You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O desafio<br />
das urnas<br />
Estabelecer o modelo de eficiência<br />
na rotina do servidor está entre<br />
as principais medidas para fazer<br />
com que o conceito se consolide na<br />
estrutura pública e resista por um<br />
período superior a quatro anos. Nesse<br />
sentido, a atual preocupação dos<br />
gestores é transformar a metodologia<br />
numa política permanente de<br />
estado – e não numa prática pontual<br />
de governo. "A perenidade do<br />
processo de governança é o nosso<br />
principal objetivo para os próximos<br />
dois anos", afirma Sartori. Ainda assim,<br />
nada impede que as incertezas<br />
dos rumos eleitorais descaracterizem<br />
o cenário criado até aqui.<br />
As constantes trocas de comando<br />
inauguram períodos mais ou<br />
menos extensos de readaptação da<br />
estrutura do estado – o que contribui<br />
para que a máquina engasgue<br />
e perca eficiência. "O modelo antigo<br />
faliu. Não há como continuar<br />
o ritmo de entrega que estamos<br />
dando à sociedade", alerta Eduardo<br />
Riedel. Uma forma de mitigar esse<br />
efeito é conceder um caráter de lei<br />
à metodologia de trabalho. "Assim,<br />
os governos teriam liberdade para<br />
optar por suas prioridades de políticas<br />
públicas, mas não poderiam<br />
mudar a maneira de trabalhar a cada<br />
nova gestão", diz Carlos Búrigo.<br />
De fato, o momento do país exige<br />
o assentamento de novos e firmes<br />
pilares na governança pública.<br />
O conceito seguido por estados<br />
como Rio Grande do Sul e Mato<br />
Grosso do Sul pode estar apontando<br />
um caminho para isso. "Há cada<br />
vez menos espaço para gestões<br />
amadoras e intuitivas no setor público",<br />
afirma o governador Reinaldo<br />
Azambuja. "Acho que a sociedade<br />
vai demandar cada vez mais essa<br />
tendência de exigir uma gestão<br />
pública eficiente."<br />
Foto: Bolivar Porto<br />
passo a passo do<br />
Modelo de Governança<br />
1. Definição das prioridades gerais<br />
da gestão, embasadas no trabalho<br />
da equipe de transição e nas<br />
opiniões colhidas junto à população<br />
durante a campanha.<br />
2. Desenho do Mapa Estratégico do<br />
Estado, dividido em grandes áreas ou<br />
eixos norteadores. São quatro no Rio<br />
Grande do Sul: Social, Econômico,<br />
Infraestrutura e Meio Ambiente e Governança<br />
e Gestão. Já o Mato Grosso<br />
do Sul, além da delimitação de seis<br />
eixos – como Desenvolvimento Sustentável<br />
e Participação Social –, também<br />
elaborou um Plano Plurianual<br />
(PPA) para a gestão.<br />
3. Criação de uma estrutura multinível<br />
de governança e monitoria<br />
de projetos. A administração gaúcha<br />
elegeu a Secretaria-Geral de Governo<br />
(SGG) como topo dessa estrutura.<br />
O Mato Grosso do Sul concentrou<br />
as ações no Escritório Central de<br />
Projetos (ECP) – ligado à Secretaria<br />
de Governo e Gestão Estratégica.<br />
4. A Rede de Gestão inclui profissionais<br />
responsáveis por acompanhar<br />
o trabalho das secretarias.<br />
No Rio Grande do Sul, isso é feito<br />
pelos assessores da SGG. Cada um<br />
deles é responsável por monitorar<br />
algumas pastas.<br />
Projeto Obra Inacabada Zero priorizou a conclusão de mais<br />
de 200 obras pendentes, como a do Aquário do Pantanal<br />
5. As secretarias, por sua vez, ganham<br />
liberdade para definir seus<br />
projetos e ações prioritárias. Essas<br />
iniciativas são discutidas com as instâncias<br />
superiores da Rede de Gestão,<br />
garantindo a sintonia com o Plano<br />
de Governo, a viabilidade técnica e<br />
a demanda correta de recursos. Aqui<br />
também são definidas as metas e<br />
indicadores para os projetos.<br />
22 brasil novembro de 2016