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Gestão Hospitalar N.º8 1984

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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA<br />

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Serviço de Assinaturas<br />

Rua José Magro, Lote 4-T<br />

1300 LISBOA<br />

Revista da Associação Portuguesa de<br />

Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />

Membro da Associação Europeia de<br />

Dlrectores <strong>Hospitalar</strong>es<br />

Ano 2 N.º 8<br />

Publicação Trimestral<br />

Dlrector<br />

Santos Cardoso<br />

Coordenador<br />

Lopes Martins<br />

Conselho Redactorlal<br />

Ana Manso<br />

Artur Morais Vaz<br />

Ferreira Guiné<br />

Júlio Reis<br />

Lopes Martins<br />

Maria Helena Reis Marques<br />

Santos Cardoso<br />

Colaboram neste número:<br />

A. Torrado da Silva<br />

Augusto Mantas<br />

D. G. Nichol<br />

David Aasland<br />

Júlia de Diago Sanchez<br />

Magdalena Granero Marti<br />

Mercedes Balcells Boix<br />

Moreno Rodrigues<br />

Silvia Bresco Flor<br />

Publlcldade<br />

Isabel Andrade/ Tage<br />

Tel:633471<br />

Capa<br />

Rui Ligeiro/ 4.4<br />

Propriedade<br />

Associação Portuguesa de<br />

Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />

Empresa jornalística n.º 209259<br />

Hospital Pediátrico<br />

Av. Bissaia Barreto<br />

3000 COIMBRA<br />

Produção Editorial<br />

Tage-Técnica de Artes Gráficas e<br />

Edições, Lda.<br />

Urbanização Quinta Nova<br />

Rua B-Lote 131-lí"c-A<br />

2685 SACAVÉM<br />

Produção Gráfica<br />

Quatropontoquatro - Gabinete<br />

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Tel: 647499<br />

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Preço avulso 250 $ 00<br />

Preço Assinatura (4 números)<br />

900$00<br />

Tiragem 7 500 exemplares<br />

N.º Registo 109060<br />

Depósito legal<br />

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7 INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA APAH<br />

11 FINANCIA~ENTO E PLANIFICAÇÃO INTERNA DO HOSPITAL<br />

PORTUGUES<br />

Por Moreno Rodrigues<br />

19 ESTRATÉGIA DE PLANEAMENTO NUMA REGIÃO INGLESA<br />

Por O. G. Nichol<br />

25 GESTÃO POR OBJECTIVOS NO HOSPITAL. 8 ANOS DE<br />

EXPERIÊNCIA<br />

Por Mercedes Balcells Boix<br />

33 UM SERVIÇO DE INTERNAMENTO DE 12 DIAS<br />

Por David Aasland<br />

41 EXAMES DE SAÚDE INFANTIL<br />

Por Torrado da Silva<br />

45 HOSPITAIS DISTRITAIS HÁ 25.ANOS: O HOSPITAL DE<br />

BRAGANÇA<br />

48 NOVOS PRODUTOS<br />

.......................................................... ~lllJmlill!iililiA L DE<br />

~ tJrJi: r'(JB ("A.<br />

O Editorial e os· Artigos não<br />

assinados são da responsabilidade<br />

. da Direcção da Associação.<br />

Os Artigos assinados são da<br />

exlusiva responsabilidade dos<br />

seus autores, não comprometendo<br />

a Associação com os pontos<br />

de vista neles expressos.<br />

Embora merecendo a melhor<br />

atençã , a cola&>ração nao so 1-<br />

citada ão será devolvida, reservancf<br />

o-se o direito de a publicar<br />

ou 'não. ~""""·rV\..-


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DE ADMINISTRADORES HOSPITALARES<br />

PARA responder a necessidades em algumas<br />

áreas da função pública os Estados têm de<br />

recrutar especialistas que são raros ou não existem no<br />

mercado de trabalho. São encorajados nesses casos a<br />

seleccioná-los e a formá-los através de estabelecimentos<br />

de ensino com integração vertical, sobretudo<br />

quando se trata de postos de gestão, onde a arte de<br />

contactos, o poder de síntese, e o sentido de responsabilidades,<br />

constituem qualificações essenciais.<br />

A exemplo do que se constatou nos participantes do<br />

V Congresso da Associação Europeia de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es, foi o que sucedeu no nosso País,<br />

logo no início da década de 70, quando os administradores<br />

portugueses tiveram de passar a receber<br />

formação específica post-base na Escola Nacional de<br />

Saúde Pública.<br />

Esta mudança significa que o Estado português,<br />

face à necessidade de prover os hospitais com<br />

gestores profissionais, deliberou um investimento<br />

complementar à formação universitária em curso de<br />

especialização, exigindo-a para o exercício dos cargos<br />

respectivos. Dado que a evolução do sector privado<br />

em Portugal na área hospitalar não criou a necessidade<br />

de profissionalização de gestores, esses novos<br />

especialistas só encontram emprego nos hospitais<br />

públicos, daí a própria lei impôr também o planeamento<br />

quantitativo da sua formação, consoante as<br />

necessidades. ·<br />

Para cumprimento de actividades que devem subsistir<br />

para satisfação de direitos essenciais das populações,<br />

vão assim surgindo na função pública cada<br />

vez maior variedade de situações profissionais, motivadoras<br />

da tendência para diversificar as políticas de<br />

pessoal por cada ministério ou serviço, a qual pretende<br />

desconcentrar o poder de fixar o número dos<br />

seus agentes, os estatutos e remunerações. Mas, logo<br />

de seguida, cada grupo profissional reclama a igualdade<br />

de regalias, ou a extensão em seu proveito das<br />

vantagens concedidas a outros. "<br />

Dessa tendência diversificadora de políticas de<br />

pessoal resulta o aumento de despesas, derivado da<br />

atávica. dificuldade na utilização de métodos da organização<br />

científica do trabalho com a análise correcta das<br />

necessidades de efectivos e do perfil adequado a cada<br />

posto. ·<br />

O aumento de despesas com pessoal cedo é<br />

contrariado pela inevitável limitação de meios financeiros,<br />

a qual gera mecanismos de defesa de sinal<br />

contrário à diversificação e desconcentração, levando<br />

à centralização das deliberações, instituindo instâncias<br />

únicas de arbitragem para fixação de quadros,<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />

dos estatutos e das remunerações, sob o comando<br />

directo do Ministério que detém o poder sobre o<br />

orçamento ou finanças públicas.<br />

Dessa centralização resulta a subordinação da<br />

política de pessoal ao serviço do Estado, nos vários<br />

domínios, a critérios estritamente financeiros, cada<br />

vez mais distantes da utilização de métodos da<br />

organização científica do trabalho ou das necessidades<br />

reais.<br />

A encerrar esta evolução, e como reacção aos<br />

critérios financistas, surge então a fuga para soluções<br />

pontuais, vagas ou até ambíguas, permitindo aumentos<br />

disfarçados dos vencimentos através de expedientes<br />

diversos aos grupos profissionais com maior poder<br />

de pressão política, desde a alteração teórica de<br />

horários de trabalho, a remunerações acessórias por<br />

dedicação exclusiva e exercício de funções a maior<br />

parte das vezes claramente inerentes às funções<br />

anteriores. Esta tendência afirma-se como a mais<br />

favorável a distorsões que chegam a atingir foros de<br />

escândalo, e seguramente são prejudiciais pela desmotivação<br />

causada aos grupos profissionais que não<br />

conseguem ser beneficiados.<br />

É sem dúvida a situação criada aos Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es Portugueses, e na perspectiva de calamitoso<br />

agravamento a curto prazo:<br />

Por força do Decreto-Lei n. 0<br />

310/ 82, de 3 de<br />

Agosto.<br />

- Os médicos hospitalares com regime optativo de<br />

dedicação exclusiva têm um acréscimo de 40 por<br />

cento no vencimento, sendo a mesma dedicação<br />

exclusiva imposta aos administradores sem qualquer<br />

acréscimo; quando os mesmos médicos são membros<br />

em colegialidade dos conselhos de gerência (de que<br />

faz parte obrigatória um administrador com remuneração<br />

prevista, mas não atribuída, no Decreto­<br />

-Regulamentar n.º 30/ 77, de 20 de Maio) são contemplados<br />

com acréscimo de 40 por cento ou 50 por<br />

cento; ainda os médicos em funções de direcção e<br />

chefia dos serviços percebem acréscimos de vencimento<br />

de 1 O. por cento a 40 por cento.<br />

Por força de diploma legal em preparação, prevê-se<br />

que todas as chefias de enfermagem hospitalar que<br />

optem pelo regime de renúncia a qualquer outra<br />

actividade passem a receber vencimento suplementar<br />

da ordem de 40 por cento, o que em grande parte dos<br />

casos fará ultrapassar as remunerações dos administradores<br />

hospitalares de cujas decisões de gestão<br />

continuarão dependentes no exercício ds funções de<br />

direcção que somente lhes competem! o<br />

5


.' .. . . . : : . : : : : : : : . : : ......·....: :: :: ::::·:: :.::::: ·. :::..;.·. :-:-....:.:.:.:.:.:.:.:.:....-:.: ..... :·:·::::::::::::. ·.·:-:-·.:..:::·: :::::::::: :::::::::::::..... ................'.'.',' ::::::.:.::::: ::::::.·:·:·:::::;::::: :::::::: :•::_.::: ::.:::::::.:::.::.:::: :::::::::::.::.:::::::.:.::::::....::.::.::::::: ..:.:::.:·:·:· ·· ··· ····::::::: ::::::::: :::::::::: ::•:::::::::: :.:.:.:.:.:.:.:.:.:.::::. :::::::: ::_:::::::: ::::::. :::::::::::: ::::::..<br />

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·.<br />

,,.<br />

Intervenção do Presidente da APAH<br />

Santos Cardoso<br />

na abertura solene do V Congresso da<br />

Associação Europeia de Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />

«Na qualidade de actual<br />

Presidente da Direcção da<br />

Associação Portuguesa de<br />

Administradores <strong>Hospitalar</strong>es,<br />

começo por felicitar e<br />

agradecer ao Hospital de<br />

São João, na pessoa do<br />

colega Sá Ferreira, meu antecessor<br />

neste cargo, o ter<br />

assumido a pesada responsabilidade<br />

de organizar o 5.º<br />

Congresso da Associação<br />

Europeia de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es, de que a<br />

nossa Associação tem a<br />

honra de ser membro activo.<br />

Regozijamo-nos e estamos<br />

muito gratos com as<br />

presenças dos Representantes<br />

de Suas Excelências<br />

o Presidente da República e<br />

Ministro da Saúde pela deferência<br />

que assim quizeram<br />

ter para com os nossos colegas<br />

europeus, mas também<br />

pelo significado indiscutível<br />

da atenção dispensada aos<br />

administradores hospitalares<br />

portugueses, os quais<br />

neste momento não podem<br />

deixar de se sentir, no seu<br />

âmbito profissional, anfitriões<br />

da Europa, onde, com<br />

toda a naturalidade, se<br />

querem manter formal·<br />

mente integrados.<br />

Podem os colegas que<br />

nos visitam estar certos de<br />

que a administração hospitalar<br />

portuguesa tem profundas<br />

raízes europeias: os<br />

portugueses sempre cultivaram<br />

terras da Europa, não<br />

podem por isso deixar de<br />

usufruir da sua cultura e do<br />

seu espírito. Embora acrescente,<br />

utilizando o humor de<br />

Anatole France, que a lei<br />

proibe, com igual solenidade,<br />

aos ricos e aos pobres<br />

dormir debaixo das<br />

pontes.<br />

Julgo haver consenso de<br />

que os hospitais são sistemas<br />

abertos, ou seja, são<br />

interdependentes da comunidade<br />

onde estão inseridos.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

No jogo dessa interdependência<br />

cada hospital constitui<br />

um conjunto de recursos<br />

humanos, materiais e organizacionais,<br />

com a finalidade<br />

essencial de prestar cuidados<br />

a doentes. Administrar<br />

um hospital, no sentido amplo,<br />

consiste em utilizar metodologia<br />

científica capaz de<br />

adequar a actividade desses<br />

recursos ao prosseguimento<br />

dos objectivos que a própria<br />

comunidade lhe exige.<br />

Penso continuarmos de<br />

acordo referindo que a administração<br />

hospitalar pretende<br />

afirmar-se como disciplina<br />

positiva, e como tal<br />

deve primeiramente descrever<br />

e explicar o hospital concreto<br />

que se pretende administrar,<br />

concluir da adequação<br />

ou inadequação dos recursos<br />

aos objectivos a atin-<br />

. gir saber como as coisas se<br />

passam de facto e das razões<br />

pelas quais acontecem,<br />

e procurar intervir depois<br />

no sentido de optimizar<br />

a relação dos recursos<br />

disponíveis com os objectivos<br />

fixados prioritariamente.<br />

Mas o desenvolvimento<br />

de qualquer nova disciplina<br />

científica aplicada é, antes<br />

de mais, um processo social:<br />

para progredir é necessário<br />

que as condições sócio­<br />

-económicas criem a consciência<br />

aa sua necessidade,<br />

que encontre depois recursos<br />

no meio intelectual, e<br />

que-consiga superar os obstáculos<br />

constituídos por outras<br />

disciplinas próximas já<br />

existentes, pelo amadorismo<br />

e pelo improviso,<br />

dos quais se torna concorrente.<br />

Para haver administração<br />

hospitalar têm portanto que<br />

existir administradores hospitalares,<br />

com habilitação<br />

científica adequada, dispondo<br />

de um estatuto com<br />

normas de ingresso e de<br />

acesso baseadas em critérios<br />

de mérito, e aos quais<br />

seja exigida plena responsabilidade<br />

profissional.<br />

Se na quase totalidade<br />

dos países representados<br />

neste Congresso há muitos<br />

anos os hospitais foram considerados<br />

entidades extraordinariamente<br />

complexas, os<br />

quais correm enormes perigos<br />

económicos e humanos<br />

se forem administrados por<br />

amadores, em Portugal só<br />

no final da década de sessenta<br />

as instituições hospitalares<br />

começaram a ser assim<br />

consideradas.<br />

Como disse Anatole<br />

France, a lei proibe com<br />

igual solenidade aos ricos e<br />

aos pobres dormir debaixo<br />

das pontes, mas, diremos<br />

nós, os pobres continuam<br />

ali a dormir enquanto não<br />

conquistam outra alternativa.<br />

Só a partir de 1968, com a<br />

publicação do Estatudo <strong>Hospitalar</strong><br />

e do Regulamento<br />

Geral dos Hospitais tem verdadeiramente<br />

início no nosso<br />

País a carreira de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es.<br />

Em 1970 regressam a<br />

Portugal seis jovens diplomadas<br />

pela Escola Nacional<br />

de Saúde Pública francesa,<br />

de Rennes, que foram então<br />

designados por «meninos de<br />

Rennes» (o tempo passa e o<br />

nosso colega Sá Ferreira foi<br />

um deles, mas hoje já não é<br />

«menino»).<br />

em 1972 surgem os primeiros<br />

quinze diplomados<br />

pela Escola Nacional de<br />

Saúde Pública portuguesa<br />

de Usboa.<br />

Em 1980 é publicado o<br />

Estatuto da Carreira de Administração<br />

<strong>Hospitalar</strong> ainda<br />

em vigor.<br />

Em 1982 criamos a Associação<br />

Portuguesa de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es, admitida<br />

na Associação Europeia<br />

como membro activo na<br />

Assembleia Geral de Klagenfurt,<br />

de 16 de Setembro<br />

do mesmo ano .<br />

7


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..... .<br />

. . . . . .<br />

. ..........<br />

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A<br />

FINANCIAM EN.TO<br />

E PLANIFICAÇÃO INTERNA<br />

·oo HOSPITAL PORTUGUÊS<br />

POR MORENQ RODRIGUES *<br />

Com o microcomputador BULL MICRAL 90/50 numerosos Hospitais estão em_ curso de<br />

informatização:<br />

Hospital Pulido Valente; Hospital Distrital de Évora;<br />

Hospital Distrital de Faro; Hospital Distrital de Abrantes;<br />

Hospital Distrital de Caldas da Raínha; Hospital Distrital de Tornar;<br />

Hospital Distrital de Setúbol; Hospital Distrital de Beja;<br />

e ainda ·<br />

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3. <strong>Gestão</strong> Financeira<br />

4. <strong>Gestão</strong> de Internamentos<br />

5. <strong>Gestão</strong> do Imobilizado (património e conservação)<br />

6. Meios Complementares de Diagnóstico<br />

7. <strong>Gestão</strong> de Pessoal<br />

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Neste número de 'GH são<br />

pubHcados quauo uabalhos<br />

apresentados ao V Congresso<br />

da A.E.A.H ..<br />

· Os critérios que presidiram à<br />

sua escolha foram ps seguintes:<br />

- Exemplaridade das experiências<br />

descritas.<br />

- Acuidade da temática para<br />

os Administradores da Saúde<br />

em Portugal . ·<br />

A tradução que, por motivos<br />

de calendarização editorial,<br />

teve de ser efectuada em tempo<br />

reduzido e que, por essa razão,<br />

poderá apresentar deficiências,<br />

respeitou, no possível, o original<br />

em língua francesa. Assim,<br />

mantiveram-se as designações<br />

utilizadas no vocabulário técnico<br />

ou na realidade portuguesa<br />

{apenas se operando a sua<br />

tradução 'literal), tendo-se man-<br />

1 tido, igualmente, as características<br />

coloquiais próprias de um<br />

texto destinado a ser apresentado<br />

oralmente.<br />

, E' objectiv.o · desta ·· comunicãção<br />

mostrar em que sentido o financiamento<br />

influi no planeamento ou<br />

programação do funcionamento<br />

dos hospitais portugueses.<br />

Para tanto convirá, em breves<br />

linhas, carcterizar o hospital português<br />

e pôr em evidência os aspectos<br />

positivos e negativos do seu<br />

financiamento.<br />

Depois, em conclusão, serão<br />

enunciados alguns aspectos sobre<br />

os quais se deverá actuar no futuro<br />

próximo, segundo a nossa opinião.<br />

Toda a exposição é afectada,<br />

como é forçoso, pelo facto de se<br />

destinar a ser apresentada, em dez<br />

minutos, perante os inscritos no<br />

V Congresso da Associação Europeia<br />

de Administradores Hospitala-<br />

. · res, provenientes de 16 países da<br />

Europa. .<br />

1 - O hospital português e o<br />

seu financiamento<br />

1 . Para caracterizar os hospitais<br />

portugueses até 1974, referindo<br />

apenas os tópicos essenciais, dir­<br />

-se-á que:<br />

- Havia um sector estadual,<br />

constituído por uma meia dúzia de<br />

hospitais gerais localizados em Lisboa,<br />

Porto e Coimbra e por outros<br />

tantos hospitais especializados<br />

(Psiquiatria e Tuberculose). Este<br />

sector dispunha de, aproximada-<br />

1 ment~ 1Q_OOO camas;<br />

* Administrador Geral -do Hospital<br />

. dt;! Santo António - Porto<br />

- -Havia um sector privadOde fim<br />

não lucrativo, abrangendo um<br />

maior número de hospitais, a maioria<br />

dos quais pertencentes às Misericórdias.<br />

Estas, dotadas pela lei<br />

de pesonalidade jurídica e de autonomia<br />

administrativa e de património,<br />

eram responsaveis da administração<br />

dos hospitais de dimensão<br />

média - 200 ou 300 camas - ou de .<br />

pequena dimensão - muitos deles<br />

com 20 ou 30 camas;<br />

- Havia também um sector privado<br />

de fim lucrativo sobre o qual a<br />

intervenção do Estado se limitava<br />

ao licenciamento dos estabeleci-<br />

1 mentos. Estes existiam sobretudo<br />

em Lisboa, Porto e Coimbra.<br />

O Estado aceitava apenas uma<br />

responsabilidade supletiva da dos<br />

indivíduos e das instituições de fim<br />

não lucrativo; por isso, o financiamento<br />

dos hospitais fazia-se através<br />

de:<br />

- - -<br />

· - reembolso da t otalidade ou,<br />

mais frequentemente; de uma<br />

parte das despesas pelo próprio<br />

doente ou agregado familiar, segundo<br />

o escalão do seu rendimento,<br />

ou então pelas companhias<br />

de seguros no caso de haver responsabilidade<br />

para elas transferida·<br />

·<br />

1<br />

1 '<br />

- pagamento, na base de acordos,<br />

pela Previdência para os tra- ,<br />

balhadores da indústria e do comércio<br />

e seus familiares dependentes<br />

e, na fase .final, também<br />

para os rurais;<br />

-:- afe~t~ção de rendimentos ou<br />

<strong>Gestão</strong> H~spttalar • Ano li • N. 0 8<br />

11


:::::.::.:•.•::::::: ::: ::.::::::::: :: ::•::::::::::::•:::::::::::::.:•:::::•::·::.::::::·::: ::::::::::::::.:: ::::•::;::::·::·:;.::·::·:· ·:•::•::::::::::··:::•::::::::::::::::::::::::::::::::::: ::·: :::::::::::::: :::::::::::::::·::::.:::::::::: :::::::::::::: ::;::::::::::•::;:;::·:::: :::.:::::;•::::::::::::.:::::::::: ::: :: ::::: :::::::: :::_:::::::::::::::_:: :::::::::•:.::.:::::·::: :::::•:: :::::::::::<br />

FINANCIAMENTO<br />

E PLANIFICAÇAO<br />

INTERNA<br />

fundos do património das instituições<br />

responsáveis pela administração<br />

dos hospitais;<br />

- subsídios· concedidos pelo Estado<br />

à exploração dos hospitais.<br />

O aumento ininterrupto da despesa<br />

de funcionamento dos hospitais,<br />

quer pela evolução da medicina<br />

quer em função do alargamento<br />

da consciência do direito à<br />

saúde, produziu consequências:<br />

• A parte do financiamento público<br />

- provindo de subsídios directos<br />

do Estado ou de reembolsos da<br />

Previdência - teve que aumentar '<br />

progressivamente;<br />

• Consciente deste facto, o Estado<br />

sentia-se legitimado e apetente<br />

para uma intervenção mais<br />

estreita e mais condicionante da<br />

gestão dos hospitais, mesmo daqueles<br />

cuja entidade administrante<br />

gozava do estatuto jurídico de autonomia.<br />

2. Após 1974 a Constituiçã~<br />

Política de 1976 previu a criação de<br />

um Serviço Nacional de Saúde. Em<br />

consequência, por lei da Assembleia<br />

da República e por decreto ou<br />

decisão do Governo, produziram­<br />

-se modificações importantes:<br />

- o sector privado de fim não<br />

lucrativo - em que a propriedade<br />

dos edifícios foi deixada às Misericórdias<br />

- foi incorporado e fundido<br />

no sector estadual através de contrato<br />

de arrendamento dos edifícios,<br />

passando este a ser constituído<br />

por cerca de 80 estabelecimentos<br />

hospitalares;<br />

- sendo a gratuitidade uma das<br />

características do Serviço Nacional<br />

de Saúde, o reembolso das despesas<br />

hospitalares pelos utentes foi<br />

suprimido. Actualmente o utente<br />

está sujeito ao pagamento de uma<br />

taxa moderadora, mas apenas<br />

para acesso à consulta externa;<br />

- praticamente, o Orçamento<br />

Geral do Estado converteu-se em<br />

fonte de financiamento quase única<br />

dos hospitais, sendo excepção os<br />

casos em que tenha sido transferida<br />

a responsabilidade para companhias<br />

de seguro - situações de<br />

acidentes de trabalho ou de viação;<br />

- contra o que seria de esperar -<br />

mas logicamen~e . porque não modificaram<br />

as condições objectivas<br />

do funcionamento dos hospitais - o<br />

sector privado de fim lucrativo permaneceu<br />

em condições idênticas<br />

às do período precedente;<br />

- a lei concedeu aos hospitais<br />

autonomia administrativa e financeira<br />

mas, na prática, esta está<br />

totalmente anulada pela dependência<br />

de financiamento - sem lei que<br />

o defina - e por numerosos decretos<br />

do Governo, tanto como pelo<br />

peso enorme da burocracia da Administração<br />

Pública.<br />

3. O crescimento do envelope<br />

financeiro do Estado e o facto de os<br />

fundos dele provenientes constituírem<br />

cerca de 96°/o do total das<br />

receitas dos hospitais, puseram em<br />

evidência a necessidade de estabelecer<br />

e aprovar um criterio para a<br />

repartição equitativa desse envelope.<br />

Diga-se desde já que esse<br />

critério não constitui uma lei de<br />

financiamento dos hospitais -<br />

mesmo abstraindo de que o não é<br />

em sentido formal - pois qtie lhes<br />

não garante a equação receitas I<br />

despesas. Trata-se apenas de repartir<br />

a parte afectada ao sector<br />

hospitalar do montante total atribuído<br />

pelo Orçamento Geral do Estado<br />

à Saúde .<br />

Com este objectivo o Departamento<br />

de <strong>Gestão</strong> Fiananceira dos<br />

Serviços de Saúde (DGFSS)<br />

apura, em cada ano, os custos<br />

médios de cada grupo de hospitais<br />

(hospitais centrais e hospitais distritais).<br />

Baseado sobre estes custos<br />

médios e no total a repartir, o<br />

DGFSS estabelece tabelas de reembolso<br />

das prestações hospitalares<br />

por especialidade e para cada<br />

grupo de hospitais. Estas tabelas<br />

são constituídas por valores que<br />

variam em funçã.,o da demora média<br />

do serviço em causa (a uma<br />

demora média mais elevada corresponde<br />

um reembolso mais elevado<br />

por doente) e em função da<br />

ocupação média (se esta é mais<br />

elevada diminui o reembolso por<br />

doente tratado). Os gráficos n. º s 1 e<br />

2 fazem, respectivamente, a exemplificação<br />

do reembolso por doente<br />

e do reembolso total para três<br />

hipóteses de ocupação média de<br />

um Serviço de Cardiologia de hospital<br />

central que tivesse 60 camas,<br />

através da aplicação das tabelas<br />

aprovadas para 1983.<br />

Referimo-nos apenas ao reembolso<br />

das chamadas despesas<br />

directas do internamento e a ele ·<br />

nos queremos confinar. O reembolso<br />

dos custos de estrutura e ainda<br />

o das restantes prestações hospitalares<br />

- consulta externa e urgência<br />

- é feito também a partir de<br />

custos médios apurados para cada<br />

grupo de hospitais. Efectivamente,<br />

o DGFSS inicia o processo determinando<br />

a despesa total da organização<br />

hospitalar nos sectores de<br />

hospitalização (despesas directas),<br />

de consulta externa, de urgência e<br />

com os custos de estrutura; prossegue<br />

com a repartição do envelope<br />

hospitalar por aqueles sectores<br />

de formação da despesa; vem depois<br />

a consideração dos custos<br />

médios dos hospitais, a determinaçao<br />

da percentagem de reembolso<br />

e o estabelecimento das respectivas<br />

tabelas.<br />

4. Retomemos, porém, o reembolso<br />

das despesas directas do<br />

internamento. Qual a crítica que<br />

deverá fazer-se a este criterio de<br />

atribuição de fundos cujos aspectos<br />

essenciais - e só estes -<br />

ficaram referidos?<br />

- Começando pelo seus aspectos<br />

positivos deverá dizer-se que<br />

..<br />

, constitui progresso considerável<br />

relativamente à concessão de subsídios<br />

no período antecedente.<br />

Cada hospital pode agora compreender<br />

e conferir o montante da<br />

subvenção que lhe foi concedida.<br />

Depois<br />

- Haverá que reconhecer progresso<br />

quando se passa do número<br />

total de doentes hospitalizados<br />

e do número total de camas do<br />

hospital para a consideração do<br />

número de doentes e do número de<br />

camas por Serviço: os custos<br />

variam de serviço para serviço.<br />

Também<br />

- Existe agora um «standard» de<br />

comparação, ainda que mau. As<br />

bases para criar nos hospitais células<br />

de análise de gestão e para<br />

seguir atentamente a formação dos<br />

seus custos foram afirmadas, com<br />

objectivos e estímulo anteriormente<br />

inexistente. Finalmente<br />

- Dir-se-á que é fácil criticar o<br />

actual critério e bem mais difícil -<br />

se não inviável - substituir-lhe outro<br />

melhor que, com base na informação<br />

disponível nos hospitais<br />

portugueses, se não limite a considerar<br />

quase tão somente os aspectos<br />

quantitativos do seu funcionamento.<br />

Se é certo que a equação<br />

receitas/ despesas não é garantida<br />

e, portanto, não pode falar-se de<br />

um sistema de financiamento, é<br />

igualmente evidente que o DGFSS<br />

só pode repartir os fundos que lhe<br />

são atribuídos. Se o orçamento da<br />

saúde não fosse inferior a 4°/o do<br />

produto nacional bruto e correspondesse<br />

a 8% ou mesmo mais -<br />

como acontece em países da CEE<br />

...:. seriam certamente mais benévolas<br />

as críticas dirigidas ao critério<br />

de repartição de fundos.<br />

5. Se seria injusto ignorar estas<br />

considerações, elas não devem impedir<br />

o enunciado dos aspectos<br />

negativos do adual financiamento<br />

dos hospitais. Referir-se-ão aque-<br />

les que parecem mais importantes.<br />

Assim<br />

- Nada prova - e ninguém intenta<br />

provar - que os estabelecimentos<br />

compreendidos nos grupos<br />

de hospitais (centrais e distritais)<br />

sejam homogéneos. As suas condições<br />

de operação podem ser<br />

muito diferentes mesmo para índices<br />

de demora média e de ocupação<br />

média muito próximos ou coincidentes.<br />

Ora, a aplicação de uma<br />

tabela de reembolso a todos os<br />

hospitais de cada grupo baseia-se<br />

sobre o pressuposto de uma homogeneidade<br />

suficiente dentro do grupo,<br />

ainda quando se decida não<br />

considerar a qualidade em si<br />

mesma e apenas estimá-la a partir<br />

de alguns sintomas.<br />

- Em termos praticamente idênticos<br />

se dirá que falta também homogeneidade<br />

à actividade dos Serviços<br />

ou especialidades médicas.<br />

Com efeito num mesmo serviço<br />

são tratados casos cl ínicos cuja<br />

complexidade é muito diferente.<br />

Em que medida haverá sobreposição<br />

da distribuição da patologia<br />

tratada por dois serviços da mesma<br />

especialidade? O pressuposto de<br />

que ela se verifica é totalmente<br />

gratuito e prejudica os serviços<br />

hospitalares que tratam doentes<br />

mais graves e que, gastando mais,<br />

não são compensados como deveriam<br />

ser. Depois<br />

- As tabelas de reembolso baseiam-se<br />

em custos médios. É<br />

então forçoso que os custos de<br />

alguns serviços se situem acima da<br />

média e fiquem financiados apenas<br />

parcialmente. Perguntamo-nos então<br />

o que vai acontecer a esses<br />

serviços que foram criados para<br />

responder à procura dos utentes,<br />

se a lei lhes não permite outras<br />

receitas além do financiamento do<br />

Estado, e, sobretudo, se não é<br />

possível ·provar que as suas despesas<br />

foram excessivas pois que<br />

podem ter sido impostas por condições<br />

particulares do próprio esta-·<br />

belecimento. Deverá aceitar-se<br />

que o défice fique a cargo do<br />

hospital e que os seus custos vão<br />

pesar na exploração seguinte através<br />

do pagamento de juros aos<br />

fornecedores ou à banca? Será<br />

preferível a concessão de subvenções<br />

adicionais em fins de ano<br />

para evitar aquelas consequências?<br />

Se assim, para onde vai a<br />

lógica do sistema, do ponto de vista<br />

da justiça distributiva? Que efeitos<br />

perversos serão de esperar?<br />

- E ainda não é tudo. Viu-se que<br />

uma ocupação média mais alta<br />

provoca uma diminuição do reembolso<br />

por doente tratado. Suponhamos,<br />

então, que dois serviços -<br />

ainda de Cardiologia e ainda em<br />

1983 - com 60 e 90 camas, respectivamente,<br />

hospitalizaram e trataram,<br />

com a mesma demora média<br />

(por exemplo, 11 dias) cada um<br />

deles 1891 doentes. Para. tanto o<br />

serviço menor teve que operar com<br />

uma ocupação média de 95% enquanto<br />

que o outro trabalhou apenas<br />

a 63%. Pois bem, pela tabela<br />

aplicável este receberá 49 414$<br />

por doente e aquele apenas<br />

41 900$. Isto é, em termos de<br />

reembolso total haveria uma diferença<br />

de 14 208 97 4$<br />

(1891 x7514$). Não será tentador<br />

instalar serviços sobredimensionados,<br />

procurando que a estatística<br />

apresente uma ocupação m ~dia<br />

baixa?- Veja-se os gráficos n.º 3 e<br />

4 que ilustram esta situação.<br />

li - A influência do financiamento<br />

no planeamento do<br />

funcionamento<br />

6. Há, evidentemente, uma ética<br />

que não permite aos gestores hospitalares<br />

este tipo de manipulações;<br />

mas sabemos que no domínio<br />

hospitalar são poucos - se é<br />

que existe algum - os termos uní-<br />

12<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º a<br />

13


FINANCIAMENTO<br />

E PLANIFICAÇAO<br />

INTERNA .<br />

vocos. Cama hospitalar ou doente<br />

internado são expressões que podem<br />

designar realidades diversas<br />

com consequências no domínio do<br />

financiamento. Aceitemqs, porém,<br />

que a ética profissional impere.<br />

Nem por isso é menos verdade que<br />

o gestor tem de considerar as<br />

consequências que derivam do critério<br />

de financiamento para o planeamento<br />

da actividade do hospi-1<br />

tal.<br />

O problema que se apresenta,<br />

no contexto actual do hospital português,<br />

tem os seguintes contar- \<br />

nos:<br />

• há excesso da procura sobre a<br />

oferta, sobretudo ao nível dos hospitais<br />

centrais;<br />

• segundo o critério de financiamento<br />

em vigor as receitas aumentam<br />

quando aumentar o número de<br />

internados e este é função de uma<br />

ocupação média elevada e de uma<br />

demora média curta (v. gráfico<br />

n.º 2)<br />

• a hospitalização dos doentes<br />

deve obedecer a prioridades de<br />

ordem clínica, sendo de excluir que<br />

a escolha dos doentes seja determinada<br />

por considerações relativas<br />

ao equilíbrio orçamental;<br />

• no curto prazo - e o orçamento<br />

é um instrumento para o<br />

. curto prazo - a intervenção sobre a<br />

demora média não compensa porque<br />

é difícil de reduzir;<br />

• se analisarmos as despesas<br />

de funcionamento ressalta de imediato<br />

que podem ser classificadas<br />

como:<br />

- despesas fixas, pois que,<br />

dentro de certos limites, não são<br />

afectadas pelo número de doentes '<br />

tratados; estão neste grupo as despesas<br />

de amortização, de pessoal,<br />

de energia e outras (cerca de 75°/o<br />

do total); estas despesas fixas convertem-se<br />

na parte variável do 1<br />

custo unitário por doente tratado<br />

(variável em função do número de<br />

- - -- - - - - .<br />

CONTOS<br />

62<br />

60<br />

58<br />

56<br />

S4<br />

52<br />

50<br />

48<br />

46<br />

44<br />

42 .<br />

40<br />

o<br />

MILHARES<br />

DE CONTOS<br />

75<br />

70<br />

....<br />

o 65<br />

z<br />

w<br />

:i:<br />

<<br />

ü<br />

z 60<br />

.<<br />

z<br />

ü:<br />

55<br />

50<br />

L<br />

45<br />

_}.<br />

L<br />

o<br />

------ OM = 65%<br />

- OM = 80%<br />

- ·-·- ·· OM = 95%<br />

11<br />

_............-- ~--<br />

FINANCIAMENTO HOSPITALAR EM PORTUGAL<br />

- REEMBOLSO DAS DESPESAS DIRECTAS POR DOENTE TRATADO (a)<br />

. ------------- -- -----­<br />

__ .. -<br />

__ ___.. .. -<br />

.-·-·-·-·--·-·-·-·-·<br />

·......... .....<br />

.....<br />

'· ' ·' ·...........<br />

' ·<br />

-------------<br />

13<br />

.................<br />

---<br />

---·-·<br />

,,_.- ·<br />

-·-·<br />

15<br />

DEMORA MÉDIA<br />

-------- ---------------------- ----<br />

-·-·-·-<br />

-·-·-·-·-·-·<br />

FINANCIAMENTO HOSPITALAR EM PORTUGAL<br />

- RECEITA DE UM SERVl-,.u u~ JO CAMAS (a)<br />

......<br />

... -.................. ....... ...<br />

................. ...........<br />

-...............<br />

17<br />

---------------<br />

- -·-·-· ---·-· -·-· 19 DIAS<br />

------....... __<br />

............. ---......<br />

- ·-· - · OM = 95%<br />

- ·OM = 80%<br />

------ OM = 65%<br />

11 13 15 17 19 DIAS<br />

DEMORA MÉDIA<br />

(a) Exemplificação na base das tabelas de reembolso das despesas directas dos Serviços de Cardiologia<br />

em 1983<br />

doentes);<br />

- despesas variaveis, proporcionais<br />

ao número de doentes,<br />

como as despesas de consumo.<br />

No custo por doente tratado estas<br />

despesas variáveis formam a parte<br />

constante, insensível ao número de<br />

doentes, salvo eventuais efeitos de<br />

escala abaixo de cujo limite nos<br />

estamos a situar.<br />

7. Sendo estes os dados do<br />

problema não fica ao gestor grande<br />

amplitude para fixar os seus objectivos:<br />

o planeamento deverá prever<br />

para cada um dos serviços do<br />

hospital condições de operação<br />

tais que as despesas provocadas<br />

pelas actividades sejam, no mínimo,<br />

igualadas pelas receitas que<br />

o reembolso dessas actividades vai<br />

produzir.<br />

Dito de outro modo: a necessidade<br />

de cobertura financeira para<br />

as actividades leva o planeamento<br />

a prever a hospitalização do mais<br />

elevado número de doentes que,<br />

continuando compatível com o total<br />

de despesas fixas do estabelecimento<br />

(o que significa: sem perda<br />

de qualidade dos cuidados) possa<br />

assegurar o maior desvio das receitas<br />

sobre as despesas.<br />

Sendo o montante do reembolso<br />

fixado pelo DGFSS, este resultado<br />

será passivei quer pela redução da<br />

demora média (difícil, como já dissemos),<br />

quer pelo aumento da ocupaçao<br />

média, quer pelo efeito da<br />

intervenção conjugada sobre ambas.<br />

O mais provável será, no<br />

entanto, o mais fácil, ou seja, a<br />

procura da ocupação média mais<br />

elevada possível.<br />

Em quadro anexo - e continuando<br />

a considerar a especialidade<br />

de Cardiologia - mostram-se<br />

os valores do reembolso por<br />

doente tratado em função da demora<br />

média e da ocupação. Por<br />

sua vez o gráfico n.º5 - a duas<br />

escalas - exemplifica (para 3 valo-<br />

MILHARES<br />

DE CONTOS<br />

100<br />

95<br />

o<br />

1-<br />

ffi 90<br />

:!E<br />

<<br />

õ<br />

z<br />

<<br />

z<br />

ii:<br />

85<br />

80<br />

75<br />

o<br />

FINANCIAMENTO HOSPITALAR<br />

EM PORTUGAL<br />

Serviço de 90 camas<br />

'.<br />

'.<br />

'.<br />

Serviço de 60 camas<br />

L~..._~, ~~--r-, ~~--r-, ~~ .......... , ~~--, ~~--, ~~-%~~so<br />

60 70 80 90 100 OM<br />

DEMORA MÉDIA: 11 DIAS<br />

14<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0<br />

a<br />

15


FINANCIAMENTO<br />

-<br />

E PLANIFICAÇAO<br />

INTERNA<br />

FINANCIAMENTO HOSPITALAR EM PORTUGAL - 1983<br />

MILHARES .<br />

DE CONTOS<br />

100<br />

95<br />

o<br />

~ 90<br />

w<br />

::E<br />

e(<br />

õ<br />

z<br />

e( 85<br />

z<br />

ü:<br />

80<br />

75<br />

Escalões<br />

D.M.<br />

Reembolsos<br />

doente<br />

loc<br />

.. ..<br />

li • •••••<br />

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11<br />

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o L~---i~~11·t~-·<br />

60-65<br />

65-70<br />

70-75<br />

75-80<br />

80-85<br />

85-90<br />

90-95<br />

95-100<br />

Adicional<br />

p /unidade<br />

OM s Ia base<br />

do escalão<br />

Base do<br />

escalão<br />

11 • 13<br />

" ...<br />

X ll X ll<br />

" " ..<br />

---~>~j~~~~)-<br />

adicional<br />

p I décima<br />

50119 180<br />

235<br />

Base do<br />

escalão<br />

53720<br />

52460<br />

51202<br />

252<br />

13 - 15<br />

DEMORA MÉDIA: 11 DIAS<br />

adicional<br />

p / décima<br />

180<br />

176<br />

172<br />

15 - 17<br />

Base do l adicional<br />

escalão 1 p I décima<br />

57321 151<br />

55978 148<br />

54635 144<br />

53292 141<br />

51950 137<br />

269<br />

Base do<br />

escalão<br />

17 - 19<br />

1 adicional<br />

p / décima<br />

60346 123<br />

58932 120<br />

57517 117<br />

56105 114<br />

54691 111<br />

53276 108<br />

51862 106<br />

50450 103<br />

283<br />

00ENTES<br />

60 Camas<br />

90 Camas<br />

19 . 21<br />

Base do 1 adicional<br />

escalão p / décima<br />

62801 • 123<br />

61330 120<br />

59859 117<br />

58386 114<br />

56915 111<br />

55444 108<br />

53973 106<br />

52502 103<br />

294<br />

Exemplificação na base das tabelas de reembolso das despesas<br />

directas dos Serviços de Cardiologia em 1983<br />

res de ocupação média e mantendo<br />

inalterada a demora média) a<br />

evolução, de sentido inverso,do<br />

custo por doente e das receitas<br />

originadas no seu funcionamento.<br />

Ili - Sugestões para o futuro próximo<br />

8. Qualquer planeamento, para<br />

ter sucesso, precisa do apoio de<br />

quem deve executar as actividades<br />

e é sabido que se executa melhor<br />

aquilo em que se participou na fase<br />

da concepção.<br />

Os aspectos negativos do critério<br />

de financiamento dos hospitais<br />

parecem suficientemente sérios<br />

para afectar a sua aceitabilidade ·<br />

pelo pessoal hospitalar e sobretudo<br />

pelo médico, sempre mais inclinado<br />

para valorar a qualidade e<br />

,para considerar secundários os as­<br />

·pectos quantitativos.<br />

Não se trata de condenar esta<br />

propensão para a primazia da qualidade:<br />

ela constitui magnífica defesa<br />

da saúde da população.<br />

Do que deve tratar-se é de aperfeiçoar<br />

o critério de financiamento<br />

do hospital baseando-o sobre factores<br />

cuja realidade seja comprovável<br />

e comprovada, melhorando a<br />

sua consistência lógica e dando<br />

relevo à consideração da qualidade<br />

dos cuidados.<br />

Para estes objectivos gerais<br />

seria, talvez, recomendável:<br />

- Promover o estudo da formação<br />

dos custos nos hospitais portugueses,<br />

tentando isolar e conhecer<br />

o peso dos diferentes factores:<br />

•peso da estrutura: edifícios e<br />

equipamentos<br />

pessoal<br />

·peso do consumo: materiais<br />

serviços<br />

•peso da organização: medida em<br />

que esta influencia a estrutura e o<br />

consumo.<br />

1<br />

CONTOS<br />

70<br />

MILHARES<br />

DE CONTOS<br />

70<br />

DM: 15 DIAS<br />

OM : 80%<br />

DM: 15 DIAS<br />

Custo fixo por doente<br />

Custo variável por doente<br />

Total do reembolso<br />

das despesas directas<br />

DM: 15 DIAS<br />

OM: 83% OM: 86%<br />

Serviço de 60 camas<br />

(Cardiologia)<br />

- Definir, através de sintomas<br />

bantantes e mensuráveis, «Standards»<br />

de qualidade dos cuidados<br />

e fazer a sua avaliação periódica.<br />

- Definir, implantar e controlar<br />

regras de estatístiça hospitalar, visando<br />

aplicação unívoca pelos estabelecimentos.<br />

A partir daqui seria então praticável<br />

a revisão do critério de financiamento<br />

dos hospitais. o<br />

16<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano 11 • N. 0 8<br />

17


::::::::••••·················:••••::::.::;::: ::•:•:·•···:::•··· ·········::::::::•::::::::·······:·••·•:•·•••:•:•:•::::::::::.:::::::•:········:···:·:·:·:•:::::::::::::::::•:•::::::.::::::::: ::::::::::::::::::•:•:••:::••••::::•:::••:·:··:·:::·······••::::::::::.:: ::.::::: ::-::•:::••:•••:: ::::::::::::•:::::·::::::: .. :•:•:::::::::::::::•:::::::: ::•:.:::•:•::::::::: :::::::: ::·::•::.::.::-::::::::::::::::: ::•::::::::<br />

PRODUÇÃO<br />

,<br />

ESTRATEGIA DE PLANEAMENTO<br />

DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE<br />

EM MERSEY (1985-1994)<br />

SERVIÇOS<br />

Por D. G. Nichol *<br />

A chave de cada sector chave<br />

A Burroughs compreende os objectivos da sua empresa,<br />

fornecendo-lhe o equipamento exacto e os sistemas informáticos<br />

_gue beneficiam os seus resultados finais.<br />

Com a Burroughs, a informatização da sua empresa, por maior<br />

que ela seja, nunca o ultrapassa: pelo contrário, dá-lhe a certeza de<br />

ficar sempre por dentro de cada solução.<br />

Porque a Burroughs, leader de informática há 100 anos, tem<br />

uma personalidade eficiente e versátil. Sendo o 2. 0 construtor<br />

mundial de sistemas de grande porte que servem factores<br />

fundamentais da economia e da indústria, a Burroughs sabe<br />

dialogar consigo. E dar-lhe uma assistência completa em hardware,<br />

software e formação.<br />

A Burroughs dá-lhe a chave de cada sector chave.<br />

© BURROUGHS<br />

Burroughs<br />

1 ~UMA NOVA FILOSOFIA DE<br />

BASE PARA O PLANEA­<br />

MENTO<br />

1 .1 - O sistema de planeamento<br />

do S.N.S. evoluiu de forma típica<br />

desde os fins dos anos 70 e apresenta,<br />

actualmente, as seguintes<br />

caracteríticas.<br />

1 .1 .1 - Baseia-se na previsão e<br />

análise; tenta prever uma imagem<br />

de um futuro longínquo, simultaneamente<br />

em termos de modelo de<br />

prestação de cuidados e de valores<br />

políticos subentendidos por esses<br />

modelos, e analisar a melhor forma<br />

de realizar tal futuro.<br />

1.1.2 - Tem um efeito centralizador.<br />

O planeamento é uma actividade<br />

abstracta levada a cabo por<br />

especialistas e na qual as direcções<br />

locais, a perspicácia e a informação<br />

constituem a matéria-prima<br />

da qual resulta um plano central.<br />

1.1 .2 - Um tal planeamento<br />

constitui, antes de mais, um método<br />

de controlar o futuro, isto é, de<br />

controlar as decisões das direcções<br />

locais e as escolhas dos<br />

objectivos prosseguidos.<br />

1 .2 - Criticante este tipo de planeamento,<br />

poder-se-á afirmar que<br />

a tentativa de modelar o futuro<br />

desta forma resulta impossível, já<br />

que a nossa capacidade de previsão<br />

é fraca e que aspectos muitos<br />

significativos do futuro escapam ao<br />

lt Director Regional - Autoridade<br />

Regional de Mersey - Reino Unido<br />

nosso controlo. Além disso, o modelo<br />

tradicional não considera os<br />

conflitos de valor existentes entre<br />

os agentes dos serviços destinários<br />

do planeamento.<br />

Deveria, antes, insistir-se sobre<br />

os pontos seguintes:<br />

1 .2. 1 - O planeamento deverá<br />

versar os pontos estratégicos do<br />

S.N.S.:<br />

- Decisões obrigatórias para as<br />

opções relevantes para o futuro<br />

previsível - mais investimento de<br />

capital, por exemplo.<br />

- Decisões de grande impacto<br />

ou que . não possam ser tomadas<br />

isoladamente, isto é, que envolvam<br />

outras organizações - por exemplo,<br />

o planeamento conjunto com a<br />

Segurança Social.<br />

- Decisões que representam<br />

compromissos a longo prazo, em<br />

relação a um fim ou objectivo prioritário<br />

- v. g. introdução de um<br />

programa orçamental para protecção<br />

à doença mental.<br />

Neste sentido, por exemplo, as<br />

decisões sobre o número preciso<br />

de traumatismos e de camas ortopédicas<br />

que cada distrito sanitário<br />

deverá possuir em 1994/ 95 não<br />

são estratégicas, pois cada decisão<br />

actual será falseada pela alteração<br />

dos recursos disponíveis,<br />

pelo desenvolvimento de novas formas<br />

de tratamento ou por mudança<br />

das expectativas das populações e<br />

utentes.<br />

Todavia, o desenvolvimento de<br />

um qualquer serviço poderá ser<br />

submetido a referências estratégicas<br />

de forma a que a proporção de<br />

despesas dos serviços de ponta<br />

não se eleve; o crescimento deve<br />

fundar-se em ganhos de eficiência<br />

no tnterior do serviço; ou, quando<br />

as ccperformances» são reduzidas,<br />

deverão atingir-se os melhores níveis<br />

correntemente verificados<br />

noutros serviços similares.<br />

1 .2.2 - O planeamento não deverá<br />

procurar reduzir a incerteza do<br />

futuro, mas sim dirigir essa incerteza<br />

que, aliás, sempre existirá. Em<br />

termos práticos, tal significa dar<br />

aos dirigentes de todos os níveis o<br />

sentido de que o plano não os<br />

desliga da responsabilidade de responder.<br />

às alterações do meio<br />

quando elas se produzem. Isto<br />

implica que os planos deverão dirigir-se<br />

cede baixo para cima» e<br />

esforçarem-se por deixar opções<br />

em aberto.<br />

1.2.3 - O planeamento - simultaneamente<br />

processo e produto -<br />

deve ser avaliado. O planeamento<br />

é um processo de evolução e<br />

aprendizagem constantes.<br />

2 - CONTRIBUIÇÃO DA A.S.R.<br />

DE MERSEY PARA UMA ES­<br />

TRATÉGIA DE PLANEA­<br />

MENTO<br />

2.1 - A A.S.R. pretende desligar­<br />

-se de um conceito de estratégia do<br />

planeamento baseada em normas<br />

nacionais e regionais, encarando<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º a<br />

19


.. . . . ... .. . · ····· ·· ··· · · ···· ·· ·· · ·· ····· ······· ············ ·<br />

: : : : : : : : : : : . . ·.·.·.·.·.·.·.•.•.•.•.·.-.·.·.·.·.-.·.·.·.·.·.-.·.·.·.·.·.·.·.·... . :-:- :-:·:-:-:-:-:·:-:-:-:. . . . . -.·.·.-.·.·.-.·.·.·.· . . .. ·.·.-.· :-:·:-:-:-:·:-:-:-:-:-:-:-:·:- ........ ..... . . ··-:-:-:-:·:-:-:-"">" : : : :-:-:-:-:-:-:-:-:·:-:-:-:-···<br />

......... :<br />

... ::: .·.: ::-:-: ::-: :.:. ·: :· ·:·:·:·>:·:·:·:·::::: :.:


. · ........... ·, .... ·,·, ·.·.·. ·, .. · .· .·.. . . . .. · .· ·:-:-:-:·>":-:-··:-:-:-:··-:·· ·:-:-;-·.-.·.. . . . . . . . . . . . ... " .............................. -:-:-:-:-:. :-:-: ·:-:-:-:-:-:-: . . . .. ' . . . . . . . . . . . . : . : . : . : .: . :. : . : . : . : . :: : :: : :: : ::: : :: : :: : :: : : : : : : : : :: : :: : :: : : : : : : : : :: : :: ::: : : : :-:-: . >: < -:-:-:-:-: -:-:-: .: . :-:-: ...... -: "........... ... . . . .... . .<br />

···•:: ::::•:•::•::•:•:•::::::::::::•:::•:::.:: :::::::::•••••:••••:•:•:::::•: ::::::::•::::::::: :::•:•:: :::::::::::••· ···········:•::::•····:·:·•:•:•:•:•:•:•:•:•:•:•:::•:•::::::•:••••:•:•••:•:•:•••:•:•::••:••·•·:•••:•: •······:·:•:•:•:•:•:·············:······•·•:•:::::• •··················:·:·:···:·:···:·:··············:::::::::::::••·············••:::::::::::::::::::::•················ ········ ·········:·········<br />

Reino Unido<br />

<strong>Gestão</strong> por object·vos<br />

no hospital<br />

Para se manter a sua coerência e<br />

exequibilidade serao controlados<br />

comparando-os com os pressupostos<br />

financeiros e_ as disposições<br />

previamente definidas para os serviços<br />

em causa. O programa de<br />

cada Distrito será, igualmente comparado<br />

com programas de outros<br />

Distritos, por um grupo pluridisciplinar<br />

constituído por prestadores<br />

directos de cuidados e outro pessoal.<br />

4.5 - Instalações<br />

Aos distritos pede-se que forneçam<br />

a seguinte informação:<br />

4.5.1 - Se possuem inventário<br />

com indicação das condições dos<br />

seus imóveis e com referência aos<br />

custos requeridos para a sua substituição<br />

ou reparação, de forma a<br />

atingirem um padrão de qualidade<br />

apropriado, reduzindo o grau de<br />

deterioração.<br />

4.5.3 - Se foi realizado estudo<br />

para a racionalização da utilização<br />

do espaço disponível.<br />

4.5.4 - Se foi efectuada avaliação<br />

de todas as instalações e<br />

equipamentos para a preparação<br />

de programas de controlo patrimonial.<br />

4.6 - Trata-se de analisar o património<br />

com precaução, flexibilidade<br />

e racionalmente, a fim de determinar<br />

como poderá ele responder às<br />

pressões que as directivas estratégicas<br />

ocasionarão. Historicamente,<br />

o planeamento do S.N.S. considerou<br />

que as soluções baseadas<br />

na mera substituição de instalações<br />

constituíam o meio usual e,<br />

até, desejável de realizar os objectivos<br />

dos serviços. Mas tal situação<br />

não deve manter-se, devendo os<br />

Distritos demonstrar, antecipadamente,<br />

as insuficiências das suas<br />

instalações actuais, antes que novos<br />

planos de investimento sejam<br />

considerados apropriados e incluídos<br />

no programa estratégico regional.<br />

Isto é, o património constit.ui,<br />

24<br />

SERVIÇOS NAO<br />

PSIQUIATRICOS<br />

ANEXO B<br />

NfVEL MOVIMENTO NO 1994/95<br />

<strong>1984</strong>/85 NIVEL DE BASE NIVE L PROJECTADO<br />

(í 000) (í 000) (í 000)<br />

Internamento 208 ,960<br />

Ambul atório/hospi tal de dia/<br />

+ 0,390 + o, 1 % 209,350<br />

/ Adultos e Crianças 49,760 + 0,070 + 0,1% 49,820<br />

Serviços na Comunidade 42,350 + 5,830 + 13 ,8 % 48, 180<br />

Unidades Regionais 30 ,450 + 3,000 + ~ 33,450<br />

DOENÇA MENTAL<br />

Internamento<br />

Ambul tório/Hospital de dia/<br />

/ Adultos e Crianças<br />

Servi ços na Comunidade<br />

Unidades Regionais<br />

DEFICIENTES MENTAIS<br />

Internamento<br />

Ambula tório/Hospital de Dia /<br />

/ Adultos e Crianças<br />

Servi ços na Comunidade<br />

AMBULANCIA<br />

HQ/BTS REGIONAL<br />

RESERVAS REGIONAIS<br />

TOTAL REGIONAL<br />

simultaneamente, um trunfo e um<br />

obstáculo para a mudança, não<br />

devendo o S.N.S. permitir-se deter<br />

e gerir mais bens do que os que a<br />

sua função exige, devendo controlar<br />

os seus interesses de molde a<br />

satisfazer a procura e a assegurar<br />

uma utilização eficiente e em boas<br />

condições das suas instalações.<br />

Um estímulo à racionalização das<br />

instalações poderá ser constituído<br />

pela introdução de operações comerciais<br />

especulativas, sistema esse,<br />

todavia, que reconheça que a<br />

331,520 + 9.290 + 2,8 % 340,810<br />

67,870 - 13.870 - 20,3 % 54. 100<br />

1,160 + 10,440 + 900 % 11,600<br />

1,380 + 4, 220 + 306 % 5,500<br />

2 ,830 + 0,430 + ~ 3,260<br />

73,240 + 1,320 + 1,8 % 74,560<br />

24,170 - 7 ,030 - 29'1 % 17 , 140<br />

0,280 - o .180 - 64, 1% o' 100<br />

0, 210 - 5,340 +2. 54,3% 5,550<br />

24,660 - 1,870 - 7,6% 22,790<br />

10,960 + 0.220 + 0,2 % 11,180<br />

8,840 + 0.020 + 0,2 % 8,860<br />

4,540 + 0,090 + 2 % 4,630<br />

462,830<br />

propriedade do S.N.S. não deve<br />

ser tratada como um «bem livre».<br />

5 - CONCLUSÃO<br />

5.1 - O planeamento estratégico<br />

visará assegurar a completa integração<br />

dos componentes do planeamento:<br />

os níveis unitários dos<br />

serviços, a actividade dos serviços,<br />

os recursos financeiros, os recursos<br />

humanos e as instalações e<br />

equipamento.<br />

O<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

IMPLEMENTAÇÃO NO HOSPITAL DE<br />

SANTA CRUZ E S. PAULO (Barcelona)<br />

- 8 ANOS DE EXPERIÊNCIA<br />

POR MERCEDES BALCELLS BOIXtt I SILVIA BRESCO FLORtr I JÚLIA DE DIAGO SANCHEZtr I<br />

MAGDALENA GRANERO MARTltt<br />

A DESCENTRALIZAÇÃO DA<br />

GESTÃO E GESTÃO POR<br />

OBJECTIVOS NOS HOSPITAIS<br />

Um sistema descentralizado de<br />

·tomada de decisões numa empresa<br />

tem como objectivo aproximar<br />

os centros de decisão dos órgãos<br />

executivos, a fim de obter uma<br />

eficiência máxima, através do conhecimento<br />

mais· aprofundado dos<br />

factos e da aplicabilidade prática<br />

de um sistema.<br />

A descentralização requer um<br />

método de trabalho comportando a<br />

delegação de competências, a qual<br />

permite ao delegado tomar as decisões<br />

adequadas, no quadro das<br />

directivas gerais, para atingir os<br />

objectivos que lhe foram fixados.<br />

Quanto mais complexa é uma<br />

·organização, quer em volume quer<br />

em variáveis, tanto mais é necessário<br />

um sistema descentralizado<br />

que permita a descentralização da<br />

tomada de decisões, de molde a<br />

tornar os seus circuitos mais flexíveis<br />

e a assegurar a eficácia dos<br />

resultados.<br />

Toda a empresa possui uma<br />

série de recursos humanos e de<br />

organização para realizar os seus<br />

fins. Mas os custos actuais de<br />

funcionamento de. uma equipa no<br />

seio de uma qualquer organização<br />

impõem um sistema que optimize<br />

· * Directoras dos Serviços Administrativos<br />

do Hospital de Sta. Cruz e<br />

S. Paulo - Barcelona - Espanha.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />

ao máximo as suas possibilidades,<br />

sobretudo numa 'empresa complexa,<br />

difícil de dirigir devido à heterogeneidade<br />

do seu pessoal e difícil<br />

de planificar, organizar e controlar,<br />

como é um hospital.<br />

Já não é possível pensar, nos<br />

nossos dias, que os recursos sanitários<br />

dum país são inesgotáveis.<br />

É, pois, necessário aplicar tais técnicas<br />

de organização que permitam<br />

obter a maior eficiência possível<br />

dos recursos que são atribuídos.<br />

A gestão (ou direcção) participada<br />

por objectivos (DPO) é um<br />

método eficaz de gestão. A sua<br />

aplicação não é fácil, mas garante<br />

a produtividade e contribui para<br />

melhorar o ambiente de trabalho.<br />

Como sistema, a DPO parte de<br />

um esquema com as seguintes<br />

premissas:<br />

- Planificação<br />

- Objectivos claros<br />

- Critérios de evolução<br />

- Gratificação imediata e tangível<br />

Para atingir estes objectivos, o<br />

instrumento mais importante de<br />

que dispõe um dirigente é o pessoal<br />

que compõe as suas equipas<br />

de trabalho.<br />

A fim de obter resultados é necessário:<br />

- Sentido de «comunhão» com a<br />

empresa (espírito de corpo)<br />

- Coordenação e controlo dos<br />

esforços dos trabalhadores com<br />

vista à realização dos objectivos.<br />

- Desenvolver as suas faculdades<br />

de forma a que os trabalhadores<br />

possam participar no melhoramento<br />

da organização, através<br />

de programas de formação adequados.<br />

- Obter um sentimento de bem-<br />

-estar e de valorização da equipa<br />

que inicia um ciclo de compromissos<br />

expressos (projecto).<br />

E é ainda necessário juntar um<br />

novo elemento na gestão:<br />

A participação· na fixação dos<br />

objectivos, pois somente assim se<br />

obtém o acordo.<br />

B - EVOLUÇÃO HISTÓRICA<br />

DO HOSPITAL<br />

Cremos que a DPO pode e deve<br />

ser aplicada nos hospitais, talvez<br />

porque há longo tempo que o nosso<br />

Hospital tomou esse caminho e<br />

porque pudemos ser protagonistas<br />

dessa experiência.<br />

O Hospital de Sta Cruz e S.<br />

Paulo (HSCSP) situa-se em Barcelona.<br />

Tem uma lotação de 900<br />

camas, albergando todas as especialidades<br />

médico-cirúrgicas e,<br />

conjuntamente com três outros<br />

grandes hospitais, assegura a cobertura<br />

em cuidados diferenciados<br />

a toda a Catalunha e às Baleares.<br />

Fundado no séc. XV, funcionou<br />

durante quatro séculos como centro<br />

de caridade, sendo mais um<br />

asilo do que um hospital. Foi edificado<br />

e manteve-se em funcionamento<br />

graças a contribuições filan-<br />

25


. ' ................. ·.·.·.·.·.·.-.· '.'.',','.. . . . . . .·.·-:-:.:-:-:.:-:-:-:-:-:-:- ,',',','.',',' ·.·.·.· . . ·-·-:-:-:.:-:-:-:-:-:-:-:-:-· ·.·.·.·.·.·.·.· ·.·.·.·. . . . . . . .·.:-:-:.:-:.:.:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:- . . . . . . . . . . . . . . . . . ' ...... ............... ·.·.·.·.·.·.·.· ..<br />

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<strong>Gestão</strong><br />

por objectivos<br />

trópicas que representantes das<br />

Autarquias (Conselheiros Municipais)<br />

e da Igreja administram ainda<br />

actualmente.<br />

No princípio deste século o hospital<br />

foi destinado à assistência<br />

sanitária. Mudou de localização e<br />

começou a sua evolução de entidade<br />

caritativa para instituição social.<br />

Antes de tratar da implementação<br />

e evolução da DPO no<br />

HSCSP, devemos referir uma série<br />

de factores prévios que permitiram<br />

tomar uma tal decisão:<br />

- Tràta-se de um hospital pavilionar<br />

ou de horizontalidade predominante.<br />

•<br />

- O hospital, entretanto, foi-se<br />

gradualmente hierarquizando.<br />

- Definiu-se um organograma<br />

onde figurava uma Direcção-Geral<br />

da qual depende a Administração,<br />

os órgãos de informação, os serviços<br />

gerais e os serviços de enfermagem.<br />

A Direcção Médica não se<br />

encontra ainda estruturada e é<br />

representada por um Conselho Médico<br />

com funções de staff em relação<br />

à Direcção-Geral e ao orgão de<br />

administração. Durante este período,<br />

a maior parte dos directores<br />

dos serviços médicos foi empossada.<br />

- Os equipamentos e as instalações<br />

modernizam-se, transformando<br />

as antigas enfermarias<br />

gerais em unidades de internamento.<br />

- O pessoal é reestruturado,<br />

procedendo-se à admissão de pessoal<br />

médico e de enfermagem,<br />

aumentando os médicos de 40<br />

para 219 e as enfermeiras de 380<br />

para 703.<br />

- São criados centros de custos<br />

e é adaptado um plano contabilístico<br />

o qual, posteriormente, serviu<br />

de modelo para a elaboração do<br />

Plano Geral de Contabilidade da<br />

Assistência Sanitária publicada<br />

pelo Ministério da Saúde espanhol.<br />

Paralelamente introduz-se a informática.<br />

- O HSCSP é, na Catalunha, o<br />

principal serviço prestador de assistência<br />

médica aos inscritos no<br />

Seguro Doença Obrigatório. Em<br />

consequência, o sistema de. financiamento<br />

baseia-se no pagamento<br />

ao acto.<br />

A partir de 1975:<br />

- O organograma é alterado com<br />

CATEGORIAS<br />

Assistência<br />

FIG 2 -<br />

DISTRIBUIÇÃO DAS HORAS EM %<br />

Direcção<br />

Director de<br />

Serviço 25 58<br />

Chefe Clínica 25 58<br />

Chefe Serviço 58 25<br />

Adjuntos 83<br />

Residente 1 25<br />

Residente 2 50<br />

Residente 3 75<br />

Residente 4 83<br />

HORAS DISPONiVEIS (1.748 horas I ano)<br />

PESSOAL MÉDICO<br />

HORAS DISPONiVEIS<br />

Ensino e Formação Assistência Direcção Ensino e Formação TOTAL<br />

lnvestig.<br />

lnvestig.<br />

17<br />

17<br />

17<br />

17<br />

75<br />

50<br />

25<br />

17<br />

FIG. 1<br />

ORGANOGRAMA<br />

DIRECÇÃO DE<br />

RELAÇÕES<br />

CIO PESSOAL<br />

1<br />

DIRECÇÃO DE PESSOAL<br />

DE ENFERMAG.<br />

l<br />

CONSELHO DE<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

DIRECÇÃO GERAL<br />

DIRECÇÃO DO<br />

PESSOAL MÉDICO<br />

'<br />

\4<br />

T<br />

COMITÉ DE ADMINISTRAÇÃO<br />

CONTENCIOSO /<br />

AUDITORIA<br />

JURÍDICA<br />

1<br />

1<br />

1<br />

RELAÇÕES PÚBLICAS<br />

1<br />

1<br />

1<br />

!<br />

PATRIMÓNIO<br />

1<br />

1<br />

!<br />

SUGESTÕES E<br />

RECLA_MAÇÕES<br />

1<br />

DIRECÇÃO<br />

ADMINISTRATIVA<br />

E FINANCEIRA<br />

J<br />

DIRECÇÃO DOS<br />

SERVIÇOS GERAIS<br />

j<br />

Residente 5 100<br />

a introdução do posto de Secretário-Geral,<br />

com grandes poderes na<br />

gestão interna e externa, iniciando­<br />

. -se a alteração da composição do<br />

órgão dirigente do hospital.<br />

- A admissão de pessoal médico<br />

e de enfermagem prossegue.<br />

- -A Contabilidade Analítica é<br />

introduzida, ao mesmo tempo que<br />

se definem as contas de exploração<br />

por serviço, melhorançjo-se,<br />

simultaneamente, a informação estatística<br />

e implementando-se o<br />

controlo orçamental.<br />

- As direcções médica e administrativa<br />

são empossadas, ao<br />

mesmo tempo que se tomam novas<br />

medidas organizativas para implementar<br />

a DPO, as quais asseguram<br />

as condições de: Delegação<br />

de competências - Definição de<br />

responsabilidades - Atribuição de<br />

orçamentos por Direcção, Departamento<br />

e Serviço Médico.<br />

É impossível conceber uma função<br />

hospitalar na ausência de um<br />

edifício que a suporte. Por isso,<br />

supomos que a distribuição do hospital<br />

em pavilhões influenciou, notoriamente,<br />

o organograma e o<br />

modelo de gestão.<br />

No projecto inicial, tal como de<br />

resto, actualmente, cada pavilhão<br />

corresponde a uma especialidade.<br />

Na cave encontram-se as consultas<br />

externas de valência, destinando-se<br />

os pisos superiores às unidades<br />

de internamento. Esta disposição<br />

permitiu que os serviços médicos<br />

tenham gozado de uma autonomia,<br />

aliás já tradicional, superior<br />

à que se verifica noutros hospitais.<br />

De facto, o hospital é, por definição,<br />

uma instituição que exige uma<br />

grande descentralização de decisões<br />

técnicas, devido à ideossincracia<br />

da Medicina. Em consequência,<br />

certos hospitais, mais do<br />

que constituírem um organismo,<br />

parecem a soma de pequenos centros.<br />

A decisão de implementar um<br />

sistema de DPO foi uma forma de<br />

atingir a coesão necessária.<br />

Tomando como exemplo a experiência<br />

norte-americana conhecida<br />

sob a denominação de «administração<br />

sectorizada», a área assistencial<br />

constitui-se pelo agrupamento<br />

de vários serviços médicos<br />

e unidades de internamento em<br />

unidades homogéneas chamadas<br />

ÁREAS, à frente dos quais são<br />

colocados um responsável administrativo<br />

e um responsável de enfermagem.<br />

.<br />

Actualmente, as áreas encontram-se<br />

estreitamente ligadas ao conceito<br />

de Departamento Médico,<br />

pelo que as existentes são as<br />

seguintes:<br />

- Medicina e especialidades médicas<br />

.- Cirurgia e especialidades cirúrgicas<br />

- Materno-infantil e Central de<br />

Urgências<br />

- Oncologia (Cancerologia)<br />

- Serviços Centrais (Laboratórios,<br />

Blocos Operatórios, etc).<br />

Os seus responsáveis devem<br />

trabalhar em estreita colaboração<br />

26<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0<br />

a<br />

<strong>Gestão</strong> Hospltalar • Ano li • N.º B<br />

27


<strong>Gestão</strong><br />

por oQjectivos<br />

com cada um dos directores médicos<br />

dos serviços da Área, de molde<br />

a formarem uma equipa e a que a<br />

tomada de decisões que afectem<br />

cada um dos serviços seja solidária.<br />

Cada um dos m~mbros da equipa<br />

de gestão de Area possui funções<br />

atribuídas quer a título individual<br />

quer a título colegial, devendo,<br />

tanto umas como outras, encontrar-se<br />

claramente definidas.<br />

Esta definição, juntamente com a<br />

existência de boas relações entre<br />

os componentes das equipas<br />

foram factores vitais para o funcionamento<br />

do sistema:<br />

- Funções pessoais: Organização,<br />

sup~rvisão e controlo de pessoal<br />

da Area directamente sob a<br />

sua dependência.<br />

- Funções colegiais: Participação<br />

na definição dos objectivos,<br />

seu seguimento e controlo, através<br />

do controlo orçamental.<br />

C - EVOLUÇÃO DA DPO<br />

APLICADA NO HSCSP<br />

O Hospital não é alheio ao crescimento<br />

dos gastos com a assistência.<br />

O nosso, tal como os outros,<br />

sofreu um aumento crescente<br />

da procura e o desejo ilimitado de<br />

financiamento, pelo contrário, foi e<br />

continua · a ser limitado.<br />

O sistema de financiamento do<br />

hospital baseou-se, até 1983, no<br />

pagamento ao acto. Foi por isso<br />

que, desde a implementação do<br />

sistema DPO, o modelo de gestão<br />

se baseia no controlo orçamental<br />

em grande escala, adaptando os<br />

objectivos à necessidade de reduzir<br />

os gastos e de aumentar o<br />

volume de receitas, através do<br />

aumento de actividade, permitindo<br />

o reinvestimento para se poder<br />

continuar a desenvolver uma medicina<br />

de alto nível.<br />

1978-79<br />

- Autonomia de gestão para dois<br />

28<br />

laboratórios (Serviços Centrais):<br />

Bioquímica e Hematologia. Objectivo:<br />

reduzir as despesas nos<br />

centros de custo mais importantes<br />

do hospital e implementação<br />

do sistema de estímulos (gratificações).<br />

1980<br />

- Extensão do sistema de autonomia<br />

orçamental/estímulos aos<br />

restantes laboratórios, Serviço de<br />

Reanimação e Cuidados Intensivos<br />

e aos Blocos Operatórios Centrais,<br />

prosseguindo, simultaneamente, a<br />

política de contenção de gastos.<br />

1981<br />

- Sistema de gratificação (estímulos)<br />

para o pessoal médico dos<br />

serviços . de internamento e ambulatórios,<br />

tendo por objectivo aumentar<br />

a produtividade assistencial<br />

do hospital e, por consequência,<br />

aumentar o volume de receitas,<br />

facilitando, ao mesmo tempo,<br />

a política de investimento (apesar<br />

de prosseguir a política de contenção<br />

de gastos iniciada nos anos<br />

anteriores).<br />

1982<br />

- Extensão do sistema de estí-<br />

11'.lUlos ao pessoal de enfermagem<br />

e administrativo dos serviços de<br />

internamento e ambulatório.<br />

1983<br />

- Introdução de parâmetros de<br />

qualidade no sistema de estímulos<br />

e extensão desse sistema aos serviços<br />

para-assistenciais.<br />

D - MÉTODO DE FINANCIA­<br />

MENTO<br />

Antes de se passar à exposição<br />

das técnicas utilizadas na definição<br />

de objectivos, serão comentados<br />

alguns dados gerais:<br />

a) Espaço e Nível - Hospital<br />

Geral<br />

b) Estrutura Jurídica - Instituição<br />

privada de beneficência com a participação<br />

de instituições oficiais no<br />

seu Conselho de Administração<br />

(Governo Autónomo da Catalunha,<br />

Autarquia e Igreja).<br />

c) Clientela - Convenção com o<br />

Instituto Catalão de Saúde, representando<br />

90°/o das receitas.<br />

d) Indicadores de Actividade<br />

(1983):<br />

- Número de camas (total) 907<br />

- Urgência..................... 32<br />

- Medicina..................... 469<br />

- Cirurgia....................... 406<br />

- Dias de Internamento .... 283 152<br />

- N.º especialidades médicas 46<br />

- Blocos Operatórios .. .. ... 5<br />

- N. ºSalas de operação... 15<br />

- Salas de Partos............. 3<br />

- Serviços de Urgência.... 3<br />

- Serviços Laboratoriais . 7<br />

e) Indicadores Económicos<br />

(1983):<br />

- Despesas de exploração ... 6952milhões ptas<br />

- Despesas com pessoal ..... 4993"<br />

11<br />

(68%)<br />

- Despesas com consumos 1959"<br />

11<br />

(27%)<br />

-Amortizações e Reintegrações 355" " ( 5%)<br />

- Gastos com investimentos 589" "<br />

f) Indicadores de Pessoal (1983):<br />

- Total de funcionários ......... 2 502<br />

- Médicos............................ 498<br />

- Enfermagem..................... 1 361<br />

-Administrativos e outros.... 299<br />

- Serviços Gerais ... .. ..... .. .. .. 344<br />

O actual organograma tem três<br />

direcções dependentes da Direcção-Geral;<br />

Medicina (pessoal Médico),<br />

Pessoal de Enfermagem e<br />

Administração e esta estrutura repete-se<br />

a. nível das Áreas: Chefe<br />

de Serviço, Chefe da área de enfermagem,<br />

Chefe da área administrativa<br />

(cf. Figura 1 ).<br />

A nível da Direcção do Hospital,<br />

a equipa que gere os orçamentos é<br />

composta pelo Director-Geral e os<br />

três directores seguintes: Médico,<br />

enfermeio e administrativo. Ao nível<br />

de serviço, a sua equipa dirigente,<br />

responsável pela gestão do<br />

orçamento, é composta pelo Director<br />

do Serviço, pelo enfermeiro-<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0<br />

a<br />

..<br />

-chefe e pelo chefe da área administrativa<br />

a que pertence o serviço.<br />

Mais adiante detalharemos a<br />

forma como são elaborados os<br />

orçamentos por serviço e como se<br />

efectua o seu controlo.<br />

E. DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS<br />

Situando-se no último trimestre<br />

de um ano, começam a ser definidos<br />

pela Direcção-Geral, os objectivos<br />

gerais da instituição quanto à<br />

actividade, ao nível qualitativo e<br />

aos resultados económicos esperados.<br />

São os objectivos a prosseguir<br />

no exercício seguinte. Simultaneamente<br />

a estas directivas,<br />

elabora-se um primeiro orçamento<br />

previsional e global.<br />

A política e os objectivos colhidos<br />

neste orçamento global devem<br />

ser extrapolados para os diferentes<br />

centros de produção e de custo<br />

que constituem o hospital. Para tal,<br />

diversas reuniões, nas quais participam<br />

a Direcção do hospital e a<br />

direcção de cada um dos serviços,<br />

tem lugar durante todo o último<br />

trimestre, a fim de serem fixados os<br />

objectivos que serão escolhidos no<br />

quadro da política global do hospital.<br />

Para definir tais objectivos e o<br />

orçamento de cada serviço, utilizam-se<br />

os dados seguintes:<br />

a) Percentagem de distribuição<br />

de tempos médicos (cf. Figura 2);<br />

b) Cálculo dos tempos médicos<br />

disponíveis para diferentes tipos de<br />

actividade;<br />

e) Ratios de tempos médicos<br />

por acto médico;<br />

d) Cálculo das horas ocupadas<br />

pela actividade assistencial;<br />

e) Definição específica dos objectivos<br />

do serviço;<br />

f) Sistema de estímulos.<br />

a) A Direcção define as percentagens<br />

de tempo consagrado por<br />

cada categoria do pessoal médico<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

a cada um dos grupos de actividade:<br />

- Assistência<br />

-Direcção<br />

- Ensino e Investigação<br />

- Formação<br />

Estas percentagens são idênticas<br />

para todos os serviços.<br />

b) Seguidamente, calcula-se o<br />

tempo médico disponível nos diferentes<br />

grupos de actividade,<br />

tendo em conta o pessoal existente<br />

no serviço, as diferentes categorias<br />

e orientações e as percentagens<br />

de distribuição citadas em a).<br />

e) Uma vez calculados os tempos<br />

médicos disponíveis para a<br />

actividade assistencial, definem-se<br />

os «standards» de tempo médico<br />

por acto médico, baseando-se em<br />

dados históricos e estatísticos, nas<br />

listas de programação de consultas<br />

e exames, na bibliografia existente,<br />

nas comparações entre os serviços<br />

e, evidentemente, trocando impressões<br />

com os directores dos serviços.<br />

Dispomos, então, de referência<br />

para cada uma das actividades e<br />

para cada uma das valências do<br />

hospital:<br />

- Primeiras consultas<br />

- Consultas subsequentes<br />

- Tratamentos<br />

-Exames<br />

- Consultas intra-hospitalares<br />

- Intervenções cirúrgicas: anestesia<br />

local I anestesia geral<br />

- Internamentos.<br />

d) Em função do tempo médico<br />

disponível para cada actividade assistencial<br />

e dos «standards» dos<br />

tempos médicos por acto são calculadas<br />

as horas requeridas para a<br />

assistência, com referência à actividade<br />

do ano anterior.<br />

Os objectivos de actividade são<br />

estabelecidas com base na comparação<br />

entre horas disponíveis e<br />

horas ocupadas.<br />

e) Os objectivos de actividade e<br />

de pessoal são, então, concretizados:<br />

- Para o pessoal médico, em<br />

função dos objectivos de actividade<br />

(produtividade) e I ou dos projectos<br />

previstos pelo serviço, tendo e.m<br />

conta a ocupação do tempo determinado<br />

para a assistência.<br />

- O pessoal de enfermagem e<br />

administrativo é estudado e analisado<br />

previamente, globalmente e<br />

separadamente com as direcções<br />

respectivas, comparando as dotações<br />

das diferentes valências e o<br />

ratio desejável em cada uma delas.<br />

Assim, no decorrer de reuniões, e<br />

após discussão se foi caso disso,<br />

os projectos do serviço para o<br />

exercício seguinte são concretizados.<br />

Por último, o serviço apresenta<br />

as suas necessidades em instalações<br />

e equipamento.<br />

- Obras e instalações: - de con- .<br />

servação - de beneficiação<br />

- Equipamentos e mobiliário: -<br />

de substituição - por amortização<br />

completa. - Por absolescência técnica.<br />

~ De inovação: - Introdução<br />

de novas técnicas - Melhoria das já<br />

existentes.<br />

Estas necessidades são previamente<br />

avaliadas pelos serviços de<br />

compras e I ou de instalações e<br />

equipamento do hospital, especificando-se<br />

se a sua aquisição imporá<br />

o aumento das dotações em<br />

pessoal, permitirá aumentar ou diminuir<br />

a produtividade, etc.<br />

Este é o único aspecto que fica<br />

sujeito a análise posterior pela<br />

Direcção-Geral, e sendo fixado<br />

numa segunda fase, quando o serviço<br />

é notificado, por escrito, dos<br />

seus objectivos para o ano seguinte<br />

(Produtividade - Pessoal.<br />

Investimento - Resultado económico<br />

esperado ou Conta de Exploração).<br />

29


<strong>Gestão</strong><br />

. por objectivos<br />

F. CONTROLO DOS OBJECTl­<br />

VOS<br />

E AVALIAÇÃO DOS RESULTA­<br />

DOS<br />

Um aspecto particular de D.P.O.<br />

praticado no HSCSP çoncerne à<br />

· implementação de um sistema de<br />

estímulos semelhante ao praticado<br />

nas empresas privadas. O início<br />

deste sistema verificou-se em 1978<br />

nos Serviços Médico Centrais alargando-se<br />

em 1981 aos serviços<br />

médico directos.<br />

, Para que- um sistema de estí- '<br />

mulos possa ser aceite, é indispensável<br />

que seja o mais simples<br />

possível e de fácil compreensão.<br />

Assim, devem existir índices de<br />

·medida o mais objectivos possível<br />

para cálculo dos estímulos.<br />

A implementação do sistema de<br />

estímulos apenas será correcta,<br />

qualquer que seja a empresa, se o<br />

nível de qualidade não for afectado<br />

negativamente.<br />

Passaremos a explicar o sistema<br />

de estímulos utilizado nos Serviços<br />

Médico Centrais, a partir de 1978.<br />

Foram estudadas as fórmulas<br />

que garantissem que, em caso<br />

algum, a qualidade dos serviços<br />

não diminuísse.<br />

Foi decidido que a maior parte<br />

dos estímulos (75 por cento) seria<br />

destinada ao capítulo de investimento<br />

no próprio serviço e o restante<br />

(25 por cento) destinado à<br />

formação do seu pessoal, através<br />

de ajudas financeiras à participação<br />

em cursos, congressos, simpósios,<br />

etc. Em muitos casos verificou-se<br />

ser este o estímulo adequado<br />

para o pessoal médico e para­<br />

-médico.<br />

A Direcção do hospital interrogava-se,<br />

durante o exercício de 1978,<br />

sobre a forma de diminuir o elevado<br />

orçamento dos Serviços Médico<br />

Centrais.<br />

Partiu-se do princípio de que as<br />

próprfas direcções dos serviços,<br />

através das suas aquisições e dos<br />

contactos com os fornecedores das<br />

firmas encarregadas da manutenção<br />

do seu diversificado equipamento,<br />

estimulariam e motivariam<br />

os Serviços Médico Centrais para<br />

uma melhor gestão do seu próprio<br />

orçamento, já que a economia realizada<br />

seria destinada, em grande<br />

parte, aos investimentos nos próprios<br />

serviços.<br />

No primeiro ano de funcionamento<br />

do sistema de estímulos nos<br />

serviços-piloto escolhidos (Bioquímica<br />

e Hematologia) os resultados<br />

foram espectaculares, pois as despesas<br />

diminuíram entre 15 e 18 por<br />

cento, não obstante ter-se verificado<br />

um aumento da actividade do<br />

hospital que, em 1979, se cifrou em<br />

+ 9o/o.<br />

Ou· seja, o aumento de actividade<br />

dos outros serviços representou<br />

um maior esforço para os Serviços<br />

Centrais. A produtividade destes<br />

últimos é recompensada calculando<br />

a média dos resultados<br />

positivos obtidos pelos serviços<br />

médicos directos à qual se acrescentam<br />

as economias efectuadas,<br />

com a diminuição das despesas,<br />

nos próprios serviços centrais.<br />

Falaremos, seguidamente, dos<br />

estímulos à produtividade e de<br />

extensão do sistema aos serviços<br />

médico directos.<br />

Analisando as Contas de Exploração<br />

do hospital teria de tender-se<br />

para a redução do défice que se<br />

projectava para 1981 .<br />

As despesas com o pessoal representavam<br />

70°/o do total e não se<br />

mostrava fácil agir sobre elas, pois<br />

o pessoal era fixo. Os restantes<br />

30°/o, relativos a consumos e despesas<br />

diversas, tinham menor incidência<br />

ao nível dos resultados.<br />

- .<br />

Devia-se, pois, agir sob-re as<br />

receitas, considerando, no entanto,<br />

que 90°/o provinham da convenção<br />

com o INSALUD (Instituto Nacional<br />

de Saúde) cujo tarifário (ao acto)<br />

era inamovível; fixámos, então,<br />

como objectivo, o maior aumento<br />

possível da produtividade.<br />

Partindo das previsões de actividade,<br />

adoptaram-se os seguintes<br />

índices:<br />

a) Internamento - Foram fornecidos<br />

aos serviços diferentes valores,<br />

segundo a sua dimensão, para<br />

o crescimento da taxa de rotação<br />

das camas, de acordo com o objec- ·<br />

tiva fixé;ldo (taxa de ocupação<br />

demora média).<br />

-O estímulo deveria ser, de<br />

certa maneira, proporcional no orçamento<br />

económico do serviço<br />

(maior número de camas, orça-·<br />

mento mais elevado, assim ·como<br />

maior número de trabalhadores a·<br />

beneficiar do estímulo em caso de<br />

êxito na prossecução do objectivo).<br />

b) Consultas externas - Redução<br />

controlada da relação entre o<br />

número de primeiras consultas e<br />

de consultas subsequentes.<br />

Ao introduzir, nos objectivos de<br />

quantidade, critérios de qualidade,<br />

tais como a redução da relação<br />

consultas subsequentes, primeiras<br />

consultas, e da demora média com<br />

o aumento da taxa de rotação das<br />

camas, aumentam os custos, para<br />

o hospital, dos módulos estadia I<br />

dia e consulta, ainda que não se<br />

modifique a principal componente<br />

desses custos - o número de trabalhadores<br />

ou os custos com pessoal.<br />

Este aumento significa exactamente<br />

o contrário quando se refere<br />

ao custo social ou ao preço pago<br />

pelo Instituto Catalãc de Saúde.<br />

Muito diferente seria a situação<br />

se os hospitais fossem pagos não<br />

por módulos - dias de internamento<br />

ou consultas - mas por<br />

processo.<br />

Por outro lado,_ não pode esquecer-se<br />

que, para medir a qualidade,<br />

FIG. 3 - DISTRIBUIÇ;ÃO DOS ESTÍMULOS POR ACTIVIDADE,<br />

PESSOAL E RUBRICA (Produtividade / Consumo).<br />

DIRECÇÃO<br />

PESSOAL<br />

MÉDICO<br />

ENFERMAGEM<br />

ADMINISTRATIVO<br />

ACTIVIDADES INTERNAMENTO CONSULTA EXTERNA<br />

PRODUTIVIDADE<br />

100°/o<br />

CONSUMO PRODUTIVIDADE CONSUMO<br />

· 100°/o<br />

75°/o<br />

25°/o<br />

NOTA: Este quadro é da responsabilidade do tradutor<br />

existem diferentes comissões em<br />

funcionamento, aliás como em outros<br />

hospitais doutros países como<br />

as Comissões de História Clínica,<br />

de Mortalidade, o Departamento de<br />

Controlo de Qualidade, e o Serviço<br />

de Sugestões e Reclamações.<br />

Até aqui referimo-nos ao sistema<br />

de estímulos à produtividade. Falaremos<br />

agora do utilizado para a,<br />

redução das despesas com consumos.<br />

Baseando-se no orçamento de<br />

consumos e outras despesas (com<br />

excepção de pessoal) premeia-se<br />

e estimula-se a economia obtida<br />

com uma boa gestão de recursos.<br />

Se retirarmos a conta das despesas<br />

com o pessoal, que é tratada<br />

separadamente, veremos que a<br />

incidência da gestão do próprio<br />

serviço se repercute, unicamente,<br />

sobre as seguintes contas:<br />

- Produtos farmacêuticos<br />

- Material de Consumo Clínico<br />

- Produtos Alimentares<br />

- Previsões e Material de Manutenção<br />

- Material de Radiodiagnóstico<br />

- Material administrativo<br />

-Alugueres<br />

- Reparações e conservação<br />

- Exames no exterior<br />

100°/o<br />

- Transporte de doentes<br />

- Despesas diversas.<br />

Todos estes resultados, transformados<br />

posteriormente em quantidades<br />

monetárias perfeitamente<br />

definidas, terão, em caso de êxito<br />

da gestão do serviço, as utilizações<br />

seguintes (cf. Figura 3).<br />

Dada a enorme importância que<br />

a direcção do pessoal de enfermagem<br />

tem na gestão dos meios que<br />

se movimentam nas contas das<br />

despesas das unidades de internamento<br />

(consumos), são-lhe consagrados<br />

100°/o do valor economizado.<br />

Dadas as características do sistema<br />

de consultas externas em<br />

vigor no hospital, o pessoal administrativo<br />

dos serviços médicos e,<br />

especialmente, o de recepção, tem<br />

uma enorme influência no desenvolvimento<br />

desta actividade, graças<br />

a uma boa coordenação das<br />

consultas e ao bom acolhimento<br />

que dispensa aos utentes. Por isso,<br />

como estímulo, são-lhe destinados<br />

25°/o do valor obtido pelo aumento<br />

de produtividade nas consultas externas.<br />

A actividade do hospital é avaliada<br />

orçamentalmente, principalmente<br />

através do cálculo das horas<br />

de assistência disponíveis da equipa<br />

médica de cada serviço. Para<br />

esta direcção os estímulos são os<br />

seguintes:<br />

100% dos ganhos com o aumento<br />

da produtividade nas unidades<br />

de internamento.<br />

75º/o dos ganhos com o aumento<br />

da produtividade nas consultas externas.<br />

100°/o ·das economias obtidas<br />

pela redução das despesas no<br />

dispensário.<br />

No caso em que a diferença do<br />

orçamento dos consumos é negativa,<br />

essa diferença será subtraída<br />

ao «prémio» obtido em matéria de<br />

produtividade.<br />

Cada direcção (enfermagem I<br />

méd1ca /administração) distribuirá<br />

os estímulos obtidos, sendo 75°/o ·<br />

para investimento no serviço e 25°/o<br />

para ajudas de custo, deslocação e<br />

inscrições em acções de formação.<br />

O sucesso obtido com este sistema<br />

nos serviços assistenciais levou<br />

a Direcção do hospital, durante<br />

a elaboração do orçamento para o<br />

exercício de 1983, a estendê-lo a<br />

todos os serviços do . hospital.<br />

Desta forma, a pouco e pouco, o<br />

sistema iniciado em 1978 nos Serviços<br />

Médicos Centrais, adaptado<br />

posteriormente ( 1981 ) nos serviços<br />

. médicos directos, e alargado aos<br />

serviços de apoio, cobriu a totalidade<br />

dos diferentes departamentos<br />

do hospital.<br />

Não queremos finalizar sem assinalar<br />

que a DPO é um sistema<br />

orgânico que apresenta a necessidade<br />

de crescer, de se desenvolver,<br />

mudar e aperfeiçoar-se.<br />

Justamente por isso e ·porque,<br />

actualmente, o sistema de financiamento<br />

do hospital foi alterado, passando<br />

de uma concertação por<br />

acto para uma concertação de orçamento<br />

global, somos obrigados a<br />

estudar novos modelos de gestão e<br />

de estímulos que, sem se afas-<br />

30<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º a<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

31


....... ·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.-.·.·.·. . . . . . .. . .. .. . . . . . . . .. .. . . . . . """" ... .... . . . . ... " :-:-:-:-: :-·-: :-:-:" :""-::-: :-: : :-·-: :-···-:. :-:-· :-: : :-: : :-:: :-: : : : .. :-:· .-.·.-.;.:-:-:- ::::::: :::::::::::::::::::::::::::::::::: :::::::::.:.:.:.:-:.:-:-: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::<br />

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<strong>Gestão</strong><br />

por objectivos<br />

SERVIÇO<br />

DE INTERNAMENTO<br />

tarem da DPO, se adaptam à realidade<br />

do momento.<br />

G - IMPORTÂNCIA DE UM PERÍ­<br />

ODO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

NAS ÁREAS DE PRESTAÇÃO DE<br />

CUIDADOS<br />

EM GESTÃO POR OBJECTIVO,<br />

COMO PRÁTICA NECESSÁRIA<br />

PARA OS ADMINISTRADORES<br />

HOSPITALARES<br />

Ao longo de todo este texto<br />

fizemos referência à grande complexidade<br />

da organização hospitalar<br />

e, por consequência, parece<br />

indiscutível que para se atingir uma<br />

32<br />

eficaz gestão do hospital se deve<br />

possuir um conhecimento tão aprofundado<br />

quanto possível do funcionamento<br />

interno desta organização.<br />

Deve saber-se como se completam<br />

e se juntam os seus inúmeros<br />

componentes de modo a<br />

fazer funcionar o conjunto como<br />

um todo harmonioso.<br />

Por isso, parece-nos importante<br />

assinalar a ajuda inestimável que<br />

pode representar, na formação de<br />

um administrador hospitalar, e para<br />

além da formação teórica, a prática<br />

de 2 a 3 anos num serviço médico<br />

e sua administração.<br />

Frequentemente a tomada de<br />

decisões ao mais alto nível da<br />

organização hospitalar é uma resposta<br />

permanente à urgência, em<br />

cada momento, esquecendo ou,<br />

pior ainda, desconhecendo, a maioria<br />

das vezes, as repercussões de<br />

tais decisões no contexto geral da<br />

organização.<br />

No momento que vivemos, com<br />

o objectivo de se ultrapassar os<br />

problemas, de se ser ágil para<br />

encontrar a sua solução e para que<br />

esta não implique a criação de<br />

novos problemas ou a interferência<br />

nos circuitos adequados, a experiência<br />

que propomos deverá ser<br />

encarada como obrigatória. O<br />

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<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

·.<br />

DE<br />

DIAS<br />

UMA UTILIZAÇÃO MAIS EFICIENTE<br />

DOS DEPARTAMENTOS MÉDICOS<br />

POR DAVID AASLAND *<br />

O presente texto descreve o projecto de um hospital norueguês da<br />

cidade de Lillehammer, situada a 180 km ao norte de Oslo.<br />

O Hospital tem uma lotação de 400 camas e cobre uma população<br />

de 90 a 100 mil habitantes (180 mil para algumas especialidades).<br />

O projecto decorreu no departamento de medicina interna, sendo o<br />

Instituto Norueguês de Pesquisa <strong>Hospitalar</strong> o seu responsável.<br />

A penúria de· recursos suscitou um interesse crescente pelos<br />

métodos de economizar recursos financeiros no sector da saúde.<br />

A produtividade dos serviços de saúde pode ser assegurada por<br />

diferentes meios, pondo em jogo as iniciativas que visem a racionalização<br />

das organizações.<br />

Podem reduzir-se os gastos com a saúde a três diferentes níveis:<br />

- Controlando os consumos.<br />

- Controlando os processos de produção.<br />

- Controlando a produtividade.<br />

O presente exemplo diz respeito ao controle do processo produtivo.<br />

A organização do processo de produção visa assegurar o mesmo<br />

nível de produção utilizando idêntico nível de recursos. Tal pode_<br />

atingir-se, por exemplo, assegurando uma melhor coordenaç~o das<br />

actividades dentro da organização ou simplificando as actividades<br />

de rotina.<br />

O SERVIÇO<br />

DE INTERNAMENTO<br />

DE 12 DIAS<br />

Num esforço para atingir uma<br />

utilização mais eficiente dos serviços<br />

assistenciais, muitas experiências<br />

tentaram reduzir a necessidade<br />

de mão-de-obra. Um dos<br />

principais esforços consistiu em<br />

reduzir o número de doentes<br />

durante os fins-de-semana. Para<br />

atingir tal resultado, um dos métodos<br />

mais correntes foi a criação<br />

"'Administrador hospitalar<br />

- Noruega<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

dos serviços de internamento de 5<br />

dias.<br />

Nos países da Europa Ocidental<br />

existem numerosos exemplos de<br />

serviços de internamento de 5 dias.<br />

Tanto a demora média como os<br />

recursos humanos foram consideravelmente<br />

reduzidos. No entanto<br />

verificaram-se algumas qificuldades<br />

quando foi necessário es-<br />

. tabelecer uma base permanente<br />

para os serviços de 5 dias.<br />

Os principais problemas ligavam-se<br />

à planificação das admissões<br />

e do tratamento dos doentes no<br />

hospital e ao facto de ser necessário<br />

atingir e manter um nível de<br />

utilização da capacidade dos serviços<br />

aceitável.<br />

Os serviços cirúrgicos depararam,<br />

igualmente, com problemas<br />

na planificação da utilização dos<br />

blocos operatórios.<br />

Tendo em conta as dificuldades<br />

de planificação e organização dos<br />

serviços de internamento de 5 dias<br />

teve lugar uma experiência de in-.<br />

ternamento de 12 dias no hospital<br />

de Lillehammer.<br />

O INTERNAMENTO DE 12 DIAS<br />

BASEIA-SE NA IDEIA DE QUE O<br />

SERVIÇO ENCERRA UM FIM-DE­<br />

-SEMANA EM CADA DOIS, EN­<br />

VIANDO OS DOENTES PARA O<br />

SEU DOMICÍLIO OU TRANS­<br />

FERINDO-OS PARA OUTROS<br />

SERVIÇOS.<br />

A análise das estadias dos<br />

doentes nos serviços de medicina<br />

do hospital em questão demonstrou<br />

que a demora média<br />

era de 12 dias. Pareceu, assim,<br />

que um serviço de internamento<br />

de 12 dias seria mais fácil de<br />

planificar do que um de 5 dias.<br />

Além disso, segundo a legislação<br />

e os acordos laborais, o<br />

pessoal tem direito a gozar um<br />

fim-de-semana de folga em cada<br />

dois. Um serviço de internamento<br />

de 12 dias permitiria preencher<br />

tal exigência, diminuindo,<br />

igualmente, a complexidade<br />

da elaboração de escalas e<br />

evitando o recurso a pessoal<br />

temporário.<br />

33


-- - --~~=---~--- --- ------~---<br />

SERVIÇO DE<br />

INTERNAMENTO<br />

DE 12 DIAS<br />

FIG. 2 - NÚMERO DE DOENTES NOS SERVIÇOS DE 12<br />

DIAS (1 OA e 108) E NOS SERVIÇOS NORMAIS (11 A e<br />

118)<br />

PREPARAÇÃO DA EXPERIÊN­<br />

CIA<br />

O Departamento de Medicina Interna<br />

do Hospital é constituído por<br />

4 serviços, com cerca de 25 camas<br />

cada, 1 OA, 108, 11A e 11 B, indicando<br />

os números o piso em que<br />

estão situados.<br />

Em cada piso, os dois serviços<br />

partilham equipamentos e apoios.<br />

Foi decidido que os serviços do<br />

1 O.º piso participariam na experiência.<br />

Cada um trabalharia 12 dias,<br />

após o que encerraria durante dois<br />

dias, fechando os serviços em fim­<br />

-de-semana alternados. Os serviços<br />

do 11 .º pisos serviriam de<br />

termo de comparação, já que não<br />

viriam a sofrer quaisquer alterações<br />

no seu funcionamento.<br />

O projecto iniciou-se no princípio<br />

de Outubro de 1981 . Foram dadas<br />

instruções às enfermeiras dos serviços,<br />

aos outros prestadores d.e<br />

FIG. 1<br />

DOENTES TRATADOS ANTES<br />

E DURANTE A EXPERIÊNCIA NO<br />

DEPARTAMENTO DE MEDICINA<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

ANTES DURANTE<br />

(1981) (1982)<br />

150<br />

100<br />

50<br />

N.º DOENTES<br />

TRATADOS·<br />

10A 108<br />

cuidados e às auxiliares de acção<br />

médica. A sua atitude face à experiência<br />

não foi muito receptiva.<br />

Entrevistas mostr~ram que enfermeiras<br />

e auxiliares estavam muito<br />

inquietas àcerca dos doentes idosos<br />

que aguardavam, nos serviços,<br />

a sua admissão em hospitais da<br />

rectaguarda («maisons- de convalescence<br />

»). Encontravam-se<br />

ainda apreensivas quanto ao seu<br />

futuro profissional.<br />

Para responder à ansiedade do<br />

pessoal, a administração do hospital<br />

determinou que nenhum membro<br />

do pessoal efectivo seria transferido<br />

para outros serviços durante<br />

o período experimental. Para enfrentar<br />

a menor necessidade de<br />

mão de obra, foi reduzido o número<br />

D ANTES DA EXPERIÊNCIA<br />

• DURANTE A EXPERIÊNCIA<br />

103<br />

11A 118 SERVIÇOS<br />

de pessoal temporário.<br />

Por outro lado, decidiu-se adiar o<br />

começo da experiência até ao momento<br />

em que a maior parte dos<br />

doentes idosos fosse transferida<br />

para os hospitais de rectaguarda. A<br />

análise dos doentes dos dois serviços<br />

experimentais mostrou que<br />

quase 40 por cento esperavam<br />

transferência. De Novembro de<br />

1981 a Fevereiro de 1982, a maioria<br />

desses doentes foi transferida,<br />

pelo que a experiência se iniciou<br />

em 15 de Março, tendo sido decidido<br />

que duraria até 15 de Junho<br />

de 1982.<br />

MÉTODOS<br />

A experiência deverá responder<br />

a diversas questões:<br />

- A quanto se elevam as reduções<br />

nos gastos dur~nte o ensaio?<br />

- Verifica-se ou nao uma alteração<br />

na caracterização dos doente~<br />

entrados durante o período experimental?<br />

- Os serviços de 11 . º piso receberão<br />

mais doentes do que os do<br />

10.º (onde se desenrola a experiência)?<br />

.<br />

- Como reagirão os doentes idosos,<br />

esperando transferê~cia , à<br />

mudança de unidade de internamento<br />

de 14 em 14 dias?<br />

Para verificar a alteração das<br />

características dos doentes recorreu-se<br />

à sua indexação. O índex<br />

continha informações sobre o nível<br />

de dependência dos doentes, os<br />

procedimentos médicos e para­<br />

-médicos exigidos e se o doente se<br />

encontrava sujeito a tratamento ou<br />

se apenas aguardava ser admitido<br />

num hospital de rectaguarda. .<br />

A caracterização dos doentes foi<br />

efectuada cinco vezes: a primeira,<br />

um mês antes do início da experiência;<br />

a segunda, dois dias antes<br />

do seu arranque e as três restantes<br />

no seu decurso.<br />

Os gastos em pessoal foram<br />

recolhidos pela Administração.<br />

As enfermeiras foram entrevistadas<br />

duas vezes durante o ensaio.<br />

No seu término, todas as enfermeiras<br />

e auxiliares de enfermagem<br />

responderam a questionário. _As<br />

perguntas visavam as alteraçoes<br />

nas escalas de serviço, as reacções<br />

dos doentes, procurando~se<br />

indagar, também, se elas ~~e1t~vam<br />

a continuação da expenenc1a<br />

durante o Outono de 1982. Havia<br />

também algumas questões sobre<br />

as condições gerais do trabalho<br />

nos serviços.<br />

Realizaram-se, igualmente, duas<br />

entrevistas de grupo com todas as<br />

enfermeiras e auxiliares do 1 O.º<br />

piso.<br />

FIG. 3 - EXISTÊNCIA MÉDIA ANTES E DURANTE A<br />

EXPERIÊNCIA<br />

)\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

' \<br />

EXISTÊNCIA MÉDIA<br />

\<br />

\<br />

MARÇO<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

\<br />

MARÇO<br />

\<br />

\<br />

10A<br />

ANTES<br />

DURANTE<br />

L-- ---- - ----- --- ------ -- ----- - - -------<br />

JUNHO<br />

108<br />

ANTES<br />

' DURANTE<br />

\<br />

\ ________ -------- -------- ----------- - ·<br />

JUNHO<br />

34<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. º 8<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

35


SERVIÇO DE<br />

INTERNAMENTO<br />

DE 12 DIAS<br />

UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE<br />

DOS SERVIÇOS<br />

A experiência decorreu, como já<br />

foi referido, entre 15 de Março e 15<br />

de Junho de 1982. Comparando<br />

com igual período do ano precedente,<br />

houve um ligeiro acréscimo<br />

do número de doentes saídos do<br />

Departamento de Medicina (cf. figura<br />

1 ). Houve, no entanto, um<br />

pouco significativo decréscimo do<br />

número de doentes tratados nos<br />

serviços do 1 O.º piso e correspondente<br />

aumento nos serviços do 11 . 0<br />

piso (cf. figura 2).<br />

A figura 3 mostra um diagrama<br />

das existências médias dos quatro<br />

serviços. Como se vê, as taxas de<br />

ocupação baixaram significativamente<br />

nos serviços 1 OA e 1 OB,<br />

durante o período experimental. No<br />

entanto, o número de doentes tratados<br />

apenas diminuiu ligeiramente.<br />

36<br />

, , EXISTÊNCIA MÉDIA<br />

i--------­<br />

MARÇO<br />

118<br />

----· ---<br />

DURANTE<br />

----------------<br />

t--~==--~-=~--~----- - ------~~~~~ ANTES<br />

L-----<br />

MARÇO<br />

,<br />

JUNHO<br />

----<br />

11A<br />

DURANTE<br />

~-------------- ANTES<br />

JUNHO<br />

CARGA DE TRABALHO ,<br />

O index de caracterização dos<br />

doentes pôde, também, servir<br />

como indicador de carga de trabalho<br />

de cada serviço. Ambos os<br />

serviços de 12 dias (diagramas à<br />

esquerda, na figura 4) viram a sua<br />

carga de trabalho reduzida após o<br />

início da experiência. Até certo<br />

ponto, isto foi igualmente verdade<br />

para os serviços de controle ( 11 A e<br />

11 B - diagramas à direita, na figura<br />

4).<br />

A primeira mensuração teve lugar<br />

no princípio de Janeiro, antes<br />

da maior parte dos doentes idosos<br />

ter sido transferida. O índex mostra<br />

que a carga de trabalho dos serviços<br />

de internamento de 12 dias<br />

diminuiu mais significativamente no<br />

1 OA. A carga total de trabalho<br />

diminuiu, igualmente, até certo<br />

ponto, nos outros serviços, se bem<br />

que o 11 B mostre um aumento na<br />

parte final do período ~xperimental.<br />

Tal facto coincide com o aumento,<br />

em igual período, do número de<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

1<br />

doentes que o serviço recebeu.<br />

OPINIÃO<br />

DO PESSOAL<br />

SOBRE O SERVIÇO<br />

DE 12 DIAS<br />

As entrevistas e reuniões de<br />

informação anteriores ao início da<br />

experiência demonstraram· que poderiam<br />

surgir problemas com os<br />

doentes idosos internados nos serviços.<br />

Estes doentes deveriam mudar<br />

de um serviço para outro de<br />

duas em duas semanas. Durante a<br />

experiência este problema apenas<br />

afectou 3 a 5 doentes em cada<br />

serviço, mas quase metade do<br />

pessoal envolvido considerou que<br />

os cuidados prestados se tinham<br />

deteriorado (cf. figura 5).<br />

Entrevistas com os auxiliares de<br />

acção médica mostraram que os<br />

doentes idosos ficavam confusos e<br />

inquietos por causa do novo ambiente<br />

que enfrentavam durante o<br />

fim-de-semana, quando eram<br />

transferidos para o outro serviço.<br />

Tal deve-se, provavelmente, ao<br />

facto dos doentes desconhecerem<br />

o respectivo pessoal.<br />

Este mesmo grupo profissional<br />

emitiu opinião positiva sobre as<br />

alterações introduzidas nas escalas<br />

de serviço dos serviços de<br />

internamento de 12 dias. Este pessoal<br />

distribui-se pelas equipas da<br />

manhã, tarde e noite. Com as<br />

novas escalas todas as auxiliares<br />

de acção médica passaram a gozar<br />

a folga no mesmo fim-de-semana,<br />

todos os 15 dias. As duas outras<br />

folgas eram gozadas no decurso<br />

do período de 12 dias. 60 por cento<br />

das auxiliares nos serviços de 12<br />

dias reconheceram que a situação<br />

era melhor do que a antecedente.<br />

Somente 1 O por cento pensaram<br />

que a situação tinha piorado, e<br />

para as restantes 30 por cento, não<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

CARGA DE TRABALHO (PONTOS ADL • N.º DE DOENTES) .<br />

200<br />

100<br />

PONTOS<br />

JANEIRO<br />

PONTOS<br />

',•---<br />

FIM<br />

------·' 10A<br />

' , 108<br />

1<br />

INÍCIO<br />

' /<br />

',<br />

.,,,"'<br />

' ,/<br />

' /<br />

'<br />

·------ --•'',<br />

',<br />

2 3 4 JUNHO<br />

FIM<br />

~---..118<br />

--<br />

--------· --------· --_____ _. __ ___ --e 11 A<br />

JANEIRO 1 2 3 4 JUNHO<br />

37


·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.· ........... ... . ............ .<br />

•:•:::::•:•:·•••::•:•••:•:•••::::•::•:•:•:•:::··:::::::::::::::::::,::•:::•:••·:·······:•::::::::,::,:•:•:::: .• ;:;:;.;:;:,:_:,::::::.:•:::•:•:•:::::.::::::::.:::::::.:::::::,::::::::::::.::::_.,:.::,::;:::::.::::::::::::::::••:::::::,::, •• :::::::::::::,:.:.:.;:::::i:i:.: :::::::::::::•::.:.:::::•:::::•: ::.:·:••:·•::.::;:.:.:_,::;:;;:;:::::_::.::::::.::_:.::::::::,:::::::::::::::::::::::,:···:••••:::::::::.:: ::.:.::::•::.<br />

.:.:-:-:-:-:-:-:-:.:.:.:::.:.:.:-:::::-:-:.:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:::::.:.: ... ·.·.·.·.·.·:-.·.-.·.·.:.:: :-: : :::.-.:.:,:,:.:,::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: :: :::::: :::::::::::::::: ::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::;:::::::;:;:::.:;:;::::::::::::::::::·:·:-:·:-:-:·:-:-:·:-:·:-:-:·:-:·:-:-:-:·: :-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-·-·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.-.·.· .. .<br />

::::::::::::::::::::::: ::•:•::::::::::::•:::: ::::::::: :::: :: ::::::•:::::::•••••:•:::::::::::::::::::•••••::::::::::::::•:•:• ••:••••:•••••:•••:•••••:•·:.::•••······:·•:•:•::::::• •· ·· ····:············•;•:: :•:•••••: •::::::::::::: ::::::::::: ::::::::::: ::::••·••:•:•:•:•:•:••··· ·········•:::::j:•::::••······················:······· ···· ···•·•·::::::: :::::::• •···· ·:····,•::::::•:•:•:•·•·:·•·········•·:·:·:·•·:·•<br />

OPINIÕES ÀCERCA DA SITUAÇÃO<br />

DOS DOENTES IDOSOS<br />

%<br />

) '<br />

tinha havido alterações assinaláveis.<br />

Inquiridas sobre se gostariam de<br />

permanencer no serviço de 12<br />

dias, 48 por cento foram de opinião<br />

favorável, 26 por cento mostraram<br />

indecisão e 26 por cento responderam<br />

negativamente. Estas últimas<br />

assinalaram que o serviço de<br />

internamento de 12 dias tornava os<br />

pacientos idosos inquietos e desorientados.<br />

As enfermeiras dos serviços experimentais<br />

mostraram-se satisfei­<br />

~as com as novas escalas de serviço.<br />

REDUÇÃO DOS GASTOS<br />

A análise da redução de gastos<br />

verificada não é completa, mas a<br />

figura 6 mostra a quanto se elevou<br />

a despesa com o pessoal temporário<br />

durante a experiência. Em relação<br />

ao orçamento dos serviços,<br />

realizou-se uma economia de<br />

cerca de 33 000 coroas norueguesas<br />

durante os três meses de<br />

ensaio. Num ano, tal economia<br />

atingiria as 120 mil coroas norueguesas.<br />

Ainda que não seja uma<br />

quantia significativa, há que ter em<br />

conta que, durante o período experimental,<br />

não se processaram<br />

quaisquer transferências de pessoal<br />

efectivo para outros serviços.<br />

RESULTADOS<br />

DA AVALIAÇÃO<br />

Grande número de funcionários<br />

foi favorável à continuação da experiência<br />

sem interrupção para<br />

avaliação.<br />

Não foi fácil regressar à «velha<br />

maneira» de organizar os serviços,<br />

após o período experimental.<br />

Entretanto, a avaliação dos resultados<br />

conduziu à decisão de<br />

prosseguir, de forma permanente,<br />

com os serviços de internamento<br />

de 12 dias.<br />

Os erros detectados foram corrigidos.<br />

60<br />

50 48°/o 48%'<br />

40<br />

30 -<br />

20<br />

10<br />

4°/o<br />

1 1<br />

MELHOR IGUAL<br />

PIOR<br />

.<br />

DESPESAS COM O PESSOAL TEMPORÁRIO<br />

COROAS<br />

NORUEGUESAS<br />

60.000<br />

40.000<br />

20.000<br />

) '<br />

27.000<br />

10A<br />

108<br />

60.000<br />

11A<br />

118<br />

r<br />

SERVIÇOS<br />

FIG. 7 -<br />

NÚMERO DE DOENTES TRATADOS<br />

A. Departamento de Medicina Interna<br />

1979 1980 1981 1982 1983<br />

N.º de camas 120 120 108 108 108<br />

N. º Doentes trat. 2.782 2.766 '2.675 2.797 3.001 .<br />

Demora média 14,4 10,1<br />

8. GLOBABILIDADE DO HOSPITAL<br />

1979 1980 1981 1982 1983<br />

N.º de camas 441 393 369 369 369<br />

N.º Doentes trat. 11.321 11.164 10.917 11.315 11.669<br />

Demora média 10,2 8,5<br />

FIG. 8 -<br />

- - - -<br />

DESPESAS COM PES~OAL ANTES (1981) E<br />

DURANTE A EXPERIENCIA (1983)<br />

1<br />

em milhares de coroas norueguesas<br />

SERVIÇO 10 A 10 A 11 B 11 B TOTAL<br />

1981 1983 1981 1983 1981 1983 1981 1983 1981 1983<br />

· 1. VENCIMENTOS 1.566 1.551 1.303 1.480 1.530 1.593 1.485 1.582 5.884 6.206<br />

(pessoal efect.)<br />

2. PESSOAL TEMP. 280 51 247 22 193 162 236 94 956 329 .<br />

3. COMPENSAÇÕES 416 255 396 218 461 384 486 414 1.759 1,271<br />

- Horas ext.<br />

- Trab. Noct.<br />

1 - Trab. feriad.<br />

- Trab. domlng.<br />

1 4. TOTAL (1 +2+3) 2.262 1,857 1.946 1,720 2.184 2.139 2.207 2.090 8.599 7.806<br />

5. ECONOMIA EM<br />

VENCIMENTOS 405 226 45 117 793<br />

6. ECONOMIA EM<br />

PREST. SOCIAIS 68 46 7 19 140<br />

7. ECONOMIA<br />

TOTAL (5+6) 473 272 52 136 933<br />

-·1<br />

~ O período de ensaio demonstrou!<br />

que é necessária uma cooperação<br />

1<br />

mais estreita entre os diversos sec- 1<br />

tores profissionais, nomeadamente<br />

entre médicos e enfermeiras.<br />

Os procedimentos das admissões<br />

foram modificados, no sentido<br />

de tornar tal cooperação mais efectiva.<br />

· A interacção entre os dois serviços<br />

foi melhorada. . .<br />

·,.= Em 1 de Outübr~o -=d~e=::;: 19;:;8;:::;2=, =o:-...: s<br />

serviços de internamento de 12<br />

dias foram criadas com carácter<br />

definitivo.<br />

·Em resumo, os resultados obtidos<br />

em mais de um a,no de experi-<br />

,ência, são os seguintes: ,<br />

1 - O esquema constitui um desafio<br />

para o pessoal.<br />

- Uma base de 12 dias constitui<br />

uma base sólida para organizar um<br />

serviço de internamento.<br />

-A cooperação entre os diversos<br />

sectores profissionais é uma<br />

necessidade e um benefício.<br />

. - Os procedimentos de admis­<br />

, 1 são dos doentes devem ser estrita­<br />

! mente regulamentados.<br />

- O tratamento médico melhora,<br />

pois, assim, o doente é, permanentemente,<br />

o seu centro.<br />

- O número de doentes tratados<br />

no Departamento aumentou ( cf.<br />

figura 7), mesmo nos serviços que<br />

1<br />

não trabalham numa base de 12<br />

dias.<br />

- O doente tem, permanentemente,<br />

uma equipa à sua cabeceira.<br />

- O pessoal dispõe de escalas<br />

de serviço por equipa com dias de<br />

folga fixos.<br />

- Os gélstos com pessoal são<br />

consideravelme~te reduziQO~ (cf.<br />

figura 8).<br />

O<br />

38<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º s<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

39


Exames<br />

de Saúde Infantil*<br />

POR ANTÓNIO TORRADO DA SILVA**<br />

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r------------------~ -<br />

1 O Envio de Catálogos<br />

1 O Visita de Representante<br />

1 Nome<br />

: Morada ______________ _<br />

ATÉ há muito pouco tempo, os<br />

exames de saúde infantil<br />

eram efectuados nos<br />

Serviços Médicos-Sociais (Caixas<br />

de Previdência), nos Centros de<br />

Saúde e nas Consultas<br />

<strong>Hospitalar</strong>es. Nesta breve reflexão<br />

sobre o assunto, apenas nos<br />

referiremos às Consultas extrahospitalares.<br />

A muito recente<br />

integração dos Serviços Médico­<br />

Sociais com os Centros de Saúde<br />

numa nova unidade funcional, se<br />

bem que desejável, contém alguns<br />

riscos muito sérios, se não for<br />

cuidadosamente regulamentada.<br />

Na verdade, os objectivos destas<br />

duas Instituições nunca foram<br />

idênticos: umas (as Caixas de<br />

Previdência) eram manifestamente<br />

orientadas para a doença, para os<br />

exames complementares, para o<br />

receituário, para a<br />

medicamentação; nas outras<br />

(Centros de Saúde), existia uma<br />

filosofia inversa, centrada na<br />

promoção da saúde, na prevenção<br />

da doença, e no uso ponderado<br />

dos medicamentos. Os vícios<br />

históricos, adquiridos ao longo dos<br />

anos nas Caixas de Previdência,<br />

poderão vir a contaminar os sãos<br />

princípios dos Centros de Saúde,<br />

pervertendo, de vez, a qualidade<br />

de medicina ambulatória em<br />

*Comunicação apresentada na<br />

Mesa Redonda Exames de Saúde<br />

1. ªas Jornadas Luso-Espanholas<br />

de Pediatria Social.<br />

* * Director Clínico do Hospital<br />

Pediátrico de Coimbra/ Professor<br />

da Faculdade de Medicina<br />

(Pediatria)<br />

1 - População Marginal ou<br />

Marginalizada<br />

2 - Vigilância Planificada<br />

Fig. 1 - O Clínico Geral trabalhando<br />

no Centro de Saúde deverá<br />

estabelecer uma excelente relação<br />

com outras entidades da região que<br />

se ocupem de crianças. Deverá<br />

igualmente, em colaboração com ·<br />

Portugal. Esperamos que a lucidez<br />

dos governantes impeça, através<br />

duma correcta regulamentação e<br />

dum paciente esforço de formação<br />

contínua, que esta tragédia se<br />

CENTRO ?>E SAÚDE<br />

fSt.: C.U<br />

outros elementos da equipa de<br />

saúde, identificar a população que<br />

não acorre regularmente ao Centro<br />

de Saúde e que se encontra numa<br />

zona marginal ou marginalizada. Por<br />

fim deverá estabelecer um programa<br />

de vigilância periódica dos grupos<br />

vulneráveis: crianças, grávidas e<br />

pessoas da 3. • idade ou com<br />

afecções crónicas.<br />

verifique entre nós.<br />

Estas preocupações são<br />

sobretudo fundamentais em<br />

matéria de Saúde Infantil. Uma<br />

consulta de crianças não pode ser<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

41


apenas concebida em termos<br />

meramente curativos - o antibiótico<br />

para a amigdalite, o xarope para a<br />

tosse ou a pomada para a pele. Isto<br />

seria a completa negação da<br />

medicina ambulatória, dirigida a<br />

uma criança, inserida numa família<br />

e vivendo numa dada comunidade.<br />

É necessário que, desde o<br />

nascimento, a criança seja<br />

observada integralmente como um<br />

ser em crescimento e em<br />

desenvolvimento, com direitos<br />

próprios, com características<br />

próprias, extremamente vulnerável<br />

ao meio que a rodeia e que, por<br />

isso, necessita de apoios especiais<br />

de forma a poder desabrochar<br />

todas as suas potencialidades.<br />

Por todas estas razões, o CI í nico<br />

Geral. trabalhando num Centro de<br />

Saúde deverá ser um elemento<br />

importante no apoio à Criança e à<br />

Família, em estreita colaboração<br />

com outros profissionais da<br />

Comunidade para maximizar as<br />

condições que permitam um<br />

crescimento e um desenvolvimento<br />

normal da criança, num ambiente<br />

adequado e estimulante. (Fig. 1 ).<br />

O Clínico Geral procurara assim<br />

conhecer e colaborar com todas as<br />

forças vivas çja Comunidade e,<br />

especificamente, com os<br />

profissionais exercendo as suas<br />

actividades nos Jardins de<br />

Infância, nas Escolas, nos Serviços<br />

Sociais. Só através de um trabalho<br />

de verdadeira equipa será, po.r<br />

exemplo, possível identificar as<br />

Famílias marginais ou ·.<br />

marginalizadas, onde os<br />

problemas mais graves se<br />

acumulam e onde será necessário<br />

um grande esforço de<br />

esclarecimento, de apoio de<br />

promoção da saúde e de<br />

prevenção da doença. São estas<br />

Famílias os grandes consumidores<br />

de «consultas» e de «receitas», na<br />

ânsia sempre crescente de<br />

procura, desta forma, dum<br />

«remédio» p_ara as suas<br />

desgraças. E possível, através<br />

dum trabalho de equipa aliviar este<br />

eterno ciclo vicioso da miséria.<br />

Trata-se sobretudo dum esforço<br />

local com o objectivo da resolução<br />

dos problemas. O médico deve<br />

também constituir este objectivá, .<br />

se não se alhear dos problemas, se<br />

não se isolar na redoma do seu<br />

consultório e se diaiogar com<br />

outros profissionais da comunidade<br />

(enfermeiras, professores, _<br />

Exames<br />

de Saúde1<br />

Infantil<br />

educadores, assistentes sociais,<br />

etc) para identificar os problemas,<br />

procurar solucioná-los e contribuir<br />

assim para o bem estar da<br />

população. Nesta perspectiva, o<br />

médico nunca será o droguista que<br />

<<br />

o<br />

......<br />

><br />

WJ<br />

o<br />

'../'J<br />

WJ<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

Periodicidade dos<br />

-- .._<br />

.....__<br />

- ~~EX.<br />

-- .....__<br />

...__<br />

......._<br />

-<br />

{/) li -<br />

WJ<br />

~ 12 -<br />

- . .._<br />

15 : .._<br />

- .._-+-EX.<br />

18 ~ .._.:,._EX.<br />

(21) . ..,.._<br />

24 .....__<br />

interlocutor com a periferia.<br />

Deveria ser estabelecido um<br />

programa de reuniões e de visitas<br />

nas quais seriam examinados<br />

casos clínicos concretos<br />

seleccionados pelos Clínicos<br />

Gerais que necessitassem do<br />

apoio especializado do Pediatra do<br />

Hospital Distrital. Outra forma de<br />

estabelecer esta íntima e regular<br />

convivência entre médicos<br />

hospitalares e médicos dos<br />

cuidados essenciais de saúde seria<br />

a troca de relatórios clí nices<br />

circunstanciados sobre doentes<br />

enviados de um nível de cuidados<br />

para o outro. Estes relatórios<br />

constituem a melhor forma de<br />

ensino contínuo e favorecem de<br />

forma evidente, um elo de ligação<br />

entre Colegas e tnstituições.<br />

QUADRO I<br />

Exames de Saúde Infantil<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

> 2 Anos: 2 Exames de Saúde por Ano<br />

fornece drogas ou o burocrata que<br />

preenche atestados ou o financeiro ·<br />

que passa recibos. É contra esta<br />

imagem degradante que todos<br />

teremos de lutar. De contrário,<br />

entraremos numa fase crítica, na<br />

qual a qualidade e a essência da<br />

própria medicina estarão em risco.<br />

O Clínico Geral trabalhando num<br />

Centro de Saúde deverá também<br />

manter um diálogo regular com o<br />

seu Hospital Distrital e vice-versa:<br />

Idealmente deveriam existir nos<br />

Hospitais Distritais 7 a 8 pediatras,<br />

dos quais 1 a 2 deveriam exercer<br />

fu':lções de consultor ou. de<br />

As citadas reuniões clínicas não<br />

impedem que, de tempos a<br />

tempos, se organizem reuniões<br />

mais gerais, a fim de serem<br />

abordados temas de actualização,<br />

com a ajuda de Colegas doutros<br />

Distritos e Regiões. Só desta forma<br />

sen!_possível combater o<br />

isolamento, a frustração, a rotina e<br />

obter uma melhor informação<br />

~pidemiológica através, por<br />

exemplo, da investigação clínica.<br />

Tal investigação deveria ser<br />

incentivada pelos Orgãos Centrais.<br />

Uma consulta de saúde infantil<br />

impõe certas condições<br />

indispensáveis. Enumeraremos<br />

algumas:<br />

1 . Necessidades próprias à<br />

criança (dimensões dos móveis,<br />

por ~xemplo).<br />

2. Local aquecido (não é<br />

possível despir uma criança numa<br />

sala gelada). Espaço e luz.<br />

3. Lavagem das mãos acessível<br />

(antes de tocar numa criança<br />

deverá sempre lavar-se as mãos;<br />

mas, é preciso ter-se com quê).<br />

4. Alguns brinquedos simples<br />

que possibilitem o exame do<br />

desenvolvimento.<br />

5. Necessidade absoluta de<br />

pesar e medir todas as crianças.<br />

Indispensável possuir tabelas de<br />

percentil, de acordo com as idades.<br />

6. O Centro de Saúde deverá<br />

dispôr de exames rápidos semi-,<br />

quantitativos (urina e sangue). E<br />

aconselhável dispôr dur:n<br />

microhematócrito. 7. E<br />

necessário programar as consultas<br />

Crescimento<br />

QUADRO II<br />

parâmetros fundamentais com<br />

registo obrigatório em ficha<br />

especial. Deve haver um registo<br />

diário dos problemas do RN. Um<br />

exame completo do RN deve ser<br />

executado pelo menos no 1.º ou 2.º<br />

dias de vida e no dia da alta. Ao<br />

sair da Maternidade, e após o<br />

BCG, a criança deverá ter sempre<br />

o seu Boletim, Individual de Saúde<br />

Exames de Saúde Infantil e Diagnóstico Precoce<br />

R.N. M~nos de 1 Ano 1 a 5 Anos Idade Escolar Adolescência<br />

Estatura; Peso<br />

Per. Cefálico<br />

Estatura<br />

Peso<br />

Estatura<br />

Peso<br />

Visão Refl. Pupilar Hirschberg<br />

Audição<br />

Tuberculose<br />

Doenças Cardíacas<br />

Hipertensão<br />

Anemia<br />

Luxação da Anca<br />

Desenvolvimento<br />

Linguagem/ Escrita<br />

+<br />

BCG·2M:Volmer<br />

Auscultação<br />

(Ht/ Hb)<br />

Ortolani<br />

+<br />

Ht/ Hb<br />

Ortolani<br />

de forma a que o clínico disponha<br />

de tempo para ouvir, tempo para<br />

observar, tempo para falar e tempo<br />

para escrever.<br />

8. Nunca esquecer a grande<br />

importância de preencher<br />

cuidadosamente o Boletim<br />

Individual de Saúde e o Boletim de<br />

Vacinas e de solicitar que a mãe os<br />

traga sempre que vem à consulta.<br />

Os primeiros exames de saúde<br />

do RN, como todos os outros<br />

devem sempre ser feitos na<br />

presença da mãe. A consulta deve<br />

ser um momento ideal para a<br />

esclarecer sobre os aspectos<br />

essenciais da puericultura.<br />

Também aqui a enfermeira pode e<br />

deve ter o seu papel importante<br />

como educadora.<br />

No período neonatal a criança<br />

deverá sempre ser examinada na<br />

sala de partos. Trata-se dum<br />

exame rápido que incluirá<br />

+ +<br />

Volmer ou Mantoux J x por ano<br />

T.A . T.A. T.A.<br />

Ht / H b<br />

preenchido, explicando-se à mãe a<br />

importância futura de tal<br />

documento.<br />

No quadro 1 indica-se uma<br />

possível periodicidade dos exames<br />

de saúde. Trata-se de um esquema<br />

que poderá ser adaptado<br />

consoante as necessidades locais.<br />

Durante o primeiro ano de vida não<br />

será necessário que as crianças<br />

sejam observadas em todas as<br />

consultas pelo médico. Uma<br />

enfermeira bem treinada poderá<br />

certamente pesar, medir, vacinar, e<br />

avaliar dados essenciais sobre a<br />

saúde da criança, incluindo<br />

aspectos do desenvolvimento,<br />

preenchendo assim o Boletim<br />

Individual de Saúde. Ela terá a<br />

sensibilidade e a competência para<br />

solicitar o exame médico logo que<br />

surja qualquer suspeita.<br />

Duas palavras sobre o processo<br />

clínico do Centro de Saúde.<br />

Idealmente deveria ser um<br />

processo orientado para os<br />

problemas que a criança apresenta<br />

incluindo:<br />

1 . Identificação.<br />

2. Datas das vacinas.<br />

3. Breve história familiar, da<br />

gravidez e do período perinatal.<br />

4. História alimentar.<br />

5. Grandes etapas do<br />

desenvolvimento.<br />

6. Curva de peso, estatura e de<br />

perímetro craniano.<br />

7. Motivo da consulta.<br />

8. Observação.<br />

9. Enunciado dos problemas,<br />

orientação e data da resolução de<br />

cada problema.<br />

1 O. Claramente enunciados, o<br />

diagnóstico ou diagnósticos da<br />

criança.<br />

É importante relembrar que cada<br />

observação deverá ser assinada e<br />

escrita de forma inteligível<br />

pensando ·que outro Colega poderá<br />

reobservar a mesma Criança.<br />

Um dos grandes objectivos da<br />

Consulta de Saúde Infantil será a<br />

identificação precoce de<br />

anomalias. Tal diagnóstico precoce<br />

pode ser vital, em termos de<br />

prognóstico se a terapêutica foi<br />

iniciada a tempo e horas e se a<br />

orientação e controlo foram<br />

correctos. No Quadro li estão<br />

indicados alguns exemplos destas<br />

situações clínicas que podem e<br />

devem ser diagnosticadas nos<br />

Centros de Saúde.<br />

Em resumo - parece urgente<br />

que as acções de educação em<br />

serviço sejam incrementadas no<br />

nosso País. Sobretudo, reuniões<br />

efectuadas de preferência nos<br />

Hospitais Distritais ou nos Centros<br />

de Saúde, com número reduzido<br />

de participantes, abordando os<br />

problemas concretos para os quais<br />

se procurem as melhores e as<br />

menos complicadas soluções.<br />

Seria curioso realizar uma análise<br />

de custo/ benefício entre este<br />

trabalho de ensino/ aprendizagem,<br />

persistente, regular e profundo e os<br />

magnos congressos<br />

espectaculares com nomes<br />

sonantes e tantas vezes vazios de<br />

conteúdo científico, com pouco<br />

ensino e nenhuma aprendizagem.<br />

Pensamos que a tal análise<br />

criteriosa dos exames de Saúde<br />

deveria ser tema pedagógico<br />

obrigatório, o que certamente<br />

melhoraria a qualidade de<br />

~rabalhos prestados à criança<br />

portuguesa.<br />

42<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />

43


o s HOSPITAIS DISTRITAIS H Á 2 5 A N O S<br />

Depois da bota: o elegante sapato!<br />

-ara pés doentes ou para<br />

Pde\\cientes motore ~s _____<br />

- Simples, confortável, seguro e económico!<br />

COROLLE é adaptável, por meio de ajustes múltiplos às diferentes formas de pé:<br />

dedos em martelo, "hallux valgus", pensos, ortótese, etc.<br />

COROLLE é prático: é fácil de calçar e descalçar,<br />

mesmo para as mãos inaptas ou deficientes,<br />

devido aos fechos "velcro".<br />

COROLLE é seguro: a abertura total permite controlar<br />

a boa colocação do pé e dos dedos.<br />

COROLLE é anti-derrapante: dá segurança ao utilizador,<br />

enquanto anda, devido à sua aderência e estabilidade.<br />

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O HOSPITAL DE BRAGANÇA<br />

O<br />

Hospital da Irmandade da<br />

Santa Casa da Misericórdia<br />

de Bragança tem a seu cargo<br />

uma região com 2790 quilómetros<br />

quadrados abrangendo 4<br />

concelhos com a população de<br />

87 766 habitantes:<br />

É muito impressionante a miséria<br />

que deve existir na região e, no<br />

entanto, a Secretaria tem uma preocupação<br />

constante da realizar receita<br />

cobrando sempre qualquer<br />

coisa, mesmo aos muito pobres.<br />

Este sentido económico, até à<br />

POPULAÇÃO<br />

CONCELHOS ÁREAEMKM2<br />

1 INDUSTRIALRESIDENCIAL<br />

----<br />

BRAGANÇA 1129,08 2 200 38 234<br />

MIRANDA DO DOURO 484,08 556 12 944<br />

VIMIOSO 473,92 813 13 210<br />

VINHAIS 703,28 742 23 378<br />

TOTAIS 2 790,36 4 311 87766<br />

Vêm sendo feitas algumas obras<br />

tendentes a tornar mais confortáveis<br />

as enfermarias, mas tudo se<br />

mantém acanhado, embora caiado<br />

e limpo.<br />

O número de camas de que o<br />

Hospital dispõe é de 102, insuficientes<br />

para os 87 766 habitantes<br />

da região carecida de uma capacidade<br />

não inferior a 124, segundo a<br />

fórmula da Base XV da Lei 2011.<br />

No entanto parece que essa capacidade<br />

será insuficiente se os subregionais<br />

não puderem cobrir o<br />

resto das necessidades.<br />

Está a Mesa ansiosa por dispor<br />

de um novo edifício ou, pelo menos,<br />

de mais um pavilhão.<br />

2. O Hospital está instalado num<br />

pequeno pavilhão construído, aí<br />

por 1916, e utiliza ainda o edifício<br />

de uma antiga escola primária com<br />

condições muitíssimo fracas, bem<br />

como 2 barracas que são pocilgas,<br />

lavandaria e morgue (com acesso<br />

directo ao cemitério). Apenas uma<br />

pequena dependência destinada<br />

aos doentes infecto-contagiosos<br />

construída em 1956 oferece condições<br />

adequadas.<br />

parcimónia, justifica que as religiosas<br />

se privem mesmo de alimentos<br />

e que o saldo· em 1958 tenha<br />

subido de 73 000$00, em relação<br />

ao do ano anterior.<br />

3. A Assembleia Geral e a Mesa ·<br />

governam o Hospital.<br />

A Mesa administra, secundada<br />

pelo chefe de secretaria a quem é<br />

dada grande latitude de acção.<br />

Da Mesa fazem parte 9 irmãos.<br />

4. A Misericórdia assiste domiciliariamente,<br />

com roupas e alimentos,<br />

os tuberculosos indigentes da<br />

cidade. Tem ainda a seu cargo o<br />

posto de protecção à infância.<br />

5. Serviços Administrativos<br />

5. Serviço de Secretaria, Contabilidade<br />

e Tesouraria<br />

A Secretaria está situada em<br />

casa separada e longe do Hospital.<br />

Nestes serviços existem:<br />

a) um livro de registo de correspondência<br />

recebida;<br />

b) um copiador de correspondência<br />

expedida dactilografado e<br />

ordenado cronologicamente;<br />

c) livros de actas da A.G. e da<br />

mesa;<br />

d) um processo de cada servidor<br />

da Misericórdia com uma ficha<br />

biográfica, s/ assiduidade;<br />

e) pastas para o arquivo dinâmico<br />

da correspondência, ordenadas<br />

por entidades (usam-se até ·<br />

estar preenchidas).<br />

Não há livro de pon(o. Q arquivo<br />

estatico e o tombo estão por organizar.<br />

Contabilidade:<br />

a) guias de receita em triplicado<br />

que são preenchidas, uma por<br />

uma, conforme o . modelo ainda<br />

usado nas Câmaras Municipais;<br />

b) livro de registo de guias de<br />

receita colunado, com as rubricas<br />

orçamentais;<br />

c) livro em que mensalmente se<br />

fazem os apanhados dessas guias,<br />

por rubricas orçamentais e em c/c<br />

com o orçamento;<br />

d) ·registo· das contas dos médicos,<br />

em consignação;<br />

e) . ordens de pagamento em duplicado<br />

sem químico;<br />

f) conta de uma exploração agrícola<br />

com o .. respectivo meeiro;<br />

g) folhas de inventário que, no<br />

entanto, estão por actualizar;<br />

h) contas correntes com os<br />

doentes e com as companhias de<br />

seguros.<br />

Não há planos de contas; nem se<br />

apuram custos dos serviços. Apenas<br />

anualmente se fazem uns apanhados<br />

dos gastos com o Serviço<br />

de Radiologia e com a Farmácia.<br />

Pensam iniciar em 1959 uma<br />

contabilidade de existência e actualizar<br />

o inventário. de móveis.<br />

Actualizam os rendimentos das<br />

rendas de prédios rústicos e urbanos<br />

de 3 em 3 anos.<br />

O património de rendimento é<br />

constituído por:<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano 11 • N. 0 8<br />

45


o s HOSPITAIS DISTRITAIS H Á 2 5 A N O S<br />

o s<br />

HOSPITAIS DISTRITAIS<br />

H Á 2 5 A N O S<br />

O HOSPITAL DE BRAGANÇA<br />

a) bens rústicos;<br />

B) urbanos;<br />

c) títulos: um certificado de renda<br />

perpétua da J.C.P., 1 dos Portos e<br />

obrigações do Banco de Portugal,<br />

1 rendendo à volta de 9000$00 por<br />

ano.<br />

Tesouraria:<br />

a) um caixa;<br />

b) um resumo diário de caixa;<br />

c) um balancete semanal com a<br />

posição de caixa.<br />

O pessoal encarregado dos serviços<br />

de Secretaria, Contabilidade,<br />

Tesouraria e Estatística e Arquivo<br />

Clínico, é o que se segue:<br />

1 chefe de Secretaria - 3.º ciclo<br />

dos liceus ........................ 3000$00<br />

1 encarregado da tesouraria com<br />

a 4.ª c. de l.P .................... 2000$00<br />

1 escriturário com a 4.ª c. de<br />

l.P . ................................... 1500$00<br />

1 servente-dactilógrafo com o 4.º<br />

ano dos liceus .................. 1000$00<br />

5.1 Serviços de Estatística e Arquivo<br />

Clínico<br />

Estes serviços dispõem dos seguintes<br />

registos:<br />

a) livro de doentes do Banco;··<br />

b) livro de consultas;<br />

c) livro de internamentos;<br />

d) livro do movimento do Serviço<br />

de Radiologia;<br />

e) livro do movimento do Serviço<br />

de Fisioterapia;<br />

f) livro de análises;<br />

g) livro de registo de requerimentos<br />

a pedir internamento;<br />

h) processo clínico e administrativo<br />

de cada doente internado.<br />

Do registo dos requerimentos<br />

referido se infere que, no dia 23 de<br />

Outubro p.p., aguardaram vez de<br />

internamento 55 doentes. Parece<br />

que se deverá substituir o requerimento<br />

e o livro de registo por uma<br />

simples relação de doentes que<br />

aguardem vez de internamento.<br />

5.2 Serviços Económicos<br />

Todas as compras se fazem mediante<br />

consulta verbal, mesmo as<br />

de medicamentos.<br />

Exploram uma quinta em regime<br />

de arrendamento por meação.<br />

Vendem algum gelo.<br />

Pensam nomear religiosas, fiéis<br />

dos depósitos de medicamentos,<br />

dos géneros alimentícios e das<br />

roupas.<br />

5.3 Serviços de Manutenção" do<br />

Pàtrimónio<br />

As obras são executadas por<br />

administração directa.<br />

A Misericórdia dispõe de um<br />

encarregado de obras de conservação<br />

e reparação das propriedades<br />

e edifícios da Irmandade a<br />

quem paga 700$00.<br />

Serviços de Alimentação<br />

A pequena cozinha e a despensa,<br />

embora de pequenas dimensões,<br />

estão bem adaptadas.<br />

Existe uma fabriqueta de gelo<br />

que satisfaz as necessidades do<br />

serviço de Alimentação e as demais<br />

de todo o Hospital, vendendo­<br />

-se ainda algum gelo.<br />

Existe um cubículo que serve de<br />

refeitório para os criados.<br />

As instalações das copas satisfazem,<br />

no pavilhão de doenças infecto-contagiosas.<br />

Para · os demais<br />

serviços a comida é transportada,<br />

pelo exterior, em «padiola» d~ um<br />

primitivismo impressionante. E claro<br />

que a comida chega já fria, ao<br />

doente.<br />

Trabalham na cozinha:<br />

1 religiosa cozinheira ..... 300$00<br />

1 ajudante de cozinheira 220$00.<br />

6. SERVIÇOS CLÍNICOS<br />

6.0 Serviços de urgência e admissão<br />

As admissões definiram-se, em<br />

1958, como se segue:<br />

de urgência ......................... .427<br />

normais .............................. 1365<br />

Parece verificar-se um controlo<br />

até certo ponto razoável, exceptuando-se<br />

- segundo informes da<br />

Mesa - os casos de doentes avençados<br />

a troco de cereal com certos<br />

médicos que lhes facilitam o internamento<br />

de urgência.<br />

Parece que o hospital sub­<br />

-regional de Vinhais, onde opera o<br />

director clínico do Hospital Regional<br />

de Bragança, poderá dar bom<br />

apoio.<br />

Apesar da escassês de meios de<br />

transporte, é facilitado aos doentes<br />

de urgência o acesso aos hospitais,<br />

por meio de ambulâncias que<br />

existem em todos os concelhos,<br />

excepto em Vinhais.<br />

Também em Bragança as necessidades<br />

do banco são satisfeitas<br />

por um médico escalado que não<br />

tem obrigação de se manter a título<br />

permanenta.<br />

Os tratamentos no Banco são<br />

sempre pagos, excepto pelos indigentes.<br />

6.1 . Serviços Gerais de Medicina<br />

Funciona todas as manhãs uma<br />

consulta geral de Medicina e Cirurgia.<br />

Em Medicina, a capacidade de<br />

internamento é de 14 leitos para<br />

mulheres e 19 para homens.<br />

6.2 Serviços Gerais de Cirurgia<br />

Em Cirurgia, há 14 camas de<br />

mulheres e 21 de homens.<br />

A sala de operações é acanhadíssima:<br />

nada funcional.<br />

6.3 Serviços de especialidade<br />

Funciona raríssimas vezes no<br />

.. ano consulta de Otorrinolaringologia.<br />

Com alguma regularidade a de<br />

Oftalmologia.<br />

Existem as seguintes camas<br />

para especialidades:<br />

a) Doenças infecto­<br />

-contagiosas............................... g<br />

b) Maternidade................... 8<br />

6.4 Serviços Auxiliares de Diagnóstico<br />

e Terapêutica<br />

O Hospital dispõe apenas de:<br />

a) Fisioterapia (5 aparelhos<br />

quase todos em mau estado).<br />

O funcionamento<br />

também é mau por o ser-<br />

viço dispôr apenas de um<br />

cubículo.<br />

b) Radiodiagnóstico - aparelho<br />

de 300 000 amperes<br />

em boas condições. Faz<br />

serviço mesmo para doentes<br />

externos, dando rendimento<br />

ao Hospital;<br />

c) Laboratório de análises;<br />

d) Sangue.<br />

6.5 Tabelas de Serviços Clínicos<br />

Tratamentos no Banco.... 2$50<br />

Consultas externas ......... 10$00<br />

Internamento:<br />

a) pensionistas de 1.ª classe<br />

· (quartos) 70$00 e 60$00<br />

mais honorários, sendo a<br />

1 . a visita paga por 20$00 e<br />

as subsquentes a 10$00;<br />

b) pensionista de 2. a classe<br />

(quartos) 50$00 e 40$00 1.ª<br />

visita 15$00, outras 10$00;<br />

c) pensionistas de 3.ª classe -<br />

20$00 e honorários clínicos,<br />

sendo a 1. a visita a<br />

10$00 e as subsquentes a<br />

7$50; a estes doentes são<br />

ainda debitados os medicamentos,<br />

os serviços operatórios<br />

(com . 10°/o de desconto)<br />

e os. meios de diagnóstico!<br />

...<br />

d) Porcionistas, diárias de<br />

2$50 a 15$00 e 20$00 por<br />

mês - ou fracção de 5 dias<br />

- por honorários clínicos e<br />

30$00, por igual período<br />

para medicamentos. Os<br />

dos escalões D e E pagam<br />

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contra o vírus HTLV-111<br />

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Tipo Ili)<br />

Método ELISA<br />

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Extremamente rápido. Concebido<br />

para despiste massivo,<br />

devido à fácil manipulação e<br />

rapidez de resultados.<br />

Alta sensibilidad-e: 99,6'}o.<br />

Altamente específico: 99,7%.<br />

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a lavagem, desinfecção e secagem<br />

de toda a vidraria, com<br />

a utilização de um grande<br />

sortido de cestos e complementos<br />

de acordo com o tipo<br />

de vidraria.<br />

Miele & Cie, Gütersloh<br />

Miele Portuguesa, Lda.<br />

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Ref.: 6.1.211<br />

Carro para tratamento de<br />

doentes acamados, destinado<br />

a percorrer as enfermarias<br />

para tratamentos, pensos, injecções<br />

e pequenas cirurgias,<br />

ou ocorrer a ·emergt··ncias mo- .<br />

mentâneas durante o interna-<br />

. menta. O seu tam o em aço<br />

inox com rebordo, permite que<br />

seja usado com assepsia para<br />

colocação de instrumentos.<br />

Nesse mesmo tampo e no<br />

imediatamente inferior, um varandim<br />

permite o transporte de<br />

frascos e objectos usados nos<br />

tratamentos. Um balde de<br />

pensos amovível e com tampa<br />

de pedal, serve para a recolha<br />

de pensos usados, desperdí-<br />

cios e objectos inúteis. A sua<br />

polivalência como unidade de<br />

serviço paramédico, confere­<br />

-lhe grande utilidade, principalmente<br />

em enfermarias.<br />

Metalúrgica da Longra, Lda.<br />

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Polipropileno monofilamento<br />

de alta flexibilidade<br />

Segurança no nó<br />

Fácil manuseamento<br />

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Esteta-amplificador acústico.<br />

Com eleviida capacidade,<br />

Cardiosonic produz sinais amplificados<br />

sem distorção devido<br />

ao sistema não electrónico e<br />

novo tipo de diafragma. Permite<br />

a auscultaçao sem despir o<br />

·doente. Filtra o ruído ambiente.<br />

Funciona em sistema<br />

mecânico-acústico, sem partes<br />

móveis e electrónicas.<br />

Garantia: 5 anos.<br />

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Sei para a drenagem vesical suprapúbica percutânea<br />

Sistema fechado estéril. Minimiza<br />

o perigo de infecção e<br />

evita os traumatismos uretrais.<br />

Agulha de punção fendível.<br />

Catéter de poliuretano com<br />

efeito de memória na ponta,<br />

permitindo o auto-enrolamento.<br />

Permanência prolongada. Controlo<br />

simultâneo da micção<br />

espontânea. Estéril, apirógeno,<br />

em "peel-pack" individual.<br />

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, pés doentes ou deficientes<br />

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Composição: tecido poliamídico<br />

com sola em PVC.<br />

Características:<br />

100% lavável e secagem durante<br />

24 horas em forma que<br />

acompanha o calçado.<br />

Palmilha amovível permitindo a<br />

utilização de palmilha ortopé-<br />

dica.<br />

A " alma" da sola devido à<br />

sua composição (poliestireno)<br />

permite alijeirar a sola na sua<br />

parte posterior e assegurar um<br />

melhor equilíbrio.<br />

O salto é compensado de<br />

2 cm assegurando um bom<br />

equilíbrio estático e dinâmico.<br />

O sistema de fecho é tipo<br />

"velcro" garantido para 10 000<br />

aberturas. Nalguns modelos,<br />

com fecho "eclair" na parte<br />

posterior.<br />

Apresentação: Bota e Sapato<br />

em castanho e azul escuro.<br />

N.ºs do 35 ao 44.<br />

Davis & Geck, lnc., Wayne--<br />

Biosources lnternational, lnc., Califórnia<br />

B. Braun-Melsungen<br />

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Fruto de uma longa expe-<br />

. riência no campo da circulação<br />

extra-corpórea e muito especialmente<br />

como fabricante de<br />

aparelhos para Normo-hipote<br />

rm ia, o novo módulo de<br />

Normo-Hipotermia li é o sistema<br />

tecnologicamente mais<br />

avançado à disposição do<br />

perfusionista, um produto que<br />

reúne a comodidade e a máxima<br />

segurança, graças ao seu<br />

elevado nível tecnológico.<br />

Teste fotométrico para a determinação<br />

quantitativa da alfa-1-<br />

~ fetroproteí na.<br />

A Boehrir'lger Mannheim acaba<br />

de lançar no mercado português<br />

o seu teste para a determinação<br />

da a - fetoproteína.<br />

Este teste, que se baseia no<br />

princípio ELISA, vem aumentar<br />

o programa imunológico da<br />

Boehringer Mannheim, permitindo<br />

a determinação da a- fetoproteína<br />

por todos os laboratórios.<br />

Sistema Agrafador lntraluminal<br />

Descartável<br />

Permite, pelo posicionamento<br />

dos agrafos, obter um lúmen<br />

máximo.<br />

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25, 29 e 33 mm.<br />

Concebido para fácil extracção.<br />

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Laboratoires Pharmaceutiques Caducée, lille<br />

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o s HOSPITAIS DISTRITA I S<br />

H Á 2 5 A N O S<br />

CONTINUAÇAO DA PAGINA 47<br />

O tf OSPITAL · DE BRAGANÇA<br />

privativa e uma capela no Hospital,<br />

assegurando o culto com o seguinte<br />

pessoal:<br />

1 capelão-mor.............. 550$00<br />

1 capelão auxiliar......... 500$00<br />

1 sacristão ançjador (a) 400$00<br />

com alojamento<br />

(a) Encarregado de convocar os ·<br />

Irmãos. ·<br />

11. Aspirações Imediatas da<br />

Mesa<br />

Desejaria a Mesa que fosse estudada<br />

e legislada uma solução no<br />

sentido de o condenado por ofensas<br />

corporais ser obrigado a pagar<br />

imediatamente ao Hospital que<br />

prestou assistência ao ofendido.<br />

Conta que· seja construído brevemente<br />

o novo edifício hospitalar.<br />

Novembro de ~959<br />

- Dr. Augusto Mantas<br />

- M. A. Cunha e Silva<br />

- Dr. Renato Cantista<br />

- Dr. Rogério Beatriz .<br />

INDICAÇÕES<br />

AOS AUTORES<br />

«GESTÃO HOSPITALAR» é uma<br />

publicação trimestral de divulgação técnico-científica,<br />

opinião, actualidade e<br />

informação profissional. Embora se·<br />

dirija particularmente aos gestores hospitalares,<br />

pretende igualmente responder<br />

a todo o público interessado em<br />

problemas ·de saúde, designadamente<br />

médicos, engenheiros hospitalares e<br />

enfermeiros.<br />

A revista aceita colaboração diversificada,<br />

desde artigos de investigação e<br />

estudos orrginais até comentários, notícias,<br />

textos literários e mesmo trabalhos<br />

fotográficos. ·Os originais recebidos<br />

serão avaliados pelo Conselho<br />

Redactorial, a quem cabe decidir a sua<br />

aceitação ou recusa, consoante lhes<br />

reconheça ou não mérito suficiente ...<br />

NORMAS<br />

PARA APRESENTAÇÃO<br />

DOS MANUSCRITOS<br />

Os textos deverão:<br />

- apresentar-se dactilografados em<br />

papel normalizado (fornecido pela<br />

A.P.A.H.), ou em papel formato A4,<br />

dactilografado a dois espaços, 25 linhas<br />

com 60 batidas cada. Cada folha<br />

deverá ser numer!=tda no canto superior<br />

direito.<br />

- Ser acompanhados por uma cópia.<br />

- Todos os originais deverão ser<br />

enviados para a redacção da .revista -<br />

Hospital Pediátrico - Av. Bissaia Barreto<br />

- 3000 COIMBRA<br />

Os autores deverão ainda:<br />

- Preceder o texto de uma primeira<br />

folha (folha de rosto) em que conste o<br />

título do artigo (que deverá ser curto),<br />

o(s) nome(s) do(s) autor(es), formação<br />

profissional, cargo e actividade que<br />

50<br />

desempenha, outras qualificações e<br />

morada para troca de correspondência.<br />

- Apresentar além do texto, um<br />

resumo do mesmo, que não exceda as<br />

200 palavras e que contenha a razão,<br />

objectivos e principais conclusões do<br />

trabalho. O resumo terá obrigatoriamente<br />

de ·ser traduzido em Inglês e<br />

facultativamente em Francês . .<br />

- Evitar abreviaturas ou siglas. Se<br />

utilizadas incluir a respectiva chave, de<br />

preferência no princípio.<br />

ILUSTRAÇÕES<br />

Os gráficos, quadros e outras ilustrações<br />

deverão estar em separado do<br />

texto, numerados e devidamente referenciados<br />

no mesmo (preferencialmente<br />

a preto e branco). As fotografias<br />

deverão ter boa qualidade devidamente<br />

identificadas no verso e acom-<br />

B. BRAUN DEXON<br />

BULL E CEBIT<br />

BURROUGHS<br />

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Se pretende<br />

inf armações<br />

1 mais detalhadas<br />

acerca dos produtos<br />

anunciados<br />

nesta revista,<br />

que se encontram<br />

assinalados<br />

com um círculo<br />

numerado,<br />

leia o verso<br />

desta página.<br />

,.<br />

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de vasos e cavidades<br />

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diagnóstico e outras.<br />

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ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ADMINIS 1 RADORES HOSPITALARES<br />

O 5. º Congresso<br />

da Associação<br />

Europeia<br />

de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es<br />

- Ao encerrar, solene- representação do Hospital<br />

mente, na tarde do dia 21 de de S. João no Porto, pelo,<br />

Setembro de <strong>1984</strong>, com a agora sócio número 1 da<br />

presença e a intervenção do A$sociação Portuguesa de<br />

senhor ministro da Saúde, Administradores Hospitaladeixava<br />

cumpridos um bri- res, dr. Sá Ferreira, na data<br />

lhante programa científico e administrador-geral ~do Hosum<br />

aliciante programa social pital referido e ainda mem­<br />

(este a prolongar-se até ao bro passivo (e, portanto, a<br />

dia 22), abrangendo, ainda, título pessoal) da Associatodo<br />

um empenhamento e ção Europeia de Administraum<br />

esforço de organização dores <strong>Hospitalar</strong>es (desde<br />

no sentido de trazer a Portu- 1972). Como curiosidade se<br />

gal a mais expressiva mani- regista o ofício · n. º 6932,<br />

festação da Associação Eu- SMi.S.J., de &'&'980, subsropeia<br />

de Administradores crito por Eduardo Sá Ferrei­<br />

<strong>Hospitalar</strong>es.<br />

ra, solicitando ao presidente<br />

Dessa realização faremos do Conselho de Administrauma<br />

breve resenha - da ção da A.E.AH., que fosse,<br />

história e dos números. oficialmente, apresentada,<br />

O 5.º Congresso da na próxima Assembleia­<br />

A.E.A.H. teve a antecedê-lo, -Geral, a candidatura do<br />

na história da mesma, cuja H.S.J. - e na sequência de<br />

constituição remonta a 1972, contactos pessoais estaos<br />

Congressos de Stras- belecidos, por ocasião do<br />

· bourg - (1976), Bruges Congresso de Barcelona,<br />

(1978), Barcelona (1980) e entre o proponente e o presi­<br />

Klagenfurt (1982).<br />

dente daquele Conselho de<br />

A data da candidatura de Administração - à realização<br />

Portugal para a realização do 5. º Congresso.<br />

deste 5. º Congresso, o nos- Na reunião do Conselho<br />

so país não era, ainda, de Administração de Sion<br />

membro activo da Associa- (191091980), é aceite, com<br />

ção Europeia de Administra- reservas, esta candidatura.<br />

dores <strong>Hospitalar</strong>es, dado As reservas ficam a deverque,<br />

nesta, a representação -se à situação, no tempo, do<br />

se faz pelas respectivas As- Congresso. Acerta-se para o<br />

sociações nacionais. Em período do Outono de <strong>1984</strong><br />

Portugal, com efeito, só em a realização do Congresso e<br />

Março de 1982, se constitui o Conselho de Administra­<br />

ª Associação Portuguesa de ção reunido em 121O&'981<br />

Administradores Hospitala- (Strasbourg) aceita, definitires,<br />

vindo a integrar, como vamente, a candidatura,<br />

16.º país aderente, aquele posteriormente (1V091981)<br />

Organismo Europeu, em 1 &' ratificada pela ·Assembleia<br />

911982, aquando da realiza- Geral de Estocolmo, onde é<br />

ção da Assembleia Geral de apresentado o 1. º esboço do<br />

Klagenturt.<br />

programa do Congresso.<br />

E como curiosidade,<br />

A candidatura de Portugal ainda, na sequência da correspondência,<br />

é feita, pois, a título individual<br />

entretanto,<br />

e pessoal, embora em trocada, é, abordada, pela<br />

primeira vez, a hipótese de<br />

Portugal aderir, como membro<br />

activo, à A.E.AH., para<br />

tanto se impondo que os<br />

Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />

Portugueses se constituíssem<br />

em Associação ( of. º<br />

E. BU/SJ. Strasbourg V091<br />

981, Gabriel George Secretaire<br />

General).<br />

Já na Assembleia Geral<br />

de Reims, a 14" O&' 982, são<br />

apresentadas<br />

informações<br />

mais precisas sobre o 5. º<br />

Congresso, com data fixada<br />

para 20 e 21 de Setembro,<br />

ficando reservado o dia 19<br />

para as reuniões do Conselho<br />

de Administração (manhã)<br />

e da Assembleia Geral<br />

estatutária (tarde), realizadas<br />

no mesmo local e também<br />

sob a responsabilidade<br />

da organizaçao do Congresso.<br />

Todo o trabalho realizado,<br />

no sentido de efectuar em<br />

Portugal esta importante<br />

manifestação científica e social,<br />

estiveré) a cargo do dr.<br />

Sá Ferreira. No entanto,<br />

dada a necessidade de desenvolver<br />

uma estrutura de<br />

apoio adequada àquela organização<br />

é, primeiro, solicitado<br />

o dr. Ferreira da Silva,<br />

também do Hospital de S.<br />

João e, posteriormente, o dr.<br />

Moreno Rodrigues, Administrador-Geral<br />

do Hospital de<br />

Santo António. Os três -<br />

sócios da A.P.A.H. - constituíram<br />

a Comissão de Organização<br />

do 5.º Congresso da<br />

A. E.A. H., dando a expressão<br />

definitiva ao programa já<br />

delineado, a pártir de Janeiro<br />

de <strong>1984</strong>.<br />

Assim, já na reunião do<br />

Conselho de Administração<br />

de Strasbourg (4" O&' 984),<br />

para a qual foi convidada, a<br />

Comissão de Organização<br />

apresentou o programa preliminar<br />

- científico e social -<br />

do Congresso (e das reuniões<br />

do Conselho de Administração<br />

e da Assembleia<br />

Geral).<br />

É a partir desta data que<br />

se dá início a uma série de<br />

acções, sucessivas ou simultâneas:<br />

inscrições de<br />

congressistas; promoção do<br />

Congresso junto dos meios<br />

de Comunicação Social, incluindo<br />

as revistas nacionais<br />

e estrangeiras, vocacionadas<br />

para a problemática<br />

hospitalar e da saúde; contactos<br />

com entidades públicas<br />

e particulares e com<br />

variadas instituiÇPes ou pessoas,<br />

visando os apoios logísticos<br />

necessários; recepção<br />

das comunicações ·a<br />

apresentar e sua duplicação<br />

nas três línguas oficiais do<br />

Congresso, etc., etc ..<br />

Movimentou este 5.º Congresso<br />

dezenas de tipos de<br />

impressos diferentes; teve,<br />

para além da colaboração<br />

de entidades públicas e privadas,<br />

o apoio e o trabalho<br />

(pontual ou permanente) de<br />

três dezenas de pessoas,<br />

bem como o esforço e dedicação<br />

da Associação Portuguesa<br />

de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es.<br />

Ao despedirem-se do<br />

Porto e de Portugal e do 5.º<br />

Congresso da Associação<br />

Europeia de Administra.;<br />

dores <strong>Hospitalar</strong>es (a<br />

grande maioria na noite de<br />

22 de Setembro de <strong>1984</strong>,<br />

encerramento do programa<br />

social) os 314 Congressistas<br />

e os 138 Acompanhantes<br />

provindos de: Alemanha<br />

(49), Áustria (22), Bélgica<br />

(41), Dinamarca (21), Espanha<br />

(35), França (28), Holanda<br />

(67), Inglaterra (2),<br />

Itália (22), Noruega (2), Suécia<br />

(2), Suíça (11) e Portugal<br />

(150) - levaram, de certeza,<br />

uma nota de reconhecimento<br />

(e muitos a expressaram)<br />

pela sua participação<br />

e pela organização deste<br />

Congresso, dado que os objectivos<br />

foram conseguidos:<br />

chamar a atenção dos participantes<br />

e do público em<br />

geral para problem,as extremamentes<br />

importantes da<br />

Saúde e das lnstittJições<br />

<strong>Hospitalar</strong>es, trocar experiências,<br />

reviver e criar amizade,<br />

prestigiar a Associação<br />

Europeia de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es e a Administração<br />

<strong>Hospitalar</strong> Portuguesa,<br />

e dignificar o País.<br />

1


Congresso Europeu de Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />

SOMOS FORÇAD0S A GERIR HOSPITAIS<br />

SEM CONHECER RECURSOS<br />

FINANCEIROS<br />

- afirmou o presidente da Associação Portuguesa,<br />

Santos Cardoso<br />

••<br />

'<br />

• •<br />

ccSubslste ainda entre nós a dúvida se todos os<br />

responsáveis políticos da jovem democracia portuguesa<br />

conquistada com o 25 de Abril de 1974 têm<br />

plena consciência da necessidade de um corpo<br />

proflsslonal de administradores hospitalares», disse<br />

o presidente da Associação Portuguesa de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es na abertura do V Congresso<br />

Europeu da classe.<br />

O presidente da Associação<br />

Portuguesa de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es, Santos<br />

Cardoso, acrescentou<br />

que «a recém-nascida carreira<br />

enfrenta ainda obstáculos<br />

constituídos pelo receio<br />

que outras carreiras<br />

profissionais sentem o incómodo<br />

que esta pode causar<br />

à tradicional quietude charcosa<br />

dos habituais amadorismos<br />

e improviso portugueses<br />

amadorismo ainda<br />

vantajoso para alguns».<br />

Num discurso de duas mil<br />

palavras, Santos Cardoso<br />

defendeu ainda a necessidade<br />

de os «hospitais constituírem<br />

entidades com administração<br />

autonomizada<br />

do Estado, na tendência clara<br />

de serem pessoas colectivas<br />

públicas com autonomia<br />

administrativa e financeira e<br />

dotadas de administração indirecta».<br />

Esta autonomia está consagrada<br />

na legislação em<br />

yigor, como aliás também o<br />

referiu Santos Cardoso,<br />

mas, e para citar ainda as<br />

palavras deste administrador<br />

hospitalar (Hospital Pediátrico<br />

de Coimbra). «da<br />

doutrina e das próprias leis<br />

portuguesas à prática vai<br />

uma grande distância, também<br />

infelizmente habitual<br />

entre nós».<br />

Quase no fim do discurso,<br />

Santos Cardoso interrogava­<br />

-se, sem resposta, pelo futuro<br />

da gestão dos hospitais,<br />

«quando não se conhecem à<br />

partida os recursos financeiros»,<br />

«quando a quase totalidade<br />

não dispõe de regulamentos<br />

internos»,<br />

«quando estão quase impossibilitados<br />

de rever os<br />

seus inadequados quadros».<br />

«O que se pode fazer em<br />

gestão de pessoal quando<br />

um simples contrato de aquisição<br />

eventual de serviços<br />

tem de ser validado por despacho<br />

ministerial?, interrogou<br />

Santos Cardoso que<br />

também acusou os órgãos<br />

de tutela de «não estabelecerem<br />

planos e programas<br />

de acção, não definirem as<br />

normas e critérios de actuação<br />

hospitalar e não avaliarem<br />

os resultados obtidos e<br />

a qualidade dos cuidados<br />

prestados à população».<br />

O tema deste 5. º Congresso<br />

Europeu 'de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es, que ontem<br />

começou e hoje termina<br />

em Espinho com a participação<br />

de 450 congressistas de<br />

16 países, é pois um dos<br />

mais oportunos para a realidade<br />

portuguesa: «Planificação<br />

interna e financiamento,<br />

e direcção hospitalar por objectivos<br />

».<br />

O confronto entre a realidade<br />

do que se passa na<br />

maioria dos países europeus<br />

e do que se passa em Portugal<br />

em matéria de financiamento<br />

e planificação dos<br />

hospitais foi doloroso de ouvir<br />

durante a primeira sessão<br />

de comunicações deste<br />

Congresso, ao qual estão a<br />

assistir representantes do<br />

Presidente da República e<br />

do ministro da Saúde.<br />

Estas presenças, se não<br />

se limitarem a ser protocolares,<br />

poderão ser benéficas<br />

para que se comece a atacar<br />

e tente irradicar todas as<br />

doenças que afligem o bom<br />

funcionamento dos hospitais<br />

portugueses, alguns administrados<br />

por profissionais<br />

que são contratados a prazo,<br />

como nos disse Santos<br />

Cardoso.<br />

Mas este Congresso é<br />

particularmente importante<br />

para os próprios administradores<br />

hospitalares que lutam<br />

para que esta carreira seja<br />

reconhecida e assegurada<br />

por profissionais· com habilitação<br />

científica adequada e<br />

sob um estatuto com normas<br />

de ingresso e de acesso<br />

baseadas em critérios de<br />

mérito, como também sublinhou<br />

o presidente da Associação<br />

Portuguesa de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es.<br />

Os actuais administradores<br />

hospitalares portugueses<br />

estão não só preocupados<br />

com os problemas<br />

inerentes à gestão dos hospitais<br />

como também com a<br />

própria dignificação e reconhecimento<br />

da carreira que<br />

em Portugal só há uma dezena<br />

de anos começou a<br />

autonomizar-se.<br />

Não vai muito longe o<br />

tempo em que todos, Misericórdias,<br />

Faculades de Medicina,<br />

fundações, câmaras,<br />

instituições de previdência,<br />

desejavam administrar hospitais<br />

e se consideravam capazes<br />

de o fazer, como referiu<br />

há tempos Coriolano<br />

Ferreira, catedrático da Escola<br />

Nacional de Saúde Pública<br />

e o grande impulsionador<br />

da carreira profissional<br />

de administrador hospitalar.<br />

Esse tempo não mudou<br />

ainda totalmente, mas a realização<br />

em Portugal deste 5.º<br />

Congresso Europeu de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es<br />

poderá ajudar à compreensão<br />

de que o «amadorismo<br />

faz correr riscos graves qualquer<br />

que seja o seu fundamento»,<br />

para citar ainda<br />

uma frase de Coriolano Ferreira<br />

sobre a administração<br />

hospitalar.<br />

Quanto ao resto, às questões<br />

do financiamento intimamente<br />

ligadas à gestão<br />

dos hospitais, elas não se<br />

solucionarão só pelo facto<br />

de se reconhecer inequivocamente<br />

a existência de<br />

uma carreira profissional de<br />

administrador hospitalar que<br />

exija um curso superior próprio.<br />

Disto estão os administradores<br />

hospitalares portugueses<br />

certos.<br />

O<br />

• •<br />

j ~J'J_Jj d<br />

.. t WWW W"'I -<br />

.,, ...... ., ...... _. ,<br />

O critério de selecção dos temas tratados neste JORNAL consiste, essencialmente, no Interesse que possam vir a ter para<br />

desenvolvlmento e publicação na própria Revista. -<br />

São, assim, benvlndos ·pequenos relatos e notícias relativos a experiências em curso ou a quaisquer eventos de Interesse<br />

geral.<br />

Na secção ccPubllcações Recebidas» noticiaremos cr~lcamente as obras de que seja enviado gratuitamente um exemplar, e<br />

que farão parte da blblloteca da APAH que se está a constituir .<br />

2


Monitores instalados em Portugal<br />

(30/06/85)<br />

COIMBRA<br />

PONTA DELGADA<br />

Cancho 17 Hospital Distrital<br />

Hospital da Universidade 8<br />

PORTALEGRE<br />

COSTA DA CAPARICA<br />

Diálise em casa 1<br />

Hospital Distrital<br />

PORTO<br />

Centro Médico de Doenças Renais<br />

ÉVORA<br />

Centro Renal<br />

Hospital Distrital 4 Clínica Central do Bonfim<br />

Hospital de Crianças Maria Pia<br />

Hospital de Santo António<br />

FUNCHAL<br />

Hospital de S. Francisco<br />

Hospital Distrital 8<br />

RIBA D'AVE<br />

GUARDA<br />

Egidial 12<br />

LISBOA<br />

D. R. D'.<br />

SETÚBAL<br />

Hospital Distrital<br />

Clínica de Doenças Renais 14 VILA DO CONDE<br />

Hospital da Cruz Vermelha 19<br />

Hospital Curry Cabral 8<br />

D. R. D.<br />

Hospital de Santa Cruz 13<br />

Hospital de S. José - U.M. 2* VISEU<br />

Nefroclínica 7 Visodial<br />

TOTAL 230 MONITORES gambro<br />

5<br />

3*<br />

8<br />

10<br />

20<br />

3<br />

11<br />

11<br />

12 *<br />

5<br />

16<br />

13

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