25.02.2018 Views

edicao_janeiro

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

7 CONNECTION<br />

SAÚDE<br />

A Associação Psiquiátrica Americana criou<br />

uma lista com nove sintomas que poderiam<br />

determinar um transtorno de jogo online, e, no<br />

ano passado, investigadores da Universidade<br />

de Oxford desenvolveram um estudo a partir<br />

dessa lista com o objetivo de revelar a percentagem<br />

de jogadores que são viciados. O<br />

estudo foi publicado no American Journal of<br />

Psychiatric e mostrou que apenas 2% a 3% dos<br />

indivíduos que jogam videojogos apresentam<br />

cinco ou mais sintomas do distúrbio.<br />

Foram avaliadas 19 mil pessoas, homens e<br />

mulheres, dos Estados Unidos da América,<br />

Reino Unido, Alemanha e Canadá. Andrew<br />

Przybylski, autor do estudo, considera que<br />

esta “foi a primeira descoberta em larga escala<br />

a produzir provas robustas da existência de<br />

um potencial problema ligado ao distúrbio dos<br />

jogos de computador”.<br />

O primeiro sintoma da lista é a preocupação<br />

e obsessão com os videojogos. Depois disso,<br />

aparece a existência de sinais de abstinência<br />

quando não está a jogar. Em terceiro lugar, o<br />

aumento da tolerância ao vício, que começa<br />

a dar ao indivíduo a sensação de que precisa<br />

de passar mais tempo a jogar porque aquele<br />

que passa no momento já não é suficiente. A<br />

manifestação seguinte é a de tentar desistir do<br />

jogo, mas não conseguir. De seguida, aparece<br />

a perda de interesse pelas restantes atividades<br />

da vida que antes eram consideradas hobbies.<br />

O sexto sintoma é o de continuar a utilizar os<br />

jogos em excesso mesmo sabendo o impacto<br />

que isso pode ter. Depois disso, o indivíduo<br />

começa a mentir aos outros sobre o tempo que<br />

passa a jogar. O penúltimo sintoma é o uso dos<br />

jogos para libertar ansiedade. E por último, a<br />

pessoa colocou uma relação em risco devido<br />

ao uso excessivo dos jogos de computador.<br />

Ao contrário do estudo da Universidade de<br />

Oxford, uma investigação da firma ESET<br />

revelou dados mais preocupantes. Ao avaliar<br />

500 jogadores, a firma percebeu que cerca<br />

de 10% passam entre 12 a 24 horas colados<br />

ao ecrã. “Os jogos são altamente viciantes,<br />

e não é de admirar que muitos dos entrevistados<br />

do nosso estudo admitam jogá-los por<br />

tanto tempo”, disse Mark James, especialista<br />

em segurança da ESET.<br />

A Organização Mundial de Saúde justificou a<br />

ausência de outras condições ligadas à tecnologia<br />

na sua lista, como o vício dos smartphones<br />

ou da internet, com a falta de provas<br />

de que são “distúrbios reais”.<br />

Um estudo recente feito na Universidade de<br />

Oxford sugeriu que, apesar de as crianças no<br />

geral passarem cada vez mais tempo na frente<br />

das telas, isso não necessariamente representa<br />

vício.<br />

“As pessoas acreditam que as crianças estão<br />

viciadas em tecnologia e nessas telas 24<br />

horas por dia a ponto de abdicarem de outras<br />

atividades. Mas sabemos que esse não é o<br />

caso”, afirmou o pesquisador Killian Mullan.<br />

“Nossas descobertas mostram que a tecnologia<br />

tem sido usada em alguns casos para<br />

apoiar outras atividades, como tarefas de<br />

casa, por exemplo, e não excluindo essas<br />

atividades das vidas das crianças”, disse ele.<br />

“Assim como nós, adultos, fazemos, as crianças<br />

espalham o uso da tecnologia digital ao<br />

longo do dia, enquanto fazem outras coisas”,<br />

finalizou.<br />

Janeiro | 2018

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!