieicessidade<br />
dos hospita1is, em g 1 e·rail, escolherem um·a estratég1ia<br />
adequada à adm1ini·str.ação re·almentie oi1entíf.iica<br />
de S1e·us reOUlíSO·S.<br />
CONCLUSÃO<br />
1É i1nrerfutávre·I, oom base na anál 1ise dle tod0rs<br />
os dados arrolados, o aoertJo das medidas ;adotadas<br />
pela Di 1 recçã 1 0 do· Hospital M·art:ern10-,1n,f.anti:I<br />
Pre s·i denre Va rg.a s.<br />
É nossa convicção que a e·stratég1i·a adot ada,<br />
ail,iada à adequação crítica do modefo a nos·sa real·idade<br />
ins·tii·tucion1al, enfatJi1zando o comportam1ento,<br />
co-mspons1abiHdade e part•icipação - real·imentada<br />
através de um.a srist1emát,ioa avaliiação - é<br />
responsável pelo suce·s:so .aloançado.<br />
O mode1lo desiarito, para uns pode· p.airiecer fa:ntas·ioso<br />
e inadequado à estrutura das o.rg.anizações<br />
1<br />
·ho•spitalar,es e, para outros, já fami:i-ioairiizados com<br />
·a mode1rna Admiinistraição .de· Eimrpresas, por c0in.<br />
te1r ·el·ementos de log:i1ci·dade· e aipar.ente s:impli,_<br />
d idade, iniduz1iir .a e·nros na m1e·dida ·eim que· as pe1s-<br />
1s1oas intui11em que os aconte.ci·mentos na vida .real<br />
obedecem à mesma sequênoi;a lóg.ioa.<br />
Aqueles, os adminisuradores « 1 emipí1nicos»,<br />
m an1ifie·stamos nossa plena convii·cçã 1 1 0 de que o<br />
miodel·o é perfe1itam1e:ntle adaptáv.el e p0.ssíve·I de<br />
1i1mpl:antação em hosp1i!tais de médio e g.r:a1n'de<br />
portie, 1s endo um instrumento val1ioso, para a<br />
1<br />
moc:fierniz·ação administrativa de nossos hospitais,<br />
de capacitação gerenoial de nossos di1691enites e,<br />
rprinc1~p1alm.entie, de max:imiiz·ação de resuiltaidos a<br />
custos compatíveis.<br />
No entanto, a todos, cabe ressaltar que o<br />
modelo proposto, por mais adequado que este.ja<br />
à 1 reahdade, é ·aipena1s uma moldlu:r:a concei1tual,<br />
vál,ida como ori1entação básica, mas que sof1reir.á<br />
s·emprie as naturais i 1 nfluências das miudanças,<br />
tanto internas quanto ·externas.<br />
Embora a experiênicfa. sej.a relat1ivamenite nova<br />
e rie.oent·e al·guns ens1iinamentJos bás.ioos ~or:am<br />
r·etirados e entrie e+es gostaríamos de reg . São Paulo, Pioneira, 1979. •<br />
47
A Comissão Ética nos Hospitais<br />
.Esta br.evie ref.lexão querio·-a des·aipa1ixon:aida e<br />
1obj.ectiva.<br />
Demai1s se empola o voc:abu.lário quie se fal.a<br />
do Homem e dos seus Diire·itos - ma~ à1s pal1avras<br />
ricias, co1loridas ou contundentes co.rresponde uma<br />
prática inef·icaz, aipaigada ou, o que é pior, oontradi·tóni1a.<br />
Pc&S·o o ~tair-me<br />
di·to.<br />
em oontrapnov:a do que fica<br />
Em 1955 publ·iquei U1ma l1ição a um C.urs·o l:ivire<br />
·de Ps:ioolog1ia Médiica e comeoei assim: ·<br />
«A cara.cterística maiis sa.liien1Je do acto médico,<br />
aqueil·a que em +arga medida o define e o<br />
1i sola, é a es.peciailí1ss1ima natu1r.e·za do seu objecto.<br />
1<br />
Seja qual for o ponto de vi1sta em que n1os s.i1tue-<br />
1mos, o homem doente é semprie o lug.air de convergênoia<br />
de todo·s os ge·stos que, di.recta ou<br />
indi1recta.m1ente, oondluz·e1m ao acto médioo.<br />
O exercíiaio da Medi1oina, portanto, s:itua-sie<br />
dentno de quadrio geral das re•l.ações humanas.<br />
E é por is_so que qualquer disicus1são de priobl·emais<br />
deontológiicos, quer no domíniio da prátiica<br />
díni1oa quer no campo da investi1gação oirentíif.ica,<br />
terá de ~mp1l 1 i:oar uma definiçã10 prévia da posição<br />
que se assume quanto à natureza e às características<br />
da re!ãção 1 méd!C'o-doente.<br />
Posso exempl1ificar ass1im: S'e admitíss·emos,<br />
rpor absurdo, um médico entender qure a natureza<br />
da rei.ação por ele estabel·eoiida 00im os seus doenues<br />
era· idênti'Ca à de uma re·lação die· exploração<br />
e:conóm1fica, teríamos de ace·rtar, oomro l•e.gítimas,<br />
todas as manobras conduoentes a essa mesma<br />
exploraçãio eoonómic.a, por hipótese ·absu rda, coins·ideraida<br />
f1im e natureza da ·relação médico-doent·e.<br />
Quer 1isto diiZer que se o exercíoio da Medicina<br />
é, afünal, uma particular relação que sie estabe.le.oe<br />
entlre doi1s hom·ens, el1e não poderá nunca<br />
deixar de assent.ar numa antropolog1i1a, nuim1a con<br />
·oepção do Hom·em. Não basita oonh:eoe1r, até aos<br />
1mínimos por.menores, a lesão a1natómi'Ca e os<br />
48<br />
PROF. DANIEL SERRÃO*<br />
s·intomas clínicos de qualquer doença; é ·indis<br />
.pensáve!I t·er um oonoeito de quem sofre essa<br />
.lesão ou VliVie essies sintomas, s:em o que· não<br />
haverá refação humana e, po ·rt·an~o, não existiirá<br />
1a.c110 médico oomo ta1I 1 .»<br />
.E1m 1960, num editorii;ail pa.ra a revii1sta dos<br />
·estudantes dai Fãcu1ild!aide de M1edic1ina voltJei1 ao<br />
tema usando e·sita l1ingiuag1em:<br />
«T:er:ei1 de l1embrar já uma noção comezinha<br />
1e elem·enta.r que, no entanto, se1rv.irá de ponto<br />
fixo em toda ·esta· conversa. E é a de que M·edidna<br />
é alg10 que ex 1 i1ste e sie ex.eirce oom· o,· úniico<br />
1<br />
f.i1m de ajudar 6 homem doient1e. Não é uma oiênoia<br />
forjada entre as p1aredes dos· laboratórios · e<br />
apl:icada depois nas diversas doenças; ne·m é uma<br />
fór;mula dedu:ziiida abstratamiente, que pe1r:m!i1ta<br />
1extraiir o· dliaignóstJiieo a p1artir dos siintomais; a<br />
Medioina é um a·cto humano ex,ercido por toda<br />
1<br />
.a pers.onarlidade de um homem, a favor de outrio.<br />
Tudo o resto é secundá.ri0, ace·ssório 2 .»<br />
0<br />
Em tempos' mais próx.i1mo1s de nov10· a1florei o<br />
nó des'ba questão e exipri1mi.-me dest:e modo:<br />
«Esfalfam-se os políticos a ·inventar um S'iistema<br />
perfe-ito, convictos como estã·o de que con-<br />
1s1eg1uir que 61s homens recu1pe1rem o ·estado de<br />
saúde é exclus1i·vamente uma questão técnii:ca e<br />
·O·rçam,ent'al. De· certo que uma 1infra-·e·struitura<br />
técnica, calda dia m~üs complex.a e ma·i:s dispendiosa,<br />
é indisipensáv.e1I pa:ra que o miédioo exerça<br />
1<br />
a sua missão (e p1ena. é que, na geneira:lii·dade dos<br />
nossos s.ervi1ços hospiita1l1aireis o equ1iip1amentio não<br />
acompan he a ev1Qlluçã·o d.ais tecno1log1i1as); mas<br />
exercer a med icina é prim1ordi·aJ1ment•e, um serviço<br />
fe ~to à pess.oa do ·ck>ente pela pessoa do<br />
* Professor Catedrático da Faculdade de Medicina<br />
do Porto, Coordenador do Conselho NaciO'nal de Deontologia<br />
Médica da Ordem dos Médicos.<br />
1<br />
A Medicina e a ~ t ica dos nossos dias - Imprensa<br />
Médica, 19(10):567-580, 1955.<br />
2<br />
A Medicina e o Público - Escola Médica, 6(3-4}:<br />
63-66, 1960.<br />
médico e tudo ma.i·s deçone daí. O hrosp1irtal, o<br />
centro de saúde, a tomogrnfia axial computoriza.da,<br />
são infra-estruturias que têm de estar ao<br />
1senviço do médioo e da deoi.são que ·e·l·e toma<br />
após esse mom1enrto, sing.uilar e psicolog1icamente<br />
niquíssim10, que é uma. pni:m·efr.a 001nsulta 3 .»<br />
O b j·e ctti v ando, a g:o ra, de for.ma la p·irdla r o que,<br />
ao longo destes anos, tentei dfrscu1rsiv1aimen.te fun-<br />
0<br />
1dam1entar direi: o hro1mem. é portador de d~reitos<br />
que o conffrguiram co1mo pessoa; n1enhum destes<br />
di;rieitos é ai:ienaido na s1i1tuaçã10 de· dloe:nça porque<br />
toda. a· int:erv.e:nçào do 1médi1cio para reconhecer<br />
e tra.t1ar a doença deconre nro uin,iverso da relação<br />
ihumain:a. O homem é sujeito - nunca objecto<br />
·em toda .a tramitação do acto médioo.<br />
Tenho a oerteza de que, neste nosso País c01m<br />
uma longa triadição de asis1i1stência médi1oa humanizada,<br />
- S. João de D:eus é português - ninigiuié.m<br />
contesta. ·eis.ta pos1ição doutriinár1ia de respe1irto<br />
pelos di1rieitos .humanos na s1i-tuação de<br />
doença, de 1hom1em doientte.<br />
.Mas o que é que S·e passa no ooncreto, par-<br />
1Ji.oula.rmente nio caso do doente hospitait:izado?<br />
Oom cuil1pas para todos nós - médioos, enfer<br />
·me1iros., técniioos ·e aidm1ini1striativos - p1as:sa-1s·e<br />
uma negação to1tal dos _dirtie·i1tos hum·a.nos à pessoa<br />
do doenit·e - hom1em, mulher ·ou criança.<br />
O Cama 7 da Sal.a 8 não é niing1uéim. Ele sofre<br />
... ,<br />
..<br />
aioompanhado de três, S·ete o.u vinte out1ros anónimos<br />
so~redore 1 s; as suras le•sões sã10 ex1ibidas<br />
aos alunos e aos ·internos, irepetiida.men1tJe; o seu<br />
caso é discutido em voz a:lta nos cornedores; a<br />
sua biogr.afüa é l·ida por q ualque:r um, a.s suas<br />
anál.is·es constam cfle um pr.ocesso a que ele própnio<br />
tem ac.esso nas hroras mortas do füim de<br />
tarde. Operaram-no mas quando tev.e a.lta não<br />
sahe que órgãos lhe· extraíratn nem niinguém o<br />
1iinformou anties da in1lervenção. A ter:aipêu11i1ca que<br />
e.stá a s-e9ui1r torna-o defünit·iva ou tempora.r·iam1ente<br />
estéril, mias ninguém lihe falou disso. O<br />
mledicamenro novo que toma é parte de um<br />
·ensario terapêutiicio mas não lhe foram ·exp1lii·oadlos<br />
'OS nirscos nem pedida uima auto11i1z.ação escnirta.<br />
Quando piorou não teve o conforto do m1i1rnistro<br />
da sua re·Vig'ião que, por excepção, não em o catol1ioismo.<br />
Era oniança .e viu-se separaldo dos seus<br />
pais, l1i1g·ado a uma máquina, picado vá1nias vezes<br />
ao di.a por de·sconhteoidos, a·l1im1entado com impaciência<br />
e abandonado toda. a no1irt!e· na esouirii1dão<br />
·e no s1i.lêncio. Era uma adolescentie f.e1liz mas<br />
terem-1lhe amputado uma p·ern:a sem urn,a pia.lavra<br />
iprévi.a, f.az-llhe desejar a morte oomo sol·ução<br />
para a angúist1ia virtal. ..<br />
1981.<br />
3 - Pensar em saúde - Nova Renascença, 1 :406-409,<br />
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49
Poderia conuinuar, mas não acho neoessário.<br />
Os louoos nào são já acornentados e chicoteados<br />
nos hosipi:tais oom10 ,eram nos tempos die João<br />
·Oidaide, 1m1as o Hospital de hoje, em espeoial o<br />
Grande Hosipita1I Central, está long,e de s,eir um<br />
~ocal onde os direirtos humanos sejam 1integrnlmente<br />
nespeitados..<br />
Que poderemos fazer?<br />
.Como se nã·o trata de direitos p1os1itivos, coidifücados<br />
na l1e·tJra da Lei e ·ex,i:gíveis nos triibunais,<br />
füca-nos o r,ecurso à É"tica, fiundam1ent1ada, numa<br />
a~iolog 1ia de val,iidaide universal (ipeilo .meno1s no<br />
un:iV:erso de 1 ~nfliuência júdeo-cristã).<br />
A ,minha proposta é s1i1mples.<br />
Importância da Motivação no<br />
Pré-Operatório como factor de<br />
recuperação no Pós-Operatório*<br />
JORGE MANUEL GONÇALVES RODRIGUES**<br />
Que se oonstituaim, p·elo menos n1os g1rande·s<br />
Hiosipitais Centrais, Comissões de . ÉtJica, constituídas<br />
por hom·ens e murl1heres de ca1rácteir ínite<br />
·g1ro, iiéts a um código claro de -..nailore,s ·e dir.e·itos<br />
humanos; Com1i1ssões dle ÉtJi:ca sem1 nenhum poder<br />
leg·al - mas comi o i1menso poder mora1I de fazer:em<br />
reoom1endaçõ·es ·em nom1e do Homem e da<br />
sua di,gn:idaide essencial de ser l1irvrre e i1ntJeligente.<br />
Às Comiss6es de Étfrca dos Hrospi·tais tJerão<br />
de pedi:r-se pareoer.es siobne asipec.tos concretos<br />
da viida do homem doenrte internado no Ho:sipital<br />
e sobre atJituides de terapêutica médica e oirúr<br />
.gii'Ca (por exemrpilo, .experiências de farm!acol,ogia<br />
,clíniiiea, terapêutica de aho ri1sco, m1eios ·extraordinários<br />
de manutenção da Vliida, restrições terapêutiicas<br />
oom m1otirvação rel.i ·g 1 i~osa, ,i:nteirve:nções<br />
sobre a fecundidade, etc.). Mas dre,las esperamos,<br />
oontiadam1enite, que sejam a consoi!ênc:ia ,miora:I<br />
da instituição hospitalar, ajudando-nos a todos,<br />
médioos, enferm,e:iiros, técniioos e adlmini1strati:-..nos,<br />
'ª contribuirmos para a humanização dO Hospital.<br />
-<br />
Na. exposição de des1enihos feirtos por cnianças<br />
sobre o tema «·0 Hosipitail», organ1i,zada pelo cirurgiã10-pedi1a.tra<br />
Dr. José Manuel Pavão na Secção<br />
Reg;i:onaI do Norte da Ordem -dios Médicos, tive<br />
1<br />
o desgos•to de venifiircar que muitas orianças desenhairam<br />
o hospital com g1rndes nas janelas, sim<br />
1<br />
bol1izando o hospital-prisão.<br />
Às Gom1i1ssõ,es de É·tica - 1se tiiverm:os a oo·ra<br />
·gem de as criair- vari· caber a tarefa ·g.ig1anrtesca<br />
de consegUii1r que as cr:•anças não ·mai1s C'0 1 l·oque,m<br />
grades nas janelas hospital·aries e q.ue, para a<br />
comuni:darde social qure o Hospitail s,erve, este não<br />
seja UJm l·ugar onde há «choros ,e range1r de<br />
denteis» 1mas~ uma grande ,instlirtuição ronde $ e<br />
1<br />
pode, tantas vez,es, ·readqui 'r~r a saúde e a alegria<br />
de viiiver, e onde se pode, também sofrer e mor:re,r<br />
- mas sem que, em. n;enhurm momento, a di,gnidarde<br />
essenoi.a1I da pessoa hum,ana s1eja esquec.ida<br />
1<br />
ou .perdida para o hom,em ck>·ente.<br />
•<br />
INTRODUÇÃO<br />
O do.ente quando entra no hoop1ital, sejam<br />
quais forem as causa.s, fica aipreens1iivo, não só<br />
em 1relação à doença ,mais a todo um nrorvro<br />
ambiente que ·encontra.<br />
Todo o traba1lhador do Hospi1tal, miais princi'<br />
ipal1mente o En.fermeiiro, deve proporC!ionar aio<br />
utent,e o ·melhor a:oolhii·mrento. Se o f iz,erm10'S,<br />
1<br />
estamos a actuar com finaHdades, te-rapêurti·ca:s.;<br />
1i:sto é, ouv:indo-s·e e aceitando ais suas queixas,<br />
ao mesm1 0 tempo que o encorajamos; nã·o só a<br />
confiar nas suas poss1ibH1i1dades, m1a1s também no<br />
nio novo mundo que o rode.ia.<br />
N1esta pri1meira entJrevi:sta, o do ente está<br />
essenioialmente motivado para falair no s1eu diagnóstico<br />
1e ou prognóstico. Quer tirar muitas<br />
dúvidas para di:minu1i;r a sua ans,iedade, priinoiipalmentie<br />
.aque.las que, por vários motiivos o oi,rurg;iã·o<br />
nã10 abordou. Toda a in.forima_ção dev.e s·er<br />
1pautada pelra 1 objecti1~idade, não dando mairge·m<br />
a informação contraditória no triângul·o Médico-<br />
. -Doente... Enfermeiro. Nas siituaçÕ·es aimbígua.s ou<br />
del1iica das é pref erív,el que o Enfermei r.o diga: -<br />
é me·lihor o s1enhor tJi1ra-r essais dúv;ida.s com o s;eu<br />
m.édioo.<br />
Nã10 podemos ter a pretensão que o doente<br />
~ique tranquHo de u1ma ve·z paira todas. Gradual-<br />
1m·ente devemos tranqu:•liizá-10 pois a nossa complíeensão<br />
e aceitação são factores que reforçam<br />
a autoconfi1ança. e auto-1se,giurrança oomo também<br />
1em toda a equipe.<br />
ANSIEDADE E PERSONALIDADE<br />
Todos n·ós técni,oos de saúde já observámos<br />
que cada pes·so,a ag·e de modo diferente 1e'm relação<br />
a determ1inada situação. Há pe,ss.oas que<br />
fiicam r.elativamente calmas quando rec,ebem um,a<br />
notíoi1a desagradável, enquanto out,ras pode·m<br />
1m1esmo entrar em pânioo ou depiressão.<br />
Como a ansi·edade é uma caracterí,s1tica de<br />
personal1i:da.de, alguns autores vêm a ansi,edade<br />
deter:m1i1nada g·eneti1c:amente, enquanto, o .u t r os<br />
com1 0 fazendo parte do seu reporitóri'O ma:I adapt.a,<br />
ti.vo a ·experiênoi1ais prévi1as.<br />
Um dos autores quie mel1hor estudou a personal-idade<br />
foi EYSENCK, através do s,eu modelo<br />
de person1aHdaide bas,eado nas dli,m1ensões EXTRO<br />
V·ERS'Ã:O-INTROViERSÃO .e N°EUHOTICISM0-1ES<br />
T AB 1 LI DADE ele 1ch:egou a concliusões i:mportantes.<br />
.P.ara este aurtor «10 factor N,EURrQTICISM0-<br />
-6STABILID1AD1E ·está 1iintii1miamente rell.aoionado<br />
oom o grau de l1abi1'idade do s·istema N·ERVOSO<br />
AUTóN·OMO e, o factor EXTHOVERSÃO-INTRO-.<br />
VERSÃO oom o grau de excitação - ,i:nribrção do<br />
·Sistema NERVOSO-CENTRAL. Amibos 0S factores<br />
1 1<br />
são detierm1inados g~netiicam 1ente.<br />
A relação entre estes do~s sist,emias ( S.N.A.<br />
e S. N .C.) é concerteza mediada pel·a fo,rma·ção<br />
retii:oular a.scendent.e 1 ».<br />
1<br />
Oom 1 0 se dis1se aniterii-orimente a ans1i1edaide é<br />
v:ista po:r alguns autores como fazendo p1arme do<br />
tipo de exiperiênoias negativas adaiptarti1vas (.aiprendli~ag<br />
.em social) que influenioiaram a p1ersonarl1idade<br />
das pessoas. Eysenck não nega a inrflruênc-ia que<br />
o modelo psicológ·ioo lhe atJ~ibu 1 i. «é diífídrl ,saber<br />
qual dos doiis faicto:ries (g1enético - 1meio ambienrte)<br />
é •m1ats 1imiporta nte 1 •<br />
De acordo, com esta te,oni1a os Introvertidos<br />
1<br />
com altos níveis de Neuriotioi,smo, allém da actiiiv,idade<br />
oontiicail a~ivaim também o S.N.A. dando<br />
1<br />
g ra nide nú m:ero de res1postas a.n siosas condicionando<br />
o 001miportamento a .essas s·ituaçõe~ ou<br />
1estímu1los ansiogénicos 2 •<br />
* Comunicação a.presentada nas primeiras jornadas<br />
de Enfermag 1 em em Viseu, 26/27 /28 de Abril de 19S4.<br />
** Psicólogo Clínico, Membro da Assodação de Psicoteirap,ia<br />
:Comportamental, Docente da Escola, de · Enfermagem<br />
de Viseu.<br />
51
«Esta se!ria a base para aqui·lo 'a quie chamou<br />
de ans1iedade oonidlicionada que pode!ni1a conresiponder<br />
à chamada ans1i·edade psíqUiiica de outros<br />
autores como Hamilton e Buss 2 ». As pessoas<br />
com ·estes traços de p.eirsonal.idade estã'O pnedispostas<br />
aos vári.os tipos de N1EUROSES.<br />
No extrovert·ido oom nívei1s el·evados de N.eu<br />
·rotiioismo, porque os siistemais sã.o diferentes há<br />
uim nível baixo de activação cortical, mias g1rainidle<br />
.activação do S.N.A. f.azendo· com que· os comporta,m.entos<br />
ans·iosos tenham uma tradução<br />
1essendailm1ente somáti·ca, como seja.m: as úlceras<br />
du:odena1i1s, c o 1l ,i 1 te s e, p1oss.iviel·mente algum 1 a.s<br />
doenças cairdi:ovaisculares.<br />
O DOENTE E AS SUAS CRISES<br />
Vimos como ca:da pessoa arg1e às dirfeirente•s<br />
s·ituações e estímutos, é dev.i·do à sua personalidade<br />
e ta1mbém a uma certa. psicopatofog1ia sub<br />
. j1aioe.nte.<br />
Os estudos de Hi:l·I ( 58-65) V1i1era;m1 pôr em<br />
·evidênc.ia que as crises têm furndarnrentalmente<br />
duas .cau1sas .di1s:tiintas 3 :<br />
1. Experiênci1as traumáticas externas ( gue.rr.a,<br />
acidentes, peirseguições) que torn·am o<br />
·grupo, p1r.incipal.mente a fa,m-H:i·a, mais coe·so<br />
·e os laços af.ec.tivos m·ais fortes.<br />
2. Expe1rii.ênoias traumáti·oas inte1rnas (.ailcoo<br />
.lis!mo, droga, prostituição) que abal.am a<br />
1estruitura do grupo oonoor1r•endo para a<br />
su1a s·eparação ·e destrUiição.<br />
A doença, e, concretamente o actio ci1rúrg·i1co<br />
são factores desencadeantes .. de orii1ses.<br />
·COMO MOTIVAR O DOiENTE PARA<br />
A INTrERVENÇÃO CIRÚRGICA<br />
Depoi·s de sabermos como os mecanismos da<br />
crise actuam, oomo podemos nós t!écniicos de<br />
1saúde, ajudar estas pessoas em or:ise·, mais p1Jiincipal1mente<br />
o doente que vai ser subme·ti·do ai<br />
determinada cirurg1i·a?<br />
1 . A prii 1 meira condição é sabe1rmos ouviir com<br />
interesse as fantasias e recei·os do doente.<br />
2. Respondermos com objectividade às suas<br />
dúv.idas e 1intenrogações.<br />
3. lnspirarimos confiança ·e 1 m si e na .equipa.<br />
4. U'biHzar uma Hnguag·em simples e .aoessível<br />
às possibil1i·dades soci1ocu1lturai'S do doente.<br />
5. Dentr.o do possível apo:i1ar as nossas pia.lavras<br />
com ex.emplos práticos.<br />
Tudo isto é muito siimples 4 'ª quando be,m<br />
feito, é de um. ·eno1rm1e viailor terapêutico, que é<br />
como quem di·z, ·estaimos a aumentar a caipaoidadie<br />
« in·se·i:ght», motivando 1 o do-e·nte1 para o acto<br />
Oi:fÚ rg 1 i1CO.<br />
Num1a segunda fa s·e:<br />
1. M-otJi.va-se ·o doente para o• acto ai:rúrgiico<br />
mos'brandio ais suais vairntagens;<br />
2. ·M1otliva-s·e 'º doente par.a o acto oirúrg·ico<br />
ipermiitinido ·e encorajando o diáfogo co1m<br />
outros doentes no seu pós-operiatório;<br />
3. Moti1va-s1e o doente par.a o a:cto cirúrg1i.co,<br />
dando-1l1he possibi1l1i dades de· estar o ma1ior<br />
1<br />
tiempo pos·sívie1I oom a famíl'ia dado que<br />
esta, em pri1ndpi!O fundona c 'O m o um<br />
grupo e o e s o e pode dar-1lih e suportes<br />
af.ectivos que não e·S'tão ao a1lcainoe do<br />
médi~co e/ou ido enf.er.m1e iro.<br />
1<br />
Em muitas s1i1tuações é a. p:rópr;ia. fa mHia que<br />
iprecis'ai tanta ou mais ajuda ps1icológ.i.oa do que<br />
o doente· princ:ipa1lrn1ente quando o .membro ocupa<br />
um ·lugar importante na conste,lação famiHar.<br />
São os ifilhos üni·cos.<br />
São as ·intervençôes ci1rúrg1icas de a:ltJos riscos<br />
de fracasso.<br />
O grupo f.am1iMar depende econom1i1oamenite do<br />
;membro üpe r.ado.<br />
Estas fa,mHi1as precisam de uma ajuda. ipsiie0iló<br />
·g1i·ca ,e nós téc:nioos de saúde devemos estar a.tentos<br />
para. deS'p1istairmos ·estas situiações.<br />
Nào é a p·rimefra vez que nos aperc,ebemo:s<br />
que é ·O própnio doente a ajudar a famíil!i>a, di·zendo<br />
que se vão embora sosseg1aidios porque tudo vai<br />
correr bem. P·ara que estas S'iitu:a.ções s·e dêm,<br />
:houve conce!rt·e·za a1·g1uma f.ailha na 1e1qu1iipie de<br />
:saúde. Não soubemos auscultar e .resoilivier as<br />
inecesS'iida:des da f.amí1l1ia e esta •em vez de ser um<br />
.meio ·apaziguador e motiiivador paira o doente. foi<br />
antes, ·maiis um prioblernia que juntou e posisive·lmente<br />
l·eva par:a a intervenção oi.rúrg'ica.<br />
CASOS ESPECIAIS QUE O TÉCNICO DE S.AODE<br />
PRECISA DE RESOLVER<br />
Não é taref.a fácil, nós técnicos de saúde<br />
1,idarmos com casos espeo.ia.is que de vez em<br />
quando aiparece1m nos nossos serviços. São ais<br />
do1ença:s inouráv.e1is, os a:mputados e pe•ssoas c:om<br />
grandes transtornos da personaH:dade. Uns e<br />
outros ex.ig·em ou1i1dados especiais, ·mas todos nós<br />
devemos estar p1reparados para sa1tJisfaze.r as suas<br />
necess·idades básioas.<br />
Os t:raba.lhos de Kubber Ross 69 ·mostraram<br />
os factores ps1icológicos desencadeados nestes<br />
doe'ntes. Para e·l·e a grande ·maioria destes doentes<br />
passam ipiel•as 1s·eguintes fases 5 :<br />
1 . Choque e Negação do seu Mal - Expressado<br />
do seguiiinte modo: - Não pode ser, isto<br />
não me devia acontecier a mim· - No oaso do<br />
g.rupo de doen'bes inou1ráve:is ( 100 doentes oance1rosos)<br />
diss1e 1 -<br />
1lhe·s o seu diagnóstico e di·as ma•is<br />
tarde, 30 de·stes doentes negara,m quie lhes tivéss·em<br />
ditio.<br />
O doente gradual·mente sair desta fas:e, aoe·itando<br />
o seu miai ou def.ioiência, paira usar um<br />
1<br />
outro mecanismo de defesa.<br />
2. Reacção de Revolta, Cóle1ra e Hostilidade<br />
- D·eipois do pni1meiiro choque os s·e.nitimentos<br />
de ·aig1ressiv1iidade começam a manif.esta.r-se:<br />
porquê eu e não oUtro? Eu não merecia uma coisa<br />
destas ... - O doente torna-se· difíicil e rabujento.<br />
No seu entender os médicos não lhes dão importância,<br />
os ·exames são longos ·e di1fíieie·is. Os enfermeiros<br />
ailém de não lhe1s darem 1imiportância,<br />
fazem-nos sofireir na prestação dos ouidados terapêuticos.<br />
No me1i10 de tantas queixas é natural quie haja<br />
alguma co·i·sa de vieirdade, pr.inlC'iipail1men1te a nívie:I<br />
de aceitação.<br />
3. A Depressão - Quiase se·mpre um1a nova<br />
fas·e se se1gue. Depo1i1s de compreender a sua<br />
defü!C'iência ou doença compreende que o s·eu<br />
·comportamento é 1inacei1táv:el, sentiindo-s.e ao m,e·smo<br />
t1empo, impo:tiente faoe aos novos. 'Problemas<br />
que lhe surg,kam, razão porque se depr,ime.<br />
No caso do de·fü1oiente m·otor, embora s·e aoe:i·te<br />
oomo tal, falta-hhe a coragem para org:an1izar a<br />
1<br />
sua vida, de assumir as suas re.spons.a:bil·idades,<br />
dentro das suas po1ss1ibiihdades.<br />
Mo:Stra-s·e p1assiivo nos cuidados ·médiicos e<br />
de enfermagem, aioonteeiendo o m·esmo quando<br />
regressa a casa em mlaçã.o à famfl.ia.<br />
4. Negociação e Factos Mágicos - Esta fa,se<br />
é característica das doe,nçais incuráve·is. O do.ente<br />
a tudo e a todos re·corre, incluindo médicos famosos,<br />
curande1iros, bruxos, oraçôes ... É sem<br />
dúvida u.ma tentativa para sair da sua depressão.<br />
5. Aceitação e Colaboração - Se as fases<br />
anteniores foram ultrapassadas, uma nova V1i1da<br />
renasce. P1r.inoi1pa1lm.ente no defidente motor as<br />
suas cognições mudam, achando que nem tudo<br />
é tão .·mau como pensa:v.a. dantes - Afinal e·u<br />
esto·u viv·o sou a,mado pe·los meus fa·miHiares é<br />
natural que surjam al·guns proble•mas sooia1i1s ·e<br />
económicos, ·mas estou vivo e gosto de v iver.<br />
Gom os doentes porta.dores de p1r.obl1emas da<br />
pe.rsonal·idade o trabailho não é maiis fáci1l porque<br />
além do seu oomportament.o poder ser ·impr·eviisível,<br />
pode também, de uma s1imipl1es intervenção<br />
oirúrg·ica, fantasiar que va~ 1 morrer, não vai fücar<br />
em boas ciondições físi1cas, ante1oipar a sua auto<br />
-·im1age·m como def.e·ituosa. Por todos estes motivos<br />
e outros, o doente pode ·recusar a operação<br />
ou então de1ixar-s.e operar se1m qualquer crença<br />
na .equipa cirúrg·ica..<br />
Pouco ou nada mot1ivaido para a intervenção<br />
oirúrg1ica, não podemos e·sperair que estes doentes<br />
colaborem no pré-operatório, tão imiportant·e na<br />
recuperação do· pós-operatório. Embora esrtes<br />
casos não S·ejam f.requentes, podem obse·rvar-se<br />
·em personalidades fóbiioas, obsessivas, hii1stéricas<br />
e psicótica,s. Estais personalida1des ps1ic6tii-cas por<br />
1motivos diferentes podem fantas1i1a1r que a eqU'ipa<br />
oirúrgiiiea lhes quer faz·er ,mal.<br />
Caso contrár·io se dá com um outro tipo de<br />
· personaHdade - ·o hipocondríaioo. Depoi1s de toda<br />
a ·medicação e rezinih.as falhair·em paira o seu «mal»<br />
·as suas fantasiias ·co.gn.i·1:iva.s mudam p1ara urna<br />
:possível int e·rvenção cirúrg·ica e estas cognições.<br />
fiortaileoem quando um clíniico dá o seu apoio.<br />
São os própni·os doentes que ·deipois s101l1ioitam a<br />
;inte1rvenção ao ieirurgião.<br />
Estes doentes com probl1e·m1as da pe1rsona1l1idade,<br />
·exc·epto os hipocondríacos, neaes1s:itam de<br />
cuidados espeaia.i1s para que s1ej.am moti 1 vadbs<br />
para a intervençã·o drúr·g.ica. Nã10 s·e pode dizer<br />
.a est·e.s doente·s: dei·xe lá .. . vai correr tudo bem ...<br />
- É ne·ces.sáriio que s.e faça uma ve,rdiadeii1ra int-ervenção<br />
p1s·icológica, ,muito principalmente a níve1I<br />
cog:nitiivo de modo que o doente ext1inga os seus<br />
receios .relaoionados com a ,sua auto-1imagem,<br />
fobias 1ou outir·os, aceitando a intervenção cirúr<br />
·g1ica sem ·rece·ios mórbidos.<br />
É um trabalho, de um modo geral longo, que<br />
não está em consonânoi1a com os casos urgentes.<br />
Se füzermos esta intervenção ps:ico'lóg·ica todos<br />
nós ·estamos a lucrar. Ganha o doente porque<br />
colabora connosco faz.end'ô bem 'º p1ré-operatóri·o;<br />
1g·anham0:s nós porque a:léim de uma reai.ização<br />
de toda .a e·quipa, há ta·mbém uma reailização<br />
pessoa·!; ganha a sociedade porque os custos<br />
·eoonóm1ioos são possiive1lmre·nte m·enores.<br />
Penso que é muito i1mp01rtante, todos os<br />
técnicos de saúde conhecer.em estes ·e· outros<br />
.mecanis1mos psicológ.icos. Se asS'im for não só<br />
podemos compreende.r e ace·ita.r, determ1inados<br />
comportamentios do doente, co1mo podemos a ~ u<br />
dá-lo com .mais fa.cirlidade. Ta,lvez alguns de nós<br />
V·ej.a com ma1i:s clareza porque oe·rtos dloente·s são<br />
di1fíceis. E .a pergu nta que se poderá colocar é a<br />
segui1nte: - O que f1izernos p1ara . que ess·e doente<br />
•mudasse o seu comportamento? Possivelmente<br />
em al1gum:as S'itu.a·ções, priincipa11mente na fas·e de<br />
Hosit>ii.idade, contribuímos para que o doente<br />
52<br />
53
fosse ainda mais difíoiil. Quantos de nó1s, a um<br />
1comportamento agresS'i1vo do doente, ag:im·os coin<br />
ou.tiro oomportamento· a:inda mais ag,ress1ivo?<br />
.Em termos teraipêuitioos, não só foi· ineficaz,<br />
ieomo contribuímos para. aumentar a sua agres·s·i-<br />
. 1viidade talvez, agora, possamos raoiona 1 H~ar este<br />
tipo de situações e não valoni•zarmos a maioria<br />
dos comportamentos ag.ressivos. Aqu1i Já estamos<br />
a ser tera.pêutioos.<br />
O oonheoim·ento destes mecanismos psicológcros,<br />
não deve ser técnii1co inforim1ativo, mas um<br />
conheci·mento tanto quanto possí·ve.I da psi-colog·ia<br />
de cada doente. Que possamos em cada caso<br />
1<br />
e nas diferentes fases oomunii 1 car oom o utente<br />
1<br />
ainda que .seja uma comunicação nã.o verbal. P.or<br />
vezes um si1m:ples ol1har, um contacto de uma<br />
mão poderá dizer--lhe: - Não ·está só, estou aqui<br />
para ajudá~lo. Este ti.po de comunicação é e:ssen- .<br />
1<br />
cialmente úúl na fase de negação e depreS'sã'o.<br />
MOTIVAÇÃO D.Q DOENTE QUE VAI SER<br />
OSTOM IZADiO<br />
Logo que se chegue à condusã10 da. neoess·idaide<br />
de operar, o doente dev·e ser preparado de<br />
1modo a aceirta.r a: suia. operação sem grande ansiedade.<br />
Ser.ta bom que não se di1ssesse directamente<br />
que deve ser operado, ·mas antes f.aze 1 rmos-l'he<br />
·sentir a necess·idade de o perguntar. Isto é 1 i1mportante<br />
na .medi1da em que não sabemos, de antemã10,<br />
como o doente reage a este 'tiiipo de informação.<br />
Se o doente mostra interesse pelo seu<br />
diagnóstico, o nosso trabal1ho está muito faci.1.itado<br />
e outro tipo de ·informação pode ser dada.<br />
Ais entrevistas são não-·d!i·rectiivas de modo<br />
que o doente possa mani1festa.r todas ais dúvidas<br />
·e r:eceios. São estas entrevistas clínicas que vão<br />
permitir um·a resolução das suais fantasias reais<br />
ou não que quase sempre estão re.laciionados oom<br />
a sua aut-0-.i,magam, uso de prótese e outros probl·emas<br />
pessoais e sooi:a:is b.<br />
Quase sempre o doente espera do téonico de<br />
saúde, a verdade ainda que esta seja bem dura.<br />
Na opini 1 ão de FERHER ANTUN:ES ªº o dO'e·nte<br />
hematológi.co espera d9 1se·u médico três oo~sas 7 :<br />
54<br />
- A informação frontal das probabi1lida:des<br />
de êxit-0;<br />
- A clareza e coerên·cia na formul.ação de um<br />
pl 1 ano de luta para o conseguir;<br />
- Sentiiir nele o estratega informado, corajoso,<br />
·mas capaz de valorizar o desgaste produzido<br />
no seu campo pelas .armais que manuseia.<br />
Quando o doente estii1ver s·ufioientemeinte mo,tivado,<br />
deve-se expl·icar a intervenção que vai· fazer,<br />
1<br />
próteses -a usar, ensinar as dife·rentes técn+cas<br />
que precisa. utilizar no pós--operatório, oomo seia<br />
respiração, mobi1l1izações na cam·a, levante 8 •••<br />
Podemos esipernr, se o doente nestas ou<br />
outira1s situações aceita a ·intervenção cirúrg1ica,<br />
1<br />
vai oonc·erteza oolabo.rar com a ·equ1iipe pondo em<br />
prática no pós-operatório todas as técnicas ensina.das.<br />
ENTREVISTA .C.UN ICA<br />
Quem deve preparar ps·iool-0g1iicame·nt.e o doente<br />
para intervenção cirúrg1ica?<br />
Na ,minha opinião é de·S·ejável que .seja por<br />
um elemento da equi1pa oi1rúrg:ica, ·ernibora todos<br />
os elementos devam contri:bu.i·r ·OOm os seus<br />
oonheoimentos .específiicos. Era bo·m que o elemento<br />
escolhido, se sentisse mot·ivado, já que<br />
estas pessoas, no dizer de Ca.plan, de um modo<br />
g1er:a.I pos.suiem oa:racterísti1cas de empatii1a e compreensão<br />
que os di1s·tiinguem das ourtras ipessoas 9<br />
1 •<br />
CONCLUSÃO<br />
As crises são muitas e variadas, ·mas o processo<br />
co.mo cada um as vive e ulrtraipassa., é diferente<br />
de pessoa para pessoa.<br />
1<br />
Tão 1importante como os factores genéticos a<br />
1<br />
influciarem e a determinarem a personailiidade, ·são<br />
os factores ambienoiais. Es·tes dois polos são<br />
oomo os pratos de um.a balança quie podem desi<br />
1<br />
quiHbrair, se neles houver mudanças estruturais.<br />
1<br />
A ·iintervenção cirúr:g.ica pode .ser uma mudança<br />
·estrutur:a1I quer a nível fís·i.oo quer a. ní.vel do m1eio<br />
·ambiente.<br />
Para que se sat1i 1 sfaçam ais neoe·ssi 1 daides bás 1 i<br />
cas do doente, é fundamental que seja atendi·do<br />
como sujeito bio-psioo-social. É eSlta dialética que<br />
o téonioo de saúde deve ter .em conta. para melhor<br />
1aijudar a resoliver os probl1e·mas do doente.<br />
Se as espeoi.al-iizações dos técn1ioos de saúde<br />
comprovaram a sua ef.i.cáda, não é ·menos certo<br />
que o doente, oada vez 1')1ai1s, é tirata.do, de um<br />
·modo 1 impessoal, pelos di·f.erentes ·espeoial1i1stas.<br />
Para que se f.uja dest 1 a situação, é ur.gen.te, que<br />
1entre nós, se co.m:ece a trabalhar em equii:pas<br />
•mu ltidisdplina res.<br />
"<br />
O doente, vivendo uim1a s·ituação de or.ise, ele<br />
m1a1i·s do que niinguém, precisa de ser artenldliido na<br />
·su1a g·lobali daide.<br />
SUMMARY<br />
Th.e author divided his comunication in two parts.<br />
The first part consisted in auxiety neurophysiological<br />
mechanismes.<br />
ln the second part, auxiety is considered as a risk<br />
factor, which may influence negatively the patients niotivation<br />
before the surg.ery.<br />
The author also pouders how to motive the patiente<br />
for the surgical intervention, specially the one who is·<br />
going to submit himself to osteotony.<br />
Bl·BLIOG RAFIA<br />
1. EYSENCK, H. J ., EYSENCK, B. G. - Manual of the<br />
Eysenck Personality lnventory, University of London<br />
Press 'L TD, 1971.<br />
2. HAMILTON, BUSS-Apud-Pinto Gouveia, J. A., Perso-<br />
1982.<br />
nalidade e Ansiedade•, Psiquiatria Clínica, 3 (1 ), 7-10,<br />
3. HILL-Apud-GAMEl-RO, ,Aires; Processo de auto-realização<br />
humana das famílias de defici.entes, Hospitalidade,<br />
46 (179). 19-29, Abril/Junho, 1982.<br />
4. RODRIGUES, Jorge Manuel, G., A comunicação numa<br />
instituição hospitalar, Candeia, 1 (3), 5-11 Julho/ Agosto,<br />
1982.<br />
5. KUBBER ROSS, Apud-G.AMEIRO Aires - Pr.ocesso de<br />
auto-realização humana de defidentes, Hospitalidade,<br />
46 (179). 19-20 Abril/Junho, 1982.<br />
6. MONTANDON, S., - Le role de la stomaterapie pendant<br />
l'hospitalization, consultation de stomaterapie,<br />
Soins (5-6), 43-44 Juillet/Aoüt, 1981.<br />
Cadeiras de Rodas<br />
7. ANTUNES, C. F. - A relação médico doente em hematologia,<br />
Psiquiatria Clínica, Suplemento ( 1) 79-81,<br />
1980.<br />
8. MANTION, G., et A'L - La stomatherapie ou la réhabilitation<br />
du colostomie, Soins, 26 (10), 7-10, Maio,<br />
1981 .<br />
9. CAPLAN, G. - Princípios de Psiquiatria Preventiva,<br />
Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1980.<br />
•<br />
Continuaqão da pag. 15<br />
O problema <strong>Hospitalar</strong><br />
do Arquipélago da Madeira<br />
- O internament~ da criança<br />
desequilíbrio temporário;<br />
- perigo da privação - uma longa privação<br />
da mãe poàe levar a uma deformação da<br />
pe rso na l,i dade.<br />
CONCLUSÃO<br />
Eugériio Pereira<br />
Rua de O. João V, 27 clv - 1200 LISBOA<br />
'za P.P.C.: 683838/687010/680068<br />
Fabricante de Instrumentos Cirúrgicos<br />
Representante exclusivo de:<br />
Torna - se 1indisperi·sável encontrar-se um a<br />
forma ·de dar à criança os cui·dados que ·lhe não<br />
tragam probl·emas à personalidade fazendo com<br />
que o tratamento tenha ·a colaboração da mãe ou<br />
de quem a represente, única forma de proporcionar<br />
à criança o ambiente mais humano. •<br />
Malhas elásticas de compressão<br />
para tratamento de queimaduras<br />
V~ e sistema vascular<br />
'leSSa<br />
,~···.. 't , .:i<br />
! - ..\. L '(<br />
. .. 4'" i ; ... 4!"' 1<br />
' --· .<br />
.. ~<br />
~<br />
JOBST<br />
55
Os Hospitais Distritais há 25 anos<br />
sericórdia pode produzir, em média, uma receita<br />
da ordem de 100 000$00 pela venda do sal.<br />
No presente a·no, no entanto, de·v 1 i·do a várias<br />
anomalias, a receita foi nula.<br />
São estas · marinhas os únicos prédios rústicos<br />
que a M.isericórdi 1 a possue.<br />
Tem ainda 20 casas, muitas delas -em ruínas<br />
e que davam bom rendimento se fossem reparadas.<br />
HOSPITAL DE FARO<br />
1 - O Hosipirtal da Irmandade· de Nossa Senhora<br />
da M1i.seric6rdia de Faro tem que ass1i 1 stir<br />
os doentes da reg1i1ã10 do Algarve com uma área<br />
de 5071 quilómetros quadr 1 aidos e uma população<br />
·de 352 033 habitantes espalhados por 16 concelhos.<br />
C OIN1C1EiLH'OS<br />
ARJEA BM KM2<br />
POPUILA Ç Ã.0·<br />
1 NIDUS.'TRll 1 A:L/iRESlllD,E'NrCll'AiL<br />
Albufeira ... 209,24 492 15 832<br />
Alcoutim ..... ~ 569,00 338 10808<br />
Aljezur ....... 335,44 273 8088<br />
Castro Marim . 296,92 674 9 597<br />
Faro ...... ... 207,12 4578 33.602<br />
Lagoa . ... ... 93,60 2596 13 680<br />
Lagos ......... 217,60 1 890 ,6 483<br />
Loulé ....... 775,48 3 592 33 749<br />
Monchique 380,32 656 . 50 953<br />
Olhão ......... 143,60 5 679 14 668<br />
São 8'raz 139,60 1 209 23 697<br />
de AI.portei 693,20 2 816 37 705<br />
.. 179,76 2 177 30632<br />
Távora ....... 589,12 231 6147<br />
Vila do Bispo 182,40 4349 31 903<br />
V. N. de Portimão<br />
.. ...... 59,20 2176 14383<br />
Vila R. de St.º<br />
António .... 5071,60 34239 352033<br />
Silv·es ... . . . .<br />
O Hospital d ispõe presen~emente de 104<br />
camas ·e preoi1s·a1ri1a, no,s te1nmos prev;rstos na Leii·<br />
1<br />
:n.º 2011 de 170 camas.<br />
2- O ·edi1fioio hospitalar está muito bem<br />
situado no centro da cidade, em prédio const ruído<br />
para o efeito nos m eados do século XVIII e com<br />
concepções certame nte influenciadas pel·o Ho1el<br />
Oieu franoês.<br />
A~nda aí se encont ra uma. grande enfermaria<br />
c om galenra o u varandim superror de v.ig ~lância<br />
1do doente e com um grande altar ocupando todo<br />
o topo da sala..<br />
1A construção com um pé direito tão ailto que<br />
abrange janelas oolooadas em 2 fHas como se<br />
fossem de 2 pisos, permiit e uma solução, que<br />
1 está, neste momento, a ser exeoutada. e cons.iste<br />
em construirr de permeio uma plac:a de ci·mento.<br />
1<br />
A 1 s'S1~m está duplii:car-se a capaoidade de algumas<br />
enferma.rias, que aliás vão sendo divid1ida.s:<br />
1<br />
·em sailas ma1is pequenas e menors desconfortávei1s.<br />
O provedor informa que a promiessa. de construção<br />
de um no·Vio edifício foi feiito suoessiv.amente<br />
para 1957, 1958 e 1959. No entanto, ainda<br />
não está concretizada a data em que se ·in:ioiarão<br />
as respectivas obras.<br />
3 - A Irmandade de Nossa Senhora da M,isericórdia<br />
de Faro tem apenas 50 irmãos.<br />
É de 350 o núrne·ro de sócios contribuintes da<br />
Misericórdia. Esses pagam ·cotas de $50 a 200$00.<br />
À assembleia geral e à Mesa compete o<br />
governo da Casa.<br />
A Mesa foi eleita e tem 9 mesáirios.<br />
É a Mesa que administra o Hosp,ital.<br />
4 - A Mis.ericórdia, além do Hospital tem que<br />
prover à v.iida de:<br />
.Albergue de Velhos . ' . ... 8 (albergados) ·<br />
Recolhimento de Senhoras 11<br />
Secção Psiquiiá~rica do Sul 35 doentes<br />
2 Enfermarias abrigo ... ... 33 doentes<br />
5. SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS<br />
5.1 . Serviços de Secretaria, Contabilidade e<br />
Tesouraria<br />
SECRETARIA<br />
Os se.rviços ·escriituram:<br />
a) registo de correspondênai 1 a recebida;<br />
b) copiador da corresipondência expedida<br />
dacti·lografado e ordenado cronologicam<br />
ente;<br />
e) .livros de actas da Mesa e da Assembleia<br />
Gerail;<br />
d) hvro de . ponto do pessoal da secretaria;<br />
e) arquivo diinâ1mioo por assuntos, onde se<br />
arquivam documentos até ·o assunto ser<br />
.resolvido.<br />
f) arquivo estátiico organizado;<br />
g) tombo ~estes docum·entos estão . espaih~dos<br />
em arcas, no sótão,<br />
CONTABILIDADE<br />
a) guias de receitas em dupl:icado, sem decalque;<br />
b) l1i 1 vro de reg·iisto dessas guias com colunas<br />
por rubricas orçamentais;<br />
c) ,1ivro r·esumo de c/.c com as dotações<br />
orçam en taii 1 s;<br />
d} ,rübrica . na re:ceita para os depósitos de<br />
.garantia (com receita consignada);<br />
e) autorizações de pagamento em duplkado<br />
sem decalque;<br />
f) livro de reg.ist·o de autorização, em c/ c<br />
· com ·as · verbas orçamentais c/ saldo<br />
disponível e a verba dispendida acumulada;<br />
g) rubrica orçamental para restituiição dos<br />
depósitos;<br />
h) .inventário não actualiza do d ais roupias.<br />
Nã.o têm contabilqdade patrimonial escrit u<br />
rando as contas de exp·loração, nnm contabii.tdade<br />
de armazens.<br />
A exp l·oração das .marinhas priv.ativas da M 1 i-<br />
PESSOAL DE SECRETARIA, CONTA.BILIÓADE<br />
E TESOURARIA<br />
1 Chefe. de secretaria<br />
1 1. 0 escriturário . .. . .. . .. . .. .<br />
1800$00<br />
1400$00<br />
1 encarregado . do ficheiro (do<br />
Banco) · ( direüo a aiojamento) 800$00<br />
SERVIÇOS DE ESTATÍSTICA E ARQUIVO<br />
CUNICO<br />
A grande maioria dos doentes de fora do concelho<br />
são remetidos ao Hospital com o diagnóstico<br />
de urgência por hospitai·s sub-reg·iionais que<br />
1<br />
não estão para gastar medicamentos caros ou<br />
sangue, mesmo quando se trata de casos que<br />
podem ser tratados nesse hospita·I. E a Miser:<br />
c~rdia dê Faro t·em muitas vezes que os remeter<br />
para Lisboa por. falta · de espaço.<br />
Tem um ficheiro de consultas organ;izado e um<br />
fücheiro piloto · para procura. Pagam 200$00 . por<br />
1<br />
mês a uma p·essoa encanegada desse ficheiro.<br />
Par.a o internamento têm um l1i1vro de registo<br />
oom o número da papeleta.<br />
5 .2. Serviços Económicos<br />
A . ma1or1a das compras são . fei.tas directa- ·<br />
mente. Só fazem consultas -para os medicamentos<br />
,e ·aparelhagem.<br />
5.3. Serviços de · Manutenção . de. Património<br />
De momento as obras são cüsteadas .pela<br />
Câmara Municipal. São executadas por administràção<br />
directa (um dos mesários encarregJ-se<br />
desses trabalhos).<br />
5..4 Serviço ·de Alimentação<br />
Tem uma coz1inha deficiente onde trabal1ham:<br />
1 relig·iosa<br />
2 cria das ...<br />
150$00<br />
300$00<br />
56<br />
57
6. SERVIÇOS CLíNICOS<br />
6.1 . Serviços de admissão e urgência<br />
Dispõe este serviço de 32 camas, não podendo<br />
satisfazer as necessidades da reg1ião.<br />
Há apenas uma sala de operações.<br />
6.4. Serviços de Espe.cialidades<br />
As admissões, em<br />
1958 apresentavam-se:<br />
Consultas:<br />
- de urgência .. .<br />
- normais . .. .. .<br />
78 %<br />
22 %<br />
É escalado um médico para, durante a semana,<br />
fücar de serviço ao Banco tendo também a seu<br />
cargo as consultas exte.rnas.<br />
Os hosp·itais subregionais de Lagos e de Loulé<br />
têm condições para socorrer muitos doentes de<br />
urgênoj·a, mas como se disse, remetem-nos para<br />
Faro sempre que não podem pagar o tratamento.<br />
Há
que internam no hospital doentes para a M·isericórdia<br />
lhes pagar as radiografiias e, a se.guir, os<br />
levam para sua Casa de S~úde onde pagam a<br />
estadia.<br />
As anál;i·ses são feitas no seu laboratório por<br />
um médico que nada leva aos pobres do concelho<br />
e, nalguns casos, faz o exame de metabolismo<br />
1<br />
basal, de graça .<br />
vista (Porto) e são des·emipenihad()s po1r:<br />
1 fiscal (,madre superiora<br />
8 Enf.e·rmeiras - ·i1rmãs ...<br />
1 enferme.iro (sem curso)<br />
1 aux.iiHar de enfe1rmag·em<br />
(sem curso)· ..<br />
1 veleira ......<br />
200$00<br />
150$00<br />
650$00<br />
400$00<br />
600$00<br />
Parece que o provedor tem a promessa de<br />
meios para organizar o serviço de sangue, mas<br />
não aparec.eu ainda um médico que queiira trabalhar<br />
de gfaça para os pobres nessa espe.oialidade,<br />
temendo ficar a mail ·com os colegas da<br />
·casa de saúde. Esta cobra à Miseriicórdi·éf para<br />
doentes pobres 1500~00 por cada transfusão!. ..<br />
6.6. Tabelas de Preços dos Serviços Clínicos<br />
a) tratamento no Ba.nco - grát1i1s<br />
b) consultas - grátis<br />
c) · ·internamento - 1.ª ol.asse - ·quartos 80$00<br />
2.ª e.lasse . . . . . . . 60$00<br />
35$00 acresoido~ dos me1ios de diagnóstico<br />
que pagam direotament.e · aos<br />
respectiivos técnicos.<br />
d) piso para pensioni.stas de 1.ª e 2.ª classes<br />
- 300$00 em ·grande oirurg1ia<br />
para os me·smos, em pequena cirurgia<br />
- .150$00<br />
penisioni1stas de 3.ª class·e- 150$00 - <br />
em grande oi1rurgia.<br />
em pequena. cirurg·ia - 80$00 . .<br />
e) fisi·oter.apia - de graça.<br />
6.7. Quadro do Pessoal dos Serviços. Clínicos<br />
Não há quadro. Trabalham aH alguns médicos,<br />
de g·raça.<br />
7. SERVIÇOS FARMAC~UTIGOS<br />
Estes serviços estão a cargo de uma farmacêutica<br />
d•plomada que vemª'º Hospital, de ·manhã,<br />
e prepara manipulados. Vence 500$00 mensais.<br />
8. SERVIÇOS DE ENFERiMAGiEM<br />
.E DO M·ÉSTliCOS<br />
8.1. Serviços de Enfermagem<br />
8.2. Serviços Dom.ésticos<br />
Limpeza e ar.ranjo e os de .roupiais . ocupam:<br />
1 porteiro ..... . ... .. . 400$00<br />
1 ajudante de porte:ir:o 170$00<br />
2 crii·ada s .. .<br />
. 300$00<br />
1 cr·iado .. .<br />
300$00<br />
.. 3 criados .. .<br />
.240$00<br />
5 criiadas<br />
200$00<br />
1<br />
7 criadas ...<br />
200$00'<br />
A rouparia é diri1g1iida por uma re 1 l.igiosa e a<br />
l·avandaria é arcaica dispondo de· tanques, .coradouro<br />
e S·ecaidouro ao a.r l1i1vre.<br />
9. SERVIÇO SOCIAL<br />
Têm uma auXJi·l1iar social a quiem pagam<br />
1100$00.<br />
Ba é que faz o· inquérito económ1ico.<br />
1 O. SERVIÇO RELIGIOSO<br />
Têm uma l·greja dentro do edifíioio hospiita-la.r.<br />
Pagam ao capefüo- 500$00<br />
11 . ASPIRAÇÕES IMEDIATAS DA M,ESA<br />
a) Subsídio p·ara pagamento da:s dívidas;<br />
b) Médic.o transfusii:oni1sta;<br />
e) Apare~ho de raidiodiagnós·t:ico;<br />
d) Laboratório de aná.lises;<br />
,e) Construção do novo . edi,fício.<br />
Parece que convi1ni1a ,sanear a situação financeira,<br />
mais importa modificar o actual s1i1stema<br />
de a M·isericórdia· tudo pagar e não or.iar receita.<br />
D 1 emais urge l:ibertar a Misericórdia da d!ependên-<br />
.-- ......""'-li,+l.oll-..;õi.W.1,,g..i~w.i.w aos meios de diiagnós·t ico<br />
1<br />
~~ ls~H~ué>.E<br />
SAÚDE PÚBLICA<br />
Novembro de 1959<br />
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SALÃO INTERNACIONAL DA QUÍMICA DA SAÚDE<br />
E DOS EQUIPAMENTOS 810-MÉDICOS<br />
5/9DEZ.84<br />
FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA<br />
ASSOCIN;)ü INDUSTRIAL PORTUGUESA<br />
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