22.02.2018 Views

Gestão Hospitalar N.º 9 2017

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Se a importância da informação de gestão da contabilidade analítica fosse<br />

efetivamente reconhecida, poderia ser possível aos Hospitais, no âmbito do sistema<br />

de Business Intelligence já existente na maior parte deles, e em função dos seus<br />

recursos disponíveis, desenvolver uma plataforma para automatizar todo o processo<br />

de apuramento e divulgação dos dados da contabilidade analítica, fornecendo os<br />

elementos quantificados e desdobrados, permitindo a cada responsável conhecer,<br />

para a sua Unidade Orgânica, os custos unitários dos serviços prestados.<br />

tica, para além de estar operacional em poucos hospitais,<br />

apresenta divergências de informação muito relevantes, de<br />

tal forma que uma das 28 recomendações efetuadas pelo<br />

grupo é precisamente a “implementação de um sistema<br />

de contabilidade uniformizado entre entidades do SNS”. O<br />

estudo pode ser consultado em http://www.apca.com.pt/<br />

documentos/2015/Avaliacao_situacao_nacional_blocos_<br />

operatorios_Outubro2015.pdf<br />

Por outro lado, o apuramento da contabilidade analítica<br />

é efetuado com recurso a folhas de excel com uma carga<br />

administrativa e manual demasiado elevada, o que poderá<br />

estar a contribuir para o desinteresse da maior parte<br />

dos Hospitais nesta ferramenta.<br />

Se a importância da informação de gestão da contabilidade<br />

analítica fosse efetivamente reconhecida, poderia<br />

ser possível aos Hospitais, no âmbito do sistema de Business<br />

Intelligence já existente na maior parte deles, e em<br />

função dos seus recursos disponíveis, desenvolver uma<br />

plataforma para automatizar todo o processo de apuramento<br />

e divulgação dos dados da contabilidade analítica,<br />

fornecendo os elementos quantificados e desdobrados,<br />

permitindo a cada responsável conhecer, para a sua Unidade<br />

Orgânica, os custos unitários dos serviços prestados.<br />

Por automatização, entenda-se a recolha, via interfaces,<br />

de toda a informação necessária das diversas aplicações<br />

informáticas existentes no Hospital, a distribuição mediante<br />

tabelas e critérios previamente definidos, dos custos<br />

indiretos aos diversos centros de custos, o apuramento<br />

dos custos unitários com uma periodicidade mensal e a<br />

disponibilização para consulta dos interessados na plataforma<br />

do Business Intelligence. Os custos unitários seriam<br />

apurados como um todo para o Hospital, mas também para<br />

cada uma das suas Unidades Orgânicas, o que se tornaria<br />

de grande utilidade para a gestão intermédia. Igualmente<br />

importante seria a decomposição automática do custo unitário<br />

apurado e a possibilidade de efetuar comparações entre<br />

Centros de Custos e entre períodos anteriores.<br />

Por último, a possibilidade de exportar os dados para<br />

excel permitindo efetuar o tipo de análise que melhor se<br />

ajustar às necessidades de informação dos responsáveis<br />

pelas Unidades Orgânicas.<br />

É certo que existem outros modelos de custeio eventualmente<br />

mais evoluídos que a contabilidade analítica,<br />

como por exemplo o Custeio Baseado em Atividades (Custeio<br />

ABC) muito utilizado pela indústria mas, na minha<br />

opinião, de muito difícil aplicação num Hospital, uma vez<br />

que presta serviços de elevada complexidade, sustentados<br />

por um conjunto enorme e diversificado de atividades<br />

envolvendo múltiplos intervenientes. Para além de difícil,<br />

a sua implementação seria extremamente dispendiosa<br />

pelos recursos que seria necessário afetar, e o valor da<br />

informação que este sistema de custeio poderia acrescentar,<br />

não compensaria esses custos.<br />

Por outro lado, a contabilidade analítica tem condições<br />

para dar resposta à Norma de Contabilidade Pública (NCP)<br />

27 relativa à Contabilidade de <strong>Gestão</strong>, publicada no Anexo<br />

II ao Decreto-Lei 192/2015 de 11 de setembro. Este Decreto-Lei<br />

refere-se ao SNC-AP, Sistema de Normalização Contabilística<br />

da Administração Pública. No ponto 36 da NCP<br />

27 é referido que no caso do subsetor da saúde, devem<br />

ser obtidos mapas de informação, indicando o custo direto<br />

e indireto e o respetivo rendimento associado (se existir),<br />

por cada: (a) Unidade/estabelecimento de saúde; (b) Dia de<br />

Internamento; (c) Consulta; (d) Sessão; (e) Doente intervencionado;<br />

(f) Exame/análise; (g) Outros.<br />

Concluíndo, estou em crer que a atualização do PCAH<br />

com definição de critérios uniformes de imputação de custos,<br />

a “institucionalização” desta ferramenta de gestão em<br />

todos os Hospitais e a implementação de uma aplicação<br />

informática (de suporte à contabilidade analítica) comum<br />

e, eventualmente, centralizada como já acontece com outras<br />

aplicações da saúde, poderia contribuir para uma melhor<br />

gestão interna destas Instituições, para uma melhor<br />

monitorização central do desempenho individual de cada<br />

uma, para um melhor planeamento dos recursos e, por<br />

inerência, para uma maior responsabilização da gestão.<br />

40

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!