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Gestão Hospitalar N.º5 1984

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N. 0 5-ANO 2-JAN/MAR <strong>1984</strong>


- ES<br />

t..DA·<br />

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA<br />

DE ADMINISTRADORES<br />

HOSPITALARES<br />

SUMÁRIO<br />

EDITORIAL . ......... . .. ...... . .. .. .<br />

~a responsabilidade profissional dos prestadores<br />

de cuidados nos hospitais .<br />

SANTOS CARDOSO ....... . . . .. .. . .. .<br />

3<br />

5<br />

N. 0 5-ANO 2- JAN/MAR <strong>1984</strong><br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> e Relações Públicas -<br />

Alguns apontamentos<br />

PAULO DELGADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9<br />

DIRECÇAO:<br />

Presidente :<br />

SÃ FERREIRA<br />

Vice-Presidente:<br />

MORENO RODRIGUES<br />

Secretário :<br />

JOÃO URBANO<br />

Jesoureiro:<br />

JORGE VARANDA<br />

Vogal para a Imprensa:<br />

JúLIO REIS<br />

Vogais para a Revista :<br />

SANTOS CARDOSO (Director)<br />

LOPES MARTINS (Sub-Diretlor)<br />

O problema· <strong>Hospitalar</strong> do Arquipélago<br />

da Madeira - O internamento da criança<br />

ANTÓNIO ALVES DA FONSECA . . . . . . 12<br />

As Instalações e a Infecção <strong>Hospitalar</strong><br />

ANTÓNIO SÃO MIGUEL BENTO . . . . . . 16<br />

É possível ultrapassar alguns tabus: uma<br />

experiência de trabalho interdisciplinar<br />

.LISETE FRADIQUE RIBEIRO . . . . . . . . . . 19<br />

A Informática nos Serviços da Alimentação<br />

<strong>Hospitalar</strong><br />

M. J. MATOS BARBOSA . .. .. .. . . . .. . 22<br />

O Modelo Gerencial do Hospital Materno­<br />

-Infantil Presidente Vargas<br />

CLÁUDIO JOSÉ ALLGAYER . . . . . . . . . . 31<br />

. o S de<br />

cHUVE\ROS OE<br />

LAVA-OLHOS E<br />

e EMERGê.NC\A CROBACTÉR\AS<br />

PARAM\<br />

e CÂMARAS OS E OE FLUXO<br />

. . . .. RA0\0\SOTOP<br />

. :':·. _· __ LAM\NAR<br />

. . .. -- ·--· a"mar"ate ~ .. '1: 257 12 69<br />

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Preço avulso: .... ... .. ....... ..... . 100$00<br />

Quatro números (pagamento<br />

adiantado) ~ ." ... ..... ....... ... . 350$00<br />

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DE DIRECTORES . HOSPITALARES<br />

A Comissão de Ética nos Hospitais<br />

DANIEL SERRÃO ...... .. . ... . .. ..... 48<br />

A importância da Motivação no Pré-operatório<br />

como factor de recuperação nos<br />

Pós-Operatórios<br />

JORGE MANUEL GONÇ. RODRIGUES 51<br />

Os Hospitais Distritais há 25 anos:<br />

O HOSPITAL DE FARO . . . . . . . . . . . . . 57<br />

O Editorial e os Artigos não assinados são<br />

da responsabilidade da Direcção da Associação.<br />

Os Artigos assinados são da exclusiva<br />

responsabilidade dos seus autores, não comprometendo<br />

a Associação com os pontos de<br />

vista n_eles expressos.<br />

Embora merecendo a melhor atenção, a<br />

colaboração não solicitada não será devolvida,<br />

reservando-se o direito de a publicar<br />

ou não.<br />

1


705<br />

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~.~«te os compórtamentos (Be=rnard Gournay) . Jegítlrno pens·a·r-se e1m assegura·r às popútaçõe·s<br />

="., Estas oonsiderações vêm a pro-pósho do re- cuídados de bom níveh> (do mesmo preâmbulo).<br />

conhe·c,rmento .expres·s·o de que


hemoportuqal<br />

· · /mad<br />

Da responsabilidade profissional dos<br />

prestadores de cuidados nos hospitais<br />

SANTOS CARDOSO*<br />

. . .<br />

eq·uipamento e acessórios para:<br />

hemodiálise• diálise peritoneal<br />

plasmaferese • cirurgia cardio-torácica<br />

·laboratório<br />

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Hospitais . . 'tais ~e Aveiro<br />

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Hospitais de Angra do n~:ro castelo Branco e Faro<br />

Beja, Braga ' . . . Pia (Porto)<br />

. . (\J Real) ·e Maria .<br />

s Pedro · ·<br />

Hospitais de • . i'mbra e do. Funchal<br />

Hospi<br />

··t<br />

a<br />

lares de Co<br />

·<br />

.<br />

.. centros . ·. Gulb~nk~an<br />

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Pensamos S'er possíve1I abordar o problema da<br />

msipo n s:a hi1:1idade profi ss·iona1I dos p restadbres de<br />

cuidados nos hospirt!airS' sob o ponto de v1isrtia de<br />

1<br />

admirni·st·ração, a qual, 1em s·erntiido ·amplo, pode<br />

defan1ir-se oomo fórmula r~ie·ntífica de ad!equar<br />

recursos humano1s, organi.zacion:ari:S e matenia1i1s ao<br />

prosse·gui 1 me1n.to de objectivos ·determ:irnados.<br />

A adm1ini·strnção dós hosp:irta 1 is, as1s1im einrtendirda,<br />

não compete exclus,ivamente aos seus<br />

órgãos de ge•stão e direcção. Os hosp1i·taiis são<br />

1<br />

pessoas colectivas de dire1ito públ•ico, dotadas de<br />

1<br />

auto·no·mira 1 adminiistrat:iva e financeüia, e a sua<br />

capacidade jurídica abrange todos os dire1itos e<br />

obrigaçõe1s necessári1as à pros•seoução dos seus<br />

1<br />

fins (D.L. 129/77, de 2 de Abri 1 I), mas es1sa fiinal1idade<br />

tem rde estar definida na ·l·ei, e não pode<br />

1<br />

pre j u dlicra r o dire·i·to de tutela da competê noia do<br />

Est:adb, através do M1inistro da Saúde.<br />

Os hospita1is têm ·como objectivo, pres.tiar à<br />

população ·ass1i1srtênciia médi1oa curatiiva e de reabihtação,<br />

e colaborar no ens·ino e · inve1s1:1i19 1 ação<br />

1<br />

oientíf'ica, fazendo parte do sistema de combate<br />

à doença e promoção da s·aúde, 1s1imultaneamente<br />

1<br />

com o . objec:tivo rde natureza ·socrial que tem em<br />

vi1sna 1e 1 st 1 abe · ~eoer as re;l.açôes· entre as necesrs1i­<br />

diadies pessoai1S ou fam1i l1iares e os casos de<br />

1<br />

1<br />

doença, que· devem ser t:oni·adas e·m contia no<br />

tratamernt'O e na reinserção dos do·ente·s no seu<br />

meio ( E·statu.ro <strong>Hospitalar</strong>, EH - D.-L. 48 357, 1de<br />

27 de Abri1l1 de 1968 e Regula·mento Geral dos<br />

1<br />

Hosrpi1ta1i1s, R G H - D. 48 358, da me·smia da'ta).<br />

O Mrinistério cfia S.a úde tem um rpaipe 1 I pre<br />

ponder:anrtie na adequação dos meios ao1s objectivos,<br />

através 1do .exe.rcíoio do poder de 'bUte'l:a<br />

1 1<br />

( D.-L. 129/77, de 2 de .Aibri:I) .<br />

1<br />

Quanto ·a meri'os humanos cri


na~s e mate·riia1is, prevenindo eventuaii1s 1iinfrac.çõe·s<br />

ou factos 1 illÍdtos e garantJindo bom aitendli1menrto<br />

dos doe,ntes. Por outras palavras, e no1s te,rmois<br />

legais, os órgãos de Tute1l1a, e toda a hie!rarquiia<br />

que vai dos hospitais ao m·ini'Stro, não devem, ser<br />

meros v:igilantes de espada de1sem.bai·nhada para<br />

1 1<br />

castigar os que infoi1nge·m ais normas, outrossiim,<br />

são ice-responsáveis do funcionamento dois. hos'­<br />

1<br />

pi1tars, 1g1arantes máx,imos da boa qual1idade dos<br />

cuidado1s.<br />

A adm1inistração hosp·italar é muirto co·mplexa<br />

relativamente à g·ran de maio·ria das orga1n:izações.<br />

1<br />

Nuima fábrica de pregos a adm1ini1stração pode<br />

prever e quiant:iifücar icom grande margem de segu­<br />

rança os objectivos a atfrng·iir, quantidade e quaH­<br />

1<br />

dade de pregos1 a produZJir; os meios humano·s<br />

e materia 1 is - mão-de-obra, equipamentos e matérias-primas.<br />

Num hospital quantos doe·nteis e<br />

que aoentes vamos tratar no próximo ano? Qual<br />

vai ser a evol·ução dos me1ios de diagnóstJico, de<br />

te·rapêutrca, 'da's ciências médicas? Que doente·s,<br />

que pato·log·ias? A que hora do dia ou da no1ite<br />

acorre uma s 1 i1tiuação urgente?' Que meJio,s· ma'i's<br />

adequados?<br />

Os hospttia~s são extremamente complexo1s<br />

dado1 o grande· número de vari,áve:is e ,tnterdependêndas<br />

em jog:o. A 1adm1ni1stração hospita~ar processa-se<br />

num universo probabFlístico de grande<br />

comp~ex~dade., porque a acção médica, que. está<br />

no topo das finaUdades a prosseguir, também se<br />

proces1s1a num universo probabi1lístico de grand~<br />

varia bfl1ida de.<br />

A iafürmação de que nos ho1spitaiis não há<br />

doenças .mas 'Si1m doe.ntes, é 1 1~ormafmente ut~izada<br />

para fundaimenuar a nece•s•s:i:cfade de humanização<br />

dois cuk:lado·s'. ,Em nosso entende1r deve<br />

ter u:m a:lcance mais vasto: o mes,mo doe·nte,<br />

com a mes1ma patologia, ipode 1reag.lr amanhã de<br />

forma diferente à terapêutica que ainda hoje lhe<br />

foi: •apliicada com bom resultado. O diagnóstico,<br />

o prog·nóstioo, a te•rapêutica, nun•oa pode·m ter<br />

uma .probab~Hdade de êx·itio ·igual a um, se·rá<br />

sempre zero vírgula e 'Uma dédm1a.<br />

A profissão médica, talvez ma1i's do que qua:lquer<br />

outra, é exe1r.oida em universo com probab~l'idade<br />

de maiior ou menor êxito, mas. j-aimaiis. com<br />

1<br />

certezas rl1i1neare·s. Achamos por 1i1siso que. ex1i1stem<br />

graves 1incon:ven1i•entes s·e cai•11mo1s em •radicaHsmos,<br />

ou de·ixarmos errar na opinião públ1ica a<br />

convrcçã·o de que é possíve 1 I ex1ig'k à acção médica<br />

cem ipór cento de êxlitos, e a ·ideia de que semipre<br />

que acontece um fracasso na 1luta contra uma<br />

s 1 ituação de doença .se deve exigk repa1ração e<br />

1<br />

consequente proced;mento d;s1otp'N:nar contra o<br />

priestador de cuidados, o que seria al·go seme­<br />

'lhante ·a c0in1suimismo de pedidos de indetmni,­<br />

zação.<br />

Criar-se-·ia um ambieinte de 1insegurança fomentador<br />

de mecanis1mos de defesa dos médliicos<br />

e dos restanteS' pre·stado:res de cuirdados: maior<br />

·coins,umo, ,evttáv,el, de meios c.01mplementares de<br />

diagnóstltc:o, recusa da prática ,de actos c-om<br />

maior risco, aumento de . ·demoras médias1 do•s<br />

tratamentos, das Hstas de espera, enfim, aumento<br />

de gastos sem me·lho riia da qualida de de cu1idado1s<br />

ou ·ma·ior ef.rcáciia.<br />

Há que p ro:cu ra r metod:olog;i·a de co-respo n sabiHdade<br />

dos ute•ntes na probabiHdade de fra 1 ca1s;so<br />

tot8'1 ou parcial da pre1stação de cuidados médicos,<br />

o que tem de passar por formas adequadas<br />

de info·rm·ação nos· doi;s sentidos.<br />

Parece ser pacífioo e.ntre os jur~sta 1s<br />

1~ que<br />

ho Je os actos médicos prati,cados nos hospita1i s<br />

1<br />

ofi.oi1aiis portugueses são actos de ge1stão :púbMca,<br />

e não do âmbito ·da gestão privada. As.sim 1se,ndo,<br />

a responsabiHdade civ1i!I ou crimj.nal deve· ser<br />

exigida ao hospital (Estado) sem prej'Uízo do<br />

di:reiro contra os eventuais viol·adore:s dos deveres<br />

profiss+onai·s.<br />

Já o RGH (1968) definiu doente comum, ao<br />

contrário ·de doente pnrvado (quartos particulares),<br />

ioomo ·aquel,e que confia a responsabi11iidade<br />

da a1ssistência méd:iioa ao hospitaf e à siua O·rgianiz1ação,<br />

oons1iderando médico responisáve1I do<br />

doent·e aque1le a quem o di·rector 0 u che.fe de<br />

1<br />

s·e'rviço conf·iar a assistênoiia clínica, através de<br />

decisão pontu'8'1 ou esqueima o:rganizativo. Mas o<br />

di•reotor ou c.hete de se ·rv~iço é o médico :responsáve1I<br />

de todos os doentes assistidbs, cumulativamente<br />

·com os médicos assistente1s.<br />

Este· prii ncípio da .re·sponsabi+idade cu m u1lativa<br />

do médico em fuinções de directnr de se1rv1i.ço ve.m<br />

reafirm.ado no Regulamento dos órgãos de Geistão<br />

e Diirecção dos Hospi,tais (D.R. 30/77, de 20<br />

de M 1 aiio), ao dispor que lhe compete. e1m eispecial<br />

garantir o respe·i;to integ1ral dos d.ire·itos do doente,<br />

as,segurando- 1 lhe uma condu1Ja correcta por parte<br />

de todo o pessoal, e a prestlação de cu:idadois<br />

adequados e da me!hor qual'idade compatível: com<br />

os mefos disponíveis. E miais compete ·ao médico<br />

em funçôes de di,rector de serviço, para que não<br />

. aconteçam soluções de continui·dade da s:ua responS'abiHdade,<br />

fazer-se substi•tuir nas fa·ltas e ·<br />

i:mpediime,nto,s.<br />

A assunção da respons·abi·l'idade dt>1s cuidados<br />

pe·l1a direcção dos' serviços de acção médioa pode<br />

e deve ter 1expressão prát,ica ·oom as chamadas<br />

«visitas», sobretudo na revisão de casos por toda<br />

'ª ·equipa (médioa e enfermagem), i·nfe·lizmente de<br />

uso pouco frequente nos nossos hosp1ita:i1s.<br />

A responsabi'l.idade i·ns1tituc:iona·I e a re1sponsabiHdade<br />

da própria hi1e,rarquia médica, não deve<br />

despers·onail,izar a prestação dos cuidados, pois<br />

em todas as situações o médico exerce a sua<br />

a.ctividade co1m plena ·respon sabi1liidiade profissio­<br />

nal, o que i.mpl1ica urna área autónom1a de pode,r<br />

1<br />

de decisão, tal como prevê o Regulamento das<br />

Garre1i·ras Médicas, RCM (D.-L. 310/82, de 3<br />

de Agosto), e·mboria este mesmo ·regurl1amento<br />

Hxpresse a or.ien~ção para traba·lho e·m e·qU'ipa<br />

ao pre1oe1itua·r que o médico ·integrado na carreira<br />

hospitalar -coope 11a com outros profi.ssionai1s, cuja<br />

acção seja complementar da sua, e deve iparti·­<br />

ciipar nas equipas de trabalho· para o efeito cons'­<br />

tituídas.<br />

A pluridisoipl,inaridade dos CU'idados hospital1ares<br />

deve me:rece1r reflexão sobre a deHmitação<br />

de oompertênoias entre· as. vá,rias . e1speoiaHdades<br />

1<br />

médicas e entre as. várias c·lasises· profis,siionaiis,<br />

sem o que não seirão estabe;leoidas fronteiras<br />

daras de responsabi1l!idade no uso do dire1ito de<br />

regresso. .<br />

Segundo o R:C M a lkenci 1 atu ra e1m Medi'Oina<br />

é condição necessária e s,ufiioi·ente· :para oonco1r­<br />

:rer ao ,internato geirail, e es1te de 1 st!ina-se a preparar<br />

o 1,ice·ndado para iniciar o exercício profissional,<br />

seguindo-se o .internato complementar destinado<br />

a habiilitar os médicos para exercíciio profii.s·s·ionail<br />

e·m termos de ,autonomia e, dife,renoiação, té·cn1ica<br />

por áreas profrssiionais a ·i·dentifi'car pefo pode 1 r<br />

de tuteil!éJ.<br />

A ·le1i pléJ,rece não permitir a p1lena responsa.­<br />

bi,l'idade db médico do ·internato geral, e a ac.tuação<br />

dos •a1s1sis:te·nte 1 s, findb o ·interna.to co:mplementa<br />

r, só se:rá p'lenamente hábi:I, em termos de<br />

autoinom1i·a e diferendação técnica, e·m áre•as devidamente<br />

identifii1oadas para que foram esped,a1l­<br />

'mente fO'rma dos.<br />

Se observarmos a ·real.idade dos nossos ho 1 s­<br />

piita1i1s no que respe1irta à aotiividade muiitas' veze1s<br />

isolada dos internos do ·internato ge•ral ou complementar,<br />

penS'amos que os órgãos de· gestão<br />

.e· as dire'cçõe·s médi·oas devem estar atentas ao<br />

proble·ma, sobretudo na constitui,ção das equiipas<br />

dos' 1serv1i·ços de urgênciia.<br />

Só o médi:co da carreira hospitalar com grau<br />

de 1ass,istente ·ou ichefe de serviço é o profi.sistional<br />

com hélbiil:itação comple·ta para prestar cuidados<br />

diferenciados segun:do áreas be·m definidas, e para<br />

as funções hospita ~ares de investigação e ens·ino,<br />

abrangendo o diagnós1tico e tratame1nto dos doentes<br />

( inte.rnados, em consulta exte·rna ou serviços<br />

de urgênoia), bem ass1im. O· e:nsino e 1 inve 1 sti.gação<br />

científica rnlaciionados com a sua especiaHdade,<br />

pa.ra partioipar em júri·s de concursos. e na gestão<br />

de serviços.<br />

Fundamentalmente, compete ao médi 1 co o<br />

diagnóst!ico e a prescrição do "tlratamento dos<br />

doentes, mas tanto o diagn6s.Noo como o tratamento<br />

·são na ma.ior parte das vezes !interdepen- -.<br />

de·ntes de outros profiss,ionais.<br />

O d ia gin ós tico de pende quase sempre de<br />

me1ios complementares, e o tratarne•nto ne.m sempre<br />

é efectuado pefo próprio médico.<br />

Com exceipção de ·s·ituações· espe1aiais de<br />

cuida dos intens 1 iivos, não é ex1igível à acüvidade<br />

médica permanên'Ciia constante, Ju nto dbs doente,s,<br />

a qual' compete ao pessoal de enfe·rmagem. Por<br />

isso estes profissionais. têm de· ser considerados<br />

de, impQrtância essencial na prestação dos cuidados<br />

hospitalares.<br />

P·erte noe-1 he1s grande parte da aipl1ica ção e<br />

ex,ecução de prescri·ções médicas relatii1vais a triatamentos<br />

e te1ra:pê·u·tJica, onde o enferme1i·ro deve<br />

estiar habi1litado pa.ra con1preender as re:spectivas<br />

causas e efeitos.. Mas, sobretudo, é-ilhes exigida<br />

compet ênda e di1sponibiHdade paira observação<br />

dos S'intomas. e ·reacções dos doentes de forma<br />

a estabeilecer ·a retro1acção (feed-back) indi1spensável<br />

para o médico avaliar a justeza do diagnóstico,<br />

do tratamento e terapêutica prescritos, permitindo<br />

eventua;I e· atempada correcção.<br />

Se constatarmos a carência de profissiiona1i·s<br />

de enfermagem nos ·nossos hospitia1is, duvidamos<br />

que estejam sempre reunidas as co:ndições de<br />

modo a facultar aos doentes cuidados correctos.<br />

Referi·mos a necessidade de procurar a metodologia<br />

oorre.ota de c:o-re•spons•abi1liz·ação dos<br />

utente·s na . probabi1>idade se•mpre ex+stente de<br />

falta de êx·ito totail ou parcial dos 1cuidados hospitalares,<br />

a qua·I terá de s:e basea•r e,m formas<br />

adequadas de· •informação.<br />

O RGH, de 1968, estabe·lece ·muito ola·ramente<br />

que as decisões médi·cas' para admissão de doentes,<br />

as prescriições para o estudo, tratamento e<br />

ailta dín1iiea, devem seir sempre formuladas por<br />

escrito e assinadas peilo médico que a:s proferiu.<br />

E 1ainda que a execução dessas determinações<br />

1<br />

devem ser também anotadas no proce,sso respe.ctivo.<br />

Pensamos que se1rn processos 'clín:icos deviidaménte<br />

preenchidos não pode have1r aval.iação dos<br />

cuidados pres·tados' a()IS doentes, nem pode h1ave·r<br />

defesa objectivléJ dos profi1S'S'ionais ·pe•rante· eventua.is<br />

acusações de erro,s ou omissões. Tenha-se<br />

e·m atenção de que a exigência de re·sponsabi-llidade<br />

é sempre efectuada com maior ou menor<br />

tempo pass1ado 1após ia pmstação de cu1idados,<br />

o que dificU'ltará, nu inv·i abHizará, a 1 reconstitu~ção<br />

do que ·rea,lmente se passou.<br />

6<br />

7


D'iríiamos aos enferme·iros e restantes profissronais<br />

não médicos que devem ex1igir sempre o<br />

registo e ass 1 inatura das deicis'Õe,s 1dlín1icas. Diríamos<br />

aos médicos que devem ex.igfr dos e.nferme1i1ros<br />

e restaintes profissionais que reg 1 istem ia<br />

ex·ecução dessas dedsões' e o resultado da obse 1 r­<br />

vação dos s·intomas e reacções dos doentes.<br />

O EH, de 1968, estabe·le·oe que o,s doentes<br />

podem recusar a assistênoia, mas que esse<br />

di·reito não pode 1ser exercido pe1lo reipre·sentante<br />

ou tutor do assistido·. Por outro 'lado, os doentes<br />

não podem ser submetidos se·m seu consentiime,nto<br />

a exames e tratamentos, e antes de qualquer<br />

operação deve o médico responsáve·I obte 1 r<br />

o consentimento do doente, dos s 1 eus pai1s ou<br />

tutores se for menor, salvo nos casos de extrema<br />

urgênoi1a.<br />

Pens,amos que os se·rviços jurídicos hospitalares<br />

(e porque não dos órgãos de tute·la?)<br />

devem preparar formulários apropriados para<br />

reg·isto de rotina nos serviços de autorizaçõe1s<br />

a conce,der, das re·cusas que forem 1l·egít;imas', e<br />

das justificações pire'Oisas das acçôes 'levadas a<br />

efe1ito em oasos ·de 'extrema urgênda.<br />

Ainda o mesmo EH de 1968 prece1itua· que os<br />

prognósticos graves podem s·e·r 'legüiimamente<br />

ocultados· aos do·entes; os prognósticos fatais só<br />

fhes podem s 1 er reve·l1ado·s pefo m.édico responsá­<br />

Ve'I co·m as precauções aconse·lhadas pe:lo exacto<br />

conhecünento do seu temperamento e índole<br />

moral; m·as e·m regra, ·devem uns e outros se1r<br />

revelados à f.amíHa.<br />

O RGH diz depois que em priinc1p1 1 0 o arquivo<br />

clínico deve ser ún.ico e central 'em cada hospi1ta.I,<br />

e que os directores, chefes de se,rv1iço e médicos<br />

responsáveis dos doentes podem des1ignar o·s<br />

elementos dos processos que não deva:m ser<br />

oomun+cadlos sem sua autorização.<br />

Duvi1damos que todo o peissoal hospitalar<br />

tenha conhedmento destas dispos1içõe1s, que nos<br />

parece·m mere·cer divu'.gação urgente.<br />

Todas as normas organizacionais que temos<br />

vindo a expor, ·e os próp1rios' pri.ncípiios ge·rais do<br />

Dire;ito, es1abe1lecem ·l1im,ites de responsabi1l1idade<br />

de·ntro das disponibil.idades mate·riais e de pessoal<br />

dos serviços. O obste:tra o-u o p·edi1atra que não<br />

dispõe de equipamento mí1niimo para reanimação<br />

de um reoém-nas'Cidô, situação que infe·l,izmente<br />

ainda acontece, não pode seir respo·nsabi:l1izado po·r<br />

não exe·cutar esse acto médico muitas vezes<br />

indispensável .<br />

O D.R. 30/77, de 20 de Maio, prevê que os<br />

médicos em funções de direcção de serviços de-<br />

8<br />

vem e!1aborar planos de acção até 15 de Novembro<br />

de cada ano, e re1latórios de activida1de até<br />

30 de Jane·iro, e que ambos devem dizer respeito<br />

a tod~ a actiividade do S 1 erviço, tanto peilo que<br />

1<br />

se reporta à prestação da as1s:istência como à<br />

1<br />

1 invest~gação, partiClipação no ensi·no e co·laboração<br />

no aperfeiçoamento do pessoal, evidenciando<br />

os meios necessários, designadamente os equipamentos.<br />

a adquirir ordenados, segiundo a prioridade<br />

que ·lhes é 1<br />

atribuída.<br />

Quaintos 1 oonse"hos de gerência dos hosipita1i1s<br />

portugueses exigem esses planos e re·latórios?<br />

Quant:as di1recçôes de serv1iço·s os e·labo-raim?<br />

Como devem ser julg,ados· 0 1s prestadores de<br />

cu:tdados hospitalare·s, sobretudo os 1 médi1cos principais<br />

·responsáve·is pelas decisões reilatiivas aos<br />

doentes?<br />

O EH de 1968, ipeilo art. 65. 0 hoje revogado,<br />

previa o conse:lho de discipHna hos:pii·talar cfe:sti·­<br />

nado a ~nformar ·obrigatoriamente os iprocesso·s<br />

disciplinares contra ·médi1cos e pessoal di~igente,<br />

podendo ainda ordeinar dN1i gêndas complementares.<br />

Era presidrdo por um juiz, e constituido por<br />

1<br />

dois voga 1 i·s' médicos de cate·goria não inferfor e<br />

dire·ctor de· serviço e por do·is funcionários com<br />

categoria ·igua:I ou superi·or 'ª adm1inistrado1r ho·spita+ar.<br />

.O Estatuto Médico, D.-L. 373/79, de 8 de<br />

Sete·mbro, dá a faculdade ·aos médi1cos de requerer<br />

audiência da Ordem ·nos proce ,s ·so~ dis.<br />

Neste domínio, o elemento novo e ori·gina1I<br />

surgi'U, essenda·lmente, com o apareoimento de<br />

grupos de pressão - quer se trate do «públii:co»<br />

diente do hospita1I quer do «püblico» em geral -<br />

e na importância que apresenta o fenómeno «opinião<br />

púbHca» na pressão exercida por aque·les.<br />

Com efe1ito, é no campo da opiníão que se movimentam<br />

as re·lações púbHcas, e não no domínio<br />

da organização.<br />

Poderíamos coinfügurar para o hospita.1 o esquema<br />

s·eguinte, em que S'e obs,ervam pre·s·sõ·es<br />

de nível externo e de níve1I :interno.<br />

Nesta di1nâm1ica, o jogo de aconte,oimento·s e<br />

as transformações operadas tornam 1 irniperiosa a<br />

necessidade de introd:uz·ir alt,eraçõe·s quailii'tativas<br />

e quantitat>ivas ao fluxo de informações na organização<br />

hospitalar.<br />

Do que acaba de afirmar-se, pode oonduir-se<br />

que as re 1 lações púbHcas pretendem ·ser uma<br />

PAULO SALGADO*<br />

,. ~S DE NIVtL<br />


viços públ1icos com características esipeoia 1 i·s, a<br />

ide·ia de 1 intere•sse geral ganhe uma nova dimensã·o:<br />

é que toda a «organização é estabeledda<br />

em ordem à pessoa do doente», adaptando-se<br />

certos «prindpiios ·destinados a proteger o doente<br />

contra os excessos possíve·is no funcionamento<br />

do sistema» *, resultando daqui· uma salutar tentat·iva<br />

de modificar o re1l·acronamento hospital­<br />

-doente. Todavi1a, à parte certas medidas isoladas<br />

nos estabe~edmentos hospitalares (g.uras de aco-<br />

1lh•mento, boletins ·i·ntemos dos órgãos pe gestão,<br />

·contactos ocas1ionai·s com a 1.mprensa, ·relatórios<br />

de actividades ... ) não está ·instituoionaVizadb um<br />

sistema de ·informações que permita modificar<br />

grandem·ente as relações · entre o hospi1tail e os<br />

utente1s.<br />

Cabe aqui refe·rir o que escreviam, recente·<br />

mente, do1is autores ** a iproipósiito desta problemáttca:<br />

«Há a nece•ssidade de a~te·ra 1 r o ·s·i·stema<br />

1<br />

de relações ex·istentes entre a Administração Públ·rca<br />

e ·os admiin istrado·s pe·los seguintes motivo1s:<br />

1 1<br />

- l·mpe·ra:tivo éti:co-constitucional;<br />

- l·mpe1rativo de vivência de1mocrátrca;<br />

- Neces1s1idade de fundamentação das dedsões;<br />

- Necess·idade de obter u·ma e·f.icáoia organizacional.»<br />

2. AS RELAÇÕES POBLIC.AS. NO HOSPITAL<br />

Esta necessidade exi·ge uma a.cção que comporta<br />

t·rês a.spectos distintos .mas interl1i1gados:<br />

uma poHtica de relações púbHcas, a uti1:ização de<br />

um método eficaz e o conhecimento e apticação<br />

de téoniicas adequadas de comuni·cação.<br />

2.1. Política de Relações Públicas<br />

Ta-1 polítioa ·i~pl-icará a pro·sseoução. dos. segui·ntes<br />

objectivos:<br />

A nível. ·interno:<br />

- dar a conhece·r à sua zo,na de 1influênoia<br />

públ,ica uma ~magem de bo·m atendimento<br />

e acolhimento;<br />

- i·nfo·rmar o públ:i,co no se•ntido de este<br />

adquiri·r, quando em episódios com o<br />

hospital, um conhedmento da reaHdade<br />

hospitalar;<br />

- fazer re1alçar o forte contributo do hosp1ita:I<br />

1no conjunto do·s serviços prestadores<br />

de cuidados· de saúde;<br />

- avail·iar as opiniões do públ1ico em relação<br />

ao ho·spi·tal;<br />

- contribuir para que a comunidade compreenda<br />

as dificuldades que o hosipitaf<br />

1atravessa ;<br />

10<br />

- fazer reailçar ··a"'componeinte económi·co-<br />

-sodal do ·hosp1ta1I enqúanto empresa.<br />

A níve·I ·inte·rno, nas re'.ações com os doentes :<br />

- mitigar o «conflito» que se gera entre<br />

o doente e o ho·spital;<br />

- proporci·onar ao doente e ·seus· fami·l1ia-<br />

-res as iinformações 1necessárias sobre<br />

o fun·cionamento interno da 1insti-tU'ição;<br />

- tornar adequada a :comuni,cação e·ntre<br />

o hospital e o doente.<br />

E nas reilações co·m os funcionários :<br />

- manter todos os trabalhadores correcta1mente<br />

·informados dos obje·c~ivos 1 gerai1s<br />

do hospiital, das suas acrtiividades<br />

e dos seus grandes. problemas;<br />

- ·i·nvestigar as atitudes dos di·ferente·s<br />

1<br />

grupos socioprofi.ssionais ipara 1com o<br />

h o·s:pital, e· deste para ·co·m aq ue1les ;<br />

1<br />

- contribui.r para o desapa redmento de<br />

1<br />

«confHto·s» interpessoais e 'tnterg·rupais<br />

dentro da comunidade hospita·l·ar;<br />

- fomentar o fluxo de ·informações ascendentes<br />

n·o sentido de fazer partioipar<br />

todos na responsabilização pe,lo sucesso<br />

ou insucesso da gestão hosp·italar.<br />

2.2. O método<br />

Numa organização complexa como é o hos·pital<br />

púb~ico, pergunta-se: a que órgão, a que níveI<br />

1<br />

hierárquico deverá cabe·r a co·ncepção e coo,rdenação<br />

das relaçõe•s públicas? Através de um<br />

departamento, ·de um serviço, de um responsável<br />

em part-time? E qual: a sua pos1ição de·ntro da<br />

. .<br />

estrutura organizacional ?<br />

Excluindo a hipótese de departame·nto - própria<br />

das . g·randes empre·sas i·mp·l·antadas a níve·I<br />

nac·ional - :não escondemos· a opinião de, para<br />

um hospita1I central (por exemplo o Novo Hos1pital<br />

Centra1I de Co1i·mbra), parecer ·oorrecta a criação<br />

de um •serviço de rel:ações públ·ioeas, directamenre<br />

1iigado ao conse·lho de gerênoi:a e adm1inistrador,<br />

e, para um hospital distrital, o próprio<br />

administrador dinamizar essa nova função da gestão<br />

hospitalar.<br />

2.3. Os meios técnicos<br />

Trata-se de distiinguir daramente os campos<br />

de actuação e definir os objectivois e programas<br />

* Preâmbulo do D.-L. n.º 48 357, de 27 de Abril de<br />

1968.<br />

** Veja-se o artigo de Lourenço, M. E. e outro !n<br />

Revista de Administração Pública n.º 20, ano V, Abr.-Jun.,<br />

1983.<br />

de 1comunicação ·co1m os «vários públii'cos» - o<br />

que implfoa o conhecimento das técnicas uti•l;izadas<br />

em re lações púbHcas.<br />

1<br />

1<br />

Conforme o público que se .pretende atingir,<br />

assim. serão util1izadas té·cnicas específicas': o contacto<br />

de vocação unii1l·ateral (a Imprensa, a Rádio,<br />

1<br />

a Te 1 le~isão, as brochuras, os cartazes ... ) e o<br />

contacto de vocação bilateral ( entre·vi•sta·s, me·sas<br />

redondas, assemble·ias·, vis1itas ao hospital ...) -<br />

que sã·o "s duas v. gran-cies vias para a comunicação.<br />

2.4. Os meios humanos<br />

Deixámos propositadamente p 1 ara o ~im de·stes<br />

apontamentos uma breve ·referênoie ao pape,I<br />

desempenhado pe;los homens ·ligados· à função<br />

«re!:ações púhl1icas».<br />

Esta actividade não se ·compade·ce com o<br />

amado·nismo. Se é certo que todos quantos trabalham<br />

no hospiital devem faz.er relações públ·icas,<br />

não é menos verdade· que es·ta di,scipl·i·na<br />

eX'ige, entre outras, qualidades de atracção .inte­<br />

·le·ctua'I pe 1 los p.roblema·s· humanos, capa1oidade e<br />

1<br />

argúcia para observar e prever as a~itudes e<br />

reacções humanas - ·Sem as quais as re,laçÕ'es<br />

púhl·icas no hospital se tom·ariam uma forma de<br />

manipulaçào, nunca de 'C·omunicação.<br />

3. CONCLUSÕES<br />

Relações Públioas em hospitais é um tema<br />

que merece ser cons1iderave·lmente ma 1 i1s pesquisado.<br />

O estudo e a ava1:iação das necess 1 idades<br />

1<br />

expresS'as pe:los utentes e pe!a comunidade, por<br />

um ,lado, e 'ª criação de uma boa imagem do<br />

1<br />

hospit8'1, por outro, são ac~ividades normal1mente<br />

negl1i1genoiadas pefos hospitais.<br />

Se be,m ·conseguimos traduzir ·o nosso pensamento,<br />

pretendíamos mostrar que:<br />

1<br />

- A função «re·laçõ·es públiicas» é estabe 1 lecer<br />

e mant·er relações saudáve·is e confiantes entre<br />

a tnstituiição hospitalar e os «seus p.úbl:icos»,<br />

baseadas em pesquisas de a~itude da diente'la e<br />

da comunidade.<br />

- As Relaçôes PúbHoas mais não são do que<br />

um.a compone·nte das re1lações humanas ex·i•stentes<br />

na estrutura social que é o hosp·iitail.<br />

- As Re·!ações PúbHcas· constituem, a1lém<br />

di1sso, um processo de 1informação, ·de conhecimento<br />

e de educação, nunca de·ixadas ao acaso<br />

da absoluta espontaneidade.<br />

RESUMO<br />

O presente texto faz uma abordag.em sistémica ao<br />

hospital nos seus múltiplos relacionamentos internos e<br />

externos na perspectiva das Relações Públicas.<br />

O fluxo das informações dentro do hospital, do hospital<br />

para o exterior e do exterior para o hospital, constitui<br />

a actividade principal das Relações Públicas, cujo<br />

objectivo é a divulgação dessa informação e o es'Clarecimento<br />

dos «seus públicos».<br />

Dá-se particular ênfase à criação de uma boa imagem<br />

do hospital, não como imperativo de sobrevivência, mas<br />

como neC'essidade ético-democrática.<br />

Para tanto, apresenta-se, de seguida, o conjunto de<br />

medidas tendentes a satisfazer essa necessidade: uma<br />

verdadeira política de relaçõ.es públ:icas, a utilização de<br />

um método eficaz e o conhecimento e aplicação de<br />

técnicas de comunicação.<br />

. Faz-se, finalmente, uma referência ao papel desempenhado<br />

p,elos homens ligados à função relações públicas.<br />

O administrador parece estar bem colocado para ser<br />

o motor desta mudança e ajudar as instituições a atingir<br />

estes objectivos mais eficazmente.<br />

SUMMARY<br />

This 1Jext mak·es a systemic a.pproach to the 1 • hospital<br />

in its multiple inn.er and outer relations, in what concerns<br />

the Public Relations.<br />

The flowing of informat ion in the hospital, from here<br />

out and on the contrary, it's the main activiity of Public<br />

Relations, whose aim is the outspreading of that information<br />

and the ·explanation of «its publics».<br />

lt's given special emphasis to the building of a good<br />

portrait of the hospital hs,elf, not as a survival imperative,<br />

but as an ethical-democratic necessity.<br />

So, it can be seen ·all the measures to answer that ·<br />

a re·al po.litic of public relations, the use of an efficient<br />

method and the know-how and employment of technics<br />

of communication.<br />

At last, it's refered the rôle :played by the men<br />

attached to the public relations. The admjnistrato·r of<br />

the Hospital seems to be o.n the right p lace to achi.eve<br />

this change and aid the institutions to attain these objectives<br />

in a more effective way.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

ECCL Y, R. - Hôpital et Relations Publiques», Gestions<br />

Hospitalieres n.º 206, Mai, pp. 451-454.<br />

LOURNÇO, M. E. et ai. - Pensar o Mark0eting lnstitu- ·<br />

cional Público», Revista de Admin:istração Pública<br />

n.º 20, ano V, Abr.-Jun., 1983, p.p. 293-301.<br />

LOUGOVRY, e. - «L'lnformation et la comunication de<br />

l'entreprise», Presses Universitaires de France (Paris),<br />

1974, pp. 7-20.<br />

MA TRAT, L. et ai. - «As Relações Públicas Motor da<br />

Produtividade», S. Pedro Editora, Lisboa, s.d., pp. 19-<br />

-37.<br />

MORGAN, O. - «Public Relations and Patient Rights»,<br />

Dimensions in Hea lth Service, November, 1974,<br />

pp. 11-12.<br />

PENTEADO, J . R. W . - «Relações Públicas nas Empresas<br />

Modernas», Lisboa, 5.• edição, Centro do Livro Brasileiro,<br />

Lda., s.d.<br />

•<br />

11


O problema <strong>Hospitalar</strong><br />

do Arquipélago da Madeira<br />

O internamento da criança<br />

A presente publicação é baseada em extractos<br />

da dissertação apresentada no CAH de 1972· 73<br />

pelo colega António Alves da Fonseca, recentemente<br />

falecido, e que exerceu o cargo de Admi.­<br />

nistrador-Geral do Centro <strong>Hospitalar</strong> do Funchal.<br />

Constitui singe·la homenagem· de G H ao decidir<br />

guardar nas suas colunas a saudade amiga que<br />

nos legou, e o senrtido humano por que sempre<br />

pautou a sua acção, expresso no que escreveu.<br />

-S.C.<br />

1. INDICADORES SANITARIOS<br />

Um dos indicadores sanitários que mefüo.r<br />

traduze·m ·as condições sooioeconómicas' de uma<br />

região é a mortaltidade· infantil, po1is que as crian­<br />

_ças com menos de um ano de kiade ·são muito<br />

sensíve1is às condições de nutriçã·o e habitação,<br />

ao ·nível educaoionail', ao grau de cobe·rtura de<br />

cuidàdos ·mé.di 1 cos, e, de um 1 a· "maneira ge·ral, às<br />

·condiçõe 1 s sociais do meio em que nas·cem e se<br />

desenvolvem.<br />

A região da Madefra tem uma taxa de mortandade<br />

muito e 1 levada, das piores do· País:<br />

TAXAS Mt:DIAS DE MORTALIDADE INFANTIL<br />

Distrito e concelhos 1959-1962 1968-1970<br />

D. FUNCHAL 95,6 69,0<br />

Calheta 78,1 82,7<br />

Câmara de Lobos 118,3 70,8<br />

Funchal 104,4 65, 1<br />

Machico 80,2 63,1<br />

Ponta do Sol 91,4 73,2<br />

Porto de Moniz 77,0 71,2<br />

Porto Santo 106,6 70,0<br />

Ribeira Brava 89,6 º85,9<br />

Santa Cruz 74,0 67,0<br />

Santana 81,3 67,0<br />

S. Vicente 77,2 71,8<br />

Fonte: Aspectos Regionais da Demografia Portu·<br />

guesa - L. Morgado Cândido - Estatisticas Demográficas.<br />

1950<br />

120,2<br />

ANTÓNIO ALVES DA FONSECA<br />

TAXA DE MORTALIDAD:E INFANTIL<br />

(POR MIL)<br />

1955 1960 1965 1966 1967 1968 1969<br />

100,7 100,7 70,2 64,2 65,2 71,7 60,9<br />

Fonte: Esta'tiSticas e Anuários Demográficos.<br />

1970<br />

74,2<br />

No cáf.ouilo das taxas de mortalidade ·iinfantH<br />

tomaram-se em conta os valores médios dos<br />

nadas-vivos e dos óbitos dos 1indi:víduos· com<br />

idade infe·rfor a um ·ano, no trién 1 io de 1968-1970.<br />

A d;minuii·ção da taxa de mortalidade· deve-se<br />

em parte à entrada em 'fundo.namento dos diispensários<br />

materno-infantis, a que nos referi 1 remos.<br />

2. A PROTECÇÃ.0 MATERNO-INFANTIL<br />

Os progra1mas de saúde Púbil:ica costumam<br />

incidir de forma espedal ·sobre as 1 actividades<br />

re·ladonadas com a saúde· e ·a protecção da m·ulher<br />

grávida e da ·criança.<br />

Nos Estados Unidos, a mortaHdade materna<br />

diminuiu nos últimos 50 anos de· 60 ·mães. morres<br />

1<br />

em 1915, para 3 em 1962, po·r cada 10000 nasdmento·s;<br />

e de 100 cri 1 anças mortas em 1915,<br />

1<br />

passou-se para 25, e·m 1962, por cada 1000 crianças<br />

nasoidas.<br />

Ver.ifica-1se, contudo, ainda nos Estados Un 1 1 i­<br />

dos, que o progresso ·não tem s:ido uniforme, po·is<br />

que a mortal>idade mate·rna entre as mulheres de<br />

cor é quatro· vezes ·maior·.. do que nas mulhe·res<br />

de raça branca, embora as· medidas sejam sens·ive!mente<br />

1i·guais, em ,alguns Estados.<br />

1<br />

Relativamente a recém-·nasoidos, os de pais<br />

brancos têm o dobro da probàbiHdade de atingfr<br />

um ano de V'ida em ·relação aos fü[hos de pais<br />

de cor.<br />

O -primeiro di·a de vida de um ·re·cé·m-nasoido<br />

1<br />

é o mais difídL De facto, o índi·ce de morta1iidade<br />

mostra que cerca de 80 % dos falecimento·s durante<br />

os dois· primefros dias veriflcam-s·e nas<br />

prime1i ras 24 horas.<br />

1<br />

Como uma das principais causas da mortal:idade<br />

infantil aparece a p·rematuriidade, entendendo-se<br />

por prematura, seguindo a OMS, toda<br />

a criança que ao nascer tenha o peso igual ou<br />

inferior a 2,5 kg. Um esturdo foito em· hospital<br />

urbano (Guias para la Salude de la Com,uniidad)<br />

mostra-nos que os partos pre·maturos são mais<br />

frequentes, cerca do dobro, nas ·mulheres se 1 m<br />

ass·istênoia perinatat Nesse ·mesmo estudo, concluiu-se<br />

também que a morta1iidade neonatal geral<br />

é ma 1 is elevada em 75 % nas mães' que não tiveram<br />

ass 1 istência durante a gravidez.<br />

3. O · SERVIÇO DE PROTECÇÃO MATERNO­<br />

INFANTIL NA MADEIRA<br />

Os Serviços de Protecção Materno-lnfantit<br />

que há pouco mais de 1 O ainos estã·o e·m func·i·ona<br />

me·nto na Madeir:a * fazem a cobertura das<br />

seguintes focal ·idad~s, o que representa cerca de<br />

71, 7 % da á.rea da ·illha.: ( Dispensárii0s)<br />

1<br />

- Concelho do Funchal - todo o concelho.<br />

- Câmara de Lobos - fre·gues·ia de Câmara<br />

de Lobos e Estrei"t:o.<br />

- Ponta do So·I - freguesias de Ponta do ·<br />

Sol, Canhas e Madalena do Mar.<br />

-Calheta - fregues,ia de Ca1lheta.<br />

- S. Vicente-freguesiia de S. Vicente, Ponta<br />

De!gada e Boaventura.<br />

- Machico - fregues1ia de Machi·co, Caniçal .<br />

·e Porto da Cruz.<br />

A acção gratuita destes s,erV'iços compreende.<br />

acções preventivas e ourativas em :<br />

- Saúde materna: grávida, ipuérper:a ·e mãe<br />

que ·amamenta.<br />

- Assistência no parto nas maternidades<br />

rurais, ,com triagem e encam·inhamento pa-ra<br />

o . hospital: do · Funch·al nos ·casos de previsão<br />

de parto distóoi·co.<br />

- S~úde ·infantil: iaté aos do·is anos, com ten­<br />

·dên9ia para alargamento até ao·s sete.<br />

- Fornecimento ·de produtos de dietética ·infa<br />

riül e medica.mentosa de acção profüácti·ca.<br />

- Vis·itas dom 1 iól·iárias, com educação san1itária,<br />

quer individual, que.r tamH-iar, ou atnda<br />

a grupos da com unida de.<br />

- Fornecimento de alg·uns' medi.Qamentos de<br />

acção terapêutica.<br />

Estes ·serv 1 iços, 1 instalados em fins de 1959,<br />

foram difidlmente aceites em a1lgumas 4ocaHdades.<br />

Hoje **pode dizer-se-que têm ace·itação forte­<br />

·mente positiva, como se; pode· verificar pe·los<br />

seguinte 1 s dados:<br />

Percentagem de ·cri-anças inscri·tas nos Dispensários<br />

em relação aos nasdmentos na<br />

mesma área:<br />

1967 .. .. ............... ... .... .. ..... 52,7<br />

1968 ....... ............ ... ..... ...... 58,4<br />

1969 .... ... ......... .... .. ........... 60,2<br />

1970 ..... .. ...... ...... .. ...... .. .. .. 58,4<br />

1971 ................................. 52,5<br />

1972 ................................. 55,3<br />

N.º D·E CONSULTAS E VACINAÇÕES<br />

A.N•01S C.ONSUL TAIS VACI NA1ÇõES<br />

1965 58 999<br />

1966 . 55 536<br />

1967 48884<br />

1968 41 758<br />

1970 41 477<br />

1971 37385<br />

1972 33420<br />

(a)<br />

Inclui a vac. antipoliomielítica"<br />

* Este trabalho foi escrito em 1973.<br />

NASCIMENTOS<br />

NA. ÁREA O.OS SERVIÇOS<br />

E TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL<br />

37 111<br />

44385<br />

36200<br />

38 130<br />

84 363 (a)<br />

Anos Nascimentos M.I.<br />

1965 5405 68<br />

1966 5166 66,2<br />

1967 4751 63,5<br />

1968 4815 67,5<br />

1969 4581 62,6<br />

1970 4433 79,6<br />

1971 4171 74,1<br />

1972 426Z .65,9<br />

MORBIUDADE VERIFICADA<br />

EM CRIANÇAS ATÉ AOS 12 MESES DE IDADE<br />

Anos Bronquites<br />

Gastroenterites<br />

Otites<br />

1967 751 1034 1721<br />

1968 726 1063 1402<br />

1969 763 824 1611<br />

1970 873 865 1561<br />

1971 . 625 590 1446<br />

1972 522 434 1201<br />

Verifii.ca-se que nas bronquites e otites as<br />

variações não são de valor apreciável, o que não<br />

1<br />

acontece nas gastroenterite·s, doença responsáve·l<br />

pe1l:0 ma·ior número de mo rte·s.<br />

A acção ·sanitária e educaciiona·I dos Serviços<br />

de Protecção Materno-lnfanti·I, a'lém . de se fazer<br />

s·entir na assistência ao parto e na assistência<br />

às crianças até aos dois anos, mostra a colaboração<br />

va1liosa no diagn6sitiico precoce, tanto nos<br />

* Este trabalho foi ·escrito em 1973.<br />

** Este trabalho foi escrito em 1973.<br />

12<br />

13<br />


1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

chamados partos difíce·is, ·como em crianças que<br />

são enviadas ao hospital, e que noutras condições<br />

ficariam em casa até o seu estiada agravar, as<br />

quais morriam ou, quando as levavam para o<br />

hospitat já era tarde ...<br />

3. O INTERNAMENTO DA CRIANÇA<br />

3.1. Considerações gerais<br />

O primeiro hospital para crianças foi criado<br />

em 1852 pelo Dr. Charles West e·m Ge1at Ormond<br />

Street, Londres.<br />

Anos depois surgiiram mais hos:pita.is deste<br />

género, na Grã-Bretanha, e·m Boston e Ftladé'lfia,<br />

nos ·Esta dos U nidos1.<br />

Tais hospitais foram criados por os médicos<br />

sentirem a necessidade de tratar as crianças<br />

separadamente dos adultos. Pode dizer-se que<br />

estes· hospitais têm contribuído em grande parte,<br />

tanto para o tratamento como para ·a prevenção<br />

de doenças das crianças, e, portanto, para a promoção<br />

da saúde 1infanti'I.<br />

A melhoria na saúde infanti'I nos países com<br />

serviços de saúde púbtltica be·m desenvolvidos é<br />

responsáve·I pelos progressos da medicina, da<br />

legis·lação da saúde pública dos serviços sociais<br />

e médicos, à medida que os tempos mudam, os<br />

padrões das doenças também mudam.- poiS' a<br />

história natural da doença nunca é e·stát!ica.<br />

Como exemplo, bastará ·lembrar as doenças<br />

·Contag,iosas, ·como: ·cólera, febre tif6ide, des·inteda,<br />

pneumonia, tosse convulsa, tuberculose,<br />

difteria, poHomieHte e sarampo, que há 100 ou<br />

50 anos atrás eram as causas principais de morte<br />

ou de doenças na ·infância.<br />

Quase todas estas doenças se podem evitar<br />

actualrnente, por medidas de saúde púbHca, quer<br />

por trataimentos, quer por vacinações.<br />

Porém, nos países em que tai1s doenças deS'apa<br />

re·ceram, pareceria que o problema da saúde<br />

infantil estava resolvido, mas tal não aconteceu,<br />

pois que outras doenças foram apare·cendo tais<br />

como a rleuoemia, as malformaçõe:s ooing.énitas de<br />

diversos titpos, as doenças me·ntais, etc. A medicina<br />

tem colaboirado eficazmente no tratamento<br />

dessas doenças e só ass·im se pode justifiioar que<br />

na lnglarterra a mortaHdade infantil que depO'is da<br />

Segunda Gue·rra Mundial era de 34 º/oo, em 1968<br />

já er:a de 18 ° / oo.<br />

Tanto a rnorta·l·idade corno a morbihdade di,minuíram,<br />

mas as crianças que sobreviveram con­<br />

1<br />

1<br />

tinuam a correr o ris·co· de contrair qua·lquer das<br />

doenças indicadas.<br />

É ·a ·e·stes novos problemas que terá de ser<br />

dedi·cada a JJlelhor atenção no sentido de evi.tar<br />

semefüantes doenças. Para atingir-se tal objectivo<br />

parerce ter de dar-s·e mais i mportânda à<br />

prevenção do que ao tratamento propriamente<br />

dtto, desenvo·lver serviços de .saúde, começando<br />

pelo médico ass•istente de família, e que os hospitais<br />

pediátri·cos devam ter, além dos ·serviços<br />

gerais, serviços a:l'tamente espeoia·lizados para<br />

tratamento dos casos não correntes; e finalmente<br />

é necessário fazer-se a pesquisa quanto às causas<br />

das doenças.<br />

3.1 .1 . O tratamento domiciliário<br />

Há doenças que podem ser tratadas em casa,<br />

e actualment~ pensa-se :de um modo geral que<br />

se devem fazer todos os esforços para que o<br />

maior número de crianças seja tratado domioiliiariamente.<br />

Tais tratamentos devem ser 1indicados<br />

pe·lo médico de família, uma vez que é ele que<br />

mefüor 1conhece os seus membros. O médicq ,de<br />

família deve manter as melhores relaçõe·s possíveis<br />

com o hospital. Mas, pe1lo facto de serem<br />

tratadas crianças em casa, não vamos pensar que<br />

se dtspensarão os hospitaiis de crianças. Antes<br />

pe·lo ·contrário, deve pensar-se em criar hospitais<br />

e cada vez com maior grau de es:péciaHzação.<br />

E por isso será condição que tais hosp-itais tenham<br />

ao seu serviço pediatras e enfermeiiras<br />

especiaVizadas em. quantidade S'Uficiente para garantir<br />

o maior e 1melhor rendi·mento.<br />

3.2. O conceito de Pediatria<br />

A M'adeira justificaria a eX'i'Stência de um hospital<br />

pediátrico?<br />

A esta ·interrogativa tentaremos ,respo1nder<br />

neste nosso trabalho.<br />

Entretanto pensaremos abordar um problema<br />

re·laoi·onadb com as tendências já há algumas décadas<br />

vermcadas em ~ 1 lguns paíS'es, e no ·nosso<br />

também, mas em es·ca1la muito reduzida. Trata-·se<br />

da «humanização» dos cuidados ·a ter com as<br />

crianças hospitaHzadas.<br />

A melhoria das condições de vida contribuiu<br />

em grande esca:la para a n1elhoria dos serviiços<br />

de ·internameinto, mais a maior parte das vezes<br />

não foi e•stabe·l·e'Oido qualquer programa a seguir,<br />

no sentido de· fazer face às necessidades afectivas<br />

da êriiança.<br />

Lê-se na pág·ina 13 de «Jeunes Enfants à<br />

fHôpitail>>, de James Robertson: «Há um princíp1io<br />

de assepcia, em medicina fís·ica, ao qU'al<br />

todas as instal1ações e· todos os actos, no 1inteirior<br />

1 1<br />

de um hospital, devem obedec·er, desde a esteril1ização<br />

dos ·instrumentos cirúrgicos até à limpeza<br />

da mesa da ·coziinha . As recomendações referentes<br />

à hig·iene física não se aipHcam somente às<br />

coisas que estão visivelmente sujas que se arriscam<br />

a saltar à v ista do médico. O princíp·io de<br />

1<br />

assepcia é empregue para coordenar todo s os<br />

·aspectos de saúde fís,ica do doente.»<br />

Se um prindpio psircol·óg:ico fosse semelhantemente<br />

aplii>cado ao tratamento das crianças, seria<br />

1<br />

igualmente ap+icado a todos os aspectos db tratamento<br />

e dia direcção, dos jove1ns doentes, no<br />

interesse da saúde mental. Mas dado que este<br />

princípio unificado·r não é ainda ace1ite, há muita<br />

confusão e desacordo quanto à natureza do problema.<br />

Há portanto necess·idade de compreensão<br />

e conheoimentos m·ais profundos.<br />

Há duas· formas de ,abordar ta:I assunto:<br />

- A do psiquiatra e daque,!es que com e·le<br />

traba1liham1 (psicólogo, s.ociólogo, ass1rstente social),<br />

que consiste na saúde· menta·I prevent·iva,<br />

os quais Sabem que uma experiência hosp1ital·ar<br />

1<br />

apresenta p·erigosr de um traumati·smo afectivo<br />

para a criança.<br />

- A do médico, da enfermeira e do admin 1 istrador<br />

que, embora tendo por vezes :dificuldades<br />

em proporeiionar a ,evidente saúde mental, re·conhecendo<br />

que as crianças. são em regra trii·stes<br />

quando estão no hospital, conservando certa pe·rturbaçã·o<br />

durante· algum tempo depois do regresso<br />

a casa.<br />

Há entre estes doiS' pontos de vista um ponto<br />

comum. - o reconhecimento do :intere'Sse e necessidade<br />

de tornar as crianças hospi.taiNzada.s tão<br />

fe·liizes quanto possível.<br />

1<br />

·Embora empírico o segundo ponto de vista,<br />

toma em, oons1ideração as co·isas que chamam<br />

·i·medi·atamente a atenção. Quantas vezes compo·rtamentos<br />

i·gua1is são tratados de mane·i·ras diferentes.<br />

Um dbs exemplos flagrantes é o que<br />

muitas vezes sucede depois de uma visita ; ao<br />

1<br />

verem uma criança chorar - uma pessoa diz que<br />

as visitas da mãe deviam acabar - e logo a outra<br />

respond~ que as visitas devem continuar.<br />

Por .vezes acontece que surgem problemas<br />

co 1m determ ·inad~s crianças por serem mal compreeindiq·~rs<br />

pelo pessoa!. É o c~so de uma criança<br />

não se +han·ifestar ·pelo· choro prolongado e, portanto,<br />

o pessoail1 que se habituou ·a relac1ionar problemas,<br />

com ·lágrimas e, contentamento, na sua<br />

ausência. O filme «Un Enfant de Deux Ans Va a<br />

l'Hôpitab> mostra que uma criança pode estar<br />

intensamente afectada e s·tm uiltaneame·nte ter um<br />

tal controilo de expressão dos seus sentimentos<br />

que os mais subtis problemas podem passar<br />

desapercebidos e por isso escapar à atenção das<br />

pessoas.<br />

Desta forma os métodos de tratamento de<br />

crianças hospitaHzadas não pode·m ser executados<br />

de qua·lquer forma mas sim fazê-los depender<br />

de uma boa compreensão e das necessidades<br />

afectivas· da criança.<br />

3.2.1 . A dependência da criança1<br />

Numa família vulgar a criança é caracterizada<br />

peta d ependência total dos pais, prin c ~pal ·mente<br />

da mãe. Est udos profundos af.irmam que é prejudicial<br />

para a criança 1 ser tratada po·r várias pessoas<br />

nos priimeiiros meses ·de vida. Depois do<br />

primeiro ano de 1idade a cria1nça passa a dedicar<br />

especial atenção à mãe ou a quem as s·uas vezes<br />

fizer.<br />

Os pais representam para a c riança toda ·a<br />

segurança e por ·isso não se sente· bem, afastada<br />

da mãe. Há na criança uma necessiiclade i•mperiosa<br />

de amar e ser amada, e a função do meio<br />

na pr imeira idade é de permitir o desenvo1l:vi·­<br />

mento e .a sã estabüização. A família vu1lgar procurará<br />

este me 1 io favorável da maneira mais· natural.<br />

3.2.2. Algumas i·mpl 1 icações na prática hospitalar<br />

Evitar que a criança adoeça ou que a criança<br />

seja hospitalizada quando doente seriam as melhores<br />

soluções; outra solução é hospitailizar a<br />

mãe juntamente com a criança quando esta tenha<br />

necessidade de internamento. Se ass•im se p u­<br />

desse sempre pro·ceder o problema da saúde<br />

mental da criança estaria resolvido.<br />

3.2.3. Admissão da mãe e da criança<br />

O problema de :in ternar ou não a mãe com a<br />

criança doente .é resolvido de todas as formas<br />

possíveis, conforme os países. Assim, em alguns<br />

países, me:nos· desenvolvidos que o nosso, a mãe<br />

acompanha o fülho e, enquanto o méd ico e a en- .<br />

fermeira tratam da cri·ança, a mãe trata do bem­<br />

-estar do filho. Noutros países só as pessoas<br />

·co·m have.res, utilizando as chamadas clín i·c'as privadas<br />

ou quartos privados dos hospitais, fazem<br />

companhia aos filhos ; as pessoas de recursos<br />

débeis não podem ter seme·lhante regalia. A in da<br />

nos p 1 aíses do Leste da Eu ropa a construção de<br />

hosp itais em que os p ais ficaram privados de<br />

contactar com os filhos ·levantou grandes difi.cuildades.<br />

Parece estar averiguado que o inteirnamento<br />

de uma criança de te:nra idade n um hosp·itatl, sem<br />

a companhia da mãe, lhe acarreta dois perigos :<br />

- perigo t raumático, podendo resultar um<br />

C9nti nua na pag.55<br />

l i<br />

14<br />

15


As Instalações<br />

e a Infecção <strong>Hospitalar</strong>*<br />

1 - O mais importante num hospital ou, por<br />

outras pal·avras, o que mais 1influência ·tem . na<br />

qualidade dos serviços que um hospital presta é,<br />

certamente, a dedicação e os conhecimento1s do<br />

seu pessoa.i.<br />

Mas, se os me 1 ios humanos são o mais importante,<br />

não podemos desprezar os me·ios materiais,<br />

quando desejamos ·a melhor qualidade de serviço<br />

para um h os p-ita 1.<br />

Um hospital criteriosamente planeado, situado<br />

em local bem escolhido, com um programa adequado,<br />

projectado cuidadosamente, construído<br />

com competência debaixo de uma rigorosa fiscalização<br />

é um óptimo suporte onde os· meios<br />

huma:nos poderão ·de1senvolver ao máx1imo as suas<br />

potencialidades.<br />

Podemos dizer que este hospita1I tem possibêl'tdades<br />

de ter uma boa qualidade de serviço,<br />

aue podemos medir em termos de demora média.<br />

Entre a demora média e a ·i·nfecção hospitalar<br />

há uma dupla relação de causà e efeito: ass 1 im,<br />

a infecção hospitalar é uma das grandes causas<br />

do aumento da demora média, por outro ·lado o<br />

aumento da demora aumenta a probabi 1 lidade de<br />

infecção.<br />

Infelizmente, as condições 'idea 1 is de planeamento,<br />

de implantação, de programa, de projecto,<br />

de construção e de fiscail·i·zação raramente são<br />

obtidas.<br />

2 - No planeamento, houve épocas em · que<br />

se planearam hospitais sem ·atenção às' oondições<br />

do país real. Assiim, o número mínrmo de camas<br />

de um hospital, tendo em 1conta a su 1 a boa funcionalidade<br />

e uma razoáve 1 I ·eficiên'Oia, varia de<br />

p·aís para país. Na Suécia, país ric~ e 1industrializado<br />

podem constru+r-se bons hospitais de cem<br />

camas·. Em Po·rtuga( o número de camas mínimo,<br />

pacificamente aceite, varia entre 300 e 400. Entre<br />

nós, um hospital ·com pequeno número de camas<br />

não pode ter pessoal devidamente adestrado em<br />

1<br />

16<br />

ANTÓNIO SÃO MIGUEL BENTO**<br />

todas as valênoias, sendo' a hig:iene uma das mais<br />

sacrificadas e daí o previsível grande número de<br />

infecções hospitalares. Nestes' pequenos hospitais<br />

é o ·i·nC'inerador que não exi·ste ou que· não<br />

vale a pena pôr a funcionar, é a :limpeza de superfídes<br />

feita manualmente, po·r vezes com um·a<br />

simples vassoura, são os cruzamentos de sujos<br />

e ·limpos, etc.<br />

Um bom planeamento exige atenção às· condições<br />

económicas do País. O português médio<br />

tem um nível de vida inferior ao ido re·sto da<br />

Europa enquanto está são; nã·o podemos, uto'Picamente,<br />

pensar que poderá ter ·um tratà·mento<br />

igual ao dos outros europeus quando esteja<br />

doente. Neste ponto alguns, demagog'i•camente,<br />

proolamam que. a saúde merece todos os sacrifícios·<br />

- mas a reaHdade ·logo os desmente. E não<br />

nos esqueçamos que gastos com a saúde não<br />

são neoessariamente<br />

.<br />

gastos com o doente.<br />

Um bom hospital não é, todav1iá, um hos1pital<br />

caro. A h 1 igiene hospitalar é um mei0 económiico<br />

1<br />

de 1 me ~lhorar grande·mente a «produção» - número<br />

de do·entes tratados 1 por ano - de um hospitat<br />

Podemos dar um exemplo, embora grosse·iro,<br />

do que expusemos: nas nos·sas estradas drculam<br />

simultaneamente Mercedes e1 R4- ambos ,estes<br />

veícuilos automóveis, devidamente assistidos, podem<br />

executar efidentemente as mesmas tarefas,<br />

pese embora a grande diferença de custos e:ntre<br />

uns e outros.<br />

3 - A focaHzação de um hospital é ·muiiti


demo de encargos, os diversos regulamentos<br />

técnicos e as regras da arte.<br />

Um hospital bem construído evitará mi'lhares<br />

de horas de serviço de manut·enção, pode contribuir<br />

para 'ª redução da demora média e pode<br />

contribU'ir directamente para a diminuição das<br />

infecções hospitalares. Lembramos aqui as 1 infiltrações<br />

de águas pluviais, as deficient·es vedações<br />

nas canaliz·açôes de água, as parede·s e pavimentos<br />

com1 ·irregularidades onde se fixa o pó, a ventilação<br />

mal estabelecida.<br />

No fi.m da ·construção de um hospital deve<br />

este ser


de estar, ou seJa o tipo de relação que<br />

estabelecem.<br />

Segundo: Mais importante do que ens 1 inar<br />

técnicas ( transferênGias, actividades na<br />

cama, ·etc.), é ajudar a desenvolver atitudes<br />

que permitam assumir «formas de<br />

estar» adequadas, através da compre·ensão<br />

da situação do doente.:utente.<br />

Nesta minha curta experiência, tive oportunidade<br />

de realizar de forma concreta os aspectos<br />

que referi.<br />

No que respeita ao 1.º ano do Curso de Terapêutica<br />

Ocupacional foi-me solicitado que tratasse<br />

o tema «Iniciação às Act·ividades da Vida<br />

Diária», com vista a ensinar técnicas que permitissem<br />

aos alunos um certo à vo·ntade durante<br />

visitas de observação que iriam realizar-se em<br />

instituições para deficientes.<br />

Como nesta altura do curso não tinham conhecimentos<br />

de patologia, isso tornava-se extremamente<br />

árido por um, lado; e por outro, como<br />

enfermefra de reabilitação, o que me pareceu<br />

importante era que os atunos tive·ssem uma noção<br />

da reailoidade gfobal que ·iriam encontrar.<br />

O que fiz durante os três anos, foi uma ·introdução<br />

à reabiHtação, onde incluí conceitos de: reabilitação,<br />

deficiênda, equipa de reabii.itação, trabalho<br />

1<br />

em equipa; dando um lugar de destaque ao papel<br />

dó" enfermefro de reabilitação, suas .responsabilidades<br />

e campos de acção. Para além disso, eram<br />

abordadas as situações incapacitantes, mais frequentes<br />

e a sua caracterização.<br />

No que respe·ita ao 2.º ano, para além das<br />

técnicas propriiamente ditas, muito tempo foi<br />

gasto em aspectos relacionados co~m o trabalho<br />

·em equipa e informação sob.re o trabalho de<br />

outros técni·cos, tendo s·ido feha uma abordagem<br />

sistémica do homem, dos grupos e das organ·izaçõe-s.<br />

É evidente, esta forma de orientar o trabalho<br />

com os alunos, foi previamente negociada co.m<br />

o respectiivo corpo docente.<br />

Não tenho a i!usão que algo se tenha notado<br />

de diferente no comportamento dos alunos que<br />

viveram esta experiência, durante um tão curto<br />

espaço de tempo, em refação a outros. Do que<br />

posso falar, é dos seus comportamentos durante<br />

o tempo de aulas e o que constatei fo·i o seguinte:<br />

- Espanto, por desconhecimento do papel do<br />

enfermeiiro, concretamente ·do enfermeiro<br />

especiaHsta em reabilitação; ou seja, um<br />

grupo dle pessoas que se estavam a formar<br />

para trabalhar ao nosso lado, tinha acerca<br />

de nós, a mesma opinião que o grande<br />

público ('e como sabemos a ma·ior parte<br />

das pessoas, desconhece o nosso papel,<br />

ou tem sobre ele uma ideia deformada).<br />

- Esp•anto, por desconhecimento, dos aspectos<br />

mais elementares da sociologia das<br />

organizaçôes, o que lhes dificultava a sua<br />

·integração nas mesmas.<br />

- Descrédito antecipado sobre a possibilidade<br />

de trabalho em equipa, embora com<br />

ideias correctas sobre as suas vantagens.<br />

Verifiquei, que à medida que a relação avançava,<br />

as mudanças de comportamento eram evidentes,<br />

traduzindo-se numa enorme abertura ao<br />

diá~ogo e adesão às minhas propostas de trabalho<br />

em auila.<br />

Fui várias vezes soHcitada para avançar, para<br />

além do programa prop·riamente dito. E, facto<br />

curioso, as solioitações que me eram feita·s,<br />

tinham sempre a ver com a descoberta que os<br />

alunos ·iam faz·endo das minhas funções como<br />

enfermeira.<br />

Entretanto, o trabalho feito com as terapeutas<br />

ocupacionais professoras, com vista ao planeamento<br />

das actividades dos alunos, revestiu-se<br />

sempre de interesse e em dima de diálogo. Gostaria<br />

de salientar a utilidade que teve para mim<br />

discutir com estas os objectivos do trabalho a<br />

reaHzar, ·os conteúdos e metodofogia e as formas<br />

de avaliação. Foi uma boa forma de perceber<br />

melhor as s·uas funções, e preocupações, e também<br />

de apr·ender.<br />

A repetição de colaboração em três anos<br />

lect·ivos sucessivos permit·iu um melhoramento<br />

que se traduziu no último ano, para além da<br />

divisão da matéria de acordo com a nossa ~armação<br />

específica, elaborar provas de avaliação e·m<br />

conjunto, o que" considero importante.<br />

Encontre·i sempre da parte do corpo docente<br />

do Curso de Terapêutica Ocupacional abertura<br />

às minhas propostas de trabalho.<br />

Não posso deixar de recordar aqui a i·mportância<br />

que teve para um grupo de alunos (no<br />

ano lectivo 1981-82) uma vis.ita de estudo ao<br />

Serviço 1 O do Hospital de S. José (Traumatizados<br />

Craneoencefálicos). Nunca antes, poderiam<br />

sequHr Fmag·inar, a rea:Hdade anterior dos doentes<br />

que uns meses depoiS' entram pe·la porta do<br />

departamen~ de Terapêutica Ocupacional ou de<br />

Actividades da Vida Diária, com um aspect·o bastante<br />

diferente!<br />

Aí, mais uma vez me pareceu oportuno, chamar<br />

a atenção para o pape·I do enferme·iro especialista<br />

em reabilitação. Acredito que «este facto»<br />

foi marcante para aque·le grupo.<br />

Isto que vos conto, serve apenas para 1ilustrar<br />

e dar força a uma 1 idei·a que vos queria transmitir<br />

e em que acredito fortemente: A interdisciplinaridad'e<br />

na formação dos técnicos é U1ma<br />

forma racional de aprove·itamento de recursos, e<br />

. criadora de condições favoráveis para um futuro<br />

trabalho em equipa .<br />

A equipa pedagóg ica multidiscipHnar a que<br />

os ang·lo-saxões chamam «team teaching», entre<br />

várias vantagens apresentadas por Shapl·ice e<br />

Olds *, referem uma que me parece de particular<br />

·interesse :<br />

- Constitui para os próprios membros de<br />

equipa uma situação de formação per:manente<br />

('interformação) porque obriga à<br />

aprendizagem da cooperação, a criticar, a<br />

ace 1 itar a crítica, etc.<br />

O enfermeiro especiaVista, pelo facto novo de<br />

lhe serem atribuídas funções de ensino, para as<br />

quais !lhe é exigida preparação em pedagogia,<br />

1<br />

tem à sua frente oportun·idades e responsabilidades<br />

novas.<br />

Como educador que é, ele vai ser cada vez<br />

ma·is so'licitado a intervir junto do· pessoal com<br />

quem trabalha de uma forma planeada ou não,<br />

tanto em formação regular, como em educação<br />

permanente.<br />

A questão é esta: Que resposta vão dar os<br />

enfermeiros de reabiHtação? É evidente que nem<br />

todos terão oportuni·dade de participar em formação<br />

regular de outros técnkos; mas na formação<br />

em serviço? Em educação perm·anente, em<br />

1<br />

reuniões mais ou menos formais ou simplesmente<br />

no S'eU contacto do dia-a-dia ? Não terá uma<br />

palavra a dizer? E a ouvir?<br />

Penso que devemos justiça à Escola por onde<br />

todos passámos no que respeiita aos horizontes<br />

novos que nos abriu a «todos» sem excepção<br />

no que respeh·a ao trabalho 1interdisciplinar (ou<br />

em equipa).<br />

Num momento de viragem, que (quer queiramos,<br />

quer não) a apHcação do Decreto-Lei<br />

n.º 305/81 introduziu ·na nossa vida profis·sfonal,<br />

vale a pena reflectir sobre a fo ma como temos<br />

utHizado essa «mensagem», essa «proposta» que<br />

a Escola de Reabiliitação lançou a cada um de nós<br />

no que respe·ita ao trabalho em equipa.<br />

Em tempo de mudança, temos uma oportun·idade<br />

óptima de po~mos a render aquilo de que<br />

dispomos (e é muito). Neste momento está a<br />

ser eX'ig·ido aos enferme'iros especiaHstas um<br />

esforço suplementar de formação (pedago;,ia e<br />

admin·ístração), mas também, não esqueçamos,<br />

uma oportunidade óptima de valorização e afirmação<br />

profissfonal.<br />

Com todos os defeitos, que a formação dos<br />

e,specialistas (a níve·I pós-base) possa conter, ela<br />

está apesar de tudo muito avançada em relação<br />

á de outros técn·icos de saúde.<br />

Isto não nos ·deve servir para a luta pe·lo<br />

«podem (em minha opinião), mas deve conferir­<br />

-nos um poder novo: de ·intervenção, de informação,<br />

de estabeleoimento de uma refação de ajuda<br />

mais eficaz, de ·diálogo com os outros com quem<br />

traba:hamos.<br />

O objectivo último do nosso trabalho - o<br />

doente, utente, assistido - beneficiará pela certa.<br />

1<br />

Tal como tinha prevenido no i:nício, não vos<br />

1<br />

disse nada de novo. Apenas tente·i comun·icar<br />

algumas preocupações, que estão longe de ser<br />

exclusivamente m·inhas, e sobretudo, parti 1 lhar<br />

convosco a convicção baseada na esperança que<br />

tenho, de que é possível melhorar «sempre».<br />

E acredito nisto, porque o experimentei Diir­<br />

-me-ão: na situação académica é mais fãdl do<br />

que no dia-a-dia junto do doente e na «engrenagem»<br />

dos serviços. ~ possível, mas quanto mais<br />

diluídas forem ·as frontefras (e não só entre os<br />

outros e nós) mas também entre estas três realidades:<br />

ensino/ prestação de cuidados/gestão dos<br />

serviços, maiis probabilidades temos de melhorar<br />

a nossa acção, e, volto a dizer, o beneficiado<br />

será o utente ... e a nossa satisfação profiss·iona1I<br />

serã maior.<br />

Parece-me estarem cri·adas algumas condições<br />

favore·cedora-s de mudança, assim nós as ·saibamos·<br />

agarrar.<br />

E isso depende de todos nós, sem excepção !<br />

RESUMO<br />

Partindo de uma reflexão sobre as novas exigências<br />

de formação nas áreas de pedagogia e administração<br />

para desempenhar as funções inerentes ao grau 3 da<br />

carreira de enf,e·rmagem e . das atribuições contidas no<br />

artigo 5.º do Decreto-Lei 305/81 ; tenta-se desmistificar<br />

alguns «tabus» que tem prejudicado o trabalho em ·equipa,<br />

muito concretamente no que respeita às r.elações entre<br />

enfermeiros de reabilitação e outros técnicos de reabilitação.<br />

SUMMARY<br />

Based on considerations about the new educational<br />

requir.ements in teaching and administration for the grade<br />

3 posts of the nursing carreer and the functions legaly<br />

atributed, the author tries to argue against the myth of<br />

some tabus that hinder team work - specially between<br />

rehabilitation nurses and r,ehabilitation sp·ecialists.<br />

A report is given on a teaching ·experience of a<br />

rehabilitation nurse specialist with ocupational therapy ·<br />

students.<br />

The author shows some of the advantages of multidiscipli<br />

nary contacts during learning experiences and<br />

demonstrates that the dialogue impossible apd useful<br />

both to profíssjonals and to clients:<br />

•<br />

* «Educação permanente e formação dos professores»,<br />

de António Simões.<br />

20<br />

21


A Informática nos Serviços<br />

da Alimentação <strong>Hospitalar</strong><br />

enfe·rmarias, a qualidade pobre das refeições, limpeza<br />

e apresentação, temperatura a que são servidas,<br />

enf·im toda a organização em geral. Contudo,<br />

poucos· para além dôs envohridos no processo,<br />

conhecem a complexidade ex1istente num<br />

departamento de dietética e a1l1imentação, particularmente<br />

no que refere às dietas que são necessárias<br />

preparar.<br />

Convencional<br />

Dis1ibui9ão<br />

No sentido de providenciar uma mais adequada<br />

nutrição, não apenas aos doentes com<br />

necessidade de dietas especia1is mas· a todos em<br />

gerai!, e minimizar parte dos problemas atrás<br />

referidos, vári·os tipos de s!istemas de alimentação<br />

tem surgido. Presentemente, segundo o qu.e<br />

apurámos, o·s mais' usados ·são os indicados no<br />

diagrama seguinte:<br />

Enferrraria<br />

M. J. DE MATOS BARBOSA*<br />

Rede Congelada<br />

Alirrentos ___..,<br />

Armazenados<br />

furrf 00 ---~ ~n~~~~to -- Distribuição-~Pegeneração -.> ~ermaria<br />

Palavras chave: Informática, Dietética e Alimentação<br />

<strong>Hospitalar</strong>, Software, Hardware, «File».<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

O campo da medicina é sem dúvida aquele<br />

que todos nós mais desejamos ver evoluir téon-ica<br />

e cientificamente e, talvez por ·isso, todos quantos<br />

a ele estão ligados· procuram, 1individualmente ou<br />

corporativamente, com· o conhe·cimento que vão<br />

adqukindo sobre as novas tecnologias desenvolvê-lo<br />

o mais rapidamente :possíveL As·s·im,<br />

novos e presum ·ive~mente melhores métodos de<br />

terapêutica,. diagnóstico e gestão hospitalar .estão<br />

surg1tndo constantemente em cada ·número publicado<br />

das revistas das várias especialidades do<br />

campo médico e gestão hospitailar. Isto obriga<br />

aos médicos e gestores hospitalares à tarefa contínua<br />

d'e· usarem a sua acumulada experiêrida para·<br />

avaliarem e aprendere·m o melhor uso das· ·inovações<br />

que vão surg·indo. o aumento constante da<br />

util'ização de s·istemas ·•nforimáticos :no ·campo da<br />

medioina vem tornando mais fádl e eficiente o<br />

armazenamento e acesso ·dos dados s·obre o·s<br />

doentes permitindo, com ª' informação recolhida<br />

extens·ivamente no dia-a-dia pelos me·ios 1informáticos,<br />

aval·iar me·lhor a prática médica e conseguir ,<br />

uma mais eficiente gestão hospitalar.<br />

Para todos aqueles que se inioiam no campo<br />

da informática médica, a enorme dive·rs·idade de<br />

sistemas que encontram tem como resultado dar­<br />

-lhes uma ·impressão da existência de uma certa<br />

anarquia nesta área. Não apenas o leigo mas<br />

também o ma·is experiente no campo tem dificuldade<br />

em avaliiar os muitos s·istemas· ex·istentes,<br />

sejam eles para: o registo de doentes, diagnósticos,<br />

exploração laboratorial ou cuidados dínkos.<br />

Encontram-se: grandes s1istemas informáticos<br />

centralizados, pequenos sistemas rmplementados<br />

em microcomputadores, 'S'istemas distribuídos em<br />

rede, etc.<br />

22<br />

A velocidade com que este campo se está<br />

expandindo é verdade·ira:mente vertiginosa e superior<br />

a qualquer outro. Durante a última ·dé·cada<br />

podemos observar o ·aparecimento de s·istemas<br />

divers·ificados em substiituição de quase todos os<br />

grandes sistemas ·informát!icos ·integrados, minicomputadbres<br />

substituídos por ·microproce•s1sadbres,<br />

drcuhos .lóg 1 i1oos implantados: nos próprios<br />

doentes ou ·integrando a ·enorme var.i·edade de novos<br />

instrumentos clínicos. Não há nin~ué·m, ce·rtamente,<br />

que ainda possa pôr em dúvida o enorme<br />

impacto que1 a ·~nformática está tendo na medioi·na<br />

e g·estão hospitalar ou c·onseguii.r não ser confrontado·<br />

no seu dia-a-dia com a utiHzação dos computadores.<br />

Por conseguinte a modernização de departamentos<br />

como o da alimentação e dietética<br />

hosipitailares não poderão fugiir à regra, a sua<br />

modernização terá que forçosamente ser feita<br />

·com o auxílio da ·informática.<br />

2. SERVIÇOS DE ALIM.ENTAÇÃO E .OIETÉTICA<br />

HOSPITALARES<br />

Para além dos cuidado·s médi·cos e de enfermagem<br />

o fornecimento ao doente de uma alimentação<br />

cuidada constitui, sem dúvida, um dos<br />

principais factores que ma1is podem beneficiar a<br />

sua recuperação. Tirando as refeições, apenas as·<br />

horas de visita podem ·constituir um ·motivo agradáve·I<br />

durante o período de :internamento num<br />

h ospitail.<br />

No nosso País, como em qualquer outra parte<br />

do mundo, a aHmentação hospitalar é quase sempre,<br />

em.bora muitas vezes por pessoas que nunca<br />

estiveram hospitalizadas, rotulada ·de má qual'idade<br />

particularmente na servida nos grandes<br />

hospita1is. Tradicionalmente as críticas apontam<br />

para: os enonmes desperdícios de comida nas<br />

* Professor convidado de Biomatemãtica da Faculdade<br />

de Medicina de Coimbra.<br />

Rede Fria<br />

Conveniência }<br />

Alirrentos numa<br />

Eb:rna Conveniente<br />

Arrefecirrento ~ Armazenarrento --Distribuição --Regeneração ~ferrraria<br />

a 2°c<br />

Desidratado ---Armazenarrento Seoo--:a-Rehidrataào<br />

Enlatado<br />

Congelado---~<br />

Frio<br />

Pré-Preparado--· Em Frig .N::lrrnal--•llt O:>zinhad.O<br />

Figura 1 -<br />

3. SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO E DIETÉTICA<br />

DO H.U.C.<br />

O Serviço de Alimentação e Dietética do Hospital<br />

da Univers·idade de Coimbra (H.U.C.), dirig1ido<br />

pela Professora He·lena Saldanha, vem util·izando<br />

desde 1980 o sistema 1de rede triia (cook<br />

- 1<br />

-1<br />

li<br />

li<br />

li<br />

Sistemas de alimentação<br />

Seco~~cido<br />

a-lffC Regenera.:-===~§~~Enfennaria<br />

ichill). Em média são servidas diariamente: 14<br />

tipos de dietas e cerca de 1600 almoços a doentes<br />

e funcionários, estes através de um «self-service».<br />

A ·reco·lha de f1ichas, estabelecimento de ementas<br />

e programação da ·confecção é feita com uma antecedência<br />

de 48 horas de acordo com um plano<br />

estabelecido no seguinte diagrama:<br />

ESTABELECER EMENTAS RECOLHA PEDIDOS SOBRE FICHAS INDIVIDUAIS RECA.fITULAÇÃO<br />

~ PRDGRAl!A DE CONFECÇÕES >Al'RDVISIONAMENTO DE l!ATtRIAS PRil4Afl<br />

CONFECÇÃO<br />

i<br />

ARREFECIMENTO ros BULKS<br />

NA CELULA<br />

i<br />

ARMAZENAMENTO EM C.AMARA FRIGOR1FICA<br />

01! a 311 e<br />

CONFECÇÕES DIETETICAS -----·-<br />

i<br />

RESTAURANTE PESSOAL<br />

i .<br />

PREPARAÇÃO<br />

LEGUMES<br />

PREPARAÇÕES<br />

CARNE E PEIXE<br />

AlUiAZEM E<br />

DESPENSA<br />

PREPARAÇ0ES FRIAS: SALADAS, SOBREMESAS, FRUTAS<br />

---• EMPRATAMENTO E ACONDICIONAMENTO TABULEIROS<br />

.---~~~--J<br />

'<br />

í .<br />

TRANSPORTE ---. REGENERAÇÃO / DISTRIBUIÇÃO<br />

DISTRIBUIÇÃO<br />

l·<br />

L-----------------+ RETORNO À LAVAGEM CENTRAL<br />

Fig. 2 -<br />

Plano de execução e distribuição do serviço de<br />

alimentação e dietética em uso no H.U.C.<br />

1<br />

23


4. INFOR:MATIZAÇÃO DO ACTUAL SISTEMA<br />

Com base no actual s:istem,a, procedendo<br />

apenas a algumas alterações, váriio-s sectores<br />

poderiam se·r ·informatizados e me·lhorar grandeme·nte<br />

·o seu funcionamento. O s·istema re-sultante<br />

ficaria de ·acordo com· O- seguinte organigrama.<br />

Os circuitos a informat•izar são representados pe-ta<br />

Hnha tracejada.<br />

s.<br />

H. u. e.<br />

SERVIÇO<br />

A l l ME NTAÇ l O<br />

··-·······--····--···-·······-·······················<br />

Nome--· Cama<br />

---·----····-----=------------ N.O ·············-·-<br />

ALMOÇO<br />

..<br />

Distribuição ..,, ~'-------' Enpratarrento i.i-<br />

..<br />

,.<br />

\ Ficha<br />

Ibentes !-:> de<br />

.<br />

--- ~sição<br />

...<br />

-<br />

Zona Fria<br />

f<br />

L--------' 1<br />

1 .•<br />

1<br />

i<br />

~<br />

~<br />

·---<br />

J; ..... __________<br />

/,'<br />

Enfe.nnagem<br />

•<br />

1<br />

•<br />

~<br />

1<br />

' L-----il 1<br />

1<br />

1<br />

f<br />

1<br />

1<br />

' 1<br />

' f<br />

1<br />

1<br />

1<br />

Ccnfecção<br />

'<br />

' 1<br />

1<br />

Denartammto 'lécni .... - - - - - - Cbrr!?Osicão<br />

00 :,....,_,_ - é"-, . ' dos Pra~s<br />

e .t1UlLLL<br />

r----.Jlo...--<br />

1<br />

..__------~. ------'<br />

.. U,.L~trati V0 - 1 ..____ ~<br />

~--'----------- ___ :<br />

1- - - - Carposição<br />

~ aa 01eta<br />

...._<br />

-<br />

1<br />

1<br />

-----.. nãrios<br />

Self-Service '"-----~-~ 1 ~,<br />

.,._ - ____-i~spensa s.•-___ _, Al:mazém<br />

do "<br />

Dia<br />

' ..­<br />

'<br />

1<br />

,----- ---------- .l<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

,<br />

...<br />

.<br />

1 '<br />

Fig. 3- Siste:ma de alimentação e dietética informatizado<br />

Infonnatizad::>-,...- - - - - - - -<br />

-<br />

1<br />

s.<br />

CARNE P E 1 X E SUPLEMENTOS<br />

t<br />

•<br />

17<br />

··-<br />

t •<br />

17 Zll<br />

a 10 ..<br />

•• • 'º<br />

,. ••<br />

s li<br />

•• .,. s tt H Z7<br />

• •• ao •• •<br />

lZ -•o ••<br />

• .. •• •• •<br />

u u ••<br />

• •• ••<br />

ao<br />

• , . •• so<br />

7<br />

•• •• ••<br />

7 ••<br />

as St<br />

•<br />

i• •• • ,. a•<br />

H. u. e.<br />

SERVIÇO<br />

POBRE EM-FIBRAS<br />

SEM SAL<br />

llll&EMTAÇlO<br />

----···--··---··-··-····-·········· ···-<br />

Nome --------·--- Cama N.o -····-·-<br />

.<br />

JANTAR<br />

CARNE P E 1 X E SUPLEMENTOS<br />

-<br />

•<br />

17<br />

•• ' •<br />

17<br />

•• HIPOGALÓRIGA-<br />

. 10<br />

• •• •• 'º , ••<br />

• " ••<br />

&7<br />

·SEM SAL<br />

,. 17 .. •<br />

ao<br />

. •• ••<br />

ao ••<br />

, Ili<br />

•• •• . •• ••<br />

• •• u M<br />

• , •• ao<br />

7<br />

•• ªª<br />

., 7<br />

•• ªª ••<br />

.. .. •<br />

' •• . • ª'<br />

.... .<br />

·""""<br />

H.U.C.- Mod, 1073·8-5000 ex.-Tlp. Papaltlpo•Pvntlo·A~eler<br />

Fig. 4 -<br />

seguir é inserido um exemp~o do ti-po de fi·cha<br />

a elaborar. As fichas para o almoço e jantar seriam<br />

idênnicas no conteúdo, havendo a diferenciá­<br />

-las ape,nas a cor do papet<br />

Dois exemplos das actuais etiquetas usadas no<br />

H.U.C. para o fornecimento de di,e:tas<br />

Alimentação norma 1 I<br />

Identificação do doente (nome, número de<br />

identificação). Endereço no hos.pital ( enfenmaria,<br />

cama número ... ) :<br />

No actual s·istema o ci-ol'O de variação das<br />

refe·ições é de 15 dias e é ajustado de 3 e·m. 3<br />

mese·s de ·acordo com a ex·istência de vários<br />

pro 1 dutos da época, o que permite ao· doente uma<br />

substancial variiação, dado que a média de perma- _<br />

nência no hospita·1, é cerca de 14,7 dias. Neste<br />

aspecto, julgo não haver nada 'ª apontar.<br />

Presentemente, após o 1 internamento do doente<br />

o médico informa o serviço de enfermag·e·m qual<br />

o reg·ime de alimentação ·a forne·cer-lhe. Se -requer<br />

dieta o próprio serviço de enfermage·m, na enfermaria,<br />

preenche um dos cartões, relativo à dieta<br />

em causa. Este é entregue 'ªº serviço de distribuição.<br />

O e!mpratamento é fe·ito segundo a cor<br />

do cartão e a refeição é completada co-m o·s<br />

suplementos especificado·s (ver exemplo na figura<br />

·seguinte) :<br />

24<br />

Com o sistema proposto poderiam existir as<br />

seguintes fichas: uma para a so:ficitação do pe~<br />

queno almoço, 'ª qual era preenchida apenas no<br />

'Primeiro dia de 1internamento, outra para a soHcitação<br />

de almoço e jantar de doentes sem· dieta<br />

e outras para as várias dietas.<br />

A ficha para o pequeno a:lmoço conteria, para<br />

alé,m da 1 identificação do doente e o ,seu endereço<br />

no hospital, a variedade de componentes ofere'Ci-<br />

1dos para o pequeno almoço". Exemplo: café, feite,<br />

sumo, água, queijo, manteiga, co·mpota, iogurte,<br />

. etc ... O doente es'Co.lheria a bebida da sua preferênci.a<br />

e o·(s) componente(s) para acom'Panhar<br />

• o pão, etc ...<br />

No que refere às principa-is refeições para<br />

doentes sem dieta a ficha discrim·inaria, não nece-ssaria<br />

me·nte muito detalhado, mais o suficiente<br />

para permitir ao doente 1indicar os aHmento·s de<br />

sua preferência e as quantidades pretendidas ; a<br />

Código Descrição Quantidades<br />

SP Sopa Y2 1<br />

PR<br />

Prato<br />

PX -Peixe Y2 1<br />

CA -Carne Y2 1<br />

GA - Galináceo Y2 1<br />

LG Legumes Y2 1 2<br />

SL Salada Y2 1 2<br />

OT<br />

SM<br />

Outro·s<br />

A -Arroz Y2 1 2<br />

B - Batata Y2 1 2<br />

M -M·assa Y2 1 2<br />

F - Fe1ijão Y2 1 . 2<br />

G -Grão Y2 1 2<br />

Sobremesa<br />

F - Fruta 1<br />

D -Doce Y2 1<br />

Q -Queijo Y2 1<br />

y -Yogurte Y2 1<br />

25


l i<br />

)i<br />

' i<br />

11<br />

1:<br />

i<br />

ii<br />

'<br />

'<br />

:<br />

1<br />

i<br />

1<br />

'<br />

i<br />

1:<br />

BB<br />

Bebidas<br />

A -Agua 1<br />

L -Leite 1<br />

s -Sumo 1<br />

TP<br />

Temperos<br />

s<br />

~<br />

-Sal Y2 1<br />

M<br />

A<br />

MA<br />

Com uma fücha deste tipo o doente, ou alguém<br />

por ele, teria apenas de assinalar com. um círculo<br />

em volta da quantidade pretendida relativa aos<br />

·componentes pretendidos. Como as e·mentas são<br />

fe·itas com uma antecedência suficiente para· pê'i'-'<br />

mitir 'ªº serviço de enfermagem conhecer todos<br />

os componentes a ·inserir na refeição, estes poderiam<br />

fac 1 i:lments assinalar os componentes não<br />

ex 1 istentes, evitando que o doente escolha algo<br />

. que não possa ser servido.<br />

A seme-lhança das fichas para requerer refei-<br />

. . .<br />

ções normais seria fáci-1 projectar outras fichas<br />

corresponde·ntes a cada uma das dietas ex-istentes<br />

e nas quai·s deveria haver discrim·inação dos componentes,<br />

com as várias quantidades, à semelhança<br />

da fücha anterior. Por exemplo:<br />

PX-Peixe<br />

SL-Salada<br />

F Frito<br />

M - Mi'sta<br />

c - Cozido<br />

T-Tomate<br />

G - Grelhado<br />

A· Alface<br />

CA-Carne<br />

AG ·-Agrião<br />

P - Porco<br />

L~ -Legumes<br />

V- Vaca C - Couve<br />

B - Borrego<br />

CE - Cenoura<br />

F - Frango<br />

N - Nabiça<br />

Estas fichas seriam reco-lhidas· co·m a antece~<br />

dêncía suficiente para transcrever para o computador<br />

·os e·le:mentos s9lfoitados. A transcrição a<br />

fazer consistiria da 1identificação do doente e do·s<br />

. vários códigos dos componentes escolhidos· seguidos<br />

da quantidade pretendida. Por exemplo:<br />

Nome ..................... ou n.º do doente ........... .<br />

Almoço; SP-1; PX:F-1; SL:M-1; OT:A-Y2; SM:y-1;<br />

· BB:S-1; TP:S-Y2, A-1.<br />

Com esta ·informação o computador poderia,<br />

quando sol'i-citado, fornecer as necessárias etiquetas<br />

referentes ·aos componentes da refeição escolhida<br />

por cada doe:nte, cujas secções· se poderiam<br />

separar por forma a entre·gá-las à posição<br />

-Molhos Y2 1<br />

-Aze·ite Y2 1<br />

- Manteiga Y2 1<br />

correspondente no sector ,do empratamento. Uma<br />

das secções da 1 informação, escrita pelo computador,<br />

conteria: a identificação do doente, o seu<br />

endereço no hospital e numa descrição completa<br />

da refeição. A 1seguir é dado· um. exemplo, de<br />

«output» re·lativo a um almoço para um determinado<br />

doente que requeresse dieta:<br />

Almoço Quinta-Féira 29-3-84<br />

NOME ...... Enfermaria n.º de Cama<br />

- Dieta Sodium-Potass·ium<br />

Quantidade Descrição Conteúdo<br />

1 Sopa Sodh,irn-Potassiu1m<br />

Y2 Peixe Frito Sodium<br />

· 1 Sa·lada mista Sodium-Potass1ium<br />

Arroz<br />

etc.<br />

Yogurt · -<br />

Sumo<br />

-<br />

Sal<br />

Aze·ite<br />

' Fig. 5 -<br />

SOPA<br />

1<br />

M<br />

l<br />

BEBIDAS<br />

s<br />

l<br />

.<br />

PRATO<br />

PX.F<br />

v2<br />

ourros<br />

A<br />

V2<br />

.TEMPEroS<br />

SA<br />

1/2 112<br />

LEG!.MES ·.<br />

SOBREMESA<br />

V<br />

l<br />

Exemplo da ·informação saída do computador<br />

Os quadrados ·estartam limitack>s não por traços<br />

mas. por picotados. no próp·rio pape 1 I de «output»<br />

os. quats trari 1 am já ·i·mpriesso a designação de:<br />

Sopa, Prato, Legume'S etc ... A.s letras e números<br />

em larg·as. d•mens'Ões são fáceis de obter mesmo<br />

em equipamento sem· saída ·de gráficos frriprimi·n-<br />

"<br />

do-se cada ·letra ou cada<br />

forma:<br />

AA 11<br />

AAA 111<br />

AAAA 1111<br />

AAAAAA 11<br />

AAA AA 11<br />

AAA AA 11111<br />

,<br />

numero da seguinte<br />

Para uma me'lhor ·exp 1 loração o ·ideail seria<br />

instalar um terminal, l·igado ao computador em<br />

cada enfermaria, podendo o próprio pessoa·! de<br />

enfermagem fazer localmente a transcrição das<br />

solicitações dos seus doentes. Todavia, enquanto<br />

não for possíve 1 I a 1 i·nstalação de um terminal em<br />

e-ada enfermaria a transcrição far-s·e-ia em dois ou<br />

três terminais concentrados na s·ecção técnica e<br />

administrativa.<br />

5. SOFTWARE DO SISTEMA A IMPLEMENTAR<br />

Os principais programas e «files» a desenvolver<br />

bem co'mo a sua relação é esquematizado no<br />

diagrama que ise segue:<br />

:Relação<br />

àe<br />

1-Enus<br />

1<br />

/'<br />

File<br />

.<br />

Ciclo<br />

àe<br />

Menus·<br />

File<br />

y<br />

'<br />

Actividade<br />

Cllnica<br />

~<br />

File<br />

'<br />

Situações<br />

E~iais<br />

File<br />

:ara o doente<br />

1<br />

File<br />

Fig. 6 - Principais programas e «files» do softwdrie<br />

· a implementar<br />

5.1 . Definição dos vários programas e «files»<br />

a) Relação de Menus: com a ajuda do programa<br />

de Refação de Menus, será fácil<br />

arranjar uma re·lação de todos os menus<br />

e ·depois fazer ·a selecção que for ·desejado.<br />

Na respectiva «fi.le» seriam armazenados<br />

todos os menus, descrevendo<br />

os seus conteúdos, bem como, nomes<br />

de dietas e suas compos,ições, definição<br />

1<br />

das quantidades estabelecidas etc .. .<br />

b) Ci,clo dos Menus: o ciclo dos menus conterá<br />

todas as refe·ições servidas em determinado<br />

período, que poderia continuar<br />

a ser o me·smo já existente. A<br />

1<br />

duração do ciclo é facilmente estabeleddo<br />

·através do computador. A «füe»<br />

relativa ao C'iclo dos menus conterá<br />

assim todos aqueles que podem ser<br />

servidos durante o ·c:'ido estabe1lecido.<br />

Por exemplo, re·lativamente a cada<br />

ref.e·ição se·rvida, os seguintes items<br />

podem ser armazenados:<br />

- Referência ao dia do 1mês quando<br />

a ref.e·ição pode ser forneoida (O= todos<br />

os dias, 1 a 15 re·liativamente aos di·as<br />

de 1 a 15).<br />

- Definição da refe·ição ( exempfo,<br />

PA-pequeno almoço, AL-a:l:moço, JA­<br />

-jantar, T-todos etc ...).<br />

- Códigos dos ·componentes<br />

(exemplo SL = salada).<br />

- Definição das dietas quanto à<br />

1<br />

a p1lica bilida de.<br />

1<br />

- Nome da refreição e sua descr·ição<br />

permit·indo descrever a refeição pedida<br />

em código pelo doente.<br />

- Definição das dietas quanto ao<br />

conteúdo nutritiivo dos componentes.<br />

O programa da re·lação dos menus<br />

poria nesta «file» toda a 1informação de<br />

interesse contiida na «file» do ciclo de<br />

menus. Qualquer alteração desejada<br />

será possível fazer em qualquer momento.<br />

e) Acti·vidade Clínica: este programa e re'Spec'biva<br />

«füe serão necessários para<br />

conhecer ·o endereço do doente no hospital<br />

(exemplo: enfermaria, n.º da cama<br />

etc ...) data ·de ·internamento, tipo de<br />

alimentação etc. .. Estes dados são<br />

1importantes não só p·ara a distribuição<br />

correcta ao doente como também para<br />

controlo da 1administração.<br />

d) Situações Especiais: este programa e<br />

«file» destinar-'Se-ia a doentes em s1ituações<br />

espeoia.is. Exemplo: os iinternados<br />

1<br />

1com menos de 48 horas aos quai·s é<br />

necessário servir refeições requis 1 itadas<br />

sem a antecedência estabeleoi·dia.<br />

A<br />

1<br />

informação recolhida será do me'Smo<br />

tipo que a descrüa na alínea anterior.<br />

li<br />

i'<br />

26<br />

27<br />

I'<br />

li


i<br />

i<br />

:<br />

!<br />

:<br />

1<br />

'<br />

1e) Requis.ição de Refeições: comio foi expl!i­<br />

·oado atrás, a .s.ol:ioirtação das ire·fieiçõe1s<br />

é fe,ita pela quantidade e tipo dos prinoiipa<br />

1~s oo miponentes que compõem e sisa<br />

1nefieição. Esites dados ipode·m 1s1er 1iinse­<br />

·r;dos no computador, .1ocail1m:ente ou<br />

numa forma central'izada. O programa<br />

deve propor.a1onar o 1aiparecim1ento, no<br />

ecr.an do terminal, de uma 1im1agem<br />

s:emelhante à ficha de sol1ioitação da<br />

refei·çã.o. O 1mesmo progr.ama s1er.ia<br />

usado pair1a o caso das di.etas. Ele<br />

poderá infor.mar sie o doente não necess1ita<br />

de ser al1rom1entado nes.ta ou naquela<br />

1ref,eição ou pa1ria um detierm1i1nad'o período.<br />

Est·e iprog.naima de1vie ipropordonar<br />

também, que a dietista poss1a fazer<br />

·S10Hoit1ações, por form1a a dar-.lhe, em<br />

determ1iinado mo·mento, a 1in.f1orm1ação<br />

·sobre todos os doentes eX1ist1entes<br />

numa detJer:m1inada 1en.fermairi1a. (iiinformação<br />

1existiente na füe de 1act1ividade<br />

clín1ic:a) bem oomo os doentes ·e meiondições<br />

esipeoiais (•inforimação 1ex·istente<br />

1<br />

na fü.e siituações e·speciai1s). Poderá<br />

iobt1er uma ·liistJa com os nomes, segu1.­<br />

dos da ,jnfiormação relativa 1ao pequieno<br />

almoço, .almoço 1e jantar desses do0entes.<br />

f) Pré-Produção: os Serviços Técnicos Adm1in:istrativos<br />

poderão obter, quando oonvenii1en1Je,<br />

l1i1sta:s rielatiiivia:s às refe·içes ou<br />

a uma em pairticul·air, oontendo todas ·as<br />

quantidades requeridas pair:a a ·sua confecção<br />

que as entreg 1~,rá ao s•ervii·ço de<br />

·ooziinha e armazém paira 1ai prep·air1ação<br />

dessas flefieiçõés. Claro que a 'Vii,abüidade<br />

des1sa 1iinfiormação é tanto m1e1lhor<br />

quianto ma11s próx1i:mo for do tJempo<br />

Hmitie 1imposto, pois poderã·o surg·iir<br />

altieriações de úl~ima ·hoiria. No enitanto,<br />

·este proginam.a poderá produzir uma<br />

.niov.a l1ista actual1i:zada ou· s1i1mplesmente<br />

as diferenças se for caiso di1sso·.<br />

6. HARDWARE NECESSÁRIO<br />

Como foi referido atrás o ·ide1al sier.ia instalar<br />

um te,rm·inal do computador e•m cada 1enfermar.ia<br />

ou 1s·erviiço, ·os ·quais ·s,eriam Hgados a um oompu-<br />

1Jador oentral 1instalado nu:m lugair coniveniieni1Je.<br />

Contudo, se econiomi1cam1ente não for \fliávie.I já<br />

que1<br />

oada terminal custará um montante de 200 a<br />

250 m'i'I escudb1s, bastari·a i1nstalar junto ao computador<br />

o mínimo de 3 terminais pa1ria entrada de<br />

dados. e um1 outro mais uma ·impressora junto ao<br />

serviço de coziiin h:a e dietéttiJGa . O com potado r a<br />

1instalar deverá ter pelo menos 0,5 Mb de· memória<br />

ce:ntral, com acesso directio, no caso de· i:ns.ta·lar<br />

centralmente 3. ou 4 terminai!S. Mas se for ·instalado<br />

um terminai! por serviço ou enfermaria então a<br />

.m1emórii1a central devierá aumentar piara 1,0 Mbyte.<br />

A oapa.oidade no disoo a .instaliar deverá tier pelo<br />

·menos de 20 a 25 Mbytes. Se1rá eionven:1ente inst·alar<br />

um,a :impressora, de prefeirênoia do tipo<br />

«·daiisy whe·el» oom uma v 1 e1looid'ade de ·e.scriita<br />

não .infierior a 300 LPM. Também seriia oon·veniiente<br />

.instal,a:r um1a unidade de l0e1stuira / ·s:aíida de<br />

«disquietes», a qual sie.rvi·ria paria. ar·maz 1 enair «:OFF­<br />

-LINE» 1informação menos niecessá1riia. 6stas di1sqU!etes<br />

1S•e.rviriam para air:m1aiz,enaimento de ,lon·ga .<br />

duração 'ª de «back-up» aio s1istema, nio· oaso de<br />

falha deste.<br />

Seria também da máx 1 ima necess:idade conse­<br />

.guir uma alternat1i1va de substituição ·em caso de<br />

ava1nia prol.ongada do s·i.stema. Esta ,iimergênoi.a<br />

poderia s 1e1r g:airnnti.da por qualquer sistema ex11st:Jente<br />

na áre1a 'ª para 10 qual o «software» desien- ·<br />

· volv1ido deve·rii1a sier tambéim adaptado. Uim organigliama<br />

si,mp·llif:ioado da rielação do computador<br />

com 0S principa~is sectores 'ª servir terá o seguinte<br />

1<br />

1aspecto:<br />

~<br />

7. OBJEiCTIVOS<br />

Os pirinoipa1i1s objectiv1os, da utiVização dos<br />

·m1ei'Os 1informátioos 1ref·eriiidos, 1lendo em oonrtia as<br />

várias vantagens relativam·ente 1aquie·las p,resentie·-<br />

1m1ente ut1i1l·izados po·dem resum1ir-se nos segu·intes<br />

pontos de v1ista:<br />

Doentes - ,M1aiior pois1s1ibiHdade de escolha 1e<br />

um s1erviço m1aii·s efiioi1entJe.<br />

Serviço Técnico e .Dietista - Babo.ração<br />

rápida de .m1en·us. Hesierva imediata e oorrecta dos<br />

oomponentes neoessá1rio1s pana c1onfecção das<br />

·refeições.<br />

Administração - P1r:odução de dado·s .eistatís­<br />

·ticos a qualquer momento.<br />

1Arovii:sõ;es mati1s preoi151a1s. Controlo de stocks.<br />

Mais disponibi1l1idade de m.ão-de-obna 1em al1gunis<br />

s·ecto1r.es. M a:is fadllidade para ex~e,roer um oontr0il10<br />

adequado. Hedução de 1 desipe.rdk1iios.<br />

8. OUTRAS APLICA.ÇõiES<br />

1Pairia além das •apl'icações rie·~eridais, os mesmos<br />

m·eios ·informáti!oos poderi1am fiaci·lm1ente ser<br />

usados, entre ouitra.s, paria as s1eguinte1s aipHcações:<br />

1<br />

- Prddução de dados 1estatís'bicos e análises<br />

comparativas;<br />

-Contriolo de Stocks;<br />

- Planos de 1aprovis1ionamento;<br />

- Anál1ise de c:us:'bos;<br />

- Plan10 de :acti·Vli:dades;<br />

- Fiactuiração;<br />

- 1Elaboração de oirçamentos;<br />

UNIDADE CENTRAL DE MINICOMPUTADOR<br />

-Com 0,5 MBytes de Memória Central ... ... . . . ...<br />

-Com 1,0 MBytes de Memória Cen~ral ... ... ... .. .<br />

- Multiplexador .. ... ... .. . ... ... ... ... ... ... ... .. .<br />

-Cada terminal (VOU) simples ... ... ... ... .. . . .. ...<br />

/<br />

.. .<br />

...<br />

.. .<br />

...<br />

9. VANTAGENS<br />

- M1aii.s rapide·z ,9 ,ef.i.ciência n a elaboração de<br />

:menus;<br />

- Maior ipossiibiHdade de esool ha para os<br />

doentes;<br />

- Es'bim1ativas pre.oi·sas das qu1aint+dad es neces.sá1rii1as<br />

piara as riefeii.çõe1s norim1ai1s e<br />

diet·as;<br />

- Uim melhor oontrolio de stocks;<br />

- Aiprovisfonam1entos mais adequados às<br />

nieoess:id ades;<br />

- Produção rápida de dados estart:í·sticos,<br />

sempr·e que ·req uie•r:idos;<br />

- <strong>Gestão</strong> f.inanoe1i1m e de pessoal mais faoil1itada;<br />

- Ooint11ol1 0 miais .faoi·l,itado para ia adm,inistração<br />

e para ais dietistas.<br />

10. DESVANTAGENS<br />

Devido à autom;at:Jização, o desempenho de<br />

funções na m1aioriia. dos .s1ectores, passará a estar<br />

dependente do departam0ento 1infor:mático. Por<br />

cons1eguiinte, não só de iµes.soiail esipeoial1izado<br />

como da fiabi0l!idade da m.áquinia.<br />

11. CUSTOS<br />

É difídl· ise·m uma anáfiise mais po.rmenor.izada<br />

dar umia est~mat iva: c·orir 1 ectia dos custos. C.ontudo,<br />

será dado aqui, pelo ·m1enos, uma or.dem de gr andeza<br />

des•s1es custos oo•m base nos preços actua1is:<br />

CUSTO: EM M llLHAiR 1 BS D'E SSCU:D·OS<br />

OO!MPR:A<br />

ALUGUiERI M ENISAil<br />

. .. ... ... ... ... . .. 1000 15<br />

... ... ... ... ... ... 1500 22,5<br />

... ... . .. .. . ... ... 250 8<br />

... ... ... ... . .. ... 200 a 250 2,8<br />

.<br />

i<br />

i<br />

:<br />

'<br />

1<br />

1:<br />

li<br />

1<br />

li<br />

1:<br />

li<br />

28<br />

g) Produção Final: estJe p:rog ra.ma pode us.air<br />

1<br />

ais mes:mas «füles» que o priog1ram1a de<br />

pré-produção idescr1ita na alÍiniea ante­<br />

!r.ior. Com ·el1e s1e poderã:o produzi1r as<br />

!et•iqiuieta.s paira o sector de emipriata­<br />

.m,ento 'ª a 1infonmaçã·o ai juntar à refieição<br />

a 1envi:ar 'ªº :S·e·u des~iniatá1nio. 'Esta<br />

1infor.maçãio poderá ser 1obt·ida ordena.damente<br />

por: enferm.ar·tas, sieriVliços,<br />

no mies de pes·soas etc ...<br />

Fig. 7 -<br />

Relacionamento. do Computador<br />

com os Principais Sectores<br />

,,<br />

1 O?nf~âo<br />

1<br />

No caso de instalação destes terminais nas próprias enfermarias os mais distantes<br />

poderiam vir a requerer MODEMS cujo custo ronda os 100 mil escudos.<br />

- Impressora (Daisy Wheel) para 300 LPM ... ... .. . .. . ... ... ... ... ... ... 500 30<br />

-Disco de 20 O'U 25 MBytes ... ... ... ... ... ... ... .. . ... ... ... ... ... ... ... 800 14<br />

-Unidade de Leitura/ Escritura em Disquet es ... ... .. . ... ... ... ... ... ... ... 250 a 300 7<br />

-Sistema Operativo ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 100 6<br />

LINGUAGENS DE TRABALHO MAIS ADEQUADAS<br />

- COBOL ou PASCA L ou pelo menos BUSINESS BA SIC .... .............. . 80 2,5<br />

29


FORMAÇÃO DE PESSOAL<br />

Depende das potencialidades do pessoal existente no s,erviço.<br />

8ECRUTAMENTO<br />

Para a elaboração de um projecto desta envergadura será necessário o recrutamento<br />

de pelo menos um bom Analista/Programador ou alternativamente dar o<br />

proj·ecto a ·elaborar a uma casa espedalizada em Serviços Informáticos.<br />

Esta alternativa seria a que garantiria melhores resultados mas é de esperar um<br />

elevado custo.<br />

Ao custo de equipamento é necessário considerar a necessária manutenção (no<br />

caso de compra) cujo valor é tradicionalmente cerca de 6 a 8 % do preço do<br />

equipamento, acrescido anualmente de uma percentagem semelhante à inflacção.<br />

GESTÃO HOSPITALAR<br />

ASSOCIAÇÃO<br />

PORTUGUESA DE<br />

ADMINISTRADORES<br />

HOSPITALARES<br />

1"." 3· .-\110 f ·Jul./SPt. ~:J<br />

Jornal<br />

.AG RADEC l 1 M EiNTOS<br />

A final1i·zar este trabalho deSiejo 1agradec1er o<br />

aipo1i1 0 ·r.ecebido por ·riesponsávieis de 1al1guns sec:ttores<br />

dos Serviços de A11ii:men~açã•o e O,ietéti,oa do<br />

H.U.C. particul:arm1en1le à Di!etiista D. Ana M·ania<br />

Carmona da M 1 otia 1e à 1responsáv;el pelo Sector<br />

da Coziinha D. Ania Maria Caldeira Quefrós mias<br />

muito esp1ec·ialm1ente aio Sr. José J101aqu1im Matos<br />

Nev:es, respJQ:nsáve·I p1elo Sector Técn1ioo/ Adm1inistnativo<br />

o qual teve 'ª' .amabiMdade de 1 me, pôr<br />

1aio dispor valiiosa informação sobre o s1istema<br />

ex-i 1 stente.<br />

RESUMO<br />

A informática tornou-se completamente imprescindive.1<br />

em todos os campos da administração hospitalar,<br />

bem como no 1apoio cl-ínico e nia. investigaçã.o médica.<br />

A modernização de departamentos como o da alimen-<br />

tação e dietética hospitalares, carecem da utilização do<br />

computador para cons.e·guirem uma melhor racionalização<br />

dos seus recursos, quer humanos quer materiais, e apoiá­<br />

-los no seu desenvolvimento. Esta comunicação, visa<br />

essencialmente dar parecer da aplicabilidade da informá~<br />

tica na gestão e distribuição das -ref,eições hospital·ares<br />

considerando, particularmente, o sistema moderno já implementado<br />

no Hospital da Univer~idade de Coimbra.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

BAKKER, A..R. - lmpl•eme·ntation approach and evaluation<br />

1<br />

of the US'e of Leidein Univ1ersity Hospital lnformation<br />

Syst 1 em, Miedinfo 77.<br />

BOL TMAN, B. - Cook-Freeze Catering Systems, Applied<br />

Science - London, 1978.<br />

PLA TT, B. S., 'Eddy, T. P. and Pellett, P. L., Food in Hospitais,<br />

Oxford University Press, Oxford.<br />

PRICE, W. T. - lntroduction to Compute;r Data Processing,<br />

Pub: Holt Sanders (3rd Edition 1981 ).<br />

THIERAUF, R. J. -An · lntroduction to Data Processing,<br />

Pub: J. Wiley, 1980.<br />

•<br />

O critério de selecção dos temas tratados neste JORNAL consiste, essencialmente, no interesse<br />

que possam vir a ter para desenvolvimento e publicação na própria Revista.<br />

São, assim, benvindos pequenos relatos e notícias relativos a experiências em curso ou a<br />

quaisquer eventos de interesse geral.<br />

Na secção «Publicações Recebidas» noticiaremos criticamente as obras de que seja enviado<br />

gratuitamente um exemplar, e que farão parte da biblioteca da APAH que se pretende constituir.<br />

ELEIÇÕES NA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA<br />

DE ADMINISTRADORES HOSPITALARES<br />

Continuaqão da pag. 5<br />

Da responsabilidade profissional dos<br />

prestadores de cuidados nos hospitais<br />

Hdade, a fi.m de prepararem pareceres db ple,nário,<br />

de forma ·a criar 'ª rotina na apredação de todbis<br />

os aspecros do exerdoio da me·dicina hospitalar<br />

que envolvam princípios de deontoilog'ia · médica,<br />

e dar pareoe·r sobre que·ix:as e· redamações rel·ativas<br />

à corre·cção técni•ca e profis·siionail da as-siis·­<br />

tênoi·a prestada aos doentes.<br />

Júlgamos também necessária ordem de serviço<br />

~dênt+ca refat>ivamente ·aos cuidados de enfermagem,<br />

e1nvo ·~vendo o Conselho de Enferme'i-ro·s<br />

Gerais, ao qual a l·e1i comete ·igua·lmente competênda<br />

para velar pe'la correcção, qualidade técn1i oa<br />

1<br />

e humana dos cuidados prestados aos doente·s.<br />

Em nossa opiniiã-o· seri·am actos de boa gestão<br />

eu~oo~.<br />

•<br />

Continuação da pag. 16<br />

As Instalações<br />

e a lnf~cção <strong>Hospitalar</strong>*<br />

gabinetes médicos e de enfermagem, deixando<br />

no esquecimento os arrumas, as salas de trabalho;<br />

por vezes a cozinha e a lavandaria.<br />

1<br />

O hospital deve func'ionar como um todo !integrado<br />

onde :não se ·exagere em gastos no b:loco<br />

operatório e se esqueça .a cozinha, por exemplo.<br />

A ·inf.ecção hospitalar espreita os· doentes mal<br />

alimentados. O sucesso do melhor -acto oirúrgico,<br />

1<br />

pode ser de·itado a terra pela alimentação mal<br />

cuidada, pe·la roupa conspurcada, até pela vas­<br />

·soura do pessoal de ·limpeza.<br />

Foi Florenoe Nightingale quem disse que, no<br />

mínimo, o hospital não ·devia faze·r ma·I aos doentes;<br />

a·inda é verdade passados tantos anos; e<br />

podemos acrescentar: não deve fazer mal aos<br />

doent·es nem ao pe·ssoal que nele trabalha. •<br />

. '<br />

'<br />

Colega:<br />

Programa da Lista Candidata<br />

1. Nos termos estatutários, e do N.º 3 das<br />

Normas do P1rocesso Ele·i·toral, um grupo de Sóoios,<br />

de que fazem parte os membros da Direcção<br />

actual que não se recandidatam, resolveram propor<br />

à próxima eleição a seguinte lista para os<br />

órgãos da Associação Portuguesa de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es:<br />

DIRECÇÃO<br />

- João José dos Santos Cardoso<br />

- Ana Maria Sequeira Mendes Pires Manso<br />

- A ntónio Domingues Ferreira Guiné<br />

- A rtur Aires Rodrigues de Morais Vaz<br />

- J osé Carlos Lopes Martins<br />

-Júlio Pereira dos Reis<br />

- Maria Helena S.ilva André Reis Marques<br />

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL<br />

- José Joaquim Nogueira da Rocha<br />

- José Luís Miranda de Mat·os<br />

- M·anuel Martins dos Santos Delgado<br />

CONSELHO FISCAL E DE DISCIPLINA<br />

- · José Manuel V,icente Gil Barreiros<br />

- Manuel Luís Gomes Ferreira da Silva<br />

- Maria Ana Ponte Ferreira Mota<br />

2. Da referida proposta constam os considerandos<br />

seg uintes:<br />

2.1. Garantir a continuidade e progresso da<br />

Associação;<br />

2.2. Renovar a representatividade dos Asso-<br />

30<br />

1


í<br />

1<br />

~I<br />

~ ·<br />

1<br />

1<br />

'<br />

1<br />

'<br />

'<br />

' :<br />

'<br />

;<br />

'<br />

oiados e dos seus proble·mas;<br />

2.3. Garantir a continuidade e expansão da<br />

Revista como grande veículo de afirmação<br />

dos Administradores e da Administraçã.o<br />

<strong>Hospitalar</strong>;<br />

2.4. Incentivar contactos para dina.minazação<br />

do funcionamento da Carreira;<br />

2.5. Acompanhar e intervir na re 1 v;isão da Carreira<br />

do seu estatuto remuneratório ·e<br />

proourar impedir que a lentidão administrativa<br />

verificada até aqui prejudique os<br />

Administradores que a sofrem.<br />

3. Em reunião realizada a 28-5-84, os candidatos<br />

à Direcção deliberaram dir.igir-se por este<br />

meio a todos os Colegas por lhes pareeier conveniente<br />

assumir alguns compromissos sobre os<br />

princípios por que pensam orientar a sua actuação,<br />

se forem eleitos, em harmonia com os objectiiv·os<br />

definidos estatutariiamente.<br />

4. De acordo com proposta da candidatura,<br />

espera-se que a proximidade dos loca.is de tra­<br />

·balho dos candidatos à Direcção conitribua para<br />

ainda malior ope1raoionalidade do grupo e economia<br />

de despesas de deslocações; e julga-se que<br />

s·e c·onseguiu alargar a representatividade dos<br />

Associa dos e dos seus problemas pela maiior<br />

diversi~icação da situação prof.issional dos seus<br />

1membros, sem prejuízo da necessidade de descentralizar<br />

a participação, e de melhorar a informação<br />

de todos ·0 s Cole.gas.<br />

1 1<br />

5. Sobre os princíp:os por que pensam orientar<br />

a sua acção no caso de serem eleitos, foi<br />

acordado na mesma reunião úansmitiir aos Colegas<br />

os seguintes pontos essenciais:<br />

5.1. Salvaguarda dos Interesses Profissionais<br />

5.1 .1. Esta1uto da ·Carreira<br />

5.1.1.1. A APAH pode e deve dinam 1 ir.zar a elaboração<br />

de um documento base que<br />

consubstancie os princípios essenciais<br />

da Carreira e da sua gestão,<br />

de forma a poder exigiir a ultrapassagem<br />

da actual situação 1iníqua e<br />

discriminatória do se'U estatuto r·emuneratório.<br />

1 Em contrapartida, os AH deverão<br />

definir claramente as responsabi1hdades<br />

que querem assumir, por si,<br />

1e em estrutura ·integrada oom outros<br />

profissionais hospitalares, mas em<br />

plena igualdade de direitos e deveres.<br />

5.1.1.2. Essas bases da Carreira deverão,<br />

prever, tanto quanto possveil, a sua<br />

evolução a médio e longo prazos,<br />

assim como os mecanismos necessários<br />

para corriigiir a lentidão administrativa<br />

que tem caracterizado a sua<br />

gestão, de forma a que, sobretudo,<br />

a ·integração dos Colegas recém­<br />

·diplomados se processe com ma,ior<br />

segurança, eficiência e ·rapidez.<br />

5.1.1.3. A melhor metodologia a se.guir será<br />

a elaboração de um iproje·cto por<br />

grupo de trabalho r·estrito, utilizando<br />

eventualmente documentação de trabalhos<br />

já efectuados, com divulgação<br />

e recolha de pareiee:res dos Associados,<br />

com vista a discussão e aprovação<br />

fünal em As'Sembleia Geral.<br />

5.1.2. Relação com órgãos de tutela e ENSP<br />

5.1.2.1. Haverá também que actuar e redifinir<br />

a melhor ,maneira de .estabe·l·eceir contactos<br />

com os órgãos de tutela hospita<br />

la.r e a ENSP de forma a incentivar<br />

a colaboração dos AH, prevendo<br />

se possí·vel, a inserção em dip.lomas<br />

legais do princ1p10 de audição da<br />

APAH em matérias específicas.<br />

6. NORMAS DA ORGÂNICA HOSPITALAR<br />

6.1. A APAH pode e deve defiinir os princípios<br />

fundamentaii·s que entende devam<br />

orientar as normas orgâniicas hospitalar·es,<br />

para o que se preconiza metodologia<br />

idêntica aos números anteriores, de<br />

forma a manter uma posição coerente<br />

e ffrme face às modificações de política<br />

do próprio Governo, única via que se<br />

cons·idern correcta para posidonamento<br />

·independente que deve caracterizar a<br />

actuação prof,issional dos AH, como taL<br />

7. ESTUDO E DISCUSSÃO DE TEMAS<br />

7.1. O estudo e discussão de temas deve<br />

traduzir-se es·sencialmente para apoio<br />

directo da actividade dos Colegas nos<br />

própri·os Hospiitaiis.<br />

7.2. Há, por uim lado, iniciatiivas e exp1erênoias<br />

·em curso que interessairá trazer à dis-<br />

'<br />

1<br />

1<br />

'<br />

cussão alargada com todos os Colegas,<br />

criando oportunidade para a l,ivre crítica<br />

interpares, e eventual melhoria e expansão.<br />

7 .3. Por outrio lado, sucede que alguns Colegas<br />

enfrentam obstáculos reais nas funções<br />

que desempenham, contrários a<br />

verdadeiros critérios de eficiênoia, que<br />

ânteressará inventariar para reflexão conjunta,<br />

de forma a poderem ser formuladas<br />

propostas da própria classe para a<br />

sua correcção.<br />

7.4. Gom a organização descentra.lizada de<br />

Encontros de Adm1inistradores <strong>Hospitalar</strong>es,<br />

poderá ser possíve·I reflectir sobre<br />

alguns problemas concretos, e·m áreas<br />

tais como:<br />

- experiências em curso na construção<br />

de s i s t e m a s de informação para<br />

gestão;<br />

- situações financeiras e suas distorsões;<br />

- gestão de recursos humanos e eventuais<br />

dificuldades face a enquadra~<br />

mento legais;<br />

- questões de planeamento ligadas à<br />

abertura do funcionamento e desenvolvimento<br />

de alguns hospitais;<br />

- situação e problemas hospitalares nos<br />

grandes centros urbanos, e em regiões<br />

do interior;<br />

- problemas específicos nos hospitais<br />

concelhios com recente promoção a<br />

distritais.<br />

7.5. Julgamos que desses Encontros, a organizar<br />

pnincipal.mente com base na participação<br />

local dos Colegas, poderá resultar<br />

documentação técnica, e eventuais<br />

coclusões e propostas, a publicar na<br />

Revista.<br />

8. CURSOS E CONFERÊNCIAS<br />

8.1. A APAH deve continuar a assumir nesta<br />

área uma orientação autónoma e supletiva<br />

das iniiciat 1 ivas da própria ENSP e de<br />

outras entidades.<br />

8.2. Se for possível, ou oportuno, poderá<br />

organizar cursos e outras acções de formação<br />

destinados a diversos grupos<br />

profissionais de Saúde, sobre temas de<br />

administração e gestão.<br />

9. REVISTA- GESTÃO HOSPITALAR<br />

9.1. No essenc'ial, GH deve pr.osseguir a<br />

onientação iniciada, mantendo a aceitação<br />

para publicar de toda a colaboração que<br />

lhe for env,iada pelos Colegas.<br />

9.2. Julga-se também alargar a colaboração<br />

a outros profissionais, e a própria expansão<br />

de vendas e assinaturas no País e<br />

nos países de expressão portuguesa,<br />

nomeadamente no Brasil e no seguimento<br />

dos contactos inic.iados.<br />

9.3. Haverá também que prossegufr o estudo<br />

em curso de acordo a estabelecer com<br />

empresa p 1 riivada, de forma a resolver o<br />

problema do finanoiamento (publicidade)<br />

e melhoria gráfti.ca.<br />

9.4. Tentar-se-á motivar a organi·zar a participação<br />

dos Colegas na vida da Revista.<br />

10. O trabalho que os candidatos aceitaram<br />

procurar desenvolver não poderá ter resultados<br />

positivos se a Direcção não tiver o apoio e a<br />

participação de todos os Col·egas, a começar na<br />

expressão de voto no próximo dia 8 de Junho.<br />

Se forem ele,itos procurarão criar as condições<br />

necessáPi 1 as para esse apoio e participação, porque<br />

só dessa forma todos serão responsávei s.<br />

Alguns art.ºs a publicar nos próximos n. ºs:<br />

- GESTÃO POR PROJECTOS - R. Moreno<br />

Rodrigues<br />

-A SEGURANÇA NOS HOSPITAIS - Eduardo<br />

Caetano<br />

- SITUAÇÃO DA HEMODIÁLISE EM PORTU-<br />

GAL - Arménio Pereira<br />

- A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO SOCIAL<br />

PARA A GESTÃO HOSPITALAR - M . Alice<br />

Violante e M. Conceição Neves<br />

-A INTERVENÇÃO DA ERGONOMIA -Arménio<br />

Pere.ira<br />

-A MORTALIDADE PERi-NATAL NA REGIÃO<br />

CENTRO - A. Torrado da Silva e Lucinda<br />

Oliveira<br />

- URGÊNCIAS PEDIATRICAS<br />

Coelho e H. Carmona da Mota<br />

A. Aires, A.<br />

- CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS, DIFE­<br />

RENCIADOS E PROGRESSIVOS- O PAPEL<br />

DO ENFERMEIRO<br />

A. Elísfo Jesus Dias, B. Castro Fernandes, M.<br />

Amparo Bártolo e M. Helena Ribeiro<br />

Renova-se o apelo aos Colegas e outros colaboradores<br />

para enviarem mais originais, sem o<br />

que não será possível manter o nível .alcançado<br />

pela Revista.<br />

!<br />

1<br />

'<br />

'<br />

2<br />

3<br />

'<br />

:


1<br />

1<br />

1<br />

A PROPÓSITO DO 5° CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA DE<br />

ADMINISTRADORES HOSPITALARES, DE QUE A APAH É MEMBRO<br />

EFECTIVO, E QUE SE REALIZA DE 19 A 21 DE SETEMBRO PRQ<br />

XIMO, EM ESPINHO, PUBLICAMOS OS SEUS ESTATUTOS<br />

un recours est ouvert auipres du Présidente, sur<br />

,lequel l'Assemblée Générale statue définitivement.<br />

3 - La qualité de membre se perid par la<br />

démission, l'exclusion ou la mort.<br />

4- La démiss,ion n'est admise que pour la<br />

fin de l'année sociale en cou.rs; elle doit faire<br />

l'objet d'une déclaration écrite adressée au Président.<br />

A défaut d' entente, le Conse.il d' Administration<br />

décide du partage des voix. Pour l'exeroioe<br />

du droit de vote, la p.résentation d'un mandat ·est<br />

obligatoiire. Les mandats établ·is en vue de la représentation<br />

d'autres grouipements du même pays<br />

sont admi·s. Les mandats établis en vue de la<br />

représentation d'autres pays ne sont pas admis.<br />

Les votes à interveniir tiennent compte des<br />

voix des membres actifs présents ou valablement<br />

r·eprésentés.<br />

1<br />

t<br />

'<br />

5 - L'exolusion peut être prononcée pour<br />

motif grave.<br />

La décis 1 ion appartient à I' Assemiblée Géne.rale<br />

aprês .debat au sein du Conseil d' Admini 1 strat!ion<br />

et doit être communiquée par écnit.<br />

2 - Les Assemblées Généra.les ordina1ires sont<br />

convoquées par le Président; elles ont lieu au<br />

moins une fois l'an. Des Assemblées Générales<br />

extraordinai.res sont convoquées dans un délai de<br />

deux mais à Strasbourg par déoision du Conseil<br />

'<br />

1:<br />

I'<br />

ll<br />

1<br />

1<br />

!<br />

i<br />

'<br />

1<br />

1<br />

i<br />

li<br />

li<br />

STATUTS<br />

DE L'ASSOiCIATION EUROPEENNE DES DIREC­<br />

TEURS D'HOPITAUX<br />

adoprtés à STRASBOURG le 24 octobre 1970<br />

Ar~icle 1 - Denomination, objet, siege, publications,<br />

anée sociale, tangues<br />

1 - «L'Asssociation Européenne des Directeurs<br />

.d'Hôp.itaux» se oonsacre à la pro.motion de<br />

l'organisation hospitaliere et en partic·ulier de la<br />

fonction de direction dans les pay d'Europe par<br />

l'elaboration de conoepts nouveaux eit l'échange<br />

d'informations sur les expérienoes faiites et sur<br />

l'explo1itation des résultats des études dans tous<br />

les domaines concernés et ·intervient dans oe but<br />

oollectivement auiprês des organism.es ,internationaux.<br />

2 - L' Association constitue une communauté<br />

de travail des associations •OU griouipements nationaux<br />

représenta~ifs des diirecteurs d'hôpitaux des<br />

pays d'Europe et recherche direct·ement et exclusivement<br />

la réal1isation de buts d'·inté.rêt commun.<br />

Elle ne vise aucun but politique, eoonomique ou<br />

confessionnel.<br />

3 - L'Assooiation a son siege à Strasbourg<br />

à l'Hôp·ital Civil. Elle sera rég·ie par les articles 21<br />

à 79 du Code Giv·il local aiinsi que par les présents<br />

statuts. Elle sera inscriite au Registre des Associiations<br />

apres autoriisation ministérielle conformáment<br />

au décret-loi du 12.4.1939. Sa durée est<br />

illimitée.<br />

4 - Les informations et avis de l'Assooiation<br />

ont lieu par vois de circulaire oti d'inse·rtion dans<br />

4<br />

les publ'ications profissionnelles désignées ipar<br />

f Assemiblée Générale.<br />

5 - L'année soei.ale est l'anné,e du oalendlrier.<br />

6 - Les langues off.icielles sont l'all·emand,<br />

l'anglaiis et le frança1is.<br />

Article 2 -<br />

Membres<br />

1 - Peuvent acquérir la qua 1 lité de membres:<br />

a) les associations ou gr:oupements nationaux<br />

ou, à défaut, régionaux de directeurs<br />

d'•hôp1ital, d'importanoe nationale<br />

sans égard à leu.r statut juridique, en<br />

qualité do membres acti1fs;<br />

b) des petsonnalités diriigeantes du secteur<br />

hospital1i1er et saniitair:e, en qualiité de ·<br />

membres passifs;<br />

e) les personnes morales de 1 droit piublic et<br />

de droit privé du secteur hospitalier et<br />

santtaire, en qualité de membres passifs;<br />

d) des personnes morales de dr.oit et de<br />

droit :privé et · des personnalités dirigeantes<br />

du secteur hospitail1ier et saniitaire<br />

de pays extra-européens, en qualité<br />

de membres cofirespondants.<br />

2 - La qualité de membre est sollicitée par<br />

vaie de demande écrite adressée au Président.<br />

Les demandes d'admission en qual,ité de membre<br />

actif sont soumises par le Président, aprês<br />

délibération du Conseil d' Adm1in,istration, à l'Assemblée<br />

Générale pour décision.<br />

Le Conse.il d'Administriation statue sur les<br />

demandes d'admission en qualité de membre<br />

passif ou correspondant.<br />

Contre ·le rejet d'une demande d'admission<br />

6 - Les membres dem~ssionnaires ou exclus<br />

n'ont aucun droi,t sur le patrimoine de l'Assciation;<br />

i·ls perdent toutes fonctions confiées par<br />

I' Association.<br />

Article 3 -<br />

Cotisation&<br />

1 - La cotisation due par les membres est<br />

fixée par I' Assemblée Générale; elle est échue<br />

six semaines apres la demande de paiement.<br />

2 - L' Association est autorisée à acoepter des<br />

dons, legs et subventions.<br />

Ar~icle<br />

4- Honorariat<br />

Sur proposition du Gonseil d' Administration,<br />

l'Assemblée Générale peut nommer des présidents<br />

honor,aires et des .membres honoraires.<br />

Article 5- Organes<br />

Les organes de I' AssoC'iation sont:<br />

a) l'Assemblée Générale (article 6) ;<br />

b) le Cons·eil d' Administration ( article 7);<br />

e) le Prés idlent (article 8) ..<br />

Article 6 -<br />

Assemblée Générale<br />

1 - L' Assemblée Généra.le constitua l'organe<br />

le plus élevé de l'Associiation. Dans son sein,<br />

chaque pays dispose de 10 voix. Dans un pays<br />

comportant plusieurs membres actifs, les voix<br />

sont librement réparties entre eux.<br />

d'Administra~ion réunissant une majorité des 3 /4<br />

des membres présents ou sur demande d'au<br />

moins 1 /3 de l'ensemble des voix des membres<br />

actifs.<br />

La convocation doit être expédiée ou publiée<br />

avec l'indication de l'ordre du jour au moins 28<br />

jours avant la réunrion.<br />

3 - La premiere Assemblée Générale ordinaire<br />

dans la nouvelle année sociale doit traiter les<br />

questions suivantes:<br />

a) rapport d'acüvité;<br />

b) rapport financier et patr.i·monial;<br />

e) rapport des commissaires aux comptes;<br />

d) décharge au Gonseil d'Administration;<br />

e) approbation du budg.et et fixatiion du mon­<br />

' tant des ootisations;<br />

f) le cas échéant, élection du Président et<br />

des autres membres du Conseil d' Admimistratiion<br />

chois1is parmi les membres<br />

actifs;<br />

g) choix des commissaires aux oomptes;<br />

h) désignation des siieges des Assemblées<br />

Générales ordinaires ultérieurs.<br />

D'autres questions peuvent être inscrites à<br />

l'ordre du jour par le Conseil d'Administration.<br />

4 - L' Assemblée Générale statue à la majoriité<br />

des 3 14 des voix sur l'admis~_ion des propositions<br />

d'inscription à l'ordre du jour formulées<br />

par les membres actifs ( art. 2 ( 1) a).<br />

Aucune proposition tendant à la dissolution<br />

( art. 1 O) n'est admise en complément à l'ordre<br />

du jour établi.<br />

5 - L' Assemblée Générale est présidée par le<br />

Président ou par un Vice-Président. Le procés-<br />

5


-verbal doit être signé par le Président de I' Assemblée.<br />

6 - L' Assemblée Générale délibere valahlement<br />

si la moitié des voix y est régulierement<br />

représentée.<br />

7 - Les déc·isions de I' Assemblée Générale<br />

sont régulierement prises sauf dispositions contraires,<br />

par la majorité des voix exprimées; ne<br />

participent au vote que les représentants des<br />

membres actifs; les abstentions sont comptées<br />

comme telles. En cas de partage égal des voix<br />

la proposition est rejetée. Les membres passifs<br />

et correspondants ne disposent pas du droit de<br />

une majorité de 3 /4 des voix.<br />

8 - Les élections ont lieu au vote secret.<br />

Est élue la personne qui a obtenu plus de la<br />

moitié des voix valablemente données. Si cette<br />

majorité n'est pas atteinte au premier tour de<br />

scrutin, il y a ballotage entre les deux personnes<br />

ayant obtenu le nombre de voix le plus élevé. Si<br />

plusieurs personnes ont obtenu le même nombre<br />

de voix, le sort désigne les deux qui, parmi elles.<br />

participeront au ballotage. Si l'opération de ballotage<br />

se termine par un partage, égal des voix, il<br />

est procédé par tirage au sort.<br />

L'élection des membres du Conseil d'Administration<br />

doit être présidée par une Commission<br />

éleotrorale élue au sein de l'Assemblée Générale<br />

et composée d'au moins trais membres.<br />

par le Conseil d'administration assiste à ses réunions<br />

avec voix consultative.<br />

2 - Toutes décisions pour lesquelles aucune<br />

autre compétence n'est instituée incombent au<br />

Conseil d'Administration. li publie un reglement<br />

1intérieur.<br />

3 - Le Conseil d' Adm1inistration est convoqué<br />

par le Président au moins deux fois l'an, avec<br />

~ndication de l'ordre du jour. Sur demande de la<br />

par le Conseil d'Administration assiste à ses réumoitié<br />

au moins de ses membres, de Conseil<br />

d'Administration doit être concoqué par son Président<br />

à une réunion qui doit se tenir dans un<br />

détai de deux mois apres cette demande.<br />

Le Conseil d'Adminiistration délibere valabl·ement<br />

quand p.lus de la moitié de ses membres est<br />

présente. Sauf dispositions contraíres des statuts,<br />

1<br />

les décisions sont prises à la majorité des membres<br />

présents. En cas de partage égal dos voix,<br />

la proposition est rejetée.<br />

4 - Les fonctions du Conse1il d'Admiin1istration<br />

oommencent apres la clôture des opérations électorales;<br />

elles prennente fin par l'effet des nouvelles<br />

élections, auxquelles l'Assemblée Générale<br />

procede tous les deux ans, au cours de sa premiere<br />

réunion ordinaire.<br />

La réélection des membres du Conseil d'Administration<br />

est poss,ible. La réélection i,mmédiate<br />

en qualité de Président est toute 1 fois exclue.<br />

Article 9 -<br />

Commissaires aux comptes<br />

La tenue de la comptabilité et de la caísse<br />

est surveillée et vérifiée par deux commissaires<br />

aux comptes élus chaque année par l'Assemblée<br />

Générale. lls ont à rendre compte au Conseil<br />

d' Administration et à I' Assem bié Générale.<br />

Leur réélection est admise.<br />

Article 1 O -<br />

Dissolution<br />

La proposition de dissolution de l'Association<br />

ne peut être faite que par au moins 1/3 des voix<br />

ou par le Conseil d'Administration. La dissolution<br />

est prononcée par l'Assemblée Générale avec une<br />

majorité des 3 /4 des voix. Si cette majorité n'est<br />

pas atteinte, la dissolution ne peut être prononcée<br />

que par une deuxieme Assemblée qui ne peut<br />

av.oir lieu qu'apires l'écoulement d'un délai de 14<br />

jours. Cette deuxieme Assemblée statue à la<br />

majorité des voix .des membres présents.<br />

Artide 11 -<br />

But non lucratif<br />

1 - Les membres n'ont dro 1 it à aucune part<br />

du patr.imoine de l'Association. li est interdit de<br />

favoriser quiconique au moyen de dépenses d'<br />

administration étrangeres à lõbjet de l'Association<br />

ou de rémunérations particul1iêrement élevées.<br />

D'éventuels bénéfices ou excédents de l'Associiation,<br />

ne peuvent être utilisés qu'aux fins statuta ~ ­<br />

res. Des réserves ne peuvent être constituées que<br />

dans la mesure ou elles sont nécessaires pour une<br />

meilleure réal isation àe I' objet de I' Assooiat 1i.an.<br />

2 - Aprês la dissolution de I' Associ,ation, le<br />

patrimoine, apres reglement des obligations,<br />

revient à la Fédération lnternationale des HôpitJaux,<br />

qui est tenue de l'employer pour la promotion<br />

de l'objet défini à l'article 1er ( 1) .<br />

Article 12 -<br />

Entrée en vigueur<br />

1 - Les présents statuts entrent en v.igueur<br />

le jour de l'inscriiption de l'Ass·ociation au R.egistre<br />

des Associations tenu par le Tribuna·I compétent.<br />

2 - lnscription de I' Association - Le porteu r<br />

d'une ·expéditiion des présents statuts rédigée en<br />

trançais et signée par les membr.es fondateurs,<br />

·e·st mandaté pour remplir toutes formalités prescriites<br />

pour la création de l'Association en pour<br />

solliciter l'inscription de I' Association ,au Registre<br />

des Associations aupres du Triibunal compétent<br />

à Strasbourg, en conformité avec le droit qui y<br />

est applicabl 1 e.<br />

Article 7 -<br />

Conseil d'administ'ration<br />

1 - Font partie du Conseil d'aidministration:<br />

le Président;<br />

le Premier Vice-Président;<br />

le Deuxieme V1ice-Président;<br />

le Troisieme Vice-Président.<br />

et un Assesseur pour chiacun des pays comportant<br />

un ou plusieurs groupeiments membres<br />

actifs, non représentés par l'une des<br />

quatre persones p 1 récitées.<br />

En vue de pourvoir les sieges d'assesseur, il<br />

appartient aux groupements mef!lbres actifs du<br />

pays concerné de présenter à I' Asse·mblée Générale<br />

un candidat unique.<br />

Pour la liquidation des affaires e-ourantes un<br />

présidium sera institué qui se composera du Président<br />

et des troix Vice-Présidents.<br />

Le Secrétaire Général nommé à titre bénévole<br />

6<br />

5 - li appartient au Conseil d'Administration<br />

de designer pour chaque membre sortant en<br />

cours de mandat so·n successeur pour la durée<br />

résiduelle de ses fonctions.<br />

Article 8 -<br />

Président<br />

1 - Le Présidente est le représentent légal<br />

de L'Associaction; en cas d'empêchement, íl est<br />

représenté par le Premier Vice-Président, si ce<br />

derníer est également empêché, c'est le Deuxieme<br />

Vice-Présidente ou le Troisieme Vice-Président qui<br />

le représente. La justification de l'empêchement<br />

n' est pas exigée.<br />

2 - Le Président préside I' Asse 1 mblée Générale<br />

ainsi que les séances du Conseil d' Admin;:!­<br />

tration; il exécute leurs décisi.ons.<br />

3 - Dans les relations internes les compétences<br />

du Président sont définies par le Reglement<br />

intérieur (article 7 (2).<br />

O Hospital Distrital de Famalicão ( HDF) enviou-nos<br />

o seu Relató11io e Contas relativo a 1983.<br />

Apesar de, usualmente, ·esse relató.rio de activ-idade<br />

ser encarado como um documento extenso,<br />

maçador e de leitura sempre preterida, ele oons­<br />

~itui, muitas vez·es, ·i m 'P o r ta n t e instrumento<br />

auxiliar de gestão.<br />

·Este relatóriio, estruturado de acordo com o<br />

POCSS e enriquecido com comentários, fornece<br />

uma ·ideia bastante preoisa da realidade presente<br />

e histórica do HDF.<br />

Situado a escassos quilómetros do Porto<br />

numa região populosa e em que coexistem uma<br />

,....,<br />

PUBLICAÇOES RECEBIDAS<br />

H.D. de Famalicão - Relatório de Actividades<br />

e Contas - 1983<br />

·intensa industrialização e a exploração agrícola<br />

de pequena d!mensão, o HDF tem visto a sua procura<br />

expressa aumentar consideravelmente nos<br />

últimos anos. Simultaneamente, apresenta melhoria<br />

significativa dos prinoiipaís indicadores de rendimento.<br />

- Em 1983, nas 231 camas do HDF foram<br />

tratados 7955 doentes (62 256 dias de internamento),<br />

com uma demora média de 7,83, correspondendo<br />

à ut·ilização de 73,8 % da sua capacidade.<br />

Real,izaram-se 19 851 Consultas Externas e<br />

foram atendidos 48 074 doentes no seu Serviço<br />

de Urgência.<br />

7


Quadro 1<br />

EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO ASSISTENCIAL DO HDF<br />

1974/1983- BASE 1974 = 100<br />

RüBRICAS 1974 19n 1980 1983<br />

Doentes tratados 100 137 146 195<br />

Consultas Externas .. 100 88 72 234<br />

Urgências . ......... 100 275 420 338<br />

Radiologia (exames) 100 102 130 233<br />

Análises .. ... 100 137 132 341<br />

Transfusões ..... 100 (1976) 120 144 269<br />

Fisioterapia<br />

(tratamentos) ... 100 75 51 210<br />

Intervenções<br />

cirúrgicas 100 ( 1976) 83 127 149<br />

Partos ...... 100 190 197 205<br />

- Com um ratio global de pessoal/cama de<br />

1,67 e, aparentemente, sem dificuldades de recrutamento<br />

de pessoal médico, o HDF conhece carência<br />

principa '.mente nos sectores de 'enfermagem<br />

e dos serviços gerais que se reflectem na<br />

contratação de pessoal extra quadro (9,3 % do<br />

total).<br />

A não realização de concursos impôs ao HDF<br />

a manutenção de elevado número de internos<br />

(mais do dobro do número total de médicos do<br />

quadro) com as consequências económicas e<br />

financeiras bem conhecidas de todos os hospitais.<br />

- As taxas de rotação no Aprovisionamento<br />

apresentam, na generalidade, um intenso decrésoimo<br />

em relação a anos anteriores, ao mesmo<br />

tempo que o prazo médio de pagamento a fornecedores<br />

passou de 11 dias em 1981 para 83 dias<br />

em 1983. Esta evolução reflecte fielmente a diminuição,<br />

aliás generalizada, da capacidade financeira<br />

dos hospitais portugueses, impossibilitados<br />

de cumprir com os seus fornecedores e de efec-<br />

8<br />

Quadro li<br />

EVOLUÇÃO DE CUSTOS NO HDF-1981/1983<br />

RÜBR ICA 1983 !:, % 82 - 8~ !:, % 81-83<br />

Diária - Enfermaria 3347$<br />

Diária - Q. Part. 6 551$<br />

+ 20,0<br />

+ 80,7 55,4<br />

+ 113,4<br />

Doente tratado<br />

- Enfermaria 27 223$ + 20,0 + 20,3<br />

Doente tratado<br />

- Quart. Part. 35 291$ + 87,5 + 71,0<br />

Doente assistido<br />

- Urgência ...... 631$ + 21,0 + 49,1<br />

Doente assistido<br />

- C. Externa .... 854$ + 37,5 + 36,4<br />

Doente assistido<br />

-M. F. Reab .... 363$ -29,7 + 51,3<br />

Análise .......... 129$ + 9,3 + 22,3<br />

Exame radiológico 540$ 7,1 6,3<br />

Transfusão ...... 3083$ + 37,6 + 105,7<br />

Intervenção cirúrg. 7 023$ + 21,6 + 23,9<br />

Refeição ... 126$ + 13,7 + 40,9<br />

Kg . Roupa ....... 49$ + 30,5 + 65,6<br />

tuarem uma gestão e~icaz<br />

dos seus stocks.<br />

- O investimento anual em 1983 ainda que.<br />

superior ao verificado em 1982, fo1i inferior ao de<br />

1981 representando, apenas, 1,9 % do orçamento<br />

total.<br />

- As dificuldades finance1iras sentidas traduziram-se<br />

na transferência para <strong>1984</strong> de oerca de<br />

19 000 contos de encargos assumidos em 1983<br />

( + 7% do orçamento).<br />

F,inali·zando, dire·mos que o Relartório de Act1ividades<br />

e Gontas do HD de Famalicão traduz,<br />

no fundo, uma realidade general'izável à maioria<br />

se não a todos os hospítais portugueses confrontados,<br />

diariamente, com o subfinanoiamenti»,<br />

com a incompreensão (legislativa e não só)<br />

perante a sua espeoificidade enquanto empresa<br />

e, quantas vezes ainda, com o total desconhecimento,<br />

por parte dos poderes públicos, dos<br />

objectivos que prossegue e da relevância do seu<br />

paipel social, acrescido agora pela situação de<br />

crise económico-financeira que Portugal atravessa.<br />

O Modelo Gerencial do Hospital<br />

Materno Infantil Presidente Vargas<br />

1. · INTRODUÇÃO<br />

Os hosp,itia1is 1s1ituarn-is1e., 00m toda 'ª oerteza,<br />

1<br />

,e.ntre as 1emplies1as mais oornplex,as e dinâmiicas<br />

1<br />

das ex1i:stentes 1em nossa sooi1edade.<br />

São complexas porquie cada unidade hospitalar<br />

·enoe:rra na Vierdade, 1actiiviidades quie, por s,i<br />

sós, cor.respondem a um seg·mentJo c:omerc:iial ou<br />

1<br />

de produção de serviços: cada hospital é t ambém,<br />

1<br />

uma lavandaria, u:m 'f!estaurante, uma farmáGi'i'a,<br />

um hotel, além de pr:eistair - o que é sua destinação<br />

bás·ica - cuidados :int1egra1i1s de s1aúdle à<br />

1<br />

população. Suia complexidade .manifiesta-sie também<br />

através .,.de S:eus . acti·vos totai1s e despesas<br />

operaci1onia1i'S que semip.ne 1são :e1l1evados. Em muitas<br />

c1omuniidades onde estã10 'inis1e1r.idos, o.s hospitai1s<br />

constituem as maiores «•i1ndústr1ias» locais, quer<br />

sob o pris1ma dos recursos humanos que utiHza<br />

como dos valores financefros que movimenta 5 •<br />

A dinaim1i'C1idadle dois · ho.sipita1i1s, do ponto de<br />

vi1sta ope,riacional, é oaracte·rizada por t,e:r um «pro-<br />

1duto f,inal» ioondioionado pelos vralores vi191entes<br />

1<br />

na 1sooi.edade, a s1eu tempo, em v.i1rtude da ·intiens:a<br />

intJeracção que mantém com o 1m1e·io 1aimbii1en1Je.<br />

A cariactenização dos hosrpita1i1s como alber­<br />

·gues de p1essoas fís.ioais mental ou sooi·almente<br />

doenties, que v1i,gorav,a até p1ouco .tempo, foi cedendo<br />

·lug:a1r, iprog1ress1ivame.nte, - 1em deooirrênoi'a<br />

das profundais rnodificaç6es s1ooi1ais, cul·turais,<br />

1económicas ·e poHticas que ·se prooess.aim nas<br />

1<br />

sooied!ad'es hum1anias - ao 1ent,endiim1ento do hospi·tal<br />

como Ge:ntJro de Pr.omoção da Saúde. O<br />

hiospit;a,j, hoj,e é v1isuaHz,ado ca:m um dos 001mponient:es<br />

- talv1ez o m1a1iis .importante - de um<br />

1macross1i$tiema cujo maior o.bj,ectJi1v1 0 é propordonar<br />

u.m nív:el de saúde ópt1imo para cada :indivíduo<br />

e 'ª poipul1ação 1e·m g1e,11al 10 • A1s1sii:m, cabe ao hospital<br />

moderno desenvol,ver acçôes de ipromoçã1 0,<br />

protecção, ,riecuperação e 'reabi,t.i.tação da saúde·,<br />

Juntamente oom o desenvolvim1ento de actJividadles<br />

de 1ens·ino e pesquisa.<br />

DR. CLÁUDIO JOSÉ ALLGAYER*<br />

Talvez um asp.ecto que m1er


exe.mplo) adqui 1 rem oadar viez ·maior 1imiportância<br />

os obj1ectivos .intangíve1i,s dentre os qU1ais ·ressalta<br />

a deniom1inada RESPONSABIUDADE .POBLICA<br />

para a oomunidade. E aquii !inserem-se, com propri1edade,<br />

os hospitais benefüoentes ·e espec:ia.1-<br />

m,ente, os goivernamentaiis 9.12.<br />

2. A ORGANIZAÇÃO Cl·6NTI,flCA<br />

NO HOSPITAL<br />

Se os hospiitai1s constituem emipresas altamente<br />

oompl1exas e dinâ·micas quie necessi,ta:m<br />

1<br />

deseniv:0Jv,er-s1e com vistas ia ati,ng.ir ·s,eus ob~ec-tivos,<br />

torna-s.e 1iinadiáve.I a coinisoi1en:t:izaç.ão dai necessidade<br />

de 1i1mpl1antar-1s·e uma adm1iniistriaçã·o<br />

iraoiornal e científica dos 1s1eus ·r.ecuirisos hum,anos,<br />

1m1at·eri aii1s, tecnológ·ioos e f1ina.nioe1iros.<br />

A admini.stra·ção ci-entí.fica dais 1or.gani·ziaçõ1es<br />

·viem 1experi1mentando, ao longo dos tempos, s1en-<br />

1sí·ve·is ;e 1orí·t1ioa1s modi·ficaçõ,es.<br />

Nais 1pni1m1eiras déoadas do nosso .séouilo houve<br />

uima "t1endênci1a .em vii1su1aNzair ais empres1as oomo<br />

org:an:iz.açôes fo1rmai·s, onde a. r:aoionial1i1dade 1e1ra<br />

1 enfat·izada 'ª os servidores «oonheoediqres» de<br />

seus papéis, po·siiçõ,es .e_ funções des1em1penih:avam<br />

32<br />

Solicitações<br />

Carências<br />

Recursos<br />

Indutas<br />

Ambiente<br />

Organização<br />

Ambiente<br />

suas 1at'r.ibuiições oonfoirm1e disc1rim1inado p1elo<br />

desenho formal da ·estrutura. Poste·niorme;nte,<br />

enfatizou-1se a importânoi1a da v:al1orização huimana<br />

do ·emprego: «um 1emipre,g:ado 1s1a1tJi·s1feito e f.e.Jii.z<br />

é um empregado produt;ivio». Novais teorias ries-<br />

1S!altairam ·a :imipioirtânoia do dies.env.olv.i.m1entio org·aniizacionail<br />

e 1introduziram a.s redeis de oomunicação<br />

e modelos m1atemát1ioos aos estudos das<br />

organiz·açõ:es 10 .<br />

Uma abordag1e·m ma1i;s ;abrangente 1e úti1I para<br />

as orgian+~ações é a :introduzida pelai Tieoriia Gera•I<br />

dos Sistemas que nos r1em.ete 1ao oonceitio de<br />

SISTEMA ABERTO o qual pode 1ser «compreendido<br />

como uim conjunto de partes ·em constantie<br />

1<br />

tnteracção constituindo um todb eneirgétioo 0Jii1entiado<br />

para determ1inado·s p1r01póis1itos e ·em p1erm,anente<br />

11elação da interdependênda oo·m o aim­<br />

1<br />

bi1ente 1exte1rnio 11 ». A J'le1l1a,ção dual - no sentido<br />

de quie inf.luenoi1a. e é 1influenc.i1ado- com o ambi!ent·e<br />

ext·ern.o é a oaractierística mais 1importante<br />

·deste .oon1oei1to.<br />

Na ánea hos·p!ita 1 l1ar esta 1moderin1a: conoeipção<br />

da administração re1mete-nos a dU'a:s siituações:<br />

a) a natureza em.inentemente dinâ1mi!oai do<br />

Decisões<br />

Diretrizes<br />

Bens<br />

Serviços<br />

Produtos<br />

--------- - - ----------------------- - - - -<br />

1ambi1ente, com pro1fundas e radicais<br />

modifiioações s6oi:ocultura·is 'ª poilítica s<br />

con:flii.tua, ·oontJinuamente, ,oom o con-<br />

1S1erviado1ri1sm10 org1an1izaciiona1I de nossos<br />

1estabel1eoi:m1erntos hospitalares que procuram<br />

penpetiuar um1a 1estrutur.a adm·in1i1strati1va<br />

estática, irí1g.ida e afer:riada a<br />

11eg1ras 'ª ,r;egul1amentos i nternos ultrapiass1ados<br />

e aroaiscos;<br />

b) a e'v:idênoia cada vez mais aoentuadla do.s<br />

hospitais neoesis·itairem g1arant1iir a absorção<br />

de seus «produtos» pe·lo ambi1ent1e.<br />

Este agora, .exi1ge, não tão ·som1ente a<br />

recuperação da siaú de :abal1ada de u.m<br />

paoi1ente 1 m.ais a ·insierção plena do hospital<br />

na comunidade des1e:nvolvendo ·a<br />

p110moção da siaúde - também e, especiralmentie,<br />

a nfv,el .aimibulat0:ri1ail - tre·inando<br />

recuirsos hurn1ainos e 11eal1iz;an:do<br />

pesqU1isas.<br />

E1ste f.einómeno, quie devie s·er 1obj1ecto de atenção<br />

pnefer;encial de parte dos dir,i191entes hosp-iital1aJ'les,<br />

,remete-nos, ;i:gualmente, a ne.oes.sJdade prement·e<br />

do hospita1I iproduz·ir 1aquel1es 1exsumos<br />

des1ejados pela sooi1edade sob pena de ass1is1fr-<br />

1mos a redução do,s ·insuimos - .inolusi·v:e, e pni,noipal;mente,<br />

os finanoe·iir:os - em v.ista da oferta<br />

de produtos indesejados ou desneoes1s·á11ios,<br />

oausianido com ·i1ssio, ia 1iinevitáviel 11edução da<br />

capacidade 1instail1ada da iorganização 1e 1mesmo a<br />

1sua 1inv.i1abi·liiz1açã·o .futura.<br />

3. ADMINISTRAÇÃO POR OBJECTIVOS E A<br />

GERÊNCIA HOSPITALAR CIENTIFICA<br />

O s1ector hospitalar, 1especia.lm1ente na úhi.m1a<br />

década, 1esti·mulo1u o tre·inamento dos riecuirso:s<br />

hurn1anios capiacitando os detientones de funçõ1es<br />

gier,enda1i1s mas di·vie:rsas técni1cais e mi0del1os adm1ini·strat·iv1os.<br />

Esteis iprog.J'lamas de tre·inamento têm<br />

seu principal ménito na consd1ent1i1zação prog 1 re1ssiva<br />

da nieoes,sidade da p1rofisis1ionarl;i1Zação gerieinciial<br />

como oondiçã:o 1ess.enoia.1 1aio 1suces1so da<br />

. empnesa e ·mesmo de ·sobrev.i1vên'Ciia ;inst1itu1oii0n1aL<br />

Entretanto, torna-se rneoesis.ár.io, no estág1Fo<br />

1actuial da adm1ini1st1.raçã·o hospi·talar, a ielei:ção de<br />

1estratégias adequadas., conisdentemen.te esoolhidas,<br />

que perimitam1 1aios estabel1eoimenrtos hos·pita-<br />

1laires 011i1entarem1 :suas téonii.cas de gestão, oon­<br />

S'ide·randJo os ambie·ntes inte•rno e exte.f'lno., o grau<br />

de ·intie·rdependên'.c·ia dos vá11i1os facto.ries des·sies<br />

1arnbi·entes, 1a:lém de suas ·múhiipl·as 1iinteracções e<br />

;influênoiais.<br />

EntJie 1estas 1estr.atég1i1as 1administ1rativiais s1itua-<br />

-1se a 1ADMINISTRAÇÃiO POR OBJiECTIVOS<br />

('ApO) -que é:<br />

a) um método global de planejamenrt:o, caractJerizaido<br />

por ser um prooes1so peir-<br />

1<br />

1manient1e, S'i.stémico, voltado p1aira o futuro,<br />

v.i1s:ando a tomadia de deoisão, com<br />

a füna Hdade de s·e.l1e1ooionia r en~re a lte1rnativas<br />

Várii·as um curso de acção, alocar<br />

Jiecursos humanos e m1ate·11i1a1i:s e<br />

'<br />

:coordenar aot1iv1idades no sient.ido da<br />

1real1ização dos prioipósitos des ie·~ados de<br />

man1ei1ria e·fioaz;<br />

b) e avaliação, que cons-~ste na compa1raçã10<br />

ent11e o planej.a:do .e o ex1ecutado-;<br />

e) baseado em factores quantitativo.s, rn·ens<br />

uirando obj1ectivos de forma diirecta ou<br />

de forma indi1recta, 1atJravés de· 1indicadores;<br />

d) pelo qual ·superiores e subordinados ele~<br />

gem áreas p1rioritárias, por duas razões<br />

bás·i'Cas.<br />

- a partiioiipa ção de todos g1e ra a<br />


ções-ch:aiv1e n1a estrutura ;argianiz:aoional da empre-<br />

1SS·a. O 1mode·lo neroes1s1i1tJa cuidados pie-rmanientes<br />

1e oonúnuados. Estes cuidados devem valorizar<br />

1não ·só o subsistema técnico - ou seja aiquel1e<br />

que se· refiere a fixação de obj1ectivos, quanti·fi.cação<br />

das metas, estabel·ecimento de datas-·liimite,<br />

e s·i·stemas de controlo e aval iação - como e<br />

1<br />

principalmente, o subsistema social. 6ste último<br />

enfat·iza as pessoas e· grupos, bem como suas relações<br />

e· valoriza os oondi1cionantes do comportamento<br />

de cada indivíduo part:ici.pante· do prooesso,<br />

1<br />

1aissi.m como os prooes.sos de deoi1sã1 0, 001munioação<br />

1e partioipação.<br />

4. O MODELO GERENCiAL DA Apü EM UMA<br />

INSTITUIÇÃO HOSPITALAR<br />

4.1. Introdução<br />

O miode·lo .gier·enoial bás,ico da ApiO, adaptado<br />

às oairacterí1sticas p1ecul1iaires da 1institui·ção, fo:i<br />

·implantado e 1está em desenv1olv1im1ento há 24<br />

meses, no Hospital Matenno-lnrfianti.I P11es1idente<br />

V:argas (Porto Al,e.gre), único hospit!a1l próprio do<br />

INAMPS no EsMdo dlo Riio Grande< do Sul.<br />

O Hospi·tal P re1s1iiden te V a rg1a:s ·i niciiio u 1se u f u.n -<br />

34<br />

OXViiAL,Li>A.<br />

.oionamento 1em Janeko de 1953 oom a oarac.terística<br />

de Hospi:tal Ger:al, siendo adm1inistrado pelo<br />

·então Instituto de Aposentador.ia 1e P·ensões dos<br />

Empregados 1em Trans.portie' de Car·g1a ( IAPETEC).<br />

Com a fusão dos 1aintiigos insititutos de 1apo­<br />

·S·entado1riia 1e pensõ1e,s no Instituto Naciional e pensões<br />

no lnsti·tuto Nacional de Priev1idência Soda1l<br />

( INPS) o Hosp1ital, ·conti:nuiando oom suas c.airacte'físti1oais<br />

bás1i 1 cas, p1assou 'ª prestar .atendim1entJo<br />

ambulat0ini1al 1e de internação à popul1ação segurada<br />

e riespecti·vos dependeint·eis da .Previ1dênC'ia<br />

Social.<br />

Entretanto, já em ·início de 1978, época em<br />

que process:ou-.s·e uma re1organizaçãio ·instiituc:ional<br />

dlos organismos v1incul1ados ao M1inii·stério da<br />

Previdênoiia e Ass1istênoi1a. Sooi1ail, 'ª adm1inis:1Jração<br />

reg.ional do PRÊ-l:NAM.PS oonstituiu grupo de trabalho<br />

para 1estudair a vfabil1iidlade e oportunidade<br />

de mi0difioair-s1e a f.inailidade do ,atendim;ento p11eistado<br />

pel10 ,estabeleoi1me1nto hospitialar.<br />

Atnavés das conolusôes estabeleddas pe·lo<br />

1<br />

ref.eniido grurpo de trabalho - oonstituído p;el·a<br />

Portania n.º SRRS/984, de 02/01 /1978 - o hospital<br />

pasisou ofioiailm1ente ·a ipnestar ateindimento à<br />

popul·ação materno-,infantil, qUie constitui ceroa<br />

de 70 % do oont1ing1ent·e s1e1gurado· da Prev1idênoia<br />

Soc:iail Br:asile·ir.a.<br />

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Consentâneo com as novias fiinal.idades foraim<br />

~ i1ntroduz·idas profundas modifücaçõ1es que consistiam<br />

em supr:imir ou 1rieduz 1 ir al19.uins s1eN1i·ços c:uja<br />

·impo.rtânoi1a eira. s1e:cundárii1a e1m fiaoe dos novos<br />

i0bj1e-oivios e C·riar e de1senv1olv1eir S·erviços dli!reta­<br />

·m·ente Viinculados :aio prog1riama m1aterno-;iinf.ainti1l<br />

ou destinados ia seu apoio.<br />

. A proposta: subjaoentie à noVla estrutura fi1xava,<br />

1então, oomo final!idade do Hosp1irta>I, a p1restação<br />

de assistência integral1 à clientela Materno-Infantil.<br />

Adqu:i·rindo a dleno·min:ação 1atual de Hospi·tal<br />

·Materno-·lnfanti:I Prie.sidente V1argais, oonoentram ..<br />

-se ,ativ•idades p1ri1orii.tari1amente voltada1s :ao a.tendim1ento<br />

da mulher 1em1 períodb rieprodu1Ji1vo, ·e1sp·e·­<br />

da1lmente da g;esta·nte .e da cri1ança, com ênfa·s'e<br />

ao Alto 1R1isoo.<br />

A capacidade operacional iatu:ail do Hospital<br />

e de 239 lieitos hospi·tal.aires e 75 leitio.s de 1apoio,<br />

·oaracte·r:izando-s·e comio Ho·sip1ital de Griande Porte.<br />

A estrutura 'ambulatoni.ail di.spõ1e de 36 consultórios<br />

médi1cos 1para atiendi:mento nas ·espeoial:i:­<br />

dades e·s'tratég,ic:a:s de Obste·t:ríc·ia, Pediatria e<br />

Gineco:log·ia ei ainda, das . C.líni.cas de Apoio e 4<br />

consultórios odontológic:os 4 •<br />

4.2.. Situação Vig,ente<br />

Assumindo s·uas .funções em Outubro de<br />

1979 a nova D·i·reção do Hospital Matierno-lnfant·i·I<br />

Pr1e1s1idente Va1rgas di1agnosticou, prel1i!mina:rmeri.te,<br />

1ail,gumas diíficu,ldade·s e obstáculos ~ue ·sie .antepunham<br />

aio seu trabalho. Entre essies, foriam ·identificados<br />

como riel.eViantes:<br />

- ausência de um prooesso c1ons1oi·ente e ra­<br />

Ctional de plane1jam1ent10;<br />

· - ênf.as,e· na: «admini,stração por cnise· ou ·por<br />

i1mpulso »;<br />

- di·sfunçõ-es no biinóm1io cent1ral1iz1ação/ descentral1iz1ação<br />

comi. ·repercussôes importantes no<br />

desempe·nho da organi~zação;<br />

- oonfHtos 1e antagonismo 1entre :as ati1V1iidades-fim<br />

1e ativi·dades-m1eio do Hospi.tal;<br />

- ,exces·siva «formalização» e burooriatiização<br />

de p1apéi1s dos detentores de funçõ1es g1erenciais;<br />

- ·ine~istêilci1a die 1ob}etfrvos org 1ani 1 zaoiona ~is<br />

expressos pr:opiiciando a predo:minânoi;a dos obj 1 e­<br />

ti,vios indiviiduai1s ma oonidução do prooesso deoisório;<br />

- ·1ausênoia de C'lii1ma organ•i,zaioional 'ª de mo~iv1ação<br />

favorável a .proaes.sos ide mudança 2 •<br />

·ldentifioadas essas sH~uaçõés e ultr.apassado<br />

um período 1inioi1al de normaliz.ação, a Di1re.cção<br />

passou a .investir sieus esforços na busoa de<br />

'.i,mplem1e:ntação de uma· Admin1istraçã10 Hospital1ar<br />

Oi1entrniica. Pà1ria ·es1sa final,idade decidiu pelo desenvolvi1mento<br />

de um SISTEMA INTEGRADO DE<br />

PLANEJAMENTO. (SIP), uti1liz1ando para sua 1imiplanta1çã10<br />

ia m·etodol,ogia da Ap10.<br />

Isto ocorreu em Agosto de 1980 e a D1i·rieção<br />

estiava plenamiente oonscientJe de que:<br />

1 - Q. p·lanejamentio é um processo s'istémi1co,<br />

1 interactivo, di1nâmico e flexível, devendo ser<br />

continuamente aoomipanhado ipara perm·i;tJi1r os<br />

ajustamentos e 001rreções neoes·sáriios;<br />

2 - O pr:ocesso de pl1aniej1am1entio somente poderia<br />

s'er 1i1miplantado na 1 m1edida em que tJodos<br />

os funoiioná1r:ios; espeoiia:lm1ente os detentores de<br />

funções gerenci1ai·s, 1as1sum1i1s·sem um1 papel de riesiponsabiHdade<br />

nio iesforço· quie, lhe'S. sier.ia 1ex·ig1ido<br />

ra uma at·itude proativ1a oom1 rielação às medidas<br />

.que 1advFni1am com a 1i·m:pl,antaçã10 do s·i1stlema;<br />

3 - O sucess10 do s1istema dependeri1a funda­<br />

,m1entalm1ente das pessoas e nã:o s:implresim·ente<br />

de . técnicas ou modelos;<br />

4 - O prooes1so de planejamen~o aperfieiçoair­<br />

-'S1e·-.ia oom o tempo, não. sendo razoável esperiar-s1e<br />

de ·imedi1arro, respostas


dados ·indi·sipensáviel à de~i1 n1i :ção dos objetliivos­<br />

.. ens1aio, os quai.s, oonfro:ntados oom ais 1est11atég·ias<br />

di1sponívei·s, 1nesultarã10 em obj1etJtvios definidos<br />

que, por sua vez, validados e ajuis.ta,dbs. à<br />

estrutura 1organ1iz1aciional nos darão· as ·m1etas quantif.ioadas.<br />

·Estas 1servirã·o para o ·estlaibel1ecimento<br />

de planos que, ooliocados em1 açã10· e exiec:utados,<br />

nos darão os 1p11odutJos. ~inaii1s que nealmiente tnteriessam<br />

à org1aniização.<br />

O modelo foi ·ooncebido· ·para c:Jles1enviol1vier-se<br />

em se~s 6 g·rande.s fases, cada quial -compreendendo<br />

uma sér.ie de etapas, de comp1l ex1i:dade<br />

1<br />

vani·áViel, ·através dais quais s·e objietivo.u:<br />

Fase 1 -<br />

Desenvol.vimento de Habilidades<br />

Nes.ta fas·e busoou-se ieaipaoitair os deTentores<br />

de pos 1 ições ge-rencfa·is no hospital, nas técn1ica 1 s<br />

e mode.lo do pl1anej1amento. A ·~inal 1idade ·era. de­<br />

·Senviolver ·em cada um hiabi.i.i'dades pana negociação<br />

quando surg·issiem: os naturai•s confl:itos entre<br />

Pessoas<br />

Desenvolvimento<br />

de Habilidades ·<br />

Orientação<br />

Políticas<br />

PROCESSAl\1ENTO DE PLANEJAMENTO INTEGRADO<br />

1 nformações<br />

Ambiente<br />

Externo/lntern<br />

as diviers1a1s ,área·s que oompõem o compl1e.xo<br />

1organizacional, consioi1entiiz1ação do papel que de­<br />

·viefiiia.m dese:mpenhar e obt1enção do efe~iv·o com­<br />

·prom1eti1mento na ~implantação do ·sistema. Objeti:vou-s·e,<br />

também, ool1etJa1r as pr.ime1irais 1i;nformações<br />

e oontriiibuições à fior.muliação das poli1tJic:ais<br />

36<br />

"<br />

Modelo Simplificado<br />

· Proposições<br />

Participação de<br />

Compatibilização<br />

Participação dos<br />

Diversos Níveis<br />

"FEEDBACK"<br />

do hosip:ital, através de um1a anáHse criiterio1sa<br />

sobne os prinoiipa1i1s pontos forteis e ~racos do<br />

·mies·mo.<br />

Esse desenvolv·im1ento· de hiabi.l1idades constou<br />

da ·re.ail:i,zação de 3 (três) enoontros, 1s1endo o pni1-<br />

m1eirio de 12 hio•ras., rieuin:indo a Diireçã10 ;e as pr.inieipa1i.s<br />

ohe1fias de servii:çios~ Neste iprim1ei1ro encontr.o<br />

redim1ensioniou-is1e 'e repos:ioi·onou ... s·e a conoep.ção<br />

s1obr:e o ·çjes•e;mpenho da funçã10 gerenoi1al,<br />

1<br />

bem oomio des1eniviol•vieu-:se ·entre os pairti'Oipantes<br />

uima unidade de, ·liing.uag,em, per:m1it:indo · um1a. an·á­<br />

;l1ise orítica siobre os aspectos téoniicos 1e oiperaoionais<br />

do m:0dlel10. ·Os dem1a1i:s 1einoont'fos, .com<br />

1<br />

1<br />

duração de 24 horas cada um., .reunin:dO as chefüas<br />

:i'nter.m1ediá·rias ·e operiacioniai1s das á1reas-fim<br />

('médica 'e técn.ioa) e de apoio (adm1in1i1stra.tivo).<br />

,fonam obtidos, nes•s1a fase, pr:inoipalmente, a<br />

aoeitação e o oomipro·meti·mento de todos, no.<br />

·S 1 entiiido de uniirem. sieus esrorços na consie·cução<br />

de um ·mesimo obj.etivio.<br />

Decisões<br />

Direção<br />

Superior<br />

Operacionalização<br />

N í-<br />

veis Operaci na1s<br />

iPa nalel-am1enrte e s t1;.m u.I O ·U -s.1e a'S ohef!i1as a<br />

aimrpl1iare·m ·seus conheciimentos 1e des1envolve·­<br />

·f1e.m iat·itudes e h 1 abiliicfades 1espiecí·f.ioas através<br />

do treinamento 1ern . cursos de longa dur.ação em<br />

Administração Hosp1itailar, ef·etiv1ado por ·inistituii:­<br />

ções u.n:ivers.i1tánias, de saiúdie e p1rofii·ss1ion1ai·s no<br />

Estado.<br />

Fasie 2 -<br />

Formulação de Políticas<br />

Em decorrên-c:ia · das contábuiições obtidas na<br />

fa.sie an1!e1nior, 1somada1s às oonoep·ções e -i:nformações<br />

de níve·I esitratég1iie10, ia D'i-f;ecçã·o do Hospirt:al<br />

Materno lnfanti1l P1riesidente V1arg1as ·identifioou<br />

as áreas-chave, nas qu.a1i·s os 1esforços de 1 ve.­<br />

·ni1am ·ser conoentriados, no exercí1oi10 de 1981.<br />

1Estias foram as árieas consideradas priioritá-<br />

·ri1as:<br />

1 - Incremento ·da Produrtividade.<br />

2 - Satisfação da tQl.ientela.<br />

3 - .Ef,iciênoia ·e des1env1ol.vim1einto dos gerentes<br />

( chefüas) .<br />

4 - 1Eficiência 1 e atliitudes dos subordrnados<br />

(·serividores) .<br />

5 - Inovação.<br />

6 - Riespons:abi1hidade púbVica.<br />

7 - 1Adequ.ação nio uso dois 1rie:cursos m 1 a1Je:11iiais<br />

·e tecniol óg 1 ioos.<br />

Dientro de cada á1rea-chave 1oons1ildle1r:aida prio-<br />

1ritária, ~oram ·estabel·ecidas polítiiicas que s1ervi1ri1a1m<br />

de o0rientação para a condução de todo o processo<br />

deoisó11i10 nos diversos níve!i'S hi 1e.rárquii~os<br />

do hospital, com a finalidade predpua de diirecionar<br />

1es:fiorços e 1recursos humanos, .m1aiteri1a1i1s,<br />

financeiros 'ª tiecnológ1ic.os, den'bro da.·s priionidades<br />

estabel 1 e'Oi das.<br />

Na fiormul:ação das ,polítioais i0btJiveram-se as<br />

1seguinte1s defünições:<br />

Afiea 1 -<br />

Produti·vidade<br />

1 - Reduziiir a 'médi1a de per.manênioi'a do·s<br />

ipacienties.<br />

2 - Aum 1 entJar a taxa de ocuipação dos ·lieitos.<br />

3 - M·e'I horiar :a 0rel1açãio· a1Jen diime n to/ força de<br />

13rabalho.<br />

4 - R1adonaHzar e 1aumenta r .a produtivii:da·de<br />

nas iativii:dades-meio e :s1erviço.s oomplementares<br />

de diag nós.tioo e terapêuti·oa.<br />

Airea 11 -<br />

Satisfação da Clientela<br />

1 - M·elhora r o atu.ail nív 1 el de quail 1 idade de<br />

1atiendim1ento.<br />

2 - l1mplantar s1istem:áti1oa1s que permita1m promover<br />

e pr.ote·ger a saúde da comun idade, com<br />

ênfase na ori•entação mate·rnio-1i1n:fia1ntil, 1estimulando<br />

o autocuidadb.<br />

3 - Ampl.i,air os serv1i1ços voltados à g1ine:eolog1i·a<br />

da ·neprodução hum1an.a..<br />

Ariea 11.1 -<br />

Eficiência e Desenvol.vimento dos<br />

Gerentes<br />

1 - 1 mplant.air si1s1Je1ma1s de 1aoompanhamento<br />

e aval.i1ação de desempenho .<br />

2 - D1es1enviolver programas pe1rmanientes de<br />

capacitação na área g1erenciaL<br />

3 - DesenvoJv,er prograimas ;jn~enoioniai 1s .e s·i·Stemátioos<br />

de troe.a de ;jnforim.ações entr,e áre1as de<br />

-at·ividade 1 •<br />

4 - Prestig1i1ar o desempenho dia função ge·­<br />

renc.i-ail 1estii1muliando a . 1 1~berdade de iniciativa ·e correspondentJe<br />

·responsabHidade.<br />

5 - Desenv:o·lvier prog.r:arna :in1le,grado de atuação<br />

da equipe mult.iprio~i1s•sional.<br />

Ariea IV -<br />

Eficiência e Atitudes dos Subordinados<br />

1 - D1es.eniviolv1er ,e •i1m:pl·em1ent·air o s·i1ste:m1a de<br />

aval.iação de desempenho.<br />

2 - Reformular a •estrutura. da atu1a:I ass;istêncta<br />

a:o sieirviido r.<br />

3 - Proporoi.onar cli·ma de segurança e tranqu'iloidade<br />

para o ·exercíoio das ati 1 viidades do S1ervido1r.<br />

4 - lnstitu1i1r s·istemática de r•ea~a.Hação da<br />

força-·trabalho ,em tiodo o Hospital.<br />

5 - Dies1envolv1e1r progriamais de tre·iinamento<br />

que vi;s1en1. à oapaoitação téc:niica ·e à 1int1egração<br />

dos servidores à org·aniz1ação, ao g.rupo e ao<br />

trabalho.<br />

6 - Es.tJimul1air programas que perim1itam a redução<br />

do absenteísm10.<br />

Area V -<br />

Inovação<br />

1 - lmplant·air um. 8~stema Integrado de P.la:-<br />

1niej1amento.<br />

2 - Instituir ia tri;agem - de paoi.enties, atr.a1Vés.<br />

da rieg·ionaUzação :e hi1erarqu1i:zação dais ações.<br />

3 - Homogene·izar condutas de di1agnóstico e<br />

terapêutica paria o s1i1stema di1ente, desenvolvendo<br />

pi.ano de ·rotin:a. para ias diversia·s a.ti·viidades.<br />

4 - Des·envolver pro 1 g ramas de '.aoo·mp1anha,.<br />

m·ento psiicossiocial à oomunidade alvo do Hospi.ta:I.<br />

5- D·esen 1 vo.l1v1er m1etodolog1i·a de 1ens1ino e<br />

pesquisa nos ca1mpos 1espec.ífioos de at uia.ção do<br />

Hospital.<br />

6 - P1riom1over estudo de di:fie·renciiação de<br />

horár.io de trabalho, oons1ide 1 r.ando .ais pecul1ia11ida·­<br />

des do Hospital.<br />

7 -Adequar a estrutura organizacional 1aos<br />

obj 1 etivos da 1a1Ji1V·idade hospitalar.<br />

8 - · R.eorg1anizar as atividades da área. de Reoursos<br />

H uima nos.<br />

37


9 - E1stabel1eoer siiistema de rieuniões ·intersetoriais.<br />

10 - lnstituoional!izar sistema de retroal 1 i1mentaçã:0<br />

1sobre a qualidade do a:tJendi.m1ento aio sistem1a<br />

diente. ·<br />

1 - · Implantar 10 Sistema Díg 1ito-Term ;~na,1 de<br />

Arquivamento.<br />

12 - P.romov1er um .sistem1a de divulgação das<br />

.atividades da lns1litU'ição, enfatizando a ca.r.ac.teríst.ica<br />

de atendimento de alto ni.sco.<br />

13 - lns1Ji.tuiir priograim1a de integ.riação e ava­<br />

·Vi;ação da prestação de serviços de 1Jerceiros.<br />

14- lnisti.tuiiir um1 .g,j.stema de orientação e<br />

1inforim1açã·o do .sistema cHente.<br />

15 - D1esenvolver parâ1metros de aival'iação do<br />

desempenho do Hospital.<br />

A·rea. VI -<br />

Responsabilidade Pública<br />

1 - lntens1if.i.car a compreensão do se.ntido<br />

:social da ati1vidade hospital.a1r para a .popuil1ação<br />

a lvio e a comunidade.<br />

2 - Auxi·l·iar na 1implantaçã10 do Si1stem1a N.acional<br />

de Saúde, ipartioipando na sens 1 ilbi1~i~ .ção<br />

da cl.i.entel1a in1terna.<br />

3 -Adequar 1as athfoiidades e füna lidades de<br />

1<br />

atuação do Hospital a10 Siiis·1Jema Naoiona.1 de<br />

Saúde.<br />

Airea VII -<br />

Recursos Materiais/Tecnológicos<br />

1 - Oiivuilgar os prooedi.m1entos e normias lielia­<br />

.ti:vas a aquii1sição de 1mat1eriial ·. ( ~perm1anen:te/consumo).<br />

2 - Comipl1etar 'ª .padrion.ização de marteri·a1i·s<br />

e equi.pamenros, provendo, iperm1a.nentem1ente, sua<br />

reavaliaçã10 ·e divulgação.<br />

3 -Am·pl.Far instal1ações fisiioas e adlequa1r as<br />

·álfeas atual1mente di1siponíviei1s.<br />

4 - A1mipl1ia r a di1s 1 pon1ibiHdade de m1aitel"iais<br />

1não-perecíviei1s ou :n ão-deteriiorávei s.<br />

5 - Padronizar aimbi 1 enrtes .p11101fis1s~onai ·s, em<br />

ipa1rticular os de priescri.ção .m.édica e de sierviços<br />

de enfermag;em.<br />

6 - Rea1Jivia.r o Fichá11ii0 Nosológ1ioo para u1:iH­<br />

Z'açã10 na pesquisa.<br />

Área VI 11 -<br />

Posição no Mercado<br />

1 - AmipViar 'ª a.tuaçã 1 0 da Sieçã10 de He.modiál1i1se<br />

do Serviço de Clíniioas de· Apoio.<br />

2 - lnce.ntivar .a ampli 1 açã10 dos Serviços Complemientares<br />

de Oiiagnóstico 1e Tieraip1êutiioa.<br />

38<br />

·. 3 -PriiVU1eg1iiair o atendimento dai día1de 1mã·e­<br />

·filho, 1est:Ji.mul1ando o al1eitamen1lo natuiral.<br />

Airea IX -<br />

Recursos Financeiros<br />

1 - R·eduzir os cursos ope·racionia1i1s, através<br />

da manutençã10 de 1rí1g·ida austeridade econômi·oa-<br />

-1financei ra. ·<br />

2-Aig·i·lizar a, 1i1mplantação do Siste1mia de<br />

Cus1Jos Hospi·tal1aries e ia:val·iar a suia :adeq'U!ação.<br />

3 - AgiFl:i 1 zair a ·~iberiação do ipag.arniento das<br />

oontas 1médi!cais e dos serviigos. contratados.<br />

4 - D1es1envi0l1vier 1 ~nstruimen't)os e pa.râ.met11os<br />

paina a 1anál1i1s.e dos custos 1e coririeçã.o dos des;v:ios.<br />

5 - Di1rig1i1r .recursos fin.anoei·ros aos s·ervi·ç.os<br />

priioliitários oom1 v1istas à ·imipl1an1Jação dais políticas<br />

do Hospirtal.<br />

Fase 3 -<br />

Informação do Ambiente Interno<br />

e Externo<br />

Nesta fas1e bus1c/Qlu-s1e constitu1i,r u1m núoleo de<br />

ti 1 nformações .sobrie a 1iealjdade orgianiz:adonal<br />


io Sl.P ~is·ando aoeilerair o a~ing 1 i1mento dos obj1etivos<br />

pers,eguidos. Pouco depois, doouimentos<br />

l 1 e9ais oni1entado1re·s e normiattizadores de diretrizes<br />

1em1anadas pelos mais .al,tos 1escalãre1s dkigentes da<br />

1 1<br />

lnsti,tuição, estiabeleoer,am cniitérios para a des-<br />

1oentrali~ação de enicairg1os e resiponsabi:l1idades nas<br />

ár1e1a. de Orçam1en1lo-P:rog1ra:ma, determinaram me·­<br />

didas de contenção de despe1s;as n:a áre1a de ass'istênda<br />

médica, es 1 tabe·l1eoe1nam 1ori.entações de prio­<br />

·nidades na pr:estação de s1e1rv1i·ços mrédiicos e<br />

1médi:co-hospitailarie·s, fiix.ara.m as e'bapas c:fio p.rooessi0<br />

de descentnal;i.zação ·e det:alhamento das<br />

despesas e onien:tainam 1as mietas fís.ica1s as1si,stiein­<br />

.oi1ai·s paira 1982. Re.feri1mo-no1s, esip1eoi,fioa1mente1,<br />

a Orde1m de Ser~iço INAM.PS n.º 5/82, de 2 de<br />

1Março de 1982 fu:ndamientada nia Portari,a M:PAS<br />

-2.645de17/09/81, na Prop1osiçãü do CONASP<br />

n.º 1 /81 - homolog1aidia 1em· 6/1 /82, pelo· M1inistro<br />

do M.PAS -1e na Riesol~ção INAMPS .º '5/82,<br />

de 16/02/82.<br />

Baseado nestas diretni~es ·e determ1inações<br />

1mas, de manie1iira muito 1e,sipecial, considerando as<br />

«Orrentaçôes Técnicas piara Programaçã10 Ass1i1stencial»<br />

constantes do Anexo 1 da supnaoitada<br />

Ordem de Servi1ço n.º 5/82 procurou, desde logo,<br />

1a Dire·ção do HM l.PV 1imipl1em1entar ,medidas de<br />

aoompanhamento, oointrole e :av:aHação - nos<br />

vári1os ní1vie·is g1ene:nciaiis do hospirtail - viSiando<br />

observar ia tendência 1rel.at:iv:aimenue ao ating,i­<br />

.mento .dos pa râ1metnos 1iidleaii1s de cobe1rtuira e de<br />

1<br />

o~i1mizaçãi0 da capacidade de produçã10 de s,erviços<br />

ass.istenoi1aiis, miOl'imente a níviel de oonsultias<br />

de saúde 1e ·internaçõ,e1s hoS1pitalares.<br />

Estas novas diire·tniz,es por e;sta1nem 1embasadais<br />

nos ·mesmos princípios e 1ori ,en~açõ ·es, val1e dizer,<br />

POUTIOAS, que já V1inha:m sendo de:senvolividas<br />

no HMIPV encontraram :imediata 1re1s1sonânc1ia e<br />

plena aceitação. dos1 diversos. estamentos ge1renoiais,<br />

1serv1inc:flo ooimo. ,estíimul10 r1ev1i191oraidor a uma<br />

m1aiior 1e ma:i·s. efet·i1va pairttioipaçã10, dos v1ar,iados<br />

1<br />

nfve'i1s funcionais no1 procesiso deci1sónio do hospttal.<br />

Por outr.o l1ado, o PLANO D1E AÇÃ,0/1982<br />

ainda ma 1 is adequado à rnaHdade, fo,i concebido<br />

1<br />

estlrate•g:icam1ent1e para reoeber 1rieajuiste1s quadri;­<br />

.mestria1is de ~orm:a a penmiti1r, ·em -nempo. h·ábi:I,<br />

a 1 identiNcação da,s: distorçõ·es, em eispeioial as·<br />

1 Causas 1 e a pairt'i1r de rentão iprioioeder 1a ações corfietivas.<br />

Piara tal foram des1en:volvidos ,inst!rum1entos de<br />

controle CU'ja val1~dadle foi· testada nia. :pirime:i1ra .a:vialiação<br />

quadrim 1 est:ral 1permi:t:1indo-:se a1jui·zar se o<br />

que se prietJendia alcançar 1estav1a Jie1a.l·m1enue sendo<br />

:aoomipa.nhiado 1e 1medido.<br />

Com tal 1estmatég:i 1 a, foi possíV1el a ,identmcação<br />

das causas das distorções, s:endo as m1esmias<br />

40<br />

dassificadas, segundo sua 1ori·gem1, ,em doi1s tipos:<br />

1ex·terna 1e interna.<br />

A·s oausa,s de onig1em 1ext:erna 'estão v1inculados<br />

1<br />

ao fatio ,ma1i1s ·maroante 9'e nossa época q.ue é a<br />

v,elocidade oom qu1e oioorne,m as mudanças s,ej:am,<br />

de 1ordem polítii0a, 1ei0onÔ'm1icai, socrial ou cultural,<br />

pois qualquer mudanç1a em um ou mais deiss·es<br />

factores ·exige1 um repos:iicionamenro e um redireiedoname·nto<br />

nos rumos das orgianizaçõ'e1s .<br />

Ais causas de or:igem ·interna podem sier v1i1sua-<br />

1lizada ,em três grandes ,grupos: as rel·ad1oniadas<br />

1oom o nível de aceitação tanto db proce:ss10., das<br />

ipolíti1cas, oom10 obje,tiv1os 1e mietas expries1s1as no<br />

Plano de Ação; 1as de orde1m funciOnal, relacionadas<br />

com a qUial1ihc:açã10 daique!l1es que são resipon­<br />

1<br />

sáiv;ei1s pela 1impl,antaçãio dlo proce,sso, 5,e1ja no<br />

âmbito de op·er:aicional1iz1ação dais técnic:as, comio<br />

do:s pl'iOoessos ·e procedlim1entois 1e, finalmente.,<br />

·aquela:s relaoioniadas oom a capacidade da organização<br />

de ipil"iov1er os me.ias tantos tecnol6gicos,<br />

c1om10 humanos 1e ,mate1rii1a1is, 1ass1im· oorno do cl.ima<br />

org:anizacional que sua Diireção for capaz de 1i1mprim:ir,<br />

·através de um maior oomprometi1mento com<br />

o ies,f.oirço de pl1aneiamiento ·e maior aut,onom1ia no<br />

processo ic:fieósório.<br />

F1inalm1ente, ao térm.inio· do p6me:iro qu1adr,i­<br />

:m1es1ttne do pre1s1ente 'exerdoi:o, f.01i. ire,a1l1iiz.ada um1a<br />

avaiHaçã10 do Pil·ano de Açã1 0 com a fiinal1idade de:<br />

- ldenficair os resultados obtido.s tanto a<br />

ní,viel gl1obail dia hosipiirtJal, oomo ao nÍ'~e1 I de cada<br />

umia das unidades que o oompõe:;<br />

- ldentifioair as causas das distorçõe,s. que<br />

porventura ooorressiem no ootej10 ,entre o p1lane.­<br />

jado 1e o real'izado;<br />

- P.romovier aç6es qu·e propi·oi·ais1s;e1m o cor.reçã10<br />

das di1stoirÇões;<br />

- Anali 1 sar, ·oritioament1e o que dev,e ser aioi101-<br />

inado, re~ormu.1.adio 1e o quie deve sier e1l1im1i1nado de<br />

forma a trans~ormar o P:liano de Açã 1 0 num1 real<br />

1instrumento d!e1 ori1entação de1 tlodoS' os e1sforço1s<br />

daquie.les que desenvolvem. suas a·cti1vidades no<br />

Hospital Materno-Infantil P 1 re,s:idente Vargas.<br />

Com base nesta av.ahaiçã,o oonistatJou-.se, de<br />

;i,mediatO', fruto de imedidas. ado·ta:das, u:ma ·ma;is<br />

ef1etiiva partioi:pação de tiodos os ní1v1eis fuincionai·s<br />

ie .g;e,rienoiais no prooess10 deoi1sóriio e um: ma1ior<br />

g1riau de i0o:mpnorn1eti1mento e respon sabi1l1idade<br />

tanto oom 1rie:l.açã10 ao processo 'OO:mo também ,<br />

ipela vida funcional do hos1pit1al.<br />

Esta postur:a é ·indicadora do alto grau de<br />

1maturidade ia.tingido pelo grupo funoional 'e o el1e­<br />

'Vlaido níve,I de aoei 1 tlação para ·Oom .as :iniciattiv1ais<br />

da D·i rieção.<br />

Para uma melhor avaliiação quantJitt'ati,va ,e qua­<br />

Htati:va dos resultados ailicançados ana.l1isou-se o<br />

periodo compreiendido pelos doi1s (2) p1rim 1efa~o.s<br />

quadri:mestr·es do cor.rente ex.erdcio oompairando-io<br />

com igual· p1eiríodo do ex1elic:íc:io ante 1 riiior -<br />

1<br />

·ass1i,m :ciomo, com ·as mietas ipnopostas.<br />

Cabe ressaltar que dO'i1s mese,s -Jane1iro e<br />

Fev1eireh~o - fia:ce as p1ecuHaridadies cultura1i1s do<br />

Riio Gnande do Sul, apires1ent am1-se· total·m 1 ente<br />

atípicos. em r:e1laçã10 aos demais.<br />

A níve·I de resultados quantitatfrvos em relação<br />

a:os 1obj1etivos estratég:icos do HMIPV foi fixado,<br />

inicial,mente, oomo aceitável uma ooi1lação no pr,i·­<br />

meiro quadr.irn1es1Jre de + 10 %, int,e·rv1alo dentro<br />

1<br />

do qual 'OS re·sultados aliciançados em ne·lação ao<br />

p:lanejado seri·am 'Oons1ide:rados pl1enamente at ing1idos.<br />

Em relação ao segundo quadr,im1estre esta<br />

vari.ação, oon1side1rada aoeitávie,I, ,e.nt1re o realizado<br />

e o pl1aniejado, de:veri·a situair-,se em um .i:nt1e:rva lo<br />

de + 5 % sendo que, ao fi.nal do ,exercício, espera-se<br />

que os riesultados a,lc.ançados, a nível de<br />

obj1etiv:os ·e1straté.g1i.cos, 1e·stiej;am dentrt0 de um interval10<br />

de + 2-3 %.<br />

O Quadro 1 fornece o comparativo a nível de<br />

Oibjet1i1vos Estr:atégicos dos r1e su1ltado1s alcançados,<br />

1<br />

nos oito priimeiros me1s:es de 1982.<br />

OUADROI<br />

A s:impl·e.s obs1ervação destes dernonst11a'bivos<br />

oo·mipirova o atingiment o dos Objetivos E,stratég:ioo·s,<br />

e,is que a var:iação peroentiual s:i:tu1a-s1e dentro<br />

dos parâmetros pr:e1viament,e estabelieoidos.<br />

Ressalte-se, entr:etanit o a nítida t1endênoia de<br />

superação da meta pl1anejada no que s 1 e ,re·f.e.re<br />

!ao número de int.ernações hospital.ares, nú m·ero<br />

de parto 1 s, núme·l'io de c irurg1ias e tax1a de ocupação<br />

hospitalar, ;mesmo sofrendo o 1impac'bo ne9ativo<br />

referente à a·t:ipioidade dos mes1es de Janeiro<br />

1e Fev'e r1e 1 iJo.<br />

Outl'iossim., é importante sal1ientar, que a meta<br />

estaibe1l1ecida 1e dada 'ª oonhece1r soment,e no mês<br />

de Março, ou ,seja quase nia metade do pe1ríodo<br />

analiis.ado, pel1a OS n.º 5/ 82, 11efe1rente a tax.a de<br />

:ocupação hospitalar em hospita1i.s iprópnios, equ'ivalentes<br />

a 85 %, toi1 atingida e superada pelo<br />

HMIPV q uie .at,ingiu 91,44 %.<br />

A média de permanência do~s p1ai0i1enbes 1inter-<br />

1<br />

1nado:s apresentou um pequeno desvio rel1ativ.amente<br />

aio planejaido devido ao fato de, no mês<br />

particularmente atípico de Fevere 1 iro, ter at1ingido<br />

uma médi·a de 7 dias.<br />

AVALIAÇÃO DOS OBJETIVOS ESTRAT~G I COS CO NSTANTES DO PLANO<br />

DE AÇÃ0/1982 DO HMIPV, JANEIRO-AGOST0/ 1982<br />

!'TEM PLANEJADO REALIZADO<br />

N


O Quadro li apres1enta al1guns indicadiof"le·s do<br />

desempenho hospital1ar P'f"lopi1ciando seja efetuada<br />

uma anál,i,se oornparatJi.va do ir,eal1i·zado, no me1smo<br />

período, nos 1ex1ercíoi1os de 1981 ,e 1982. Constata-se<br />

·em todos os ·indiicadores - 1exoetuando-s·e<br />

o da média de permanênci1a hospitalar que di!m1inuiu<br />

como era objetioo - um ,incremento s1ign1ificativo<br />

dos serViiços produzidos qu1e viari.am de<br />

8,01 % nas consultas de saúde a 65,20 % nas<br />

oi1rur9,i·ais ·e~etuatdas.<br />

Estes dados ev,idenci1arn, 1na v1erdade, uma<br />

m1aior liaci,onaHzaç.ão do iproc:ess10 laiborativio oom<br />

consequente 1aum1ento da produtivida.dle rnédli1a dos<br />

!>.erviidores poi1s os Recursos Humiainos ex1 i 1st,en~es<br />

sofreram, indus:iVie, uma dirn1inuição de 15 pes-<br />

1soas, ,equival1en1les a 1,60 % da f·orça/trablalho<br />

total, oonform1e .expl1i,citado no Quadro UI.<br />

de 72 % . A Médi1a de Permainênci1a, entre:tainto,<br />

1m.esmo .com um ,jrnipiortan1Je 8'erçá1rio de RN pa:tio-<br />

1ló9,ioos e pirem1aturios, ·mant1eve-1se dentro do parâ-<br />

1metlio ·estabelecido.<br />

Na á1rea da OBSTETRí.C.IA (Quadro VI observou-se<br />

uma pequena di·s1!orção a níve.I ambutatorial,<br />

perfei:tamente absorvfviel, de 2,39 % a menos<br />

.da mieta q~e s'e p1retendia atingir. No entanto, o<br />

.númerio de int1ern:açõ.es superou em 19,41 % o<br />

at1ing·ido em 1981, tJendo-se reia.l1izatdo a maior -<br />

,em ·11el1açã.o aio planejatdo - 128 p1artJos, que oor­<br />

•responde a um p·eroenrtuial de 12,07. O número<br />

de partos foi· 22,27 % maiior que o real1i1zado em<br />

1981. Em função des·te1s dados a Tia~a de Ocupação<br />

<strong>Hospitalar</strong> foi de 97 %, quando no ex.e1ricício<br />

aintJeriior ha~iia s 1 f.do de 84, 71 % . A rnédi1a de per-<br />

1mainênoi1a do ipartJo normail ·foi de 3,23 dias,<br />

ido1s oirurg,iôes pediátriicos pel1os Postos de As·siistênda<br />

Médlica (~AiM's) 1em .Porto Ale-gre q.uie<br />

acarretou sien sível dim1i n·u i.ção da demanda.<br />

U·m dado· que· .merece, .f"leatoe é aquele que se<br />

refie1re aio número de atenidii1mentios prestados nia<br />

Un1idade de Observação P1ediá1tri'ca. Esta unidade<br />

tem por f.in.a.liid'ade bás,iica serviir como porta de<br />

entrada natural e rexolu1siva de ·todos paoi1entes<br />

1<br />

pediátricos que aportam ao HMIPV, com ori·entação<br />

de internação ou miesmo portando guiia de<br />

hospital iz:ação.<br />

O objetivo da .equipe multidisiciip:l.inar que atu.a<br />

nesta. unidade é, util,iiz1ando toda a gama de se1rviiços<br />

diagnóstioos e te!rapêuitioos di1sipioníve+s,<br />

verificar e, ao final das primeiir:ais 24 hor.as de<br />

atJendi1mentJo, internar os casos f"leal1mernte necess·ários.<br />

Nos pr:im1e1i1ros oito mieses deste ano deir.am<br />

entrada nesta Unidade 2530 cri:ainças .da1s qua1i,s<br />

somentJe 901, correspondendo, portanto, a 35 %<br />

das Gri·anças aten.diidas, ~oram hospital1i·zadas.<br />

Ass,irn e~1 itou-s'e 1629 1interinaçôes, oorres·pon-<br />

, j<br />

dendo tecni:oam1ente a urna eooinom i.a. - se cons:iderarm1os<br />

.os cuist!Qls médios de uma ·iinternação<br />

1<br />

pediátrica no HMIPV - de Or$ 86 988.600,00-<br />

( oitenta 1e s·e1is m1i1lhões, novecentos e oitenta e<br />

oito ,e se1iscentos cruze1i,ms).<br />

Este trabalho n.a Unidade .de Observaçã 1 0 P1ediátric:a,<br />

que apres.enta uma exp1er:iêniaia oonso-1.idade<br />

de 42 meses, é ·extremam1ente importante -<br />

esipeciialm,ente para institu:içõe1s que· ·apneisentam<br />

um ·S1erviço de urgência pediátrii'ca - poirtanto<br />

poderá apresentar uima redução em 1intern.açõ·es<br />

tecnic1ament:e<br />

.<br />

e·v1i1táve·is na oride·m de 65 % .<br />

QUADRO Ili<br />

DISCRIMINAÇÃO DO QUANTITATIVO DE SERVIDORES DO HMIPV,<br />

JANE 1 RO-AGOST0/1981 a JANE IRO-AGOST0/1982<br />

QUADRO IV<br />

PER(ODO<br />

SERVIDORES PARA<br />

MÉDICOS E ADMI-<br />

NISTRATIVOS<br />

(NO ICE DE<br />

SERVIDORES/<br />

LEITO<br />

SERVIDORES<br />

MtDICOS<br />

TOTAL<br />

ANÁLISE COMPARATIVA DE ALGUNS INDICADORES DO ATENDIMENTO<br />

PEDIATRICO, JANEIRO/AGOST0-1981 e JANEIRO/AGOST0-1982<br />

1981<br />

1982<br />

725<br />

707<br />

3,03<br />

2,95<br />

210<br />

213<br />

935<br />

920<br />

INDICADOR<br />

( 1 ) (2) (3) DIF.(2-3)<br />

PLANEJADO 82 REALIZADO 81 REALIZADO 82 (%)<br />

D 1 F .(1-3)<br />

(%)<br />

DIFERENÇA<br />

(%)<br />

- 2,48<br />

+ 1,42<br />

- 1,60<br />

NC? DE CONSULTAS 100.000 82.794 78.283 - 5,44<br />

NC? DE INTERNAÇÕES 3.880 4.774 + 23,04<br />

TAXA DE OCUPAÇÃO 80 72,07 100,50 + 28,43<br />

MÉDIA DE PERMA·<br />

NÊNCIA<br />

7 6,73 6,96 + 3,42<br />

- 21,71<br />

+ 20,50<br />

-0,57<br />

A anál,ise das metas s1etori·ais das clínicas do<br />

1<br />

..<br />

HMIPV 1ev.idencia, tamlbém, a e1violuçã1 0 dos serviiços<br />

assistenciais.<br />

Os Quadros IV, V, VI ·e VII, apresentam os<br />

prrinoipais 1indi·cadores de cada uma das clí.niicas<br />

·exi 1 stentes.<br />

Assim, na PEDIATRIA veriif.ica-.s1e quie o número<br />

de consultas ambulatoria 1 i1s e 1de emergênc:ia<br />

decresceu, oomp1airatiivam1en.1Je aio exerdoio ante-<br />

1r.ior, em 5,44 %, havendo uima d!ist1oirçã10 r.e.latrv.amentie<br />

à meta pretendida em 21,71 % . l1sto ocorreu<br />

uniicament!e ·devido a ef.etiv·a dim1inuiiçã10 da<br />

demianda ·o que pode signif.icar uma 'f!1'8iior absorção<br />

e resolutividade nas unidades de saúde periféricas.<br />

O número de .i·nt1ernações ascendeu a 4.774,<br />

·sendo 23,04 % a m1aior r:elatiivamente 'ªº mesmo<br />

perí1odo no 1exercído anterior. Estes números, por<br />

·Sua v·ez, oportuniizaram que .a Taxa dle Ocuipação<br />

<strong>Hospitalar</strong> que sie pretendi.a fossie de 80 % ati:ng,isse<br />

100,50 %, quando nio m1esm10 período de<br />

1981 hav1i1a-1se cons.egu1ido urna Taxa de Ocupação<br />

,enquianto que niô parto oesáriea este índice foi de<br />

6,31 dias.<br />

Os inidi!cadore·s da GIN1EGOLOGIA (Quadro<br />

VI) também são ·S'ignii1füoa.tiivos. Eimbora siendo<br />

uma dniica relativamente rece:nte é que passou<br />

por uma profunda reoirientaçào institucionail há<br />

menos de do·ts anos, conseguiu-·sie· efectuair 804<br />

init1e 1 nnações 'e real-izar 547 ci1rurg1i;as, dados destes<br />

dentno do planej1ado. O númerio de oons.ulta1s<br />

ambu+atoriaiis e a. ·médii1a de· permanência també·m<br />

obede·ceram ao p'lanej1ado. Some,nte ;a Traxa de<br />

Ocupação <strong>Hospitalar</strong>, muiito ·e·mbona. tienha criesoido<br />

em quatro pontos peroentuaii1s quando com- ,<br />

parada ao ex1eircí!C'i10 anterior, aiiinlda não atinrgiiu o<br />

í n:dice de 80 % , que ·Se priet1e1nde mainteir.<br />

No serViiçto de GUNIOAS DE AP.010 (Quadro<br />

VM) as consultais ambulatoriais supera.ram em<br />

34, 13 % o pla.niejado 'e as cirurgfas - geliais e<br />

pe,diãtiriiJC·as - embora tenham s1ido S·ign1irfii1catiwam1enite<br />

superiores a:o real:izado em 1981, ainda nã·o<br />

atr.ng 1 i·ram os valores esperados. Este oomporta1-<br />

·mentJo é devido, prii·noiipa.l1mente, a redi.stliibuição<br />

INDICADOR<br />

QUADRO V<br />

ANALISE COMPARATIVA DE ALGUNS INDICADORES DO ATENDIMENTO OBSTfTRICO,<br />

JANE 1 RO/ AGOSTO - 1981 e JANE 1 RQ/AGOSTO - 1982<br />

(1 ) (2) (3) DIF. (2-3) DIF. (1-3)<br />

PLANEJADO 82 REALIZADO 81 REALIZADO 82 ('ir: ) (7r )<br />

N


INDICADOR<br />

QUADRO VI<br />

ANÁLISE COMPARATIVA DE ALGUNS INDICADORES DO ATENDIMENTO GINECOLÓGICO,<br />

JANEIRO/ AGOSTO - 1981 e JANEIRO/ ft.GOSÍO - 1982<br />

. ( 1 ) (2) (3) DIF. (2 -3)<br />

PLANEJADO 82 REALIZADO 81 REALIZADO 82 (7r )<br />

NC? DE CONSULTAS 30.000 21 .104 29.163 + 38,18<br />

NC? DE 1 NTEíl NAÇÕES 636 804 + 26,41<br />

NC? DE CIRURGIAS 533 406 547 + 34,72<br />

TAXA DE OCUPAÇÃO 80 56,90 61,29 + 4,39<br />

MÉDIA DE PERMA-<br />

N~NCIA<br />

INDICADOR<br />

6<br />

6,65 5,06 - 8,87<br />

QUADRO VII<br />

ANÁLISE COMPARATIVA DE ALGUNS INDICADORES DO ATENDIMENTO NO SERVIÇO<br />

DE CL(NICAS DE APOIO, JANEIRO/ AGOST0-1981 e JANEIRO/ AGOST0-1982<br />

DIF. (1-3)<br />

(%)<br />

- 2,79<br />

+ 2,63<br />

- 18,71<br />

+ 1,00<br />

(1 ) (2) (3) DIF. (2-3) D IF . (1-3)<br />

PLANEJADO 82 REALIZADO 81 REALIZADO 82 (%) (%)<br />

NC? DE CONSULTAS 30.000 35.342 40.241 + 13,86 + 34_,13<br />

NC? DE CIRURGIAS<br />

PEDIÁTRICAS<br />

667 346 454 + 31 ,21 - 31,93<br />

N.º DE CIRURGIAS<br />

GERAIS<br />

333 52 282 + 442,30 - 15,31<br />

·.<br />

Houve um aspecto, no que se ref.ere a m1etas<br />

físicas assi.st·enôaiis quie, 1ernbora a·ssaz ·importante,<br />

de·i·xou de constar, ~orrnal :mente do PLANO<br />

de AÇÃO /1982 mas que mreriecendo especiial<br />

at·enção nais recentes di1rietr;ize 1 s da Diireção Grera.1<br />

do HMltpV, veio a ser incorporado ao elenc'O de<br />

med1das priorita·riamente ·controladas no HM,IPV.<br />

R:e·fe·rrmo-nois à raoiona:Hzaçã na utiilização dos<br />

s·erviiços complementares, e 1 spec:ialmente na á·rea<br />

ambulatori·al. A.doptou-se ·como parâmetro a sugestão<br />

preconizada na OS' 05/82, com- vistais. ao<br />

aco 1 mpanhamento, controle, avaliação e adop·ção<br />

das ·eventu1ai1s medidars ·oorre:cti·vas.<br />

O Qu1a:dro VIII apres,e.nta o d!emoinstrat,ivo ·rea.I<br />

e o ·ideal da inoidênaia de exames oopipl1ementares<br />

de diagnóstricio ·e t,erapêutiico, na á·re1a e·stratégica<br />

da Patolog 1 i1a Glrn.oia.<br />

O Quadro VIII de·monstria que, conforme os<br />

ipairâmetros ideais tentatiivos - vál1irdos piaira 1982<br />

- propostro.s pela Di,reção Geral do INAMPS<br />

poderiam s·er rieal,izados 130.591 exames de Patofo·g1ia<br />

CHnica que ooliresponder·iam a um índice dte<br />

70 1 exames oomplementar.es par,a cada 100 oonsul·ta.s<br />

. No ·entanto; 1 efe·tri\flament1e fo·ram efetuados<br />

apenas 90.475 1exam1es que corresponrdlern- a uma<br />

inc'idênoia real de oe·rca de 50 exame·s a cada 100<br />

consultas, ou sej.a., 30, 70 % a menos do parâm1e·tro<br />

tixado.<br />

QUADRO IX<br />

um hospital que aten·de, p11e~e1rencial 1mem1e, gestant1e1s<br />

de Ailtjo R:isco. O oontrol1e ·efoti1v10 hrospi1ta.lair<br />

quie não era efetuado no ano anrte11i1or, 001nsti:tuiu<br />

obj.etivi0 pr.iio11itáriio dai atual Di1reção ·e dados aituia1l­<br />

·m1ente disp.oní1veii;s demonstriam quie seus valo1res<br />

estão oons1entâneios oom os parâ·metros intiernaci1onal·ment'e<br />

reconhec1idos e aicei:tos.<br />

Mas é ·ne.almente, na .avaliação dlo·s custos<br />

ope:ra.cionaii·s dos serviços hospital:ares que pode­<br />

-s,e \fler:ificar a evolução de um.a pblítiirca adm1iini1stratiiva<br />

que aliia o incr.emento dos serviços, redução<br />

de ooiosidade a níveis tecn1icament1e ace1itáviei1s<br />

a uma rí·gida e auster.a<br />

administr:a.ção dos<br />

1<br />

reoursos económi1oos-finànice'iros.<br />

O Quadro X apres,enita a 1evol.ução dos custos<br />

de alta de paaien1Je1s internados nas três clínicas<br />

·mantidas pe·lo HMl.PV, no bloc10 die· internação<br />

1<br />

ihosiprita.larr: Pedi:atr:i·a, G.ineicolog1i1a e Obstetiríci.a.<br />

Ve·rii1fi1ca-s1e que o custo médi10 da alta, inC'luindo<br />

todos os gaistiO!s inie1reinte1s aos s1e1rvi·ços hospitJalares<br />

- pe·ssoal inclus1ive médicos, material<br />

de consumo, s1e1rviço1s de manu1iençã0 próprios<br />

1<br />

1e de teroe·i!ros, oota. de depireoiiação, encargos<br />

diversos, exames oompl1em1entare·s de :di1agn6st.ico<br />

1e tJer:aipêutica ·8 medioamentos no prime1i1ro semes-<br />

1<br />

DEMONSTRATIVO DE INDICADORES QUALITATIVOS DO DESEMPENHO<br />

. HOSPITALAR, JANEIRO-AGOST0/1981 e JANEIRO-AGOST0/1982<br />

JAN-AG0/81 JAN-AG0/82 DIFERENÇA<br />

TAXA MORTALIDADE GERAL(%)<br />

1,96 2, 11 + 0,15<br />

TAXA MORTALIDADE INSTITUCIONAL(%)<br />

1, 16 1, 18 + 0,02<br />

QUADRO VIII<br />

TAXA DE CESAREA (%)<br />

30,33 31,52 + 1,13<br />

CLINICA<br />

PEDIATRIA<br />

GINECOLOGIA<br />

OBSTETR(CIA<br />

OUTRAS CL(NICAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

DEMONSTRATIVO DA INCID~NCIA REAL E IDEAL DE EXAMES DE PATOLOGIA<br />

N


·in:clus1ive, ·a mai1s re·oente d íini1ca. do hospital. No<br />

·momento em que a1-ting·i r uma taxa die· ocrupa.ção<br />

1 1<br />

semelhantie à da médi·a. do hosp·ital estJes custos<br />

1<br />

·Unitários reduz1ir-s1e-ã·o.<br />

O e1l·evado custo relativo das Unidades de<br />

1<br />

A:l·ojamento Conjunto P.edi·átrico e UTI ped:iátrica<br />

-a ma-ior em. 58 % relat.ivamente· ao custo médio<br />

1<br />

da alta do hospirta1I - explica-se pelos elev1ados<br />

gastos de uma: Unidade die Trratiamentio lnt:ens1ivo,<br />

o que ·oonstiitui--se fenómeno m~ndi 1 al, ·e o facto<br />

de que. no Alojame·nto Con1unto des1envolve.r-se<br />

MESES<br />

Uni ca -U n idaê:le<br />

QUADRO X<br />

HOSPITAL MATERNO-INFANTIL PRESIDENTE VARGAS<br />

CUSTO DA ALTA ANO: 1982<br />

de di1v1ersas áreas das C.iên.oi:às da Saúde e uma<br />

Escola de Form.ação de Aux·i1tiiar de Enferm1a1g1em,<br />

1com trinta alunos anuaii1s- e, mesmo, cons:i.derando<br />

a médi,a das remunieraçôes efotuiaidas pelo<br />

INAMPS aos se1rv 1 iços oontratados e· ciredenciadlos,<br />

podemos afinmair, com segu1rança, que os ·<br />

custos do HM,IPV estão ·enquadrados em nosssa<br />

1re 1 ail1idaide médi1co-ass1 i1s~endal.<br />

Muitos outros objetivos estratég.icos e mietas<br />

setofii·a1i.s poderiam s:er ex.aus1Ji1vam,ente anal1isados<br />

e oriticados. Entretanto, f1ixamo-inos nos mais<br />

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO<br />

·-------- ·--- ---- · -------·-·--~<br />

Pediatria Unidade<br />

de internação 60.055,00 68-368,00 33 .152,00 25.804,00 30.178,00 32 .102,00 45.610,00<br />

5. 0 andar<br />

Pediatria Aloj .<br />

---------- - --- · -----··- ·----·--- --- · -·--------<br />

Adjunto e UTI 48.780,00 62.250,00 73.753,00<br />

4. 0 andar<br />

Pediatria<br />

----··-- -----·<br />

Berçário 35.948,00 48.206,00 40.985,00<br />

9. 0 andar<br />

Ginecologia<br />

6. 0 andar<br />

Obstetrlcia<br />

49,775,00 112.676,00 54.722,00<br />

Aloj. conjunto 23.055,00 34.723,00 25.275,00<br />

7 . 0 andar<br />

Obstetrlcia<br />

Ginecologia<br />

Puerpério 27 .629,00 42.475,00 29 .879,00<br />

8. 0 andar<br />

uma experi·ênoiia 1 inédita que tem por eiSC'OpO reduzi.r<br />

as re·internaçôes hospitalares: na unidade a<br />

mãe acompanha permanentemente o filho :internado,<br />

recebendo informações e tre1iinamento de<br />

habi·Hdades e fo·r:mação de novos hábiitos a1:itudinaiis.<br />

por p.arte da equipa multidi·scipliinar de· s1aúde.<br />

6m vista da el1ev:ada qualii:dade dois serviços<br />

prestados - seme1lhante a de 1instituiçÕ'e·s universitárias<br />

já quie r1eal i·za sistemat.icam1ente açõ1es de<br />

1<br />

pesquisa e ens1ino, 1iinclu1sive mantendo oinquenta<br />

e ci:noo (55) médioos :residentes, doze (12) esrtag<br />

1üá•riios de medicina., no·v:e (9) es.tagiiários e·m<br />

1<br />

psioolog.i:a cHn1iica, doze ( 12) outros estagiári:os,<br />

46<br />

84.375,00 99 .686,00 61 .315,00 71.693,00<br />

·----------<br />

35.786,00 41.136,00 40.695,00 40.459,00<br />

49.101,00 48.043,00 49,862,00 60.697,00<br />

21.426,00 22.736,00 25.417 ,00 25.439,00<br />

29.324,00 30;.91'5.,0'0 33.513,00 32.389,00<br />

45.364,50<br />

si•gn.if.icativos oom o intuiirtJo de ~ornieoer 1s.ubisídios<br />

que embasam nossa conv:i1cção da nieicessidade<br />

dos hospita1is, em g 1 e·rail, escolherem um·a estratég1ia<br />

adequada à adm1ini·str.ação re·almentie oi1entíf.iica<br />

de S1e·us reOUlíSO·S.<br />

CONCLUSÃO<br />

1É i1nrerfutávre·I, oom base na anál 1ise dle tod0rs<br />

os dados arrolados, o aoertJo das medidas ;adotadas<br />

pela Di 1 recçã 1 0 do· Hospital M·art:ern10-,1n,f.anti:I<br />

Pre s·i denre Va rg.a s.<br />

É nossa convicção que a e·stratég1i·a adot ada,<br />

ail,iada à adequação crítica do modefo a nos·sa real·idade<br />

ins·tii·tucion1al, enfatJi1zando o comportam1ento,<br />

co-mspons1abiHdade e part•icipação - real·imentada<br />

através de um.a srist1emát,ioa avaliiação - é<br />

responsável pelo suce·s:so .aloançado.<br />

O mode1lo desiarito, para uns pode· p.airiecer fa:ntas·ioso<br />

e inadequado à estrutura das o.rg.anizações<br />

1<br />

·ho•spitalar,es e, para outros, já fami:i-ioairiizados com<br />

·a mode1rna Admiinistraição .de· Eimrpresas, por c0in.­<br />

te1r ·el·ementos de log:i1ci·dade· e aipar.ente s:impli,_<br />

d idade, iniduz1iir .a e·nros na m1e·dida ·eim que· as pe1s-<br />

1s1oas intui11em que os aconte.ci·mentos na vida .real<br />

obedecem à mesma sequênoi;a lóg.ioa.<br />

Aqueles, os adminisuradores « 1 emipí1nicos»,<br />

m an1ifie·stamos nossa plena convii·cçã 1 1 0 de que o<br />

miodel·o é perfe1itam1e:ntle adaptáv.el e p0.ssíve·I de<br />

1i1mpl:antação em hosp1i!tais de médio e g.r:a1n'de<br />

portie, 1s endo um instrumento val1ioso, para a<br />

1<br />

moc:fierniz·ação administrativa de nossos hospitais,<br />

de capacitação gerenoial de nossos di1691enites e,<br />

rprinc1~p1alm.entie, de max:imiiz·ação de resuiltaidos a<br />

custos compatíveis.<br />

No entanto, a todos, cabe ressaltar que o<br />

modelo proposto, por mais adequado que este.ja<br />

à 1 reahdade, é ·aipena1s uma moldlu:r:a concei1tual,<br />

vál,ida como ori1entação básica, mas que sof1reir.á<br />

s·emprie as naturais i 1 nfluências das miudanças,<br />

tanto internas quanto ·externas.<br />

Embora a experiênicfa. sej.a relat1ivamenite nova<br />

e rie.oent·e al·guns ens1iinamentJos bás.ioos ~or:am<br />

r·etirados e entrie e+es gostaríamos de reg . São Paulo, Pioneira, 1979. •<br />

47


A Comissão Ética nos Hospitais<br />

.Esta br.evie ref.lexão querio·-a des·aipa1ixon:aida e<br />

1obj.ectiva.<br />

Demai1s se empola o voc:abu.lário quie se fal.a<br />

do Homem e dos seus Diire·itos - ma~ à1s pal1avras<br />

ricias, co1loridas ou contundentes co.rresponde uma<br />

prática inef·icaz, aipaigada ou, o que é pior, oontradi·tóni1a.<br />

Pc&S·o o ~tair-me<br />

di·to.<br />

em oontrapnov:a do que fica<br />

Em 1955 publ·iquei U1ma l1ição a um C.urs·o l:ivire<br />

·de Ps:ioolog1ia Médiica e comeoei assim: ·<br />

«A cara.cterística maiis sa.liien1Je do acto médico,<br />

aqueil·a que em +arga medida o define e o<br />

1i sola, é a es.peciailí1ss1ima natu1r.e·za do seu objecto.<br />

1<br />

Seja qual for o ponto de vi1sta em que n1os s.i1tue-<br />

1mos, o homem doente é semprie o lug.air de convergênoia<br />

de todo·s os ge·stos que, di.recta ou<br />

indi1recta.m1ente, oondluz·e1m ao acto médioo.<br />

O exercíiaio da Medi1oina, portanto, s:itua-sie<br />

dentno de quadrio geral das re•l.ações humanas.<br />

E é por is_so que qualquer disicus1são de priobl·emais<br />

deontológiicos, quer no domíniio da prátiica<br />

díni1oa quer no campo da investi1gação oirentíif.ica,<br />

terá de ~mp1l 1 i:oar uma definiçã10 prévia da posição<br />

que se assume quanto à natureza e às características<br />

da re!ãção 1 méd!C'o-doente.<br />

Posso exempl1ificar ass1im: S'e admitíss·emos,<br />

rpor absurdo, um médico entender qure a natureza<br />

da rei.ação por ele estabel·eoiida 00im os seus doenues<br />

era· idênti'Ca à de uma re·lação die· exploração<br />

e:conóm1fica, teríamos de ace·rtar, oomro l•e.gítimas,<br />

todas as manobras conduoentes a essa mesma<br />

exploraçãio eoonómic.a, por hipótese ·absu rda, coins·ideraida<br />

f1im e natureza da ·relação médico-doent·e.<br />

Quer 1isto diiZer que se o exercíoio da Medicina<br />

é, afünal, uma particular relação que sie estabe.le.oe<br />

entlre doi1s hom·ens, el1e não poderá nunca<br />

deixar de assent.ar numa antropolog1i1a, nuim1a con­<br />

·oepção do Hom·em. Não basita oonh:eoe1r, até aos<br />

1mínimos por.menores, a lesão a1natómi'Ca e os<br />

48<br />

PROF. DANIEL SERRÃO*<br />

s·intomas clínicos de qualquer doença; é ·indis­<br />

.pensáve!I t·er um oonoeito de quem sofre essa<br />

.lesão ou VliVie essies sintomas, s:em o que· não<br />

haverá refação humana e, po ·rt·an~o, não existiirá<br />

1a.c110 médico oomo ta1I 1 .»<br />

.E1m 1960, num editorii;ail pa.ra a revii1sta dos<br />

·estudantes dai Fãcu1ild!aide de M1edic1ina voltJei1 ao<br />

tema usando e·sita l1ingiuag1em:<br />

«T:er:ei1 de l1embrar já uma noção comezinha<br />

1e elem·enta.r que, no entanto, se1rv.irá de ponto<br />

fixo em toda ·esta· conversa. E é a de que M·edidna<br />

é alg10 que ex 1 i1ste e sie ex.eirce oom· o,· úniico<br />

1<br />

f.i1m de ajudar 6 homem doient1e. Não é uma oiênoia<br />

forjada entre as p1aredes dos· laboratórios · e<br />

apl:icada depois nas diversas doenças; ne·m é uma<br />

fór;mula dedu:ziiida abstratamiente, que pe1r:m!i1ta<br />

1extraiir o· dliaignóstJiieo a p1artir dos siintomais; a<br />

Medioina é um a·cto humano ex,ercido por toda<br />

1<br />

.a pers.onarlidade de um homem, a favor de outrio.<br />

Tudo o resto é secundá.ri0, ace·ssório 2 .»<br />

0<br />

Em tempos' mais próx.i1mo1s de nov10· a1florei o<br />

nó des'ba questão e exipri1mi.-me dest:e modo:<br />

«Esfalfam-se os políticos a ·inventar um S'iistema<br />

perfe-ito, convictos como estã·o de que con-<br />

1s1eg1uir que 61s homens recu1pe1rem o ·estado de<br />

saúde é exclus1i·vamente uma questão técnii:ca e<br />

·O·rçam,ent'al. De· certo que uma 1infra-·e·struitura<br />

técnica, calda dia m~üs complex.a e ma·i:s dispendiosa,<br />

é indisipensáv.e1I pa:ra que o miédioo exerça<br />

1<br />

a sua missão (e p1ena. é que, na geneira:lii·dade dos<br />

nossos s.ervi1ços hospiita1l1aireis o equ1iip1amentio não<br />

acompan he a ev1Qlluçã·o d.ais tecno1log1i1as); mas<br />

exercer a med icina é prim1ordi·aJ1ment•e, um serviço<br />

fe ~to à pess.oa do ·ck>ente pela pessoa do<br />

* Professor Catedrático da Faculdade de Medicina<br />

do Porto, Coordenador do Conselho NaciO'nal de Deontologia<br />

Médica da Ordem dos Médicos.<br />

1<br />

A Medicina e a ~ t ica dos nossos dias - Imprensa<br />

Médica, 19(10):567-580, 1955.<br />

2<br />

A Medicina e o Público - Escola Médica, 6(3-4}:<br />

63-66, 1960.<br />

médico e tudo ma.i·s deçone daí. O hrosp1irtal, o<br />

centro de saúde, a tomogrnfia axial computoriza.da,<br />

são infra-estruturias que têm de estar ao<br />

1senviço do médioo e da deoi.são que ·e·l·e toma<br />

após esse mom1enrto, sing.uilar e psicolog1icamente<br />

niquíssim10, que é uma. pni:m·efr.a 001nsulta 3 .»<br />

O b j·e ctti v ando, a g:o ra, de for.ma la p·irdla r o que,<br />

ao longo destes anos, tentei dfrscu1rsiv1aimen.te fun-<br />

0<br />

1dam1entar direi: o hro1mem. é portador de d~reitos<br />

que o conffrguiram co1mo pessoa; n1enhum destes<br />

di;rieitos é ai:ienaido na s1i1tuaçã10 de· dloe:nça porque<br />

toda. a· int:erv.e:nçào do 1médi1cio para reconhecer<br />

e tra.t1ar a doença deconre nro uin,iverso da relação<br />

ihumain:a. O homem é sujeito - nunca objecto­<br />

·em toda .a tramitação do acto médioo.<br />

Tenho a oerteza de que, neste nosso País c01m<br />

uma longa triadição de asis1i1stência médi1oa humanizada,<br />

- S. João de D:eus é português - ninigiuié.m<br />

contesta. ·eis.ta pos1ição doutriinár1ia de respe1irto<br />

pelos di1rieitos .humanos na s1i-tuação de<br />

doença, de 1hom1em doientte.<br />

.Mas o que é que S·e passa no ooncreto, par-<br />

1Ji.oula.rmente nio caso do doente hospitait:izado?<br />

Oom cuil1pas para todos nós - médioos, enfer­<br />

·me1iros., técniioos ·e aidm1ini1striativos - p1as:sa-1s·e<br />

uma negação to1tal dos _dirtie·i1tos hum·a.nos à pessoa<br />

do doenit·e - hom1em, mulher ·ou criança.<br />

O Cama 7 da Sal.a 8 não é niing1uéim. Ele sofre<br />

... ,<br />

..<br />

aioompanhado de três, S·ete o.u vinte out1ros anónimos<br />

so~redore 1 s; as suras le•sões sã10 ex1ibidas<br />

aos alunos e aos ·internos, irepetiida.men1tJe; o seu<br />

caso é discutido em voz a:lta nos cornedores; a<br />

sua biogr.afüa é l·ida por q ualque:r um, a.s suas<br />

anál.is·es constam cfle um pr.ocesso a que ele própnio<br />

tem ac.esso nas hroras mortas do füim de<br />

tarde. Operaram-no mas quando tev.e a.lta não<br />

sahe que órgãos lhe· extraíratn nem niinguém o<br />

1iinformou anties da in1lervenção. A ter:aipêu11i1ca que<br />

e.stá a s-e9ui1r torna-o defünit·iva ou tempora.r·iam1ente<br />

estéril, mias ninguém lihe falou disso. O<br />

mledicamenro novo que toma é parte de um<br />

·ensario terapêutiicio mas não lhe foram ·exp1lii·oadlos<br />

'OS nirscos nem pedida uima auto11i1z.ação escnirta.<br />

Quando piorou não teve o conforto do m1i1rnistro<br />

da sua re·Vig'ião que, por excepção, não em o catol1ioismo.<br />

Era oniança .e viu-se separaldo dos seus<br />

pais, l1i1g·ado a uma máquina, picado vá1nias vezes<br />

ao di.a por de·sconhteoidos, a·l1im1entado com impaciência<br />

e abandonado toda. a no1irt!e· na esouirii1dão<br />

·e no s1i.lêncio. Era uma adolescentie f.e1liz mas<br />

terem-1lhe amputado uma p·ern:a sem urn,a pia.lavra<br />

iprévi.a, f.az-llhe desejar a morte oomo sol·ução<br />

para a angúist1ia virtal. ..<br />

1981.<br />

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49


Poderia conuinuar, mas não acho neoessário.<br />

Os louoos nào são já acornentados e chicoteados<br />

nos hosipi:tais oom10 ,eram nos tempos die João<br />

·Oidaide, 1m1as o Hospital de hoje, em espeoial o<br />

Grande Hosipita1I Central, está long,e de s,eir um<br />

~ocal onde os direirtos humanos sejam 1integrnlmente<br />

nespeitados..<br />

Que poderemos fazer?<br />

.Como se nã·o trata de direitos p1os1itivos, coidifücados<br />

na l1e·tJra da Lei e ·ex,i:gíveis nos triibunais,<br />

füca-nos o r,ecurso à É"tica, fiundam1ent1ada, numa<br />

a~iolog 1ia de val,iidaide universal (ipeilo .meno1s no<br />

un:iV:erso de 1 ~nfliuência júdeo-cristã).<br />

A ,minha proposta é s1i1mples.<br />

Importância da Motivação no<br />

Pré-Operatório como factor de<br />

recuperação no Pós-Operatório*<br />

JORGE MANUEL GONÇALVES RODRIGUES**<br />

Que se oonstituaim, p·elo menos n1os g1rande·s<br />

Hiosipitais Centrais, Comissões de . ÉtJica, constituídas<br />

por hom·ens e murl1heres de ca1rácteir ínite­<br />

·g1ro, iiéts a um código claro de -..nailore,s ·e dir.e·itos<br />

humanos; Com1i1ssões dle ÉtJi:ca sem1 nenhum poder<br />

leg·al - mas comi o i1menso poder mora1I de fazer:em<br />

reoom1endaçõ·es ·em nom1e do Homem e da<br />

sua di,gn:idaide essencial de ser l1irvrre e i1ntJeligente.<br />

Às Comiss6es de Étfrca dos Hrospi·tais tJerão<br />

de pedi:r-se pareoer.es siobne asipec.tos concretos<br />

da viida do homem doenrte internado no Ho:sipital<br />

e sobre atJituides de terapêutica médica e oirúr­<br />

.gii'Ca (por exemrpilo, .experiências de farm!acol,ogia<br />

,clíniiiea, terapêutica de aho ri1sco, m1eios ·extraordinários<br />

de manutenção da Vliida, restrições terapêutiicas<br />

oom m1otirvação rel.i ·g 1 i~osa, ,i:nteirve:nções<br />

sobre a fecundidade, etc.). Mas dre,las esperamos,<br />

oontiadam1enite, que sejam a consoi!ênc:ia ,miora:I<br />

da instituição hospitalar, ajudando-nos a todos,<br />

médioos, enferm,e:iiros, técniioos e adlmini1strati:-..nos,<br />

'ª contribuirmos para a humanização dO Hospital.<br />

-<br />

Na. exposição de des1enihos feirtos por cnianças<br />

sobre o tema «·0 Hosipitail», organ1i,zada pelo cirurgiã10-pedi1a.tra<br />

Dr. José Manuel Pavão na Secção<br />

Reg;i:onaI do Norte da Ordem -dios Médicos, tive<br />

1<br />

o desgos•to de venifiircar que muitas orianças desenhairam<br />

o hospital com g1rndes nas janelas, sim­<br />

1<br />

bol1izando o hospital-prisão.<br />

Às Gom1i1ssõ,es de É·tica - 1se tiiverm:os a oo·ra­<br />

·gem de as criair- vari· caber a tarefa ·g.ig1anrtesca<br />

de consegUii1r que as cr:•anças não ·mai1s C'0 1 l·oque,m<br />

grades nas janelas hospital·aries e q.ue, para a<br />

comuni:darde social qure o Hospitail s,erve, este não<br />

seja UJm l·ugar onde há «choros ,e range1r de<br />

denteis» 1mas~ uma grande ,instlirtuição ronde $ e<br />

1<br />

pode, tantas vez,es, ·readqui 'r~r a saúde e a alegria<br />

de viiiver, e onde se pode, também sofrer e mor:re,r<br />

- mas sem que, em. n;enhurm momento, a di,gnidarde<br />

essenoi.a1I da pessoa hum,ana s1eja esquec.ida<br />

1<br />

ou .perdida para o hom,em ck>·ente.<br />

•<br />

INTRODUÇÃO<br />

O do.ente quando entra no hoop1ital, sejam<br />

quais forem as causa.s, fica aipreens1iivo, não só<br />

em 1relação à doença ,mais a todo um nrorvro<br />

ambiente que ·encontra.<br />

Todo o traba1lhador do Hospi1tal, miais princi'­<br />

ipal1mente o En.fermeiiro, deve proporC!ionar aio<br />

utent,e o ·melhor a:oolhii·mrento. Se o f iz,erm10'S,<br />

1<br />

estamos a actuar com finaHdades, te-rapêurti·ca:s.;<br />

1i:sto é, ouv:indo-s·e e aceitando ais suas queixas,<br />

ao mesm1 0 tempo que o encorajamos; nã·o só a<br />

confiar nas suas poss1ibH1i1dades, m1a1s também no<br />

nio novo mundo que o rode.ia.<br />

N1esta pri1meira entJrevi:sta, o do ente está<br />

essenioialmente motivado para falair no s1eu diagnóstico<br />

1e ou prognóstico. Quer tirar muitas<br />

dúvidas para di:minu1i;r a sua ans,iedade, priinoiipalmentie<br />

.aque.las que, por vários motiivos o oi,rurg;iã·o<br />

nã10 abordou. Toda a in.forima_ção dev.e s·er<br />

1pautada pelra 1 objecti1~idade, não dando mairge·m<br />

a informação contraditória no triângul·o Médico-<br />

. -Doente... Enfermeiro. Nas siituaçÕ·es aimbígua.s ou<br />

del1iica das é pref erív,el que o Enfermei r.o diga: -<br />

é me·lihor o s1enhor tJi1ra-r essais dúv;ida.s com o s;eu<br />

m.édioo.<br />

Nã10 podemos ter a pretensão que o doente<br />

~ique tranquHo de u1ma ve·z paira todas. Gradual-<br />

1m·ente devemos tranqu:•liizá-10 pois a nossa complíeensão<br />

e aceitação são factores que reforçam<br />

a autoconfi1ança. e auto-1se,giurrança oomo também<br />

1em toda a equipe.<br />

ANSIEDADE E PERSONALIDADE<br />

Todos n·ós técni,oos de saúde já observámos<br />

que cada pes·so,a ag·e de modo diferente 1e'm relação<br />

a determ1inada situação. Há pe,ss.oas que<br />

fiicam r.elativamente calmas quando rec,ebem um,a<br />

notíoi1a desagradável, enquanto out,ras pode·m<br />

1m1esmo entrar em pânioo ou depiressão.<br />

Como a ansi·edade é uma caracterí,s1tica de<br />

personal1i:da.de, alguns autores vêm a ansi,edade<br />

deter:m1i1nada g·eneti1c:amente, enquanto, o .u t r os<br />

com1 0 fazendo parte do seu reporitóri'O ma:I adapt.a,­<br />

ti.vo a ·experiênoi1ais prévi1as.<br />

Um dos autores quie mel1hor estudou a personal-idade<br />

foi EYSENCK, através do s,eu modelo<br />

de person1aHdaide bas,eado nas dli,m1ensões EXTRO­<br />

V·ERS'Ã:O-INTROViERSÃO .e N°EUHOTICISM0-1ES­<br />

T AB 1 LI DADE ele 1ch:egou a concliusões i:mportantes.<br />

.P.ara este aurtor «10 factor N,EURrQTICISM0-<br />

-6STABILID1AD1E ·está 1iintii1miamente rell.aoionado<br />

oom o grau de l1abi1'idade do s·istema N·ERVOSO<br />

AUTóN·OMO e, o factor EXTHOVERSÃO-INTRO-.<br />

VERSÃO oom o grau de excitação - ,i:nribrção do<br />

·Sistema NERVOSO-CENTRAL. Amibos 0S factores<br />

1 1<br />

são detierm1inados g~netiicam 1ente.<br />

A relação entre estes do~s sist,emias ( S.N.A.<br />

e S. N .C.) é concerteza mediada pel·a fo,rma·ção<br />

retii:oular a.scendent.e 1 ».<br />

1<br />

Oom 1 0 se dis1se aniterii-orimente a ans1i1edaide é<br />

v:ista po:r alguns autores como fazendo p1arme do<br />

tipo de exiperiênoias negativas adaiptarti1vas (.aiprendli~ag<br />

.em social) que influenioiaram a p1ersonarl1idade<br />

das pessoas. Eysenck não nega a inrflruênc-ia que<br />

o modelo psicológ·ioo lhe atJ~ibu 1 i. «é diífídrl ,saber<br />

qual dos doiis faicto:ries (g1enético - 1meio ambienrte)<br />

é •m1ats 1imiporta nte 1 •<br />

De acordo, com esta te,oni1a os Introvertidos<br />

1<br />

com altos níveis de Neuriotioi,smo, allém da actiiiv,idade<br />

oontiicail a~ivaim também o S.N.A. dando<br />

1<br />

g ra nide nú m:ero de res1postas a.n siosas condicionando<br />

o 001miportamento a .essas s·ituaçõe~ ou<br />

1estímu1los ansiogénicos 2 •<br />

* Comunicação a.presentada nas primeiras jornadas<br />

de Enfermag 1 em em Viseu, 26/27 /28 de Abril de 19S4.<br />

** Psicólogo Clínico, Membro da Assodação de Psicoteirap,ia<br />

:Comportamental, Docente da Escola, de · Enfermagem<br />

de Viseu.<br />

51


«Esta se!ria a base para aqui·lo 'a quie chamou<br />

de ans1iedade oonidlicionada que pode!ni1a conresiponder<br />

à chamada ans1i·edade psíqUiiica de outros<br />

autores como Hamilton e Buss 2 ». As pessoas<br />

com ·estes traços de p.eirsonal.idade estã'O pnedispostas<br />

aos vári.os tipos de N1EUROSES.<br />

No extrovert·ido oom nívei1s el·evados de N.eu­<br />

·rotiioismo, porque os siistemais sã.o diferentes há<br />

uim nível baixo de activação cortical, mias g1rainidle<br />

.activação do S.N.A. f.azendo· com que· os comporta,m.entos<br />

ans·iosos tenham uma tradução<br />

1essendailm1ente somáti·ca, como seja.m: as úlceras<br />

du:odena1i1s, c o 1l ,i 1 te s e, p1oss.iviel·mente algum 1 a.s<br />

doenças cairdi:ovaisculares.<br />

O DOENTE E AS SUAS CRISES<br />

Vimos como ca:da pessoa arg1e às dirfeirente•s<br />

s·ituações e estímutos, é dev.i·do à sua personalidade<br />

e ta1mbém a uma certa. psicopatofog1ia sub­<br />

. j1aioe.nte.<br />

Os estudos de Hi:l·I ( 58-65) V1i1era;m1 pôr em<br />

·evidênc.ia que as crises têm furndarnrentalmente<br />

duas .cau1sas .di1s:tiintas 3 :<br />

1. Experiênci1as traumáticas externas ( gue.rr.a,<br />

acidentes, peirseguições) que torn·am o<br />

·grupo, p1r.incipal.mente a fa,m-H:i·a, mais coe·so<br />

·e os laços af.ec.tivos m·ais fortes.<br />

2. Expe1rii.ênoias traumáti·oas inte1rnas (.ailcoo­<br />

.lis!mo, droga, prostituição) que abal.am a<br />

1estruitura do grupo oonoor1r•endo para a<br />

su1a s·eparação ·e destrUiição.<br />

A doença, e, concretamente o actio ci1rúrg·i1co<br />

são factores desencadeantes .. de orii1ses.<br />

·COMO MOTIVAR O DOiENTE PARA<br />

A INTrERVENÇÃO CIRÚRGICA<br />

Depoi·s de sabermos como os mecanismos da<br />

crise actuam, oomo podemos nós t!écniicos de<br />

1saúde, ajudar estas pessoas em or:ise·, mais p1Jiincipal1mente<br />

o doente que vai ser subme·ti·do ai<br />

determinada cirurg1i·a?<br />

1 . A prii 1 meira condição é sabe1rmos ouviir com<br />

interesse as fantasias e recei·os do doente.<br />

2. Respondermos com objectividade às suas<br />

dúv.idas e 1intenrogações.<br />

3. lnspirarimos confiança ·e 1 m si e na .equipa.<br />

4. U'biHzar uma Hnguag·em simples e .aoessível<br />

às possibil1i·dades soci1ocu1lturai'S do doente.<br />

5. Dentr.o do possível apo:i1ar as nossas pia.lavras<br />

com ex.emplos práticos.<br />

Tudo isto é muito siimples 4 'ª quando be,m<br />

feito, é de um. ·eno1rm1e viailor terapêutico, que é<br />

como quem di·z, ·estaimos a aumentar a caipaoidadie<br />

« in·se·i:ght», motivando 1 o do-e·nte1 para o acto<br />

Oi:fÚ rg 1 i1CO.<br />

Num1a segunda fa s·e:<br />

1. M-otJi.va-se ·o doente para o• acto ai:rúrgiico<br />

mos'brandio ais suais vairntagens;<br />

2. ·M1otliva-s·e 'º doente par.a o acto oirúrg·ico<br />

ipermiitinido ·e encorajando o diáfogo co1m<br />

outros doentes no seu pós-operiatório;<br />

3. Moti1va-s1e o doente par.a o a:cto cirúrg1i.co,<br />

dando-1l1he possibi1l1i dades de· estar o ma1ior<br />

1<br />

tiempo pos·sívie1I oom a famíl'ia dado que<br />

esta, em pri1ndpi!O fundona c 'O m o um<br />

grupo e o e s o e pode dar-1lih e suportes<br />

af.ectivos que não e·S'tão ao a1lcainoe do<br />

médi~co e/ou ido enf.er.m1e iro.<br />

1<br />

Em muitas s1i1tuações é a. p:rópr;ia. fa mHia que<br />

iprecis'ai tanta ou mais ajuda ps1icológ.i.oa do que<br />

o doente· princ:ipa1lrn1ente quando o .membro ocupa<br />

um ·lugar importante na conste,lação famiHar.<br />

São os ifilhos üni·cos.<br />

São as ·intervençôes ci1rúrg1icas de a:ltJos riscos<br />

de fracasso.<br />

O grupo f.am1iMar depende econom1i1oamenite do<br />

;membro üpe r.ado.<br />

Estas fa,mHi1as precisam de uma ajuda. ipsiie0iló­<br />

·g1i·ca ,e nós téc:nioos de saúde devemos estar a.tentos<br />

para. deS'p1istairmos ·estas situiações.<br />

Nào é a p·rimefra vez que nos aperc,ebemo:s<br />

que é ·O própnio doente a ajudar a famíil!i>a, di·zendo<br />

que se vão embora sosseg1aidios porque tudo vai<br />

correr bem. P·ara que estas S'iitu:a.ções s·e dêm,<br />

:houve conce!rt·e·za a1·g1uma f.ailha na 1e1qu1iipie de<br />

:saúde. Não soubemos auscultar e .resoilivier as<br />

inecesS'iida:des da f.amí1l1ia e esta •em vez de ser um<br />

.meio ·apaziguador e motiiivador paira o doente. foi<br />

antes, ·maiis um prioblernia que juntou e posisive·lmente<br />

l·eva par:a a intervenção oi.rúrg'ica.<br />

CASOS ESPECIAIS QUE O TÉCNICO DE S.AODE<br />

PRECISA DE RESOLVER<br />

Não é taref.a fácil, nós técnicos de saúde<br />

1,idarmos com casos espeo.ia.is que de vez em<br />

quando aiparece1m nos nossos serviços. São ais<br />

do1ença:s inouráv.e1is, os a:mputados e pe•ssoas c:om<br />

grandes transtornos da personaH:dade. Uns e<br />

outros ex.ig·em ou1i1dados especiais, ·mas todos nós<br />

devemos estar p1reparados para sa1tJisfaze.r as suas<br />

necess·idades básioas.<br />

Os t:raba.lhos de Kubber Ross 69 ·mostraram<br />

os factores ps1icológicos desencadeados nestes<br />

doe'ntes. Para e·l·e a grande ·maioria destes doentes<br />

passam ipiel•as 1s·eguintes fases 5 :<br />

1 . Choque e Negação do seu Mal - Expressado<br />

do seguiiinte modo: - Não pode ser, isto<br />

não me devia acontecier a mim· - No oaso do<br />

g.rupo de doen'bes inou1ráve:is ( 100 doentes oance1rosos)<br />

diss1e 1 -<br />

1lhe·s o seu diagnóstico e di·as ma•is<br />

tarde, 30 de·stes doentes negara,m quie lhes tivéss·em<br />

ditio.<br />

O doente gradual·mente sair desta fas:e, aoe·itando<br />

o seu miai ou def.ioiência, paira usar um<br />

1<br />

outro mecanismo de defesa.<br />

2. Reacção de Revolta, Cóle1ra e Hostilidade<br />

- D·eipois do pni1meiiro choque os s·e.nitimentos<br />

de ·aig1ressiv1iidade começam a manif.esta.r-se:<br />

porquê eu e não oUtro? Eu não merecia uma coisa<br />

destas ... - O doente torna-se· difíicil e rabujento.<br />

No seu entender os médicos não lhes dão importância,<br />

os ·exames são longos ·e di1fíieie·is. Os enfermeiros<br />

ailém de não lhe1s darem 1imiportância,<br />

fazem-nos sofireir na prestação dos ouidados terapêuticos.<br />

No me1i10 de tantas queixas é natural quie haja<br />

alguma co·i·sa de vieirdade, pr.inlC'iipail1men1te a nívie:I<br />

de aceitação.<br />

3. A Depressão - Quiase se·mpre um1a nova<br />

fas·e se se1gue. Depo1i1s de compreender a sua<br />

defü!C'iência ou doença compreende que o s·eu<br />

·comportamento é 1inacei1táv:el, sentiindo-s.e ao m,e·smo<br />

t1empo, impo:tiente faoe aos novos. 'Problemas<br />

que lhe surg,kam, razão porque se depr,ime.<br />

No caso do de·fü1oiente m·otor, embora s·e aoe:i·te<br />

oomo tal, falta-hhe a coragem para org:an1izar a<br />

1<br />

sua vida, de assumir as suas re.spons.a:bil·idades,<br />

dentro das suas po1ss1ibiihdades.<br />

Mo:Stra-s·e p1assiivo nos cuidados ·médiicos e<br />

de enfermagem, aioonteeiendo o m·esmo quando<br />

regressa a casa em mlaçã.o à famfl.ia.<br />

4. Negociação e Factos Mágicos - Esta fa,se<br />

é característica das doe,nçais incuráve·is. O do.ente<br />

a tudo e a todos re·corre, incluindo médicos famosos,<br />

curande1iros, bruxos, oraçôes ... É sem<br />

dúvida u.ma tentativa para sair da sua depressão.<br />

5. Aceitação e Colaboração - Se as fases<br />

anteniores foram ultrapassadas, uma nova V1i1da<br />

renasce. P1r.inoi1pa1lm.ente no defidente motor as<br />

suas cognições mudam, achando que nem tudo<br />

é tão .·mau como pensa:v.a. dantes - Afinal e·u<br />

esto·u viv·o sou a,mado pe·los meus fa·miHiares é<br />

natural que surjam al·guns proble•mas sooia1i1s ·e<br />

económicos, ·mas estou vivo e gosto de v iver.<br />

Gom os doentes porta.dores de p1r.obl1emas da<br />

pe.rsonal·idade o trabailho não é maiis fáci1l porque<br />

além do seu oomportament.o poder ser ·impr·eviisível,<br />

pode também, de uma s1imipl1es intervenção<br />

oirúrg·ica, fantasiar que va~ 1 morrer, não vai fücar<br />

em boas ciondições físi1cas, ante1oipar a sua auto­<br />

-·im1age·m como def.e·ituosa. Por todos estes motivos<br />

e outros, o doente pode ·recusar a operação<br />

ou então de1ixar-s.e operar se1m qualquer crença<br />

na .equipa cirúrg·ica..<br />

Pouco ou nada mot1ivaido para a intervenção<br />

oirúrg1ica, não podemos e·sperair que estes doentes<br />

colaborem no pré-operatório, tão imiportant·e na<br />

recuperação do· pós-operatório. Embora esrtes<br />

casos não S·ejam f.requentes, podem obse·rvar-se<br />

·em personalidades fóbiioas, obsessivas, hii1stéricas<br />

e psicótica,s. Estais personalida1des ps1ic6tii-cas por<br />

1motivos diferentes podem fantas1i1a1r que a eqU'ipa<br />

oirúrgiiiea lhes quer faz·er ,mal.<br />

Caso contrár·io se dá com um outro tipo de<br />

· personaHdade - ·o hipocondríaioo. Depoi1s de toda<br />

a ·medicação e rezinih.as falhair·em paira o seu «mal»<br />

·as suas fantasiias ·co.gn.i·1:iva.s mudam p1ara urna<br />

:possível int e·rvenção cirúrg·ica e estas cognições.<br />

fiortaileoem quando um clíniico dá o seu apoio.<br />

São os própni·os doentes que ·deipois s101l1ioitam a<br />

;inte1rvenção ao ieirurgião.<br />

Estes doentes com probl1e·m1as da pe1rsona1l1idade,<br />

·exc·epto os hipocondríacos, neaes1s:itam de<br />

cuidados espeaia.i1s para que s1ej.am moti 1 vadbs<br />

para a intervençã·o drúr·g.ica. Nã10 s·e pode dizer<br />

.a est·e.s doente·s: dei·xe lá .. . vai correr tudo bem ...<br />

- É ne·ces.sáriio que s.e faça uma ve,rdiadeii1ra int-ervenção<br />

p1s·icológica, ,muito principalmente a níve1I<br />

cog:nitiivo de modo que o doente ext1inga os seus<br />

receios .relaoionados com a ,sua auto-1imagem,<br />

fobias 1ou outir·os, aceitando a intervenção cirúr­<br />

·g1ica sem ·rece·ios mórbidos.<br />

É um trabalho, de um modo geral longo, que<br />

não está em consonânoi1a com os casos urgentes.<br />

Se füzermos esta intervenção ps:ico'lóg·ica todos<br />

nós ·estamos a lucrar. Ganha o doente porque<br />

colabora connosco faz.end'ô bem 'º p1ré-operatóri·o;<br />

1g·anham0:s nós porque a:léim de uma reai.ização<br />

de toda .a e·quipa, há ta·mbém uma reailização<br />

pessoa·!; ganha a sociedade porque os custos<br />

·eoonóm1ioos são possiive1lmre·nte m·enores.<br />

Penso que é muito i1mp01rtante, todos os<br />

técnicos de saúde conhecer.em estes ·e· outros<br />

.mecanis1mos psicológ.icos. Se asS'im for não só<br />

podemos compreende.r e ace·ita.r, determ1inados<br />

comportamentios do doente, co1mo podemos a ~ u­<br />

dá-lo com .mais fa.cirlidade. Ta,lvez alguns de nós<br />

V·ej.a com ma1i:s clareza porque oe·rtos dloente·s são<br />

di1fíceis. E .a pergu nta que se poderá colocar é a<br />

segui1nte: - O que f1izernos p1ara . que ess·e doente<br />

•mudasse o seu comportamento? Possivelmente<br />

em al1gum:as S'itu.a·ções, priincipa11mente na fas·e de<br />

Hosit>ii.idade, contribuímos para que o doente<br />

52<br />

53


fosse ainda mais difíoiil. Quantos de nó1s, a um<br />

1comportamento agresS'i1vo do doente, ag:im·os coin<br />

ou.tiro oomportamento· a:inda mais ag,ress1ivo?<br />

.Em termos teraipêuitioos, não só foi· ineficaz,<br />

ieomo contribuímos para. aumentar a sua agres·s·i-<br />

. 1viidade talvez, agora, possamos raoiona 1 H~ar este<br />

tipo de situações e não valoni•zarmos a maioria<br />

dos comportamentos ag.ressivos. Aqu1i Já estamos<br />

a ser tera.pêutioos.<br />

O oonheoim·ento destes mecanismos psicológcros,<br />

não deve ser técnii1co inforim1ativo, mas um<br />

conheci·mento tanto quanto possí·ve.I da psi-colog·ia<br />

de cada doente. Que possamos em cada caso<br />

1<br />

e nas diferentes fases oomunii 1 car oom o utente<br />

1<br />

ainda que .seja uma comunicação nã.o verbal. P.or<br />

vezes um si1m:ples ol1har, um contacto de uma<br />

mão poderá dizer--lhe: - Não ·está só, estou aqui<br />

para ajudá~lo. Este ti.po de comunicação é e:ssen- .<br />

1<br />

cialmente úúl na fase de negação e depreS'sã'o.<br />

MOTIVAÇÃO D.Q DOENTE QUE VAI SER<br />

OSTOM IZADiO<br />

Logo que se chegue à condusã10 da. neoess·idaide<br />

de operar, o doente dev·e ser preparado de<br />

1modo a aceirta.r a: suia. operação sem grande ansiedade.<br />

Ser.ta bom que não se di1ssesse directamente<br />

que deve ser operado, ·mas antes f.aze 1 rmos-l'he<br />

·sentir a necess·idade de o perguntar. Isto é 1 i1mportante<br />

na .medi1da em que não sabemos, de antemã10,<br />

como o doente reage a este 'tiiipo de informação.<br />

Se o doente mostra interesse pelo seu<br />

diagnóstico, o nosso trabal1ho está muito faci.1.itado<br />

e outro tipo de ·informação pode ser dada.<br />

Ais entrevistas são não-·d!i·rectiivas de modo<br />

que o doente possa mani1festa.r todas ais dúvidas<br />

·e r:eceios. São estas entrevistas clínicas que vão<br />

permitir um·a resolução das suais fantasias reais<br />

ou não que quase sempre estão re.laciionados oom<br />

a sua aut-0-.i,magam, uso de prótese e outros probl·emas<br />

pessoais e sooi:a:is b.<br />

Quase sempre o doente espera do téonico de<br />

saúde, a verdade ainda que esta seja bem dura.<br />

Na opini 1 ão de FERHER ANTUN:ES ªº o dO'e·nte<br />

hematológi.co espera d9 1se·u médico três oo~sas 7 :<br />

54<br />

- A informação frontal das probabi1lida:des<br />

de êxit-0;<br />

- A clareza e coerên·cia na formul.ação de um<br />

pl 1 ano de luta para o conseguir;<br />

- Sentiiir nele o estratega informado, corajoso,<br />

·mas capaz de valorizar o desgaste produzido<br />

no seu campo pelas .armais que manuseia.<br />

Quando o doente estii1ver s·ufioientemeinte mo,tivado,<br />

deve-se expl·icar a intervenção que vai· fazer,<br />

1<br />

próteses -a usar, ensinar as dife·rentes técn+cas<br />

que precisa. utilizar no pós--operatório, oomo seia<br />

respiração, mobi1l1izações na cam·a, levante 8 •••<br />

Podemos esipernr, se o doente nestas ou<br />

outira1s situações aceita a ·intervenção cirúrg1ica,<br />

1<br />

vai oonc·erteza oolabo.rar com a ·equ1iipe pondo em<br />

prática no pós-operatório todas as técnicas ensina.das.<br />

ENTREVISTA .C.UN ICA<br />

Quem deve preparar ps·iool-0g1iicame·nt.e o doente<br />

para intervenção cirúrg1ica?<br />

Na ,minha opinião é de·S·ejável que .seja por<br />

um elemento da equi1pa oi1rúrg:ica, ·ernibora todos<br />

os elementos devam contri:bu.i·r ·OOm os seus<br />

oonheoimentos .específiicos. Era bo·m que o elemento<br />

escolhido, se sentisse mot·ivado, já que<br />

estas pessoas, no dizer de Ca.plan, de um modo<br />

g1er:a.I pos.suiem oa:racterísti1cas de empatii1a e compreensão<br />

que os di1s·tiinguem das ourtras ipessoas 9<br />

1 •<br />

CONCLUSÃO<br />

As crises são muitas e variadas, ·mas o processo<br />

co.mo cada um as vive e ulrtraipassa., é diferente<br />

de pessoa para pessoa.<br />

1<br />

Tão 1importante como os factores genéticos a<br />

1<br />

influciarem e a determinarem a personailiidade, ·são<br />

os factores ambienoiais. Es·tes dois polos são<br />

oomo os pratos de um.a balança quie podem desi­<br />

1<br />

quiHbrair, se neles houver mudanças estruturais.<br />

1<br />

A ·iintervenção cirúr:g.ica pode .ser uma mudança<br />

·estrutur:a1I quer a nível fís·i.oo quer a. ní.vel do m1eio<br />

·ambiente.<br />

Para que se sat1i 1 sfaçam ais neoe·ssi 1 daides bás 1 i­<br />

cas do doente, é fundamental que seja atendi·do<br />

como sujeito bio-psioo-social. É eSlta dialética que<br />

o téonioo de saúde deve ter .em conta. para melhor<br />

1aijudar a resoliver os probl1e·mas do doente.<br />

Se as espeoi.al-iizações dos técn1ioos de saúde<br />

comprovaram a sua ef.i.cáda, não é ·menos certo<br />

que o doente, oada vez 1')1ai1s, é tirata.do, de um<br />

·modo 1 impessoal, pelos di·f.erentes ·espeoial1i1stas.<br />

Para que se f.uja dest 1 a situação, é ur.gen.te, que<br />

1entre nós, se co.m:ece a trabalhar em equii:pas<br />

•mu ltidisdplina res.<br />

"<br />

O doente, vivendo uim1a s·ituação de or.ise, ele<br />

m1a1i·s do que niinguém, precisa de ser artenldliido na<br />

·su1a g·lobali daide.<br />

SUMMARY<br />

Th.e author divided his comunication in two parts.<br />

The first part consisted in auxiety neurophysiological<br />

mechanismes.<br />

ln the second part, auxiety is considered as a risk<br />

factor, which may influence negatively the patients niotivation<br />

before the surg.ery.<br />

The author also pouders how to motive the patiente<br />

for the surgical intervention, specially the one who is·<br />

going to submit himself to osteotony.<br />

Bl·BLIOG RAFIA<br />

1. EYSENCK, H. J ., EYSENCK, B. G. - Manual of the<br />

Eysenck Personality lnventory, University of London<br />

Press 'L TD, 1971.<br />

2. HAMILTON, BUSS-Apud-Pinto Gouveia, J. A., Perso-<br />

1982.<br />

nalidade e Ansiedade•, Psiquiatria Clínica, 3 (1 ), 7-10,<br />

3. HILL-Apud-GAMEl-RO, ,Aires; Processo de auto-realização<br />

humana das famílias de defici.entes, Hospitalidade,<br />

46 (179). 19-29, Abril/Junho, 1982.<br />

4. RODRIGUES, Jorge Manuel, G., A comunicação numa<br />

instituição hospitalar, Candeia, 1 (3), 5-11 Julho/ Agosto,<br />

1982.<br />

5. KUBBER ROSS, Apud-G.AMEIRO Aires - Pr.ocesso de<br />

auto-realização humana de defidentes, Hospitalidade,<br />

46 (179). 19-20 Abril/Junho, 1982.<br />

6. MONTANDON, S., - Le role de la stomaterapie pendant<br />

l'hospitalization, consultation de stomaterapie,<br />

Soins (5-6), 43-44 Juillet/Aoüt, 1981.<br />

Cadeiras de Rodas<br />

7. ANTUNES, C. F. - A relação médico doente em hematologia,<br />

Psiquiatria Clínica, Suplemento ( 1) 79-81,<br />

1980.<br />

8. MANTION, G., et A'L - La stomatherapie ou la réhabilitation<br />

du colostomie, Soins, 26 (10), 7-10, Maio,<br />

1981 .<br />

9. CAPLAN, G. - Princípios de Psiquiatria Preventiva,<br />

Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1980.<br />

•<br />

Continuaqão da pag. 15<br />

O problema <strong>Hospitalar</strong><br />

do Arquipélago da Madeira<br />

- O internament~ da criança<br />

desequilíbrio temporário;<br />

- perigo da privação - uma longa privação<br />

da mãe poàe levar a uma deformação da<br />

pe rso na l,i dade.<br />

CONCLUSÃO<br />

Eugériio Pereira<br />

Rua de O. João V, 27 clv - 1200 LISBOA<br />

'za P.P.C.: 683838/687010/680068<br />

Fabricante de Instrumentos Cirúrgicos<br />

Representante exclusivo de:<br />

Torna - se 1indisperi·sável encontrar-se um a<br />

forma ·de dar à criança os cui·dados que ·lhe não<br />

tragam probl·emas à personalidade fazendo com<br />

que o tratamento tenha ·a colaboração da mãe ou<br />

de quem a represente, única forma de proporcionar<br />

à criança o ambiente mais humano. •<br />

Malhas elásticas de compressão<br />

para tratamento de queimaduras<br />

V~ e sistema vascular<br />

'leSSa<br />

,~···.. 't , .:i<br />

! - ..\. L '(<br />

. .. 4'" i ; ... 4!"' 1<br />

' --· .<br />

.. ~<br />

~<br />

JOBST<br />

55


Os Hospitais Distritais há 25 anos<br />

sericórdia pode produzir, em média, uma receita<br />

da ordem de 100 000$00 pela venda do sal.<br />

No presente a·no, no entanto, de·v 1 i·do a várias<br />

anomalias, a receita foi nula.<br />

São estas · marinhas os únicos prédios rústicos<br />

que a M.isericórdi 1 a possue.<br />

Tem ainda 20 casas, muitas delas -em ruínas<br />

e que davam bom rendimento se fossem reparadas.<br />

HOSPITAL DE FARO<br />

1 - O Hosipirtal da Irmandade· de Nossa Senhora<br />

da M1i.seric6rdia de Faro tem que ass1i 1 stir<br />

os doentes da reg1i1ã10 do Algarve com uma área<br />

de 5071 quilómetros quadr 1 aidos e uma população<br />

·de 352 033 habitantes espalhados por 16 concelhos.<br />

C OIN1C1EiLH'OS<br />

ARJEA BM KM2<br />

POPUILA Ç Ã.0·<br />

1 NIDUS.'TRll 1 A:L/iRESlllD,E'NrCll'AiL<br />

Albufeira ... 209,24 492 15 832<br />

Alcoutim ..... ~ 569,00 338 10808<br />

Aljezur ....... 335,44 273 8088<br />

Castro Marim . 296,92 674 9 597<br />

Faro ...... ... 207,12 4578 33.602<br />

Lagoa . ... ... 93,60 2596 13 680<br />

Lagos ......... 217,60 1 890 ,6 483<br />

Loulé ....... 775,48 3 592 33 749<br />

Monchique 380,32 656 . 50 953<br />

Olhão ......... 143,60 5 679 14 668<br />

São 8'raz 139,60 1 209 23 697<br />

de AI.portei 693,20 2 816 37 705<br />

.. 179,76 2 177 30632<br />

Távora ....... 589,12 231 6147<br />

Vila do Bispo 182,40 4349 31 903<br />

V. N. de Portimão<br />

.. ...... 59,20 2176 14383<br />

Vila R. de St.º<br />

António .... 5071,60 34239 352033<br />

Silv·es ... . . . .<br />

O Hospital d ispõe presen~emente de 104<br />

camas ·e preoi1s·a1ri1a, no,s te1nmos prev;rstos na Leii·<br />

1<br />

:n.º 2011 de 170 camas.<br />

2- O ·edi1fioio hospitalar está muito bem<br />

situado no centro da cidade, em prédio const ruído<br />

para o efeito nos m eados do século XVIII e com<br />

concepções certame nte influenciadas pel·o Ho1el­<br />

Oieu franoês.<br />

A~nda aí se encont ra uma. grande enfermaria<br />

c om galenra o u varandim superror de v.ig ~lância<br />

1do doente e com um grande altar ocupando todo<br />

o topo da sala..<br />

1A construção com um pé direito tão ailto que<br />

abrange janelas oolooadas em 2 fHas como se<br />

fossem de 2 pisos, permiit e uma solução, que<br />

1 está, neste momento, a ser exeoutada. e cons.iste<br />

em construirr de permeio uma plac:a de ci·mento.<br />

1<br />

A 1 s'S1~m está duplii:car-se a capaoidade de algumas<br />

enferma.rias, que aliás vão sendo divid1ida.s:<br />

1<br />

·em sailas ma1is pequenas e menors desconfortávei1s.<br />

O provedor informa que a promiessa. de construção<br />

de um no·Vio edifício foi feiito suoessiv.amente<br />

para 1957, 1958 e 1959. No entanto, ainda<br />

não está concretizada a data em que se ·in:ioiarão<br />

as respectivas obras.<br />

3 - A Irmandade de Nossa Senhora da M,isericórdia<br />

de Faro tem apenas 50 irmãos.<br />

É de 350 o núrne·ro de sócios contribuintes da<br />

Misericórdia. Esses pagam ·cotas de $50 a 200$00.<br />

À assembleia geral e à Mesa compete o<br />

governo da Casa.<br />

A Mesa foi eleita e tem 9 mesáirios.<br />

É a Mesa que administra o Hosp,ital.<br />

4 - A Mis.ericórdia, além do Hospital tem que<br />

prover à v.iida de:<br />

.Albergue de Velhos . ' . ... 8 (albergados) ·<br />

Recolhimento de Senhoras 11<br />

Secção Psiquiiá~rica do Sul 35 doentes<br />

2 Enfermarias abrigo ... ... 33 doentes<br />

5. SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS<br />

5.1 . Serviços de Secretaria, Contabilidade e<br />

Tesouraria<br />

SECRETARIA<br />

Os se.rviços ·escriituram:<br />

a) registo de correspondênai 1 a recebida;<br />

b) copiador da corresipondência expedida<br />

dacti·lografado e ordenado cronologicam<br />

ente;<br />

e) .livros de actas da Mesa e da Assembleia<br />

Gerail;<br />

d) hvro de . ponto do pessoal da secretaria;<br />

e) arquivo diinâ1mioo por assuntos, onde se<br />

arquivam documentos até ·o assunto ser<br />

.resolvido.<br />

f) arquivo estátiico organizado;<br />

g) tombo ~estes docum·entos estão . espaih~dos<br />

em arcas, no sótão,<br />

CONTABILIDADE<br />

a) guias de receitas em dupl:icado, sem decalque;<br />

b) l1i 1 vro de reg·iisto dessas guias com colunas<br />

por rubricas orçamentais;<br />

c) ,1ivro r·esumo de c/.c com as dotações<br />

orçam en taii 1 s;<br />

d} ,rübrica . na re:ceita para os depósitos de<br />

.garantia (com receita consignada);<br />

e) autorizações de pagamento em duplkado<br />

sem decalque;<br />

f) livro de reg.ist·o de autorização, em c/ c<br />

· com ·as · verbas orçamentais c/ saldo<br />

disponível e a verba dispendida acumulada;<br />

g) rubrica orçamental para restituiição dos<br />

depósitos;<br />

h) .inventário não actualiza do d ais roupias.<br />

Nã.o têm contabilqdade patrimonial escrit u­<br />

rando as contas de exp·loração, nnm contabii.tdade<br />

de armazens.<br />

A exp l·oração das .marinhas priv.ativas da M 1 i-<br />

PESSOAL DE SECRETARIA, CONTA.BILIÓADE<br />

E TESOURARIA<br />

1 Chefe. de secretaria<br />

1 1. 0 escriturário . .. . .. . .. . .. .<br />

1800$00<br />

1400$00<br />

1 encarregado . do ficheiro (do<br />

Banco) · ( direüo a aiojamento) 800$00<br />

SERVIÇOS DE ESTATÍSTICA E ARQUIVO<br />

CUNICO<br />

A grande maioria dos doentes de fora do concelho<br />

são remetidos ao Hospital com o diagnóstico<br />

de urgência por hospitai·s sub-reg·iionais que<br />

1<br />

não estão para gastar medicamentos caros ou<br />

sangue, mesmo quando se trata de casos que<br />

podem ser tratados nesse hospita·I. E a Miser:­<br />

c~rdia dê Faro t·em muitas vezes que os remeter<br />

para Lisboa por. falta · de espaço.<br />

Tem um ficheiro de consultas organ;izado e um<br />

fücheiro piloto · para procura. Pagam 200$00 . por<br />

1<br />

mês a uma p·essoa encanegada desse ficheiro.<br />

Par.a o internamento têm um l1i1vro de registo<br />

oom o número da papeleta.<br />

5 .2. Serviços Económicos<br />

A . ma1or1a das compras são . fei.tas directa- ·<br />

mente. Só fazem consultas -para os medicamentos<br />

,e ·aparelhagem.<br />

5.3. Serviços de · Manutenção . de. Património<br />

De momento as obras são cüsteadas .pela<br />

Câmara Municipal. São executadas por administràção<br />

directa (um dos mesários encarregJ-se<br />

desses trabalhos).<br />

5..4 Serviço ·de Alimentação<br />

Tem uma coz1inha deficiente onde trabal1ham:<br />

1 relig·iosa<br />

2 cria das ...<br />

150$00<br />

300$00<br />

56<br />

57


6. SERVIÇOS CLíNICOS<br />

6.1 . Serviços de admissão e urgência<br />

Dispõe este serviço de 32 camas, não podendo<br />

satisfazer as necessidades da reg1ião.<br />

Há apenas uma sala de operações.<br />

6.4. Serviços de Espe.cialidades<br />

As admissões, em<br />

1958 apresentavam-se:<br />

Consultas:<br />

- de urgência .. .<br />

- normais . .. .. .<br />

78 %<br />

22 %<br />

É escalado um médico para, durante a semana,<br />

fücar de serviço ao Banco tendo também a seu<br />

cargo as consultas exte.rnas.<br />

Os hosp·itais subregionais de Lagos e de Loulé<br />

têm condições para socorrer muitos doentes de<br />

urgênoj·a, mas como se disse, remetem-nos para<br />

Faro sempre que não podem pagar o tratamento.<br />


que internam no hospital doentes para a M·isericórdia<br />

lhes pagar as radiografiias e, a se.guir, os<br />

levam para sua Casa de S~úde onde pagam a<br />

estadia.<br />

As anál;i·ses são feitas no seu laboratório por<br />

um médico que nada leva aos pobres do concelho<br />

e, nalguns casos, faz o exame de metabolismo<br />

1<br />

basal, de graça .<br />

vista (Porto) e são des·emipenihad()s po1r:<br />

1 fiscal (,madre superiora<br />

8 Enf.e·rmeiras - ·i1rmãs ...<br />

1 enferme.iro (sem curso)<br />

1 aux.iiHar de enfe1rmag·em<br />

(sem curso)· ..<br />

1 veleira ......<br />

200$00<br />

150$00<br />

650$00<br />

400$00<br />

600$00<br />

Parece que o provedor tem a promessa de<br />

meios para organizar o serviço de sangue, mas<br />

não aparec.eu ainda um médico que queiira trabalhar<br />

de gfaça para os pobres nessa espe.oialidade,<br />

temendo ficar a mail ·com os colegas da<br />

·casa de saúde. Esta cobra à Miseriicórdi·éf para<br />

doentes pobres 1500~00 por cada transfusão!. ..<br />

6.6. Tabelas de Preços dos Serviços Clínicos<br />

a) tratamento no Ba.nco - grát1i1s<br />

b) consultas - grátis<br />

c) · ·internamento - 1.ª ol.asse - ·quartos 80$00<br />

2.ª e.lasse . . . . . . . 60$00<br />

35$00 acresoido~ dos me1ios de diagnóstico<br />

que pagam direotament.e · aos<br />

respectiivos técnicos.<br />

d) piso para pensioni.stas de 1.ª e 2.ª classes<br />

- 300$00 em ·grande oirurg1ia<br />

para os me·smos, em pequena cirurgia<br />

- .150$00<br />

penisioni1stas de 3.ª class·e- 150$00 - ­<br />

em grande oi1rurgia.<br />

em pequena. cirurg·ia - 80$00 . .<br />

e) fisi·oter.apia - de graça.<br />

6.7. Quadro do Pessoal dos Serviços. Clínicos<br />

Não há quadro. Trabalham aH alguns médicos,<br />

de g·raça.<br />

7. SERVIÇOS FARMAC~UTIGOS<br />

Estes serviços estão a cargo de uma farmacêutica<br />

d•plomada que vemª'º Hospital, de ·manhã,<br />

e prepara manipulados. Vence 500$00 mensais.<br />

8. SERVIÇOS DE ENFERiMAGiEM<br />

.E DO M·ÉSTliCOS<br />

8.1. Serviços de Enfermagem<br />

8.2. Serviços Dom.ésticos<br />

Limpeza e ar.ranjo e os de .roupiais . ocupam:<br />

1 porteiro ..... . ... .. . 400$00<br />

1 ajudante de porte:ir:o 170$00<br />

2 crii·ada s .. .<br />

. 300$00<br />

1 cr·iado .. .<br />

300$00<br />

.. 3 criados .. .<br />

.240$00<br />

5 criiadas<br />

200$00<br />

1<br />

7 criadas ...<br />

200$00'<br />

A rouparia é diri1g1iida por uma re 1 l.igiosa e a<br />

l·avandaria é arcaica dispondo de· tanques, .coradouro<br />

e S·ecaidouro ao a.r l1i1vre.<br />

9. SERVIÇO SOCIAL<br />

Têm uma auXJi·l1iar social a quiem pagam<br />

1100$00.<br />

Ba é que faz o· inquérito económ1ico.<br />

1 O. SERVIÇO RELIGIOSO<br />

Têm uma l·greja dentro do edifíioio hospiita-la.r.<br />

Pagam ao capefüo- 500$00<br />

11 . ASPIRAÇÕES IMEDIATAS DA M,ESA<br />

a) Subsídio p·ara pagamento da:s dívidas;<br />

b) Médic.o transfusii:oni1sta;<br />

e) Apare~ho de raidiodiagnós·t:ico;<br />

d) Laboratório de aná.lises;<br />

,e) Construção do novo . edi,fício.<br />

Parece que convi1ni1a ,sanear a situação financeira,<br />

mais importa modificar o actual s1i1stema<br />

de a M·isericórdia· tudo pagar e não or.iar receita.<br />

D 1 emais urge l:ibertar a Misericórdia da d!ependên-<br />

.-- ......""'-li,+l.oll-..;õi.W.1,,g..i~w.i.w aos meios de diiagnós·t ico<br />

1<br />

~~ ls~H~ué>.E<br />

SAÚDE PÚBLICA<br />

Novembro de 1959<br />

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SALÃO INTERNACIONAL DA QUÍMICA DA SAÚDE<br />

E DOS EQUIPAMENTOS 810-MÉDICOS<br />

5/9DEZ.84<br />

FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA<br />

ASSOCIN;)ü INDUSTRIAL PORTUGUESA<br />

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