Gestão Hospitalar N.º8 1984
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Rua José Magro, Lote 4-T<br />
1300 LISBOA<br />
Revista da Associação Portuguesa de<br />
Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />
Membro da Associação Europeia de<br />
Dlrectores <strong>Hospitalar</strong>es<br />
Ano 2 N.º 8<br />
Publicação Trimestral<br />
Dlrector<br />
Santos Cardoso<br />
Coordenador<br />
Lopes Martins<br />
Conselho Redactorlal<br />
Ana Manso<br />
Artur Morais Vaz<br />
Ferreira Guiné<br />
Júlio Reis<br />
Lopes Martins<br />
Maria Helena Reis Marques<br />
Santos Cardoso<br />
Colaboram neste número:<br />
A. Torrado da Silva<br />
Augusto Mantas<br />
D. G. Nichol<br />
David Aasland<br />
Júlia de Diago Sanchez<br />
Magdalena Granero Marti<br />
Mercedes Balcells Boix<br />
Moreno Rodrigues<br />
Silvia Bresco Flor<br />
Publlcldade<br />
Isabel Andrade/ Tage<br />
Tel:633471<br />
Capa<br />
Rui Ligeiro/ 4.4<br />
Propriedade<br />
Associação Portuguesa de<br />
Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />
Empresa jornalística n.º 209259<br />
Hospital Pediátrico<br />
Av. Bissaia Barreto<br />
3000 COIMBRA<br />
Produção Editorial<br />
Tage-Técnica de Artes Gráficas e<br />
Edições, Lda.<br />
Urbanização Quinta Nova<br />
Rua B-Lote 131-lí"c-A<br />
2685 SACAVÉM<br />
Produção Gráfica<br />
Quatropontoquatro - Gabinete<br />
Técnico de Design Industrial, Lda.<br />
Rua José Magro Lote 4 - T<br />
1300 LISBOA<br />
Tel: 647499<br />
Distribuição<br />
Tage<br />
Preço avulso 250 $ 00<br />
Preço Assinatura (4 números)<br />
900$00<br />
Tiragem 7 500 exemplares<br />
N.º Registo 109060<br />
Depósito legal<br />
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EURllPNSC8EK VEJ\EIKIGUKS f , . . .<br />
7 INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA APAH<br />
11 FINANCIA~ENTO E PLANIFICAÇÃO INTERNA DO HOSPITAL<br />
PORTUGUES<br />
Por Moreno Rodrigues<br />
19 ESTRATÉGIA DE PLANEAMENTO NUMA REGIÃO INGLESA<br />
Por O. G. Nichol<br />
25 GESTÃO POR OBJECTIVOS NO HOSPITAL. 8 ANOS DE<br />
EXPERIÊNCIA<br />
Por Mercedes Balcells Boix<br />
33 UM SERVIÇO DE INTERNAMENTO DE 12 DIAS<br />
Por David Aasland<br />
41 EXAMES DE SAÚDE INFANTIL<br />
Por Torrado da Silva<br />
45 HOSPITAIS DISTRITAIS HÁ 25.ANOS: O HOSPITAL DE<br />
BRAGANÇA<br />
48 NOVOS PRODUTOS<br />
.......................................................... ~lllJmlill!iililiA L DE<br />
~ tJrJi: r'(JB ("A.<br />
O Editorial e os· Artigos não<br />
assinados são da responsabilidade<br />
. da Direcção da Associação.<br />
Os Artigos assinados são da<br />
exlusiva responsabilidade dos<br />
seus autores, não comprometendo<br />
a Associação com os pontos<br />
de vista neles expressos.<br />
Embora merecendo a melhor<br />
atençã , a cola&>ração nao so 1-<br />
citada ão será devolvida, reservancf<br />
o-se o direito de a publicar<br />
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DE ADMINISTRADORES HOSPITALARES<br />
PARA responder a necessidades em algumas<br />
áreas da função pública os Estados têm de<br />
recrutar especialistas que são raros ou não existem no<br />
mercado de trabalho. São encorajados nesses casos a<br />
seleccioná-los e a formá-los através de estabelecimentos<br />
de ensino com integração vertical, sobretudo<br />
quando se trata de postos de gestão, onde a arte de<br />
contactos, o poder de síntese, e o sentido de responsabilidades,<br />
constituem qualificações essenciais.<br />
A exemplo do que se constatou nos participantes do<br />
V Congresso da Associação Europeia de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es, foi o que sucedeu no nosso País,<br />
logo no início da década de 70, quando os administradores<br />
portugueses tiveram de passar a receber<br />
formação específica post-base na Escola Nacional de<br />
Saúde Pública.<br />
Esta mudança significa que o Estado português,<br />
face à necessidade de prover os hospitais com<br />
gestores profissionais, deliberou um investimento<br />
complementar à formação universitária em curso de<br />
especialização, exigindo-a para o exercício dos cargos<br />
respectivos. Dado que a evolução do sector privado<br />
em Portugal na área hospitalar não criou a necessidade<br />
de profissionalização de gestores, esses novos<br />
especialistas só encontram emprego nos hospitais<br />
públicos, daí a própria lei impôr também o planeamento<br />
quantitativo da sua formação, consoante as<br />
necessidades. ·<br />
Para cumprimento de actividades que devem subsistir<br />
para satisfação de direitos essenciais das populações,<br />
vão assim surgindo na função pública cada<br />
vez maior variedade de situações profissionais, motivadoras<br />
da tendência para diversificar as políticas de<br />
pessoal por cada ministério ou serviço, a qual pretende<br />
desconcentrar o poder de fixar o número dos<br />
seus agentes, os estatutos e remunerações. Mas, logo<br />
de seguida, cada grupo profissional reclama a igualdade<br />
de regalias, ou a extensão em seu proveito das<br />
vantagens concedidas a outros. "<br />
Dessa tendência diversificadora de políticas de<br />
pessoal resulta o aumento de despesas, derivado da<br />
atávica. dificuldade na utilização de métodos da organização<br />
científica do trabalho com a análise correcta das<br />
necessidades de efectivos e do perfil adequado a cada<br />
posto. ·<br />
O aumento de despesas com pessoal cedo é<br />
contrariado pela inevitável limitação de meios financeiros,<br />
a qual gera mecanismos de defesa de sinal<br />
contrário à diversificação e desconcentração, levando<br />
à centralização das deliberações, instituindo instâncias<br />
únicas de arbitragem para fixação de quadros,<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />
dos estatutos e das remunerações, sob o comando<br />
directo do Ministério que detém o poder sobre o<br />
orçamento ou finanças públicas.<br />
Dessa centralização resulta a subordinação da<br />
política de pessoal ao serviço do Estado, nos vários<br />
domínios, a critérios estritamente financeiros, cada<br />
vez mais distantes da utilização de métodos da<br />
organização científica do trabalho ou das necessidades<br />
reais.<br />
A encerrar esta evolução, e como reacção aos<br />
critérios financistas, surge então a fuga para soluções<br />
pontuais, vagas ou até ambíguas, permitindo aumentos<br />
disfarçados dos vencimentos através de expedientes<br />
diversos aos grupos profissionais com maior poder<br />
de pressão política, desde a alteração teórica de<br />
horários de trabalho, a remunerações acessórias por<br />
dedicação exclusiva e exercício de funções a maior<br />
parte das vezes claramente inerentes às funções<br />
anteriores. Esta tendência afirma-se como a mais<br />
favorável a distorsões que chegam a atingir foros de<br />
escândalo, e seguramente são prejudiciais pela desmotivação<br />
causada aos grupos profissionais que não<br />
conseguem ser beneficiados.<br />
É sem dúvida a situação criada aos Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es Portugueses, e na perspectiva de calamitoso<br />
agravamento a curto prazo:<br />
Por força do Decreto-Lei n. 0<br />
310/ 82, de 3 de<br />
Agosto.<br />
- Os médicos hospitalares com regime optativo de<br />
dedicação exclusiva têm um acréscimo de 40 por<br />
cento no vencimento, sendo a mesma dedicação<br />
exclusiva imposta aos administradores sem qualquer<br />
acréscimo; quando os mesmos médicos são membros<br />
em colegialidade dos conselhos de gerência (de que<br />
faz parte obrigatória um administrador com remuneração<br />
prevista, mas não atribuída, no Decreto<br />
-Regulamentar n.º 30/ 77, de 20 de Maio) são contemplados<br />
com acréscimo de 40 por cento ou 50 por<br />
cento; ainda os médicos em funções de direcção e<br />
chefia dos serviços percebem acréscimos de vencimento<br />
de 1 O. por cento a 40 por cento.<br />
Por força de diploma legal em preparação, prevê-se<br />
que todas as chefias de enfermagem hospitalar que<br />
optem pelo regime de renúncia a qualquer outra<br />
actividade passem a receber vencimento suplementar<br />
da ordem de 40 por cento, o que em grande parte dos<br />
casos fará ultrapassar as remunerações dos administradores<br />
hospitalares de cujas decisões de gestão<br />
continuarão dependentes no exercício ds funções de<br />
direcção que somente lhes competem! o<br />
5
.' .. . . . : : . : : : : : : : . : : ......·....: :: :: ::::·:: :.::::: ·. :::..;.·. :-:-....:.:.:.:.:.:.:.:.:....-:.: ..... :·:·::::::::::::. ·.·:-:-·.:..:::·: :::::::::: :::::::::::::..... ................'.'.',' ::::::.:.::::: ::::::.·:·:·:::::;::::: :::::::: :•::_.::: ::.:::::::.:::.::.:::: :::::::::::.::.:::::::.:.::::::....::.::.::::::: ..:.:::.:·:·:· ·· ··· ····::::::: ::::::::: :::::::::: ::•:::::::::: :.:.:.:.:.:.:.:.:.:.::::. :::::::: ::_:::::::: ::::::. :::::::::::: ::::::..<br />
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,,.<br />
Intervenção do Presidente da APAH<br />
Santos Cardoso<br />
na abertura solene do V Congresso da<br />
Associação Europeia de Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />
«Na qualidade de actual<br />
Presidente da Direcção da<br />
Associação Portuguesa de<br />
Administradores <strong>Hospitalar</strong>es,<br />
começo por felicitar e<br />
agradecer ao Hospital de<br />
São João, na pessoa do<br />
colega Sá Ferreira, meu antecessor<br />
neste cargo, o ter<br />
assumido a pesada responsabilidade<br />
de organizar o 5.º<br />
Congresso da Associação<br />
Europeia de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es, de que a<br />
nossa Associação tem a<br />
honra de ser membro activo.<br />
Regozijamo-nos e estamos<br />
muito gratos com as<br />
presenças dos Representantes<br />
de Suas Excelências<br />
o Presidente da República e<br />
Ministro da Saúde pela deferência<br />
que assim quizeram<br />
ter para com os nossos colegas<br />
europeus, mas também<br />
pelo significado indiscutível<br />
da atenção dispensada aos<br />
administradores hospitalares<br />
portugueses, os quais<br />
neste momento não podem<br />
deixar de se sentir, no seu<br />
âmbito profissional, anfitriões<br />
da Europa, onde, com<br />
toda a naturalidade, se<br />
querem manter formal·<br />
mente integrados.<br />
Podem os colegas que<br />
nos visitam estar certos de<br />
que a administração hospitalar<br />
portuguesa tem profundas<br />
raízes europeias: os<br />
portugueses sempre cultivaram<br />
terras da Europa, não<br />
podem por isso deixar de<br />
usufruir da sua cultura e do<br />
seu espírito. Embora acrescente,<br />
utilizando o humor de<br />
Anatole France, que a lei<br />
proibe, com igual solenidade,<br />
aos ricos e aos pobres<br />
dormir debaixo das<br />
pontes.<br />
Julgo haver consenso de<br />
que os hospitais são sistemas<br />
abertos, ou seja, são<br />
interdependentes da comunidade<br />
onde estão inseridos.<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
No jogo dessa interdependência<br />
cada hospital constitui<br />
um conjunto de recursos<br />
humanos, materiais e organizacionais,<br />
com a finalidade<br />
essencial de prestar cuidados<br />
a doentes. Administrar<br />
um hospital, no sentido amplo,<br />
consiste em utilizar metodologia<br />
científica capaz de<br />
adequar a actividade desses<br />
recursos ao prosseguimento<br />
dos objectivos que a própria<br />
comunidade lhe exige.<br />
Penso continuarmos de<br />
acordo referindo que a administração<br />
hospitalar pretende<br />
afirmar-se como disciplina<br />
positiva, e como tal<br />
deve primeiramente descrever<br />
e explicar o hospital concreto<br />
que se pretende administrar,<br />
concluir da adequação<br />
ou inadequação dos recursos<br />
aos objectivos a atin-<br />
. gir saber como as coisas se<br />
passam de facto e das razões<br />
pelas quais acontecem,<br />
e procurar intervir depois<br />
no sentido de optimizar<br />
a relação dos recursos<br />
disponíveis com os objectivos<br />
fixados prioritariamente.<br />
Mas o desenvolvimento<br />
de qualquer nova disciplina<br />
científica aplicada é, antes<br />
de mais, um processo social:<br />
para progredir é necessário<br />
que as condições sócio<br />
-económicas criem a consciência<br />
aa sua necessidade,<br />
que encontre depois recursos<br />
no meio intelectual, e<br />
que-consiga superar os obstáculos<br />
constituídos por outras<br />
disciplinas próximas já<br />
existentes, pelo amadorismo<br />
e pelo improviso,<br />
dos quais se torna concorrente.<br />
Para haver administração<br />
hospitalar têm portanto que<br />
existir administradores hospitalares,<br />
com habilitação<br />
científica adequada, dispondo<br />
de um estatuto com<br />
normas de ingresso e de<br />
acesso baseadas em critérios<br />
de mérito, e aos quais<br />
seja exigida plena responsabilidade<br />
profissional.<br />
Se na quase totalidade<br />
dos países representados<br />
neste Congresso há muitos<br />
anos os hospitais foram considerados<br />
entidades extraordinariamente<br />
complexas, os<br />
quais correm enormes perigos<br />
económicos e humanos<br />
se forem administrados por<br />
amadores, em Portugal só<br />
no final da década de sessenta<br />
as instituições hospitalares<br />
começaram a ser assim<br />
consideradas.<br />
Como disse Anatole<br />
France, a lei proibe com<br />
igual solenidade aos ricos e<br />
aos pobres dormir debaixo<br />
das pontes, mas, diremos<br />
nós, os pobres continuam<br />
ali a dormir enquanto não<br />
conquistam outra alternativa.<br />
Só a partir de 1968, com a<br />
publicação do Estatudo <strong>Hospitalar</strong><br />
e do Regulamento<br />
Geral dos Hospitais tem verdadeiramente<br />
início no nosso<br />
País a carreira de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es.<br />
Em 1970 regressam a<br />
Portugal seis jovens diplomadas<br />
pela Escola Nacional<br />
de Saúde Pública francesa,<br />
de Rennes, que foram então<br />
designados por «meninos de<br />
Rennes» (o tempo passa e o<br />
nosso colega Sá Ferreira foi<br />
um deles, mas hoje já não é<br />
«menino»).<br />
em 1972 surgem os primeiros<br />
quinze diplomados<br />
pela Escola Nacional de<br />
Saúde Pública portuguesa<br />
de Usboa.<br />
Em 1980 é publicado o<br />
Estatuto da Carreira de Administração<br />
<strong>Hospitalar</strong> ainda<br />
em vigor.<br />
Em 1982 criamos a Associação<br />
Portuguesa de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es, admitida<br />
na Associação Europeia<br />
como membro activo na<br />
Assembleia Geral de Klagenfurt,<br />
de 16 de Setembro<br />
do mesmo ano .<br />
7
. . . . .<br />
..... .<br />
. . . . . .<br />
. ..........<br />
... ........... ......... '.'.':':':·:':':':':':"" . . . . .. . . . . . . . . . :.:.:-:.:.:-:.:-:-:.:-.<br />
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A<br />
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2. Estatísticas<br />
3. <strong>Gestão</strong> Financeira<br />
4. <strong>Gestão</strong> de Internamentos<br />
5. <strong>Gestão</strong> do Imobilizado (património e conservação)<br />
6. Meios Complementares de Diagnóstico<br />
7. <strong>Gestão</strong> de Pessoal<br />
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'<br />
Neste número de 'GH são<br />
pubHcados quauo uabalhos<br />
apresentados ao V Congresso<br />
da A.E.A.H ..<br />
· Os critérios que presidiram à<br />
sua escolha foram ps seguintes:<br />
- Exemplaridade das experiências<br />
descritas.<br />
- Acuidade da temática para<br />
os Administradores da Saúde<br />
em Portugal . ·<br />
A tradução que, por motivos<br />
de calendarização editorial,<br />
teve de ser efectuada em tempo<br />
reduzido e que, por essa razão,<br />
poderá apresentar deficiências,<br />
respeitou, no possível, o original<br />
em língua francesa. Assim,<br />
mantiveram-se as designações<br />
utilizadas no vocabulário técnico<br />
ou na realidade portuguesa<br />
{apenas se operando a sua<br />
tradução 'literal), tendo-se man-<br />
1 tido, igualmente, as características<br />
coloquiais próprias de um<br />
texto destinado a ser apresentado<br />
oralmente.<br />
, E' objectiv.o · desta ·· comunicãção<br />
mostrar em que sentido o financiamento<br />
influi no planeamento ou<br />
programação do funcionamento<br />
dos hospitais portugueses.<br />
Para tanto convirá, em breves<br />
linhas, carcterizar o hospital português<br />
e pôr em evidência os aspectos<br />
positivos e negativos do seu<br />
financiamento.<br />
Depois, em conclusão, serão<br />
enunciados alguns aspectos sobre<br />
os quais se deverá actuar no futuro<br />
próximo, segundo a nossa opinião.<br />
Toda a exposição é afectada,<br />
como é forçoso, pelo facto de se<br />
destinar a ser apresentada, em dez<br />
minutos, perante os inscritos no<br />
V Congresso da Associação Europeia<br />
de Administradores Hospitala-<br />
. · res, provenientes de 16 países da<br />
Europa. .<br />
1 - O hospital português e o<br />
seu financiamento<br />
1 . Para caracterizar os hospitais<br />
portugueses até 1974, referindo<br />
apenas os tópicos essenciais, dir<br />
-se-á que:<br />
- Havia um sector estadual,<br />
constituído por uma meia dúzia de<br />
hospitais gerais localizados em Lisboa,<br />
Porto e Coimbra e por outros<br />
tantos hospitais especializados<br />
(Psiquiatria e Tuberculose). Este<br />
sector dispunha de, aproximada-<br />
1 ment~ 1Q_OOO camas;<br />
* Administrador Geral -do Hospital<br />
. dt;! Santo António - Porto<br />
- -Havia um sector privadOde fim<br />
não lucrativo, abrangendo um<br />
maior número de hospitais, a maioria<br />
dos quais pertencentes às Misericórdias.<br />
Estas, dotadas pela lei<br />
de pesonalidade jurídica e de autonomia<br />
administrativa e de património,<br />
eram responsaveis da administração<br />
dos hospitais de dimensão<br />
média - 200 ou 300 camas - ou de .<br />
pequena dimensão - muitos deles<br />
com 20 ou 30 camas;<br />
- Havia também um sector privado<br />
de fim lucrativo sobre o qual a<br />
intervenção do Estado se limitava<br />
ao licenciamento dos estabeleci-<br />
1 mentos. Estes existiam sobretudo<br />
em Lisboa, Porto e Coimbra.<br />
O Estado aceitava apenas uma<br />
responsabilidade supletiva da dos<br />
indivíduos e das instituições de fim<br />
não lucrativo; por isso, o financiamento<br />
dos hospitais fazia-se através<br />
de:<br />
- - -<br />
· - reembolso da t otalidade ou,<br />
mais frequentemente; de uma<br />
parte das despesas pelo próprio<br />
doente ou agregado familiar, segundo<br />
o escalão do seu rendimento,<br />
ou então pelas companhias<br />
de seguros no caso de haver responsabilidade<br />
para elas transferida·<br />
·<br />
1<br />
1 '<br />
- pagamento, na base de acordos,<br />
pela Previdência para os tra- ,<br />
balhadores da indústria e do comércio<br />
e seus familiares dependentes<br />
e, na fase .final, também<br />
para os rurais;<br />
-:- afe~t~ção de rendimentos ou<br />
<strong>Gestão</strong> H~spttalar • Ano li • N. 0 8<br />
11
:::::.::.:•.•::::::: ::: ::.::::::::: :: ::•::::::::::::•:::::::::::::.:•:::::•::·::.::::::·::: ::::::::::::::.:: ::::•::;::::·::·:;.::·::·:· ·:•::•::::::::::··:::•::::::::::::::::::::::::::::::::::: ::·: :::::::::::::: :::::::::::::::·::::.:::::::::: :::::::::::::: ::;::::::::::•::;:;::·:::: :::.:::::;•::::::::::::.:::::::::: ::: :: ::::: :::::::: :::_:::::::::::::::_:: :::::::::•:.::.:::::·::: :::::•:: :::::::::::<br />
FINANCIAMENTO<br />
E PLANIFICAÇAO<br />
INTERNA<br />
fundos do património das instituições<br />
responsáveis pela administração<br />
dos hospitais;<br />
- subsídios· concedidos pelo Estado<br />
à exploração dos hospitais.<br />
O aumento ininterrupto da despesa<br />
de funcionamento dos hospitais,<br />
quer pela evolução da medicina<br />
quer em função do alargamento<br />
da consciência do direito à<br />
saúde, produziu consequências:<br />
• A parte do financiamento público<br />
- provindo de subsídios directos<br />
do Estado ou de reembolsos da<br />
Previdência - teve que aumentar '<br />
progressivamente;<br />
• Consciente deste facto, o Estado<br />
sentia-se legitimado e apetente<br />
para uma intervenção mais<br />
estreita e mais condicionante da<br />
gestão dos hospitais, mesmo daqueles<br />
cuja entidade administrante<br />
gozava do estatuto jurídico de autonomia.<br />
2. Após 1974 a Constituiçã~<br />
Política de 1976 previu a criação de<br />
um Serviço Nacional de Saúde. Em<br />
consequência, por lei da Assembleia<br />
da República e por decreto ou<br />
decisão do Governo, produziram<br />
-se modificações importantes:<br />
- o sector privado de fim não<br />
lucrativo - em que a propriedade<br />
dos edifícios foi deixada às Misericórdias<br />
- foi incorporado e fundido<br />
no sector estadual através de contrato<br />
de arrendamento dos edifícios,<br />
passando este a ser constituído<br />
por cerca de 80 estabelecimentos<br />
hospitalares;<br />
- sendo a gratuitidade uma das<br />
características do Serviço Nacional<br />
de Saúde, o reembolso das despesas<br />
hospitalares pelos utentes foi<br />
suprimido. Actualmente o utente<br />
está sujeito ao pagamento de uma<br />
taxa moderadora, mas apenas<br />
para acesso à consulta externa;<br />
- praticamente, o Orçamento<br />
Geral do Estado converteu-se em<br />
fonte de financiamento quase única<br />
dos hospitais, sendo excepção os<br />
casos em que tenha sido transferida<br />
a responsabilidade para companhias<br />
de seguro - situações de<br />
acidentes de trabalho ou de viação;<br />
- contra o que seria de esperar -<br />
mas logicamen~e . porque não modificaram<br />
as condições objectivas<br />
do funcionamento dos hospitais - o<br />
sector privado de fim lucrativo permaneceu<br />
em condições idênticas<br />
às do período precedente;<br />
- a lei concedeu aos hospitais<br />
autonomia administrativa e financeira<br />
mas, na prática, esta está<br />
totalmente anulada pela dependência<br />
de financiamento - sem lei que<br />
o defina - e por numerosos decretos<br />
do Governo, tanto como pelo<br />
peso enorme da burocracia da Administração<br />
Pública.<br />
3. O crescimento do envelope<br />
financeiro do Estado e o facto de os<br />
fundos dele provenientes constituírem<br />
cerca de 96°/o do total das<br />
receitas dos hospitais, puseram em<br />
evidência a necessidade de estabelecer<br />
e aprovar um criterio para a<br />
repartição equitativa desse envelope.<br />
Diga-se desde já que esse<br />
critério não constitui uma lei de<br />
financiamento dos hospitais -<br />
mesmo abstraindo de que o não é<br />
em sentido formal - pois qtie lhes<br />
não garante a equação receitas I<br />
despesas. Trata-se apenas de repartir<br />
a parte afectada ao sector<br />
hospitalar do montante total atribuído<br />
pelo Orçamento Geral do Estado<br />
à Saúde .<br />
Com este objectivo o Departamento<br />
de <strong>Gestão</strong> Fiananceira dos<br />
Serviços de Saúde (DGFSS)<br />
apura, em cada ano, os custos<br />
médios de cada grupo de hospitais<br />
(hospitais centrais e hospitais distritais).<br />
Baseado sobre estes custos<br />
médios e no total a repartir, o<br />
DGFSS estabelece tabelas de reembolso<br />
das prestações hospitalares<br />
por especialidade e para cada<br />
grupo de hospitais. Estas tabelas<br />
são constituídas por valores que<br />
variam em funçã.,o da demora média<br />
do serviço em causa (a uma<br />
demora média mais elevada corresponde<br />
um reembolso mais elevado<br />
por doente) e em função da<br />
ocupação média (se esta é mais<br />
elevada diminui o reembolso por<br />
doente tratado). Os gráficos n. º s 1 e<br />
2 fazem, respectivamente, a exemplificação<br />
do reembolso por doente<br />
e do reembolso total para três<br />
hipóteses de ocupação média de<br />
um Serviço de Cardiologia de hospital<br />
central que tivesse 60 camas,<br />
através da aplicação das tabelas<br />
aprovadas para 1983.<br />
Referimo-nos apenas ao reembolso<br />
das chamadas despesas<br />
directas do internamento e a ele ·<br />
nos queremos confinar. O reembolso<br />
dos custos de estrutura e ainda<br />
o das restantes prestações hospitalares<br />
- consulta externa e urgência<br />
- é feito também a partir de<br />
custos médios apurados para cada<br />
grupo de hospitais. Efectivamente,<br />
o DGFSS inicia o processo determinando<br />
a despesa total da organização<br />
hospitalar nos sectores de<br />
hospitalização (despesas directas),<br />
de consulta externa, de urgência e<br />
com os custos de estrutura; prossegue<br />
com a repartição do envelope<br />
hospitalar por aqueles sectores<br />
de formação da despesa; vem depois<br />
a consideração dos custos<br />
médios dos hospitais, a determinaçao<br />
da percentagem de reembolso<br />
e o estabelecimento das respectivas<br />
tabelas.<br />
4. Retomemos, porém, o reembolso<br />
das despesas directas do<br />
internamento. Qual a crítica que<br />
deverá fazer-se a este criterio de<br />
atribuição de fundos cujos aspectos<br />
essenciais - e só estes -<br />
ficaram referidos?<br />
- Começando pelo seus aspectos<br />
positivos deverá dizer-se que<br />
..<br />
, constitui progresso considerável<br />
relativamente à concessão de subsídios<br />
no período antecedente.<br />
Cada hospital pode agora compreender<br />
e conferir o montante da<br />
subvenção que lhe foi concedida.<br />
Depois<br />
- Haverá que reconhecer progresso<br />
quando se passa do número<br />
total de doentes hospitalizados<br />
e do número total de camas do<br />
hospital para a consideração do<br />
número de doentes e do número de<br />
camas por Serviço: os custos<br />
variam de serviço para serviço.<br />
Também<br />
- Existe agora um «standard» de<br />
comparação, ainda que mau. As<br />
bases para criar nos hospitais células<br />
de análise de gestão e para<br />
seguir atentamente a formação dos<br />
seus custos foram afirmadas, com<br />
objectivos e estímulo anteriormente<br />
inexistente. Finalmente<br />
- Dir-se-á que é fácil criticar o<br />
actual critério e bem mais difícil -<br />
se não inviável - substituir-lhe outro<br />
melhor que, com base na informação<br />
disponível nos hospitais<br />
portugueses, se não limite a considerar<br />
quase tão somente os aspectos<br />
quantitativos do seu funcionamento.<br />
Se é certo que a equação<br />
receitas/ despesas não é garantida<br />
e, portanto, não pode falar-se de<br />
um sistema de financiamento, é<br />
igualmente evidente que o DGFSS<br />
só pode repartir os fundos que lhe<br />
são atribuídos. Se o orçamento da<br />
saúde não fosse inferior a 4°/o do<br />
produto nacional bruto e correspondesse<br />
a 8% ou mesmo mais -<br />
como acontece em países da CEE<br />
...:. seriam certamente mais benévolas<br />
as críticas dirigidas ao critério<br />
de repartição de fundos.<br />
5. Se seria injusto ignorar estas<br />
considerações, elas não devem impedir<br />
o enunciado dos aspectos<br />
negativos do adual financiamento<br />
dos hospitais. Referir-se-ão aque-<br />
les que parecem mais importantes.<br />
Assim<br />
- Nada prova - e ninguém intenta<br />
provar - que os estabelecimentos<br />
compreendidos nos grupos<br />
de hospitais (centrais e distritais)<br />
sejam homogéneos. As suas condições<br />
de operação podem ser<br />
muito diferentes mesmo para índices<br />
de demora média e de ocupação<br />
média muito próximos ou coincidentes.<br />
Ora, a aplicação de uma<br />
tabela de reembolso a todos os<br />
hospitais de cada grupo baseia-se<br />
sobre o pressuposto de uma homogeneidade<br />
suficiente dentro do grupo,<br />
ainda quando se decida não<br />
considerar a qualidade em si<br />
mesma e apenas estimá-la a partir<br />
de alguns sintomas.<br />
- Em termos praticamente idênticos<br />
se dirá que falta também homogeneidade<br />
à actividade dos Serviços<br />
ou especialidades médicas.<br />
Com efeito num mesmo serviço<br />
são tratados casos cl ínicos cuja<br />
complexidade é muito diferente.<br />
Em que medida haverá sobreposição<br />
da distribuição da patologia<br />
tratada por dois serviços da mesma<br />
especialidade? O pressuposto de<br />
que ela se verifica é totalmente<br />
gratuito e prejudica os serviços<br />
hospitalares que tratam doentes<br />
mais graves e que, gastando mais,<br />
não são compensados como deveriam<br />
ser. Depois<br />
- As tabelas de reembolso baseiam-se<br />
em custos médios. É<br />
então forçoso que os custos de<br />
alguns serviços se situem acima da<br />
média e fiquem financiados apenas<br />
parcialmente. Perguntamo-nos então<br />
o que vai acontecer a esses<br />
serviços que foram criados para<br />
responder à procura dos utentes,<br />
se a lei lhes não permite outras<br />
receitas além do financiamento do<br />
Estado, e, sobretudo, se não é<br />
possível ·provar que as suas despesas<br />
foram excessivas pois que<br />
podem ter sido impostas por condições<br />
particulares do próprio esta-·<br />
belecimento. Deverá aceitar-se<br />
que o défice fique a cargo do<br />
hospital e que os seus custos vão<br />
pesar na exploração seguinte através<br />
do pagamento de juros aos<br />
fornecedores ou à banca? Será<br />
preferível a concessão de subvenções<br />
adicionais em fins de ano<br />
para evitar aquelas consequências?<br />
Se assim, para onde vai a<br />
lógica do sistema, do ponto de vista<br />
da justiça distributiva? Que efeitos<br />
perversos serão de esperar?<br />
- E ainda não é tudo. Viu-se que<br />
uma ocupação média mais alta<br />
provoca uma diminuição do reembolso<br />
por doente tratado. Suponhamos,<br />
então, que dois serviços -<br />
ainda de Cardiologia e ainda em<br />
1983 - com 60 e 90 camas, respectivamente,<br />
hospitalizaram e trataram,<br />
com a mesma demora média<br />
(por exemplo, 11 dias) cada um<br />
deles 1891 doentes. Para. tanto o<br />
serviço menor teve que operar com<br />
uma ocupação média de 95% enquanto<br />
que o outro trabalhou apenas<br />
a 63%. Pois bem, pela tabela<br />
aplicável este receberá 49 414$<br />
por doente e aquele apenas<br />
41 900$. Isto é, em termos de<br />
reembolso total haveria uma diferença<br />
de 14 208 97 4$<br />
(1891 x7514$). Não será tentador<br />
instalar serviços sobredimensionados,<br />
procurando que a estatística<br />
apresente uma ocupação m ~dia<br />
baixa?- Veja-se os gráficos n.º 3 e<br />
4 que ilustram esta situação.<br />
li - A influência do financiamento<br />
no planeamento do<br />
funcionamento<br />
6. Há, evidentemente, uma ética<br />
que não permite aos gestores hospitalares<br />
este tipo de manipulações;<br />
mas sabemos que no domínio<br />
hospitalar são poucos - se é<br />
que existe algum - os termos uní-<br />
12<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º a<br />
13
FINANCIAMENTO<br />
E PLANIFICAÇAO<br />
INTERNA .<br />
vocos. Cama hospitalar ou doente<br />
internado são expressões que podem<br />
designar realidades diversas<br />
com consequências no domínio do<br />
financiamento. Aceitemqs, porém,<br />
que a ética profissional impere.<br />
Nem por isso é menos verdade que<br />
o gestor tem de considerar as<br />
consequências que derivam do critério<br />
de financiamento para o planeamento<br />
da actividade do hospi-1<br />
tal.<br />
O problema que se apresenta,<br />
no contexto actual do hospital português,<br />
tem os seguintes contar- \<br />
nos:<br />
• há excesso da procura sobre a<br />
oferta, sobretudo ao nível dos hospitais<br />
centrais;<br />
• segundo o critério de financiamento<br />
em vigor as receitas aumentam<br />
quando aumentar o número de<br />
internados e este é função de uma<br />
ocupação média elevada e de uma<br />
demora média curta (v. gráfico<br />
n.º 2)<br />
• a hospitalização dos doentes<br />
deve obedecer a prioridades de<br />
ordem clínica, sendo de excluir que<br />
a escolha dos doentes seja determinada<br />
por considerações relativas<br />
ao equilíbrio orçamental;<br />
• no curto prazo - e o orçamento<br />
é um instrumento para o<br />
. curto prazo - a intervenção sobre a<br />
demora média não compensa porque<br />
é difícil de reduzir;<br />
• se analisarmos as despesas<br />
de funcionamento ressalta de imediato<br />
que podem ser classificadas<br />
como:<br />
- despesas fixas, pois que,<br />
dentro de certos limites, não são<br />
afectadas pelo número de doentes '<br />
tratados; estão neste grupo as despesas<br />
de amortização, de pessoal,<br />
de energia e outras (cerca de 75°/o<br />
do total); estas despesas fixas convertem-se<br />
na parte variável do 1<br />
custo unitário por doente tratado<br />
(variável em função do número de<br />
- - -- - - - - .<br />
CONTOS<br />
62<br />
60<br />
58<br />
56<br />
S4<br />
52<br />
50<br />
48<br />
46<br />
44<br />
42 .<br />
40<br />
o<br />
MILHARES<br />
DE CONTOS<br />
75<br />
70<br />
....<br />
o 65<br />
z<br />
w<br />
:i:<br />
<<br />
ü<br />
z 60<br />
.<<br />
z<br />
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55<br />
50<br />
L<br />
45<br />
_}.<br />
L<br />
o<br />
------ OM = 65%<br />
- OM = 80%<br />
- ·-·- ·· OM = 95%<br />
11<br />
_............-- ~--<br />
FINANCIAMENTO HOSPITALAR EM PORTUGAL<br />
- REEMBOLSO DAS DESPESAS DIRECTAS POR DOENTE TRATADO (a)<br />
. ------------- -- -----<br />
__ .. -<br />
__ ___.. .. -<br />
.-·-·-·-·--·-·-·-·-·<br />
·......... .....<br />
.....<br />
'· ' ·' ·...........<br />
' ·<br />
-------------<br />
13<br />
.................<br />
---<br />
---·-·<br />
,,_.- ·<br />
-·-·<br />
15<br />
DEMORA MÉDIA<br />
-------- ---------------------- ----<br />
-·-·-·-<br />
-·-·-·-·-·-·<br />
FINANCIAMENTO HOSPITALAR EM PORTUGAL<br />
- RECEITA DE UM SERVl-,.u u~ JO CAMAS (a)<br />
......<br />
... -.................. ....... ...<br />
................. ...........<br />
-...............<br />
17<br />
---------------<br />
- -·-·-· ---·-· -·-· 19 DIAS<br />
------....... __<br />
............. ---......<br />
- ·-· - · OM = 95%<br />
- ·OM = 80%<br />
------ OM = 65%<br />
11 13 15 17 19 DIAS<br />
DEMORA MÉDIA<br />
(a) Exemplificação na base das tabelas de reembolso das despesas directas dos Serviços de Cardiologia<br />
em 1983<br />
doentes);<br />
- despesas variaveis, proporcionais<br />
ao número de doentes,<br />
como as despesas de consumo.<br />
No custo por doente tratado estas<br />
despesas variáveis formam a parte<br />
constante, insensível ao número de<br />
doentes, salvo eventuais efeitos de<br />
escala abaixo de cujo limite nos<br />
estamos a situar.<br />
7. Sendo estes os dados do<br />
problema não fica ao gestor grande<br />
amplitude para fixar os seus objectivos:<br />
o planeamento deverá prever<br />
para cada um dos serviços do<br />
hospital condições de operação<br />
tais que as despesas provocadas<br />
pelas actividades sejam, no mínimo,<br />
igualadas pelas receitas que<br />
o reembolso dessas actividades vai<br />
produzir.<br />
Dito de outro modo: a necessidade<br />
de cobertura financeira para<br />
as actividades leva o planeamento<br />
a prever a hospitalização do mais<br />
elevado número de doentes que,<br />
continuando compatível com o total<br />
de despesas fixas do estabelecimento<br />
(o que significa: sem perda<br />
de qualidade dos cuidados) possa<br />
assegurar o maior desvio das receitas<br />
sobre as despesas.<br />
Sendo o montante do reembolso<br />
fixado pelo DGFSS, este resultado<br />
será passivei quer pela redução da<br />
demora média (difícil, como já dissemos),<br />
quer pelo aumento da ocupaçao<br />
média, quer pelo efeito da<br />
intervenção conjugada sobre ambas.<br />
O mais provável será, no<br />
entanto, o mais fácil, ou seja, a<br />
procura da ocupação média mais<br />
elevada possível.<br />
Em quadro anexo - e continuando<br />
a considerar a especialidade<br />
de Cardiologia - mostram-se<br />
os valores do reembolso por<br />
doente tratado em função da demora<br />
média e da ocupação. Por<br />
sua vez o gráfico n.º5 - a duas<br />
escalas - exemplifica (para 3 valo-<br />
MILHARES<br />
DE CONTOS<br />
100<br />
95<br />
o<br />
1-<br />
ffi 90<br />
:!E<br />
<<br />
õ<br />
z<br />
<<br />
z<br />
ii:<br />
85<br />
80<br />
75<br />
o<br />
FINANCIAMENTO HOSPITALAR<br />
EM PORTUGAL<br />
Serviço de 90 camas<br />
'.<br />
'.<br />
'.<br />
Serviço de 60 camas<br />
L~..._~, ~~--r-, ~~--r-, ~~ .......... , ~~--, ~~--, ~~-%~~so<br />
60 70 80 90 100 OM<br />
DEMORA MÉDIA: 11 DIAS<br />
14<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0<br />
a<br />
15
FINANCIAMENTO<br />
-<br />
E PLANIFICAÇAO<br />
INTERNA<br />
FINANCIAMENTO HOSPITALAR EM PORTUGAL - 1983<br />
MILHARES .<br />
DE CONTOS<br />
100<br />
95<br />
o<br />
~ 90<br />
w<br />
::E<br />
e(<br />
õ<br />
z<br />
e( 85<br />
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80<br />
75<br />
Escalões<br />
D.M.<br />
Reembolsos<br />
doente<br />
loc<br />
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o L~---i~~11·t~-·<br />
60-65<br />
65-70<br />
70-75<br />
75-80<br />
80-85<br />
85-90<br />
90-95<br />
95-100<br />
Adicional<br />
p /unidade<br />
OM s Ia base<br />
do escalão<br />
Base do<br />
escalão<br />
11 • 13<br />
" ...<br />
X ll X ll<br />
" " ..<br />
---~>~j~~~~)-<br />
adicional<br />
p I décima<br />
50119 180<br />
235<br />
Base do<br />
escalão<br />
53720<br />
52460<br />
51202<br />
252<br />
13 - 15<br />
DEMORA MÉDIA: 11 DIAS<br />
adicional<br />
p / décima<br />
180<br />
176<br />
172<br />
15 - 17<br />
Base do l adicional<br />
escalão 1 p I décima<br />
57321 151<br />
55978 148<br />
54635 144<br />
53292 141<br />
51950 137<br />
269<br />
Base do<br />
escalão<br />
17 - 19<br />
1 adicional<br />
p / décima<br />
60346 123<br />
58932 120<br />
57517 117<br />
56105 114<br />
54691 111<br />
53276 108<br />
51862 106<br />
50450 103<br />
283<br />
00ENTES<br />
60 Camas<br />
90 Camas<br />
19 . 21<br />
Base do 1 adicional<br />
escalão p / décima<br />
62801 • 123<br />
61330 120<br />
59859 117<br />
58386 114<br />
56915 111<br />
55444 108<br />
53973 106<br />
52502 103<br />
294<br />
Exemplificação na base das tabelas de reembolso das despesas<br />
directas dos Serviços de Cardiologia em 1983<br />
res de ocupação média e mantendo<br />
inalterada a demora média) a<br />
evolução, de sentido inverso,do<br />
custo por doente e das receitas<br />
originadas no seu funcionamento.<br />
Ili - Sugestões para o futuro próximo<br />
8. Qualquer planeamento, para<br />
ter sucesso, precisa do apoio de<br />
quem deve executar as actividades<br />
e é sabido que se executa melhor<br />
aquilo em que se participou na fase<br />
da concepção.<br />
Os aspectos negativos do critério<br />
de financiamento dos hospitais<br />
parecem suficientemente sérios<br />
para afectar a sua aceitabilidade ·<br />
pelo pessoal hospitalar e sobretudo<br />
pelo médico, sempre mais inclinado<br />
para valorar a qualidade e<br />
,para considerar secundários os as<br />
·pectos quantitativos.<br />
Não se trata de condenar esta<br />
propensão para a primazia da qualidade:<br />
ela constitui magnífica defesa<br />
da saúde da população.<br />
Do que deve tratar-se é de aperfeiçoar<br />
o critério de financiamento<br />
do hospital baseando-o sobre factores<br />
cuja realidade seja comprovável<br />
e comprovada, melhorando a<br />
sua consistência lógica e dando<br />
relevo à consideração da qualidade<br />
dos cuidados.<br />
Para estes objectivos gerais<br />
seria, talvez, recomendável:<br />
- Promover o estudo da formação<br />
dos custos nos hospitais portugueses,<br />
tentando isolar e conhecer<br />
o peso dos diferentes factores:<br />
•peso da estrutura: edifícios e<br />
equipamentos<br />
pessoal<br />
·peso do consumo: materiais<br />
serviços<br />
•peso da organização: medida em<br />
que esta influencia a estrutura e o<br />
consumo.<br />
1<br />
CONTOS<br />
70<br />
MILHARES<br />
DE CONTOS<br />
70<br />
DM: 15 DIAS<br />
OM : 80%<br />
DM: 15 DIAS<br />
Custo fixo por doente<br />
Custo variável por doente<br />
Total do reembolso<br />
das despesas directas<br />
DM: 15 DIAS<br />
OM: 83% OM: 86%<br />
Serviço de 60 camas<br />
(Cardiologia)<br />
- Definir, através de sintomas<br />
bantantes e mensuráveis, «Standards»<br />
de qualidade dos cuidados<br />
e fazer a sua avaliação periódica.<br />
- Definir, implantar e controlar<br />
regras de estatístiça hospitalar, visando<br />
aplicação unívoca pelos estabelecimentos.<br />
A partir daqui seria então praticável<br />
a revisão do critério de financiamento<br />
dos hospitais. o<br />
16<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano 11 • N. 0 8<br />
17
::::::::••••·················:••••::::.::;::: ::•:•:·•···:::•··· ·········::::::::•::::::::·······:·••·•:•·•••:•:•:•::::::::::.:::::::•:········:···:·:·:·:•:::::::::::::::::•:•::::::.::::::::: ::::::::::::::::::•:•:••:::••••::::•:::••:·:··:·:::·······••::::::::::.:: ::.::::: ::-::•:::••:•••:: ::::::::::::•:::::·::::::: .. :•:•:::::::::::::::•:::::::: ::•:.:::•:•::::::::: :::::::: ::·::•::.::.::-::::::::::::::::: ::•::::::::<br />
PRODUÇÃO<br />
,<br />
ESTRATEGIA DE PLANEAMENTO<br />
DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE<br />
EM MERSEY (1985-1994)<br />
SERVIÇOS<br />
Por D. G. Nichol *<br />
A chave de cada sector chave<br />
A Burroughs compreende os objectivos da sua empresa,<br />
fornecendo-lhe o equipamento exacto e os sistemas informáticos<br />
_gue beneficiam os seus resultados finais.<br />
Com a Burroughs, a informatização da sua empresa, por maior<br />
que ela seja, nunca o ultrapassa: pelo contrário, dá-lhe a certeza de<br />
ficar sempre por dentro de cada solução.<br />
Porque a Burroughs, leader de informática há 100 anos, tem<br />
uma personalidade eficiente e versátil. Sendo o 2. 0 construtor<br />
mundial de sistemas de grande porte que servem factores<br />
fundamentais da economia e da indústria, a Burroughs sabe<br />
dialogar consigo. E dar-lhe uma assistência completa em hardware,<br />
software e formação.<br />
A Burroughs dá-lhe a chave de cada sector chave.<br />
© BURROUGHS<br />
Burroughs<br />
1 ~UMA NOVA FILOSOFIA DE<br />
BASE PARA O PLANEA<br />
MENTO<br />
1 .1 - O sistema de planeamento<br />
do S.N.S. evoluiu de forma típica<br />
desde os fins dos anos 70 e apresenta,<br />
actualmente, as seguintes<br />
caracteríticas.<br />
1 .1 .1 - Baseia-se na previsão e<br />
análise; tenta prever uma imagem<br />
de um futuro longínquo, simultaneamente<br />
em termos de modelo de<br />
prestação de cuidados e de valores<br />
políticos subentendidos por esses<br />
modelos, e analisar a melhor forma<br />
de realizar tal futuro.<br />
1.1.2 - Tem um efeito centralizador.<br />
O planeamento é uma actividade<br />
abstracta levada a cabo por<br />
especialistas e na qual as direcções<br />
locais, a perspicácia e a informação<br />
constituem a matéria-prima<br />
da qual resulta um plano central.<br />
1.1 .2 - Um tal planeamento<br />
constitui, antes de mais, um método<br />
de controlar o futuro, isto é, de<br />
controlar as decisões das direcções<br />
locais e as escolhas dos<br />
objectivos prosseguidos.<br />
1 .2 - Criticante este tipo de planeamento,<br />
poder-se-á afirmar que<br />
a tentativa de modelar o futuro<br />
desta forma resulta impossível, já<br />
que a nossa capacidade de previsão<br />
é fraca e que aspectos muitos<br />
significativos do futuro escapam ao<br />
lt Director Regional - Autoridade<br />
Regional de Mersey - Reino Unido<br />
nosso controlo. Além disso, o modelo<br />
tradicional não considera os<br />
conflitos de valor existentes entre<br />
os agentes dos serviços destinários<br />
do planeamento.<br />
Deveria, antes, insistir-se sobre<br />
os pontos seguintes:<br />
1 .2. 1 - O planeamento deverá<br />
versar os pontos estratégicos do<br />
S.N.S.:<br />
- Decisões obrigatórias para as<br />
opções relevantes para o futuro<br />
previsível - mais investimento de<br />
capital, por exemplo.<br />
- Decisões de grande impacto<br />
ou que . não possam ser tomadas<br />
isoladamente, isto é, que envolvam<br />
outras organizações - por exemplo,<br />
o planeamento conjunto com a<br />
Segurança Social.<br />
- Decisões que representam<br />
compromissos a longo prazo, em<br />
relação a um fim ou objectivo prioritário<br />
- v. g. introdução de um<br />
programa orçamental para protecção<br />
à doença mental.<br />
Neste sentido, por exemplo, as<br />
decisões sobre o número preciso<br />
de traumatismos e de camas ortopédicas<br />
que cada distrito sanitário<br />
deverá possuir em 1994/ 95 não<br />
são estratégicas, pois cada decisão<br />
actual será falseada pela alteração<br />
dos recursos disponíveis,<br />
pelo desenvolvimento de novas formas<br />
de tratamento ou por mudança<br />
das expectativas das populações e<br />
utentes.<br />
Todavia, o desenvolvimento de<br />
um qualquer serviço poderá ser<br />
submetido a referências estratégicas<br />
de forma a que a proporção de<br />
despesas dos serviços de ponta<br />
não se eleve; o crescimento deve<br />
fundar-se em ganhos de eficiência<br />
no tnterior do serviço; ou, quando<br />
as ccperformances» são reduzidas,<br />
deverão atingir-se os melhores níveis<br />
correntemente verificados<br />
noutros serviços similares.<br />
1 .2.2 - O planeamento não deverá<br />
procurar reduzir a incerteza do<br />
futuro, mas sim dirigir essa incerteza<br />
que, aliás, sempre existirá. Em<br />
termos práticos, tal significa dar<br />
aos dirigentes de todos os níveis o<br />
sentido de que o plano não os<br />
desliga da responsabilidade de responder.<br />
às alterações do meio<br />
quando elas se produzem. Isto<br />
implica que os planos deverão dirigir-se<br />
cede baixo para cima» e<br />
esforçarem-se por deixar opções<br />
em aberto.<br />
1.2.3 - O planeamento - simultaneamente<br />
processo e produto -<br />
deve ser avaliado. O planeamento<br />
é um processo de evolução e<br />
aprendizagem constantes.<br />
2 - CONTRIBUIÇÃO DA A.S.R.<br />
DE MERSEY PARA UMA ES<br />
TRATÉGIA DE PLANEA<br />
MENTO<br />
2.1 - A A.S.R. pretende desligar<br />
-se de um conceito de estratégia do<br />
planeamento baseada em normas<br />
nacionais e regionais, encarando<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º a<br />
19
.. . . . ... .. . · ····· ·· ··· · · ···· ·· ·· · ·· ····· ······· ············ ·<br />
: : : : : : : : : : : . . ·.·.·.·.·.·.·.•.•.•.•.·.-.·.·.·.·.-.·.·.·.·.·.-.·.·.·.·.·.·.·.·... . :-:- :-:·:-:-:-:-:·:-:-:-:. . . . . -.·.·.-.·.·.-.·.·.·.· . . .. ·.·.-.· :-:·:-:-:-:·:-:-:-:-:-:-:-:·:- ........ ..... . . ··-:-:-:-:·:-:-:-"">" : : : :-:-:-:-:-:-:-:-:·:-:-:-:-···<br />
......... :<br />
... ::: .·.: ::-:-: ::-: :.:. ·: :· ·:·:·:·>:·:·:·:·::::: :.:
. · ........... ·, .... ·,·, ·.·.·. ·, .. · .· .·.. . . . .. · .· ·:-:-:-:·>":-:-··:-:-:-:··-:·· ·:-:-;-·.-.·.. . . . . . . . . . . . ... " .............................. -:-:-:-:-:. :-:-: ·:-:-:-:-:-:-: . . . .. ' . . . . . . . . . . . . : . : . : . : .: . :. : . : . : . : . :: : :: : :: : ::: : :: : :: : :: : : : : : : : : :: : :: : :: : : : : : : : : :: : :: ::: : : : :-:-: . >: < -:-:-:-:-: -:-:-: .: . :-:-: ...... -: "........... ... . . . .... . .<br />
···•:: ::::•:•::•::•:•:•::::::::::::•:::•:::.:: :::::::::•••••:••••:•:•:::::•: ::::::::•::::::::: :::•:•:: :::::::::::••· ···········:•::::•····:·:·•:•:•:•:•:•:•:•:•:•:•:::•:•::::::•:••••:•:•••:•:•:•••:•:•::••:••·•·:•••:•: •······:·:•:•:•:•:•:·············:······•·•:•:::::• •··················:·:·:···:·:···:·:··············:::::::::::::••·············••:::::::::::::::::::::•················ ········ ·········:·········<br />
Reino Unido<br />
<strong>Gestão</strong> por object·vos<br />
no hospital<br />
Para se manter a sua coerência e<br />
exequibilidade serao controlados<br />
comparando-os com os pressupostos<br />
financeiros e_ as disposições<br />
previamente definidas para os serviços<br />
em causa. O programa de<br />
cada Distrito será, igualmente comparado<br />
com programas de outros<br />
Distritos, por um grupo pluridisciplinar<br />
constituído por prestadores<br />
directos de cuidados e outro pessoal.<br />
4.5 - Instalações<br />
Aos distritos pede-se que forneçam<br />
a seguinte informação:<br />
4.5.1 - Se possuem inventário<br />
com indicação das condições dos<br />
seus imóveis e com referência aos<br />
custos requeridos para a sua substituição<br />
ou reparação, de forma a<br />
atingirem um padrão de qualidade<br />
apropriado, reduzindo o grau de<br />
deterioração.<br />
4.5.3 - Se foi realizado estudo<br />
para a racionalização da utilização<br />
do espaço disponível.<br />
4.5.4 - Se foi efectuada avaliação<br />
de todas as instalações e<br />
equipamentos para a preparação<br />
de programas de controlo patrimonial.<br />
4.6 - Trata-se de analisar o património<br />
com precaução, flexibilidade<br />
e racionalmente, a fim de determinar<br />
como poderá ele responder às<br />
pressões que as directivas estratégicas<br />
ocasionarão. Historicamente,<br />
o planeamento do S.N.S. considerou<br />
que as soluções baseadas<br />
na mera substituição de instalações<br />
constituíam o meio usual e,<br />
até, desejável de realizar os objectivos<br />
dos serviços. Mas tal situação<br />
não deve manter-se, devendo os<br />
Distritos demonstrar, antecipadamente,<br />
as insuficiências das suas<br />
instalações actuais, antes que novos<br />
planos de investimento sejam<br />
considerados apropriados e incluídos<br />
no programa estratégico regional.<br />
Isto é, o património constit.ui,<br />
24<br />
SERVIÇOS NAO<br />
PSIQUIATRICOS<br />
ANEXO B<br />
NfVEL MOVIMENTO NO 1994/95<br />
<strong>1984</strong>/85 NIVEL DE BASE NIVE L PROJECTADO<br />
(í 000) (í 000) (í 000)<br />
Internamento 208 ,960<br />
Ambul atório/hospi tal de dia/<br />
+ 0,390 + o, 1 % 209,350<br />
/ Adultos e Crianças 49,760 + 0,070 + 0,1% 49,820<br />
Serviços na Comunidade 42,350 + 5,830 + 13 ,8 % 48, 180<br />
Unidades Regionais 30 ,450 + 3,000 + ~ 33,450<br />
DOENÇA MENTAL<br />
Internamento<br />
Ambul tório/Hospital de dia/<br />
/ Adultos e Crianças<br />
Servi ços na Comunidade<br />
Unidades Regionais<br />
DEFICIENTES MENTAIS<br />
Internamento<br />
Ambula tório/Hospital de Dia /<br />
/ Adultos e Crianças<br />
Servi ços na Comunidade<br />
AMBULANCIA<br />
HQ/BTS REGIONAL<br />
RESERVAS REGIONAIS<br />
TOTAL REGIONAL<br />
simultaneamente, um trunfo e um<br />
obstáculo para a mudança, não<br />
devendo o S.N.S. permitir-se deter<br />
e gerir mais bens do que os que a<br />
sua função exige, devendo controlar<br />
os seus interesses de molde a<br />
satisfazer a procura e a assegurar<br />
uma utilização eficiente e em boas<br />
condições das suas instalações.<br />
Um estímulo à racionalização das<br />
instalações poderá ser constituído<br />
pela introdução de operações comerciais<br />
especulativas, sistema esse,<br />
todavia, que reconheça que a<br />
331,520 + 9.290 + 2,8 % 340,810<br />
67,870 - 13.870 - 20,3 % 54. 100<br />
1,160 + 10,440 + 900 % 11,600<br />
1,380 + 4, 220 + 306 % 5,500<br />
2 ,830 + 0,430 + ~ 3,260<br />
73,240 + 1,320 + 1,8 % 74,560<br />
24,170 - 7 ,030 - 29'1 % 17 , 140<br />
0,280 - o .180 - 64, 1% o' 100<br />
0, 210 - 5,340 +2. 54,3% 5,550<br />
24,660 - 1,870 - 7,6% 22,790<br />
10,960 + 0.220 + 0,2 % 11,180<br />
8,840 + 0.020 + 0,2 % 8,860<br />
4,540 + 0,090 + 2 % 4,630<br />
462,830<br />
propriedade do S.N.S. não deve<br />
ser tratada como um «bem livre».<br />
5 - CONCLUSÃO<br />
5.1 - O planeamento estratégico<br />
visará assegurar a completa integração<br />
dos componentes do planeamento:<br />
os níveis unitários dos<br />
serviços, a actividade dos serviços,<br />
os recursos financeiros, os recursos<br />
humanos e as instalações e<br />
equipamento.<br />
O<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
IMPLEMENTAÇÃO NO HOSPITAL DE<br />
SANTA CRUZ E S. PAULO (Barcelona)<br />
- 8 ANOS DE EXPERIÊNCIA<br />
POR MERCEDES BALCELLS BOIXtt I SILVIA BRESCO FLORtr I JÚLIA DE DIAGO SANCHEZtr I<br />
MAGDALENA GRANERO MARTltt<br />
A DESCENTRALIZAÇÃO DA<br />
GESTÃO E GESTÃO POR<br />
OBJECTIVOS NOS HOSPITAIS<br />
Um sistema descentralizado de<br />
·tomada de decisões numa empresa<br />
tem como objectivo aproximar<br />
os centros de decisão dos órgãos<br />
executivos, a fim de obter uma<br />
eficiência máxima, através do conhecimento<br />
mais· aprofundado dos<br />
factos e da aplicabilidade prática<br />
de um sistema.<br />
A descentralização requer um<br />
método de trabalho comportando a<br />
delegação de competências, a qual<br />
permite ao delegado tomar as decisões<br />
adequadas, no quadro das<br />
directivas gerais, para atingir os<br />
objectivos que lhe foram fixados.<br />
Quanto mais complexa é uma<br />
·organização, quer em volume quer<br />
em variáveis, tanto mais é necessário<br />
um sistema descentralizado<br />
que permita a descentralização da<br />
tomada de decisões, de molde a<br />
tornar os seus circuitos mais flexíveis<br />
e a assegurar a eficácia dos<br />
resultados.<br />
Toda a empresa possui uma<br />
série de recursos humanos e de<br />
organização para realizar os seus<br />
fins. Mas os custos actuais de<br />
funcionamento de. uma equipa no<br />
seio de uma qualquer organização<br />
impõem um sistema que optimize<br />
· * Directoras dos Serviços Administrativos<br />
do Hospital de Sta. Cruz e<br />
S. Paulo - Barcelona - Espanha.<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />
ao máximo as suas possibilidades,<br />
sobretudo numa 'empresa complexa,<br />
difícil de dirigir devido à heterogeneidade<br />
do seu pessoal e difícil<br />
de planificar, organizar e controlar,<br />
como é um hospital.<br />
Já não é possível pensar, nos<br />
nossos dias, que os recursos sanitários<br />
dum país são inesgotáveis.<br />
É, pois, necessário aplicar tais técnicas<br />
de organização que permitam<br />
obter a maior eficiência possível<br />
dos recursos que são atribuídos.<br />
A gestão (ou direcção) participada<br />
por objectivos (DPO) é um<br />
método eficaz de gestão. A sua<br />
aplicação não é fácil, mas garante<br />
a produtividade e contribui para<br />
melhorar o ambiente de trabalho.<br />
Como sistema, a DPO parte de<br />
um esquema com as seguintes<br />
premissas:<br />
- Planificação<br />
- Objectivos claros<br />
- Critérios de evolução<br />
- Gratificação imediata e tangível<br />
Para atingir estes objectivos, o<br />
instrumento mais importante de<br />
que dispõe um dirigente é o pessoal<br />
que compõe as suas equipas<br />
de trabalho.<br />
A fim de obter resultados é necessário:<br />
- Sentido de «comunhão» com a<br />
empresa (espírito de corpo)<br />
- Coordenação e controlo dos<br />
esforços dos trabalhadores com<br />
vista à realização dos objectivos.<br />
- Desenvolver as suas faculdades<br />
de forma a que os trabalhadores<br />
possam participar no melhoramento<br />
da organização, através<br />
de programas de formação adequados.<br />
- Obter um sentimento de bem-<br />
-estar e de valorização da equipa<br />
que inicia um ciclo de compromissos<br />
expressos (projecto).<br />
E é ainda necessário juntar um<br />
novo elemento na gestão:<br />
A participação· na fixação dos<br />
objectivos, pois somente assim se<br />
obtém o acordo.<br />
B - EVOLUÇÃO HISTÓRICA<br />
DO HOSPITAL<br />
Cremos que a DPO pode e deve<br />
ser aplicada nos hospitais, talvez<br />
porque há longo tempo que o nosso<br />
Hospital tomou esse caminho e<br />
porque pudemos ser protagonistas<br />
dessa experiência.<br />
O Hospital de Sta Cruz e S.<br />
Paulo (HSCSP) situa-se em Barcelona.<br />
Tem uma lotação de 900<br />
camas, albergando todas as especialidades<br />
médico-cirúrgicas e,<br />
conjuntamente com três outros<br />
grandes hospitais, assegura a cobertura<br />
em cuidados diferenciados<br />
a toda a Catalunha e às Baleares.<br />
Fundado no séc. XV, funcionou<br />
durante quatro séculos como centro<br />
de caridade, sendo mais um<br />
asilo do que um hospital. Foi edificado<br />
e manteve-se em funcionamento<br />
graças a contribuições filan-<br />
25
. ' ................. ·.·.·.·.·.·.-.· '.'.',','.. . . . . . .·.·-:-:.:-:-:.:-:-:-:-:-:-:- ,',',','.',',' ·.·.·.· . . ·-·-:-:-:.:-:-:-:-:-:-:-:-:-· ·.·.·.·.·.·.·.· ·.·.·.·. . . . . . . .·.:-:-:.:-:.:.:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:- . . . . . . . . . . . . . . . . . ' ...... ............... ·.·.·.·.·.·.·.· ..<br />
: ::.:_:_:_::::::::::::::::~~~~:}~~~~:.·~:.·~:~~:~::::::::::~:::~~~~~~~~:~~;:-.:~;~;~;~~~;~;~;~;~;~~~~~:~:::~:~:::~:~::;~;:;:;~;~;~;:;:;:;~;:;~:: :~ :~:~:~:~:::~:~:::~:~:: · :-:;:;:.::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: :::: : : ::::::::::::.:::::::: ::: ::::::::::::::::::: :::::::::: ::::::··· . :: :-:·:·:-:::::::::::::::::::::::~:~:::~:~:::::~:~:::::~:~:~:~:::~:~:::~:~:::~:~:::::::::::::::~:~:::~:~:~:~:~:~:~:~:~:~:~:~ : ::~:~~:~:~:<br />
···-·····-··· .·.·.·.·.·.·-·.·-·.·.·.·.·.·.· .·.·.·-·-·-·-·.·-·-·.·-·-·.·-·-· -·-·.·-·-· .·-·.·-·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.· .... ········ ··· ··· .-.· .. ·.·.·.·.-.-.·.-.-............... .. ..........................<br />
<strong>Gestão</strong><br />
por objectivos<br />
trópicas que representantes das<br />
Autarquias (Conselheiros Municipais)<br />
e da Igreja administram ainda<br />
actualmente.<br />
No princípio deste século o hospital<br />
foi destinado à assistência<br />
sanitária. Mudou de localização e<br />
começou a sua evolução de entidade<br />
caritativa para instituição social.<br />
Antes de tratar da implementação<br />
e evolução da DPO no<br />
HSCSP, devemos referir uma série<br />
de factores prévios que permitiram<br />
tomar uma tal decisão:<br />
- Tràta-se de um hospital pavilionar<br />
ou de horizontalidade predominante.<br />
•<br />
- O hospital, entretanto, foi-se<br />
gradualmente hierarquizando.<br />
- Definiu-se um organograma<br />
onde figurava uma Direcção-Geral<br />
da qual depende a Administração,<br />
os órgãos de informação, os serviços<br />
gerais e os serviços de enfermagem.<br />
A Direcção Médica não se<br />
encontra ainda estruturada e é<br />
representada por um Conselho Médico<br />
com funções de staff em relação<br />
à Direcção-Geral e ao orgão de<br />
administração. Durante este período,<br />
a maior parte dos directores<br />
dos serviços médicos foi empossada.<br />
- Os equipamentos e as instalações<br />
modernizam-se, transformando<br />
as antigas enfermarias<br />
gerais em unidades de internamento.<br />
- O pessoal é reestruturado,<br />
procedendo-se à admissão de pessoal<br />
médico e de enfermagem,<br />
aumentando os médicos de 40<br />
para 219 e as enfermeiras de 380<br />
para 703.<br />
- São criados centros de custos<br />
e é adaptado um plano contabilístico<br />
o qual, posteriormente, serviu<br />
de modelo para a elaboração do<br />
Plano Geral de Contabilidade da<br />
Assistência Sanitária publicada<br />
pelo Ministério da Saúde espanhol.<br />
Paralelamente introduz-se a informática.<br />
- O HSCSP é, na Catalunha, o<br />
principal serviço prestador de assistência<br />
médica aos inscritos no<br />
Seguro Doença Obrigatório. Em<br />
consequência, o sistema de. financiamento<br />
baseia-se no pagamento<br />
ao acto.<br />
A partir de 1975:<br />
- O organograma é alterado com<br />
CATEGORIAS<br />
Assistência<br />
FIG 2 -<br />
DISTRIBUIÇÃO DAS HORAS EM %<br />
Direcção<br />
Director de<br />
Serviço 25 58<br />
Chefe Clínica 25 58<br />
Chefe Serviço 58 25<br />
Adjuntos 83<br />
Residente 1 25<br />
Residente 2 50<br />
Residente 3 75<br />
Residente 4 83<br />
HORAS DISPONiVEIS (1.748 horas I ano)<br />
PESSOAL MÉDICO<br />
HORAS DISPONiVEIS<br />
Ensino e Formação Assistência Direcção Ensino e Formação TOTAL<br />
lnvestig.<br />
lnvestig.<br />
17<br />
17<br />
17<br />
17<br />
75<br />
50<br />
25<br />
17<br />
FIG. 1<br />
ORGANOGRAMA<br />
DIRECÇÃO DE<br />
RELAÇÕES<br />
CIO PESSOAL<br />
1<br />
DIRECÇÃO DE PESSOAL<br />
DE ENFERMAG.<br />
l<br />
CONSELHO DE<br />
ADMINISTRAÇÃO<br />
DIRECÇÃO GERAL<br />
DIRECÇÃO DO<br />
PESSOAL MÉDICO<br />
'<br />
\4<br />
T<br />
COMITÉ DE ADMINISTRAÇÃO<br />
CONTENCIOSO /<br />
AUDITORIA<br />
JURÍDICA<br />
1<br />
1<br />
1<br />
RELAÇÕES PÚBLICAS<br />
1<br />
1<br />
1<br />
!<br />
PATRIMÓNIO<br />
1<br />
1<br />
!<br />
SUGESTÕES E<br />
RECLA_MAÇÕES<br />
1<br />
DIRECÇÃO<br />
ADMINISTRATIVA<br />
E FINANCEIRA<br />
J<br />
DIRECÇÃO DOS<br />
SERVIÇOS GERAIS<br />
j<br />
Residente 5 100<br />
a introdução do posto de Secretário-Geral,<br />
com grandes poderes na<br />
gestão interna e externa, iniciando<br />
. -se a alteração da composição do<br />
órgão dirigente do hospital.<br />
- A admissão de pessoal médico<br />
e de enfermagem prossegue.<br />
- -A Contabilidade Analítica é<br />
introduzida, ao mesmo tempo que<br />
se definem as contas de exploração<br />
por serviço, melhorançjo-se,<br />
simultaneamente, a informação estatística<br />
e implementando-se o<br />
controlo orçamental.<br />
- As direcções médica e administrativa<br />
são empossadas, ao<br />
mesmo tempo que se tomam novas<br />
medidas organizativas para implementar<br />
a DPO, as quais asseguram<br />
as condições de: Delegação<br />
de competências - Definição de<br />
responsabilidades - Atribuição de<br />
orçamentos por Direcção, Departamento<br />
e Serviço Médico.<br />
É impossível conceber uma função<br />
hospitalar na ausência de um<br />
edifício que a suporte. Por isso,<br />
supomos que a distribuição do hospital<br />
em pavilhões influenciou, notoriamente,<br />
o organograma e o<br />
modelo de gestão.<br />
No projecto inicial, tal como de<br />
resto, actualmente, cada pavilhão<br />
corresponde a uma especialidade.<br />
Na cave encontram-se as consultas<br />
externas de valência, destinando-se<br />
os pisos superiores às unidades<br />
de internamento. Esta disposição<br />
permitiu que os serviços médicos<br />
tenham gozado de uma autonomia,<br />
aliás já tradicional, superior<br />
à que se verifica noutros hospitais.<br />
De facto, o hospital é, por definição,<br />
uma instituição que exige uma<br />
grande descentralização de decisões<br />
técnicas, devido à ideossincracia<br />
da Medicina. Em consequência,<br />
certos hospitais, mais do<br />
que constituírem um organismo,<br />
parecem a soma de pequenos centros.<br />
A decisão de implementar um<br />
sistema de DPO foi uma forma de<br />
atingir a coesão necessária.<br />
Tomando como exemplo a experiência<br />
norte-americana conhecida<br />
sob a denominação de «administração<br />
sectorizada», a área assistencial<br />
constitui-se pelo agrupamento<br />
de vários serviços médicos<br />
e unidades de internamento em<br />
unidades homogéneas chamadas<br />
ÁREAS, à frente dos quais são<br />
colocados um responsável administrativo<br />
e um responsável de enfermagem.<br />
.<br />
Actualmente, as áreas encontram-se<br />
estreitamente ligadas ao conceito<br />
de Departamento Médico,<br />
pelo que as existentes são as<br />
seguintes:<br />
- Medicina e especialidades médicas<br />
.- Cirurgia e especialidades cirúrgicas<br />
- Materno-infantil e Central de<br />
Urgências<br />
- Oncologia (Cancerologia)<br />
- Serviços Centrais (Laboratórios,<br />
Blocos Operatórios, etc).<br />
Os seus responsáveis devem<br />
trabalhar em estreita colaboração<br />
26<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0<br />
a<br />
<strong>Gestão</strong> Hospltalar • Ano li • N.º B<br />
27
<strong>Gestão</strong><br />
por oQjectivos<br />
com cada um dos directores médicos<br />
dos serviços da Área, de molde<br />
a formarem uma equipa e a que a<br />
tomada de decisões que afectem<br />
cada um dos serviços seja solidária.<br />
Cada um dos m~mbros da equipa<br />
de gestão de Area possui funções<br />
atribuídas quer a título individual<br />
quer a título colegial, devendo,<br />
tanto umas como outras, encontrar-se<br />
claramente definidas.<br />
Esta definição, juntamente com a<br />
existência de boas relações entre<br />
os componentes das equipas<br />
foram factores vitais para o funcionamento<br />
do sistema:<br />
- Funções pessoais: Organização,<br />
sup~rvisão e controlo de pessoal<br />
da Area directamente sob a<br />
sua dependência.<br />
- Funções colegiais: Participação<br />
na definição dos objectivos,<br />
seu seguimento e controlo, através<br />
do controlo orçamental.<br />
C - EVOLUÇÃO DA DPO<br />
APLICADA NO HSCSP<br />
O Hospital não é alheio ao crescimento<br />
dos gastos com a assistência.<br />
O nosso, tal como os outros,<br />
sofreu um aumento crescente<br />
da procura e o desejo ilimitado de<br />
financiamento, pelo contrário, foi e<br />
continua · a ser limitado.<br />
O sistema de financiamento do<br />
hospital baseou-se, até 1983, no<br />
pagamento ao acto. Foi por isso<br />
que, desde a implementação do<br />
sistema DPO, o modelo de gestão<br />
se baseia no controlo orçamental<br />
em grande escala, adaptando os<br />
objectivos à necessidade de reduzir<br />
os gastos e de aumentar o<br />
volume de receitas, através do<br />
aumento de actividade, permitindo<br />
o reinvestimento para se poder<br />
continuar a desenvolver uma medicina<br />
de alto nível.<br />
1978-79<br />
- Autonomia de gestão para dois<br />
28<br />
laboratórios (Serviços Centrais):<br />
Bioquímica e Hematologia. Objectivo:<br />
reduzir as despesas nos<br />
centros de custo mais importantes<br />
do hospital e implementação<br />
do sistema de estímulos (gratificações).<br />
1980<br />
- Extensão do sistema de autonomia<br />
orçamental/estímulos aos<br />
restantes laboratórios, Serviço de<br />
Reanimação e Cuidados Intensivos<br />
e aos Blocos Operatórios Centrais,<br />
prosseguindo, simultaneamente, a<br />
política de contenção de gastos.<br />
1981<br />
- Sistema de gratificação (estímulos)<br />
para o pessoal médico dos<br />
serviços . de internamento e ambulatórios,<br />
tendo por objectivo aumentar<br />
a produtividade assistencial<br />
do hospital e, por consequência,<br />
aumentar o volume de receitas,<br />
facilitando, ao mesmo tempo,<br />
a política de investimento (apesar<br />
de prosseguir a política de contenção<br />
de gastos iniciada nos anos<br />
anteriores).<br />
1982<br />
- Extensão do sistema de estí-<br />
11'.lUlos ao pessoal de enfermagem<br />
e administrativo dos serviços de<br />
internamento e ambulatório.<br />
1983<br />
- Introdução de parâmetros de<br />
qualidade no sistema de estímulos<br />
e extensão desse sistema aos serviços<br />
para-assistenciais.<br />
D - MÉTODO DE FINANCIA<br />
MENTO<br />
Antes de se passar à exposição<br />
das técnicas utilizadas na definição<br />
de objectivos, serão comentados<br />
alguns dados gerais:<br />
a) Espaço e Nível - Hospital<br />
Geral<br />
b) Estrutura Jurídica - Instituição<br />
privada de beneficência com a participação<br />
de instituições oficiais no<br />
seu Conselho de Administração<br />
(Governo Autónomo da Catalunha,<br />
Autarquia e Igreja).<br />
c) Clientela - Convenção com o<br />
Instituto Catalão de Saúde, representando<br />
90°/o das receitas.<br />
d) Indicadores de Actividade<br />
(1983):<br />
- Número de camas (total) 907<br />
- Urgência..................... 32<br />
- Medicina..................... 469<br />
- Cirurgia....................... 406<br />
- Dias de Internamento .... 283 152<br />
- N.º especialidades médicas 46<br />
- Blocos Operatórios .. .. ... 5<br />
- N. ºSalas de operação... 15<br />
- Salas de Partos............. 3<br />
- Serviços de Urgência.... 3<br />
- Serviços Laboratoriais . 7<br />
e) Indicadores Económicos<br />
(1983):<br />
- Despesas de exploração ... 6952milhões ptas<br />
- Despesas com pessoal ..... 4993"<br />
11<br />
(68%)<br />
- Despesas com consumos 1959"<br />
11<br />
(27%)<br />
-Amortizações e Reintegrações 355" " ( 5%)<br />
- Gastos com investimentos 589" "<br />
f) Indicadores de Pessoal (1983):<br />
- Total de funcionários ......... 2 502<br />
- Médicos............................ 498<br />
- Enfermagem..................... 1 361<br />
-Administrativos e outros.... 299<br />
- Serviços Gerais ... .. ..... .. .. .. 344<br />
O actual organograma tem três<br />
direcções dependentes da Direcção-Geral;<br />
Medicina (pessoal Médico),<br />
Pessoal de Enfermagem e<br />
Administração e esta estrutura repete-se<br />
a. nível das Áreas: Chefe<br />
de Serviço, Chefe da área de enfermagem,<br />
Chefe da área administrativa<br />
(cf. Figura 1 ).<br />
A nível da Direcção do Hospital,<br />
a equipa que gere os orçamentos é<br />
composta pelo Director-Geral e os<br />
três directores seguintes: Médico,<br />
enfermeio e administrativo. Ao nível<br />
de serviço, a sua equipa dirigente,<br />
responsável pela gestão do<br />
orçamento, é composta pelo Director<br />
do Serviço, pelo enfermeiro-<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0<br />
a<br />
..<br />
-chefe e pelo chefe da área administrativa<br />
a que pertence o serviço.<br />
Mais adiante detalharemos a<br />
forma como são elaborados os<br />
orçamentos por serviço e como se<br />
efectua o seu controlo.<br />
E. DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS<br />
Situando-se no último trimestre<br />
de um ano, começam a ser definidos<br />
pela Direcção-Geral, os objectivos<br />
gerais da instituição quanto à<br />
actividade, ao nível qualitativo e<br />
aos resultados económicos esperados.<br />
São os objectivos a prosseguir<br />
no exercício seguinte. Simultaneamente<br />
a estas directivas,<br />
elabora-se um primeiro orçamento<br />
previsional e global.<br />
A política e os objectivos colhidos<br />
neste orçamento global devem<br />
ser extrapolados para os diferentes<br />
centros de produção e de custo<br />
que constituem o hospital. Para tal,<br />
diversas reuniões, nas quais participam<br />
a Direcção do hospital e a<br />
direcção de cada um dos serviços,<br />
tem lugar durante todo o último<br />
trimestre, a fim de serem fixados os<br />
objectivos que serão escolhidos no<br />
quadro da política global do hospital.<br />
Para definir tais objectivos e o<br />
orçamento de cada serviço, utilizam-se<br />
os dados seguintes:<br />
a) Percentagem de distribuição<br />
de tempos médicos (cf. Figura 2);<br />
b) Cálculo dos tempos médicos<br />
disponíveis para diferentes tipos de<br />
actividade;<br />
e) Ratios de tempos médicos<br />
por acto médico;<br />
d) Cálculo das horas ocupadas<br />
pela actividade assistencial;<br />
e) Definição específica dos objectivos<br />
do serviço;<br />
f) Sistema de estímulos.<br />
a) A Direcção define as percentagens<br />
de tempo consagrado por<br />
cada categoria do pessoal médico<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
a cada um dos grupos de actividade:<br />
- Assistência<br />
-Direcção<br />
- Ensino e Investigação<br />
- Formação<br />
Estas percentagens são idênticas<br />
para todos os serviços.<br />
b) Seguidamente, calcula-se o<br />
tempo médico disponível nos diferentes<br />
grupos de actividade,<br />
tendo em conta o pessoal existente<br />
no serviço, as diferentes categorias<br />
e orientações e as percentagens<br />
de distribuição citadas em a).<br />
e) Uma vez calculados os tempos<br />
médicos disponíveis para a<br />
actividade assistencial, definem-se<br />
os «standards» de tempo médico<br />
por acto médico, baseando-se em<br />
dados históricos e estatísticos, nas<br />
listas de programação de consultas<br />
e exames, na bibliografia existente,<br />
nas comparações entre os serviços<br />
e, evidentemente, trocando impressões<br />
com os directores dos serviços.<br />
Dispomos, então, de referência<br />
para cada uma das actividades e<br />
para cada uma das valências do<br />
hospital:<br />
- Primeiras consultas<br />
- Consultas subsequentes<br />
- Tratamentos<br />
-Exames<br />
- Consultas intra-hospitalares<br />
- Intervenções cirúrgicas: anestesia<br />
local I anestesia geral<br />
- Internamentos.<br />
d) Em função do tempo médico<br />
disponível para cada actividade assistencial<br />
e dos «standards» dos<br />
tempos médicos por acto são calculadas<br />
as horas requeridas para a<br />
assistência, com referência à actividade<br />
do ano anterior.<br />
Os objectivos de actividade são<br />
estabelecidas com base na comparação<br />
entre horas disponíveis e<br />
horas ocupadas.<br />
e) Os objectivos de actividade e<br />
de pessoal são, então, concretizados:<br />
- Para o pessoal médico, em<br />
função dos objectivos de actividade<br />
(produtividade) e I ou dos projectos<br />
previstos pelo serviço, tendo e.m<br />
conta a ocupação do tempo determinado<br />
para a assistência.<br />
- O pessoal de enfermagem e<br />
administrativo é estudado e analisado<br />
previamente, globalmente e<br />
separadamente com as direcções<br />
respectivas, comparando as dotações<br />
das diferentes valências e o<br />
ratio desejável em cada uma delas.<br />
Assim, no decorrer de reuniões, e<br />
após discussão se foi caso disso,<br />
os projectos do serviço para o<br />
exercício seguinte são concretizados.<br />
Por último, o serviço apresenta<br />
as suas necessidades em instalações<br />
e equipamento.<br />
- Obras e instalações: - de con- .<br />
servação - de beneficiação<br />
- Equipamentos e mobiliário: -<br />
de substituição - por amortização<br />
completa. - Por absolescência técnica.<br />
~ De inovação: - Introdução<br />
de novas técnicas - Melhoria das já<br />
existentes.<br />
Estas necessidades são previamente<br />
avaliadas pelos serviços de<br />
compras e I ou de instalações e<br />
equipamento do hospital, especificando-se<br />
se a sua aquisição imporá<br />
o aumento das dotações em<br />
pessoal, permitirá aumentar ou diminuir<br />
a produtividade, etc.<br />
Este é o único aspecto que fica<br />
sujeito a análise posterior pela<br />
Direcção-Geral, e sendo fixado<br />
numa segunda fase, quando o serviço<br />
é notificado, por escrito, dos<br />
seus objectivos para o ano seguinte<br />
(Produtividade - Pessoal.<br />
Investimento - Resultado económico<br />
esperado ou Conta de Exploração).<br />
29
<strong>Gestão</strong><br />
. por objectivos<br />
F. CONTROLO DOS OBJECTl<br />
VOS<br />
E AVALIAÇÃO DOS RESULTA<br />
DOS<br />
Um aspecto particular de D.P.O.<br />
praticado no HSCSP çoncerne à<br />
· implementação de um sistema de<br />
estímulos semelhante ao praticado<br />
nas empresas privadas. O início<br />
deste sistema verificou-se em 1978<br />
nos Serviços Médico Centrais alargando-se<br />
em 1981 aos serviços<br />
médico directos.<br />
, Para que- um sistema de estí- '<br />
mulos possa ser aceite, é indispensável<br />
que seja o mais simples<br />
possível e de fácil compreensão.<br />
Assim, devem existir índices de<br />
·medida o mais objectivos possível<br />
para cálculo dos estímulos.<br />
A implementação do sistema de<br />
estímulos apenas será correcta,<br />
qualquer que seja a empresa, se o<br />
nível de qualidade não for afectado<br />
negativamente.<br />
Passaremos a explicar o sistema<br />
de estímulos utilizado nos Serviços<br />
Médico Centrais, a partir de 1978.<br />
Foram estudadas as fórmulas<br />
que garantissem que, em caso<br />
algum, a qualidade dos serviços<br />
não diminuísse.<br />
Foi decidido que a maior parte<br />
dos estímulos (75 por cento) seria<br />
destinada ao capítulo de investimento<br />
no próprio serviço e o restante<br />
(25 por cento) destinado à<br />
formação do seu pessoal, através<br />
de ajudas financeiras à participação<br />
em cursos, congressos, simpósios,<br />
etc. Em muitos casos verificou-se<br />
ser este o estímulo adequado<br />
para o pessoal médico e para<br />
-médico.<br />
A Direcção do hospital interrogava-se,<br />
durante o exercício de 1978,<br />
sobre a forma de diminuir o elevado<br />
orçamento dos Serviços Médico<br />
Centrais.<br />
Partiu-se do princípio de que as<br />
próprfas direcções dos serviços,<br />
através das suas aquisições e dos<br />
contactos com os fornecedores das<br />
firmas encarregadas da manutenção<br />
do seu diversificado equipamento,<br />
estimulariam e motivariam<br />
os Serviços Médico Centrais para<br />
uma melhor gestão do seu próprio<br />
orçamento, já que a economia realizada<br />
seria destinada, em grande<br />
parte, aos investimentos nos próprios<br />
serviços.<br />
No primeiro ano de funcionamento<br />
do sistema de estímulos nos<br />
serviços-piloto escolhidos (Bioquímica<br />
e Hematologia) os resultados<br />
foram espectaculares, pois as despesas<br />
diminuíram entre 15 e 18 por<br />
cento, não obstante ter-se verificado<br />
um aumento da actividade do<br />
hospital que, em 1979, se cifrou em<br />
+ 9o/o.<br />
Ou· seja, o aumento de actividade<br />
dos outros serviços representou<br />
um maior esforço para os Serviços<br />
Centrais. A produtividade destes<br />
últimos é recompensada calculando<br />
a média dos resultados<br />
positivos obtidos pelos serviços<br />
médicos directos à qual se acrescentam<br />
as economias efectuadas,<br />
com a diminuição das despesas,<br />
nos próprios serviços centrais.<br />
Falaremos, seguidamente, dos<br />
estímulos à produtividade e de<br />
extensão do sistema aos serviços<br />
médico directos.<br />
Analisando as Contas de Exploração<br />
do hospital teria de tender-se<br />
para a redução do défice que se<br />
projectava para 1981 .<br />
As despesas com o pessoal representavam<br />
70°/o do total e não se<br />
mostrava fácil agir sobre elas, pois<br />
o pessoal era fixo. Os restantes<br />
30°/o, relativos a consumos e despesas<br />
diversas, tinham menor incidência<br />
ao nível dos resultados.<br />
- .<br />
Devia-se, pois, agir sob-re as<br />
receitas, considerando, no entanto,<br />
que 90°/o provinham da convenção<br />
com o INSALUD (Instituto Nacional<br />
de Saúde) cujo tarifário (ao acto)<br />
era inamovível; fixámos, então,<br />
como objectivo, o maior aumento<br />
possível da produtividade.<br />
Partindo das previsões de actividade,<br />
adoptaram-se os seguintes<br />
índices:<br />
a) Internamento - Foram fornecidos<br />
aos serviços diferentes valores,<br />
segundo a sua dimensão, para<br />
o crescimento da taxa de rotação<br />
das camas, de acordo com o objec- ·<br />
tiva fixé;ldo (taxa de ocupação<br />
demora média).<br />
-O estímulo deveria ser, de<br />
certa maneira, proporcional no orçamento<br />
económico do serviço<br />
(maior número de camas, orça-·<br />
mento mais elevado, assim ·como<br />
maior número de trabalhadores a·<br />
beneficiar do estímulo em caso de<br />
êxito na prossecução do objectivo).<br />
b) Consultas externas - Redução<br />
controlada da relação entre o<br />
número de primeiras consultas e<br />
de consultas subsequentes.<br />
Ao introduzir, nos objectivos de<br />
quantidade, critérios de qualidade,<br />
tais como a redução da relação<br />
consultas subsequentes, primeiras<br />
consultas, e da demora média com<br />
o aumento da taxa de rotação das<br />
camas, aumentam os custos, para<br />
o hospital, dos módulos estadia I<br />
dia e consulta, ainda que não se<br />
modifique a principal componente<br />
desses custos - o número de trabalhadores<br />
ou os custos com pessoal.<br />
Este aumento significa exactamente<br />
o contrário quando se refere<br />
ao custo social ou ao preço pago<br />
pelo Instituto Catalãc de Saúde.<br />
Muito diferente seria a situação<br />
se os hospitais fossem pagos não<br />
por módulos - dias de internamento<br />
ou consultas - mas por<br />
processo.<br />
Por outro lado,_ não pode esquecer-se<br />
que, para medir a qualidade,<br />
FIG. 3 - DISTRIBUIÇ;ÃO DOS ESTÍMULOS POR ACTIVIDADE,<br />
PESSOAL E RUBRICA (Produtividade / Consumo).<br />
DIRECÇÃO<br />
PESSOAL<br />
MÉDICO<br />
ENFERMAGEM<br />
ADMINISTRATIVO<br />
ACTIVIDADES INTERNAMENTO CONSULTA EXTERNA<br />
PRODUTIVIDADE<br />
100°/o<br />
CONSUMO PRODUTIVIDADE CONSUMO<br />
· 100°/o<br />
75°/o<br />
25°/o<br />
NOTA: Este quadro é da responsabilidade do tradutor<br />
existem diferentes comissões em<br />
funcionamento, aliás como em outros<br />
hospitais doutros países como<br />
as Comissões de História Clínica,<br />
de Mortalidade, o Departamento de<br />
Controlo de Qualidade, e o Serviço<br />
de Sugestões e Reclamações.<br />
Até aqui referimo-nos ao sistema<br />
de estímulos à produtividade. Falaremos<br />
agora do utilizado para a,<br />
redução das despesas com consumos.<br />
Baseando-se no orçamento de<br />
consumos e outras despesas (com<br />
excepção de pessoal) premeia-se<br />
e estimula-se a economia obtida<br />
com uma boa gestão de recursos.<br />
Se retirarmos a conta das despesas<br />
com o pessoal, que é tratada<br />
separadamente, veremos que a<br />
incidência da gestão do próprio<br />
serviço se repercute, unicamente,<br />
sobre as seguintes contas:<br />
- Produtos farmacêuticos<br />
- Material de Consumo Clínico<br />
- Produtos Alimentares<br />
- Previsões e Material de Manutenção<br />
- Material de Radiodiagnóstico<br />
- Material administrativo<br />
-Alugueres<br />
- Reparações e conservação<br />
- Exames no exterior<br />
100°/o<br />
- Transporte de doentes<br />
- Despesas diversas.<br />
Todos estes resultados, transformados<br />
posteriormente em quantidades<br />
monetárias perfeitamente<br />
definidas, terão, em caso de êxito<br />
da gestão do serviço, as utilizações<br />
seguintes (cf. Figura 3).<br />
Dada a enorme importância que<br />
a direcção do pessoal de enfermagem<br />
tem na gestão dos meios que<br />
se movimentam nas contas das<br />
despesas das unidades de internamento<br />
(consumos), são-lhe consagrados<br />
100°/o do valor economizado.<br />
Dadas as características do sistema<br />
de consultas externas em<br />
vigor no hospital, o pessoal administrativo<br />
dos serviços médicos e,<br />
especialmente, o de recepção, tem<br />
uma enorme influência no desenvolvimento<br />
desta actividade, graças<br />
a uma boa coordenação das<br />
consultas e ao bom acolhimento<br />
que dispensa aos utentes. Por isso,<br />
como estímulo, são-lhe destinados<br />
25°/o do valor obtido pelo aumento<br />
de produtividade nas consultas externas.<br />
A actividade do hospital é avaliada<br />
orçamentalmente, principalmente<br />
através do cálculo das horas<br />
de assistência disponíveis da equipa<br />
médica de cada serviço. Para<br />
esta direcção os estímulos são os<br />
seguintes:<br />
100% dos ganhos com o aumento<br />
da produtividade nas unidades<br />
de internamento.<br />
75º/o dos ganhos com o aumento<br />
da produtividade nas consultas externas.<br />
100°/o ·das economias obtidas<br />
pela redução das despesas no<br />
dispensário.<br />
No caso em que a diferença do<br />
orçamento dos consumos é negativa,<br />
essa diferença será subtraída<br />
ao «prémio» obtido em matéria de<br />
produtividade.<br />
Cada direcção (enfermagem I<br />
méd1ca /administração) distribuirá<br />
os estímulos obtidos, sendo 75°/o ·<br />
para investimento no serviço e 25°/o<br />
para ajudas de custo, deslocação e<br />
inscrições em acções de formação.<br />
O sucesso obtido com este sistema<br />
nos serviços assistenciais levou<br />
a Direcção do hospital, durante<br />
a elaboração do orçamento para o<br />
exercício de 1983, a estendê-lo a<br />
todos os serviços do . hospital.<br />
Desta forma, a pouco e pouco, o<br />
sistema iniciado em 1978 nos Serviços<br />
Médicos Centrais, adaptado<br />
posteriormente ( 1981 ) nos serviços<br />
. médicos directos, e alargado aos<br />
serviços de apoio, cobriu a totalidade<br />
dos diferentes departamentos<br />
do hospital.<br />
Não queremos finalizar sem assinalar<br />
que a DPO é um sistema<br />
orgânico que apresenta a necessidade<br />
de crescer, de se desenvolver,<br />
mudar e aperfeiçoar-se.<br />
Justamente por isso e ·porque,<br />
actualmente, o sistema de financiamento<br />
do hospital foi alterado, passando<br />
de uma concertação por<br />
acto para uma concertação de orçamento<br />
global, somos obrigados a<br />
estudar novos modelos de gestão e<br />
de estímulos que, sem se afas-<br />
30<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º a<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
31
....... ·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.-.·.·.·. . . . . . .. . .. .. . . . . . . . .. .. . . . . . """" ... .... . . . . ... " :-:-:-:-: :-·-: :-:-:" :""-::-: :-: : :-·-: :-···-:. :-:-· :-: : :-: : :-:: :-: : : : .. :-:· .-.·.-.;.:-:-:- ::::::: :::::::::::::::::::::::::::::::::: :::::::::.:.:.:.:-:.:-:-: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::<br />
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<strong>Gestão</strong><br />
por objectivos<br />
SERVIÇO<br />
DE INTERNAMENTO<br />
tarem da DPO, se adaptam à realidade<br />
do momento.<br />
G - IMPORTÂNCIA DE UM PERÍ<br />
ODO DE ADMINISTRAÇÃO<br />
NAS ÁREAS DE PRESTAÇÃO DE<br />
CUIDADOS<br />
EM GESTÃO POR OBJECTIVO,<br />
COMO PRÁTICA NECESSÁRIA<br />
PARA OS ADMINISTRADORES<br />
HOSPITALARES<br />
Ao longo de todo este texto<br />
fizemos referência à grande complexidade<br />
da organização hospitalar<br />
e, por consequência, parece<br />
indiscutível que para se atingir uma<br />
32<br />
eficaz gestão do hospital se deve<br />
possuir um conhecimento tão aprofundado<br />
quanto possível do funcionamento<br />
interno desta organização.<br />
Deve saber-se como se completam<br />
e se juntam os seus inúmeros<br />
componentes de modo a<br />
fazer funcionar o conjunto como<br />
um todo harmonioso.<br />
Por isso, parece-nos importante<br />
assinalar a ajuda inestimável que<br />
pode representar, na formação de<br />
um administrador hospitalar, e para<br />
além da formação teórica, a prática<br />
de 2 a 3 anos num serviço médico<br />
e sua administração.<br />
Frequentemente a tomada de<br />
decisões ao mais alto nível da<br />
organização hospitalar é uma resposta<br />
permanente à urgência, em<br />
cada momento, esquecendo ou,<br />
pior ainda, desconhecendo, a maioria<br />
das vezes, as repercussões de<br />
tais decisões no contexto geral da<br />
organização.<br />
No momento que vivemos, com<br />
o objectivo de se ultrapassar os<br />
problemas, de se ser ágil para<br />
encontrar a sua solução e para que<br />
esta não implique a criação de<br />
novos problemas ou a interferência<br />
nos circuitos adequados, a experiência<br />
que propomos deverá ser<br />
encarada como obrigatória. O<br />
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<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
·.<br />
DE<br />
DIAS<br />
UMA UTILIZAÇÃO MAIS EFICIENTE<br />
DOS DEPARTAMENTOS MÉDICOS<br />
POR DAVID AASLAND *<br />
O presente texto descreve o projecto de um hospital norueguês da<br />
cidade de Lillehammer, situada a 180 km ao norte de Oslo.<br />
O Hospital tem uma lotação de 400 camas e cobre uma população<br />
de 90 a 100 mil habitantes (180 mil para algumas especialidades).<br />
O projecto decorreu no departamento de medicina interna, sendo o<br />
Instituto Norueguês de Pesquisa <strong>Hospitalar</strong> o seu responsável.<br />
A penúria de· recursos suscitou um interesse crescente pelos<br />
métodos de economizar recursos financeiros no sector da saúde.<br />
A produtividade dos serviços de saúde pode ser assegurada por<br />
diferentes meios, pondo em jogo as iniciativas que visem a racionalização<br />
das organizações.<br />
Podem reduzir-se os gastos com a saúde a três diferentes níveis:<br />
- Controlando os consumos.<br />
- Controlando os processos de produção.<br />
- Controlando a produtividade.<br />
O presente exemplo diz respeito ao controle do processo produtivo.<br />
A organização do processo de produção visa assegurar o mesmo<br />
nível de produção utilizando idêntico nível de recursos. Tal pode_<br />
atingir-se, por exemplo, assegurando uma melhor coordenaç~o das<br />
actividades dentro da organização ou simplificando as actividades<br />
de rotina.<br />
O SERVIÇO<br />
DE INTERNAMENTO<br />
DE 12 DIAS<br />
Num esforço para atingir uma<br />
utilização mais eficiente dos serviços<br />
assistenciais, muitas experiências<br />
tentaram reduzir a necessidade<br />
de mão-de-obra. Um dos<br />
principais esforços consistiu em<br />
reduzir o número de doentes<br />
durante os fins-de-semana. Para<br />
atingir tal resultado, um dos métodos<br />
mais correntes foi a criação<br />
"'Administrador hospitalar<br />
- Noruega<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
dos serviços de internamento de 5<br />
dias.<br />
Nos países da Europa Ocidental<br />
existem numerosos exemplos de<br />
serviços de internamento de 5 dias.<br />
Tanto a demora média como os<br />
recursos humanos foram consideravelmente<br />
reduzidos. No entanto<br />
verificaram-se algumas qificuldades<br />
quando foi necessário es-<br />
. tabelecer uma base permanente<br />
para os serviços de 5 dias.<br />
Os principais problemas ligavam-se<br />
à planificação das admissões<br />
e do tratamento dos doentes no<br />
hospital e ao facto de ser necessário<br />
atingir e manter um nível de<br />
utilização da capacidade dos serviços<br />
aceitável.<br />
Os serviços cirúrgicos depararam,<br />
igualmente, com problemas<br />
na planificação da utilização dos<br />
blocos operatórios.<br />
Tendo em conta as dificuldades<br />
de planificação e organização dos<br />
serviços de internamento de 5 dias<br />
teve lugar uma experiência de in-.<br />
ternamento de 12 dias no hospital<br />
de Lillehammer.<br />
O INTERNAMENTO DE 12 DIAS<br />
BASEIA-SE NA IDEIA DE QUE O<br />
SERVIÇO ENCERRA UM FIM-DE<br />
-SEMANA EM CADA DOIS, EN<br />
VIANDO OS DOENTES PARA O<br />
SEU DOMICÍLIO OU TRANS<br />
FERINDO-OS PARA OUTROS<br />
SERVIÇOS.<br />
A análise das estadias dos<br />
doentes nos serviços de medicina<br />
do hospital em questão demonstrou<br />
que a demora média<br />
era de 12 dias. Pareceu, assim,<br />
que um serviço de internamento<br />
de 12 dias seria mais fácil de<br />
planificar do que um de 5 dias.<br />
Além disso, segundo a legislação<br />
e os acordos laborais, o<br />
pessoal tem direito a gozar um<br />
fim-de-semana de folga em cada<br />
dois. Um serviço de internamento<br />
de 12 dias permitiria preencher<br />
tal exigência, diminuindo,<br />
igualmente, a complexidade<br />
da elaboração de escalas e<br />
evitando o recurso a pessoal<br />
temporário.<br />
33
-- - --~~=---~--- --- ------~---<br />
SERVIÇO DE<br />
INTERNAMENTO<br />
DE 12 DIAS<br />
FIG. 2 - NÚMERO DE DOENTES NOS SERVIÇOS DE 12<br />
DIAS (1 OA e 108) E NOS SERVIÇOS NORMAIS (11 A e<br />
118)<br />
PREPARAÇÃO DA EXPERIÊN<br />
CIA<br />
O Departamento de Medicina Interna<br />
do Hospital é constituído por<br />
4 serviços, com cerca de 25 camas<br />
cada, 1 OA, 108, 11A e 11 B, indicando<br />
os números o piso em que<br />
estão situados.<br />
Em cada piso, os dois serviços<br />
partilham equipamentos e apoios.<br />
Foi decidido que os serviços do<br />
1 O.º piso participariam na experiência.<br />
Cada um trabalharia 12 dias,<br />
após o que encerraria durante dois<br />
dias, fechando os serviços em fim<br />
-de-semana alternados. Os serviços<br />
do 11 .º pisos serviriam de<br />
termo de comparação, já que não<br />
viriam a sofrer quaisquer alterações<br />
no seu funcionamento.<br />
O projecto iniciou-se no princípio<br />
de Outubro de 1981 . Foram dadas<br />
instruções às enfermeiras dos serviços,<br />
aos outros prestadores d.e<br />
FIG. 1<br />
DOENTES TRATADOS ANTES<br />
E DURANTE A EXPERIÊNCIA NO<br />
DEPARTAMENTO DE MEDICINA<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
ANTES DURANTE<br />
(1981) (1982)<br />
150<br />
100<br />
50<br />
N.º DOENTES<br />
TRATADOS·<br />
10A 108<br />
cuidados e às auxiliares de acção<br />
médica. A sua atitude face à experiência<br />
não foi muito receptiva.<br />
Entrevistas mostr~ram que enfermeiras<br />
e auxiliares estavam muito<br />
inquietas àcerca dos doentes idosos<br />
que aguardavam, nos serviços,<br />
a sua admissão em hospitais da<br />
rectaguarda («maisons- de convalescence<br />
»). Encontravam-se<br />
ainda apreensivas quanto ao seu<br />
futuro profissional.<br />
Para responder à ansiedade do<br />
pessoal, a administração do hospital<br />
determinou que nenhum membro<br />
do pessoal efectivo seria transferido<br />
para outros serviços durante<br />
o período experimental. Para enfrentar<br />
a menor necessidade de<br />
mão de obra, foi reduzido o número<br />
D ANTES DA EXPERIÊNCIA<br />
• DURANTE A EXPERIÊNCIA<br />
103<br />
11A 118 SERVIÇOS<br />
de pessoal temporário.<br />
Por outro lado, decidiu-se adiar o<br />
começo da experiência até ao momento<br />
em que a maior parte dos<br />
doentes idosos fosse transferida<br />
para os hospitais de rectaguarda. A<br />
análise dos doentes dos dois serviços<br />
experimentais mostrou que<br />
quase 40 por cento esperavam<br />
transferência. De Novembro de<br />
1981 a Fevereiro de 1982, a maioria<br />
desses doentes foi transferida,<br />
pelo que a experiência se iniciou<br />
em 15 de Março, tendo sido decidido<br />
que duraria até 15 de Junho<br />
de 1982.<br />
MÉTODOS<br />
A experiência deverá responder<br />
a diversas questões:<br />
- A quanto se elevam as reduções<br />
nos gastos dur~nte o ensaio?<br />
- Verifica-se ou nao uma alteração<br />
na caracterização dos doente~<br />
entrados durante o período experimental?<br />
- Os serviços de 11 . º piso receberão<br />
mais doentes do que os do<br />
10.º (onde se desenrola a experiência)?<br />
.<br />
- Como reagirão os doentes idosos,<br />
esperando transferê~cia , à<br />
mudança de unidade de internamento<br />
de 14 em 14 dias?<br />
Para verificar a alteração das<br />
características dos doentes recorreu-se<br />
à sua indexação. O índex<br />
continha informações sobre o nível<br />
de dependência dos doentes, os<br />
procedimentos médicos e para<br />
-médicos exigidos e se o doente se<br />
encontrava sujeito a tratamento ou<br />
se apenas aguardava ser admitido<br />
num hospital de rectaguarda. .<br />
A caracterização dos doentes foi<br />
efectuada cinco vezes: a primeira,<br />
um mês antes do início da experiência;<br />
a segunda, dois dias antes<br />
do seu arranque e as três restantes<br />
no seu decurso.<br />
Os gastos em pessoal foram<br />
recolhidos pela Administração.<br />
As enfermeiras foram entrevistadas<br />
duas vezes durante o ensaio.<br />
No seu término, todas as enfermeiras<br />
e auxiliares de enfermagem<br />
responderam a questionário. _As<br />
perguntas visavam as alteraçoes<br />
nas escalas de serviço, as reacções<br />
dos doentes, procurando~se<br />
indagar, também, se elas ~~e1t~vam<br />
a continuação da expenenc1a<br />
durante o Outono de 1982. Havia<br />
também algumas questões sobre<br />
as condições gerais do trabalho<br />
nos serviços.<br />
Realizaram-se, igualmente, duas<br />
entrevistas de grupo com todas as<br />
enfermeiras e auxiliares do 1 O.º<br />
piso.<br />
FIG. 3 - EXISTÊNCIA MÉDIA ANTES E DURANTE A<br />
EXPERIÊNCIA<br />
)\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
' \<br />
EXISTÊNCIA MÉDIA<br />
\<br />
\<br />
MARÇO<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
\<br />
MARÇO<br />
\<br />
\<br />
10A<br />
ANTES<br />
DURANTE<br />
L-- ---- - ----- --- ------ -- ----- - - -------<br />
JUNHO<br />
108<br />
ANTES<br />
' DURANTE<br />
\<br />
\ ________ -------- -------- ----------- - ·<br />
JUNHO<br />
34<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. º 8<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
35
SERVIÇO DE<br />
INTERNAMENTO<br />
DE 12 DIAS<br />
UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE<br />
DOS SERVIÇOS<br />
A experiência decorreu, como já<br />
foi referido, entre 15 de Março e 15<br />
de Junho de 1982. Comparando<br />
com igual período do ano precedente,<br />
houve um ligeiro acréscimo<br />
do número de doentes saídos do<br />
Departamento de Medicina (cf. figura<br />
1 ). Houve, no entanto, um<br />
pouco significativo decréscimo do<br />
número de doentes tratados nos<br />
serviços do 1 O.º piso e correspondente<br />
aumento nos serviços do 11 . 0<br />
piso (cf. figura 2).<br />
A figura 3 mostra um diagrama<br />
das existências médias dos quatro<br />
serviços. Como se vê, as taxas de<br />
ocupação baixaram significativamente<br />
nos serviços 1 OA e 1 OB,<br />
durante o período experimental. No<br />
entanto, o número de doentes tratados<br />
apenas diminuiu ligeiramente.<br />
36<br />
, , EXISTÊNCIA MÉDIA<br />
i--------<br />
MARÇO<br />
118<br />
----· ---<br />
DURANTE<br />
----------------<br />
t--~==--~-=~--~----- - ------~~~~~ ANTES<br />
L-----<br />
MARÇO<br />
,<br />
JUNHO<br />
----<br />
11A<br />
DURANTE<br />
~-------------- ANTES<br />
JUNHO<br />
CARGA DE TRABALHO ,<br />
O index de caracterização dos<br />
doentes pôde, também, servir<br />
como indicador de carga de trabalho<br />
de cada serviço. Ambos os<br />
serviços de 12 dias (diagramas à<br />
esquerda, na figura 4) viram a sua<br />
carga de trabalho reduzida após o<br />
início da experiência. Até certo<br />
ponto, isto foi igualmente verdade<br />
para os serviços de controle ( 11 A e<br />
11 B - diagramas à direita, na figura<br />
4).<br />
A primeira mensuração teve lugar<br />
no princípio de Janeiro, antes<br />
da maior parte dos doentes idosos<br />
ter sido transferida. O índex mostra<br />
que a carga de trabalho dos serviços<br />
de internamento de 12 dias<br />
diminuiu mais significativamente no<br />
1 OA. A carga total de trabalho<br />
diminuiu, igualmente, até certo<br />
ponto, nos outros serviços, se bem<br />
que o 11 B mostre um aumento na<br />
parte final do período ~xperimental.<br />
Tal facto coincide com o aumento,<br />
em igual período, do número de<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
1<br />
doentes que o serviço recebeu.<br />
OPINIÃO<br />
DO PESSOAL<br />
SOBRE O SERVIÇO<br />
DE 12 DIAS<br />
As entrevistas e reuniões de<br />
informação anteriores ao início da<br />
experiência demonstraram· que poderiam<br />
surgir problemas com os<br />
doentes idosos internados nos serviços.<br />
Estes doentes deveriam mudar<br />
de um serviço para outro de<br />
duas em duas semanas. Durante a<br />
experiência este problema apenas<br />
afectou 3 a 5 doentes em cada<br />
serviço, mas quase metade do<br />
pessoal envolvido considerou que<br />
os cuidados prestados se tinham<br />
deteriorado (cf. figura 5).<br />
Entrevistas com os auxiliares de<br />
acção médica mostraram que os<br />
doentes idosos ficavam confusos e<br />
inquietos por causa do novo ambiente<br />
que enfrentavam durante o<br />
fim-de-semana, quando eram<br />
transferidos para o outro serviço.<br />
Tal deve-se, provavelmente, ao<br />
facto dos doentes desconhecerem<br />
o respectivo pessoal.<br />
Este mesmo grupo profissional<br />
emitiu opinião positiva sobre as<br />
alterações introduzidas nas escalas<br />
de serviço dos serviços de<br />
internamento de 12 dias. Este pessoal<br />
distribui-se pelas equipas da<br />
manhã, tarde e noite. Com as<br />
novas escalas todas as auxiliares<br />
de acção médica passaram a gozar<br />
a folga no mesmo fim-de-semana,<br />
todos os 15 dias. As duas outras<br />
folgas eram gozadas no decurso<br />
do período de 12 dias. 60 por cento<br />
das auxiliares nos serviços de 12<br />
dias reconheceram que a situação<br />
era melhor do que a antecedente.<br />
Somente 1 O por cento pensaram<br />
que a situação tinha piorado, e<br />
para as restantes 30 por cento, não<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
CARGA DE TRABALHO (PONTOS ADL • N.º DE DOENTES) .<br />
200<br />
100<br />
PONTOS<br />
JANEIRO<br />
PONTOS<br />
',•---<br />
FIM<br />
------·' 10A<br />
' , 108<br />
1<br />
INÍCIO<br />
' /<br />
',<br />
.,,,"'<br />
' ,/<br />
' /<br />
'<br />
·------ --•'',<br />
',<br />
2 3 4 JUNHO<br />
FIM<br />
~---..118<br />
--<br />
--------· --------· --_____ _. __ ___ --e 11 A<br />
JANEIRO 1 2 3 4 JUNHO<br />
37
·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.· ........... ... . ............ .<br />
•:•:::::•:•:·•••::•:•••:•:•••::::•::•:•:•:•:::··:::::::::::::::::::,::•:::•:••·:·······:•::::::::,::,:•:•:::: .• ;:;:;.;:;:,:_:,::::::.:•:::•:•:•:::::.::::::::.:::::::.:::::::,::::::::::::.::::_.,:.::,::;:::::.::::::::::::::::••:::::::,::, •• :::::::::::::,:.:.:.;:::::i:i:.: :::::::::::::•::.:.:::::•:::::•: ::.:·:••:·•::.::;:.:.:_,::;:;;:;:::::_::.::::::.::_:.::::::::,:::::::::::::::::::::::,:···:••••:::::::::.:: ::.:.::::•::.<br />
.:.:-:-:-:-:-:-:-:.:.:.:::.:.:.:-:::::-:-:.:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:::::.:.: ... ·.·.·.·.·.·:-.·.-.·.·.:.:: :-: : :::.-.:.:,:,:.:,::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: :: :::::: :::::::::::::::: ::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::;:::::::;:;:::.:;:;::::::::::::::::::·:·:-:·:-:-:·:-:-:·:-:·:-:-:·:-:·:-:-:-:·: :-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-·-·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.·.-.·.· .. .<br />
::::::::::::::::::::::: ::•:•::::::::::::•:::: ::::::::: :::: :: ::::::•:::::::•••••:•:::::::::::::::::::•••••::::::::::::::•:•:• ••:••••:•••••:•••:•••••:•·:.::•••······:·•:•:•::::::• •· ·· ····:············•;•:: :•:•••••: •::::::::::::: ::::::::::: ::::::::::: ::::••·••:•:•:•:•:•:••··· ·········•:::::j:•::::••······················:······· ···· ···•·•·::::::: :::::::• •···· ·:····,•::::::•:•:•:•·•·:·•·········•·:·:·:·•·:·•<br />
OPINIÕES ÀCERCA DA SITUAÇÃO<br />
DOS DOENTES IDOSOS<br />
%<br />
) '<br />
tinha havido alterações assinaláveis.<br />
Inquiridas sobre se gostariam de<br />
permanencer no serviço de 12<br />
dias, 48 por cento foram de opinião<br />
favorável, 26 por cento mostraram<br />
indecisão e 26 por cento responderam<br />
negativamente. Estas últimas<br />
assinalaram que o serviço de<br />
internamento de 12 dias tornava os<br />
pacientos idosos inquietos e desorientados.<br />
As enfermeiras dos serviços experimentais<br />
mostraram-se satisfei<br />
~as com as novas escalas de serviço.<br />
REDUÇÃO DOS GASTOS<br />
A análise da redução de gastos<br />
verificada não é completa, mas a<br />
figura 6 mostra a quanto se elevou<br />
a despesa com o pessoal temporário<br />
durante a experiência. Em relação<br />
ao orçamento dos serviços,<br />
realizou-se uma economia de<br />
cerca de 33 000 coroas norueguesas<br />
durante os três meses de<br />
ensaio. Num ano, tal economia<br />
atingiria as 120 mil coroas norueguesas.<br />
Ainda que não seja uma<br />
quantia significativa, há que ter em<br />
conta que, durante o período experimental,<br />
não se processaram<br />
quaisquer transferências de pessoal<br />
efectivo para outros serviços.<br />
RESULTADOS<br />
DA AVALIAÇÃO<br />
Grande número de funcionários<br />
foi favorável à continuação da experiência<br />
sem interrupção para<br />
avaliação.<br />
Não foi fácil regressar à «velha<br />
maneira» de organizar os serviços,<br />
após o período experimental.<br />
Entretanto, a avaliação dos resultados<br />
conduziu à decisão de<br />
prosseguir, de forma permanente,<br />
com os serviços de internamento<br />
de 12 dias.<br />
Os erros detectados foram corrigidos.<br />
60<br />
50 48°/o 48%'<br />
40<br />
30 -<br />
20<br />
10<br />
4°/o<br />
1 1<br />
MELHOR IGUAL<br />
PIOR<br />
.<br />
DESPESAS COM O PESSOAL TEMPORÁRIO<br />
COROAS<br />
NORUEGUESAS<br />
60.000<br />
40.000<br />
20.000<br />
) '<br />
27.000<br />
10A<br />
108<br />
60.000<br />
11A<br />
118<br />
r<br />
SERVIÇOS<br />
FIG. 7 -<br />
NÚMERO DE DOENTES TRATADOS<br />
A. Departamento de Medicina Interna<br />
1979 1980 1981 1982 1983<br />
N.º de camas 120 120 108 108 108<br />
N. º Doentes trat. 2.782 2.766 '2.675 2.797 3.001 .<br />
Demora média 14,4 10,1<br />
8. GLOBABILIDADE DO HOSPITAL<br />
1979 1980 1981 1982 1983<br />
N.º de camas 441 393 369 369 369<br />
N.º Doentes trat. 11.321 11.164 10.917 11.315 11.669<br />
Demora média 10,2 8,5<br />
FIG. 8 -<br />
- - - -<br />
DESPESAS COM PES~OAL ANTES (1981) E<br />
DURANTE A EXPERIENCIA (1983)<br />
1<br />
em milhares de coroas norueguesas<br />
SERVIÇO 10 A 10 A 11 B 11 B TOTAL<br />
1981 1983 1981 1983 1981 1983 1981 1983 1981 1983<br />
· 1. VENCIMENTOS 1.566 1.551 1.303 1.480 1.530 1.593 1.485 1.582 5.884 6.206<br />
(pessoal efect.)<br />
2. PESSOAL TEMP. 280 51 247 22 193 162 236 94 956 329 .<br />
3. COMPENSAÇÕES 416 255 396 218 461 384 486 414 1.759 1,271<br />
- Horas ext.<br />
- Trab. Noct.<br />
1 - Trab. feriad.<br />
- Trab. domlng.<br />
1 4. TOTAL (1 +2+3) 2.262 1,857 1.946 1,720 2.184 2.139 2.207 2.090 8.599 7.806<br />
5. ECONOMIA EM<br />
VENCIMENTOS 405 226 45 117 793<br />
6. ECONOMIA EM<br />
PREST. SOCIAIS 68 46 7 19 140<br />
7. ECONOMIA<br />
TOTAL (5+6) 473 272 52 136 933<br />
-·1<br />
~ O período de ensaio demonstrou!<br />
que é necessária uma cooperação<br />
1<br />
mais estreita entre os diversos sec- 1<br />
tores profissionais, nomeadamente<br />
entre médicos e enfermeiras.<br />
Os procedimentos das admissões<br />
foram modificados, no sentido<br />
de tornar tal cooperação mais efectiva.<br />
· A interacção entre os dois serviços<br />
foi melhorada. . .<br />
·,.= Em 1 de Outübr~o -=d~e=::;: 19;:;8;:::;2=, =o:-...: s<br />
serviços de internamento de 12<br />
dias foram criadas com carácter<br />
definitivo.<br />
·Em resumo, os resultados obtidos<br />
em mais de um a,no de experi-<br />
,ência, são os seguintes: ,<br />
1 - O esquema constitui um desafio<br />
para o pessoal.<br />
- Uma base de 12 dias constitui<br />
uma base sólida para organizar um<br />
serviço de internamento.<br />
-A cooperação entre os diversos<br />
sectores profissionais é uma<br />
necessidade e um benefício.<br />
. - Os procedimentos de admis<br />
, 1 são dos doentes devem ser estrita<br />
! mente regulamentados.<br />
- O tratamento médico melhora,<br />
pois, assim, o doente é, permanentemente,<br />
o seu centro.<br />
- O número de doentes tratados<br />
no Departamento aumentou ( cf.<br />
figura 7), mesmo nos serviços que<br />
1<br />
não trabalham numa base de 12<br />
dias.<br />
- O doente tem, permanentemente,<br />
uma equipa à sua cabeceira.<br />
- O pessoal dispõe de escalas<br />
de serviço por equipa com dias de<br />
folga fixos.<br />
- Os gélstos com pessoal são<br />
consideravelme~te reduziQO~ (cf.<br />
figura 8).<br />
O<br />
38<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º s<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
39
Exames<br />
de Saúde Infantil*<br />
POR ANTÓNIO TORRADO DA SILVA**<br />
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r------------------~ -<br />
1 O Envio de Catálogos<br />
1 O Visita de Representante<br />
1 Nome<br />
: Morada ______________ _<br />
ATÉ há muito pouco tempo, os<br />
exames de saúde infantil<br />
eram efectuados nos<br />
Serviços Médicos-Sociais (Caixas<br />
de Previdência), nos Centros de<br />
Saúde e nas Consultas<br />
<strong>Hospitalar</strong>es. Nesta breve reflexão<br />
sobre o assunto, apenas nos<br />
referiremos às Consultas extrahospitalares.<br />
A muito recente<br />
integração dos Serviços Médico<br />
Sociais com os Centros de Saúde<br />
numa nova unidade funcional, se<br />
bem que desejável, contém alguns<br />
riscos muito sérios, se não for<br />
cuidadosamente regulamentada.<br />
Na verdade, os objectivos destas<br />
duas Instituições nunca foram<br />
idênticos: umas (as Caixas de<br />
Previdência) eram manifestamente<br />
orientadas para a doença, para os<br />
exames complementares, para o<br />
receituário, para a<br />
medicamentação; nas outras<br />
(Centros de Saúde), existia uma<br />
filosofia inversa, centrada na<br />
promoção da saúde, na prevenção<br />
da doença, e no uso ponderado<br />
dos medicamentos. Os vícios<br />
históricos, adquiridos ao longo dos<br />
anos nas Caixas de Previdência,<br />
poderão vir a contaminar os sãos<br />
princípios dos Centros de Saúde,<br />
pervertendo, de vez, a qualidade<br />
de medicina ambulatória em<br />
*Comunicação apresentada na<br />
Mesa Redonda Exames de Saúde<br />
1. ªas Jornadas Luso-Espanholas<br />
de Pediatria Social.<br />
* * Director Clínico do Hospital<br />
Pediátrico de Coimbra/ Professor<br />
da Faculdade de Medicina<br />
(Pediatria)<br />
1 - População Marginal ou<br />
Marginalizada<br />
2 - Vigilância Planificada<br />
Fig. 1 - O Clínico Geral trabalhando<br />
no Centro de Saúde deverá<br />
estabelecer uma excelente relação<br />
com outras entidades da região que<br />
se ocupem de crianças. Deverá<br />
igualmente, em colaboração com ·<br />
Portugal. Esperamos que a lucidez<br />
dos governantes impeça, através<br />
duma correcta regulamentação e<br />
dum paciente esforço de formação<br />
contínua, que esta tragédia se<br />
CENTRO ?>E SAÚDE<br />
fSt.: C.U<br />
outros elementos da equipa de<br />
saúde, identificar a população que<br />
não acorre regularmente ao Centro<br />
de Saúde e que se encontra numa<br />
zona marginal ou marginalizada. Por<br />
fim deverá estabelecer um programa<br />
de vigilância periódica dos grupos<br />
vulneráveis: crianças, grávidas e<br />
pessoas da 3. • idade ou com<br />
afecções crónicas.<br />
verifique entre nós.<br />
Estas preocupações são<br />
sobretudo fundamentais em<br />
matéria de Saúde Infantil. Uma<br />
consulta de crianças não pode ser<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
41
apenas concebida em termos<br />
meramente curativos - o antibiótico<br />
para a amigdalite, o xarope para a<br />
tosse ou a pomada para a pele. Isto<br />
seria a completa negação da<br />
medicina ambulatória, dirigida a<br />
uma criança, inserida numa família<br />
e vivendo numa dada comunidade.<br />
É necessário que, desde o<br />
nascimento, a criança seja<br />
observada integralmente como um<br />
ser em crescimento e em<br />
desenvolvimento, com direitos<br />
próprios, com características<br />
próprias, extremamente vulnerável<br />
ao meio que a rodeia e que, por<br />
isso, necessita de apoios especiais<br />
de forma a poder desabrochar<br />
todas as suas potencialidades.<br />
Por todas estas razões, o CI í nico<br />
Geral. trabalhando num Centro de<br />
Saúde deverá ser um elemento<br />
importante no apoio à Criança e à<br />
Família, em estreita colaboração<br />
com outros profissionais da<br />
Comunidade para maximizar as<br />
condições que permitam um<br />
crescimento e um desenvolvimento<br />
normal da criança, num ambiente<br />
adequado e estimulante. (Fig. 1 ).<br />
O Clínico Geral procurara assim<br />
conhecer e colaborar com todas as<br />
forças vivas çja Comunidade e,<br />
especificamente, com os<br />
profissionais exercendo as suas<br />
actividades nos Jardins de<br />
Infância, nas Escolas, nos Serviços<br />
Sociais. Só através de um trabalho<br />
de verdadeira equipa será, po.r<br />
exemplo, possível identificar as<br />
Famílias marginais ou ·.<br />
marginalizadas, onde os<br />
problemas mais graves se<br />
acumulam e onde será necessário<br />
um grande esforço de<br />
esclarecimento, de apoio de<br />
promoção da saúde e de<br />
prevenção da doença. São estas<br />
Famílias os grandes consumidores<br />
de «consultas» e de «receitas», na<br />
ânsia sempre crescente de<br />
procura, desta forma, dum<br />
«remédio» p_ara as suas<br />
desgraças. E possível, através<br />
dum trabalho de equipa aliviar este<br />
eterno ciclo vicioso da miséria.<br />
Trata-se sobretudo dum esforço<br />
local com o objectivo da resolução<br />
dos problemas. O médico deve<br />
também constituir este objectivá, .<br />
se não se alhear dos problemas, se<br />
não se isolar na redoma do seu<br />
consultório e se diaiogar com<br />
outros profissionais da comunidade<br />
(enfermeiras, professores, _<br />
Exames<br />
de Saúde1<br />
Infantil<br />
educadores, assistentes sociais,<br />
etc) para identificar os problemas,<br />
procurar solucioná-los e contribuir<br />
assim para o bem estar da<br />
população. Nesta perspectiva, o<br />
médico nunca será o droguista que<br />
<<br />
o<br />
......<br />
><br />
WJ<br />
o<br />
'../'J<br />
WJ<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
9<br />
10<br />
Periodicidade dos<br />
-- .._<br />
.....__<br />
- ~~EX.<br />
-- .....__<br />
...__<br />
......._<br />
-<br />
{/) li -<br />
WJ<br />
~ 12 -<br />
- . .._<br />
15 : .._<br />
- .._-+-EX.<br />
18 ~ .._.:,._EX.<br />
(21) . ..,.._<br />
24 .....__<br />
interlocutor com a periferia.<br />
Deveria ser estabelecido um<br />
programa de reuniões e de visitas<br />
nas quais seriam examinados<br />
casos clínicos concretos<br />
seleccionados pelos Clínicos<br />
Gerais que necessitassem do<br />
apoio especializado do Pediatra do<br />
Hospital Distrital. Outra forma de<br />
estabelecer esta íntima e regular<br />
convivência entre médicos<br />
hospitalares e médicos dos<br />
cuidados essenciais de saúde seria<br />
a troca de relatórios clí nices<br />
circunstanciados sobre doentes<br />
enviados de um nível de cuidados<br />
para o outro. Estes relatórios<br />
constituem a melhor forma de<br />
ensino contínuo e favorecem de<br />
forma evidente, um elo de ligação<br />
entre Colegas e tnstituições.<br />
QUADRO I<br />
Exames de Saúde Infantil<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
> 2 Anos: 2 Exames de Saúde por Ano<br />
fornece drogas ou o burocrata que<br />
preenche atestados ou o financeiro ·<br />
que passa recibos. É contra esta<br />
imagem degradante que todos<br />
teremos de lutar. De contrário,<br />
entraremos numa fase crítica, na<br />
qual a qualidade e a essência da<br />
própria medicina estarão em risco.<br />
O Clínico Geral trabalhando num<br />
Centro de Saúde deverá também<br />
manter um diálogo regular com o<br />
seu Hospital Distrital e vice-versa:<br />
Idealmente deveriam existir nos<br />
Hospitais Distritais 7 a 8 pediatras,<br />
dos quais 1 a 2 deveriam exercer<br />
fu':lções de consultor ou. de<br />
As citadas reuniões clínicas não<br />
impedem que, de tempos a<br />
tempos, se organizem reuniões<br />
mais gerais, a fim de serem<br />
abordados temas de actualização,<br />
com a ajuda de Colegas doutros<br />
Distritos e Regiões. Só desta forma<br />
sen!_possível combater o<br />
isolamento, a frustração, a rotina e<br />
obter uma melhor informação<br />
~pidemiológica através, por<br />
exemplo, da investigação clínica.<br />
Tal investigação deveria ser<br />
incentivada pelos Orgãos Centrais.<br />
Uma consulta de saúde infantil<br />
impõe certas condições<br />
indispensáveis. Enumeraremos<br />
algumas:<br />
1 . Necessidades próprias à<br />
criança (dimensões dos móveis,<br />
por ~xemplo).<br />
2. Local aquecido (não é<br />
possível despir uma criança numa<br />
sala gelada). Espaço e luz.<br />
3. Lavagem das mãos acessível<br />
(antes de tocar numa criança<br />
deverá sempre lavar-se as mãos;<br />
mas, é preciso ter-se com quê).<br />
4. Alguns brinquedos simples<br />
que possibilitem o exame do<br />
desenvolvimento.<br />
5. Necessidade absoluta de<br />
pesar e medir todas as crianças.<br />
Indispensável possuir tabelas de<br />
percentil, de acordo com as idades.<br />
6. O Centro de Saúde deverá<br />
dispôr de exames rápidos semi-,<br />
quantitativos (urina e sangue). E<br />
aconselhável dispôr dur:n<br />
microhematócrito. 7. E<br />
necessário programar as consultas<br />
Crescimento<br />
QUADRO II<br />
parâmetros fundamentais com<br />
registo obrigatório em ficha<br />
especial. Deve haver um registo<br />
diário dos problemas do RN. Um<br />
exame completo do RN deve ser<br />
executado pelo menos no 1.º ou 2.º<br />
dias de vida e no dia da alta. Ao<br />
sair da Maternidade, e após o<br />
BCG, a criança deverá ter sempre<br />
o seu Boletim, Individual de Saúde<br />
Exames de Saúde Infantil e Diagnóstico Precoce<br />
R.N. M~nos de 1 Ano 1 a 5 Anos Idade Escolar Adolescência<br />
Estatura; Peso<br />
Per. Cefálico<br />
Estatura<br />
Peso<br />
Estatura<br />
Peso<br />
Visão Refl. Pupilar Hirschberg<br />
Audição<br />
Tuberculose<br />
Doenças Cardíacas<br />
Hipertensão<br />
Anemia<br />
Luxação da Anca<br />
Desenvolvimento<br />
Linguagem/ Escrita<br />
+<br />
BCG·2M:Volmer<br />
Auscultação<br />
(Ht/ Hb)<br />
Ortolani<br />
+<br />
Ht/ Hb<br />
Ortolani<br />
de forma a que o clínico disponha<br />
de tempo para ouvir, tempo para<br />
observar, tempo para falar e tempo<br />
para escrever.<br />
8. Nunca esquecer a grande<br />
importância de preencher<br />
cuidadosamente o Boletim<br />
Individual de Saúde e o Boletim de<br />
Vacinas e de solicitar que a mãe os<br />
traga sempre que vem à consulta.<br />
Os primeiros exames de saúde<br />
do RN, como todos os outros<br />
devem sempre ser feitos na<br />
presença da mãe. A consulta deve<br />
ser um momento ideal para a<br />
esclarecer sobre os aspectos<br />
essenciais da puericultura.<br />
Também aqui a enfermeira pode e<br />
deve ter o seu papel importante<br />
como educadora.<br />
No período neonatal a criança<br />
deverá sempre ser examinada na<br />
sala de partos. Trata-se dum<br />
exame rápido que incluirá<br />
+ +<br />
Volmer ou Mantoux J x por ano<br />
T.A . T.A. T.A.<br />
Ht / H b<br />
preenchido, explicando-se à mãe a<br />
importância futura de tal<br />
documento.<br />
No quadro 1 indica-se uma<br />
possível periodicidade dos exames<br />
de saúde. Trata-se de um esquema<br />
que poderá ser adaptado<br />
consoante as necessidades locais.<br />
Durante o primeiro ano de vida não<br />
será necessário que as crianças<br />
sejam observadas em todas as<br />
consultas pelo médico. Uma<br />
enfermeira bem treinada poderá<br />
certamente pesar, medir, vacinar, e<br />
avaliar dados essenciais sobre a<br />
saúde da criança, incluindo<br />
aspectos do desenvolvimento,<br />
preenchendo assim o Boletim<br />
Individual de Saúde. Ela terá a<br />
sensibilidade e a competência para<br />
solicitar o exame médico logo que<br />
surja qualquer suspeita.<br />
Duas palavras sobre o processo<br />
clínico do Centro de Saúde.<br />
Idealmente deveria ser um<br />
processo orientado para os<br />
problemas que a criança apresenta<br />
incluindo:<br />
1 . Identificação.<br />
2. Datas das vacinas.<br />
3. Breve história familiar, da<br />
gravidez e do período perinatal.<br />
4. História alimentar.<br />
5. Grandes etapas do<br />
desenvolvimento.<br />
6. Curva de peso, estatura e de<br />
perímetro craniano.<br />
7. Motivo da consulta.<br />
8. Observação.<br />
9. Enunciado dos problemas,<br />
orientação e data da resolução de<br />
cada problema.<br />
1 O. Claramente enunciados, o<br />
diagnóstico ou diagnósticos da<br />
criança.<br />
É importante relembrar que cada<br />
observação deverá ser assinada e<br />
escrita de forma inteligível<br />
pensando ·que outro Colega poderá<br />
reobservar a mesma Criança.<br />
Um dos grandes objectivos da<br />
Consulta de Saúde Infantil será a<br />
identificação precoce de<br />
anomalias. Tal diagnóstico precoce<br />
pode ser vital, em termos de<br />
prognóstico se a terapêutica foi<br />
iniciada a tempo e horas e se a<br />
orientação e controlo foram<br />
correctos. No Quadro li estão<br />
indicados alguns exemplos destas<br />
situações clínicas que podem e<br />
devem ser diagnosticadas nos<br />
Centros de Saúde.<br />
Em resumo - parece urgente<br />
que as acções de educação em<br />
serviço sejam incrementadas no<br />
nosso País. Sobretudo, reuniões<br />
efectuadas de preferência nos<br />
Hospitais Distritais ou nos Centros<br />
de Saúde, com número reduzido<br />
de participantes, abordando os<br />
problemas concretos para os quais<br />
se procurem as melhores e as<br />
menos complicadas soluções.<br />
Seria curioso realizar uma análise<br />
de custo/ benefício entre este<br />
trabalho de ensino/ aprendizagem,<br />
persistente, regular e profundo e os<br />
magnos congressos<br />
espectaculares com nomes<br />
sonantes e tantas vezes vazios de<br />
conteúdo científico, com pouco<br />
ensino e nenhuma aprendizagem.<br />
Pensamos que a tal análise<br />
criteriosa dos exames de Saúde<br />
deveria ser tema pedagógico<br />
obrigatório, o que certamente<br />
melhoraria a qualidade de<br />
~rabalhos prestados à criança<br />
portuguesa.<br />
42<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N. 0 8<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano li • N.º 8<br />
43
o s HOSPITAIS DISTRITAIS H Á 2 5 A N O S<br />
Depois da bota: o elegante sapato!<br />
-ara pés doentes ou para<br />
Pde\\cientes motore ~s _____<br />
- Simples, confortável, seguro e económico!<br />
COROLLE é adaptável, por meio de ajustes múltiplos às diferentes formas de pé:<br />
dedos em martelo, "hallux valgus", pensos, ortótese, etc.<br />
COROLLE é prático: é fácil de calçar e descalçar,<br />
mesmo para as mãos inaptas ou deficientes,<br />
devido aos fechos "velcro".<br />
COROLLE é seguro: a abertura total permite controlar<br />
a boa colocação do pé e dos dedos.<br />
COROLLE é anti-derrapante: dá segurança ao utilizador,<br />
enquanto anda, devido à sua aderência e estabilidade.<br />
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Seca em 2 horas com o sapato aberto, seguido de 24 horas<br />
com o sapato fechado sobre a forma. ·<br />
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O HOSPITAL DE BRAGANÇA<br />
O<br />
Hospital da Irmandade da<br />
Santa Casa da Misericórdia<br />
de Bragança tem a seu cargo<br />
uma região com 2790 quilómetros<br />
quadrados abrangendo 4<br />
concelhos com a população de<br />
87 766 habitantes:<br />
É muito impressionante a miséria<br />
que deve existir na região e, no<br />
entanto, a Secretaria tem uma preocupação<br />
constante da realizar receita<br />
cobrando sempre qualquer<br />
coisa, mesmo aos muito pobres.<br />
Este sentido económico, até à<br />
POPULAÇÃO<br />
CONCELHOS ÁREAEMKM2<br />
1 INDUSTRIALRESIDENCIAL<br />
----<br />
BRAGANÇA 1129,08 2 200 38 234<br />
MIRANDA DO DOURO 484,08 556 12 944<br />
VIMIOSO 473,92 813 13 210<br />
VINHAIS 703,28 742 23 378<br />
TOTAIS 2 790,36 4 311 87766<br />
Vêm sendo feitas algumas obras<br />
tendentes a tornar mais confortáveis<br />
as enfermarias, mas tudo se<br />
mantém acanhado, embora caiado<br />
e limpo.<br />
O número de camas de que o<br />
Hospital dispõe é de 102, insuficientes<br />
para os 87 766 habitantes<br />
da região carecida de uma capacidade<br />
não inferior a 124, segundo a<br />
fórmula da Base XV da Lei 2011.<br />
No entanto parece que essa capacidade<br />
será insuficiente se os subregionais<br />
não puderem cobrir o<br />
resto das necessidades.<br />
Está a Mesa ansiosa por dispor<br />
de um novo edifício ou, pelo menos,<br />
de mais um pavilhão.<br />
2. O Hospital está instalado num<br />
pequeno pavilhão construído, aí<br />
por 1916, e utiliza ainda o edifício<br />
de uma antiga escola primária com<br />
condições muitíssimo fracas, bem<br />
como 2 barracas que são pocilgas,<br />
lavandaria e morgue (com acesso<br />
directo ao cemitério). Apenas uma<br />
pequena dependência destinada<br />
aos doentes infecto-contagiosos<br />
construída em 1956 oferece condições<br />
adequadas.<br />
parcimónia, justifica que as religiosas<br />
se privem mesmo de alimentos<br />
e que o saldo· em 1958 tenha<br />
subido de 73 000$00, em relação<br />
ao do ano anterior.<br />
3. A Assembleia Geral e a Mesa ·<br />
governam o Hospital.<br />
A Mesa administra, secundada<br />
pelo chefe de secretaria a quem é<br />
dada grande latitude de acção.<br />
Da Mesa fazem parte 9 irmãos.<br />
4. A Misericórdia assiste domiciliariamente,<br />
com roupas e alimentos,<br />
os tuberculosos indigentes da<br />
cidade. Tem ainda a seu cargo o<br />
posto de protecção à infância.<br />
5. Serviços Administrativos<br />
5. Serviço de Secretaria, Contabilidade<br />
e Tesouraria<br />
A Secretaria está situada em<br />
casa separada e longe do Hospital.<br />
Nestes serviços existem:<br />
a) um livro de registo de correspondência<br />
recebida;<br />
b) um copiador de correspondência<br />
expedida dactilografado e<br />
ordenado cronologicamente;<br />
c) livros de actas da A.G. e da<br />
mesa;<br />
d) um processo de cada servidor<br />
da Misericórdia com uma ficha<br />
biográfica, s/ assiduidade;<br />
e) pastas para o arquivo dinâmico<br />
da correspondência, ordenadas<br />
por entidades (usam-se até ·<br />
estar preenchidas).<br />
Não há livro de pon(o. Q arquivo<br />
estatico e o tombo estão por organizar.<br />
Contabilidade:<br />
a) guias de receita em triplicado<br />
que são preenchidas, uma por<br />
uma, conforme o . modelo ainda<br />
usado nas Câmaras Municipais;<br />
b) livro de registo de guias de<br />
receita colunado, com as rubricas<br />
orçamentais;<br />
c) livro em que mensalmente se<br />
fazem os apanhados dessas guias,<br />
por rubricas orçamentais e em c/c<br />
com o orçamento;<br />
d) ·registo· das contas dos médicos,<br />
em consignação;<br />
e) . ordens de pagamento em duplicado<br />
sem químico;<br />
f) conta de uma exploração agrícola<br />
com o .. respectivo meeiro;<br />
g) folhas de inventário que, no<br />
entanto, estão por actualizar;<br />
h) contas correntes com os<br />
doentes e com as companhias de<br />
seguros.<br />
Não há planos de contas; nem se<br />
apuram custos dos serviços. Apenas<br />
anualmente se fazem uns apanhados<br />
dos gastos com o Serviço<br />
de Radiologia e com a Farmácia.<br />
Pensam iniciar em 1959 uma<br />
contabilidade de existência e actualizar<br />
o inventário. de móveis.<br />
Actualizam os rendimentos das<br />
rendas de prédios rústicos e urbanos<br />
de 3 em 3 anos.<br />
O património de rendimento é<br />
constituído por:<br />
<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> • Ano 11 • N. 0 8<br />
45
o s HOSPITAIS DISTRITAIS H Á 2 5 A N O S<br />
o s<br />
HOSPITAIS DISTRITAIS<br />
H Á 2 5 A N O S<br />
O HOSPITAL DE BRAGANÇA<br />
a) bens rústicos;<br />
B) urbanos;<br />
c) títulos: um certificado de renda<br />
perpétua da J.C.P., 1 dos Portos e<br />
obrigações do Banco de Portugal,<br />
1 rendendo à volta de 9000$00 por<br />
ano.<br />
Tesouraria:<br />
a) um caixa;<br />
b) um resumo diário de caixa;<br />
c) um balancete semanal com a<br />
posição de caixa.<br />
O pessoal encarregado dos serviços<br />
de Secretaria, Contabilidade,<br />
Tesouraria e Estatística e Arquivo<br />
Clínico, é o que se segue:<br />
1 chefe de Secretaria - 3.º ciclo<br />
dos liceus ........................ 3000$00<br />
1 encarregado da tesouraria com<br />
a 4.ª c. de l.P .................... 2000$00<br />
1 escriturário com a 4.ª c. de<br />
l.P . ................................... 1500$00<br />
1 servente-dactilógrafo com o 4.º<br />
ano dos liceus .................. 1000$00<br />
5.1 Serviços de Estatística e Arquivo<br />
Clínico<br />
Estes serviços dispõem dos seguintes<br />
registos:<br />
a) livro de doentes do Banco;··<br />
b) livro de consultas;<br />
c) livro de internamentos;<br />
d) livro do movimento do Serviço<br />
de Radiologia;<br />
e) livro do movimento do Serviço<br />
de Fisioterapia;<br />
f) livro de análises;<br />
g) livro de registo de requerimentos<br />
a pedir internamento;<br />
h) processo clínico e administrativo<br />
de cada doente internado.<br />
Do registo dos requerimentos<br />
referido se infere que, no dia 23 de<br />
Outubro p.p., aguardaram vez de<br />
internamento 55 doentes. Parece<br />
que se deverá substituir o requerimento<br />
e o livro de registo por uma<br />
simples relação de doentes que<br />
aguardem vez de internamento.<br />
5.2 Serviços Económicos<br />
Todas as compras se fazem mediante<br />
consulta verbal, mesmo as<br />
de medicamentos.<br />
Exploram uma quinta em regime<br />
de arrendamento por meação.<br />
Vendem algum gelo.<br />
Pensam nomear religiosas, fiéis<br />
dos depósitos de medicamentos,<br />
dos géneros alimentícios e das<br />
roupas.<br />
5.3 Serviços de Manutenção" do<br />
Pàtrimónio<br />
As obras são executadas por<br />
administração directa.<br />
A Misericórdia dispõe de um<br />
encarregado de obras de conservação<br />
e reparação das propriedades<br />
e edifícios da Irmandade a<br />
quem paga 700$00.<br />
Serviços de Alimentação<br />
A pequena cozinha e a despensa,<br />
embora de pequenas dimensões,<br />
estão bem adaptadas.<br />
Existe uma fabriqueta de gelo<br />
que satisfaz as necessidades do<br />
serviço de Alimentação e as demais<br />
de todo o Hospital, vendendo<br />
-se ainda algum gelo.<br />
Existe um cubículo que serve de<br />
refeitório para os criados.<br />
As instalações das copas satisfazem,<br />
no pavilhão de doenças infecto-contagiosas.<br />
Para · os demais<br />
serviços a comida é transportada,<br />
pelo exterior, em «padiola» d~ um<br />
primitivismo impressionante. E claro<br />
que a comida chega já fria, ao<br />
doente.<br />
Trabalham na cozinha:<br />
1 religiosa cozinheira ..... 300$00<br />
1 ajudante de cozinheira 220$00.<br />
6. SERVIÇOS CLÍNICOS<br />
6.0 Serviços de urgência e admissão<br />
As admissões definiram-se, em<br />
1958, como se segue:<br />
de urgência ......................... .427<br />
normais .............................. 1365<br />
Parece verificar-se um controlo<br />
até certo ponto razoável, exceptuando-se<br />
- segundo informes da<br />
Mesa - os casos de doentes avençados<br />
a troco de cereal com certos<br />
médicos que lhes facilitam o internamento<br />
de urgência.<br />
Parece que o hospital sub<br />
-regional de Vinhais, onde opera o<br />
director clínico do Hospital Regional<br />
de Bragança, poderá dar bom<br />
apoio.<br />
Apesar da escassês de meios de<br />
transporte, é facilitado aos doentes<br />
de urgência o acesso aos hospitais,<br />
por meio de ambulâncias que<br />
existem em todos os concelhos,<br />
excepto em Vinhais.<br />
Também em Bragança as necessidades<br />
do banco são satisfeitas<br />
por um médico escalado que não<br />
tem obrigação de se manter a título<br />
permanenta.<br />
Os tratamentos no Banco são<br />
sempre pagos, excepto pelos indigentes.<br />
6.1 . Serviços Gerais de Medicina<br />
Funciona todas as manhãs uma<br />
consulta geral de Medicina e Cirurgia.<br />
Em Medicina, a capacidade de<br />
internamento é de 14 leitos para<br />
mulheres e 19 para homens.<br />
6.2 Serviços Gerais de Cirurgia<br />
Em Cirurgia, há 14 camas de<br />
mulheres e 21 de homens.<br />
A sala de operações é acanhadíssima:<br />
nada funcional.<br />
6.3 Serviços de especialidade<br />
Funciona raríssimas vezes no<br />
.. ano consulta de Otorrinolaringologia.<br />
Com alguma regularidade a de<br />
Oftalmologia.<br />
Existem as seguintes camas<br />
para especialidades:<br />
a) Doenças infecto<br />
-contagiosas............................... g<br />
b) Maternidade................... 8<br />
6.4 Serviços Auxiliares de Diagnóstico<br />
e Terapêutica<br />
O Hospital dispõe apenas de:<br />
a) Fisioterapia (5 aparelhos<br />
quase todos em mau estado).<br />
O funcionamento<br />
também é mau por o ser-<br />
viço dispôr apenas de um<br />
cubículo.<br />
b) Radiodiagnóstico - aparelho<br />
de 300 000 amperes<br />
em boas condições. Faz<br />
serviço mesmo para doentes<br />
externos, dando rendimento<br />
ao Hospital;<br />
c) Laboratório de análises;<br />
d) Sangue.<br />
6.5 Tabelas de Serviços Clínicos<br />
Tratamentos no Banco.... 2$50<br />
Consultas externas ......... 10$00<br />
Internamento:<br />
a) pensionistas de 1.ª classe<br />
· (quartos) 70$00 e 60$00<br />
mais honorários, sendo a<br />
1 . a visita paga por 20$00 e<br />
as subsquentes a 10$00;<br />
b) pensionista de 2. a classe<br />
(quartos) 50$00 e 40$00 1.ª<br />
visita 15$00, outras 10$00;<br />
c) pensionistas de 3.ª classe -<br />
20$00 e honorários clínicos,<br />
sendo a 1. a visita a<br />
10$00 e as subsquentes a<br />
7$50; a estes doentes são<br />
ainda debitados os medicamentos,<br />
os serviços operatórios<br />
(com . 10°/o de desconto)<br />
e os. meios de diagnóstico!<br />
...<br />
d) Porcionistas, diárias de<br />
2$50 a 15$00 e 20$00 por<br />
mês - ou fracção de 5 dias<br />
- por honorários clínicos e<br />
30$00, por igual período<br />
para medicamentos. Os<br />
dos escalões D e E pagam<br />
as ta>
EQUIPAMENTOS· • LIVROS •TECNOLOGIAS<br />
novo o<br />
••<br />
EQUIPAMENTOS • LIVROS •TECNOLOGIAS<br />
E.U.A.<br />
Swan-Ganz® Paceport Catheter<br />
Chandler Transluminal V-Pacing Probe<br />
Catéter Swan-Ganz® para<br />
medição de débitos cardíacos<br />
por termodiluição com lúmen<br />
ventricular para introdução de<br />
American Edwards Laboratories, Santa Ana<br />
Cardiomed, Lda.<br />
sonda de pacing.<br />
Sonda para pacing ventricular<br />
através de catéter Swan<br />
Ganz ® de termodiluição.<br />
!TAL/A<br />
Teste Sorin ETl-HTLV-111-K<br />
Teste para pesquisa de anticorpos<br />
contra o vírus HTLV-111<br />
(Human T-Lymphotropic Virus,<br />
Tipo Ili)<br />
Método ELISA<br />
Amostras de soro e plasma<br />
Microplates, 5x 96 por kit<br />
Extremamente rápido. Concebido<br />
para despiste massivo,<br />
devido à fácil manipulação e<br />
rapidez de resultados.<br />
Alta sensibilidad-e: 99,6'}o.<br />
Altamente específico: 99,7%.<br />
Disponível em kit para 480<br />
testes.<br />
Sorin Biomedica (Grupo FIAT)~<br />
Saluggia, Turim<br />
Hemoportugal, Lda.<br />
R.F.A.<br />
Máquina de lavar<br />
- -<br />
vidraria de laboratório<br />
Especialmente concebida para<br />
a lavagem, desinfecção e secagem<br />
de toda a vidraria, com<br />
a utilização de um grande<br />
sortido de cestos e complementos<br />
de acordo com o tipo<br />
de vidraria.<br />
Miele & Cie, Gütersloh<br />
Miele Portuguesa, Lda.<br />
PORTUGAL<br />
Carro de pensos<br />
Ref.: 6.1.211<br />
Carro para tratamento de<br />
doentes acamados, destinado<br />
a percorrer as enfermarias<br />
para tratamentos, pensos, injecções<br />
e pequenas cirurgias,<br />
ou ocorrer a ·emergt··ncias mo- .<br />
mentâneas durante o interna-<br />
. menta. O seu tam o em aço<br />
inox com rebordo, permite que<br />
seja usado com assepsia para<br />
colocação de instrumentos.<br />
Nesse mesmo tampo e no<br />
imediatamente inferior, um varandim<br />
permite o transporte de<br />
frascos e objectos usados nos<br />
tratamentos. Um balde de<br />
pensos amovível e com tampa<br />
de pedal, serve para a recolha<br />
de pensos usados, desperdí-<br />
cios e objectos inúteis. A sua<br />
polivalência como unidade de<br />
serviço paramédico, confere<br />
-lhe grande utilidade, principalmente<br />
em enfermarias.<br />
Metalúrgica da Longra, Lda.<br />
Metalúrgica da Longra, Lda.<br />
EU.A.<br />
Surgilene®<br />
Polipropileno monofilamento<br />
de alta flexibilidade<br />
Segurança no nó<br />
Fácil manuseamento<br />
Agulhas A TRAUMATIC<br />
Cardiosonic<br />
Esteta-amplificador acústico.<br />
Com eleviida capacidade,<br />
Cardiosonic produz sinais amplificados<br />
sem distorção devido<br />
ao sistema não electrónico e<br />
novo tipo de diafragma. Permite<br />
a auscultaçao sem despir o<br />
·doente. Filtra o ruído ambiente.<br />
Funciona em sistema<br />
mecânico-acústico, sem partes<br />
móveis e electrónicas.<br />
Garantia: 5 anos.<br />
R.F.A.<br />
Cystofix<br />
Sei para a drenagem vesical suprapúbica percutânea<br />
Sistema fechado estéril. Minimiza<br />
o perigo de infecção e<br />
evita os traumatismos uretrais.<br />
Agulha de punção fendível.<br />
Catéter de poliuretano com<br />
efeito de memória na ponta,<br />
permitindo o auto-enrolamento.<br />
Permanência prolongada. Controlo<br />
simultâneo da micção<br />
espontânea. Estéril, apirógeno,<br />
em "peel-pack" individual.<br />
FRANÇA<br />
Coro li e<br />
Calçado de abertura total para<br />
, pés doentes ou deficientes<br />
motores.<br />
Composição: tecido poliamídico<br />
com sola em PVC.<br />
Características:<br />
100% lavável e secagem durante<br />
24 horas em forma que<br />
acompanha o calçado.<br />
Palmilha amovível permitindo a<br />
utilização de palmilha ortopé-<br />
dica.<br />
A " alma" da sola devido à<br />
sua composição (poliestireno)<br />
permite alijeirar a sola na sua<br />
parte posterior e assegurar um<br />
melhor equilíbrio.<br />
O salto é compensado de<br />
2 cm assegurando um bom<br />
equilíbrio estático e dinâmico.<br />
O sistema de fecho é tipo<br />
"velcro" garantido para 10 000<br />
aberturas. Nalguns modelos,<br />
com fecho "eclair" na parte<br />
posterior.<br />
Apresentação: Bota e Sapato<br />
em castanho e azul escuro.<br />
N.ºs do 35 ao 44.<br />
Davis & Geck, lnc., Wayne--<br />
Biosources lnternational, lnc., Califórnia<br />
B. Braun-Melsungen<br />
B. Braun Dexon (Portugal), Lda.<br />
Pentafarma<br />
MC -<br />
Material Clínico, Lda.<br />
ESPANHA<br />
R.F.A.<br />
E.V.A.<br />
Módulo de Normo-Hipotermia li<br />
Enzymun-Test® AFP<br />
Proximate * ILP<br />
Fruto de uma longa expe-<br />
. riência no campo da circulação<br />
extra-corpórea e muito especialmente<br />
como fabricante de<br />
aparelhos para Normo-hipote<br />
rm ia, o novo módulo de<br />
Normo-Hipotermia li é o sistema<br />
tecnologicamente mais<br />
avançado à disposição do<br />
perfusionista, um produto que<br />
reúne a comodidade e a máxima<br />
segurança, graças ao seu<br />
elevado nível tecnológico.<br />
Teste fotométrico para a determinação<br />
quantitativa da alfa-1-<br />
~ fetroproteí na.<br />
A Boehrir'lger Mannheim acaba<br />
de lançar no mercado português<br />
o seu teste para a determinação<br />
da a - fetoproteína.<br />
Este teste, que se baseia no<br />
princípio ELISA, vem aumentar<br />
o programa imunológico da<br />
Boehringer Mannheim, permitindo<br />
a determinação da a- fetoproteína<br />
por todos os laboratórios.<br />
Sistema Agrafador lntraluminal<br />
Descartável<br />
Permite, pelo posicionamento<br />
dos agrafos, obter um lúmen<br />
máximo.<br />
Disponível nos tamanhos 21,<br />
25, 29 e 33 mm.<br />
Concebido para fácil extracção.<br />
Palex, Barcelona<br />
MC -<br />
Material Clínico, Lda.<br />
_-.---::--- ~-·-<br />
Boehringer Mannheim GmbH, Mannheim<br />
Boehringer Mannheim - .Ferraz Lynce, Lda.<br />
Ethicon U.S.A., Somerville<br />
Johnson & Johnson, Lda.<br />
(Divisão Ethicon)<br />
fD<br />
Laboratoires Pharmaceutiques Caducée, lille<br />
Farimpor, Lda.
o s HOSPITAIS DISTRITA I S<br />
H Á 2 5 A N O S<br />
CONTINUAÇAO DA PAGINA 47<br />
O tf OSPITAL · DE BRAGANÇA<br />
privativa e uma capela no Hospital,<br />
assegurando o culto com o seguinte<br />
pessoal:<br />
1 capelão-mor.............. 550$00<br />
1 capelão auxiliar......... 500$00<br />
1 sacristão ançjador (a) 400$00<br />
com alojamento<br />
(a) Encarregado de convocar os ·<br />
Irmãos. ·<br />
11. Aspirações Imediatas da<br />
Mesa<br />
Desejaria a Mesa que fosse estudada<br />
e legislada uma solução no<br />
sentido de o condenado por ofensas<br />
corporais ser obrigado a pagar<br />
imediatamente ao Hospital que<br />
prestou assistência ao ofendido.<br />
Conta que· seja construído brevemente<br />
o novo edifício hospitalar.<br />
Novembro de ~959<br />
- Dr. Augusto Mantas<br />
- M. A. Cunha e Silva<br />
- Dr. Renato Cantista<br />
- Dr. Rogério Beatriz .<br />
INDICAÇÕES<br />
AOS AUTORES<br />
«GESTÃO HOSPITALAR» é uma<br />
publicação trimestral de divulgação técnico-científica,<br />
opinião, actualidade e<br />
informação profissional. Embora se·<br />
dirija particularmente aos gestores hospitalares,<br />
pretende igualmente responder<br />
a todo o público interessado em<br />
problemas ·de saúde, designadamente<br />
médicos, engenheiros hospitalares e<br />
enfermeiros.<br />
A revista aceita colaboração diversificada,<br />
desde artigos de investigação e<br />
estudos orrginais até comentários, notícias,<br />
textos literários e mesmo trabalhos<br />
fotográficos. ·Os originais recebidos<br />
serão avaliados pelo Conselho<br />
Redactorial, a quem cabe decidir a sua<br />
aceitação ou recusa, consoante lhes<br />
reconheça ou não mérito suficiente ...<br />
NORMAS<br />
PARA APRESENTAÇÃO<br />
DOS MANUSCRITOS<br />
Os textos deverão:<br />
- apresentar-se dactilografados em<br />
papel normalizado (fornecido pela<br />
A.P.A.H.), ou em papel formato A4,<br />
dactilografado a dois espaços, 25 linhas<br />
com 60 batidas cada. Cada folha<br />
deverá ser numer!=tda no canto superior<br />
direito.<br />
- Ser acompanhados por uma cópia.<br />
- Todos os originais deverão ser<br />
enviados para a redacção da .revista -<br />
Hospital Pediátrico - Av. Bissaia Barreto<br />
- 3000 COIMBRA<br />
Os autores deverão ainda:<br />
- Preceder o texto de uma primeira<br />
folha (folha de rosto) em que conste o<br />
título do artigo (que deverá ser curto),<br />
o(s) nome(s) do(s) autor(es), formação<br />
profissional, cargo e actividade que<br />
50<br />
desempenha, outras qualificações e<br />
morada para troca de correspondência.<br />
- Apresentar além do texto, um<br />
resumo do mesmo, que não exceda as<br />
200 palavras e que contenha a razão,<br />
objectivos e principais conclusões do<br />
trabalho. O resumo terá obrigatoriamente<br />
de ·ser traduzido em Inglês e<br />
facultativamente em Francês . .<br />
- Evitar abreviaturas ou siglas. Se<br />
utilizadas incluir a respectiva chave, de<br />
preferência no princípio.<br />
ILUSTRAÇÕES<br />
Os gráficos, quadros e outras ilustrações<br />
deverão estar em separado do<br />
texto, numerados e devidamente referenciados<br />
no mesmo (preferencialmente<br />
a preto e branco). As fotografias<br />
deverão ter boa qualidade devidamente<br />
identificadas no verso e acom-<br />
B. BRAUN DEXON<br />
BULL E CEBIT<br />
BURROUGHS<br />
cn FARIMPOR w<br />
t-<br />
z GAMBRO<br />
- JOHNSON & JOHNSON<br />
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Gabinete de Informações Técnicas<br />
Rua José Magro, Lote 4-T<br />
1300 LISBOA ..<br />
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e Edições, Lda.<br />
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•<br />
Se pretende<br />
inf armações<br />
1 mais detalhadas<br />
acerca dos produtos<br />
anunciados<br />
nesta revista,<br />
que se encontram<br />
assinalados<br />
com um círculo<br />
numerado,<br />
leia o verso<br />
desta página.<br />
,.<br />
DIVISÃO<br />
OSTOMIA<br />
Fornecendo<br />
e desenvolvendo<br />
sistemas, produtos e técnicas<br />
ao serviço do<br />
paciente ostomizado.<br />
DIVISÃO<br />
FLUIDOTERAPIA<br />
Especializada na<br />
terapêutica das alterações<br />
do metabolismo hidro-electrolítico,<br />
soluções especiais<br />
e na nutrição enteral<br />
e parenteral.<br />
DIVISÃO<br />
CARDIO<br />
Centrada nos<br />
procedimentos e<br />
sistemas cirúrgicos da mais<br />
avançada bioengenharia<br />
médica, em especial a<br />
cardiocirúrgica.<br />
Somos B. Brau,n.<br />
Estamos em Portugal~<br />
A seu lado.<br />
Sempre perto.<br />
, Sempre prontos.<br />
DIVISÃO<br />
HIGIENE<br />
Dedicada à prevenção<br />
da infecção hospitalar<br />
com investigação, técnicas<br />
e métodos para conseguir uma<br />
adequada política de<br />
assepsia, especialmente<br />
nos serviços<br />
de alto risco.<br />
DIVISÃO<br />
CUIDADOS ·CLÍNICOS<br />
Especializada em<br />
dispositivos e<br />
meios adequados às<br />
principais terapêuticas cl ínicas,<br />
como a cateterização<br />
de vasos e cavidades<br />
anatómicas, respiração,<br />
diagnóstico e outras.<br />
DIVISÃO<br />
HEMODEPURAÇÃO<br />
Cobre o campo<br />
das terapêuticas da<br />
depuração do sangue<br />
por meios<br />
extracorpóreos.<br />
Praceta Simões Almeida Júnior, 11 · 2745 QUELUZ · PORTUGAL Telefones: 437 63 85 - 437 63 60 - 437 63 35 · Telefax: 437 64 1 O
1 ... .. .<br />
·.·.·.·.·.·.·.·.·.·•·.·.·.·.·.·.·.·•·.·.·.·.·.·.·.•.•.·.·.·.·.·.·.••·•·.•••.•.•.•.·.·.·.·.·•·•·.•.·.·.·.·••••••.••·.·.••·.·••.·.·..·•·•·.·.••·.·.·.·.·.·•·.·.••••·.·.·.·.·.·····•·•···•···· ·:·:· ·:·:·<br />
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ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ADMINIS 1 RADORES HOSPITALARES<br />
O 5. º Congresso<br />
da Associação<br />
Europeia<br />
de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es<br />
- Ao encerrar, solene- representação do Hospital<br />
mente, na tarde do dia 21 de de S. João no Porto, pelo,<br />
Setembro de <strong>1984</strong>, com a agora sócio número 1 da<br />
presença e a intervenção do A$sociação Portuguesa de<br />
senhor ministro da Saúde, Administradores Hospitaladeixava<br />
cumpridos um bri- res, dr. Sá Ferreira, na data<br />
lhante programa científico e administrador-geral ~do Hosum<br />
aliciante programa social pital referido e ainda mem<br />
(este a prolongar-se até ao bro passivo (e, portanto, a<br />
dia 22), abrangendo, ainda, título pessoal) da Associatodo<br />
um empenhamento e ção Europeia de Administraum<br />
esforço de organização dores <strong>Hospitalar</strong>es (desde<br />
no sentido de trazer a Portu- 1972). Como curiosidade se<br />
gal a mais expressiva mani- regista o ofício · n. º 6932,<br />
festação da Associação Eu- SMi.S.J., de &'&'980, subsropeia<br />
de Administradores crito por Eduardo Sá Ferrei<br />
<strong>Hospitalar</strong>es.<br />
ra, solicitando ao presidente<br />
Dessa realização faremos do Conselho de Administrauma<br />
breve resenha - da ção da A.E.AH., que fosse,<br />
história e dos números. oficialmente, apresentada,<br />
O 5.º Congresso da na próxima Assembleia<br />
A.E.A.H. teve a antecedê-lo, -Geral, a candidatura do<br />
na história da mesma, cuja H.S.J. - e na sequência de<br />
constituição remonta a 1972, contactos pessoais estaos<br />
Congressos de Stras- belecidos, por ocasião do<br />
· bourg - (1976), Bruges Congresso de Barcelona,<br />
(1978), Barcelona (1980) e entre o proponente e o presi<br />
Klagenfurt (1982).<br />
dente daquele Conselho de<br />
A data da candidatura de Administração - à realização<br />
Portugal para a realização do 5. º Congresso.<br />
deste 5. º Congresso, o nos- Na reunião do Conselho<br />
so país não era, ainda, de Administração de Sion<br />
membro activo da Associa- (191091980), é aceite, com<br />
ção Europeia de Administra- reservas, esta candidatura.<br />
dores <strong>Hospitalar</strong>es, dado As reservas ficam a deverque,<br />
nesta, a representação -se à situação, no tempo, do<br />
se faz pelas respectivas As- Congresso. Acerta-se para o<br />
sociações nacionais. Em período do Outono de <strong>1984</strong><br />
Portugal, com efeito, só em a realização do Congresso e<br />
Março de 1982, se constitui o Conselho de Administra<br />
ª Associação Portuguesa de ção reunido em 121O&'981<br />
Administradores Hospitala- (Strasbourg) aceita, definitires,<br />
vindo a integrar, como vamente, a candidatura,<br />
16.º país aderente, aquele posteriormente (1V091981)<br />
Organismo Europeu, em 1 &' ratificada pela ·Assembleia<br />
911982, aquando da realiza- Geral de Estocolmo, onde é<br />
ção da Assembleia Geral de apresentado o 1. º esboço do<br />
Klagenturt.<br />
programa do Congresso.<br />
E como curiosidade,<br />
A candidatura de Portugal ainda, na sequência da correspondência,<br />
é feita, pois, a título individual<br />
entretanto,<br />
e pessoal, embora em trocada, é, abordada, pela<br />
primeira vez, a hipótese de<br />
Portugal aderir, como membro<br />
activo, à A.E.AH., para<br />
tanto se impondo que os<br />
Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />
Portugueses se constituíssem<br />
em Associação ( of. º<br />
E. BU/SJ. Strasbourg V091<br />
981, Gabriel George Secretaire<br />
General).<br />
Já na Assembleia Geral<br />
de Reims, a 14" O&' 982, são<br />
apresentadas<br />
informações<br />
mais precisas sobre o 5. º<br />
Congresso, com data fixada<br />
para 20 e 21 de Setembro,<br />
ficando reservado o dia 19<br />
para as reuniões do Conselho<br />
de Administração (manhã)<br />
e da Assembleia Geral<br />
estatutária (tarde), realizadas<br />
no mesmo local e também<br />
sob a responsabilidade<br />
da organizaçao do Congresso.<br />
Todo o trabalho realizado,<br />
no sentido de efectuar em<br />
Portugal esta importante<br />
manifestação científica e social,<br />
estiveré) a cargo do dr.<br />
Sá Ferreira. No entanto,<br />
dada a necessidade de desenvolver<br />
uma estrutura de<br />
apoio adequada àquela organização<br />
é, primeiro, solicitado<br />
o dr. Ferreira da Silva,<br />
também do Hospital de S.<br />
João e, posteriormente, o dr.<br />
Moreno Rodrigues, Administrador-Geral<br />
do Hospital de<br />
Santo António. Os três -<br />
sócios da A.P.A.H. - constituíram<br />
a Comissão de Organização<br />
do 5.º Congresso da<br />
A. E.A. H., dando a expressão<br />
definitiva ao programa já<br />
delineado, a pártir de Janeiro<br />
de <strong>1984</strong>.<br />
Assim, já na reunião do<br />
Conselho de Administração<br />
de Strasbourg (4" O&' 984),<br />
para a qual foi convidada, a<br />
Comissão de Organização<br />
apresentou o programa preliminar<br />
- científico e social -<br />
do Congresso (e das reuniões<br />
do Conselho de Administração<br />
e da Assembleia<br />
Geral).<br />
É a partir desta data que<br />
se dá início a uma série de<br />
acções, sucessivas ou simultâneas:<br />
inscrições de<br />
congressistas; promoção do<br />
Congresso junto dos meios<br />
de Comunicação Social, incluindo<br />
as revistas nacionais<br />
e estrangeiras, vocacionadas<br />
para a problemática<br />
hospitalar e da saúde; contactos<br />
com entidades públicas<br />
e particulares e com<br />
variadas instituiÇPes ou pessoas,<br />
visando os apoios logísticos<br />
necessários; recepção<br />
das comunicações ·a<br />
apresentar e sua duplicação<br />
nas três línguas oficiais do<br />
Congresso, etc., etc ..<br />
Movimentou este 5.º Congresso<br />
dezenas de tipos de<br />
impressos diferentes; teve,<br />
para além da colaboração<br />
de entidades públicas e privadas,<br />
o apoio e o trabalho<br />
(pontual ou permanente) de<br />
três dezenas de pessoas,<br />
bem como o esforço e dedicação<br />
da Associação Portuguesa<br />
de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es.<br />
Ao despedirem-se do<br />
Porto e de Portugal e do 5.º<br />
Congresso da Associação<br />
Europeia de Administra.;<br />
dores <strong>Hospitalar</strong>es (a<br />
grande maioria na noite de<br />
22 de Setembro de <strong>1984</strong>,<br />
encerramento do programa<br />
social) os 314 Congressistas<br />
e os 138 Acompanhantes<br />
provindos de: Alemanha<br />
(49), Áustria (22), Bélgica<br />
(41), Dinamarca (21), Espanha<br />
(35), França (28), Holanda<br />
(67), Inglaterra (2),<br />
Itália (22), Noruega (2), Suécia<br />
(2), Suíça (11) e Portugal<br />
(150) - levaram, de certeza,<br />
uma nota de reconhecimento<br />
(e muitos a expressaram)<br />
pela sua participação<br />
e pela organização deste<br />
Congresso, dado que os objectivos<br />
foram conseguidos:<br />
chamar a atenção dos participantes<br />
e do público em<br />
geral para problem,as extremamentes<br />
importantes da<br />
Saúde e das lnstittJições<br />
<strong>Hospitalar</strong>es, trocar experiências,<br />
reviver e criar amizade,<br />
prestigiar a Associação<br />
Europeia de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es e a Administração<br />
<strong>Hospitalar</strong> Portuguesa,<br />
e dignificar o País.<br />
1
Congresso Europeu de Administradores <strong>Hospitalar</strong>es<br />
SOMOS FORÇAD0S A GERIR HOSPITAIS<br />
SEM CONHECER RECURSOS<br />
FINANCEIROS<br />
- afirmou o presidente da Associação Portuguesa,<br />
Santos Cardoso<br />
••<br />
'<br />
• •<br />
ccSubslste ainda entre nós a dúvida se todos os<br />
responsáveis políticos da jovem democracia portuguesa<br />
conquistada com o 25 de Abril de 1974 têm<br />
plena consciência da necessidade de um corpo<br />
proflsslonal de administradores hospitalares», disse<br />
o presidente da Associação Portuguesa de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es na abertura do V Congresso<br />
Europeu da classe.<br />
O presidente da Associação<br />
Portuguesa de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es, Santos<br />
Cardoso, acrescentou<br />
que «a recém-nascida carreira<br />
enfrenta ainda obstáculos<br />
constituídos pelo receio<br />
que outras carreiras<br />
profissionais sentem o incómodo<br />
que esta pode causar<br />
à tradicional quietude charcosa<br />
dos habituais amadorismos<br />
e improviso portugueses<br />
amadorismo ainda<br />
vantajoso para alguns».<br />
Num discurso de duas mil<br />
palavras, Santos Cardoso<br />
defendeu ainda a necessidade<br />
de os «hospitais constituírem<br />
entidades com administração<br />
autonomizada<br />
do Estado, na tendência clara<br />
de serem pessoas colectivas<br />
públicas com autonomia<br />
administrativa e financeira e<br />
dotadas de administração indirecta».<br />
Esta autonomia está consagrada<br />
na legislação em<br />
yigor, como aliás também o<br />
referiu Santos Cardoso,<br />
mas, e para citar ainda as<br />
palavras deste administrador<br />
hospitalar (Hospital Pediátrico<br />
de Coimbra). «da<br />
doutrina e das próprias leis<br />
portuguesas à prática vai<br />
uma grande distância, também<br />
infelizmente habitual<br />
entre nós».<br />
Quase no fim do discurso,<br />
Santos Cardoso interrogava<br />
-se, sem resposta, pelo futuro<br />
da gestão dos hospitais,<br />
«quando não se conhecem à<br />
partida os recursos financeiros»,<br />
«quando a quase totalidade<br />
não dispõe de regulamentos<br />
internos»,<br />
«quando estão quase impossibilitados<br />
de rever os<br />
seus inadequados quadros».<br />
«O que se pode fazer em<br />
gestão de pessoal quando<br />
um simples contrato de aquisição<br />
eventual de serviços<br />
tem de ser validado por despacho<br />
ministerial?, interrogou<br />
Santos Cardoso que<br />
também acusou os órgãos<br />
de tutela de «não estabelecerem<br />
planos e programas<br />
de acção, não definirem as<br />
normas e critérios de actuação<br />
hospitalar e não avaliarem<br />
os resultados obtidos e<br />
a qualidade dos cuidados<br />
prestados à população».<br />
O tema deste 5. º Congresso<br />
Europeu 'de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es, que ontem<br />
começou e hoje termina<br />
em Espinho com a participação<br />
de 450 congressistas de<br />
16 países, é pois um dos<br />
mais oportunos para a realidade<br />
portuguesa: «Planificação<br />
interna e financiamento,<br />
e direcção hospitalar por objectivos<br />
».<br />
O confronto entre a realidade<br />
do que se passa na<br />
maioria dos países europeus<br />
e do que se passa em Portugal<br />
em matéria de financiamento<br />
e planificação dos<br />
hospitais foi doloroso de ouvir<br />
durante a primeira sessão<br />
de comunicações deste<br />
Congresso, ao qual estão a<br />
assistir representantes do<br />
Presidente da República e<br />
do ministro da Saúde.<br />
Estas presenças, se não<br />
se limitarem a ser protocolares,<br />
poderão ser benéficas<br />
para que se comece a atacar<br />
e tente irradicar todas as<br />
doenças que afligem o bom<br />
funcionamento dos hospitais<br />
portugueses, alguns administrados<br />
por profissionais<br />
que são contratados a prazo,<br />
como nos disse Santos<br />
Cardoso.<br />
Mas este Congresso é<br />
particularmente importante<br />
para os próprios administradores<br />
hospitalares que lutam<br />
para que esta carreira seja<br />
reconhecida e assegurada<br />
por profissionais· com habilitação<br />
científica adequada e<br />
sob um estatuto com normas<br />
de ingresso e de acesso<br />
baseadas em critérios de<br />
mérito, como também sublinhou<br />
o presidente da Associação<br />
Portuguesa de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es.<br />
Os actuais administradores<br />
hospitalares portugueses<br />
estão não só preocupados<br />
com os problemas<br />
inerentes à gestão dos hospitais<br />
como também com a<br />
própria dignificação e reconhecimento<br />
da carreira que<br />
em Portugal só há uma dezena<br />
de anos começou a<br />
autonomizar-se.<br />
Não vai muito longe o<br />
tempo em que todos, Misericórdias,<br />
Faculades de Medicina,<br />
fundações, câmaras,<br />
instituições de previdência,<br />
desejavam administrar hospitais<br />
e se consideravam capazes<br />
de o fazer, como referiu<br />
há tempos Coriolano<br />
Ferreira, catedrático da Escola<br />
Nacional de Saúde Pública<br />
e o grande impulsionador<br />
da carreira profissional<br />
de administrador hospitalar.<br />
Esse tempo não mudou<br />
ainda totalmente, mas a realização<br />
em Portugal deste 5.º<br />
Congresso Europeu de Administradores<br />
<strong>Hospitalar</strong>es<br />
poderá ajudar à compreensão<br />
de que o «amadorismo<br />
faz correr riscos graves qualquer<br />
que seja o seu fundamento»,<br />
para citar ainda<br />
uma frase de Coriolano Ferreira<br />
sobre a administração<br />
hospitalar.<br />
Quanto ao resto, às questões<br />
do financiamento intimamente<br />
ligadas à gestão<br />
dos hospitais, elas não se<br />
solucionarão só pelo facto<br />
de se reconhecer inequivocamente<br />
a existência de<br />
uma carreira profissional de<br />
administrador hospitalar que<br />
exija um curso superior próprio.<br />
Disto estão os administradores<br />
hospitalares portugueses<br />
certos.<br />
O<br />
• •<br />
j ~J'J_Jj d<br />
.. t WWW W"'I -<br />
.,, ...... ., ...... _. ,<br />
O critério de selecção dos temas tratados neste JORNAL consiste, essencialmente, no Interesse que possam vir a ter para<br />
desenvolvlmento e publicação na própria Revista. -<br />
São, assim, benvlndos ·pequenos relatos e notícias relativos a experiências em curso ou a quaisquer eventos de Interesse<br />
geral.<br />
Na secção ccPubllcações Recebidas» noticiaremos cr~lcamente as obras de que seja enviado gratuitamente um exemplar, e<br />
que farão parte da blblloteca da APAH que se está a constituir .<br />
2
Monitores instalados em Portugal<br />
(30/06/85)<br />
COIMBRA<br />
PONTA DELGADA<br />
Cancho 17 Hospital Distrital<br />
Hospital da Universidade 8<br />
PORTALEGRE<br />
COSTA DA CAPARICA<br />
Diálise em casa 1<br />
Hospital Distrital<br />
PORTO<br />
Centro Médico de Doenças Renais<br />
ÉVORA<br />
Centro Renal<br />
Hospital Distrital 4 Clínica Central do Bonfim<br />
Hospital de Crianças Maria Pia<br />
Hospital de Santo António<br />
FUNCHAL<br />
Hospital de S. Francisco<br />
Hospital Distrital 8<br />
RIBA D'AVE<br />
GUARDA<br />
Egidial 12<br />
LISBOA<br />
D. R. D'.<br />
SETÚBAL<br />
Hospital Distrital<br />
Clínica de Doenças Renais 14 VILA DO CONDE<br />
Hospital da Cruz Vermelha 19<br />
Hospital Curry Cabral 8<br />
D. R. D.<br />
Hospital de Santa Cruz 13<br />
Hospital de S. José - U.M. 2* VISEU<br />
Nefroclínica 7 Visodial<br />
TOTAL 230 MONITORES gambro<br />
5<br />
3*<br />
8<br />
10<br />
20<br />
3<br />
11<br />
11<br />
12 *<br />
5<br />
16<br />
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