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Revista Apólice #220

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Ano 22<br />

Número 220<br />

Abril 2017


editorial<br />

Ano 22 - nº 220<br />

Abril 2017<br />

Esta revista é uma<br />

publicação independente<br />

da Correcta Editora Ltda<br />

e de público dirigido<br />

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Kelly Lubiato - MTB 25933<br />

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Tiragem:<br />

15.000 exemplares<br />

Circulação:<br />

Nacional<br />

Periodicidade:<br />

Mensal<br />

CORRECTA EDITORA LTDA<br />

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Tel. (11) 5082-1472 / 5082-2158<br />

Os artigos assinados são de responsabilidade<br />

exclusiva de seus autores, não<br />

representando, necessariamente, a<br />

opinião desta revista.<br />

Que venham<br />

novos riscos<br />

A tecnologia, as novas formas de comunicação, a locomoção,<br />

a economia compartilhada jogaram luz sobre uma nova onda de<br />

riscos. O seguro de automóvel, que tanto sofreu no último ano,<br />

não voltará aos patamares de anos anteriores. A frota segurada<br />

está envelhecendo e o carro deixou de ser objeto de desejo da<br />

nova geração de consumidores.<br />

O que vem pela frente? O seguro para veículos autoguiados<br />

já existe fora do país. Por aqui, algumas montadoras já começam<br />

os testes com os modelos novos. Mas a mobilidade urbana insere<br />

em nosso cotidiano outros desafios.<br />

No outro extremo do carro sem motoristas estão as bicicletas,<br />

que voltaram à cena, seja por questões de saúde, ideológicas<br />

ou econômicas. O aumento de circulação das ‘magrelas’ trouxe<br />

consigo uma onde de violência, que aumentou o risco de roubo<br />

e furto destes objetos. De olho neste nicho, algumas seguradoras<br />

passaram a oferecer coberturas para estes veículos, mas os consumidores<br />

ainda não demonstram total satisfação com o produto,<br />

principalmente pelo custo.<br />

A necessidade de ter tudo à mão levou as companhias a<br />

desenvolverem formas de estarem mais presentes na vida do<br />

consumidor. Seja através de aplicativos próprios ou em parcerias<br />

com outras empresas, as seguradoras procuram maneiras de estimular<br />

o consumidor a conhecer e comprar mais produtos. Ainda é<br />

incipiente, mas é um caminho viável e que será muito utilizado no<br />

futuro.<br />

Aguarde!<br />

Boa leitura!<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />

Diretora de Redação<br />

ERRATA Na edição número 218, página 11, matéria da Addvalora informa<br />

que a empresa não terceiriza seus trabalhos. O correto é que a empresa não<br />

“quarteiriza” seus trabalhos.<br />

Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para redacao@revistaapolice.com.br<br />

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sumário<br />

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painel<br />

gente<br />

rede lojacorr<br />

Diogo Arndt da Silva assume a presidência da Rede Lojacorr com<br />

o objetivo de abrir as fronteiras do Brasil para um novo modelo de<br />

gestão empresarial<br />

bike<br />

Uso das bicicletas como meio de transporte duplica em dez anos.<br />

Presença cada vez mais constante nas ruas aquece esse nicho do<br />

mercado de seguros<br />

aplicativos<br />

Mercado age com cautela no desenvolvimento de proteções específicas<br />

para serviço de transporte via app, mas isso não significa<br />

desamparo. Há coberturas aptas a proteger motoristas e passageiros<br />

inteligência artificial<br />

Os carros sem motorista já estão em teste em alguns lugares do<br />

mundo e devem fazer com que o mercado de seguros repense<br />

diversas questões<br />

rc ônibus<br />

Com a liquidação extrajudicial da principal seguradora do setor,<br />

corretores e seguradoras se preparam para receber novas demandas<br />

vendas<br />

A mobilidade física e digital estão intimamente ligadas. Por isso, os<br />

apps do mercado de seguros ajudam os segurados no cotidiano e<br />

seguradores e corretores, nos negócios<br />

débito automático<br />

Débito automático é suspenso pelos bancos mesmo com o sinal<br />

verde do cliente que contrata ou renova um seguro. Entrave pode<br />

trazer sérios problemas aos corretores, segurados e seguradoras<br />

resseguro<br />

6º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro mostra que muita coisa<br />

mudou neste período, desde a reserva de mercado até a inovação<br />

em produtos<br />

eventos<br />

congresso<br />

9º Congresso Estadual de Corretores de Seguros de Minas Gerais<br />

reflete a nova realidade do corretor de seguros, que precisa buscar<br />

novas oportunidades em outras carteiras além do automóvel<br />

4


5


painel<br />

• nacordo<br />

Recadastramento de corretores<br />

O superintendente da Superintendência de Seguros Privados<br />

(Susep), Joaquim Mendanha de Ataídes, e o presidente do Instituto<br />

Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguro<br />

(Ibracor), Gumercindo Rocha Filho, assinaram o Acordo de Cooperação<br />

Técnica-Operacional para a implementação, em parceria, dos<br />

planos de trabalho para o recadastramento de corretores de seguros e<br />

a distribuição de identidades profissionais.<br />

Para pessoas físicas, o recadastramento terá início no dia 2 de<br />

maio deste ano, encerrando-se em 31 de agosto.<br />

Para pessoas jurídicas, o recadastramento será no período de 1º de<br />

novembro de 2017 a 31 de abril de 2018. No caso de pessoas jurídicas,<br />

o recadastramento<br />

somente se efetivará<br />

com o corretor de<br />

seguros responsável,<br />

que estiver devidamente<br />

recadastrado.<br />

As circulares<br />

da Susep dispondo<br />

sobre o recadastramento<br />

e a distribuição<br />

de identidades<br />

profissionais serão<br />

editadas em breve.<br />

• nproduto<br />

Residências para locação<br />

A Tokio Marine passa a incluir na cobertura do<br />

Seguro Residencial Premiado imóveis disponíveis<br />

em plataformas de locação e aplicativos, como<br />

Airbnb, HomeAway e HouseTrip.<br />

“Garantir a proteção do imóvel, principalmente<br />

enquanto estiver locado, é o papel que<br />

a companhia desempenha para que o cliente<br />

possa ter um negócio rentável, sem se preocupar<br />

com a segurança dos bens”, explica o diretor de<br />

Precificação e RD Massificados, Arnaldo Bechara.<br />

O cliente conta com atendimento para os<br />

serviços de assistência 24 horas, consultoria exclusiva<br />

de sustentabilidade, serviço de descarte<br />

de móveis e equipamentos eletrônicos, help desk<br />

ilimitado para computadores e inspeção domiciliar,<br />

com limpeza de ar-condicionado, instalação<br />

de telas de segurança<br />

para apartamentos,<br />

instalação<br />

de suporte de<br />

TV, caçamba para<br />

descarte de entulhos<br />

e limpezas<br />

de até três caixas<br />

d’água.<br />

• nsaúde<br />

Fraudes e desperdício consomem verba<br />

Um trabalho produzido pelo Instituto de<br />

Estudos de Saúde Suplementar (IESS) estima<br />

que cerca de R$ 22,5 bilhões dos gastos<br />

das operadoras de planos de saúde do País<br />

com contas hospitalares e exames, em 2015,<br />

foram gerados indevidamente, decorrendo<br />

de fraudes e desperdícios com procedimentos<br />

desnecessários. Isso representa 19% do<br />

total das despesas assistenciais realizadas<br />

pelas operadoras de planos de saúde.<br />

No estudo “Evidências de práticas<br />

fraudulentas em sistemas de saúde internacionais<br />

e no Brasil”, o IESS identificou que<br />

de 12% a 18% das contas hospitalares apresentam<br />

itens indevidos e de 25% a 40% dos<br />

exames laboratoriais não são necessários.<br />

Observa, ainda, com base em relatório da<br />

Controladoria Geral da União (CGU), que o<br />

problema também é de grandes proporções<br />

no sistema público de saúde: entre 2002 e<br />

2015, foram detectadas irregularidades de<br />

desvio de dinheiro em aproximadamente<br />

R$ 5,04 bilhões, o que equivaleu a 27,3%<br />

do total de irregularidades em todas as<br />

áreas do governo.<br />

Embora ressalve que a corrupção e<br />

a fraude são difíceis de serem detectadas<br />

na área da saúde, uma vez que a cadeia<br />

produtiva desse setor contempla diversos<br />

segmentos e particularidades em cada um<br />

deles, inclusive com distinção entre os sistemas<br />

públicos e privados. O estudo aponta<br />

que, na saúde privada, as principais formas<br />

de abuso se concentram em tratamentos<br />

excessivos e desnecessários ou baixa qualidade<br />

no atendimento; comercialização inadequada<br />

de medicamentos e de dispositivos<br />

médicos e sonegação de tributos.<br />

6


• nmundo<br />

Recorde no faturamento global<br />

O faturamento total de seguros no<br />

mundo atingiu um novo recorde: 3,6<br />

trilhões de euros em 2016 (US$ 3,8<br />

trilhões). É isso o que revela estudo da<br />

Allianz, com dados iniciais divulgados<br />

no dia 13 de março, sem incluir seguro<br />

de saúde. Em uma comparação anual,<br />

o aumento nominal – após ajustes para<br />

refletir os efeitos de conversão de moeda<br />

estrangeira – é estimado em 4,4%.<br />

Embora o ritmo de crescimento tenha<br />

diminuído ligeiramente nos dois anos<br />

anteriores – quando estava acima da<br />

marca de 5%, está em linha com a média<br />

de longo prazo e a taxa de crescimento<br />

econômico global, comenta o grupo no<br />

comunicado divulgado.<br />

Dos 150 bilhões de euros em prêmios<br />

adicionais, cerca de 70 bilhões de euros são<br />

atribuíveis a um único mercado: a China.<br />

Isto significa que o Reino Médio é responsável<br />

por cerca de metade do crescimento<br />

do ano passado; sem a China, o mundo dos<br />

seguros teria conseguido um crescimento<br />

de apenas 2,7%.<br />

O Brasil é o 15º maior mercado de<br />

seguros do mundo no ranking do estudo<br />

da Allianz, com 47 bilhões de euros em<br />

2016. O ranking é liderado pelos Estados<br />

Unidos, com 1,125 trilhão de euros em<br />

prêmios, pelo Japão, com 399 bilhões de<br />

euros, e pela China, com 365 bilhões de<br />

euros. Em participação do setor no PIB, o<br />

Brasil despenca no ranking, com apenas<br />

2,9%. China também exibe ainda um<br />

tímido percentual: 3,6%. Uma referência<br />

para os estudiosos é a penetração dos<br />

Estados Unidos: 6,7%.<br />

O consumo per capita de seguros tem<br />

liderança japonesa. Na sequência, Hong<br />

Kong exibe 6,4 mil euros por habitante;<br />

Suíça, com 5,2 mil; Dinamarca, 4,4 mil.<br />

O Brasil contabiliza apenas 230 euros de<br />

consumo de seguro por habitante, o que<br />

revela, segundo os mais otimistas executivos<br />

do setor, o tamanho do potencial<br />

que a indústria ainda tem para explorar.<br />

7


painel<br />

• ntransporte<br />

Novo produto no mercado<br />

A Chubb lançou o seguro avulso para transporte<br />

internacional de carga, cujo objetivo é atender pequenas<br />

e médias empresas que buscam esse tipo de cobertura<br />

em função de necessidades pontuais. O produto pode<br />

ser cotado e emitido, via internet, por meio do Portal do<br />

Corretor – ferramenta que a companhia mantém em constante<br />

evolução.<br />

“Tanto a cotação<br />

quanto a emissão<br />

do seguro podem<br />

ser feitos em<br />

poucos minutos,<br />

liberando o embarque.<br />

Essa agilidade<br />

tem importância crítica porque o seguro costuma ser o<br />

último assunto que o cliente considera quando realiza<br />

um embarque casual”, diz Omar Mendoza, diretor de<br />

Marine da companhia. Conforme o executivo, o Portal<br />

do Corretor pode ser acessado em qualquer horário e a<br />

partir de qualquer local com acesso à internet.<br />

O novo produto poderá solucionar casos como o do<br />

embarcador que transporta de modo esporádico e que,<br />

por isso, não necessita contratar uma apólice anual. “Esse<br />

segurado agora também pode contar com o acompanhamento<br />

de uma companhia de seguros especializada em<br />

Transportes para atender suas necessidades em qualquer<br />

lugar do mundo e que tem o apoio de uma rede global de<br />

unidades que abrange 54 países”, afirma Mendoza.<br />

• nstartup<br />

Aceleradora abre processo<br />

seletivo<br />

A Oxigênio Aceleradora abre as inscrições para o<br />

processo que irá selecionar de cinco a sete startups para<br />

participar do 4º Ciclo de Aceleração.<br />

Empreendedores interessados em participar têm até<br />

o dia 7 de maio para inscrever startups que possuam<br />

sinergia com um dos mercados nos quais a Porto Seguro<br />

atua e que já tenham produto constituído ou protótipo em<br />

estágio intermediário de desenvolvimento.<br />

Cada uma das empresas selecionadas receberá um<br />

investimento de US$ 50 mil em dinheiro, além de US$<br />

100 mil aplicados em investimentos indiretos na forma<br />

de benefícios e recursos.<br />

O 4º ciclo de aceleração da Oxigênio terá início em<br />

14 de agosto de 2017, na sede da empresa, em São Paulo,<br />

com duração de três meses. As inscrições dos projetos<br />

podem ser feitas pelo website da Oxigênio.<br />

Não diga não para o<br />

seu cliente<br />

Seguradora Suhai oferece produto alternativo<br />

para carros e motos, buscando atrair uma nova<br />

parcela de consumidores ao mercado<br />

Se, historicamente, a frota segurada não consegue ultrapassar<br />

a marca de 30%, com a crise na indústria automobilística em<br />

2016 associada aos novos hábitos de consumo, é possível que<br />

este número fique ainda menor.<br />

Os corretores de seguros encontram diversas barreiras no<br />

momento de colocar o risco dos veículos com mais de seis anos<br />

de uso nos produtos tradicionais (seguro compreensivo). A alternativa<br />

encontrada por mais de 20 mil corretores, nos últimos<br />

anos, foi oferecer um produto que cobrisse exclusivamente o<br />

casco do veículo, com proteção de roubo e furto.<br />

De acordo com Robson Tricarico, diretor comercial da Suhai<br />

Seguradora, um seguro deste tipo pode custar até 80% mais<br />

barato em relação a um produto tradicional. “Conseguimos fazer<br />

isso por conta de nossa expertise<br />

na recuperação de veículos sinistrados”,<br />

explica. O bom desempenho<br />

da seguradora baseia-se no fato<br />

dela conseguir, além de precificar<br />

com excelência, ter inteligência<br />

estratégica para entender como o<br />

mercado de quadrilhas organizadas<br />

se orienta, movimenta e atua em<br />

cada região do país.<br />

“Estas duas macro variáveis<br />

(precificação + expertise) permitem<br />

que a Suhai consiga ter no seu<br />

produto exclusivo de Furto e Roubo uma opção econômica, barata,<br />

acessível para qualquer moto e carro, dando a oportunidade<br />

de mais pessoas adquirirem o seguro no Brasil”, destaca Tricarico.<br />

A seguradora obteve 70% de crescimento em 2016 e projeta<br />

mais 50% para este ano. A receita, segundo Tricarico, foi buscar<br />

o público que, de certa forma, estava alijado do mercado por<br />

conta dos valores dos prêmios do seguro de automóvel tradicional.<br />

“A frota está envelhecendo rapidamente e as seguradoras<br />

tradicionais não têm interesse neste tipo de segmento, pelo alto<br />

risco da operação ”.<br />

Um produto mais simples pode significar para o corretor de<br />

seguros a garantia de novos negócios e a manutenção de antigos<br />

clientes. “Em primeiro lugar, a seguradora aceita qualquer tipo<br />

de carro e moto, o que é fundamental para o corretor que não<br />

consegue colocar alguns riscos, tais como tunados, blindados,<br />

importados e perfis jovens. O corretor não fala “não” para o<br />

seu cliente”, anima-se Tricarico. Além disso, não há preço fixo:<br />

o corretor é quem estabelece o percentual da sua comissão e,<br />

por último, o seguro Suhai não faz a associação de contrato de<br />

rastreamento, taxas de instalação de rastreador, multas rescisórias<br />

ou qualquer outra taxa.<br />

8


9


GENTE<br />

Troca de gerações<br />

A Academia Nacional de Seguros e Previdência<br />

(ANSP) sempre esteve marcada pela administração<br />

de executivos da geração baby-boomers. Agora,<br />

João Marcelo dos Santos, que já estava à frente do<br />

Conselho de Cátedras, assume a presidência da entidade.<br />

Mauro Cesar<br />

Batista fica no<br />

Conselho Superior<br />

da Academia.<br />

“Uma sociedade<br />

saudável possui<br />

instituições sólidas.<br />

A neutralidade da<br />

Academia é interessante<br />

para fomentar<br />

as críticas e discussões,<br />

com o objetivo<br />

de amadurecer<br />

as ideias”, explica<br />

Santos. É nesta entidade<br />

que se firmam os conceitos importantes sobre<br />

o mercado segurador.<br />

O foco da próxima gestão será a comunicação<br />

interna e externa, com células produtoras de ideias.<br />

“O desafio é ser tão bom quanto possível, gerenciando<br />

a diversidade para extrair o melhor dela”, planeja o<br />

novo presidente. Para tanto, ele elabora três passos<br />

importantes: atender mais e melhor os acadêmicos<br />

para propiciar a divulgação de seus pensamentos e<br />

o aproveitamento de seus conhecimentos; reforçar o<br />

papel institucional da Academia; e dar visibilidade<br />

internacional à entidade.<br />

Novidades na área de<br />

Energy<br />

A Austral Re anunciou<br />

Elias Silva Junior<br />

como responsável pela<br />

nova área de Energy. A<br />

expansão do portfólio<br />

é parte da estratégia da<br />

empresa em investir em<br />

um segmento com grande<br />

potencial de expansão.<br />

Elias será responsável por<br />

desenvolver a carteira de<br />

clientes do setor, estruturando<br />

soluções de resseguro para todo tipo de risco<br />

da cadeia de exploração e produção.<br />

Reestruturação de equipe<br />

A MDS Insure Brasil entra em 2017 com novidades que incluem<br />

a criação de uma área focada em novos negócios, além de movimentações<br />

na diretoria.<br />

Com as mudanças, Victor Garibaldi<br />

assume a diretoria de Novos Negócios;<br />

Denis Teixeira passa a responder como<br />

diretor da unidade regional de negócios<br />

São Paulo; Romano Brandenburg será<br />

alçado a diretor da região Sul, baseado<br />

em Blumenau; Thiago Tristão permanece<br />

à frente da diretoria regional do Rio<br />

de Janeiro, respondendo também pelo<br />

Nordeste, e Gustavo Quintão se mantém<br />

no comando da diretoria de Benefícios.<br />

CEO para América do Norte e<br />

Ásica-Pacífico<br />

A Stefanini anuncia Spencer Gracias<br />

como o novo CEO para América do<br />

Norte e Ásia-Pacífico.<br />

Baseado em Detroit, Michigan, sede<br />

da empresa na América do Norte, Gracias<br />

tem como missão implementar um plano<br />

estratégico que reforce o objetivo de atuar<br />

como agente de transformação digital<br />

para os clientes. “Queremos estreitar cada<br />

vez mais a relação com nossos clientes,<br />

compreendendo seus principais desafios<br />

para atuar em parceria, oferecendo soluções que atendam os seus<br />

objetivos de negócios”, disse Gracias<br />

Executivo para a América Latina<br />

A Chubb nomeou José Cruz como<br />

vice-presidente de Agency Distribution<br />

Management para a América Latina. Ele<br />

se reportará diretamente a David Heard,<br />

senior vice president de Personal Lines<br />

& Agency da companhia para a região, e<br />

com um reporte matricial a Darryl Page,<br />

vice president da Chubb & Division President<br />

Personal Lines Chubb Overseas<br />

General.<br />

Cruz será responsável em maximizar<br />

as vendas de produtos das divisões de<br />

Propriedade e Responsabilidade Civil,<br />

Linhas Pessoais, Acidentes e Saúde e Vida. Fará isso por meio de<br />

corretores e agentes independentes nos países da América Latina onde<br />

a empresa mantém operações.<br />

10


Executiva reeleita<br />

A diretora de Marketing e Sustentabilidade<br />

do Grupo BB e Mapfre, Fátima Lima, foi reeleita<br />

para compor o conselho mundial dos Princípios<br />

para Sustentabilidade em Seguros – um compromisso<br />

entre as principais seguradoras mundiais e<br />

a Iniciativa Financeira do Programa das Nações<br />

Unidas para o Meio Ambiente (Unep-FI, na sigla<br />

em inglês).<br />

Entre os 26 países<br />

com empresas<br />

signatárias, o Brasil<br />

é o país com mais<br />

conselheiros participantes<br />

do conselho<br />

(três, no total) e com<br />

o maior número de<br />

seguradoras signatárias<br />

(11), que representam<br />

60% do<br />

mercado nacional<br />

– além de contar com<br />

a adesão de duas instituições<br />

apoiadoras<br />

(CNseg e Susep).<br />

Novo CEO para o Brasil<br />

A Swiss Re Corporate Solutions Brasil Seguros<br />

(SRCSB) nomeia Luciano Calheiros como<br />

seu novo CEO. O executivo sucede João Nogueira<br />

Batista, que assumiu uma cadeira no Conselho<br />

de Administração da companhia no Brasil após o<br />

fechamento da transação relativa à joint venture<br />

com a Bradesco Seguros.<br />

Calheiros vai administrar a joint venture entre<br />

as duas empresas,<br />

operação resultante<br />

da fusão das carteiras<br />

da SRCSB e de<br />

grandes riscos da<br />

Bradesco Seguros,<br />

que ainda aguarda<br />

aprovação dos órgãos<br />

reguladores.<br />

Aos 43 anos,<br />

o executivo é diretor<br />

comercial da<br />

SRCSB, cargo que<br />

ocupa desde março<br />

de 2016.<br />

Sindicato tem novo líder<br />

Atuante desde 1999 como membro<br />

do Sindicato das Empresas de Seguros<br />

Privados, de Resseguros e de Capitalização<br />

do Estado de Santa Catarina<br />

(SindsegSC), Rogerio Spezia tomou<br />

posse como presidente da instituição<br />

no dia 5 de abril.<br />

A ideia é ampliar a integração entre<br />

seguradoras, corretores e segurados. “As<br />

ações planejadas com foco em ‘orientação<br />

ao mercado’ buscam o entendimento<br />

e ajudarão os clientes a conhecerem<br />

melhor o setor de seguros”, conta ele.<br />

Iniciativas institucionais estão nos<br />

planos de Spezia para ajudar o mercado<br />

segurador catarinense a atravessar o momento de instabilidade no<br />

cenário econômico.<br />

Sócio na área de seguros<br />

A Thinkseg recebe um novo sócio<br />

para a área de seguros: Raphael Swierczynski,<br />

que possui 22 anos de experiência<br />

no setor, desenvolvendo negócios e<br />

liderando equipes. Ele chega à fintech de<br />

seguros como novo sócio para o desenvolvimento<br />

da área. O executivo esteve<br />

por 10 anos na QBE Brasil Seguros, na<br />

qual ocupou, nos últimos três anos, o<br />

cargo de presidente da seguradora australiana,<br />

presente em 37 países.<br />

Responsável pelo mercado de arte<br />

A Axa nomeou Cristiane<br />

Porto Rodrigues como gerente<br />

(Country Manager) para as<br />

atividades de seguros de arte<br />

no Brasil.<br />

Em seu novo cargo, ela será<br />

responsável por todos os aspectos<br />

das atividades da Axa ART<br />

no Brasil, incluindo desenvolvimento<br />

de negócios, avaliação de<br />

riscos e subscrição, com foco no<br />

fortalecimento do engajamento<br />

com colecionadores de arte,<br />

galerias e museus brasileiros.<br />

11


capa | rede lojacorr<br />

Transição para novos caminhos<br />

Diogo Arndt da Silva assume a presidência da Rede<br />

Lojacorr com o objetivo de abrir as fronteiras do<br />

Brasil para um novo modelo de gestão empresarial<br />

Permitir que as pessoas continuem<br />

a sonhar. Este é o lema<br />

que move todos os corretores<br />

da Rede Lojacorr, grupo que<br />

se fortaleceu muito nos últimos 20 anos.<br />

Pelas mãos de seu fundador, José<br />

Heitor da Silva, a Rede Lojacorr começou<br />

a engatinhar em um terreno que ainda<br />

era desconhecido. Assim, ele fez nascer<br />

uma empresa que oferece as soluções em<br />

seguros para corretores e segurados, com<br />

acesso a mais seguradoras e produtos.<br />

A Rede cresceu e foi se espalhando<br />

pelo País. Atualmente, já conta com 430<br />

corretoras, totalizando 900 corretores<br />

de seguros, que participaram da 5º Convenção<br />

Nacional Lojacorr, organizada<br />

pelo diretor Administrativo Financeiro,<br />

André Ogliari Duarte. “A Convenção é a<br />

materialização de um momento mágico,<br />

uma oportunidade única de reunirmos<br />

toda a Rede para trocarmos energia,<br />

experiências e vibrações positivas. Sinto<br />

muito orgulho de fazer parte dessa história”,<br />

celebrou.<br />

Logo na abertura, Heitor afirmou que<br />

nos primeiros oito anos, atuou como uma<br />

Kelly Lubiato<br />

assessoria, com foco nos serviços para os<br />

corretores de seguros. “Esta foi a nossa<br />

decisão mais acertada”, lembrou, muito<br />

emocionado. “Os corretores puderam sair<br />

da condição de pequenos para se juntar (e<br />

se transformar) numa empresa de grande<br />

porte, com tecnologia e parceria de<br />

conhecimento”. No encerramento deste<br />

evento, realizado no mês de março, em<br />

Curitiba, José Heitor passou o comando<br />

da Rede Lojacorr para Diogo Arndt da<br />

Silva, seu filho, que trabalha na empresa<br />

desde a sua fundação.<br />

Nestes 20 anos de história da empresa,<br />

a expansão pode ser verificada na<br />

plenária da convenção e nas presenças<br />

de seguradores. Sem exceção, todos os<br />

painéis contaram com auditório lotado,<br />

com representantes dos 16 Estados em<br />

que há operação da Lojacorr. “O propósito<br />

foi se unir para vender mais. Com o<br />

passar do tempo, o compartilhamento de<br />

informações e de experiências mostrou-<br />

-se fundamental para o desenvolvimento<br />

de novas habilidades para o crescimento<br />

profissional de todos”, comemorou Diogo<br />

Arndt da Silva, agora presidente da empresa.<br />

Ele ainda acrescentou que a “única<br />

certeza é a mudança e que é preciso ser<br />

protagonista na indústria da proteção”.<br />

Ainda na abertura, o presidente do<br />

Sindicato das Seguradoras do Paraná,<br />

João Gilberto Possiede, ressaltou a importância<br />

do Estado sediar um evento<br />

tão importante e com pessoas expressivas<br />

do mercado. Para se ter uma ideia, 16 seguradoras<br />

parceiras montaram estandes<br />

e, ainda, patrocinaram o evento. O tema<br />

que permeou o encontro foi “conecte-se<br />

ao seu crescimento”. Representantes das<br />

seguradoras falaram de suas expectativas<br />

e de como vêem o futuro, obedecendo ao<br />

propósito de oferecer alternativas e novos<br />

negócios para os corretores.<br />

José Heitor da Silva<br />

12


Diogo Arndt da Silva<br />

O primeiro painel das seguradoras<br />

abordou “os rumos do mercado de seguros<br />

e a corretagem de seguros para<br />

os próximos anos” e foi moderado pelo<br />

diretor de Operações e Mercado da Rede<br />

Lojacorr, Luiz Longobardi Junior. O diretor<br />

Comercial Sul e Centro Oeste da Porto<br />

Seguro, Marcelo Zorzo, destacou que<br />

é muito importante investir em pessoas.<br />

Com os avanços tecnológicos, 20% das<br />

vendas físicas são precedidas por consultas<br />

online; 20% das vendas são feitas<br />

via dispositivos móveis; 50% das vendas<br />

acontecem no mesmo dia da consulta<br />

online. “O momento de crise nos gera<br />

desconforto, movimento, criatividade e<br />

inovação. Neste cenário de crise vimos<br />

o mercado de seguros movimentar-se. A<br />

pergunta é: qual é o seu propósito, o que<br />

você espera? Para realizar algo, temos<br />

que ser algo”, questionou Zorzo.<br />

Seguindo nesta linha de criar algo<br />

diferente, o presidente da Tokio Marine,<br />

José Adalberto Ferrara, sempre otimista,<br />

disse que a estratégia de crescimento do<br />

mercado segurador deve ser baseada em<br />

três pilares: desenvolver novos canais<br />

de distribuição (intensificando a difusão<br />

da cultura do seguro para simplificar a<br />

comunicação e torná-lo fácil de entender);<br />

desenvolver canais de apoio aos<br />

corretores de seguros; e desenvolvimento<br />

de novos produtos. “Os novos produtos<br />

é que trarão novos consumidores para o<br />

mercado. É preciso investir na parceria<br />

ganha-ganha com os corretores de seguros”,<br />

ratificou Ferrara.<br />

“O mercado de seguros vai continuar<br />

crescendo apesar do encolhimento do<br />

PIB, que nunca nos serviu de parâmetro,<br />

considerou Marco Antonio Gonçalves,<br />

diretor Geral do Grupo Bradesco. “Independente<br />

de existir internet, canais<br />

alternativos e agentes, o corretor de<br />

seguros ainda é muito importante nos<br />

Estados Unidos, exemplificou o executivo<br />

para ilustrar como deve ser o futuro dos<br />

canais de distribuição no Brasil.<br />

Ele acredita que o corretor é a pessoa<br />

que pode trazer mais benefícios para<br />

o consumidor e mais resultados para a<br />

seguradora. “O corretor não pode temer<br />

a tecnologia, mas deve se beneficiar de<br />

todos os métodos disponíveis, para estar<br />

mais próximo do consumidor”.<br />

Um ponto foi comum entre os palestrantes:<br />

o corretor continuará existindo,<br />

mas sua atuação deve ser aprimorada.<br />

O CEO da Sompo Seguros, Francisco<br />

Caiuby Vidigal Filho, lembrou que vivemos<br />

em uma sociedade mais longeva e<br />

que a possibilidade de viver mais traz novos<br />

desafios. Kiko mostrou o exemplo da<br />

Sompo, no Japão, que está desenvolvendo<br />

novos produtos que atendam a um perfil<br />

de consumidores idosos. “Estamos aprendendo<br />

a buscar outras oportunidades e,<br />

lá, criamos um serviço de home care.<br />

No Brasil, a inovação está na criação de<br />

novas ferramentas para facilitar a venda<br />

para uma geração que utiliza a internet<br />

para tudo”.<br />

É importante ressaltar que o Brasil<br />

está entrando na era da economia com-<br />

Marcelo Zorzo, da Porto Seguro<br />

José Adalberto Ferrara, da Tokio Marine<br />

Marco A. Gonçalves, do Grupo Bradesco<br />

Francisco Caiuby Vidigal F o , da Sompo<br />

Carlos Magnarelli, da Liberty<br />

Hélio Kinoshita, da Mitsui Sumitomo<br />

13


ede lojacorr<br />

Murilo Riedel, da HDI<br />

Eduardo Grillo, da Allianz<br />

Inovação/Mesa de negócios<br />

A 5ª Convenção Nacional da Lojacorr<br />

apresentou aos participantes<br />

um novo modelo de interação com<br />

os seguradores, através de Mesas de<br />

Negócios, elaborada e moderada pelo<br />

diretor Comercial, Geniomar Pereira.<br />

Especialistas técnicos e comerciais<br />

das companhias atendem pessoalmente<br />

os corretores de seguros.<br />

É uma oportunidade de conversar<br />

com a pessoa que decide e viabiliza<br />

os produtos. “Estamos criando uma<br />

cultura. Nossa intenção é anunciar<br />

antes aos participantes quem serão<br />

os representantes das seguradoras. As<br />

dezesseis patrocinadoras do evento<br />

participaram e trouxeram técnicos e<br />

comerciais para ouvir o corretor e dar<br />

uma resposta mais definitiva”, explicou<br />

Geniomar Pereira, diretor Comercial da<br />

Rede Lojacorr.<br />

Rodrigo Bacellar, da Odontoprev<br />

Thomas Batt, da Sura<br />

Ricardo J. Iglesias Teixeira, da Centauro-ON<br />

João Levandowski, da MetLife<br />

14<br />

partilhada, em que a forma de se locomover,<br />

viajar, comprar, mudou muito. A<br />

indústria de seguros precisa estar atenta<br />

a este novo consumidor.<br />

Carlos Magnarelli, presidente da<br />

Liberty, chamou a atenção dos corretores<br />

para o novo perfil da sociedade brasileira,<br />

com novos núcleos familiares (gays, sem<br />

filhos, solitários, com bichos). “Temos<br />

que entender como estas pessoas enxergam<br />

os produtos do mercado. A nova<br />

geração quer experimentar e não apenas<br />

comprar”, pontuou.<br />

O acesso, em tempo real, a dados de<br />

comportamento e perfis de uso individuais<br />

abrem um novo capítulo na forma<br />

como as empresas se relacionam com os<br />

consumidores e, no mundo dos seguros,<br />

não será diferente.<br />

“A transformação e o crescimento<br />

do mercado vão depender de mudanças<br />

contínuas, passando por novos produtos,<br />

no automóvel, por exemplo, passando de<br />

preço flat para um cálculo mais justo”,<br />

previu Helio Kinoshita, vice-presidente<br />

da Mitsui Sumitomo.<br />

A internet pode ser uma inimiga ou<br />

aliada, dependendo da forma como as<br />

empresas atuam. Na segunda opção, as<br />

tecnologias são adaptáveis e abrem espaço<br />

para a inovação. “Temos que encontrar<br />

soluções para aumentar a escala do<br />

negócio e atingir melhor alguns nichos,<br />

como o de pequenas e médias empresas,<br />

por exemplo”, declarou o diretor Geral<br />

da Sancor Seguros, Leandro Poreti. O<br />

crescimento sustentável proporciona a<br />

melhora continua, com aprendizado e<br />

capacitação, sempre junto com o corretor.<br />

A grande lição de casa, quando se<br />

fala de futuro, é trabalhar os números do<br />

mercado para vislumbrar as tendências<br />

locais. O presidente da HDI Seguros,<br />

Murilo Riedel, destacou que a frota segurável<br />

caminha para o patamar de ‘apenas’<br />

cinco milhões de veículos. Com isso, será<br />

necessário aumentar a eficiência, com<br />

redesenho da estrutura e da forma de<br />

comercialização, com investimento na<br />

digitalização. “Esta não é uma escolha,<br />

mas o caminho obrigatório para o nosso<br />

mercado”, sentenciou.<br />

O valor das despesas totais com tecnologia<br />

deve cair nos próximos anos e os<br />

ciclos de investimento serão mais rápidos,<br />

com formatos não previstos. A disrupção<br />

no negócio de seguros será em processos,<br />

estratégias e em provedores tradicionais.<br />

“Quando se coloca a conectividade antes<br />

da criatividade, você pode dar passos<br />

para trás”, raciocinou o diretor Comercial<br />

da Allianz Seguros, Eduardo Grillo. Para<br />

ele, os produtos digitais ainda dependem<br />

da interação humana, mas o objetivo é<br />

disponibilizar ao corretor um fluxo de<br />

cotação mais simples.<br />

Além da tecnologia, o futuro dos<br />

corretores também deve passar pelo


Luiz Longobardi Junior<br />

investimento na comercialização de<br />

produtos de benefícios, como o plano de<br />

saúde e o odontológico. “Acreditamos no<br />

potencial dos consumidores, porque os<br />

planos odontológicos cresceram 746%<br />

nos últimos 16 anos, 746%. Existe mercado<br />

e potencial”, sentenciou Rodrigo<br />

Bacellar, presidente da Odontoprev.<br />

Ele ressaltou que montar uma carteira<br />

ajuda na formação de comissão<br />

vitalícia.<br />

Aliás, é das pequenas empresas que<br />

surgem a inovação, muito por conta da<br />

sua agilidade para transformar processos.<br />

“Hoje, uma empresa pequena tem chance<br />

de ser melhor que a grande, podendo<br />

chegar até a destruí-la”, enfatizou Sillas<br />

Devai Junior, superintendente Nacional<br />

da Unimed Seguros.<br />

O mais importante, de acordo com<br />

Thomas Batt, presidente da Sura Seguros,<br />

André Ogliari Duarte<br />

é interagir de forma consciente para fazer<br />

do futuro uma grande oportunidade. “As<br />

mega-tendências variam de acordo com<br />

as partes do mundo, mas temos que nos<br />

atentar também ao cliente, aos negócios<br />

e à força da tecnologia”. A inovação tem<br />

que ser tecnicamente viável de se implementar,<br />

prevendo empatia, colaboração<br />

e possibilidade de prototipação. “Temos<br />

que nos permitir testar”, classificou Jonson<br />

Marques de Souza, diretor Comercial<br />

da Mapfre Seguros.<br />

“Sabemos que a economia está<br />

difícil e terá desafios. A especialização<br />

será crucial para o sucesso dos negócios<br />

e a inovação será vital para assegurar<br />

vantagem competitiva“, endossou Souza.<br />

O superintendente executivo de<br />

mercado da Icatu Seguros, Alberto Lohmann,<br />

defendeu a importância do seguro<br />

de vida e dos planos de previdência para<br />

o corretor atender plenamente o cliente,<br />

principalmente agora, quando as pessoas<br />

começam a se preocupar mais com<br />

aposentadoria e proteção da renda, com<br />

o aumento da longevidade e a reforma<br />

da previdência. “Mesmo com todos<br />

estes indícios de que as áreas de vida e<br />

previdência serão buscadas pelos clientes<br />

e de que estes ramos irão se desenvolver,<br />

esses produtos têm particularidades e é<br />

preciso insistir no convencimento dos<br />

corretores sobre a importância de atuação<br />

e o aculturamento da população sobre a<br />

proteção de longo prazo”.<br />

Ricardo José Iglesias Teixeira, diretor<br />

Presidente da Centauro-ON, reiterou<br />

que estamos numa era de mudanças<br />

com os avanços da tecnologia, e que os<br />

profissionais terão que se adaptar para<br />

sobreviver.<br />

Em sua análise, as novas tecnologias<br />

não vêm para substituir o trabalho<br />

humano, mas para gerar mais eficiência.<br />

“30% das atividades, por necessidade<br />

de criatividade ou emoção, não serão<br />

substituídas”. Com tudo o que foi exposto<br />

nos quatro momentos do Painel das Seguradoras,<br />

o último palestrante, João Levandowski,<br />

diretor regional da MetLife,<br />

concluiu que, de fato, teremos mudanças<br />

à vista. “A previsão é de crescimento do<br />

mercado de seguros. A grande questão<br />

é: ‘a que custo?’. As margens do seguro<br />

automóvel estão cada vez mais aperta-<br />

Motivadores<br />

O professor e doutor em educação<br />

Mario Sergio Cortella deu uma “aula”<br />

expositiva aos participantes. Mostrou<br />

como devemos ter uma insatisfação<br />

produtiva, mantendo a capacidade de<br />

querer mais e melhor. “Não há problema<br />

em ser ambicioso, não se pode ser ganancioso.<br />

Ele citou o exemplo da banda<br />

Rolling Stones, que em 2017 completam<br />

55 anos de carreira, como modelo de<br />

insatisfação positiva. “Dê oportunidade<br />

ao êxito. Use sua capacidade de se<br />

reinventar”.<br />

O vice-presidente Comercial da MetLife,<br />

Ramon Gomez, também mostrou seu<br />

dom de palestrante, falando sobre o<br />

que lhe tira o sono. Gomez disse que a<br />

nova geração de consumidores prefere<br />

ir ao dentista do que ao banco e confia<br />

mais em recomendações de amigos<br />

sobre produtos do que em publicidade<br />

na televisão. “Saímos da era do planeta<br />

de átomos para o planeta de dados”.<br />

15


mobilidade | bike<br />

Proteção sobre<br />

duas rodas<br />

Uso das bicicletas como meio de transporte<br />

duplica em dez anos. Presença cada vez mais<br />

constante nas ruas aquece o mercado de<br />

seguros desenhado exclusivamente para bikes<br />

Lívia Sousa<br />

das. As novas gerações não estão mais<br />

preocupadas em ter um automóvel. Este<br />

não pode mais ser o principal produto do<br />

mercado, é preciso nos reinventarmos”.<br />

Tecnologia<br />

O CIO da Rede Lojacorr, Sandro<br />

Ribeiro dos Santos, apresentou o painel<br />

sobre tecnologia que mostrou como as<br />

seguradoras estão investindo neste setor.<br />

Os temas abordados foram os que permeiam<br />

a discussão de todos os setores<br />

da economia, como digitalização, cloud<br />

computing, inteligência artificial e internet<br />

das coisas. A conclusão foi que após a<br />

digitalização das tarefas possíveis, todo o<br />

trabalho realizado por pessoas será muito<br />

mais valorizado.<br />

Ao final, foi apresentado o mais novo<br />

projeto da própria Rede, um cotador<br />

online para os corretores da Rede Lojacorr.<br />

Através de um link fornecido pelo<br />

corretor de seguros, o consumidor poderá<br />

fazer a cotação online do seu seguro de<br />

automóvel em seu smartphone, tablet ou<br />

computador. O corretor pode acompanhar<br />

toda a movimentação do cliente na<br />

plataforma de sua preferência e realizar o<br />

contato sempre que achar necessário. “É<br />

importante ressaltar que todas as movimentações<br />

do cliente estão nas mãos do<br />

corretor de seguros, que é quem determina<br />

as condições comerciais”. Para acessar<br />

o “Yes, Ok” o cliente deverá acrescentar o<br />

nome do corretor no endereço eletrônico.<br />

Todos os corretores da Rede Lojacorr<br />

terão acesso a esta ferramenta.<br />

16<br />

Sandro Ribeiro dos Santos<br />

Mais que um equipamento para lazer e para a prática de esportes, as<br />

bicicletas agora fazem parte da rotina de quem decidiu deixar o<br />

automóvel de lado. Em uma década, o uso das bikes como meio de<br />

transporte duplicou, passando de 1,3 bilhão de viagens realizadas<br />

em 2004 para 2,6 bilhões em 2014, em todo o Brasil. Os dados constam no Sistema<br />

de Informações da Mobilidade Urbana (Simu), relatório anual desenvolvido<br />

pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) em parceria com o<br />

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).<br />

Uma parcela considerável do crescimento se deve ao trânsito caótico e até<br />

mesmo por questões de saúde. Em alguns casos, a própria prefeitura incentiva o<br />

uso da bicicleta pelos cidadãos. Na capital paulista, por exemplo, quem faz uma<br />

parte do percurso diário de bike acumula créditos no Bilhete da Mobilidade. Os<br />

valores são calculados conforme a distância, o local e o horário percorridos, e podem<br />

ser resgatados em dinheiro ou consumidos em uma rede credenciada de serviços.<br />

Passando mais tempo nas ruas, é natural que as “magrelas” fiquem mais<br />

vulneráveis a roubos e furtos. Só no Estado de São Paulo, um boletim de ocorrência<br />

por roubo e furto do equipamento é registrado a cada 30 minutos. De<br />

acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), de janeiro a setembro<br />

de 2016 foram levadas, em média, 46 bikes por dia. 12.710 ocorrências foram<br />

registradas no período, ante 11.954 somadas um ano antes – o equivalente a<br />

um aumento de 6,3%.<br />

Ao mesmo tempo em que as ocorrências crescem, aumenta também a quantidade<br />

de pessoas interessadas em proteger o equipamento, fato que aquece o<br />

mercado de seguro para bicicletas. O produto está entre os mais procurados no<br />

departamento de Personal Lines, ficando<br />

atrás apenas do seguro de automóvel. Leonardo<br />

Ferraz, diretor da corretora LAF<br />

Seguros, acredita que a cada dez bicicletas<br />

vendidas hoje, nove já saem das lojas com<br />

seguro.<br />

“Com a popularização do uso deste<br />

modal e o aumento das ciclofaixas, houve<br />

maior interesse para a aquisição e uso diário<br />

do equipamento. Aliado a isso, pessoas mal<br />

intencionadas migraram para esta nova modalidade<br />

de roubo e furto. Assim, surgiu a<br />

necessidade de proteger o bem”, lembra ele,<br />

que recebe de 200 a 250 cotações mensais<br />

para este tipo de proteção. Geralmente,<br />

❙❙Leonardo Ferraz, da corretora LAF


80% das cotações são convertidas em<br />

seguros, o que levou a corretora a criar<br />

um departamento especializado em seguro<br />

de bicicletas.<br />

O que também evoluiu foi o padrão<br />

das magrelas. Tanto evoluiu que agora não<br />

é raro encontrar nas ruas bicicletas com<br />

valores acima de R$ 5 mil. Aliás, muitas<br />

delas chegam a custar tanto quanto um<br />

automóvel popular zero quilômetro.<br />

Coberturas, valores e<br />

contratação<br />

Existem diversos produtos no mercado<br />

de seguro para bikes. Eles vão desde<br />

os específicos, feitos exclusivamente<br />

para bicicletas, aos acessórios, que são<br />

contratados em conjunto com o seguro<br />

residencial – neste caso, dependendo da<br />

apólice contratada, há uma cobertura<br />

especial para a subtração de bikes dentro<br />

e fora da residência segurada, que garante<br />

também os danos causados durante o<br />

transporte.<br />

De um modo geral, porém, este tipo<br />

de seguro cobre a subtração da bike<br />

mediante roubo ou furto qualificado,<br />

inclusive quando o equipamento está na<br />

casa do segurado, além dos danos ou roubo<br />

durante o transporte (desde que a bicicleta<br />

esteja devidamente alocada em racks ou<br />

tule). Nos produtos mais direcionados,<br />

é garantida a cobertura em caso de dano<br />

material parcial ou total ao pedalar e até<br />

responsabilidade civil, com coberturas de<br />

danos materiais e corporais causados a<br />

terceiros, assim como o pagamento, até o<br />

valor limite determinado em apólice, dos<br />

custos decorrentes de uma eventual ação<br />

judicial. Algumas seguradoras permitem<br />

❙❙André L. Mantovani, da Ação Absoluta<br />

❙❙Ana Badaró, da BR Insurance<br />

ainda que a cobertura seja estendida aos<br />

filhos e cônjuge enquanto estiverem pedalando.<br />

É importante lembrar que, para as<br />

bikes elétricas, a franquia aplicada é maior.<br />

Já o produto específico é feito para<br />

bicicletas com valor entre R$ 3 mil e R$<br />

80 mil, seja para utilização esportiva,<br />

amadora, profissional, locomoção diária<br />

ou a lazer, e uso em área urbana, rodovia,<br />

estrada de terra, campo ou até mesmo em<br />

montanha.<br />

“Dependendo do valor e da atividade<br />

poderá ser necessária uma análise prévia<br />

de aceitação, mas na maioria dos casos<br />

a contratação pode ser realizada em até<br />

dez minutos”, explica André Luis Mantovani,<br />

sócio-diretor da Ação Absoluta<br />

Corretora de Seguros. “O custo de um<br />

seguro completo para uma bike zero<br />

de R$ 5 mil sai em torno de R$ 549,75<br />

ao ano, o que é bem acessível. Isso sem<br />

mencionar a paz de espírito que o usuário<br />

terá ao dar suas pedaladas”, acrescenta.<br />

O preço deste tipo de seguro acompanha<br />

algumas faixas que partem de R$ 500 e<br />

podem chegar a R$ 700 para bikes de até<br />

R$ 13 mil. Acima deste valor, o custo é<br />

personalizado.<br />

Nos moldes atuais, o seguro de bike<br />

não considera o perfil do segurado, como<br />

é feito no seguro de automóvel. Por isso,<br />

não há um perfil pré-definido para a<br />

contratação do produto. “Acredito que em<br />

breve esse cenário venha a mudar, levando<br />

em consideração a data de nascimento<br />

e endereço residencial do cliente”, prevê<br />

Ana Badaró, diretora de Personal Lines<br />

da BR Insurance.<br />

A corretora, que oferece o produto<br />

há 11 anos, viu a procura pelo seguro<br />

crescer após o aumento dos roubos na<br />

❙❙Janete Tani, da Argo<br />

região da Cidade Universitária, em São<br />

Paulo. Recentemente, fechou uma parceria<br />

com a empresa Specialized para a comercialização<br />

de um seguro exclusivo para<br />

bicicletas. A proteção adicional da solução<br />

também garante indenização contra danos<br />

decorrentes de acidentes em situações de<br />

uso e reparo ou substituição das peças<br />

danificadas em casos de acidentes.<br />

Fique de olho<br />

A maior dúvida de quem deseja<br />

proteger o equipamento é quais itens<br />

avaliar antes de contratar o seguro. Em<br />

linhas gerais, nada diferente do que se<br />

considerar ao adquirir qualquer tipo de<br />

proteção, como leitura da cotação, franquias<br />

e coberturas oferecidas. Entretanto,<br />

devido às particularidades do segmento,<br />

alguns pontos merecem atenção.<br />

“Veja se o seguro cobre, por exemplo,<br />

danos à bicicleta enquanto estiver pedalando<br />

fora da residência ou do local de<br />

guarda. Também é importante verificar<br />

se estão abrangidos os acidentes causados<br />

durante o transporte, o que nem sempre é<br />

coberto”, explica a gerente de Riscos Patrimoniais<br />

da Argo Seguros, Janete Tani.<br />

Os danos causados a terceiros, que<br />

já é englobado na cobertura de algumas<br />

seguradoras, costuma ser opcional. Sendo<br />

assim, também é preciso verificar se esta<br />

garantia é oferecida de maneira opcional,<br />

para não ser surpreendido no futuro<br />

caso seja envolvido em algum acidente.<br />

Também é aconselhável pesquisar quais<br />

seguradoras trabalham com este seguro,<br />

ver as coberturas que são oferecidas em<br />

cada produto e averiguar tanto a expertise<br />

do corretor envolvido quanto o histórico<br />

e relatos de sinistros indenizados.<br />

17


mobilidade | aplicativos<br />

Qual seguro contratar?<br />

Mercado age<br />

com cautela no<br />

desenvolvimento<br />

de proteções<br />

específicas<br />

para serviço de<br />

transporte via<br />

app, mas isso não<br />

significa desamparo.<br />

Há coberturas aptas a<br />

proteger motoristas e<br />

passageiros<br />

Antes mesmo de serem regulamentados<br />

em algumas cidades<br />

brasileiras, os serviços<br />

de transporte por meio de<br />

carros particulares já haviam conquistado<br />

muitos usuários. Além de serem os “queridinhos”<br />

do público, tornaram-se uma<br />

alternativa para aqueles que precisam<br />

garantir ou complementar a renda em<br />

tempos de crise.<br />

Quem cogita entrar para o ramo<br />

precisa estar amparado por um seguro.<br />

No entanto, ainda não existe um produto<br />

desenhado exclusivamente para esse fim.<br />

“O mercado de seguros e a sociedade ainda<br />

andam num passo mais cauteloso em<br />

relação a todas as novidades tecnológicas<br />

que surgem”, justifica Ana Rita Petraroli,<br />

advogada e presidente da Associação Internacional<br />

de Direito de Seguro (AIDA)<br />

no Brasil.<br />

Ela lembra que o desenho de um produto<br />

não é um processo rápido e precisa<br />

atender a todas as obrigações legais e financeiras<br />

a ele inerentes, da aprovação ao<br />

lucro. Isso não significa que o setor seja<br />

refratário às novidades, antiquado quanto<br />

aos novos mercados ou insensível às<br />

modernidades. Apenas que usa da cautela<br />

18<br />

Lívia Sousa<br />

para a análise<br />

necessária dos<br />

novos riscos e suas consequências ainda<br />

desconhecidas. “Novos produtos serão<br />

apresentados assim que amadurecerem<br />

as relações da sociedade com estes novos<br />

riscos”, assegura.<br />

Como são feitas as escolhas dos<br />

motoristas? Em que tipo de veículo vão<br />

trafegar? Como se poderá aferir a capacidade<br />

profissional deles para prestar<br />

serviços que contenham tantas hipóteses<br />

de risco, como é o caso do transporte<br />

de passageiros? A seriedade e a competência<br />

das operadoras de aplicativos<br />

de transporte estão entre as principais<br />

dúvidas do mercado. E enquanto as<br />

partes contratantes não se conhecerem<br />

muito bem e, principalmente, não confiarem<br />

uma na outra, não se pode esperar<br />

grandes avanços no setor. É o que diz<br />

a também advogada Angélica Carlini,<br />

acrescentando que a timidez do mercado<br />

guarda estreita relação com as condições<br />

econômicas atuais do País.<br />

“O surgimento do transporte coletivo<br />

por aplicativos está sob o ‘guarda-chuva’<br />

das novas tecnologias. Não devemos nos<br />

surpreender, mas estudar adequadamente<br />

cada uma das novas situações para desenhar<br />

seguros que se adequem a elas e<br />

sejam seguros e sustentáveis para o setor.<br />

Não há como fugir das novas tecnologias<br />

e dos desafios que elas vão nos propor<br />

continuamente”, destaca.<br />

Coberturas obrigatórias<br />

Se por um lado a chegada de um<br />

produto específico deve ser precedida de<br />

estudos rigorosos para evitar percalços<br />

e perdas, por outro deixa a dúvida sobre<br />

quais proteções se adequam para a atividade<br />

enquanto ele não é lançado. Para<br />

Ana Rita, todas essas formas de negócios<br />

colocados como inovadores já existiam<br />

com os pontos e cooperativas de táxis,<br />

os táxis executivos e as cooperativas de<br />

transporte. O que acontece agora é apenas<br />

uma mudança de plataforma de distribuição.<br />

“O diferencial é a forma virtual de<br />

contratação”, explica. Sendo assim, novos<br />

produtos podem até serem desenhados,<br />

mas os existentes são aptos a cobrir estes<br />

riscos com uma pequena adaptação na<br />

subscrição e na análise do sinistro.<br />

As próprias empresas determinam<br />

que algumas coberturas conhecidas<br />

sejam contratadas. A Cabify, que conta<br />

com pouco mais de 150 motoristas no<br />

Brasil, possui parceria com seguradoras<br />

que fornecem o seguro de Acidentes<br />

Pessoais de Passageiros (APP), exigido<br />

pelo decreto de São Paulo e mencionado<br />

em outros projetos de Lei discutidos em<br />

âmbito nacional. Segundo o diretor geral<br />

da companhia no País, Daniel Velazco-


❙❙Ana Rita Petraroli, da AIDA<br />

-Bedoya, também está sendo implantado<br />

um seguro de acidente a terceiros como<br />

mais uma solução de proteção.<br />

Sobre a possibilidade de desenvolver<br />

um seguro específico junto com o mercado,<br />

ele diz que a empresa estuda os pontos<br />

de risco que podem ser contemplados<br />

pelo produto. “Este modelo de trabalho é<br />

muito novo. Ainda não iniciamos uma estruturação<br />

do produto, pois confiamos em<br />

nosso processo de entrada de parceiros<br />

que inicia com uma análise documental<br />

do automóvel e do motorista, verificação<br />

de antecedentes criminais, reuniões<br />

informativas presenciais, vistoria dos<br />

automóveis e teste toxicológico”, declara,<br />

afirmando que isso não tira a importância<br />

de se pensar no assunto.<br />

O seguro de APP também é exigido<br />

pela americana Uber, uma das primeiras<br />

empresas do ramo a chegar por aqui e a<br />

enfrentar o protesto eufórico dos taxistas.<br />

Além de determinar que os motoristas<br />

apresentem a prova do licenciamento do<br />

veículo – o que requer que estejam regulares<br />

com o seguro DPVAT –, a companhia<br />

fechou uma parceria com o Grupo Ace<br />

para manter a cobertura para a proteção<br />

dos envolvidos. O seguro cobre motoristas<br />

e usuários em cada viagem, com as<br />

coberturas, em caso de acidentes, de R$<br />

100 mil para morte acidental, R$ 100 mil<br />

para invalidez permanente total ou parcial<br />

e até R$ 5 mil para despesas médicas.<br />

“Esta cobertura tem início no momento<br />

em que os motoristas parceiros estão<br />

a caminho para buscar um usuário. Já<br />

para o usuário, a cobertura tem início no<br />

momento em que ele ingressa no veículo<br />

em uma viagem”, informa a Uber, que no<br />

Brasil está presente em quase 50 cidades,<br />

ultrapassou a marca dos 50 mil parceiros<br />

e soma nove milhões de usuários ativos<br />

(que utilizaram o aplicativo ao menos<br />

uma vez nos últimos três meses).<br />

Para a consecução do contrato de<br />

seguro, é imprescindível que o segurador<br />

saiba que o segurado vai exercer atividade<br />

comercial com o veículo e, principalmente,<br />

a quais riscos ele estará sujeito em<br />

consequência de sua atividade.<br />

Assédios e assaltos<br />

Quem utiliza esses serviços não está<br />

sujeito apenas a danos físicos e materiais.<br />

Os relatos de mulheres que foram assediadas<br />

pelos motoristas são cada vez mais<br />

frequentes. Em um dos casos ocorridos<br />

com a Uber, a companhia excluiu o motorista<br />

do aplicativo após uma passageira<br />

denunciá-lo nas redes sociais.<br />

É importante destacar que coberturas<br />

próprias de relações trabalhistas não<br />

cabem nestes casos. “Não se trata de<br />

relação de emprego da forma tradicional,<br />

mas de trabalho, com outra modalidade<br />

de relacionamento”, argumenta Angélica<br />

Carlini. Coberturas de assédio moral<br />

também não são aplicáveis, justamente<br />

porque “não há relação de emprego e<br />

nem tão pouco avaliação prévia do empregado,<br />

políticas de prevenção, entre<br />

outras circunstâncias que devem sempre<br />

estar presentes nessa modalidade de<br />

contratação.”<br />

Também relatadas por quem está<br />

❙❙Daniel Velazco-Bedoya, da Cabify<br />

❙❙Angélica Carlini, advogada<br />

atrás do volante, a sensação de insegurança<br />

e medo de assaltos só cresceram após a<br />

aceitação do pagamento em dinheiro – o<br />

que, inicialmente, era feito apenas com<br />

cartão de crédito. Aqui, um seguro de<br />

responsabilidade civil pode funcionar.<br />

“Em princípio, não há muita diferença<br />

entre o seguro de RC contratado por um<br />

motorista de táxi e aquele que poderia ser<br />

contratado por um operador de sistemas<br />

de aplicativos”, diz Angélica. Coberturas<br />

mais específicas ficam de fora se a<br />

contratação for realizada diretamente<br />

por quem vai guiar o veículo e realizar<br />

a prestação do serviço. Se a contratação<br />

for feita pelas empresas que operam os<br />

aplicativos, é possível desenhar produtos<br />

que tragam as tradicionais coberturas de<br />

RC e algumas outras mais específicas.<br />

Ainda em caso de assaltos, o seguro<br />

de automóvel tradicional pode ser uma<br />

solução. “O produto indeniza o proprietário<br />

do veiculo em caso de furto ou<br />

roubo. Não parece que seja necessária<br />

outra cobertura”, diz Ana Rita Petraroli.<br />

Também deve-se considerar o Seguro de<br />

Responsabilidade Civil Facultativa de<br />

Veículos (RCF-V), modulada para condutores<br />

de veículos que operem no sistema<br />

de aplicativos. Isso é possível porque existe<br />

tecnologia instalada nas empresas de<br />

seguro para realizar cálculos estatísticos,<br />

na medida em que não existem diferenças<br />

substanciais dos motoristas de táxi. Mas é<br />

fortemente recomendável que o desenho<br />

do produto seja específico, para atender<br />

exatamente as peculiaridades dessa nova<br />

modalidade de prestação de serviços.<br />

19


mobilidade | inteligência artificial<br />

Guiados pelo avanço<br />

Os carros sem motorista já estão em teste em<br />

alguns lugares do mundo e devem fazer com<br />

que o mercado de seguros repense diversas<br />

questões<br />

Amanda Cruz<br />

Em 1999, o mundo do cinema<br />

conheceu um robô que tinha sentimentos<br />

e queria ser um humano;<br />

em o “Homem Bicentenário”, o<br />

robô doméstico interpretado por Robin<br />

Willians foi capaz de se apaixonar e encarar<br />

desafios como qualquer ser humano.<br />

Em 2001, foi a vez de um menino-robô<br />

- o primeiro já programado para amar –<br />

emocionar milhões de pessoas ao redor<br />

do mundo em A.I. - Inteligência Artificial.<br />

Em 2017, um robô programado no<br />

Laboratório de Pesquisa de Neurorrobótica<br />

da universidade Beuth Hoschschule,<br />

em Berlim, tem a inteligência de uma<br />

criança de dez anos e continuará se<br />

desenvolvendo. Em 20 anos, ele será um<br />

robô adulto com a devida mentalidade<br />

dos 30 anos.<br />

Na vida cotidiana, um homem na<br />

cidade de Pittsburg, na Pennsylvania,<br />

EUA, já pode pedir um Uber e ser atendido<br />

por um carro autônomo, que apesar<br />

de estar na fase de testes e contar com<br />

acompanhamento humano para qualquer<br />

eventualidade, anda sozinho pelas ruas,<br />

aprendendo caminhos e tornando quase<br />

dispensável assumir um volante.<br />

A diferença é que as primeiras histórias<br />

são obras de ficção e as outras duas<br />

são parte da nova realidade. A inteligência<br />

artificial não é apenas mote para mais<br />

uma obra do cinema, mas uma área da<br />

ciência da computação que tenta recriar<br />

a inteligência humana em máquinas,<br />

conforme explica o líder de Segurança<br />

da Informação da IBM Brasil, João Paulo<br />

Lara Rocha. “No caso da IBM, o Watson<br />

é um sistema de computação cognitiva<br />

que aprende em larga escala, raciocina de<br />

acordo com propósitos e interage com os<br />

humanos de forma natural”, explica. Essa<br />

tecnologia está sendo expandida para<br />

várias áreas e hoje já pode ser encontrada<br />

nos setores de direito, varejo, educação,<br />

saúde etc, em quatro diferentes línguas<br />

além do inglês, incluindo português<br />

brasileiro. Ela se alimenta de dados e<br />

funciona de forma bastante parecida<br />

com o raciocínio humano. “É como uma<br />

criança em aprendizado”, exemplifica.<br />

Os veículos autônomos<br />

O uso dessa tecnologia na indústria<br />

automobilística para criação de carros<br />

sem motoristas é, sem dúvidas, um dos<br />

que mais vai impactar a vida cotidiana,<br />

especialmente nas grandes cidades como<br />

São Paulo, já que o paulistano, segundo<br />

apontamento do Ibope, realizado em<br />

setembro de 2016, passa, em média, um<br />

mês e meio por ano preso no trânsito.<br />

Se falar de carros também é falar de<br />

seguros, o setor deverá se preparar para<br />

20


❙❙Ricardo Bacellar, da KPMG<br />

as implicações e oportunidades que vêm<br />

junto com essa novidade.<br />

Em janeiro de 2016, a seguradora<br />

XL Catlin assinou uma parceria com<br />

a Oxbotica – companhia de tecnologia<br />

responsável por desenvolver carros autônomos<br />

e criadora do software Selenium<br />

– para dar suporte ao desenvolvimento<br />

de soluções robóticas. A ideia é analisar<br />

de perto o gerenciamento de riscos que<br />

se fará necessário na indústria de seguros<br />

quando esses veículos começarem<br />

a circular. “Os engenheiros de sistemas<br />

autônomos fizeram avanços que mudaram<br />

fundamentalmente a maneira como<br />

os transportes funcionam”, afirma Clive<br />

Scrivener, chairman do Conselho da<br />

Oxbotica. Segundo o especialista, um<br />

carro sem motorista pode usar dados de<br />

sensores colocados nele para entender o<br />

que está ao redor e para onde ele deverá ir<br />

em seguida, de acordo com os algoritmos<br />

programados. “Mas o verdadeiro desafio<br />

é que os carros sem motoristas estão em<br />

ambientes reais, não digitais, e o mundo<br />

real está mudando o tempo inteiro”, completa<br />

Scrivener. Nessa situação é no poder<br />

de decisão desse novo mecanismo que<br />

está a diferença entre inteligência cognitiva<br />

e o que era feito antes na robótica e<br />

é essa tecnologia que está nos carros que<br />

já rodam por algumas cidades.<br />

Olhando para os riscos<br />

A cada nova invenção, um novo<br />

risco. O mercado de seguros está atento,<br />

mas ainda é difícil mensurar o alcance<br />

dos desafios que essa novidade trará. “A<br />

indústria sempre trabalhou com etapas<br />

de amadurecimento e, a cada etapa, surge<br />

um conjunto novo de soluções”, acredita<br />

Ricardo Bacellar, head da área Automotiva<br />

da KPMG. Ele elenca uma série de fatores<br />

que corroboram com essa indústria<br />

e o principal deles pode ser visto em dois<br />

dados: um estudo da Academia Brasileira<br />

de Neurologia (ABN) mostrou que até<br />

20% de todos os acidentes de trânsito<br />

acontecem por causa de sonolência dos<br />

motoristas. Já um estudo do Observatório<br />

Nacional de Segurança Viária (ONSV)<br />

afirma que 90% de todos os acidentes são<br />

causados por falha humana. É fácil fazer<br />

um comparativo: os robôs que agora são<br />

capazes de aprender não se cansam, não<br />

têm sono ou indisposição, não se distraem.<br />

“O esperado é que, com essa tecnologia<br />

embarcada, os acidentes diminuam.<br />

Se esse índice de erro existe e você vai<br />

substituir grande parte dos percursos para<br />

a ação tecnológica há de se imaginar que<br />

o número de vítimas diminuirá bastante”,<br />

aponta Bacellar.<br />

Os riscos são outros. As implicações<br />

só poderão ser totalmente avaliadas<br />

quando esses carros estiverem nas ruas,<br />

mas muitas perguntas já se abriram para<br />

os seguradores: como precificar o seguro<br />

de um veículo que está em constante evolução<br />

e aprendizado, diminuindo riscos?<br />

Quão confiável e seguro é o software<br />

que está dentro desse robô? Quem é o<br />

responsável quando se comete um erro?<br />

As respostas ainda não chegaram e<br />

deverão mudar tão rápido quanto as tecnologias<br />

dos carros, mas mais importante<br />

do que ter todas as resoluções é conhecer<br />

a tecnologia por trás e saber fazer as<br />

perguntas certas, para gerenciar o risco.<br />

“Essa é uma das razões para a parceria<br />

com a Oxbotica: ter acesso aos testes de<br />

suas aplicações e poder aprender – em<br />

primeira mão – como o produto funciona<br />

e se comporta em diferentes situações”,<br />

afirma o líder da parceria na XL Richard<br />

Jinks. “No momento, nenhum carro está<br />

pronto para ser completamente autônomo,<br />

sem nenhum controle humano,<br />

mas isso não está longe de acontecer. As<br />

fábricas estão se movimentando e essa<br />

realidade deverá ser possível em 2021”,<br />

indica Jinks.<br />

Outros dispositivos também poderão<br />

❙❙Clive Scrivener, da Oxbotica<br />

ser usados para mitigar riscos, conforme<br />

aponta o executivo da IBM. Ele afirma<br />

que a companhia tem usado essa inteligência<br />

cognitiva para outros fins, como<br />

monitorar de maneira mais precisa o clima.<br />

“Se aplicarmos essas características<br />

de previsão para a indústria de seguros é<br />

possível que um carro tenha à disposição<br />

informações, por meio de um dispositivo,<br />

de onde está chovendo e quais os riscos<br />

de acidentes e alagamentos. Com essa<br />

previsibilidade, pode-se reduzir a exposição<br />

ao risco”, elucida Rocha.<br />

Eles aprenderão as regras de trânsito<br />

e são capazes de compreender também as<br />

regras sociais para poder interagir com<br />

outros carros. Por se renovarem constantemente,<br />

a obsolescência, tão comum<br />

nas tecnologias de hoje, não deverá ser<br />

um problema. Pelo contrário, poderá<br />

ajudar essa solução a ficar mais acessível<br />

e ser expandida para utilização em trens,<br />

ônibus e outros veículos coletivos. Inclusive,<br />

essa é a primeira aposta de alguns<br />

especialistas. “Nós realmente prevemos<br />

essa tecnologia começando a ser parte<br />

do cotidiano das pessoas no futuro. Em<br />

outubro de 2016 um carro autônomo foi<br />

testado nas ruas britânicas pela primeira<br />

vez. A previsão é que 10 milhões deles<br />

estejam nas ruas em 2020. Os primeiros<br />

a adotar esse modelo não deverão ser os<br />

proprietários individuais, mas aqueles<br />

que buscam por novas formas de sistema<br />

de transporte, que já estão sendo estudados<br />

por grandes cidades ao redor do<br />

mundo”, explica o chairman da Oxbotica,<br />

Scrivener.<br />

21


inteligência artificial<br />

A evolução dos sistemas autônomos<br />

1958 O piloto automático da Chysler<br />

Introduzido em 1958, no modelo Imperials,<br />

foi o primeiro exemplo de um sistema autômato<br />

que assumia algum tipo de controle no veículo.<br />

2005 Stanley navegou o deserto<br />

de Mojave<br />

Sebastian Thrune e uma equipe do<br />

Laboratório de Inteligência Artificial de<br />

Stanford criaram um carro autônomo<br />

chamado Stanley. Esse se tornou o primeiro<br />

modelo a<br />

completar mais<br />

de 200 km no<br />

deserto de Mojave,<br />

na Califórnia,<br />

vencendo o<br />

Grande Desafio<br />

de DARPA<br />

❙❙Carro autônomo desenvolvido pela Oxbotica<br />

Com os carros de serviços usando essas<br />

tecnologias surgem ainda outras ques-<br />

testes estão temporariamente suspensos<br />

te físicos, a companhia informou que os<br />

tões que refletem na indústria de seguros. até que se entenda o que aconteceu. O<br />

No caso dos carros compartilhados, quem líder de segurança da IBM diz que não se<br />

responde pelo erro? Quem é o dono do sabe ao certo o que houve especificamente<br />

neste caso, mas acredita que tenha sido<br />

veículo? De quem é a responsabilidade<br />

que deve ser acionado na hora do sinistro? falha humana, algo impossível de prever.<br />

Além disso, Bacellar lembra que esses “O ideal é que em uma fase de testes,<br />

carros, por rodarem mais, necessitam de ambos os veículos estejam conectados<br />

mais manutenção o que pode, segundo para que conversem. Conseguir prever a<br />

ele, gerar uma necessidade exagerada de ação humana é uma questão de tentativa<br />

peças de manutenção e a diferença para e erro até aprimorarmos as tecnologias<br />

as seguradoras, que não lidarão tanto com existentes. Conectando todos os dispositivos<br />

[carros, semáforos, câmeras de<br />

indivíduos, mas com CNPJ dos frotistas,<br />

que serão clientes mais complexos. controle de trânsito etc] teríamos uma<br />

No dia 24 de março de 2017, um condição mais favorável de prevenção de<br />

carro autônomo que está sendo utilizado acidentes, mas isso não é nada trivial ou<br />

para testes pelo Uber colidiu com outro barato”, comenta.<br />

veículo que falhou ao não dar passagem, Dentro dos veículos a tecnologia<br />

esse segundo guiado por um motorista. promete segurança e conforto. Fora deles<br />

Mesmo sem grandes danos, especialmen-<br />

surge uma ameaça: os ataques cibernéticos.<br />

Os desafios nesse sentido são diversos,<br />

conforme cita João Paulo Lara Rocha, da<br />

IBM. “Já vimos em anos anteriores casos<br />

de pesquisadores que conseguem controlar<br />

veículos remotamente, desabilitar freios e<br />

até acessar os microfones do carro”, conta.<br />

A conexão com o meio digital torna o indivíduo<br />

um alvo em potencial para essas<br />

ações e é nesse momento que o virtual e<br />

o real colidem.<br />

Em 2013, o caso Target, uma companhia<br />

varejista americana, se tornou<br />

famoso por causa de um ataque cibernético<br />

que invadiu 40 milhões de contas<br />

com dados financeiros importantes dos<br />

clientes. Como isso ocorreu? Por causa de<br />

um ciberataque direcionado que começou<br />

na empresa que fornecia ar-condicionado<br />

à Target. “Hoje em dia não adianta uma<br />

seguradora ou uma montadora assegurarem<br />

as informações de seus clientes se<br />

todos os fornecedores e outras empresas<br />

que têm acesso aos dados podem colocá-<br />

-los em risco por negligência ou por não<br />

estarem em conformidade com as regulamentações<br />

de proteção dos mesmos”,<br />

alerta Rocha.<br />

Os dados do condutor somados com a<br />

sua rota usual e mais a vulnerabilidade do<br />

carro conectado podem ser combinações<br />

perigosas. Isso abre uma nova pergunta ao<br />

mercado: “Como as companhias que detém<br />

e que também compartilham entre si todos<br />

esses dados vão proteger a privacidade de<br />

seus clientes com todo esse cenário?” A<br />

resposta deverá ser: mais trabalho para a<br />

área de criação de produtos, especialmente<br />

Fonte: XL Catlin<br />

2011 Inteligência<br />

Artificial Avançada<br />

O Watson, supercomputador<br />

da IBM derrotou dois<br />

humanos campeões de um<br />

programa televisivo de perguntas<br />

e respostas<br />

22


os de responsabilidade e cibernéticos.<br />

A missão é de paz<br />

Máquinas que ficariam tão inteligentes<br />

que se rebelariam contra os humanos<br />

não parecem ser uma preocupação do<br />

mercado e nem deveriam ser para a população,<br />

mesmo para as pessoas que ainda<br />

acham interagir com robôs algo peculiar<br />

demais. Mas essa relação entre homem e<br />

máquina não é de hoje. Muitos trabalhadores,<br />

ao longo da história, foram sendo<br />

substituídos por robôs, especialmente<br />

em trabalhos mecânicos e perigosos. E<br />

na medida em que isso foi ficando cada<br />

vez mais constante, surgiram dois tipos<br />

de visões sobre o que acontecerá com os<br />

humanos no mercado de trabalho. Alguns<br />

analistas acreditam num futuro distópico,<br />

no qual apenas uma pequena porcentagem<br />

da força de trabalho terá emprego<br />

fixo e será indispensável. Outros apontam<br />

que alguns cargos poderão ser tomados<br />

por robôs, mas isso ajudará a criar novas<br />

oportunidades: “Há 40 anos, ninguém<br />

trabalhava com TI ou na indústria de celulares<br />

e veja hoje a diferença. As coisas<br />

mudam”, aponta Clive Scrivener. Esses<br />

temores sobre o futuro levam a população<br />

a encarar suas questões culturais de<br />

frente. Muitos podem falar do futebol,<br />

mas os brasileiros têm uma relação extremamente<br />

passional com seus carros<br />

e com o ato de dirigir. É algo cultural<br />

que marca personalidades e converte em<br />

status o que nasceu para ser uma opção<br />

de mobilidade. Então, o brasileiro vai<br />

Impacto no mercado<br />

de trabalho<br />

De acordo com pesquisa do Centro<br />

de Soluções de Políticas Globais, nos<br />

EUA, os carros autônomos deverão<br />

afetar cerca de 4 milhões de empregados<br />

que trabalham como motoristas<br />

no país. São 3,6 milhões de homens e<br />

aproximadamente 500 mil mulheres<br />

ocupando esses cargos atualmente.<br />

aceitar a extinção do motorista? “Aqui,<br />

a tendência à adoção vai ser um pouco<br />

mais lenta, mas não por causa de atraso<br />

na tecnologia e sim por essa paixão. Só<br />

que essa novidade é um caminho sem<br />

volta e os benefícios de poder aproveitar o<br />

tempo que gastaria no trânsito com outras<br />

tarefas, usando melhor o tempo dentro do<br />

veículo será um apelo imbatível”, aposta<br />

Bacellar. Jinks, da XL tem uma visão<br />

parecida e lembra que os carros sem<br />

motorista são uma opção, quem dirige por<br />

prazer não precisará aposentar o hobby.<br />

O acesso também não deverá ser algo<br />

muito difícil, já que a evolução da tecnologia<br />

barateia os custos de sua utilização.<br />

Quanto mais avanços sobre uma novidade,<br />

mas acessível ela fica, como pode ser<br />

observado na indústria de smartphones.<br />

Os menores riscos diminuirão o preço<br />

do seguro e essa soma pode beneficiar<br />

muita gente, como idosos e pessoas com<br />

deficiência, que alcançarão ainda mais<br />

mobilidade graças a essa invenção, mas<br />

que deverão ser analisados pelos seguros<br />

de acordo com seus próprios riscos e condições.<br />

Bacellar afirma que o carro não<br />

terá um preço impeditivo e toma como<br />

base a montadora GM que, segundo ele,<br />

“está anunciando um veículo tecnológico<br />

para início de 2018 por cerca de US$ 30<br />

mil”. Esse pode não ser um valor amplamente<br />

acessível hoje, mas a tendência de<br />

diminuição deve se aproximar cada vez<br />

mais dos valores populares praticados<br />

pelo mercado. Se hoje o subsídio para<br />

compra de carros adaptados existe, isso<br />

não deverá ser diferente quando o tipo<br />

de veículo mudar. “O foco da tecnologia<br />

sempre deve ter como preocupação o serviço<br />

ao ser humano e a democratização<br />

de seu uso”, opina Rocha. “Nós vemos<br />

nosso papel, como uma companhia de<br />

seguro, de ajudar o motorista com a<br />

adoção de soluções como essa por meio<br />

de nossas capacidades de gerenciamento<br />

de riscos. Queremos desempenhar nosso<br />

papel permitindo a adoção dessa tecnologia,<br />

para beneficiar toda a sociedade”,<br />

afirma Jinks.<br />

O setor de seguros precisará ser<br />

um ator que investirá forte nas novas<br />

tecnologias ou, apesar de essencial, será<br />

reformulado por empresas que venham<br />

mais alinhadas com o que as evoluções<br />

tecnológicas esperam, especialmente no<br />

que diz respeito à diminuição de burocracias.<br />

Empresas que atuam na confecção<br />

desses carros sabem quanto esse nicho é<br />

importante e algumas já pensam em lançar<br />

os seus modelos com seguro incluso.<br />

2016 11 de outubro<br />

Um carro sem motorista<br />

rodou pelas ruas britânicas<br />

pela primeira vez. O carro<br />

elétrico de dois lugares, desenvolvido<br />

pela Oxbotica<br />

andou por áreas movimentadas,<br />

sendo capaz de realizar<br />

curvas e evitar pedestres<br />

2016 25 de outubro<br />

Um caminhão autônomo<br />

entregou mais de 50<br />

latas de cervejas da cidade<br />

de Fort Collins até Denver,<br />

no estado americano do<br />

Colorado<br />

Hoje<br />

Em média, os carros<br />

autônomos possuem<br />

cerca de 70 sensores,<br />

incluindo giroscópios,<br />

acelerômetros, sensores<br />

de luz e de umidade<br />

Futuro<br />

É estimado que 10<br />

milhões de carros sem<br />

motorista estarão nas ruas<br />

até 2020<br />

23


mobilidade | rc ônibus<br />

Reestruturando a carteira<br />

Com a liquidação extrajudicial da principal<br />

seguradora do setor, corretores e seguradoras se<br />

preparam para receber novas demandas<br />

Lívia Sousa<br />

Após seis meses sob direção<br />

fiscal, a Nobre Seguradora<br />

teve liquidação extrajudicial<br />

decretada pela Superintendência<br />

de Seguros Privados (Susep), em<br />

outubro passado. Com as apólices canceladas,<br />

a companhia não pode transferir a<br />

carteira para outras seguradoras. “Cabe<br />

aos segurados, por meio de seus respectivos<br />

corretores de seguro, demandarem<br />

as seguradoras que possuem autorização<br />

para operar nos ramos de seguro de interesse”,<br />

disse a empresa ao ser procurada<br />

pela <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>.<br />

A decisão da autarquia afetou diretamente<br />

a carteira de Responsabilidade<br />

Civil Ônibus (RCO), da qual a Nobre era<br />

líder de mercado, e impactou o setor –<br />

inclusive os corretores. “Cerca de 80%<br />

da nossa carteira estava segurada através<br />

da Nobre”, declara Sheylla Minatto, diretora<br />

da Acertcor Corretora de Seguros.<br />

Para normalizar a situação, foi preciso<br />

refazer todos os seguros e explicar para<br />

os segurados que precisariam pagar uma<br />

nova apólice, com novos valores.<br />

Ao contrário da Acertcor Corretora,<br />

a Tangará Seguros não teve nenhum caso<br />

de seguradora com liquidação extrajudicial.<br />

Contudo, alerta para a importância<br />

das corretoras verificarem a solidez das<br />

companhias com as quais trabalham. “O<br />

cliente nos confia a cuidar do seu patrimônio<br />

desde a escolha do melhor produto até<br />

o atendimento de uma ocorrência de sinistro.<br />

Precisamos estar atentos às notícias<br />

oficiais do mercado, evitando transtornos<br />

para os nossos segurados”, diz a proprietária<br />

da empresa, Aparecida Silva.<br />

Na Tangará Seguros, a carteira de<br />

Responsabilidade Civil Ônibus teve um<br />

crescimento médio de 125% em um ano.<br />

Em qualquer que seja a situação, Aparecida<br />

lembra que transportar pessoas é uma<br />

grande responsabilidade e por isso deve se<br />

priorizar tanto a contratação do produto<br />

em si como suas garantias complementares,<br />

que também são importantes para a<br />

tranquilidade do proprietário do veículo.<br />

Poucas opções no mercado<br />

Devido ao aumento do sinistro das<br />

seguradoras que absorveram os clientes<br />

da Nobre, o preço do seguro RCO saltou,<br />

em média, 45% de 2016 para 2017,<br />

principalmente na cobertura de Responsabilidade<br />

Civil para Danos Materiais<br />

causados a Terceiros. O quadro se agrava<br />

ainda mais ao considerar que apenas três<br />

seguradoras operam com a carteira no<br />

O fim da Nobre Seguradora<br />

A empresa, que atuava no mercado segurador desde 1992, fechou o ano de<br />

2015 com um Patrimônio Líquido Ajustado em R$ 53 milhões. De acordo com a<br />

própria seguradora, o valor era insuficiente às exigências da Susep. No mesmo<br />

ano, a Nobre apresentou um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta<br />

(TAC), que foi recusado pela autarquia.<br />

Entrou em direção fiscal em março de 2016, mas a medida não foi suficiente<br />

para tirar a companhia do vermelho. Sete meses depois, a Susep decretou liquidação<br />

extrajudicial. Como houve cobertura para os eventos ocorridos até o dia 3 de outubro,<br />

a Massa Liquidanda da Nobre Seguradora está apurando o valor a ser restituído com<br />

base na relação proporcional entre o prêmio pago e os dias cobertos para futura<br />

restituição. A empresa pede que os beneficiários dos sinistros mantenham seus dados<br />

(como endereço, telefone e e-mail) atualizados na Massa Liquidanda.<br />

momento. “A falta de opções faz com que<br />

o preço aumente e o segurado fique sem<br />

muitas escolhas”, afirma Sheylla.<br />

Entre essas seguradoras está a Essor,<br />

que se estruturou para receber a<br />

demanda. “Temos atendido aos pedidos<br />

de cotação destes corretores e emitido as<br />

propostas contratadas. Apesar do aumento<br />

nos negócios, continuamos mantendo<br />

nosso compromisso com os corretores,<br />

segurados e o mercado, atendendo com<br />

a mesma qualidade e responsabilidade”,<br />

pontua Márcio Feital, diretor técnico de<br />

Auto/Transportes da companhia.<br />

Outra companhia que teve um<br />

incremento na demanda foi a Gente<br />

Seguradora. “Fomos procurados pelos<br />

corretores que assessoram seus segurados,<br />

no intuito de recolocar estes riscos<br />

no mercado. Sendo assim, alguns seguros<br />

foram encaminhados dentro do nosso<br />

nicho de atuação”, declara o responsável<br />

pela área comercial/RCO da empresa,<br />

Carlos Eduardo Pinto de Souza, ressaltando<br />

a importância da contratação do<br />

seguro de RCO. “É uma proteção para<br />

toda a população e os transportadores<br />

de passageiros sentem-se seguros para<br />

melhor atendê-los. No Brasil, existe uma<br />

legislação específica em cada estado da<br />

federação, onde a maioria das empresas<br />

de transportadores de passageiros tem<br />

que atendê-la.”<br />

24


aplicativos | vendas<br />

Conexões sem amarras<br />

A mobilidade física e digital estão intimamente<br />

ligadas. Por isso, os apps do mercado de seguros<br />

ajudam os segurados no cotidiano e seguradores<br />

e corretores, nos negócios<br />

Amanda Cruz<br />

O<br />

celular é a mais importante<br />

ferramenta de conexão com<br />

a internet no Brasil. Apesar<br />

dessa realidade já estar no<br />

inconsciente coletivo das pessoas, sem<br />

precisar de muitos dados, consta no<br />

Suplemento de Tecnologias de Informação<br />

e Comunicação (TIC) da Pesquisa<br />

Nacional por Amostra de Domicílios<br />

(Pnad), realizada em 2014 e divulgada<br />

em abril de 2016 pelo Instituto Brasileiro<br />

de Geografia e Estatística, que 54,9%<br />

dos domicílios brasileiros já têm acesso<br />

à internet e que, nessas casas, 80,4% dos<br />

acessos são feitos por meio do celular –<br />

algumas residências utilizavam celular<br />

e o computador (que ficou com 76,6%<br />

dos acessos). A maior proporção dessa<br />

maneira de conexão ocorre no Nordeste<br />

do País.<br />

Há diversos fatores que corroboram<br />

para que esses sejam os dados brasileiros,<br />

como as razões econômicas, por exemplo.<br />

Mas mesmo aqueles que até pouco tempo<br />

não tinham acesso às redes têm como<br />

preferência os celulares por um motivo:<br />

a mobilidade. “A mobilidade é uma das<br />

principais demandas dos clientes e corretores<br />

do mercado hoje. Temos acompanhado<br />

esse movimento, oferecendo<br />

soluções tecnológicas que atendam suas<br />

necessidades”, afirma Etienne Gonçalves,<br />

gerente de Experiência Digital e Clientes<br />

da Liberty Seguros.<br />

Essas soluções vêm principalmente<br />

com os aplicativos, que existem para os<br />

mais variados fins. Em abril de 2016,<br />

um estudo da Fundação Getúlio Vargas<br />

(FGV) afirmou que o Brasil chegou à<br />

marca de 168 milhões de smartphones em<br />

uso, e dados do Ibope mostram que esses<br />

usuários têm, em média, 15 aplicativos<br />

instalados. O mercado de seguros entrou<br />

nesse mundo, primeiro, com aplicativos<br />

simples como os de consultas para redes<br />

credenciadas, mas eles têm evoluído<br />

e ajudado de maneira mais efetiva no<br />

cotidiano, no momento da ocorrência de<br />

sinistros e também nas vendas do setor,<br />

embora esse último item ainda seja um<br />

ponto delicado nas discussões do mercado.<br />

“A tecnologia tem sido uma ferramenta<br />

indispensável para a companhia<br />

em todas as áreas de negócios”, afirma<br />

o diretor de Tecnologia da SulAmérica,<br />

Cristiano Barbieri. A SulAmérica oferece<br />

seis aplicativos aos clientes em diversas<br />

carteiras e um voltado aos corretores de<br />

seguros. Para além do mercado, a seguradora<br />

desenvolveu uma parceria com o<br />

Waze, conhecida ferramenta de tráfego,<br />

oferecendo informações aos motoristas<br />

sobre trânsito mais seguro. Por meio<br />

dessa parceria, a companhia fornece aos<br />

usuários dicas como aviso para acender<br />

os faróis em estradas, sinalização sobre<br />

velocidade, indicação de alto índice de<br />

acidentes em determinadas vias, entre<br />

outras funcionalidades, além de serviços<br />

como previsão do tempo. A intenção<br />

nessas inserções é aproximar o cliente da<br />

seguradora, que acaba por espalhar a cultura<br />

do seguro e, ao mesmo tempo, fazer a<br />

divulgação de sua marca, relacionando-a<br />

com práticas tecnológicas com as quais<br />

as pessoas já se identificam.<br />

A Liberty também aposta na tecnologia<br />

dos aplicativos, mas afirma não abrir<br />

mão de diferentes canais digitais já conhecidos,<br />

como Skype e as redes sociais,<br />

para estar em contato com aqueles que<br />

procuram a companhia. “Estar próximo<br />

aos clientes e corretores é fundamental<br />

e, já que eles estão mais conectados,<br />

nós também estamos presentes nesses<br />

canais”, afirma Etienne.<br />

25


vendas<br />

❙❙Etienne Gonçalves, da Liberty<br />

Já que telefonar há muito tempo<br />

deixou de ser a função principal dos<br />

celulares, o aplicativo da thinkseg surgiu<br />

como uma alternativa à venda tradicional<br />

de seguros. A plataforma quer que<br />

o cliente cote e contrate seu produto<br />

100% pelo celular, com toda experiência<br />

online. Para alguns, essa dinâmica pode<br />

ser assustadora e representar alguma<br />

ameaça, mas para André Gregori, CEO<br />

da thinkseg, ela representa flexibilização.<br />

Por isso, ao criar a companhia a ideia era<br />

possibilitar que o seguro fosse contratado<br />

em qualquer lugar do mundo, a qualquer<br />

hora. “Essa flexibilidade na contratação<br />

vai ao encontro à rotina movimentada<br />

da vida das pessoas, muitas vezes sem<br />

horário para nada”, afirma Gregori. A<br />

proposta da companhia é modernizar<br />

a comercialização e dar outro papel ao<br />

corretor de seguros. Ao invés de cotar, ele<br />

seria o responsável pelo acompanhamento<br />

da relação entre seguradora e cliente.<br />

“Sempre haverá um corretor envolvido no<br />

processo para mostrar o funcionamento<br />

ao cliente, tirar dúvidas e dar suporte. No<br />

momento, a companhia está cadastrando<br />

corretores para atuarem no seu market<br />

place. O objetivo é atingir mil profissionais<br />

qualificados nesta primeira fase”,<br />

propõe o executivo.<br />

Conhecendo os hábitos<br />

O que desejam os clientes? É impossível<br />

responder essa pergunta sem<br />

conhecê-los muito bem. Em tempos em<br />

que o contato entre vendedores e compradores<br />

é feito cada vez mais na esfera<br />

26<br />

digital, as empresas precisam contar<br />

com mecanismos para descobrir quem<br />

são seus consumidores. Com isso, as<br />

pegadas digitais foram imediatamente<br />

acopladas ao marketing: o caminho que<br />

um perfil faz até que ele finalize uma<br />

compra mostra não só por quais tipos de<br />

produtos ele se interessa, mas também<br />

como ele costuma comprar, quanto tempo<br />

demora a decidir uma aquisição e qual a<br />

periodicidade de suas compras online.<br />

Além disso, o remarketing identifica<br />

as pesquisas dos usuários para que os<br />

anúncios que aparecem em suas páginas<br />

sejam relacionados às suas pesquisas<br />

e cada anúncio se torna personalizado.<br />

Essas práticas agradam uns e desagradam<br />

outros, mas são amplamente utilizadas,<br />

inclusive no mercado de seguros.<br />

“O ambiente digital permite compreender<br />

as tendências de comportamento.<br />

Por isso, quando entendemos as formas de<br />

interação com as seguradoras e as ações<br />

que mais geram resultados positivos, é<br />

possível identificar um caminho para<br />

aperfeiçoar canais de atendimento e serviços.<br />

Acreditamos que seria interessante<br />

para o mercado segurador aproveitar dados<br />

resultantes das interações em aplicativos<br />

e canais digitais para colher insights<br />

sobre o perfil dos nossos clientes e pensar<br />

em novas soluções”, defende Barbieri.<br />

As redes sociais não servem apenas<br />

para que as companhias possam se comunicar<br />

com clientes por meio das páginas,<br />

elas são essenciais para conhecer o consumidor.<br />

“O seguro ofertado em ambiente<br />

online tem de ser diferente do ofertado<br />

no meio offline. Isso é uma realidade. A<br />

inovação tecnológica ainda permite que<br />

as empresas tenham acesso aos hábitos<br />

do cliente para oferecer produtos que vão<br />

ao encontro às necessidades dele”, explica<br />

André Gregori. No caso da start-up, ela<br />

irá vai observar as qualificações dos seus<br />

clientes por meio das redes sociais e do<br />

que é respondido no aplicativo.<br />

O virtual é real<br />

Essa iniciativa é bastante semelhante<br />

à telemetria usada em automóveis, que já<br />

existe no Brasil, mesmo que ainda não<br />

tenha atingido o mercado com força total,<br />

mas que já tem mostrado os lados positivos<br />

desse monitoramento do perfil de<br />

❙❙Cristiano Barbieri, da SulAmérica<br />

motoristas. A Liberty, por exemplo, tem<br />

utilizado e visto resultados. Em agosto de<br />

2015, a companhia lançou um programa<br />

para estimular financeiramente os usuários<br />

com as melhores práticas ao volante.<br />

A tecnologia de um carro conectado é<br />

utilizada para conhecer o comportamento<br />

de direção do consumidor, que pode conseguir<br />

até 30% de desconto dependendo<br />

de seu desempenho. É onde a mobilidade<br />

física se encontra com a mobilidade digital,<br />

permitindo que a sua vida cotidiana,<br />

o caminho de todo dia para o trabalho<br />

ou para buscar os filhos na escola, esteja<br />

atrelada às possibilidades de ganhos para<br />

ambas as partes. “Para o consumidor,<br />

os ganhos estão na individualização do<br />

cálculo do preço do seguro, que passa a<br />

levar em conta o risco real de cada cliente,<br />

ao invés de um cálculo atuarial pelo perfil<br />

médio de mercado”, esclarece a executiva.<br />

Ela completa que embora pelo perfil médio<br />

os jovens de 18 a 24 anos representem<br />

maior risco isso não é, necessariamente,<br />

verdade e a telemetria pode ajudar a separar<br />

esses tipos diferentes de motoristas de<br />

maneira mais precisa. “Para a seguradora,<br />

os ganhos estão em entender melhor o<br />

perfil de seus consumidores e estimular<br />

a mudança de comportamento desses<br />

motoristas que buscam uma direção mais<br />

segura e têm um feedback em tempo real<br />

sobre como estão dirigindo e onde podem<br />

melhorar”, explica.<br />

Nesse sentido, em fevereiro de 2017,<br />

a thinkseg formalizou uma proposta de<br />

acordo com a Prefeitura de São Paulo<br />

para adoção do app, por meio de docu-


❙❙André Gregori, CEO da thinkseg<br />

mento digital enviado ao assessor especial<br />

André Magalhães, da secretaria de<br />

Relações Internacionais do Município<br />

de São Paulo. O intuito é justamente<br />

acompanhar os motoristas por meio da<br />

plataforma. “O assunto está em estudo,<br />

mas é uma boa maneira de premiar o<br />

bom motorista. O app pode ser uma boa<br />

maneira da atual administração conceder<br />

benefícios aos motoristas mais conscientes<br />

no trânsito da cidade”, opina Gregori.<br />

As mudanças nas formas de vendas<br />

em todas as carteiras está mesmo em<br />

pauta. Durante um evento ocorrido em<br />

São Paulo, o Fórum S2, muitas foram<br />

as discussões sobre o que deve mudar<br />

na comercialização. A superintendente<br />

Comercia & Trade Marketing da Zurich,<br />

Michele Borba, falou sobre a evolução do<br />

contato com os clientes e como o online<br />

conquistou o mercado e se tornou um<br />

caminho sem volta. “Nós não falamos<br />

mais nem em millenials, porque não é<br />

algo só de geração, as pessoas mais velhas<br />

podem estar tão ou mais conectadas do<br />

que os mais jovens”, pontuou. Assim, o<br />

trade marketing – modalidade em que<br />

empresas analisam os consumidores e<br />

suas particularidades para direcionar<br />

suas campanhas e canais de mídia – que<br />

já era feito por meio das pesquisas e relacionamento<br />

com clientes por uma central,<br />

hoje está muito mais evoluído.<br />

Michele lembra que a interação nas<br />

lojas físicas tende a ficar menor, enquanto<br />

as lojas virtuais devem oferecer experiências<br />

mais diversificadas, o que muda o<br />

papel do vendedor e também do corretor.<br />

A mudança do perfil do consumidor<br />

para alguém mais conectado altera toda<br />

a dinâmica.<br />

Segundo a executiva, mesmo quando<br />

os consumidores ainda vão à loja física,<br />

chegam com pouca paciência para a experiência<br />

de compras, porque esse cliente<br />

já viu o preço, já pesquisou em outras<br />

lojas, sabe as características do que quer<br />

etc. É preciso preparar o vendedor para<br />

isso. “O vendedor não é mais aquele cara<br />

que sabe tudo. Muitas vezes, o cliente<br />

chega sabendo mais do que ele. O que<br />

o vendedor precisa é focar nas relações<br />

humanas e fazer com que as pessoas se<br />

relacionem com o que estão vendendo”,<br />

enfatiza a executiva.<br />

Até o início dos anos 2000, a internet,<br />

ainda muito recente e sem abranger<br />

grande parte da população brasileira,<br />

tinha fama de terra de ninguém. Com<br />

a utilização das redes, e os problemas<br />

que surgiram ao longo do tempo, isso<br />

tem mudado. Cada vez mais, a legislação<br />

tenta acompanhar as mudanças, que<br />

são rápidas demais. Essa evolução tem<br />

deixado as pessoas mais confiantes para<br />

utilizar o meio digital, tanto que uma<br />

pesquisa realizada pela Ipsos, a pedido<br />

do Facebook, mostra que 76% dos brasileiros<br />

utilizam internet banking, sendo<br />

90% dos acessos oriundos dos smartphones.<br />

A tendência nas companhias<br />

de seguros é que esses canais digitais<br />

também absorvam as interações com<br />

os clientes. “Com a implantação do conceito<br />

Click-Call-Face, para atendimento<br />

aos consumidores, notamos a maior<br />

procura pelo autosserviço e, inclusive,<br />

registramos uma redução de ligações<br />

telefônicas”, diz Barbieri.<br />

Mais do que a resistência do mercado<br />

de seguros, que é natural, a venda por<br />

aplicativos precisaria convencer o usuário.<br />

Parece que as companhias já têm<br />

conseguido isso. Cada uma a sua maneira,<br />

as interações digitais crescem e o mercado<br />

se reinventa. “Resiliência é o nome do<br />

jogo. Acreditamos que esse é o modelo<br />

do futuro, do novo comprador de seguros.<br />

Até porque, em qualquer lugar do mundo,<br />

as pessoas resistem à tecnologia. O fato é<br />

que não há alternativa. Ou a sociedade se<br />

movimenta para ficar antenada ou ficará<br />

presa ao passado”, sentencia Gregori.<br />

A influência do<br />

digital sobre<br />

as lojas físicas<br />

64%<br />

das pessoas que<br />

compram online dizem<br />

que foram influenciadas<br />

por ações online de<br />

empresas de varejo<br />

42%<br />

das pessoas que<br />

utilizam smartphone<br />

na França disseram<br />

terem sido influenciadas<br />

durante a compra em<br />

loja física por terem<br />

acessado a internet<br />

44%<br />

das pessoas na<br />

Alemanha disseram<br />

que considerariam<br />

consumir um produto<br />

de uma marca diferente<br />

da que normalmente<br />

consumiria caso<br />

encontrassem<br />

informações relevantes<br />

online<br />

27


mercado | débito automático<br />

Pagamento cancelado<br />

28


Débito automático é suspenso pelos bancos<br />

mesmo com o sinal verde do cliente que<br />

contrata ou renova um seguro. Entrave pode<br />

trazer sérios problemas aos corretores, segurados<br />

e seguradoras<br />

Lívia Sousa<br />

O<br />

cliente procura o corretor<br />

para renovar o seguro ou<br />

contratar uma nova apólice.<br />

Até o fechamento do<br />

negócio, o processo corre sem qualquer<br />

dificuldade. Mas quando o segurado entra<br />

em contato com o banco para autorizar o<br />

débito automático das parcelas, o pagamento<br />

é cancelado. No atendimento das<br />

instituições bancárias, a alegação quase<br />

sempre é a mesma: erro no sistema.<br />

Não são raros os relatos de corretores<br />

e segurados que enfrentam este problema<br />

em diversas carteiras. “Tive caso em<br />

que o cliente foi até a agência bancária e<br />

conversou com o gerente para autorizar<br />

o débito. Segundo a gerência estava tudo<br />

confirmado, mas no dia do débito o banco<br />

devolveu a cobrança”, diz o corretor Ednir<br />

Fornazzari, da Fornazzari Corretora<br />

de Seguros. Dez a quinze segurados se<br />

queixaram da negativa da instituição<br />

bancária apenas nesta corretora.<br />

Já na RGSegs Corretora de Seguros<br />

foram dois clientes de seguro automóvel.<br />

Um deles contratou a apólice e foi avisado<br />

pela corretora sobre a data do débito. Passados<br />

dois dias do vencimento, informou<br />

a companhia que a seguradora não havia<br />

debitado o valor da primeira parcela. O outro<br />

solicitou a renovação do seguro em dez<br />

vezes, mas o débito ocorreu somente até a<br />

6ª parcela. “Soubemos do ocorrido após os<br />

segurados nos avisarem”, afirma o corretor<br />

Rogério Gomes. Por sorte nenhuma das<br />

duas apólices foi cancelada. “Regularizamos<br />

a situação dos clientes na seguradora<br />

graças ao contato que fizeram”, declara.<br />

Modernidade em xeque<br />

Instituída pelo Banco Central, a<br />

autorização obrigatória do correntista<br />

para a realização do débito automático<br />

poderia facilitar a vida do segurado e do<br />

corretor. Por outro lado, faz Fornazzari<br />

questionar o poder da tecnologia. “O<br />

débito em conta corrente prejudicou a categoria.<br />

Nem todas as seguradoras avisam<br />

o corretor sobre a devolução. Até temos<br />

esse controle, mas não podemos parar de<br />

produzir e de resolver problemas internos<br />

para solucionar o que teoricamente já<br />

estava resolvido [o seguro contratado ou<br />

renovado]”, argumenta.<br />

Quando o problema ocorre, algumas<br />

seguradoras enviam um boleto para que<br />

o segurado pague a parcela sem juros.<br />

Outras, no entanto, cancelam automaticamente<br />

as demais parcelas caso a primeira<br />

não seja quitada. Nestes casos, o corretor<br />

precisa voltar a enviar uma nova proposta<br />

ou até mesmo um novo orçamento para<br />

o cliente. “Já se cogita nos bastidores do<br />

mercado a adoção da antiga e boa fórmula<br />

dos quatro cheques”, revela Fornazzari.<br />

Relação afetada<br />

Este tipo de entrave pode estremecer<br />

a relação entre corretor e segurado, que<br />

tem a confiança como principal pilar. Ao<br />

passar por essa situação, o cliente questiona<br />

se a corretora realmente recebeu o<br />

comunicado da seguradora e não repassou<br />

a informação. Em caso de sinistro, o<br />

❙❙Ednir Fornazzari, da Fornazzari<br />

transtorno é ainda maior. “O segurado está<br />

certo de que tem o seguro. O corretor, mais<br />

ainda. Aí vem a surpresa. É a certeza de<br />

perder o cliente, porque fica a palavra de<br />

um contra o outro”, destaca Fornazzari.<br />

Igualmente afetada é a relação entre<br />

corretor e seguradora. Ao não confiar no<br />

sistema do banco junto a determinada<br />

companhia, a corretora opta por trabalhar<br />

com outra seguradora. Para que isso não<br />

aconteça, é imprescindível uma maior<br />

aproximação das seguradoras e das<br />

instituições bancárias com as corretoras<br />

de seguros. Para Rogério Gomes, a responsabilidade<br />

de repassar a informação<br />

do cancelamento do débito é de todos os<br />

envolvidos no processo. Caso contrário,<br />

as corretoras ficam vulneráveis ao estresse<br />

e às reclamações.<br />

“Quando acontece um sinistro, a<br />

primeira coisa que o segurado faz é ligar<br />

para o corretor. Por isso, precisamos ter<br />

em mãos todas as informações detalhadas,<br />

mesmo porque o cancelamento do<br />

débito já autorizado pelo cliente pode<br />

ocasionar uma ação judicial por parte do<br />

segurado”, frisa.<br />

No topo das reclamações<br />

O Banco do Brasil e o Itaú são<br />

apontados pelos corretores como as instituições<br />

financeiras que mais cancelam<br />

o débito autorizado pelos segurados. Procurado<br />

pela <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>, o Banco do<br />

Brasil declarou, em nota, que modificou<br />

o procedimento de débito automático em<br />

conta corrente de clientes realizado por<br />

empresas conveniadas e passou a exigir a<br />

confirmação do débito pelo cliente, diretamente<br />

em agência ou por qualquer canal<br />

de atendimento (terminais de autoatendimento,<br />

internet, aplicativo para celular e<br />

central de atendimento telefônico).<br />

“O procedimento visa atender determinações<br />

legais e oferecer maior<br />

segurança jurídica e transparência a<br />

todas as partes envolvidas. As alterações<br />

promovidas pelo BB alcançaram<br />

todos os conveniados e contratantes dos<br />

serviços, sem exceção, independentemente<br />

do ramo de atividade”, afirmou a<br />

instituição bancária, acrescentando que<br />

o serviço de débito automático do banco<br />

é disciplinado pelas normas do Banco<br />

Central e segue o que está preconizado<br />

29


débito automático<br />

❙❙Rogério Gomes, da RGSegs<br />

no Manual da Federação Brasileira de<br />

Bancos (Febraban).”<br />

Também procurada, a Febraban disse<br />

que a cada novo contrato com a seguradora<br />

é necessário que o cliente autorize<br />

novamente o débito automático em sua<br />

conta corrente – mesmo que esse débito<br />

tenha sido autorizado no ano anterior,<br />

pois trata-se de um contrato novo.<br />

O Itaú não se pronunciou até o fechamento<br />

desta edição.<br />

Minimizando os impactos<br />

As seguradoras passaram a adotar<br />

mecanismos específicos para atender aos<br />

casos de rejeições bancárias por falta de<br />

autorização. A Liberty Seguros, por exemplo,<br />

comunica os clientes, corretores e sua<br />

força de vendas quando o banco informa<br />

que não houve autorização do correntista.<br />

“Nesse caso, geramos um novo boleto, sem<br />

cobrança de juros, e com a prorrogação<br />

da data de pagamento para o cliente”,<br />

explica a superintendente de Tesouraria<br />

da companhia, Neide Pinotti. Os boletos<br />

são emitidos com mais sete dias de prazo<br />

para serem quitados.<br />

Já a Sompo só é informada de que a<br />

operação não está autorizada após tentativa<br />

de débito. Três dias antes da data do pagamento,<br />

a seguradora envia mensagens via<br />

SMS e e-mail ao cliente e ao corretor informando<br />

sobre o vencimento e a necessidade<br />

de autorização. Se a situação não for regularizada,<br />

no dia posterior à rejeição do débito<br />

pelo banco são enviadas outras mensagens<br />

via SMS e e-mail para informar sobre a<br />

negativa e que é necessária a autorização.<br />

30<br />

Caso a situação persista, é enviado<br />

outro e-mail informando que, novamente,<br />

não foi efetuado débito da parcela por falta<br />

de autorização. Nesse momento também<br />

é solicitado ao segurado e ao corretor<br />

que entre em contato com a seguradora a<br />

fim de evitar o cancelamento da apólice.<br />

Em paralelo, a Sompo efetua o contato<br />

via telefone com o segurado para, mais<br />

uma vez, prestar esclarecimentos sobre a<br />

situação e, se necessário, instruí-lo sobre<br />

as medidas cabíveis para autorizar o débito<br />

e regularizar a situação.<br />

“Devido a esta ação específica, a<br />

inadimplência por este motivo é inferior a<br />

3%, um índice satisfatório para empresas<br />

que trabalham com grande volume de<br />

cobranças via débito automático ou boleto<br />

bancário”, afirmou a companhia, em nota.<br />

Outra companhia que adotou o aviso<br />

via SMS é a Tokio Marine. A mensagem é<br />

enviada quatro dias antes do pagamento.<br />

Além disso, quando o corretor informa<br />

no sistema de cotação da seguradora<br />

que a cobrança será via débito em conta,<br />

a companhia apresenta uma mensagem<br />

reforçando a necessidade de autorização<br />

prévia junto ao banco do segurado. No<br />

Portal Nosso Corretor, os profissionais<br />

também têm acesso a uma relação de<br />

clientes que estão com as parcelas pendentes<br />

de autorização de débito.<br />

“Se mesmo após os alertas não<br />

ocorrer o débito, alteramos a forma de<br />

cobrança da parcela para boleto, emitido<br />

automaticamente pelo nosso sistema, e<br />

enviamos via e-mail para o corretor, para<br />

que o mesmo envie ao segurado e esse<br />

possa efetuar o pagamento, evitando assim<br />

o cancelamento”, explica José Adalberto<br />

Ferrara, presidente da companhia.<br />

Como alternativa aos segurados, a<br />

Tokio instituiu no ano passado o pagamento<br />

sem juros no cartão de crédito para os<br />

produtos Automóvel Individual, Residencial<br />

Premiado e Empresarial – Pequenas<br />

Empresas. A nova forma de pagamento,<br />

segundo o presidente, ajuda os corretores<br />

a reduzirem problemas de inadimplência<br />

em suas carteiras.<br />

A Porto Seguro, por sua vez, lembra<br />

que o procedimento de pré-autorização<br />

para os débitos em conta-corrente é um<br />

processo de relacionamento exclusivo<br />

entre banco e correntista, protegido por<br />

❙❙Arthur D’Amoed Neto, da SulAmérica<br />

sigilo e totalmente independente da contratação<br />

do seguro. Em nota, a companhia<br />

declarou que no momento da transmissão<br />

da proposta de seguro alerta o corretor<br />

para a necessidade de pré-autorização do<br />

débito, além de disponibilizar um manual,<br />

fornecido pelos bancos, com orientações<br />

para o segurado.<br />

“Quando o débito não é efetuado<br />

por ausência de pré-autorização, a Porto<br />

Seguro prorroga a data de vencimento da<br />

parcela e encaminha um boleto bancário,<br />

sem cobrança de qualquer encargo adicional,<br />

viabilizando outro meio para que<br />

o segurado possa regularizar a parcela e<br />

manter a cobertura securitária”, esclareceu<br />

no documento, que também responde pelas<br />

empresas Azul Seguros e Itaú Seguros.<br />

Vice-presidente de Relações com Investidores<br />

da SulAmérica, Arthur Farme<br />

D’Amoed Neto declara que os bancos<br />

vêm, corretamente, adotando medidas<br />

para reduzir a frequência de casos de<br />

fraudes em meios de pagamentos. Nesse<br />

âmbito, adotaram procedimentos com<br />

relação à modalidade de pagamento por<br />

meio de débito em conta-corrente para<br />

compras de produtos e serviços que exigiram,<br />

no caso da indústria de seguros,<br />

alguns ajustes nos respectivos processos<br />

de cobrança.“Entendemos que o cenário<br />

já se encontra estabilizado, com grande<br />

parte do mercado envolvido também nas<br />

providências necessárias à adaptação de<br />

seus processos para a próximas fases de<br />

cobrança registrada, em linha com um<br />

movimento promovido pela Febraban com<br />

o mesmo objetivo”, conclui o executivo.


evento | 6 0 encontro de resseguro<br />

Congresso mostra os desafios do<br />

resseguro 10 anos após a abertura<br />

6º Encontro de Resseguro<br />

do Rio de Janeiro mostra<br />

que muita coisa mudou<br />

neste período, desde a<br />

reserva de mercado até a<br />

inovação em produtos<br />

Kelly Lubiato<br />

Uma comemoração e tanto<br />

para os dez anos de mercado<br />

aberto de resseguros. O 6º<br />

Encontro de Resseguro do Rio<br />

de Janeiro reuniu mais de 600 pessoas<br />

para mostrar como será o futuro desta<br />

operação em terras brasileiras.<br />

Na abertura, o presidente da Fenaber,<br />

Paulo Pereira, lembrou que, nesse período,<br />

o faturamento anual saltou de R$ 3,8<br />

bilhões para R$ 10 bilhões. Hoje, atuam<br />

no país 128 resseguradoras, entre nacionais<br />

e estrangeiras, e ainda 24 corretoras<br />

de resseguro.<br />

Ele destacou o parecer da Receita<br />

Federal sobre o Imposto de Renda do<br />

ressegurador admitido, que, por esse<br />

entendimento, deve pagar o imposto<br />

como se fosse local. “O impacto pode<br />

ser muito grande, com consequências<br />

imprevisíveis”, afirmou.<br />

O presidente da CNseg, Marcio Coriolano,<br />

ressaltou que, apesar do ambiente<br />

recessivo, o crescimento nominal do mercado<br />

segurador sobe. “Com a queda da<br />

inflação, o setor já vive um crescimento<br />

real, em contraste com a relativa inércia<br />

de setores mais dinâmicos.” Para ele, a<br />

aprovação das reformas previdenciária e<br />

trabalhista será fundamental para criar<br />

um ambiente de confiança no país.<br />

O diretor-presidente da Agência<br />

Nacional de Saúde (ANS), José Carlos<br />

Abrahão, pediu que a atuação do setor de<br />

resseguros seja estendido à saúde suplementar.<br />

“Vamos trabalhar essa ferramenta,<br />

que será mais um produto para as resseguradoras<br />

e uma garantia para o sistema.”<br />

Neste mesmo sentido, a presidente da<br />

Fenasaúde também conclamou os resseguradores<br />

a serem mais criativos na oferta<br />

de produtos. Entretanto, as companhias não<br />

sentem confiança no sistema regulatório<br />

das regras para este setor. Há um impasse.<br />

O cenário econômico atual foi<br />

mostrado pelo economista Alexandre<br />

Schwartsman, do Insper. Em seguida, a<br />

Plenária II debateu o projeto de lei 3.555,<br />

que visa a regular os contratos de seguro<br />

no país. Participaram os advogados André<br />

Tavares, João Marcelo Santos, Marcelo<br />

Mansur e Sergio Ruy Barroso de Mello.<br />

Alesandra Monteiro, subscritora do<br />

IRB-Brasil Re, mostrou que é possível<br />

ser feita uma parceria entre seguradoras<br />

e resseguradoras com o objetivo de criar<br />

novos produtos de vida e novas formas de<br />

aceitação do risco. “Os grandes desafios<br />

do mercado de seguros e resseguros são:<br />

encontrar soluções mais eficientes de<br />

subscrição, personalizando produtos sem<br />

perder a qualidade e a margem técnica”,<br />

destacou. É preciso fidelizar clientes<br />

e estabelecer relações de longo prazo,<br />

identificando padrões comportamentais<br />

do consumidor para desenvolver produtos<br />

mais adequados.<br />

No período de dez anos de abertura,<br />

Marcos Castro, CEO do Lloyd´s no<br />

Brasil, lembrou que 11 intervenções<br />

importantes ocorreram no marco regulatório,<br />

despertando insegurança entre os<br />

players. Segundo a Federação Europeia<br />

de Seguros e Resseguros, “resseguro é<br />

uma das indústrias mais globalizadas<br />

do mundo atualmente. A habilidade<br />

singular dos resseguradores de agrupar<br />

riscos e pagar sinistros em escala global<br />

tem, para empresas e consumidores, os<br />

mesmos efeitos de prosperidade do livre<br />

comércio, pois ajuda a estimular o crescimento<br />

econômico, empregos e fomenta<br />

a estabilidade”. Uma reflexão sobre isso<br />

precisa estar no radar de todos para um<br />

mercado cada vez mais próspero.<br />

31


eventos<br />

Corretores irão a Cancún<br />

A Previsul Seguradora apresentou sua nova campanha<br />

de incentivo aos corretores de São Paulo. Intitulada como<br />

“Sou+Previsul – Você+leve muito em breve”, a ação levará os<br />

profissionais para Cancún, no México.<br />

Além da viagem, com direito a um acompanhante, os<br />

corretores participantes que atingirem R$ 6 mil em vendas<br />

novas emitidas ganharão prêmios mensais inspirados no<br />

destino final. Serão contemplados os 15 corretores com maior<br />

produção durante o período da campanha, válida de 1º de<br />

janeiro a 31 de dezembro deste ano.<br />

O presidente da seguradora, Renato Pedroso convidou<br />

os profissionais a participarem da ação da companhia que,<br />

agora, trabalha com o slogan “Para o hoje ser + leve como a<br />

vida pede”.<br />

“Podemos trazer a segurança do amanhã com a clareza e<br />

a leveza do hoje e oportunizar ao nosso segurado viver com<br />

mais tranquilidade e mais leveza, tendo o seu seguro garantido”,<br />

explicou Pedroso.<br />

Argo na UCS<br />

A União dos Corretores de Seguros (UCS) recebeu a Argo para<br />

apresentação de sua plataforma digital. Na foto: Marcelo Guirao,<br />

Salvatore Lombardi, Lourdes Morales, Roberto Uhl, Mara<br />

Sutto, Fernando Cantreras, Raquel Gomes e Pedro Purm.<br />

Camaracor recebe a Porto Seguro<br />

Foto: Julianny Mestriner<br />

Rodrigo Ricciardi (gerente sucursal), Renato Pedroso (presidente), Andreia<br />

Araújo (diretora de Negócios) e Claudionir Fontana (gerente Sul)<br />

Braz Romildo (Camaracor), Eva Miguel (diretora Comercial SP<br />

da Porto Seguro), Pedro Barbato (presidente da Camaracor),<br />

Rivaldo Leite (diretor executivo de Produção da Porto Seguro) e<br />

Jorge Teixeira (Camaracor)<br />

Novas oportunidades para o corretor<br />

Acostumada a crescer acima da inflação, a indústria de seguros<br />

viu os resultados encolherem nos últimos dois anos. No<br />

entanto, sinais positivos já começam a aparecer. Um deles é a<br />

estimativa do Banco Central de que o processo<br />

de recolocação das empresas deve<br />

começar no último semestre. O índice de<br />

confiança do setor também mostra boas<br />

perspectivas e atingiu, em janeiro deste<br />

ano, o maior nível desde 2014, quando o<br />

mercado estava em alta.“Não há motivos<br />

para expectativas ruins. Já batemos no<br />

fundo do poço e agora estamos em um<br />

momento de retomada lenta”, disse o presidente<br />

da Tokio Marine, José Adalberto<br />

Ferrara, durante almoço realizado pelo<br />

Clube dos Corretores de Seguros de São<br />

Paulo (CCS-SP) no início de março.<br />

Mesmo quando a economia não<br />

32<br />

vai bem, novas oportunidades se abrem para o corretor. É<br />

necessário pensar de forma diferente para que o mercado<br />

securitário cresça e nisso os corretores exercem papel fundamental.<br />

Para auxiliá-los, a seguradora<br />

apostou no desenvolvimento de novos<br />

canais de distribuição com a ferramenta<br />

Tokio Marine no Varejo. “Essa classe consome<br />

a garantia estendida do televisor, o<br />

seguro contra roubo e furto do celular e<br />

compra o produto de acidentes pessoais<br />

nos pontos de venda. Ela consome aquilo<br />

que o corretor não vende. Os profissionais<br />

fogem desses produtos e não fazem ideia<br />

do potencial do segmento”, destacou<br />

Ferrara, acrescentando que a empresa<br />

auxiliará os lojistas a utilizar a ferramenta. O<br />

corretor que apresentar o ponto de venda<br />

à seguradora receberá comissão.


As metas da nova gestão<br />

A nova gestão do Clube Vida em Grupo de São Paulo - CVG-SP - realizou o primeiro encontro com o mercado após a posse, dando<br />

continuidade aos tradicionais almoços da entidade. A intenção do encontro foi apresentar caminhos e pilares que serão<br />

❙❙utilizados pelo novo grupo de comando<br />

25 anos de atuação<br />

Há 25 anos, a operadora de saúde Ameplan<br />

entrava no mercado. Em 2017, para comemorar<br />

essa data, a companhia escolheu o bistrô Paris 6, em<br />

São Paulo, onde recebeu mais de 100 pessoas para<br />

comemorar seu Jubileu de Prata.<br />

O presidente da operadora, Ali Hussein Ibrahin<br />

Taha, relembrou a trajetória da empresa e apresentou<br />

uma novidade para os convidados: a aquisição da<br />

Beta Saúde, empresa de diagnóstico que deverá proporcionar<br />

a ampliação do alcance da Ameplan em<br />

São Paulo. Ele falou do atendimento da companhia,<br />

que inaugurou uma nova sede administrativa, em<br />

Santo Amaro, e que disponibiliza quatro hospitais<br />

referenciados para atender seus beneficiários. A<br />

operadora se faz presente com hospitais em toda<br />

a cidade: zona sul, leste, oeste e o hospital da zona<br />

norte, que está sendo finalizado e deverá ser entregue<br />

ainda em 2017.<br />

Durante a festa, o presidente Ali Hussein foi parabenizado<br />

por autoridades como o superintendente<br />

regional do INSS de São Paulo, José Carlos Oliveira;<br />

os vereadores Rodrigo Goulart e Isac Felix; além dos<br />

deputados federais Goulart, Cleber Verde Cordeiro<br />

Mendes e Arnaldo Faria Sá.<br />

As fontes renováveis<br />

As fontes de energias renováveis, cada<br />

vez mais presentes nas discussões do setor<br />

de seguros, foram o tema da primeira edição<br />

do Travelers International Summit no<br />

Brasil, promovido pela seguradora Travelers.<br />

Leonardo Semenovitch, diretor presidente<br />

da companhia, disse que o setor<br />

energético deverá estar entre as prioridades<br />

de desenvolvimento e um ramo no qual a<br />

companhia quer ser reconhecida. “O mercado<br />

tem respondido de forma positiva à<br />

solução que estamos desenvolvendo, uma vez que inclui um conjunto<br />

abrangente de produtos e serviços que atendem aos riscos inerentes<br />

do setor de energias renováveis. Pretendemos continuar promovendo<br />

melhorias e compartilhando nossa experiência”, afirmou.<br />

As energias mais utilizadas, e reconhecidas, são a eólica e a solar. No<br />

Brasil, mesmo com aumento de investimento nessas matrizes, a energia<br />

eólica representa apenas 6% da energia utilizada no país, enquanto a<br />

porcentagem de energia solar é incipiente. “O Brasil tem apenas 2%<br />

de sua capacidade eólica sendo utilizada”, ressaltou Natã Alves, subscritor<br />

de Riscos de Energia. O executivo fez ainda uma comparação<br />

com a Alemanha, a líder mundial em energia solar: “o melhor local de<br />

incidência de energia solar na Alemanha é pior do que o lugar menos<br />

propício a essa energia no Brasil”, exemplificou. Quanto o assunto é<br />

vento, a China é a campeã.<br />

Para gerir esses riscos, de acordo com Jonathas Abdopu, gestor na<br />

área de Energia, existem quatro boas estratégias: a transferência – que<br />

consiste em contratar o seguro e ceder essa responsabilidade; mitigar<br />

– já que nem todo risco pode ser transferido e os sinistros podem<br />

continuar acontecendo, é preciso diminuir os danos à imagem, o que<br />

depende de uma boa governança corporativa e movimentação interna;<br />

reter ou assumir riscos - perdas esperadas, como novos investimentos,<br />

por exemplo; e, por último, eliminar: ver o que pode ser substituído e<br />

definitivamente riscar certas situações da operação da empresa. “Ter<br />

uma gestão de riscos madura melhora a imagem da empresa no mercado.<br />

Isso traz mais ganhos e oportunidades”, afirmou.<br />

33


Os temas centrais da discussão<br />

neste evento, além dos ramos<br />

elementares e benefícios,<br />

estão ligados ao cenário<br />

político-econômico brasileiro. Reforma<br />

da previdência e operação Lava-Jato<br />

fizeram parte dos debates.<br />

A presidente do Sindicato dos Corretores<br />

de Seguros de Minas Gerais,<br />

Maria Filomena Branquinho, afirmou<br />

na abertura que os corretores precisam<br />

vencer a concorrência de um mercado<br />

livre, da internet e das associações que<br />

vendem seguro ilegal. “Em julho completa<br />

10 anos da luta contra estas entidades<br />

e sempre que necessário o corretor, nas<br />

cidades mais afastadas, colabora para a<br />

coleta de documentos para que possamos<br />

fazer uma representação junto aos órgãos<br />

competentes. Agradeço ao Mendanha<br />

(Joaquim Mendanha, superintendente da<br />

Susep) porque estes processos não ficam<br />

mais na gaveta”, comemorou.<br />

As lideranças do mercado se reuniram<br />

para fazer um resumo de suas ações<br />

no setor. Joaquim Mendanha, superintenevento<br />

| 9 0 congresso de minas gerais<br />

Oportunidades estão<br />

em toda parte<br />

9º Congresso Estadual de Corretores de Seguros de<br />

Minas Gerais reflete a nova realidade do corretor de<br />

seguros, que precisa buscar novas oportunidades<br />

em outras carteiras além do automóvel<br />

Kelly Lubiato<br />

dente da Susep, disse que a intenção do<br />

órgão é ser referência internacional em<br />

termos de regulação. “Um dos objetivos é<br />

viabilizar a autorregulação dos corretores<br />

de seguros. A partir de 2 de maio será feito<br />

o recadastramento”, adiantou. Mendanha<br />

afirmou que a autorregulação é essencial<br />

para a supervisão de mais de 100 mil<br />

corretores, além de ser fundamental para<br />

desenvolvimento do segmento.<br />

O mercado será exigido na questão<br />

da previdência, que está em evidência<br />

por conta da reforma anunciada pelo<br />

Governo Federal. Por isso, os corretores<br />

serão obrigados e entender um pouco<br />

mais sobre previdência privada. Para o<br />

superintendente, os corretores terão papel<br />

fundamental na divulgação do produto.<br />

Vale lembrar que hoje a esmagadora<br />

maioria das vendas é feita via instituições<br />

bancárias.<br />

Robert Bittar, presidente da Escola<br />

Nacional de Seguros, pontuou que a<br />

instituição é a ferramenta ideal para a<br />

capacitação dos corretores de seguros. “A<br />

ENS se incumbe da formação desde os<br />

cursos básicos, os técnicos até o ensino<br />

superior e pós-graduação. Ela também<br />

atua em outros pontos de apoio à cultura<br />

do seguro, realiza mais de 200 palestras<br />

por ano. 33 mil pessoas participaram<br />

destes eventos”, enumerou.<br />

Nas palestras temáticas, o seguro<br />

auto e os seguros de pessoas estiveram<br />

presentes. A mensagem, mais uma vez,<br />

é a de que os corretores precisam diversificar<br />

suas carteiras.<br />

O estado de Minas Gerais tem 21<br />

milhões de habitantes e 5,9 milhões de<br />

unidades habitacionais. O índice de penetração<br />

do seguro residencial é de menos<br />

de 10%. A título de comparação, São Paulo<br />

tem 27% de penetração, o que geraria<br />

cerca de R$ 100 milhões em comissões<br />

caso se equiparasse aos paulistas.<br />

Este não é um número impossível de<br />

ser alcançado.<br />

Normalmente, as pessoas não contratam<br />

o seguro residencial porque não<br />

vêem a necessidade e imaginam que é<br />

caro. Para estimular o consumidor, algumas<br />

dicas dos especialistas: comunicar<br />

melhor coberturas e benefícios; buscar<br />

parcerias em condomínios, empresas e<br />

imobiliárias; personalizar a abordagem<br />

e a oferta com as necessidade de cada<br />

público; ampliar a oferta; explorar a sua<br />

propria carteira e destacar eventos ocorridos<br />

na região que estariam amparados<br />

pelo seguro.<br />

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