Revista Apólice #229
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elacionamento<br />
Critérios de avaliação<br />
Em 2016, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg),<br />
por meio de sua Comissão de Sustentabilidade e Inovação, realizou<br />
uma pesquisa entre as empresas associadas – que representam<br />
cerca de 80% do market-share do mercado segurador – para saber<br />
o nível de preocupação com as questões ambiental, social e de<br />
governança que elas têm na hora da contratação de fornecedores.<br />
No levantamento, 63% das seguradoras afirmaram que as<br />
boas práticas sociais e trabalhistas adotadas pelos prestadores<br />
de serviços são os maiores critérios que avaliam em seus fornecedores<br />
de serviços. Ainda aparecem nessa lista os riscos sociais<br />
e trabalhistas (53%), as práticas de respeito aos Direitos Humanos<br />
(também com 53%) e as boas práticas ambientais (40%). “Há anos,<br />
sequer contávamos que elas dessem importância para as práticas<br />
ambientais de um prestador”, lembra o presidente da Confederação,<br />
Marcio Coriolano.<br />
Segundo o documento, 37% das seguradoras entrevistadas<br />
analisam os históricos de casos de trabalho infantil, 33% consideram<br />
os riscos ambientais e outros 33% avaliam o histórico de casos de<br />
trabalhos análogos à escravidão. Apenas 30% das empresas não<br />
consideram os aspectos ambiental, social e de governança. “O<br />
que as seguradoras buscam para si, também buscam em seus<br />
fornecedores. O preço pode até ser mais caro, mas o prestador<br />
tem que obedecer a todas essas práticas”, ressalta.<br />
Para ele, o grande desafio e a grande necessidade é ter bons<br />
critérios para se contratar esse tipo de serviço. “É fundamental que<br />
o prestador tenha boa estrutura e esteja com os processos formalizados.<br />
Ao contratá-los, as seguradoras ajudam a levar essas boas<br />
práticas para um ambiente muito maior. E, embora a solução para<br />
um determinado tipo de serviço seja a terceirização, a seguradora<br />
precisa estar atenta que, na verdade, o cliente enxerga o prestador<br />
como a sua marca.”<br />
atividades. Essa<br />
adequação está<br />
cada vez mais<br />
minuciosa, onde<br />
as seguradoras<br />
aprovam com a<br />
Superintendência<br />
de Seguros<br />
Privados (Susep)<br />
produtos mais<br />
elaborados para<br />
cada segurado<br />
– como, por<br />
exemplo, os seguros<br />
empresariais<br />
(petshops,<br />
academias de<br />
ginástica, hotéis<br />
e clínicas), que<br />
❙❙Salvatore Lombardi Jr, da Argo<br />
possuem coberturas específicas e variação de taxa em<br />
relação ao CEP de risco, considerando a diferença de<br />
risco regional.<br />
Na Argo Seguros, os critérios de precificação são<br />
elaborados com base na experiência do mercado e da<br />
própria companhia para cada segmento em que atua.<br />
Esses critérios são monitorados pelos atuários em<br />
conjunto com o Head da Linha, com a participação<br />
dos subscritores. A aprovação final é dada pelo Chief<br />
Underwriter Office local e Global do Grupo baseado<br />
em Londres. Salvatore Lombardi Jr, diretor de Transportes<br />
e de Relacionamento com o Mercado, garante<br />
que esta não é uma tarefa simples.<br />
“Subscrever num mercado com ausência do estado<br />
e leis que não funcionam, especialmente quanto<br />
à receptação de mercadorias, é muito complicado”,<br />
diz o executivo.<br />
Propostas apresentadas no Senado visam dar mais<br />
rigor aos crimes de receptação. Hoje, a pena para quem<br />
conscientemente compra, recebe ou transporta mercadorias<br />
roubadas vai de um a quatro anos de prisão. Se<br />
a receptação se der com fim comercial ou industrial, é<br />
classificada como qualificada e a reclusão pode chegar<br />
a oito anos. Um dos projetos prevê que a pena para a<br />
receptação seja de dois a seis anos e, para a receptação<br />
qualificada, de cinco a dez. “Esperamos alterações nas<br />
leis no que tange à receptação de mercadorias. Mais<br />
atuação do estado no combate aos roubos e, no nosso<br />
caso, manteremos a nossa disciplina de subscrição”,<br />
afirma Salvatore.<br />
A empresa, que acompanha e monitora os prestadores<br />
de serviços constantemente, acredita que eles<br />
precisam aperfeiçoar a qualidade da informação e a<br />
agilidade nas respostas, visto que informações rápidas<br />
e precisas podem melhorar sensivelmente a subscrição<br />
dos riscos.<br />
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