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Ano 22<br />
Número 219<br />
Março 2017
editorial<br />
Ano 22 - nº 219<br />
Março 2017<br />
Esta revista é uma<br />
publicação independente<br />
da Correcta Editora Ltda<br />
e de público dirigido<br />
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Os artigos assinados são de responsabilidade<br />
exclusiva de seus autores, não<br />
representando, necessariamente, a<br />
opinião desta revista.<br />
A velha escola das técnicas de vendas ensinava os profissionais<br />
que quanto mais falassem e não dessem tempo para o consumidor<br />
pensar, melhor seriam seus resultados. Durante muito tempo<br />
o vendedor se esmerou em falar apenas sobre o produto e a<br />
empresa.<br />
Há algum tempo, o centro das atenções passou a ser a necessidade<br />
do cliente. O bom vendedor, agora, deve ouvir mais sobre<br />
a realidade do cliente, entender quais são suas carências, para<br />
poder oferecer um produto que esteja de acordo com as suas<br />
necessidades.<br />
O conhecimento técnico sobre os produtos continua a ser<br />
fundamental, para que (em nosso mercado) o corretor de seguros<br />
tenha a capacidade de identificar o que pode ser melhor para o<br />
cliente, não para o vendedor. Identificando esta necessidade é<br />
possível vender mais produtos para o mesmo cliente.<br />
Neste mês do consumidor, outro desafio é deixar o consumidor<br />
ainda mais satisfeito. A criação de novos produtos, como o seguro<br />
Auto Popular, esbarra, em algumas seguradoras, na questão<br />
jurídica. As companhias temem que haja uma judicialização do<br />
produto e que sejam obrigadas, na Justiça, a recuperar os veículos<br />
sinistrados com peças novas, o que inviabilizaria o produto. Nestas<br />
ações o cliente pode alegar que no momento da venda esta<br />
informação não tenha ficado bem esclarecida.<br />
É mais um desafio para o setor.<br />
Boa leitura!<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />
Diretora de Redação<br />
Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para redacao@revistaapolice.com.br<br />
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painel<br />
gente<br />
ouvidoria<br />
Somente em 2015, quase 70 mil reclamações chegaram<br />
às seguradoras brasileiras. As companhias<br />
mantêm departamentos autônomos para atender<br />
seus clientes<br />
rural<br />
A agropecuária é o setor que sempre carrega a esperança<br />
de retomada de crescimento no Brasil. Para o<br />
mercado de seguros a esperança na carteira também<br />
se renova<br />
previdência<br />
Com a reforma previdenciária, abrem-se as portas<br />
para as poupanças de longo prazo. A previdência<br />
privada desponta como um dos meios de se garantir<br />
estabilidade<br />
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imagem<br />
A chave para relações bem sucedidas está na comunicação.<br />
Sabendo disso, o mercado de seguros agora<br />
quer ampliar sua voz<br />
posse<br />
Silas Kasahaya assume o CVG-SP. Nova gestão focará<br />
na comunicação e na formação profissional, além de<br />
discutir o Universal Life e a reforma da previdência<br />
mulher<br />
Elas adquirem diferentes tipos de seguros e são mais<br />
focadas no benefício recebido. Por isso, as seguradoras<br />
desenham e aperfeiçoam produtos voltados ao<br />
público feminino<br />
comunicação<br />
4
5
painel<br />
• neconomia<br />
Reaquecendo os<br />
negócios<br />
Vários indicadores apontam para uma<br />
leve retomada do crescimento econômico,<br />
o que não significa uma recuperação rápida<br />
das perdas ocorridas nos últimos anos. No<br />
entanto, esses sinais indicam uma interrupção<br />
da queda e reversão das expectativas em relação<br />
às atividades em geral. Esse momento,<br />
de mudança de rumos com aquecimento<br />
econômico, é uma excelente oportunidade<br />
para os empresários pensarem na proteção<br />
de seus negócios.<br />
Segundo o presidente da Comissão de<br />
Riscos Patrimonais Massificados da FenSeg,<br />
Danilo Silveira, esse é o momento para se<br />
refletir sobre a proteção dos negócios para<br />
que, justamente num momento de recuperação<br />
e perspectivas de ganhos, não ocorra a<br />
paralisação da atividade ou perda total dos<br />
meios de produção.<br />
“Para gerenciar os riscos é preciso enxergar<br />
o que pode causar algum dano ou impor<br />
alguma perda ao negócio e tomar as medidas<br />
necessárias, entre elas a proteção por meio<br />
do seguro”, ressalta ele.<br />
Silveira destaca as principais coberturas<br />
do seguro empresarial como os danos causados<br />
por incêndio, raios e explosão.<br />
• ncorporativo<br />
Fraudes diminuem no Brasil<br />
As ocorrências de fraude<br />
nas empresas diminuíram durante<br />
o último ano no Brasil.<br />
É o que se conclui a partir das<br />
entrevistas com executivos<br />
do País, que responderam à<br />
pesquisa do Relatório Global<br />
de Fraude & Risco 2016/2017<br />
da Kroll, consultoria em gestão<br />
de riscos corporativos e<br />
investigações.<br />
Realizado anualmente,<br />
o estudo ouve gestores de diferentes setores mundiais que influenciam ou<br />
respondem por estratégias de combate ao risco e às irregularidades em suas<br />
empresas. Nesta edição, participaram cerca de 550 profissionais.<br />
Embora 9 a cada 10 respondentes brasileiros (94%) admitam que a exposição<br />
à fraude aumentou, apenas 68% relataram ter sido vítimas de más-práticas<br />
no período, índice nove pontos menor do que a edição de 2015.<br />
O número surpreende ainda mais à luz da experiência internacional.<br />
Globalmente, a média de empresas afetadas foi de 82% – 14 pontos superior,<br />
portanto. Além disso, a tendência mundial é de crescimento nos registros de<br />
fraude desde 2012 – a incidência partiu, respectivamente, de 61% naquele ano,<br />
a 70% (2013), 75% (2015) até a marca atual.<br />
O Brasil, contudo, não está sozinho. Itália (77%) e Índia (68%) igualmente<br />
reportaram menos ocorrências.<br />
• nproduto<br />
Cresce a procura pelo residencial<br />
Uma boa notícia para o<br />
mercado segurador. Dados<br />
recentemente divulgados pela<br />
Federação Nacional de Seguros<br />
Gerais (FenSeg) mostram<br />
que a porcentagem de domicílios<br />
com seguro residencial<br />
cresceu no último ano.<br />
Enquanto em 2015 eram<br />
13,3% do total, no ano seguinte<br />
saltou para 14,5%. Isso significa<br />
um aumento em torno<br />
de 800 mil novas apólices. Em 2016, foram comercializadas 9,9 milhões de<br />
apólices ante 9,1 milhões no período anterior. O total de domicílios, nos dois<br />
períodos, permaneceu em 68 milhões de unidades. E de acordo com as projeções<br />
da entidade, o valor em prêmios será 10% maior em 2017.<br />
As regiões Sul e Sudeste foram as principais responsáveis pelo crescimento.<br />
6
• nenergia<br />
Ataques cibernéticos<br />
Os investimentos das empresas de energia, governança e<br />
estratégias de proteção contra ataques de hackers vão somar<br />
cerca de US$ 1,87 bilhão a partir de 2018. A programação do<br />
grande volume de investimento tem o objetivo de fazer frente<br />
a uma realidade cada vez mais presente nas empresas do<br />
segmento de energia (hidro, eólica, biomassa, solar, petróleo,<br />
gás, entre outras). De acordo com um estudo da consultoria<br />
de risco e corretora de seguros americana Marsh, em parceria<br />
com a Swiss Re, durante o ano de 2016, 80% das companhias<br />
de 40 países no mundo (incluindo Brasil), participantes do<br />
levantamento, já sofreram ataques cibernéticos.<br />
O aumento do uso da internet e das tecnologias em rede<br />
facilita a gestão eficiente para estas empresas, oferecendo<br />
aos gestores diversas oportunidades de melhorar diversos<br />
aspectos na operação e manutenção das plantas. Entretanto, na<br />
mesma medida que o controle tem ficado mais preciso, abre-<br />
-se também brechas para ataques cibernéticos aos SDSCs. O<br />
erro humano é muitas vezes um fator-chave no sucesso dos<br />
ataques cibernéticos, devido à insuficiente conscientização dos<br />
riscos cibernéticos entre os funcionários em todos os níveis<br />
da organização.<br />
No Brasil, a gestão de riscos cibernéticos no setor elétrico<br />
ainda é incipiente, principalmente devido à falta de histórico<br />
de ocorrências no país. Como as ocorrências são mais comuns<br />
no exterior, percebe-se um movimento das multinacionais<br />
com operações no País no sentido de buscar verificar as reais<br />
vulnerabilidades de seus sistemas de proteção e controle.<br />
7
painel<br />
• nsaúde<br />
Saúde suplementar perde<br />
beneficiários<br />
O mercado de saúde suplementar contabilizou 69,9 milhões<br />
de beneficiários em dezembro de 2016, com redução de<br />
1,7% na comparação com dezembro de 2015. Os planos de<br />
assistência médica totalizaram 47,9 milhões de beneficiários<br />
(68,5% do mercado) e tiveram retração de 3,1%.<br />
Nos últimos doze meses terminados em dezembro de<br />
2016, o setor de saúde suplementar perdeu 1,5 milhão de<br />
beneficiários de planos de assistência médica. Vale ressaltar<br />
que nos planos de assistência médica, o resultado demonstra<br />
que o ritmo de desaceleração permanece estável, considerando<br />
que a taxa de variação foi de - 3,1% nos últimos doze meses<br />
terminados em dezembro de 2016 comparando-se a taxa de<br />
-3,1%, no igual período terminado em setembro de 2016.<br />
Como reflexo da crise econômica enfrentada pelo País,<br />
os planos empresariais registraram uma redução de 3,2% de<br />
dezembro de 2015 a dezembro de 2016, em um cenário que<br />
apresenta mais de 12 milhões de desempregados.<br />
• nbalanço<br />
Mercado segurador cresce<br />
em 2016<br />
O setor de seguros registrou crescimento nominal de<br />
9,2% em 2016 na comparação com 2015, de acordo com dados<br />
divulgados pela Susep e compilados pela CNseg. O resultado<br />
representa um volume de arrecadação de R$ 239,3 bilhões e<br />
diz respeito ao desempenho das carteiras de seguros gerais,<br />
vida, previdência complementar aberta e capitalização.<br />
Houve ainda crescimento expressivo no volume de<br />
indenizações, benefícios, resgates e sorteios pagos pelos<br />
segmentos regulados pela autarquia em 2016, que alcançou<br />
R$ 121,6 bilhões. Esse valor representa, efetivamente, o papel<br />
do setor de seguros em relação à proteção do patrimônio<br />
dos brasileiros.<br />
Outro destaque foi a expansão de 19,3% das reservas<br />
técnicas, as quais atingiram o patamar de R$ 785 bilhões no<br />
ano passado, confirmando o mercado segurador brasileiro<br />
como um dos mais importantes investidores institucionais<br />
do País.<br />
• ncampanha<br />
Direito dos beneficiários de saúde<br />
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) preparou<br />
uma campanha informativa para esclarecer à sociedade<br />
o papel da reguladora e os direitos dos consumidores de<br />
planos de saúde. O material é composto por um comercial de<br />
30 segundos para televisão e cinco animações para internet<br />
e redes sociais.<br />
O conteúdo da campanha foi definido a partir dos resultados<br />
de uma pesquisa realizada pela Agência em 2016. No<br />
levantamento, foram identificadas as principais dúvidas do<br />
consumidor sobre planos de saúde; o grau de conhecimento<br />
sobre seus direitos e deveres no que diz respeito à contratação<br />
desse tipo de produto; como a decisão de compra está sendo<br />
realizada; e como os consumidores avaliam os serviços ofertados<br />
pelos planos de saúde no Brasil, entre outras informações.<br />
A partir dessas informações, foram produzidos um comercial<br />
para televisão que explica em linguagem acessível o<br />
papel da ANS; e cinco filmetes para internet e redes sociais<br />
abordando os temas que mais despertam dúvidas e interesse<br />
dos consumidores: carência, cobertura, prazos máximos de<br />
atendimento, reajuste e mediação de conflitos. Também foi<br />
preparado um conteúdo específico para o portal da Agência,<br />
abordando os principais assuntos relacionados à saúde suplementar<br />
para esclarecer e orientar os beneficiários de planos<br />
de saúde e consumidores em geral.<br />
8
• nevento<br />
Especialistas debatem seguro empresarial<br />
O seguro empresarial e as pequenas<br />
e médias empresas foram o centro<br />
da discussão do Café com Seguro,<br />
organizado pela Academia Nacional<br />
de Seguros e Previdência (ANSP) no<br />
início de março. O evento contou com<br />
parceria do Sincor-SP.<br />
“Hoje, 27% do faturamento do<br />
mercado é gerado pelas pequenas<br />
empresas. Desse total, menos de 25%<br />
fazem seguro, apesar da obrigatoriedade<br />
legal de contratar seguro contra<br />
incêndio”, lembrou Paulo Umeki,<br />
vice-presidente Técnico da Liberty<br />
Seguros. Trata-se, segundo ele, de um<br />
enorme potencial de crescimento tanto para as seguradoras como<br />
para os corretores. “Esse quadro se dá pela falta de consciência<br />
do risco pelos empreendedores e também de foco das seguradoras<br />
e dos corretores de seguro”, afirmou.<br />
O encontro reuniu ainda Márcio Bertolini, consultor de<br />
Negócios do Sebrae-SP e coordenador estadual do Programa<br />
Corretor de Seguros Empreendedor; Ezaqueu Bueno, coordena-<br />
• ntransportes<br />
Workshop discute setor<br />
O Clube Internacional de Seguros de Transportes (CIST)<br />
deu início à sua agenda de eventos do ano com o Workshop<br />
“Desafios do setor de seguros de transportes em 2017”, realizado<br />
na manhã de 16 de fevereiro, no Circolo Italiano, em<br />
São Paulo. O presidente José Geraldo da Silva ressaltou o<br />
foco da entidade na disseminação de conteúdo técnico para o<br />
segmento de transportes. A previsão de crescimento de 1,6%<br />
do PIB brasileiro após 2 anos de forte retração anima o setor<br />
de transportes e deu início às discussões do evento.<br />
Durante o primeiro painel, Paulo Robson Alves, head de<br />
Marine da XL Catlin falou sobre os riscos de não precificar<br />
❙❙Sergio Nobre, Ezaqueu Bueno, Paulo Umeki, Márcio Bertolini e Edmur de Almeida<br />
dor da Comissão de Riscos Patrimoniais do Sincor-SP; e Sergio<br />
Nobre, diretor da ANSP.<br />
“Os palestrantes trouxeram para o debate temas importantíssimos<br />
para o desenvolvimento do mercado segurador.<br />
Este ano traremos muitos outros temas que agreguem conhecimento<br />
aos participantes”, disse Edmur de Almeida, diretor<br />
da Academia.<br />
os produtos de forma adequada, podendo causar prejuízos<br />
e falta de precisão na avaliação de riscos. Enquanto os roubos<br />
de cargas crescem, especialmente dos carregamentos<br />
alimentícios, a precificação dos seguros não caminha junto<br />
com essa realidade e, para ele, o preço é reflexo da subscrição<br />
que precisa ser bem feita. É o que endossou Rosevaldo Silva,<br />
superintendente de transportes da Tokio Marine, ressaltando<br />
que a cadeia, como um todo, é afetada em momento de sinistro<br />
e é preciso, antes que isso aconteça, mensurar qual a potencial<br />
perda e se preparar para atendê-la.<br />
Fraudes e sonegação precisam ser combatidas. Assim,<br />
o mercado de seguros de Transportes será mais sólido para<br />
acompanhar o restante do setor e se posicionar com ainda<br />
mais força no País.<br />
9
painel<br />
• nconsumidores<br />
Cartilhas para orientação<br />
A Superintendência de Seguros Privados (Susep)<br />
lançou o Guia de Orientação e Defesa do Consumidor, em<br />
formato digital, contendo informações importantes aos<br />
consumidores sobre todo o setor supervisionado, abrangendo<br />
os segmentos de seguros, previdência complementar<br />
aberta e capitalização.<br />
A edição completa tem explicações sobre cada produto,<br />
como contratar, além de informações sobre os direitos<br />
básicos do consumidor.<br />
Além da versão digital, a autarquia lançou também o<br />
Guia de Orientação Básica ao Consumidor e mais seis cartilhas<br />
sobre produtos de seguros, previdência complementar<br />
aberta e capitalização. A iniciativa faz parte das ações em<br />
comemoração aos 50 anos da autarquia, completados no dia<br />
21 de novembro de 2016. As edições serão distribuídas por<br />
órgãos de defesa do consumidor, parceiros conveniados e<br />
também estarão à disposição nas unidades de atendimento.<br />
A versão impressa terá 20 mil exemplares distribuídos em<br />
todo o País.<br />
As edições vão abranger o seguro de automóvel, de<br />
vida e acidentes pessoais, de garantia estendida, DPVAT,<br />
título de capitalização e previdência complementar aberta.<br />
As cartilhas terão apenas versões impressas, num total de<br />
30 mil exemplares, que serão distribuídos em todo o país.<br />
Objetivo é ampliar as informações prestadas aos<br />
consumidores pela Susep. Além de servir como base na<br />
tomada de decisões mais conscientes e na proteção contra<br />
eventuais prejuízos, visa, principalmente, estimular maior<br />
exigência dos cidadãos por seus direitos.<br />
• npesquisa<br />
Confiança no setor aumenta<br />
O setor de seguros voltou a acreditar na recuperação<br />
da economia brasileira. Pesquisa da Fenacor aponta que as<br />
seguradoras, as corretoras e as resseguradoras têm expectativas<br />
positivas para o semestre.<br />
Depois de quatro meses consecutivos em queda, o Índice<br />
de Confiança do Setor de Seguros (ICSS) voltou a subir<br />
e marcou 105,5 pontos em janeiro de 2017.<br />
Para o presidente da entidade, Armando Vergílio, esse<br />
resultado é fruto da percepção do mercado de que a economia<br />
começa a dar sinais de recuperação e que o setor de<br />
seguros tem, mais uma vez, a chance de superar expectativas<br />
e também colaborar com a retomada do crescimento, especialmente<br />
lançando produtos voltados para as classes B e C. É<br />
o caso, por exemplo, do seguro Auto Popular, que possibilita<br />
aos proprietários de carros usados protegerem o seu veículo,<br />
pagando valores mais compatíveis com a sua renda.<br />
• nautomóvel<br />
Mulheres são mais cuidadosas no<br />
trânsito<br />
Segundo o relatório Mulheres no Trânsito, da Seguradora<br />
Líder-DPVAT, as mulheres responderam por apenas 25% das<br />
indenizações pagas por acidentes em 2015, contra 75% dos<br />
homens. Já os dados do Departamento Nacional de Trânsito<br />
(Denatran) mostram que apenas 11% dos acidentes de trânsito<br />
são provocados por mulheres.<br />
Os números refletem características como: maior cautela<br />
e maior prudência. Psicóloga especialista em trânsito, Salete<br />
Coelho Martins conta que, na direção, os aspectos comportamentais<br />
mais presentes nas mulheres são o planejamento prévio<br />
e a segurança.<br />
Além de estarem em vantagem em relação à segurança<br />
no trânsito, elas também são mais atentas quando o assunto é<br />
manutenção do automóvel, e costumam seguir corretamente o<br />
agendamento de revisões proposto pelas montadoras.<br />
10
• n25 anos<br />
Março, Mês do Jubileu de Prata da Ameplan Saúde<br />
No dia 27 de Março a Ameplan completa 25 anos,<br />
idade extremamente jovem para absorver e se moldar às<br />
exigências do mercado e extremamente madura pela incrível<br />
jornada vivida ao longo do tempo, diante<br />
das grandes mudanças que ocorreram no<br />
país e no mundo.<br />
“Não é a toda hora que uma empresa<br />
chega aos 25 anos”, comenta José Silva<br />
dos Santos, diretor Administrativo Financeiro<br />
da operadora e que está vibrante pela<br />
oportunidade de estar na Ameplan exatamente<br />
neste momento histórico, quando<br />
os resultados se apresentam tão positivos<br />
e consolidados.<br />
“Muita gente boa passou por aqui ao<br />
longo dos anos”, continua, “contribuindo com energia e inteligência<br />
na construção sólida da nossa marca, que conquistou<br />
a confiança das pessoas e hoje já e reconhecida no mercado<br />
pela Excelência no Atendimento aos seus Beneficiários.<br />
É muito gratificante viver este momento junto com nossa<br />
equipe e desfrutar das alegrias conquistadas e dos desafios<br />
que estão por vir”, finaliza.<br />
A Ameplan sempre foi uma empresa<br />
moderna e antenada com as inovações ocorridas<br />
no mercado e vem se reinventando com<br />
criatividade e profissionalismo. Seu modelo<br />
de Gestão Profissional é composto por uma<br />
equipe afinada, totalmente comprometida<br />
com o nobre objetivo de proporcionar o que<br />
há de melhor em termos de saúde e qualidade<br />
de vida para seus clientes.<br />
O Jubileu de Prata da Ameplan será<br />
marcado por um evento especial. Na oportunidade,<br />
será apresentado o novo vídeo institucional da<br />
empresa e todos conhecerão a nova identidade visual da<br />
operadora.<br />
11
GENTE<br />
Aposta na sucessão<br />
Após 20 anos à frente da presidência da<br />
Rede Lojacorr, José Heitor da Silva passou a<br />
presidência para Diogo Arndt da Silva, que está<br />
na companhia desde a sua fundação. A empresa<br />
conta atualmente com 900 corretores parceiros,<br />
distribuídos em 16<br />
estados brasileiros.<br />
A mudança na direção<br />
da empresa foi<br />
anunciada durante<br />
a 5 a Convenção Nacional,<br />
que reuniu<br />
cerca de mil pessoas<br />
em Curitiba.<br />
Heitor agora<br />
será o presidente<br />
da holding da Rede<br />
Lojacorr, encarregada<br />
de administrar<br />
as outras empresas do grupo.<br />
A Rede Lojacorr conta agora com um novo<br />
projeto de expansão e deve abrir novos escritórios<br />
regionais, ampliando a expansão para estados do<br />
Norte, Nordeste e Centro-Oeste.<br />
Mudanças comerciais e<br />
regionais<br />
A Tokio Marine recebe o reforço de José<br />
Luis Ferreira da Silva como diretor Comercial.<br />
O executivo será responsável pela área nas regiões<br />
Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Minas Gerais.<br />
José Luis tem mais de 30 anos de experiência<br />
no mercado e deverá fortalecer o relacionamento<br />
com corretores e assessorias.<br />
Superintendente de garantia<br />
A Marsh Brasil apresentou Luis Guilherme Menezes como superintendente<br />
de Garantia da companhia<br />
no Brasil. Formado em Ciências Econômicas,<br />
Menezes acumula experiência<br />
no mercado segurador e passagens por<br />
players como a seguradora J Malucelli.<br />
Com a chegada do executivo, que<br />
ficará sediado em São Paulo, a corretora<br />
ganha mais expertise para oferecer soluções<br />
personalizadas. Em sua posição,<br />
Menezes será responsável por desenvolver<br />
e expandir a prática de garantia,<br />
consolidando a posição da empresa no<br />
mercado.<br />
Mudanças nas sucursais<br />
A Capemisa tem novos colaboradores em duas sucursais. As mudanças<br />
visam consolidar o posicionamento da marca como uma seguradora<br />
especializada em vida e incrementar os negócios nas regiões.<br />
A unidade de João Pessoa (PB) passa a ser comandada por Francisco<br />
Plácido Dantas Neto. “Minha missão a frente da companhia é estimular<br />
que os corretores da Paraíba abram<br />
espaço para o seguro de vida em suas<br />
carteiras. Hoje eles estão muito focados<br />
em seguro de automóveis e quero mudar<br />
esse conceito”, afirma Plácido, que<br />
também responderá pela sucursal do Rio<br />
Grande do Norte.<br />
Já Cesar Augusto Castelli Zuicker<br />
será o responsável pela sucursal de Campinas.<br />
“O principal objetivo é fortalecer<br />
a imagem da empresa. Quero também<br />
estreitar os laços com os corretores, além<br />
de divulgar a importância do mercado<br />
segurador na região”, declara.<br />
Mais um integrante<br />
no Conef<br />
O secretário-executivo adjunto do<br />
Ministério da Fazenda, Daniel Rodrigues<br />
Alves, designou o diretor de Administração<br />
da Superintendência de Seguros<br />
Privados (Susep), Paulo dos Santos,<br />
integrante do Comitê Nacional de Educação<br />
Financeira (Conef), na condição<br />
de representante suplente da autarquia.<br />
Santos vai substituir Natalie Haanwinckel<br />
Hurtado.<br />
12
Novo presidente<br />
Pelos próximos quatro<br />
anos, o Sincor-MS será comandado<br />
pelo corretor de seguros<br />
Arnol Lemos Filho. Eleito<br />
presidente da entidade em<br />
pleito realizado no dia 15 de<br />
fevereiro, Lemos vai substituir<br />
Pedro Bonacina.<br />
Com a nova diretoria,<br />
Aparecido Oliveira de Brito<br />
ocupará a vice-presidência do<br />
Sindicato e Clóvis Jose Miguel será o novo diretor social.<br />
Telma Chaves França passa a desempenhar a função de<br />
diretora secretária e Ben-Hur Iwazaki de Lima será o novo<br />
diretor secretário adjunto.<br />
Gerente sênior para o<br />
mercado<br />
Marcos Cantinelli<br />
é o novo gerente<br />
sênior para o mercado<br />
de seguros da Direct.<br />
One.<br />
“Estou muito empolgado<br />
com esse novo<br />
desafio”, destaca Cantinelli.<br />
Sua meta é ajudar a crescer 150% as comunicações<br />
transacionais processadas pela empresa, que em 2016 somaram<br />
120 milhões de documentos, como boletos, faturas,<br />
apólices, certificados, extratos e comunicados<br />
Novo comando<br />
para o RH<br />
Luciana Montuanelli<br />
é a nova diretora de Recursos<br />
Humanos da Mondial<br />
Assistance. A executiva, que<br />
já atuou no mercado automotivo,<br />
químico, eletrônico,<br />
Telecom e de embalagens<br />
farmacêuticas, liderou equipes<br />
no México, Venezuela,<br />
Panamá, Chile, Colômbia e<br />
Argentina.<br />
A chegada da nova diretora marca a ampliação da gestão<br />
junto aos colaboradores e parceiros para que a empresa<br />
conquiste ainda mais sua participação no mercado brasileiro.<br />
Diretor-presidente de<br />
resseguros<br />
Eduardo Toledo passa a ocupar<br />
o cargo de diretor-presidente de<br />
Resseguros da SOM.US, empresa<br />
que atua na consultoria e distribuição<br />
de seguros e resseguros na<br />
América Latina.<br />
Toledo vai coordenar uma<br />
equipe de profissionais alocados<br />
em São Paulo e no Rio de Janeiro,<br />
que atendem clientes da empresa<br />
nas áreas de contratos e facultativos. “Meu grande desafio será<br />
atender, de forma independente, as demandas de resseguros<br />
oriundas de corretores de seguros parceiros, bem como intensificar<br />
o relacionamento com as seguradoras”, explica.<br />
Cargo duplo<br />
Ana Paula de Almeida Santos,<br />
diretora Jurídica da Assurant,<br />
foi nomeada vice-presidente da<br />
Comissão de Garantia Estendida<br />
e Afinidades e presidente da Comissão<br />
de Assuntos Jurídicos da<br />
Federação Nacional de Seguros<br />
Gerais (FenSeg).<br />
“As comissões da Federação<br />
são formadas por nomes importantes do mercado e são essenciais<br />
para o desenvolvimento dos negócios das companhias no Brasil.<br />
O nível de debate dos temas pautados é sempre muito alto, o<br />
que ajuda os membros a ficarem cada vez mais conectados às<br />
questões do setor”, avalia Ana Paula.<br />
Diretor de TI<br />
A Sompo Seguros contratou Wander Bringhenti como diretor<br />
de Tecnologia da Informação, responsável pelas operações<br />
de Tecnologia e Projetos. Ele chega<br />
para contribuir com a seguradora<br />
em sua estratégia de incremento na<br />
melhoria de atendimento ao cliente<br />
e processos internos, bem como na<br />
expansão do share de mercado.<br />
Outro desafio é o de dar suporte<br />
às oportunidades de negócios por<br />
conta da ampliação do portfólio<br />
de produtos e uso de tecnologia, já<br />
que a empresa investiu em novos<br />
recursos nessa área.<br />
13
consumidor | ouvidoria<br />
Uma via de mão dupla<br />
Entender a expectativa do cliente é o<br />
maior desafio das Ouvidorias. Somente em<br />
2015, quase 70 mil reclamações chegaram<br />
às seguradoras brasileiras, que mantêm<br />
departamentos exclusivos e autônomos<br />
para atender seus clientes<br />
Kelly Lubiato<br />
O<br />
empresário Dae Yol Kim<br />
enfrenta há quatro meses<br />
um périplo para regular o<br />
sinistro ocorrido em sua<br />
residência. Através de uma mesma corretora,<br />
ele adquiriu o seguro do seu carro<br />
e da sua casa. Depois de vários meses<br />
falando com a corretora, ele descobriu<br />
que não tinha a cobertura contra terceiros.<br />
Entretanto, questiona a demora da<br />
corretora e da seguradora em responder<br />
a sua demanda.<br />
Quando uma reclamação chega à ouvidoria,<br />
é porque ela já passou por outros<br />
âmbitos da companhia. Esta instância foi<br />
regulamentada pela Susep em 2013, mas<br />
algumas seguradoras já dispõem deste<br />
departamento há mais tempo.<br />
Apesar de ser um setor reconhecido<br />
e regulamentado, a ouvidoria ainda<br />
não é vista pelo cliente como um canal<br />
pró-consumidor. Esta é a sua grande<br />
diferença para o SAC (Setor de Atendimento<br />
ao Cliente), além de ter um fluxo<br />
da reclamação que varia de acordo com<br />
cada empresa.<br />
Segundo o relatório das Ouvidorias<br />
elaborado pela CNseg, com dados de 33<br />
seguradoras e operadoras de saúde, em<br />
2015 chegaram 110.681 demandas de<br />
consumidores. É importante destacar,<br />
conforme o relatório, “que o exercício<br />
da função do Ouvidor pressupõe um<br />
significativo grau de entendimento das<br />
operações de seguros, capitalização,<br />
previdência complementar aberta, saúde<br />
suplementar e experiência de vida suficiente<br />
para identificar o custo social de<br />
Demandas por segmento<br />
Segmento Nº de Demandas % Participação<br />
Seguros Gerais 52.438 48%<br />
Saúde Suplementar 31.302 28%<br />
Seguro de Pessoas 16.215 15%<br />
Previdência Complementar Aberta 7.113 6%<br />
Capitalização 3.613 3%<br />
Total 110.681<br />
Fonte: CNseg<br />
14
“O ouvidor<br />
precisa ter um<br />
conhecimento<br />
técnico profundo,<br />
mas precisa ter<br />
equipe que conheça<br />
tudo e deve,<br />
principalmente,<br />
gostar de pessoas.<br />
O conhecimento<br />
técnico se<br />
pode aprender,<br />
mas atitude e<br />
comportamento<br />
vem de dentro para<br />
fora. Para trabalhar<br />
com Ouvidoria<br />
feliz é preciso estar<br />
disposto a lidar com<br />
o pior momento do<br />
público. É preciso ter<br />
prazer em ajudar para<br />
o trabalho não ficar<br />
pesado”<br />
Gabriela Assmar,<br />
Ombusdman do Grupo Icatu<br />
Demandas das Ouvidorias 2015<br />
Mercado Susep<br />
um pleito juridicamente amparado que<br />
não seja atendido”.<br />
A CNseg estima que atualmente<br />
100% das seguradoras tenham uma<br />
ouvidoria para atender os segurados.<br />
Além da obrigatoriedade, o aumento<br />
das demandas acontece por dois fatores:<br />
o primeiro é a maior conscientização do<br />
consumidor em relação aos seus direitos;<br />
a segunda é a maior divulgação da<br />
existência destes canais. Silas Rivelle,<br />
presidente da Comissão de Ouvidores da<br />
CNseg, explica que a Ouvidoria é uma via<br />
de mão dupla. “O cliente fala o que pensa<br />
sobre a empresa e recebe de volta este<br />
material tratado”. Hoje, o consumidor<br />
encontra no site da maioria das seguradoras<br />
e operadoras de saúde o caminho<br />
para chegar até a ouvidoria. É um avanço<br />
significativo para o Brasil, que possui<br />
uma legislação favorável ao consumidor<br />
desde 1991, quando foi promulgado o<br />
Código de Defesa do Consumidor.<br />
Na Icatu Seguros, a ouvidoria funciona<br />
desde 1998 e recebe as demandas<br />
que passam pelo atendimento ao cliente<br />
e que não são resolvidas. A advogada<br />
Gabriela Assmar é a responsável pelo<br />
setor e afirma que muitas das demandas<br />
não são de ordem técnica, mas porque<br />
este é um produto bastante sofisticado e<br />
muita gente compra sem ler o contrato.<br />
“É uma questão de educação do cliente”.<br />
Entretanto, Gabriela acrescenta que o<br />
DNA da Ouvidoria é ser aquela instância<br />
a qual o cliente chega quando os canais<br />
anteriores não resolveram. “No momento<br />
que chega até nós, deixa de ser a mesma<br />
lógica”, ressalta.<br />
A ouvidoria, por definição, deve ter<br />
autonomia, independência, alçada decisória<br />
e não pode ter medo de desagradar<br />
a diretoria e o conselho da empresa. O<br />
Total de Demandas*<br />
2014 2015 Variação<br />
2014/2015<br />
Demandas 62.617 68.933 10%<br />
* Números das 29 empresas que participaram da coleta de 2014 e 2015, que representam 76,3% do valor<br />
arrecadado pelas empresas supervisionadas pela Susep em 2014<br />
objetivo mais nobre deste setor é, além<br />
de resolver o problema do consumidor,<br />
gerar recomendações e melhorias que<br />
evitem que problemas semelhantes voltem<br />
a acontecer.<br />
O trabalho da ouvidoria é sempre<br />
movido pela ação do segurado. “A<br />
demanda do cliente reclama depois de<br />
passar pelos setores de atendimento da<br />
companhia ou por meio de canais ‘agravados’<br />
(Susep, Procon’s e mídia – Consumidor.gov;<br />
ReclameAqui; Facebook)”,<br />
explica Gabriela. Nos casos que vêm<br />
direto das mídias sociais, nem sempre se<br />
trata de reclamações. Podem ser simples<br />
solicitações de documentos ou dúvidas<br />
sobre o contrato.<br />
De acordo com a regulamentação da<br />
Susep, a Ouvidoria tem prazo de 15 dias<br />
para responder ao segurado.<br />
O retorno<br />
Um dos papéis da Ouvidoria é diminuir<br />
a quantidade de demandas judiciais.<br />
Este departamento não é um centro de<br />
custo, mas um gerador de resultados,<br />
esclarece Rivelle. “O cliente busca uma<br />
atuação imparcial, justa (baseada na<br />
legislação), que atue não como representante<br />
da corporação, mas como defensor<br />
do consumidor”, acrescenta.<br />
Os números crescem rapidamente.<br />
Na Unimed Seguradora, Rivelle conta<br />
que em 2016 houve um incremento de<br />
58% na quantidade de reclamações que<br />
chegaram à Ouvidoria, em relação a 2015.<br />
Isto aconteceu porque a empresa fez uma<br />
grande divulgação sobre o trabalho deste<br />
canal. “Com isso, houve queda de 27%<br />
nas ações judiciais e 41% nos processos<br />
junto à ANS (Agência Nacional de Saúde<br />
Suplementar). “Ou seja, a boa atuação da<br />
Ouvidoria evita que as empresas sofram<br />
15
ouvidoria<br />
Para corretores<br />
Os corretores de seguros também<br />
possuem um canal direto com o seu<br />
sindicato para dar andamento às suas<br />
reclamações. Em São Paulo, a Ouvidoria<br />
do Sincor recebeu em 2016 ligações,<br />
com demandas de diversas categorias<br />
como dúvidas em relação às comissões,<br />
vistorias realizadas sem agendamento<br />
e, principalmente, descredenciamento<br />
em seguradoras etc.<br />
O titular desta Ouvidoria, o corretor<br />
Otavio Milliet, conta que toda<br />
reclamação é analisada em parceria<br />
com outros integrantes da diretoria,<br />
para dar o devido encaminhamento<br />
à demanda.<br />
Nos últimos 12 meses, foram<br />
abertos 135 processos na Ouvidoria do<br />
Sindicato dos Corretores de Seguros de<br />
São Paulo, sendo 101 encerrados com<br />
reversão (solucionados) e 27 encerrados<br />
sem reversão. Há sete processos em<br />
tramitação.<br />
“Se você considerar que os processos<br />
que chegam à Ouvidoria já passaram<br />
por tentativa de solução por parte<br />
de algum departamento do Sincor-SP,<br />
como Disque Sincor, Assessoria Técnica<br />
ou Comissão de Ética, o sucesso em<br />
78,91% dos casos encerrados é bem<br />
expressivo”, comenta Milliet.<br />
A esfera anterior à Ouvidoria, neste<br />
caso, é o Disque Sicor, que realiza 1600<br />
atendimentos por anos, de acordo<br />
com informações de Simone Favaro<br />
Martins, vice-presidente do Sindicato.<br />
“Neste ponto, as reclamações são das<br />
mais diversas naturezas possíveis, mas<br />
o índice de reversão é de 74,8%”, comemora<br />
Simone.<br />
“Em 2016, o perfil dos<br />
consumidores que<br />
chegaram à Ouvidoria<br />
da Tokio Marine foi:<br />
86% segurados; 8%<br />
terceiros; 5% corretores<br />
e 1% outros. Do total<br />
de registros, 48% foram<br />
efetuados diretamente<br />
na seguradora e 52%<br />
por meio da Susep”<br />
Masaaki Itakura, diretor<br />
executivo de Estratégia<br />
Corporativa da Tokio Marine<br />
ações judiciais e/ou recebam multas do<br />
órgão regulador. Isso protege a imagem<br />
da companhia”.<br />
É possível ter um número maior de<br />
reclamações no órgão público, mas o<br />
crescimento de carteira demonstra que<br />
houve queda na proporção<br />
Os gestores das companhias seguradoras<br />
encontraram na Ouvidoria um<br />
grande aliado para a melhoria dos processos<br />
das empresas, além da fidelização<br />
16<br />
Simone Favaro Martins<br />
Otavio Milliet<br />
dos clientes. “Quando o cliente sente-se<br />
respeitado ele se torna um grande divulgador<br />
da marca da companhia”, avalia<br />
Rivelle, argumentando que um dos pilares<br />
da Ouvidoria é justamente ser uma<br />
ferramenta estratégica para melhoria de<br />
processos.<br />
O grande engano sobre o trabalho<br />
das Ouvidorias acontece porque as pessoas<br />
acreditam que elas são apenas um<br />
canal de reclamação. Na verdade, esque-<br />
cem que ela possui representatividade<br />
dentro das corporações, pois reportam-se<br />
diretamente à presidência e ao conselho<br />
das empresas.<br />
Na Tokio Marine, por exemplo, há<br />
um intercâmbio constante entre a área<br />
de Atendimento do Cliente e os diversos<br />
departamentos, empenhados não só em<br />
prover as necessidades, mas em exceder<br />
as expectativas do cliente. “O contato entre<br />
as áreas é fundamental para que todos<br />
estejam alinhados quanto a importância<br />
de ter uma atitude proativa para prestar<br />
um atendimento claro e entender eventuais<br />
melhorias que podem ser feitas nos<br />
processos e serviços”, explica Masaaki<br />
Itakura, diretor executivo de Estratégia<br />
Corporativa.
17
ural | produto<br />
Onde brota a esperança<br />
A agropecuária é o setor que sempre carrega a<br />
esperança de retomada de crescimento no Brasil.<br />
Para o mercado de seguros, a esperança na<br />
carteira também se renova<br />
Amanda Cruz<br />
18
❙❙Joaquim Francisco, da Allianz<br />
Em um momento difícil, o Brasil<br />
continua contando com o setor<br />
que sempre traz a esperança<br />
para a retomada do crescimento:<br />
o agronegócio. Para 2017, a expectativa<br />
é que ocorra uma expansão de 2%, de<br />
acordo com a Confederação da Agricultura<br />
e Pecuária do Brasil (CNA). De 2015<br />
para 2016 o setor teve um acréscimo em<br />
sua participação na economia nacional,<br />
sustentando seu lugar de carro-chefe, com<br />
alteração de 21,5% para 23% de participação<br />
e agregando 48% das exportações<br />
do País.<br />
Esse otimismo é benéfico também<br />
para o mercado de seguros, já que<br />
alavanca a procura dos produtores por<br />
seguro rural, modalidade crucial para<br />
apoiar aqueles que podem ver suas safras<br />
arruinadas por fenômenos da natureza e<br />
abrangem a atividade agrícola, pecuária,<br />
o patrimônio do produtor, crédito e risco<br />
de morte.<br />
Esse apoio acontece desde 2005 graças<br />
ao Programa de Subvenção ao Prêmio<br />
do Seguro Rural, realizado pelo Governo<br />
Federal em parceria com seguradoras,<br />
que possibilitam que o produtor escolha<br />
a companhia que preferir para se proteger<br />
com descontos providos pelo incentivo<br />
do Estado. “Temos mantido constante<br />
relacionamento com o MAPA e direcionado<br />
as demandas que os agricultores nos<br />
encaminham por meio dos corretores. O<br />
diálogo com o Governo Federal é saudável<br />
e busca melhorias para os produtores<br />
rurais”, afirma Joaquim Francisco, superintendente<br />
de Agronegócios da Allianz.<br />
Para onde vai o incentivo<br />
Mesmo com o grande peso e importância<br />
que esse incentivo tem, no último<br />
ano, a subvenção dada pelo Governo Federal<br />
ao seguro rural não foi totalmente<br />
utilizada. Essa verba deverá, portanto, ser<br />
realocada, conforme explica o corretor<br />
da Rural Brokers, Marcelo Westin. “Primeiro,<br />
é preciso esclarecer que esta sobra<br />
deu-se apenas para as culturas de inverno,<br />
sendo ocasionada por diversos fatores.<br />
Dentre eles, podemos destacar a incerteza<br />
do mercado com relação aos recursos<br />
para a subvenção, a diminuição da área<br />
plantada de trigo e o dimensionamento<br />
de safra de inverno com área superior à<br />
demandada na prática”, explica. “Trata-se<br />
de verba destinada às culturas de inverno.<br />
Como não foram consumidas, serão<br />
utilizadas para as culturas de verão”,<br />
completa o corretor.<br />
Para aqueles produtores que contrataram<br />
apenas apólices para a cultura de<br />
inverno, é necessário que procurem um<br />
corretor para saber se sua subvenção já<br />
foi, ou não, concedida.<br />
Embora seja uma modalidade de<br />
grande importância para a economia<br />
brasileira, alguns fatores influenciaram<br />
nessa baixa utilização. É o que explica<br />
Vitor Augusto Ozaki, diretor do<br />
❙❙Marcelo Westin, da Rural Brokers<br />
As modalidades do<br />
seguro rural<br />
A meta do produto é abranger<br />
todo tipo de cultivo e necessidade dos<br />
produtores. É importante lembrar que<br />
o seguro agrícola é uma modalidade<br />
dentro do seguro rural oferecido. Veja<br />
o que ele abrange:<br />
〉〉<br />
Agrícola<br />
〉〉<br />
Pecuário<br />
〉〉<br />
Aquícola<br />
〉〉<br />
Benfeitorias e produtos agropecuários<br />
〉〉<br />
Penhor Rural<br />
〉〉<br />
Florestas<br />
〉〉<br />
Seguro de Vida do produtor rural<br />
〉〉<br />
Seguro de Cédula do produtor<br />
rural<br />
Departamento de Gestão de Risco e<br />
Recursos Econômicos do Ministério da<br />
Agricultura Pecuária e Abastecimento<br />
(MAPA). Ele afirma que, ao contrário<br />
do que a primeira leitura possa indicar,<br />
o orçamento destinado foi executado. No<br />
entanto, outras questões implicaram no<br />
aumento da disponibilização do que havia<br />
sido previamente decidido. “Em função<br />
do problema ocorrido com a seguradora<br />
Nobre [que operava com o produto], o comitê<br />
decidiu disponibilizar R$ 1,5 milhão<br />
a mais para o cultivo de frutas, em caráter<br />
excepcional no final do ano. Porém, não<br />
houve demanda”, explicou. Ele afirmou<br />
ainda que, de qualquer maneira, dos R$<br />
400 milhões disponíveis, R$ 398 milhões<br />
foram usados, ou seja, 99,6% da verba.<br />
A posição da Allianz nessa carteira<br />
corrobora com o que foi explicado<br />
pelo diretor do MAPA. O executivo da<br />
19
produto<br />
Vitor Augusto Ozaki,<br />
❙❙do Ministério da Agricultura<br />
companhia afirmou que “todo recurso<br />
da subvenção que foi disponibilizado no<br />
último ano foi utilizado”.<br />
Ou seja, não foi o interesse ou a capacidade<br />
dos produtores que diminuiu.<br />
Segundo as palavras do corretor Marcelo<br />
Westin, não se pode apontar desinteresse<br />
“de maneira alguma, pois a busca por esse<br />
seguro segue aquecida”, mas a realocação<br />
de recursos deu a impressão de que nem<br />
todos que poderiam pleitear a subvenção e<br />
beneficiar suas produções foram atingidos.<br />
Como há crescimento do setor, o natural<br />
é que a demanda cresça. Para Ozaki, o<br />
motivo dessa diferença está no fato de que<br />
houve dificuldade em divulgar esse novo<br />
montante disponível no momento adequado<br />
para que fosse possível realizar a venda<br />
das apólices. Em 2016 foram contratadas<br />
76,3 mil apólices de seguro rural, que<br />
garantiram capitais da ordem de R$ 13,26<br />
bilhões, beneficiando 48 mil produtores,<br />
de acordo com dados do MAPA.<br />
Em tempos de dificuldades de confiança<br />
na administração pública, o PSR<br />
ainda pode ser utilizado como um benefício<br />
no qual o Governo se empenha<br />
em trazer melhoras, sendo esse um dos<br />
programas com maior índice de execução<br />
orçamentária no Ministério. “O que é<br />
necessário é a divulgação antecipada,<br />
alocação de volume de recursos orçamentários<br />
compatíveis com o setor e<br />
incentivo de concorrência entre as empresas<br />
que ofertam o produto, para que<br />
exista redução de custo para o produtor,<br />
o beneficiário”, coloca Ozaki.<br />
Westin concorda que divulgar faz<br />
toda a diferença e que é preciso mostrar<br />
mais os benefícios dessa ferramenta. “A<br />
ajuda é para a estabilidade econômica dos<br />
produtores, que mesmo afetados por uma<br />
intempérie climática recuperam parte<br />
dos valores investidos na lavoura. Isso<br />
permite que eles fiquem ativos na safra<br />
seguinte, não precisando vender terras ou<br />
outros ativos para quitar dívidas”, exemplifica.<br />
Mas a corretora não pretende ficar<br />
de braços cruzados e já adota medidas de<br />
conscientização, seja pelas redes sociais<br />
ou indo a campo ficar mais próxima de<br />
seus parceiros. Com isso, o projeto é aumentar<br />
a carteira da corretora em 15%,<br />
pois ainda há espaço no setor.<br />
Descobrindo nichos<br />
Há muito tempo há a intenção do<br />
Governo Federal em criar um fundo para<br />
catástrofes para evitar danos ainda maiores<br />
às plantações e aos animais. Algo que<br />
seja ainda mais robusto, pronto para níveis<br />
mais severos de sinistros. A discussão<br />
vem há mais de uma década e, se parecia<br />
tomar força no último ano, pelas longas<br />
discussões técnicas, em 2017 a ideia parece<br />
ter sido deixada em segundo plano.<br />
É o que adianta o diretor do MAPA: “Por<br />
enquanto, a discussão sobre o Fundo está<br />
parada. Nesse contexto de ajuste fiscal<br />
acho pouco provável que a regulamentação<br />
ganhe fôlego. Nesse momento, o foco é aumentar<br />
os recursos para o PSR e aumentar<br />
o número de produtores beneficiados e de<br />
área segurada”, afirma.<br />
Chegando como seguradora no<br />
Brasil, pois já atuava no mercado de<br />
resseguros, a Markel tem procurado seu<br />
espaço em novos nichos. O seguro rural já<br />
Culturas que mais receberam<br />
subvenção em 2016<br />
❙❙Leonardo Paixão, da Markel<br />
figura entre os interesses da companhia.<br />
Prova disso é a parceria formada com a<br />
Associação Nacional dos Distribuidores<br />
de Insumos Agrícolas e Veterinários<br />
(Andav). Leonardo Paixão, presidente<br />
da Markel no Brasil, afirma que procurar<br />
esses espaços não preenchidos é a meta<br />
da companhia no País. “O agro será um<br />
foco desde que seja possível trabalhar<br />
segmentos específicos dentro desse setor”,<br />
adianta.<br />
Portanto, a parceria faz parte dessa<br />
filosofia. “No caso, notamos uma demanda<br />
pontual das empresas associadas à<br />
Andav, que buscavam uma cobertura específica<br />
para proteger seus armazéns, que<br />
têm certas peculiaridades pelo conjunto<br />
complexo de regras às quais estão sujeitos”,<br />
explica. A companhia quer manter<br />
uma postura mais reservada, já que não<br />
pretende trabalhar com massificados,<br />
mas investir nos nichos que parecerem<br />
promissores, como o rural.<br />
SOJA R$167,90* 42,1 %<br />
MILHO (2ª SAFRA) R$ 74,07* 18,6 %<br />
TRIGO R$ 42,93* 10,8 %<br />
MAÇÃ R$ 34,85* 8,7 %<br />
UVA R$ 25,64* 6,4 %<br />
(*milhões)<br />
Juntas, essas culturas consumiram 86,7% - R$ 345,38 milhões – dos recursos disponíveis.<br />
Mais de 47 mil produtores foram beneficiados<br />
20
Lei quer mais incentivo ao setor<br />
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos<br />
Deputados aprovou o Projeto de Lei 2433/15, do ex-deputado<br />
Edinho Bez (PMDB-SC), que cria incentivos para que produtores<br />
rurais adotem tecnologias agrícolas capazes de reduzir<br />
as perdas decorrentes de efeitos climáticos.<br />
Pelo texto, o Programa de Incentivo à Adoção de Tecnologias<br />
Redutoras de Risco Agroclimático vai oferecer linhas de<br />
crédito específicas para cobrir até 60% do custo de tecnologias<br />
produtivas resistentes a climas adversos, como estiagem,<br />
excesso de chuva, granizo, geada e insolação.<br />
Poderão ser financiados pelo programa com limites de<br />
crédito, taxas de juros, prazos de pagamento e de carência<br />
diferenciados tecnologias de irrigação ou drenagem;<br />
proteção de cultivos por meio de telas, estufas, coberturas<br />
plásticas; e demais tecnologias recomendadas pela pesquisa<br />
agropecuária oficial.<br />
Para o relator da proposta, deputado Valtenir Pereira<br />
(PMDB-MT), o seguro agrícola não é suficiente para arcar com<br />
os prejuízos do agricultor por questões climáticas. “Essas perdas<br />
podem ser mitigadas, caso o agricultor usar tecnologias<br />
já disponíveis, como telas para proteção de pomares contra<br />
chuvas de granizos.”<br />
Segundo Pereira, a proposta deve gerar uma redução no<br />
gasto do seguro rural, com economia de recursos públicos,<br />
corte no aumento dos preços dos alimentos e geração de<br />
emprego e renda aos trabalhadores da cadeia produtiva.<br />
O projeto ainda será analisado conclusivamente pela<br />
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. O texto<br />
foi aprovado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento<br />
e Desenvolvimento Rural em setembro de 2015.<br />
Fonte: Agência da Câmara<br />
Os nichos nem sempre são tão bem<br />
demarcados. A procura por seguros para<br />
determinadas culturas criam espécies de<br />
sub-nichos na carteira. Na Allianz, por<br />
exemplo, a maior procura é pelo seguro<br />
de grãos, especialmente soja, milho e<br />
trigo. “Isso tem ocorrido pelo fato dessas<br />
culturas terem grande produção no Brasil<br />
e serem tradicionais em quase todas<br />
as regiões, com destaque para o Sul,<br />
Centro-Oeste e Sudeste”, conta Joaquim<br />
Francisco.<br />
Perspectivas<br />
Em 2016, além do aumento de 87%<br />
nas indenizações em 2016, conforme dados<br />
da Susep, o MAPA afirma que houve<br />
recuperação do desempenho no produto<br />
rural, mas os números ganham forma em<br />
histórias como a de clientes de Westin em<br />
Goiás, que enfrentaram secas em grandes<br />
áreas, capazes de paralisar a produção<br />
não fosse o seguro contratado. Ou casos<br />
de revendas que, por terem a proteção,<br />
não precisaram recorrer à execução de<br />
garantias como hipotecas. Sem o seguro<br />
as pessoas recorrem a esses processos<br />
que, na visão do corretor, “além de serem<br />
custosos e demorados, perde-se o cliente<br />
quando eles chegam ao fim”, opina.<br />
Joaquim Francisco, da Allianz, cita<br />
a expertise da companhia como alicerce<br />
para acreditar no bom desenvolvimento<br />
da carteira. “Nossas perspectivas são<br />
muito boas para essa carteira, tendo em<br />
vista que o agronegócio tem sido o responsável<br />
por amparar a nossa economia.<br />
Nossos investimentos têm sido direcionados<br />
à área de sistemas e análises de<br />
climatologia”. O executivo afirmou ainda<br />
que a companhia deverá apresentar, em<br />
breve, novidades em seu portfólio de<br />
produtos rurais.<br />
O horizonte de plantio no Brasil é<br />
vasto em alqueires e pequeno em proteção.<br />
Apenas 20% da área plantada são<br />
hoje seguradas. “Estamos falando do<br />
Brasil, um país com vocação agrícola<br />
e dimensões continentais. É fácil ver o<br />
potencial de crescimento desse produto”,<br />
finaliza o corretor.<br />
21
aposentadoria | previdência privada<br />
Invista hoje,<br />
descanse amanhã<br />
Com a reforma previdenciária, abrem-se as portas para as poupanças<br />
de longo prazo. Planos de previdência privada despontam como um<br />
dos meios de se garantir estabilidade no futuro<br />
Lívia Sousa<br />
22
Anunciada pelo Governo Federal<br />
em dezembro passado, a<br />
reforma previdenciária finalmente<br />
deve sair do papel em<br />
2017. A medida prevê que o trabalhador<br />
urbano atinja a idade mínima de 65 anos<br />
e contribua por pelo menos 25 anos para<br />
obter 76% do benefício. Já para receber<br />
a aposentadoria integral, é preciso que o<br />
contribuinte pague a Previdência Social<br />
por 49 anos. Hoje, se aposenta por tempo<br />
de contribuição quem pagou a Previdência<br />
por, no mínimo, 15 anos. Para<br />
resgatar 100% do benefício, este número<br />
é de 35 anos para os homens e 30 para as<br />
mulheres. No caso da aposentadoria por<br />
idade, eles precisam ter 65 anos e elas, 60.<br />
Com a nova regra, a ideia é que posteriormente<br />
os números sejam reajustados até<br />
se manter o mínimo de 70 anos de idade<br />
para ambos.<br />
Toda essa modificação, segundo o<br />
Governo, se faz necessária diante da<br />
baixa geração de emprego, do rápido envelhecimento<br />
da população e da mudança<br />
demográfica, que impactam diretamente<br />
as despesas da previdência. Só em 2016,<br />
o Instituto Nacional do Seguro Social<br />
(INSS) registrou um déficit de R$ 149,73<br />
bilhões, valor recorde equivalente a pouco<br />
mais de 2% do Produto Interno Bruto<br />
(PIB). O rombo é 74,5% maior que as<br />
cifras alcançadas um ano antes, quando<br />
somou R$ 85,81 bilhões. Para 2017, o<br />
orçamento aprovado pelo Congresso é<br />
❙❙Nilton Molina, da CNseg<br />
de menos R$ 181,2 bilhões.<br />
Por outro lado, alguns economistas<br />
questionam o cálculo do déficit da<br />
Previdência e as limitações provocadas<br />
pelo envelhecimento da população com a<br />
alegação de que o Governo retira recursos<br />
da seguridade social para financiar outras<br />
despesas. É o caso da Desvinculação das<br />
Receitas da União (DRU), que tem como<br />
principal fonte de recursos as contribuições<br />
sociais e permite o livre uso de 20%<br />
de todos os tributos federais vinculados<br />
por lei a fundos ou despesas.<br />
Em meio à discussão sobre a necessidade<br />
e a maneira como a reforma da<br />
Previdência Social está sendo feita, outra<br />
preocupação aparece: os brasileiros subestimam<br />
o risco real de perda de renda.<br />
Apenas 41% da população acredita que<br />
há menos de 10% de chance de um evento<br />
inesperado impedir sua capacidade de<br />
gerar renda, revela estudo elaborado por<br />
uma seguradora suíça. Neste cenário, o<br />
Governo é visto como a principal fonte<br />
de renda em situações de perdas repentinas.<br />
As poupanças pessoais ficam em<br />
segundo plano.<br />
Especialista em longevidade e membro<br />
do Conselho Diretor da Confederação<br />
Nacional das Seguradoras (CNseg),<br />
Nilton Molina garante que o valor dos<br />
benefícios do INSS serão cada vez menores.<br />
Assim, para estar presente em toda<br />
a sociedade, o Estado jogará uma espécie<br />
de cobertor fino à população. “As pessoas<br />
de baixo salário sempre estarão cobertas<br />
pelo seguro social. Já as de salário médio<br />
em diante vão precisar de recursos. O estado<br />
que ia prover 100% das necessidades<br />
para o futuro vai ajudar, mas menos do<br />
que você vai precisar. Portanto, quem<br />
ganha melhor terá que se preocupar mais<br />
do que se preocupa hoje com poupança<br />
futura”, diz ele.<br />
Para Molina, a reforma previdenciária,<br />
que já deveria ter sido discutida no<br />
País há pelo menos três décadas, produz<br />
dois efeitos antes mesmo de acontecer:<br />
o primeiro, de natureza subjetiva, leva<br />
as pessoas a entender a necessidade de<br />
se poupar ainda mais; o segundo, de<br />
natureza objetiva, considera que o sistema<br />
de previdência atual tem um nível<br />
de cobertura muito elevado – 92% dos<br />
brasileiros recebem salários abaixo do<br />
❙❙Renato Follador, do Fundo Paraná<br />
teto. “A reforma induz a diminuição de<br />
benefícios em aproximadamente 25% do<br />
teto”, pontua.<br />
Reserva financeira<br />
Os brasileiros estão encarando a<br />
aposentadoria como um projeto cada<br />
vez mais distante. Em uma pesquisa feita<br />
pela Federação Nacional de Previdência<br />
Privada e Vida (FenaPrevi) em parceria<br />
com o Ipsos Brasil, 62% dos entrevistados<br />
afirmaram acreditar que a reforma da<br />
previdência deve dificultar a aprovação<br />
dos pedidos de aposentadoria.<br />
Neste caso, formar uma poupança é<br />
uma boa opção. Isso pode ser feito de várias<br />
maneiras, como por meio da compra<br />
de um apartamento ou investimento em<br />
fundos. Contudo, o consultor em previdência<br />
e presidente do Fundo Paraná de<br />
Previdência Multipatrocinada, Renato<br />
Follador, defende que o melhor instrumento<br />
para poupanças de longo prazo<br />
são os planos de previdência privada, pois<br />
carregam estímulos fiscais importantes.<br />
“A previdência privada complementar<br />
é um patrimônio com finalidade<br />
definida. Como a contribuição é mensal,<br />
ela cria disciplina na hora de poupar por<br />
meio de um boleto ou um débito em conta,<br />
que o participante do plano recolherá<br />
antes mesmo de gastar o dinheiro com<br />
outras despesas ou compras por vezes<br />
supérfluas”, explica. Como o imposto<br />
de renda cobrado no resgate antecipado<br />
é alto, o dinheiro fica menos ao alcance<br />
das mãos e o detentor pensará duas vezes<br />
antes de utilizá-lo.<br />
Esta é a grande vantagem macroe-<br />
23
previdência privada<br />
❙❙Helio Portocarrero, economista<br />
conômica do produto, dada a dificuldade<br />
de se implantar um sistema de capitalização<br />
e manter o regime de repartição<br />
na previdência social. Por outro lado, as<br />
aplicações em previdência privada são<br />
muito concentradas, assim como o sistema<br />
financeiro brasileiro – particularmente<br />
o sistema bancário, que atinge a massa<br />
maior da população. “Isso provoca uma<br />
rentabilidade abaixo de outras aplicações<br />
financeiras”, argumenta Helio Portocarrero,<br />
economista e membro do Comitê de<br />
Estudo de Mercado da CNseg.<br />
Segundo ele, seria importante a existência<br />
de um mecanismo que induzisse<br />
uma competição maior na provisão de<br />
previdência privada. Para isso, é preciso<br />
que haja uma limitação por risco que<br />
possa ocorrer. “Existe a possibilidade<br />
de se aplicar na previdência privada um<br />
mecanismo que foi aplicado ao sistema<br />
imobiliário, que é o do patrimônio de<br />
aceitação, o que seria muito útil para que<br />
realmente pudesse aumentar a competitividade<br />
do setor”.<br />
Eles já pensam no futuro<br />
Contratar um plano de previdência<br />
privada está nos planos de Camila Verbisck<br />
desde 2015, quando a jornalista<br />
passou a trabalhar como Pessoa Jurídica.<br />
Hoje, a profissional de 34 anos atua<br />
como microempreendedora individual e<br />
contribui com a previdência social para<br />
ter aposentadoria com base no salário<br />
mínimo. A previdência privada, neste<br />
caso, seria um complemento.<br />
“Trabalhei com carteira assinada por<br />
24<br />
quatro anos, mas nunca me preocupei<br />
tanto com isso porque, na minha cabeça,<br />
até eu ter idade de aposentar, não existiria<br />
mais previdência pública. Estava pressentindo”,<br />
declara.<br />
Com 43 anos de idade, o radialista<br />
Leonardo Engelmann cogita seguir o mesmo<br />
caminho e vê na previdência privada<br />
a maneira de complementar os últimos<br />
dez anos trabalhados – tempo que serve<br />
de base para que se aposente pelo INSS.<br />
“Você faz o que quiser com uma aposentadoria<br />
privada. Eu receberia o plano e<br />
declararia como renda para aumentar o<br />
valor da aposentadoria”, explica ele, que<br />
aos 18 anos recusou contratar o produto<br />
oferecido por um banco. “Se tivesse feito<br />
o contrato naquela época, com certeza<br />
estaria mais feliz.”<br />
Quem já aderiu ao plano, por sua vez,<br />
elevou o valor da contribuição. Dados<br />
divulgados pela FenaPrevi indicam que<br />
entre janeiro e novembro do último ano<br />
os aportes acumularam R$ 98,17 bilhões,<br />
apresentando uma evolução de 19,14%<br />
frente ao mesmo período de 2015, quando<br />
somaram R$ 82,40 bilhões. Os planos<br />
individuais foram os que mais receberam<br />
recursos.<br />
Com as famílias “apertando os<br />
cintos” em razão da crise econômica, o<br />
aumento das contribuições deixa uma<br />
questão curiosa: de onde essas pessoas<br />
tiram dinheiro para aplicar na previdência<br />
privada quando o momento pede corte<br />
nos gastos? Na visão do presidente da<br />
Federação, Edson Franco, a discussão<br />
❙❙Leonardo Engelmann, radialista<br />
❙❙Edson Franco, da Fenaprevi<br />
da reforma contribui para a formação de<br />
consciência de que o Estado, sozinho, não<br />
vai conseguir prover toda a necessidade do<br />
indivíduo na aposentadoria. “As pessoas<br />
começam a entender que precisam formar<br />
sua própria poupança”, pontua.<br />
Na medida em que elas continuarão<br />
precisando complementar a renda, os<br />
aportes devem seguir em expansão acima<br />
da inflação, pois o segmento é relativamente<br />
jovem no País e ainda está em processo<br />
de formação e acumulação. “Qualquer<br />
segmento de acumulação de poupança de<br />
longo prazo depende de um processo de<br />
estabilização monetária e econômica para<br />
poder crescer, fato que ocorreu somente<br />
com o Plano Real. Por isso, a previdência<br />
privada cresce muito acima da inflação. Já<br />
estamos chegando a reservas de R$ 650<br />
bilhões”, diz o executivo.<br />
A média de idade do investidor que<br />
hoje aplica em previdência é de 45 anos,<br />
geração que ainda tem uma memória<br />
inflacionária. Já as novas gerações tendem<br />
a ter uma visão de longo prazo, pois<br />
viveram experiências de estabilidade<br />
monetária e macroeconômica. Franco<br />
pontua que a cultura de poupança de<br />
longo prazo muda com o tempo. Assim,<br />
o setor tem também a responsabilidade<br />
de formar pessoas, ajudá-las a entender a<br />
importância desses mecanismos de investimento<br />
e de proteção que correspondam<br />
a essas expectativas.<br />
Mercado será beneficiado<br />
Os especialistas são categóricos:<br />
a previdência privada sempre foi uma
necessidade para qualquer pessoa que<br />
deseja manter o padrão de vida na velhice<br />
e muitos não enxergavam este fato até o<br />
anúncio da reforma previdenciária, que<br />
agora é considerada a maior “vendedora”<br />
dos planos de previdência privada. “Na<br />
forma que está sendo desenhada, a reforma<br />
irá empurrar muitos contribuintes para a<br />
previdência privada, pois os benefícios<br />
estarão mais limitados e com prazos mais<br />
longos para obtenção”, afirma Ecio Costa,<br />
professor de Economia da Universidade<br />
Federal de Pernambuco (UFPE) e sócio<br />
da Cedes Consultoria e Planejamento.<br />
Desta forma, o setor se beneficiará com um<br />
maior contigente de contribuintes.<br />
Já o planejador financeiro e sócio da<br />
Moneyplan Consultoria, Fernando Meibak,<br />
atenta para o fato de que os planos de<br />
previdência precisam ter custos menores.<br />
Caso contrário, o aconselhável é que as<br />
pessoas invistam elas mesmas para o<br />
longo prazo. “Os planos de previdência<br />
sofreram a concorrência de outros mecanismos<br />
de investimento de longo prazo,<br />
como Tesouro Direto, que é mais barato.<br />
Os custos dos produtos atuais são muito<br />
elevados e, com a queda de juros, ficarão<br />
menos atraentes”, argumenta.<br />
Ao mesmo tempo em que o mercado<br />
cresce, aumenta também o lucro dos<br />
bancos que vendem os planos PGBL e<br />
VGBL.<br />
Quando e como investir<br />
Em previdência, tempo e dinheiro<br />
são fatores fundamentais. Quanto mais<br />
❙❙Ecio Costa, da Cedes<br />
se tem um, menos se precisa do outro.<br />
Por isso, quem começa a contribuir antes<br />
pode contribuir com menos mensalmente<br />
do que quem começa mais tarde, para uma<br />
aposentadoria de igual valor e iniciada na<br />
mesma idade.<br />
Além de poupar por mais tempo, o<br />
detentor do plano vai usufruir mais dos<br />
juros recebidos no investimento de seu<br />
dinheiro. Para se ter ideia, poupando durante<br />
35 anos mais de 2/3 do patrimônio<br />
acumulado virá dos juros. Em 30 anos,<br />
por exemplo, a previdência privada rende<br />
31% a mais que um investimento num<br />
fundo financeiro.<br />
Em alguns casos, pensando no futuro<br />
da nova geração, os planos são contratados<br />
pelos próprios pais ou avós. Já para<br />
quem vai aderir ao produto por conta<br />
própria, o ideal é que isso seja feito assim<br />
que o participante entrar para o mercado<br />
de trabalho.<br />
“A previdência privada, com a coparticipação<br />
do empregador, deve ter<br />
início o mais breve possível, pois quanto<br />
maior o prazo para contribuir maior o<br />
montante obtido. É válido lembrar que<br />
a previdência sem a coparticipação pode<br />
não ser tão interessante, tendo em vista<br />
as taxas de administração e carregamento<br />
cobradas por todas as instituições financeiras”,<br />
declara o especialista em finanças<br />
e professor da FAE Centro Universitário,<br />
Amilton Dalledone.<br />
PGBL ou VGBL?<br />
Em um primeiro momento as letras<br />
❙❙Amilton Dalledone, professor universitário<br />
❙❙Fernando Meibak, planejador financeiro<br />
podem assustar, mas o que muda é apenas<br />
o momento no qual o investidor vai recolher<br />
o imposto de renda sobre o capital<br />
(no resgate ou no recebimento da renda).<br />
No Plano Gerador de Benefícios Livres<br />
(PGBL), modalidade indicada para<br />
quem declara o Imposto de Renda pelo<br />
formulário completo, o poupador pode<br />
deduzir anualmente da base de cálculo<br />
do tributo, o valor total das contribuições<br />
efetuadas a planos de previdência complementar,<br />
durante o exercício social, até<br />
o limite de 12% da sua renda bruta, reduzindo<br />
o imposto a pagar ou, até mesmo,<br />
podendo ter direito à restituição.<br />
Já o Vida Gerador de Benefícios<br />
Livres (VGBL) é ideal para quem declara<br />
o Imposto de Renda pelo formulário<br />
simplificado, para quem se encontra na<br />
faixa de isenção do IR, ou para quem já<br />
atingiu o limite de dedução previsto para<br />
a previdência complementar (12% da<br />
renda bruta). No entanto, no momento do<br />
resgate ou do recebimento do benefício,<br />
o IR incide apenas sobre o valor dos rendimentos<br />
auferidos, e não sobre o valor<br />
total do resgate ou do benefício recebido,<br />
como ocorre no PGBL.<br />
“O produto PGBL e VGBL tem vantagens<br />
interessantes. Em geral recomendamos<br />
a opção pelo PGBL. O indivíduo<br />
precisa ficar muito tempo investido, no<br />
mínimo sete anos. Tem que optar pelo<br />
regime de imposto regressivo. A taxa<br />
de administração do fundo não pode ser<br />
acima de 1% ao ano, não pode ter taxa<br />
de carregamento”, aconselha o planejador<br />
financeiro Fernando Meibak.<br />
25
consumidor | comunicação<br />
Estabelecendo contato<br />
A chave para relações bem sucedidas<br />
está na comunicação. Sabendo disso,<br />
o mercado de seguros agora quer<br />
ampliar sua voz<br />
Amanda Cruz<br />
Consultar sites como o Reclame<br />
Aqui antes de comprar um produto<br />
ou contratar um serviço se<br />
tornou uma tarefa quase obrigatória.<br />
As companhias do mercado de<br />
seguros estão por lá e somam milhares de<br />
ocorrências, com taxas altas de resolução<br />
que, entre as maiores empresas do setor,<br />
ficam entre 80 e 90%. Já a porcentagem<br />
daqueles que voltariam a fazer negócio<br />
com as companhias não é tão boa assim e<br />
fica entre 33% e 65%. O top 3 dos motivos<br />
das reclamações são velhos conhecidos<br />
do mercado: demora na execução dos<br />
serviços; cobranças indevidas e lentidão<br />
no andamento de resolução do sinistro.<br />
Isso mostra que é preciso aparar arestas<br />
e melhorar o entendimento entre o seguro<br />
e a população.<br />
No mês do consumidor, as ouvidorias<br />
das seguradoras, conforme vemos<br />
na página 14, parecem empenhadas em<br />
manter sua reputação sem manchas, mas<br />
no mundo real isso está longe de poder ser<br />
uma realidade em qualquer setor.<br />
O mercado chegou ao momento de se<br />
26<br />
perguntar: as estratégias de comunicação<br />
sobre os produtos têm sido efetivas? Principalmente<br />
porque é comum que, fora do<br />
nicho especializado, o setor tenha destaque<br />
midiático apenas de forma negativa,<br />
quando há algum problema.<br />
A busca não é apenas para sanar<br />
cada reclamação individualmente. Isso<br />
continua a ser muito importante, mas é<br />
também encontrar maneiras de utilizar<br />
informações e dados para fazer com que<br />
a comunicação entre players seja a chave<br />
para uma reputação mais condizente com<br />
aquilo que o mercado pretende oferecer de<br />
produtos e de retorno e ajuda à sociedade.<br />
Com a palavra, os<br />
seguradores<br />
Seja nas relações interpessoais ou<br />
nos negócios, a comunicação é pauta recorrente,<br />
especialmente para aqueles que<br />
querem resolver suas diferenças e ver seus<br />
projetos saindo do papel. Com o mercado<br />
de seguros não é diferente. Quando uma<br />
companhia desenha um novo produto para<br />
determinado público, a informação sobre a<br />
novidade precisa chegar de forma efetiva<br />
às pessoas. “Os consumidores querem ter a<br />
garantia de atendimento rápido e especializado.<br />
Nesse sentido, a disponibilização<br />
de diversos canais de atendimento que<br />
permitam ao cliente acionar a seguradora<br />
por celular, computador ou telefone é essencial<br />
para o setor de seguros e aproxima<br />
o público das companhias”, opina Ana<br />
Beatriz Basso, diretora de Marketing da<br />
MetLife no Brasil.<br />
O uso intensivo dos smartphones<br />
pode ter dado mais agilidade, mas também<br />
traz ainda mais exigências. Como a<br />
principal entidade de representação das<br />
seguradoras, a Confederação Nacional<br />
das Empresas de Seguros Gerais, Previdência<br />
Privada e Vida, Saúde Suplementar<br />
e Capitalização (CNseg) analisa<br />
a efetividade de comunicação do setor e<br />
propõe mudanças para incrementá-la. É<br />
o que afirma Marcio Coriolano, presidente<br />
da entidade. Para ele, o mercado<br />
se esforça para melhorar a comunicação<br />
e parte desse esforço está concentrado<br />
em novas mídias. “Claro que ainda há
muito que melhorar, mas acredito que<br />
esse processo será fortalecido cada vez<br />
mais, em benefício das empresas e, claro,<br />
dos consumidores”, afirma.<br />
Esse otimismo parte do exemplo que<br />
a própria entidade dá: a Rádio CNseg e<br />
as ações em mídias sociais, como o Facebook,<br />
são ferramentas para modernizar<br />
o alcance, especialmente para atingir<br />
jovens, que são o foco do Programa de<br />
Educação em Seguros, idealizado pela<br />
entidade. “Além disso, teremos novidades<br />
em breve, incluindo o lançamento de um<br />
canal no Youtube”, promete Coriolano.<br />
As redes são justamente o que têm dado<br />
mais retorno.<br />
Complexo, mas acessível<br />
À primeira vista, o mercado é mesmo<br />
complexo e o que muito se ouve<br />
conversando com consumidores sobre<br />
determinados tipos de seguro é que eles<br />
não faziam ideia de que tal modalidade<br />
existisse. Sendo assim, quando chega o<br />
momento de entender de contratos, coberturas,<br />
exclusões e regras de seguro,<br />
de maneira geral, é quando se apresenta<br />
o momento de mais ruído nesse entendimento.<br />
“As pessoas têm dificuldade de<br />
entender algumas regras dos contratos e<br />
até mesmo de perceber a necessidade de<br />
fazer seguro em suas vidas. Mas acredito<br />
que essa resistência pode ser vencida<br />
paulatinamente mediante uma estratégia<br />
de comunicação adequada das empresas<br />
e entidades do setor e, claro, a atuação dos<br />
corretores”, aponta o presidente da CNseg.<br />
A acessibilidade ao setor chegou,<br />
sem dúvidas, por meio da internet e da<br />
presença obrigatória nas redes sociais. A<br />
comunicação é instantânea e a exigência<br />
por agilidade e eficiência é grande e ainda<br />
maior quando um assunto de urgência,<br />
como um sinistro, entra em cena. Mas,<br />
ao contrário do que pode parecer, isso é<br />
um incentivo para o aprimoramento e não<br />
uma plataforma para se acomodar. “As<br />
seguradoras são obrigadas a se atualizar<br />
e aperfeiçoar o atendimento para atender<br />
as demandas com qualidade”, esclarece.<br />
Apenas ter o digital incorporado às<br />
ações não garante o sucesso, o corretor<br />
precisa ser treinado para usar os recursos<br />
e alcançar mais clientes.<br />
A MetLife vê em sua ferramenta<br />
de cotações online para PME um case<br />
de sucesso, segundo a executiva da<br />
companhia. Isso porque eles cresceram<br />
46% no primeiro mês de utilização, com<br />
diminuição no tempo de operação.<br />
Se a contratação é fácil nos seguros<br />
mais básicos, como o de automóvel, o<br />
consumidor fica familiarizado, começa<br />
a pesquisar e se aprimora com a complexidade<br />
e as possibilidades de outros<br />
serviços e em breve está pronto para comprar<br />
mais proteção. Ou pelo menos é isso<br />
que se espera. É um processo que pode<br />
parecer longo demais, principalmente por<br />
ser um mercado com baixa penetração<br />
em determinadas carteiras, que quer trabalhar<br />
usando todo seu potencial. Mas é<br />
preciso ponderar se a falta de demanda e<br />
de cultura do seguro não está, justamente,<br />
na maneira como o mercado se apresenta,<br />
coloca-se e até mesmo como se abstém<br />
de algumas questões.<br />
Aplicativos, ouvidorias, cartilhas,<br />
campanhas publicitárias, posts e acompanhamento<br />
dos memes na internet. Nas<br />
estratégias de marketing têm de tudo e<br />
o intuito é estar em dia. Tudo é rápido e<br />
volátil: qualquer erro pode comprometer<br />
reputações e fazer com que a comunicação<br />
não se estabeleça.<br />
É preciso cuidado<br />
Nenhuma empresa está livre de erros,<br />
problemas e a dança de ganhar e perder<br />
clientes é eterna. Nenhuma companhia<br />
será unanimidade no mercado, mas aquelas<br />
que souberem se comunicar melhor<br />
ganham uns metros de vantagem na largada.<br />
“O pior para a companhia são clientes<br />
insatisfeitos”, ressalta Coriolano. Para<br />
ele, essas pessoas poderão, rapidamente,<br />
multiplicar uma opinião desfavorável sobre<br />
a empresa, mesmo entre pessoas que<br />
nunca utilizaram o serviço. “Além disso,<br />
as reclamações entram nas listas dos<br />
Procons, o que sempre é uma propaganda<br />
negativa. A melhor maneira de minimizar<br />
isso é procurando solucionar queixas<br />
e demandas dos clientes rapidamente”,<br />
aconselha. É preciso, também, dar espaço<br />
para que as empresas se mostrem à<br />
sociedade. Um processo de evolução que<br />
demanda tempo e boa vontade, tanto do<br />
receptor quanto do emissor.<br />
A crença de que o mercado é difícil<br />
❙❙Marcio Coriolano, da CNseg<br />
de compreender está sendo desmistificada,<br />
até mesmo pela necessidade que o<br />
momento econômico impõe. As pessoas<br />
têm procurado, por si só ou por meio de<br />
seus corretores, entender esse mercado. A<br />
MetLife realizou uma pesquisa em julho<br />
de 2016 e constatou que as três principais<br />
preocupações das pessoas envolvem independência<br />
financeira (41%); cuidados com<br />
a família (39%) e saúde da família (32%).<br />
Todos esses pontos passam pelas ofertas<br />
do mercado de seguros e é a comunicação<br />
que pode ajudá-los a perceber isso.<br />
Na prática, a estratégia<br />
funciona?<br />
O presidente da CNseg acredita que os<br />
esforços do mercado estão rendendo frutos<br />
para se comunicar com a sociedade em geral<br />
e também com os poderes constituídos,<br />
dialogando com o Governo, o Congresso<br />
e o Judiciário em questões mais técnicas.<br />
Ana Beatriz, da MetLife, crê que os espaços<br />
para as seguradoras se mostrarem estão<br />
cada vez mais amplos, especialmente com<br />
as redes. É na internet que os esforços têm<br />
se concentrado e, embora os meios digitais<br />
estejam cada vez mais democráticos, quem<br />
têm confiança em interagir com empresas<br />
e avaliar seu desempenho por meio das<br />
redes são, especialmente, os jovens entre<br />
16 e 35 anos. Todas as faixas de idade são<br />
importantes, mas o que esses potenciais<br />
consumidores, que deveriam estar no auge<br />
de suas atividades de contratação, pensam<br />
sobre o mercado?<br />
27
comunicação<br />
Principalmente que não basta apenas<br />
boa vontade para atingir os objetivos, as<br />
iniciativas precisam de efetividade. A<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> conversou com alguns<br />
consumidores da geração Y para que eles<br />
dêem a última palavra sobre o que acham<br />
da comunicação do mercado, ajudando<br />
os players a descobrir como melhorar e<br />
alcançar esse público.<br />
Bianca Dalonso, 25, assistente comercial,<br />
afirma que não vê, ou não percebe,<br />
um grande volume de informações do<br />
mercado chegando até ela. Pelo contrário,<br />
muitas vezes é preciso ser proativa para<br />
entender o que está adquirindo. “Meu<br />
corretor é ótimo e me ajuda muito. Geralmente,<br />
fico sabendo das novidades de serviços<br />
quando vou fazer a renovação [do<br />
seguro de automóvel]. Os benefícios para<br />
jovens e mulheres que são oferecidos, por<br />
exemplo, descobri assim. Apesar disso,<br />
a última vez que precisei renovar, optei<br />
por um produto e só soube exatamente os<br />
serviços aos quais tinha direito quando a<br />
apólice detalhada chegou e eu fui lê-la”,<br />
conta. Se as seguradoras divulgaram,<br />
pelo menos para essa consumidora as<br />
campanhas não foram assertivas.<br />
A verdade é que essa tarefa é muito<br />
delegada aos corretores, mas, mesmo<br />
para eles, é difícil conhecer a fundo<br />
e em detalhes todos os produtos das<br />
companhias. O que sempre terá um peso<br />
maior, de acordo com entrevistados, é a<br />
sensação de segurança. Isabella Borrelli,<br />
23, estudante, tem uma apólice para seus<br />
equipamentos fotográficos, mas confessa<br />
que teve pouco contato com a seguradora.<br />
“A companhia na qual eu fechei o seguro<br />
me colocou para falar diretamente com a<br />
corretora. Tudo que eu preciso trato com<br />
ela, ainda mais porque não tive nenhum<br />
problema, não precisei acionar o seguro.<br />
Mas me sinto mais confiante de andar<br />
por aí com a câmera protegida”, destaca.<br />
Já Ana Paula Sanches, 23, produtora<br />
de conteúdo, tem na saúde suplementar a<br />
referência sobre o mercado e diz que se<br />
sente muito bem atendida pela operadora<br />
no que diz respeito à rede credenciada e<br />
aos processos de atendimento, mas faz<br />
uma ressalva: “o reembolso nunca é do<br />
valor integral da consulta”. Mesmo com<br />
coisas positivas para contar, o contato<br />
da profissional de mídia com o mercado<br />
28<br />
❙❙Ana Beatriz Basso, da MetLife<br />
não é muito próximo, pois o seguro de<br />
vida que possuía anteriormente era relacionado<br />
à empresa onde trabalhava e, ao<br />
acabar o vínculo empregatício, o produto<br />
não foi mantido. “Nunca vou atrás dessas<br />
questões. Muito por comodismo e até<br />
mesmo por elas representarem um gasto<br />
a mais”, confessa. Complementando<br />
essa visão, Ana também não vê muitas<br />
informações sobre o seguro e, para ela,<br />
quando há contato com algum tipo de<br />
divulgação as empresas exageram nos<br />
pontos positivos e deixam de esclarecer<br />
pontos cruciais para a contratação. “Nunca<br />
dirão, por exemplo, que determinadas<br />
área e coberturas não fazem parte do<br />
plano”, aponta. Camila Tiemi,26, auxiliar<br />
administrativa, não teve a mesma sorte<br />
com o plano de saúde que possui e diz que<br />
❙❙Bianca Dalonso, assistente comercial<br />
não está satisfeita com os serviços prestados.<br />
“Por coincidência, acabo de ir ao<br />
hospital do convênio e descobri que eles<br />
não possuem materiais para realização<br />
de uma determinada cirurgia”, reclama.<br />
Esse descontentamento deve permanecer<br />
e, segundo ela, essa é a única maneira que<br />
tem contato com o mercado: quando mais<br />
precisa. “Não lembro a última vez que vi<br />
uma campanha com explicação de algo<br />
sobre seguros”, aponta. As propagandas<br />
que enaltecem a marca, mas não mostram,<br />
de maneira prática, como o produto<br />
pode ser utilizado parecem passar despercebidas<br />
para os entrevistados.<br />
A verdade é que pouco se pensa em<br />
seguro, especialmente na juventude e, se<br />
isso está começando a mudar em algumas<br />
carteiras, aparentemente se deve muito<br />
mais aos problemas enfrentados pelo País<br />
do que por outros motivos. É o caso da<br />
previdência privada, que ganhou destaque<br />
nos últimos meses por conta da reforma<br />
da Previdência Social, proposta pelo atual<br />
governo [leia mais sobre o assunto na<br />
página 22]. “Sobre outras contratações de<br />
seguro além do automóvel, sinceramente,<br />
não pensava nisso. Agora, penso em<br />
previdência privada, porque me assusta<br />
imaginar que mesmo quem começou a<br />
trabalhar aos 16 anos com carteira assinada,<br />
como eu, pode não chegar a receber<br />
a aposentadoria. Então, estou começando<br />
a cogitar a contratação”, afirma Bianca.<br />
Apesar do descontentamento com os<br />
serviços que possui hoje, Camila Tiemi<br />
também está no grupo dos que pretende<br />
dar mais atenção aos investimentos para<br />
o futuro. “Tenho interesse porque, sinceramente,<br />
eu não acredito que um dia vou<br />
conseguir me aposentar”, lamenta.<br />
A comunicação do mercado precisa<br />
encontrar caminhos que alcancem as<br />
pessoas, que faça com que consumidor e<br />
companhia sejam próximos de verdade.<br />
É um exercício constante e Ana Beatriz,<br />
representante da seguradora, parece<br />
concordar que é necessário evoluir.<br />
“Essa evolução precisa ocorrer não só<br />
na divulgação de novos produtos, mas<br />
no pós-venda, aproximando o cliente e<br />
a companhia”, endossa. Talvez, para o<br />
mercado, seja um bom momento para,<br />
além de fazer mais, aprender a falar<br />
mais ainda.
evento | posse<br />
Silas Kasahaya assume o CVG-SP<br />
Comunicação e formação<br />
profissional serão o foco de<br />
seu mandato. Universal Life<br />
e reforma da previdência<br />
também devem entrar nas<br />
discussões da nova gestão<br />
Kelly Lubiato<br />
O<br />
Clube Vida em Grupo de São<br />
Paulo (CVG-SP) está sob<br />
novo comando. Em fevereiro<br />
passado, Silas Kasahaya tomou<br />
posse como presidente da entidade<br />
para a gestão 2017-2018. O enfoque de<br />
seu mandato será na comunicação e na<br />
formação profissional.<br />
“Vamos divulgar as ações da entidade<br />
para atrair jovens do mercado”, disse<br />
Kasahaya durante a cerimônia de posse,<br />
ratificando que a entidade deve aumentar<br />
presença nas mídias sociais. A formação<br />
profissional, presencial e a distância também<br />
serão reforçadas.<br />
Alguns pontos devem marcar a nova<br />
gestão, como a discussão do produto<br />
Universal Life e a reforma da previdência.<br />
Além disso, Kasahaya quer que os<br />
associados participem de debates sobre<br />
as tendências de distribuição de produtos<br />
em novos canais e tecnologia.<br />
Ex-presidente do Clube, Dilmo Bantim<br />
Moreira assume agora a presidência<br />
do Conselho Consultivo da entidade. “O<br />
CVG é a única entidade especializada<br />
na formação profissional com enfoque<br />
nos seguros de pessoas, com convênio<br />
❙❙Silas Kasahaya e Dilmo Bantim Moreira<br />
com o Sindicato dos Securitários e com<br />
a Universidade Mackenzie”, declarou.<br />
Ele destacou ainda a importância do<br />
trabalho realizado pelo Clube, sendo difícil<br />
encontrar nas seguradoras alguém da<br />
área de seguros de pessoas que não tenha<br />
passado pelos seus cursos. Na gestão de<br />
Dilmo, foi feita uma alteração no estatuto<br />
para possibilitar a entrada de corretoras<br />
de seguros e resseguradoras. Oito empresas<br />
se associaram e outras entradas<br />
estão em curso. “Quanto maior o corpo<br />
de associados melhor será o serviço ao<br />
mercado segurador”, acrescentou.<br />
Novos associados<br />
Durante o período em que Dilmo<br />
esteve à frente do Clube, foram realizados<br />
33 eventos, com a participação de 2500<br />
pessoas, além de 80 cursos com 1500<br />
pessoas formadas.<br />
O CVG-SP nasceu com encontros<br />
sociais, o que sempre aconteceu durante<br />
os 35 anos de sua história. O Clube possui<br />
DNA de cursos, palestras, seminários,<br />
encontros de relacionamento e inúmeros<br />
outras atividades que contribuem para o<br />
desenvolvimento do mercado de seguros<br />
de pessoas no Brasil.<br />
“Vamos tentar trazer pessoas novas<br />
para o Clube. Queremos ser um grande<br />
portal para trazer novidades para as seguradoras,<br />
com o grande desafio de aumentar<br />
e melhorar a comunicação com o mercado.<br />
Também temos que trazer novos associados”,<br />
projeta o novo presidente.<br />
Entre as ações previstas estão o<br />
acolhimento a novas corretoras e resseguradoras,<br />
juntamente com a realização de<br />
cursos e seminários e inclusão de novos<br />
cursos na grade oferecida pelo CVG,<br />
principalmente a distância.<br />
Nova diretoria do CVG-SP<br />
29
soluções | mulheres<br />
Olhar atento ao<br />
público feminino<br />
Elas adquirem<br />
diferentes tipos de<br />
seguros e são mais<br />
focadas no benefício<br />
recebido. Por isso,<br />
as seguradoras não<br />
só desenham novos<br />
produtos voltados ao<br />
público feminino como<br />
aperfeiçoam os já<br />
existentes no portfólio<br />
Lívia Sousa<br />
30
Com presença no mercado de<br />
trabalho cada vez mais sólida<br />
e poder aquisitivo maior, as<br />
mulheres estão atentas à importância<br />
da contratação de um seguro<br />
para proteger os filhos, familiares e<br />
dependentes. Além disso, se mostram<br />
mais abertas e exigentes quando procuram<br />
por este tipo de produto. A segunda<br />
edição da pesquisa “Mulheres no Mercado<br />
de Seguros no Brasil”, produzida<br />
recentemente pela Escola Nacional de<br />
Seguros, revela que elas têm mais chance<br />
de adquirir diferentes tipos de seguros<br />
e são mais focadas no benefício recebido.<br />
Por serem mais detalhistas na área,<br />
continuam sua busca na esperança de<br />
encontrar a solução perfeita, enquanto os<br />
homens preferem comprar um produto<br />
viável a continuar a fazer compras.<br />
De olho nessa questão, as empresas<br />
que atuam no segmento não só desenvolvem<br />
novos produtos voltados ao público<br />
feminino como aperfeiçoam aqueles já<br />
existentes no portfólio. As soluções vão<br />
desde o seguro para a bolsa, que garante<br />
a indenização em caso de roubo ou furto<br />
qualificado da bolsa ou pasta a fim de<br />
repor os itens perdidos (carteira, documentos,<br />
celular, óculos de sol ou de grau,<br />
cosméticos, perfume e chaves); aos mais<br />
tradicionais, como os seguros de automóvel<br />
e de vida. “Gradualmente elas vêm se<br />
conscientizando sobre o planejamento<br />
do futuro e prevenção de imprevistos”,<br />
afirma o diretor de Vida e Previdência<br />
da SulAmérica, Fabiano Lima.<br />
Seguro de vida<br />
O seguro de vida voltado às mulheres<br />
criou um diferencial no mercado que<br />
resultou na maior atratividade para esse<br />
público e na necessidade das seguradoras<br />
pensarem em soluções personalizadas,<br />
compreendendo as demandas e os tipos<br />
de assistência e garantias que fazem a<br />
diferença em suas vidas. “Sem dúvida,<br />
isso faz com que o produto tenha boa<br />
aceitação, à medida que oferece serviços<br />
além da cobertura básica dos seguros<br />
tradicionais de vida”, garante Lima.<br />
Quem adere a este tipo de proteção<br />
tem acesso às coberturas para morte<br />
e invalidez permanente por acidente,<br />
assistência funeral e sorteios mensais.<br />
❙❙Fabiano Lima, da SulAmérica<br />
O pagamento do valor contratado para<br />
diagnósticos de câncer ginecológico ou<br />
de mama também está incluso. Nestes<br />
casos, dependendo da seguradora, a<br />
indenização pode ser utilizada como a<br />
segurada preferir, sem necessidade de<br />
comprovação de despesas – a renda extra<br />
pode servir para custear viagens do tratamento<br />
e outras contas não cobertas pelo<br />
plano de saúde, por exemplo.<br />
Há ainda descontos em redes de<br />
estabelecimentos e profissionais para<br />
serviços relacionados com estética e<br />
beleza, acesso a informações gerais sobre<br />
nutrição, quantidade de calorias de<br />
cardápios, dicas de estilo de vida, saúde<br />
e bem-estar, segunda opinião médica e<br />
❙❙Leandro Poretti, da Sancor<br />
assistências residencial, aos filhos e a vítima<br />
de crime, além de apoio psicológico<br />
familiar no caso de doenças, invalidez e<br />
falecimento da segurada. Podem ser adicionadas<br />
ainda as opções de morte com<br />
extensão ao cônjuge, acidente vascular<br />
cerebral (AVC), cirurgia coronariana,<br />
insuficiência renal crônica, neoplasia e<br />
transplante de órgãos vitais.<br />
“Existe uma nova forma de encarar<br />
coberturas como esta no mercado e por<br />
isso acreditamos no crescimento sustentável<br />
dos produtos que compõem a<br />
carteira de seguros de pessoas”, declara<br />
Leandro Poretti, diretor geral da Sancor<br />
Seguros do Brasil.<br />
Seguro de automóvel<br />
Elas são mais atentas no trânsito e<br />
nos cuidados com o carro. O relatório<br />
Mulheres no Trânsito, divulgados pela<br />
Seguradora Líder-DPVAT, aponta que<br />
o público feminino respondeu por 25%<br />
das indenizações pagas por acidentes em<br />
2015 contra 75% dos homens. Já os dados<br />
do Departamento Nacional de Trânsito<br />
(Denatran) mostram que só 11% dos acidentes<br />
são provocados por mulheres. A<br />
maior cautela diante do volante justifica<br />
os descontos oferecidos pelas seguradoras<br />
nas apólices de seguro de automóvel,<br />
já que elas registram as menores taxas de<br />
sinistralidade.<br />
No seguro de automóvel desenhado<br />
exclusivamente para elas, são oferecidas<br />
coberturas básicas para os casos de<br />
colisão, incêndio, roubo e furto, assim<br />
como para danos materiais e corporais<br />
causados a terceiros. É possível contratar<br />
coberturas adicionais, que incluem acidentes<br />
pessoais de passageiros, despesas<br />
extraordinárias, indenização pelo valor<br />
de um novo veículo, cobertura para kit-<br />
-gás e danos morais. Ao contratar qualquer<br />
uma das coberturas básicas, a segurada<br />
conta com serviço de despachante<br />
gratuito, atendimento em rede de oficinas<br />
habilitadas para reparo do automóvel e<br />
descontos em serviços de manutenção<br />
em centros automotivos.<br />
Já os serviços personalizados incluem<br />
carro reserva em casos de sinistro<br />
de indenização integral ou danos parciais,<br />
reparo ou a troca do vidro trincado ou<br />
quebrado no caso de acidente envolvendo<br />
31
mulheres<br />
O poder das mulheres no mercado segurador<br />
Em 2015, de acordo com a pesquisa<br />
da Escola Nacional de Seguros, as<br />
mulheres representavam 56% do total<br />
dos funcionários do setor. O número é<br />
bastante similar ao valor encontrado<br />
no mercado segurador americano<br />
(60%). Durante a negociação com o<br />
cliente, elas são mais sensíveis e menos<br />
egocêntricas. Na hora de fechar um negócio,<br />
se mostram mais éticas e confiáveis.<br />
É o que apontou Fabio Luchetti,<br />
presidente da Porto Seguro, durante o<br />
evento “Dia Internacional da Mulher –<br />
Corretora de Seguros”, realizado pelo<br />
Sindicato dos Corretores de Seguros<br />
São Paulo (Sincor-SP) na capital paulista.<br />
“Elas vão nos atributos do seguro<br />
e operam com mais carteira que os<br />
corretores, trabalham melhor com o leque<br />
de produtos”, lembrou o executivo.<br />
As corretoras lideradas por mulheres,<br />
segundo ele, também apresentam melhores<br />
resultados – em geral, um ponto<br />
percentual a menos de sinistralidade –,<br />
além de maiores índices de renovação.<br />
A segurança que a mulher corretora<br />
agrega ao setor se destaca. “A<br />
capacidade de conciliar diversas áreas<br />
de atuação permite a mulher atender<br />
com alta capacidade os níveis de exigências<br />
que o mercado de trabalho<br />
requer”, declarou.<br />
apenas os vidros, substituição de faróis,<br />
lanternas e retrovisores e assistência com<br />
até 400 quilômetros ou quilometragem<br />
ilimitada.<br />
Como o carro ainda é um bem de<br />
grande valia para os consumidores brasileiros,<br />
há a necessidade de se oferecer<br />
proteções extras. “Além da proteção ao<br />
veículo, as seguradas optam pelo seguro<br />
também devido aos benefícios, descontos<br />
e vantagens que facilitam o seu dia<br />
a dia. Como o serviço de transporte<br />
amigo, que em situações de emergência<br />
garante o serviço de um taxista”, diz o<br />
superintendente do Porto Seguro Auto,<br />
Jaime Soares.<br />
❙❙Jaime Soares, da Porto Seguro<br />
32<br />
Assim, as mulheres também têm<br />
acesso ao reparo de eletrodomésticos<br />
linha branca, reparos emergenciais help<br />
desk, consulta gratuita para pets, serviços<br />
emergenciais à residência, além de<br />
descontos em academias, em clínicas de<br />
estética e bem-estar, salas de cinema e<br />
eventos culturais.<br />
“Buscamos o aprimoramento da experiência<br />
do cliente, com uma visão única<br />
da base de segurados, de forma a entender<br />
melhor suas necessidades e oferecer, em<br />
um único lugar, soluções que garantam<br />
proteção completa em todos os seus<br />
ciclos de vida”, afirma Marco Antonio<br />
Gonçalves, diretor-geral da organização<br />
❙❙Marco Antonio Gonçalves, da Bradesco<br />
de Vendas do Grupo Bradesco Seguros.<br />
A participação das mulheres na base de<br />
clientes da empresa passou de 42% em<br />
2014 para 44,9% em 2015. No ano passado,<br />
o número saltou para 45,5%.<br />
Oportunidades<br />
Apesar dos avanços significativos, a<br />
cultura do seguro ainda está em processo<br />
de construção no Brasil, questão que gera<br />
oportunidade de expansão nacional do<br />
setor e que permanece como o principal<br />
desafio do mercado. De fato há muitas janelas<br />
para serem abertas neste segmento<br />
e, em especial, no público feminino. Além<br />
de administrarem seus lares e serem<br />
mães em tempo integral, as mulheres<br />
ainda contribuem para o crescimento do<br />
País, formando mais de 51% de toda a<br />
população economicamente ativa. Porém,<br />
quando se olha para a parcela da população<br />
que possui seguro, elas representam<br />
menos de 30%.<br />
Segundo Leandro Poretti, da Sancor,<br />
o mercado de seguros de pessoas é um<br />
dos que ainda enfrentam uma grande<br />
barreira cultural. “As mulheres são mais<br />
conscientes da importância e necessidade<br />
dos cuidados para a saúde e bem-estar,<br />
mas não enxergam o seguro de vida como<br />
uma proteção financeira para o seu bem<br />
maior, que é a própria vida”, explica.<br />
“Desta maneiram, buscamos inovar e<br />
evidenciar os atributos de nossos produtos”,<br />
acrescenta.
33
comunicação e expressão<br />
por J. B. Oliveira*<br />
Línguas parecidas...<br />
Sempre que pergunto, em treinamento, quais são as línguas<br />
parecidas com a nossa, as respostas são: Espanhol. Italiano.<br />
Francês...<br />
Respostas corretas: essas três línguas se parecem com o<br />
Português, e nem poderia ser diferente, uma vez que são da mesma<br />
“família”: todas provêm do berço comum, o Latim. Por isso,<br />
são chamadas de neolatinas. (Pertencem também a esse grupo, o<br />
Romeno, o Catalão, o Galego e o Provençal).<br />
Mas há OUTRAS línguas bem semelhantes ao Português.<br />
Eis algumas delas: o Juridiquês, o Mediquês, o Economês, o<br />
Policiês e muitas outras. Um boletim em Policiês é algo mais ou<br />
menos assim:<br />
”O meliante abateu o desafeto, vibrando-lhe três violentos<br />
pontaços no abdômen. A seguir, evadiu-se em companhia de sua<br />
amásia, homiziando-se em local incerto e não sabido”.<br />
Há um movimento atual muito forte, a partir do próprio<br />
Conselho Nacional de Justiça, no sentido de se eliminar ou pelo<br />
diminuir o uso do Juridiquês no ambiente geral dos operadores<br />
do Direito. Sem dúvida, será de grande valia, pois os termos<br />
usados por alguns profissionais dessa área são de doer. À guisa<br />
de ilustração, imagine-se o caso de um cidadão de poucas letras<br />
dirigindo-se a um advogado para pedir-lhe que o assista na venda<br />
que quer fazer de um imóvel de sua propriedade. O culto jurista<br />
lhe dirigirá esta singela pergunta: “E o senhor tem outorga uxória?<br />
” Entre perplexo e assustado, o cliente dirá: “Eu acho que já tive<br />
isso, mas sarei! ” Outorga uxória tem mesmo jeitão de doença – até<br />
contagiosa – mas significa apenas autorização da esposa!<br />
Mais complicado, sem dúvida, é o Mediquês. Basta ler uma<br />
bula de remédio para se ver quão grande é a distância que o separa<br />
do nosso idioma, causando sérios problemas de comunicação com<br />
pessoas não ligadas à área da saúde. O médico pergunta ao paciente<br />
se ele tem cefaleia. “Tenho não senhor. O que eu tenho mesmo é<br />
uma dor de cabeça danada!” é a pronta resposta.<br />
No meu livro “Falar Bem é Bem Fácil” (esgotado), defendo<br />
a tese de que a mensagem é a ideia. Assim, uma mensagem só<br />
é recebida pelo receptor quando ele consegue formar a ideia<br />
do que ela significa. Tanto isso é certo que quando alguém não<br />
consegue entender o sentido de uma comunicação, diz: “Não<br />
faço a menor ideia”! Para comprovar, conto uma história que<br />
ilustra bem essa realidade.<br />
Cidadão humilde do interior, acompanhado da mulher, vai<br />
à consulta médica. Após examiná-lo, o médico diz: –“Bem, seu<br />
José, o que temos aqui é apenas uma intumescência da glândula<br />
prostática. Não será necessário procedermos à prostatectomia. O<br />
senhor apenas vai usar isto. ”E entrega um objeto ao paciente, que<br />
agradece e sai com a mulher. No corredor, volta-se para ele e indaga:–<br />
–“Veia, cê intendeu o que o médico disse? ” –“Num faço a menor<br />
ideia”, responde ela. – “Intãovamovortá!”– “Dotô, que que é pra fazê<br />
com isto que o senhor deu pra nóis? ” – “O senhor introduz esse<br />
supositório na extremidade retal. ” –“Sim sinhô, dotô, agardecido.”<br />
De novo no corredor, refaz a pergunta:–“E agora, veia, ceintendeu?”–<br />
“Nadicadinada!”– “intão, vamovortatraveiz” “Por favor, dotô, dá<br />
pra expricar mais meior o que que nós tem que fazê com esse tar<br />
de positório?”– “O senhor... bem, o senhor aplica o supositório no<br />
orifício anal.”– “Ah! Sim sinhô, no orifício anal, tá certo!”– “Muié,<br />
e agora? Cê intendeu? Cênum é tão burra ansim, né?”–“Inda num<br />
intendi nada não.Esse dotô fala muito cumprido. Vamo pedi pra ele<br />
falá mais curto!”– “Intão, vamovortadinovo. ”–“Dotô, dá pru sinhô<br />
fala, ansim mais curtico, o que que é pra fazê com o tar de positório?<br />
”– “O senhor... o senhor... o introduz no ânus!”–“Introduz no ânus...<br />
sim sinhô, dotô, muito brigado”. – ”E agora, muié, intendeu? Ele falô<br />
bem curtico!”– ”Falôcurtico, mai num falô a nossa língua! Cêtem<br />
que pedi pra ele faláqui nem quinóis”– ”Então eu vô vortá a vortá”.<br />
– ”Discurpe, dotô, mainum dá prosenhôfaláqui nem quinóis fala?<br />
Senão nóis num intende!” Interrompido pela quarta vez, o médico<br />
finalmente se dá conta de que está falando em Mediquês, e o interlocutor<br />
não conhece essa língua. O que ele faz? Vai para o popular.<br />
Usa a linguagem de conhecimento do paciente. Diz-lhe, com todas<br />
as letras (que não colocarei aqui. E nem é necessário, porque vocês<br />
já fizeram a ideia...) : ”O senhor pega esse supositório e...”<br />
Aí o velhinho se volta para ele e diz candidamente: ”Ói, dotô,<br />
eu bem que disse pra minha veia que o sinhô ia acaba ficando aborrecido<br />
com nóis...”<br />
Em praticamente todas as áreas profissionais, criam-se formas<br />
próprias de falar, jargões, códigos do domínio apenas de quem pertence<br />
à categoria. Isso facilita a comunicação interna, pois a simplifica,<br />
mas complica a externa! Alguns termos usados num segmento<br />
têm sentido totalmente diverso do uso fora dele. Um exemplo bem<br />
claro é o termo prêmio. Na linguagem comum, é um ganho, algo que<br />
se recebe. No universo do seguro, porém, é o oposto: é o que se paga<br />
pela apólice garantidora do bem segurado. Outro termo, sinistro, é<br />
aplicado a um dano em relação ao bem ou à pessoa segurada, e é<br />
algo negativo. Pra moçada aqui fora, entretanto, é algo muito “joia”,<br />
“da hora”, “legal pacas...”<br />
Espero que este artigo seja considerado sinistro! Mas espero<br />
que meu carro não sofra nenhum... sinistro!<br />
* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />
É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />
www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />
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