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Revista Apólice #214

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Ano 21<br />

Número 214<br />

Setembro 2016


editorial<br />

Ano 21 - nº 214<br />

Setembrop 2016<br />

Esta revista é uma<br />

publicação independente da<br />

Correcta Editora Ltda<br />

e de público dirigido<br />

Diretora de Redação:<br />

Kelly Lubiato - MTB 25933<br />

klubiato@revistaapolice.com.br<br />

Diretor Executivo:<br />

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Diagramação e Arte:<br />

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Articulistas:<br />

J.B. Oliveira<br />

Tiragem:<br />

15.000 exemplares<br />

Circulação:<br />

Nacional<br />

Periodicidade:<br />

Mensal<br />

CORRECTA EDITORA LTDA<br />

Administração, Redação e Publicidade:<br />

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Rua Loefgreen, 1291 - cj. 133<br />

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Telefones (11) 5082-1472 / 5082-2158<br />

Os artigos assinados são de responsabilidade<br />

exclusiva de seus autores, não<br />

representando, necessariamente, a<br />

opinião desta revista.<br />

Ano difícil para<br />

todos os setores<br />

Será que já atingimos o fundo do poço econômico? Alguns especialistas<br />

acreditam que sim, apesar de afirmarem que a recuperação<br />

ainda levará bons anos. A indústria automobilística ainda sofre com<br />

quedas constantes e não dá sinais de recuperação. Mas, como disse<br />

uma empresária venezuelana “mesmo em crises profundas as pessoas<br />

vão para o trabalho, saem para comer, a vida continua”.<br />

No mercado de seguros, os efeitos da crise são retardados e demoram<br />

um pouco a aparecer. Entretanto, quando se instalam demoram<br />

um pouco mais para a recuperação. Agora, estamos conhecendo<br />

a crise de perto em nosso setor, com ganhos muito mais magros<br />

e perda efetiva na quantidade de segurados.<br />

Por isso, as seguradoras intencionam, cada vez mais, aumentar<br />

a quantidade de itens de seguro vendidos para cada cliente. Para<br />

aquele enorme contingente que não possui mais capital para adquirir<br />

um produto completo, a solução está sendo criar novas oportunidades<br />

com menos coberturas. É o caso dos seguros de automóveis<br />

sem a cobertura de perda parcial, que estão sendo comercializados<br />

por todas as grandes seguradoras. É um ajuste que as companhias<br />

foram obrigadas a fazer para atender um nicho específico de mercado<br />

que se formou a partir da nova realidade econômica.<br />

Nesta edição mostramos uma grande diversidade de produtos<br />

que podem trazer novas oportunidades para os corretores de seguros.<br />

Transporte, seguro rural, tecnologia, eventos, investimentos, esporte,<br />

enfim, temas capazes de abrir novas perspectivas de atuação.<br />

Como disse o especialista Hitendra Patel: para inovar é preciso ter<br />

muitas referências (aprendizado de forma geral, tudo vemos, ouvimos,<br />

sentimos, que se transforma em pontos dentro de nossa cabeça).<br />

A inovação vem da diferente ligação entre estes pontos, da forma<br />

diferente como enxergamos as possibilidades.<br />

Acesse nosso site<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />

Boa leitura!<br />

Diretora de Redação<br />

Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para redacao@revistaapolice.com.br<br />

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sumário<br />

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painel<br />

gente<br />

investimentos<br />

O mercado de investimentos é arriscado, mas pode contar com alguns<br />

produtos de seguro para minimizar seus impactos<br />

rural<br />

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento, “sobraram” R$ 48 milhões da safra de inverno. Mesmo<br />

neste cenário a carteira continua crescendo<br />

eventos<br />

Da festa intimista, realizada em casa, aos grandes shows internacionais:<br />

o seguro garante tranquilidade para qualquer tipo de ocasião<br />

esporte<br />

No golfe, a maior honraria de um praticante pode ser também um risco<br />

para as suas finanças: conheça a cobertura hole in one, que protege<br />

uma grande vitória no golfe<br />

transporte<br />

Vital para a garantia dos negócios no setor, o gerenciamento de risco<br />

auxilia na identificação de tendências e no planejamento de ações que<br />

permitem as companhias agirem preventivamente<br />

posse<br />

Em cerimônia realizada em Salvador, SindSeg BA/SE/TO empossa nova<br />

diretoria. Executivos ficarão à frente da entidade até 2019<br />

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painel saúde<br />

tecnologia<br />

Realidade aumentada, que ganhou notoriedade com o Pokémon Go,<br />

já não é novidade para mercado segurador.<br />

previdência<br />

Fenaprevi discutiu a necessidade e propostas para reformas na Previdência<br />

Social durante evento em São Paulo<br />

sul<br />

Rio Grande do Sul: Sincor-RS promove a décima edição do encontro<br />

de corretoras de seguro do estado<br />

Santa Catarina: O 6° Encontro Catarinense da Mulher Profissional de<br />

Seguros trouxe temas atuais para debate em dois dias de evento<br />

painel eventos<br />

inovação<br />

Nem sempre a inovação é disruptiva, mas ela traz em seu escopo o<br />

treino de lançar um olhar diferente para formas de realizar coisas. É o<br />

pensar fora da caixa<br />

blockchain<br />

As seguradoras precisam ter dados consistentes para que possam fazer<br />

os melhores negócios e mitigar os erros de contratação. Compilar e<br />

dividir dados é a estratégia mais acertada para alcançar essa meta<br />

comunicação<br />

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painel<br />

• nprofissional<br />

Cresce número de corretores de<br />

seguros em São Paulo<br />

No Estado de São Paulo, o número de corretores de seguros<br />

teve aumento nos últimos 12 meses, em comparação<br />

ao mesmo período do ano anterior. Empresas computaram<br />

alta de 7% e, entre pessoas físicas, 6%. Os dados são da<br />

Carta de Conjuntura do Setor de Seguros, do Sincor-SP.<br />

De acordo com o estudo, o fato se deve ao maior interesse<br />

pela profissão e pelo segmento de seguros. Existem<br />

também razões fiscais, como a possibilidade de tributação<br />

pelo Simples Nacional, que estimulou corretores pessoas<br />

físicas a se tornarem empresas. Ao final de julho, o total<br />

de corretores de seguros no Estado era de 39,5 mil, sendo<br />

63% pessoas físicas e 37% pessoas jurídicas.<br />

Quanto aos números do mercado de seguros e da<br />

economia brasileira, foi apontada melhora em algumas<br />

variáveis econômicas. Por exemplo, índices que medem a<br />

confiança dos setores, o comportamento do dólar comercial<br />

(de um patamar de R$ 4,00 para R$ 3,20) e a diminuição<br />

das perdas do PIB, previstas para 2016, passando<br />

de -3,9% para -3,2%.<br />

De acordo com o presidente da entidade, Alexandre<br />

Camillo, os momentos de adversidade econômica podem<br />

ser oportunos. “A situação da economia no País e a expectativa<br />

dos profissionais vêm melhorando aos poucos.<br />

As notícias positivas refletem imediata e diretamente nas<br />

pessoas, trazendo muito aprendizado. Mas a fase pós-crise<br />

é ainda mais proveitosa, pois há estoque de vontade e de<br />

negócios a serem feitos”, declara.<br />

• nremanejamento<br />

Fenacor apresenta nova estrutura<br />

organizacional<br />

A Diretoria Plena da Federação Nacional dos Corretores de<br />

Seguros (Fenacor) alterou a sua estrutura organizacional, com<br />

o objetivo de aprimorar os processos internos e a interação com<br />

os profissionais, sindicatos e entidades do setor de seguros em<br />

todo o Brasil. Foi aprovada a criação da Ouvidoria Geral, que<br />

ficará a cargo de Wanderson<br />

do Nascimento (presidente do<br />

Sincor-BA), e a integração de<br />

todas as ações da área de comunicação,<br />

incluindo assessoria<br />

de imprensa e redes sociais, na<br />

Diretoria de Comunicação Integrada,<br />

que terá como responsável<br />

Erico Melo Nery (presidente<br />

do Sincor-SE).<br />

Outra mudança é a extensão<br />

de atividades e funções de<br />

duas vice-presidências. Celso<br />

Marini, que hoje atua na área<br />

de Relações Institucionais, foi<br />

nomeado diretor de Assuntos e Ações Legislativos. Já Alexandre<br />

Camillo, vice da região Sudeste, ficará responsável também pela<br />

área de Certificação Digital.<br />

Alberto Célio Cotrin Leite assumiu o cargo de diretor<br />

secretário da Federação, no lugar de Joaquim Mendanha, que<br />

foi nomeado pelo Governo para comandar a Superintendência<br />

de Seguros Privados (Susep). A vice-presidência da Federação<br />

para a região Norte também sofreu mudanças. Jair da Conceição,<br />

presidente do Sincor-TO, passa a responder pelas ações locais.<br />

• nserviço<br />

Parceria para consertos de pintura e funilaria<br />

A Porto Seguro Faz firmou uma<br />

parceria com a DiskReparo para oferecer<br />

pequenos reparos de pintura e funilaria<br />

em automóveis a clientes e não clientes<br />

da seguradora na capital de São Paulo.<br />

Estão disponíveis serviços como<br />

repinturas e reparos em pequenos amassados,<br />

ralados na lataria, recuperação de<br />

trincas de para-choques, retrovisores,<br />

apliques, entre outros. O atendimento<br />

poderá ser realizado no local que o cliente<br />

desejar, desde que atenda a algumas<br />

recomendações como ser coberto e iluminado,<br />

protegido de sol, chuva e vento,<br />

com espaço mínimo para abertura de<br />

portas do veículo, um ponto de energia e<br />

circulação do prestador de serviço.<br />

“Estamos animados com a parceria,<br />

pois ela nos dá a oportunidade de<br />

expandir ainda mais nosso portfólio de<br />

serviços na categoria de automóveis,<br />

trazendo soluções para as mais diferentes<br />

necessidades de nossos clientes. Agora,<br />

pequenos ajustes nos veículos poderão<br />

ser feitos de forma rápida, com encerramento<br />

no mesmo dia e sem sair de casa,<br />

facilitando a rotina.”, destaca Marcos<br />

Loução, diretor da empresa.<br />

6


painel<br />

• nvistoria<br />

Companhia oferece serviços para autos<br />

em domicílio<br />

A Liberty Seguros implementou a<br />

vistoria de sinistros de automóveis em domicílio.<br />

A iniciativa, em operação desde<br />

março deste ano em Sorocaba (SP), traz<br />

agilidade, facilidade e comodidade para<br />

segurados e terceiros, e em setembro chega<br />

a outras três cidades: Manaus (AM),<br />

Fortaleza (CE) e Pelotas (RS).<br />

“Esta iniciativa reforça nosso compromisso<br />

com o atendimento excepcional”,<br />

diz Dennis Milan, diretor de<br />

Operações e Sinistros da empresa. “O<br />

feedback dos clientes e corretores tem<br />

sido muito positivo. Os principais destaques<br />

são a comodidade de não ter que<br />

se deslocar para uma oficina ou posto<br />

de atendimento e a segurança, rapidez e<br />

qualidade da perícia feita por funcionários<br />

especializados”, explica.<br />

Para garantir comodidade e facilidade<br />

para o segurado ou terceiro, caso ele<br />

prefira, a visita também pode ser agendada<br />

em seu local de trabalho. Durante<br />

a visita, o cliente recebe o orçamento,<br />

todas as orientações sobre o processo<br />

de sinistro e canais de atendimento e a<br />

autorização para o reparo sai na hora. Por<br />

meio de um tablet o perito apresenta as<br />

oficinas referenciadas nas quais o cliente<br />

pode realizar o reparo com o orçamento<br />

pré-aprovado.<br />

• nprevidência<br />

Aumenta desejo do trabalhador por<br />

plano de aposentadoria<br />

Pesquisas globais realizadas pela Willis Towers Watson com empregadores<br />

e empregados mostram a relação entre benefícios, saúde e<br />

produtividade. O estudo Global Benefits Attitudes ouviu 1.004 empregados<br />

de grandes empresas brasileiras, enquanto uma segunda pesquisa,<br />

a Staying@Work – Health & Productivity (Saúde e Produtividade),<br />

levantou dados de 56 grandes companhias nacionais e multinacionais<br />

no Brasil.<br />

Segundo dados do estudo Global Benefits Attitudes, os trabalhadores<br />

brasileiros, ao responder a pergunta “se sua empresa oferecesse um<br />

valor para ser gasto com benefícios, onde você o investiria? ”, 26% dos<br />

empregados optariam por plano de aposentadoria, seguido pelo 24% dos<br />

empregados que escolheram planos de saúde, 12% por proteção médica<br />

adicional (plano odontológico ou plano/reembolso ótico), 11% por seguro<br />

de vida e invalidez, seguro proteção de renda (prestamista); 10%<br />

por proteção financeira (seguro para doenças graves e outros seguros).<br />

• nlegislação<br />

Seguradora deve informar<br />

consumidor sobre recusa<br />

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de<br />

Lei 5541/16, que obriga as empresas fornecedoras<br />

de seguros a informar ao consumidor o motivo<br />

da recusa na contratação do seguro no prazo<br />

máximo de 48 horas. O período começará a ser<br />

contado a partir do prazo solicitado pela seguradora<br />

para avaliação da proposta de seguro.<br />

“O direito da seguradora de recusar a contratação<br />

é legítimo. Porém, o consumidor possui o<br />

direito de saber o porquê da recusa da seguradora”,<br />

afirma o autor da proposta, deputado Rômulo<br />

Gouveia (PSD-PB).<br />

Pela proposta, a obrigação vale para as seguradoras<br />

que atuam nos ramos de seguro para<br />

cobertura de riscos sobre quaisquer tipos de bens,<br />

sejam móveis ou imóveis.<br />

A informação deverá ser prestada por escrito<br />

ao consumidor. É permitido o envio de mensagem<br />

para endereço eletrônico comprovadamente<br />

fornecido por ele.<br />

O descumprimento da medida sujeitará os<br />

infratores às penalidades previstas no Código de<br />

Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), que vão<br />

desde multa à interdição do estabelecimento.<br />

De caráter conclusivo, a proposta será analisada<br />

pelas comissões de Defesa dos Direitos das<br />

Pessoas com Deficiência; de Finanças e Tributação;<br />

e de Constituição e Justiça e de Cidadania.<br />

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painel<br />

• ntecnologia<br />

Apoio digital para vendas de<br />

seguro de vida e odontológico<br />

A internet é uma grande aliada para os corretores de<br />

seguros comercializarem mais produtos, investindo na comunicação<br />

ágil com seus clientes. Após muitas conversas com<br />

corretores de seguros, a MetLife desenvolveu uma plataforma<br />

para agilizar as vendas e o acompanhamento da carteira dos<br />

corretores.<br />

De acordo com Raphael Carvalho, a plataforma realiza<br />

desde a cotação de produtos de seguro de vida e odontológicos<br />

até o acompanhamento de sinistros. Cerca de 3 mil corretores<br />

já utilizam a plataforma em fase de testes. A companhia<br />

percebeu um aumento de 43% na quantidade de cotações e<br />

de 50%, nas vendas. “A plataforma é intuitiva e funcional,<br />

facilitando a utilização por parte dos corretores”, acrescenta.<br />

Logo na primeira tela, os corretores conseguem ver todas<br />

as cotações em andamento e aquelas que já foram concluídas,<br />

por meio de um painel de controle organizado de acordo com<br />

as etapas da contratação. A partir daí, ele pode dar continuidade<br />

às negociações ou iniciar uma nova cotação.<br />

Para gerar mais oportunidades de negócio, a ferramenta<br />

100% digital pode ser usada enquanto o corretor conversa<br />

com seus clientes. A plataforma pode ser acessada pelo tablet,<br />

smartphone, notebook e computadores desktop.<br />

A partir do painel de informações, o corretor tem uma<br />

visão gerencial de todos os negócios em andamento, e ainda<br />

consegue obter o cálculo do prêmio rapidamente, logo depois<br />

de incluir quais coberturas são desejadas. A nova ferramenta<br />

ainda ajuda a alavancar os negócios: todos os documentos<br />

podem ser enviados via internet, basta fazer o upload dos<br />

arquivos necessários para a análise e aprovação do seguro<br />

de vida em grupo ou individual.<br />

Para o desenvolvimento<br />

da plataforma<br />

a seguradora<br />

contou com a parceira<br />

de 12 corretores,<br />

que praticamente<br />

foram “sócios” do<br />

negócio. “Só assim<br />

foi possível descobrir<br />

as “dores” dos corretores.<br />

Ele permite<br />

que o corretor não<br />

só administre sua<br />

carteira e seus negócios,<br />

mas também dá<br />

autonomia para que<br />

ele responda imediatamente<br />

as necessidades<br />

dos clientes”,<br />

avalia Carvalho.<br />

• nconsumidor<br />

Aprovada cobertura de danos em<br />

carro vendido sem aviso prévio<br />

A Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara dos<br />

Deputados, aprovou proposta que obriga seguradoras a cobrirem<br />

as despesas com danos em veículo segurado mesmo que<br />

este tenha sido transferido para outra pessoa sem comunicação<br />

prévia.<br />

A iniciativa está prevista no Projeto de Lei 1012/11, do<br />

deputado Geraldo Resende (PMDB-MS).<br />

A proposta exime a seguradora dessa obrigação se a<br />

transferência tiver agravado o risco de acidentes, ou se for comprovado<br />

que o segurado ou o comprador agiram com má-fé.<br />

A proposta ainda será analisada em caráter conclusivo<br />

pelas comissões de Finanças e Tributação (inclusive quanto<br />

ao mérito); e de Constituição e Justiça e de Cidadania.<br />

• nagilidade<br />

Movimentação Expressa chega a<br />

São Paulo<br />

As empresas contratantes do seguro saúde SPG (Seguro<br />

para Grupos entre três e 199 vidas) da Bradesco Saúde, no<br />

Estado de São Paulo, já podem contar com o sistema “Movimentação<br />

Expressa” (MOVE). Trata-se de uma ferramenta<br />

que realiza, por exemplo, a inclusão e exclusão de segurados,<br />

alteração de dados cadastrais, solicitação de segunda<br />

via de cartão, entre outros serviços rotineiros.<br />

Atualmente, além de São Paulo, o “Movimentação<br />

Expressa” está disponível para as empresas contratantes<br />

de Minas Gerais, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro e<br />

também para os corretores de seguros cadastrados no<br />

Grupo Segurador, de todas as regiões do País. Com essa<br />

funcionalidade, corretores e clientes contam com a agilidade<br />

do serviço on-line, sem perder a eficiência.<br />

Para ter acesso ao MOVE, o cliente deverá acessar o site<br />

da Bradesco Saúde e entrar na área exclusiva de Empresas.<br />

Lá, também está disponível uma videoaula sobre como<br />

utilizar o sistema corretamente.<br />

10


painel<br />

• nresultados<br />

Lucro de US$ 1,96 bilhões<br />

O Lloyd’s teve um lucro de US$ 1,96 bilhões no primeiro semestre. Os<br />

números mostram um aumento de US$ 0,35 bilhão no lucro do mercado<br />

mundial de seguros e resseguros especializados, em relação ao mesmo<br />

período do ano anterior. A companhia também reportou retorno sobre<br />

o capital anualizado de 11,7% e índice combinado de 98.0%. Nos seis<br />

primeiros meses do ano, grandes sinistros aumentaram principalmente<br />

em decorrência dos incêndios de Fort McMurray em Alberta, no Canadá.<br />

Os prêmios ficaram sobre pressão devido às condições desafiadoras<br />

em que o mercado opera, entretanto, as classificações de risco permanecem<br />

fortes, com (AA-) Fitch, (A) A.M. Best e (A+) Standard & Poor’s.<br />

“Os resultados refletem o ambiente competitivo em que estamos<br />

operando, mas eles demonstram que o Lloyd’s possui solidez financeira.<br />

Claramente o referendo do Reino Unido em relação à saída da União<br />

Europeia é uma questão importante para lidarmos e agora focamos nossa<br />

atenção para colocar em prática, planos que garantam<br />

a continuidade da comercialização por toda a<br />

Europa”, afirma a presidente mundial do Lloyd’s,<br />

Inga Beale.<br />

• npesquisa<br />

Corretores de seguros<br />

avaliam o mercado<br />

O Sincor-SP divulgou a Pesquisa de Satisfação<br />

dos Corretores de Seguros, em que os profissionais<br />

manifestaram, via internet, a opinião<br />

sobre o desempenho das seguradoras com<br />

as quais trabalham. “A pesquisa visa conhecer<br />

melhor o mercado de corretores de seguros. É<br />

o nosso primeiro estudo deste tipo, que deve<br />

se repetir anualmente”, diz o 1º vice-presidente<br />

do Sindicato, Boris Ber.<br />

A pesquisa foi separada em quatro ramos,<br />

sendo Automóvel e Vida os mais bem avaliados<br />

pela agilidade no atendimento e pela gama de<br />

serviços oferecidos. No ramo Vida, a ênfase foi<br />

para a qualidade dos produtos empresariais e<br />

individuais. Um dado importante é que aproximadamente<br />

1/3 dos corretores entrevistados<br />

ainda não operam com os produtos PGBL e<br />

VGBL. Já Ramos Elementares ficou abaixo, em<br />

razão dos critérios de renovação e aceitação.<br />

Neste segmento, as emissões despontam.<br />

Saúde e Odonto aparece em último lugar,<br />

sobretudo pelas formas de reajuste e reembolso.<br />

20% dos profissionais entrevistados afirmaram<br />

ter tido algum caso sem solução neste<br />

ramo e quase 30% deles ainda têm receio de<br />

comercializar esse tipo de produto.<br />

• nmarca<br />

Companhia de assistência se junta a Grupo Segurador<br />

“Somos todos Mapfre”. É assim que a Brasil Assistência anunciou sua nova<br />

marca para clientes e parceiros de negócios. Desta forma, a empresa busca<br />

sinergia com o Grupo Segurador. “Além dos aspectos quantitativos, também<br />

vamos nos beneficiar do backoffice do grupo”, destaca Almir Fernandes,<br />

presidente da Mapfre Assistência.<br />

Atuando no mercado de seguros e de montadoras, Fernandes acredita<br />

que o maior nicho a ser explorado é a área de varejo, através de acordos para<br />

prestação de vários tipos de assistência 24 horas atrelados aos produtos de<br />

bens de consumo.<br />

O executivo afirma que o maior valor da assistência está no fato dela tangibilizar<br />

contratos. “O índice de utilização é alto, com os clientes buscando<br />

cada vez mais serviços que lhes traga conforto. Estes serviços estão ficando<br />

mais complexos. O grande desafio é equilibrar o custo dos produtos e ainda<br />

assim deixá-los competitivos”.<br />

A essência de uma empresa de assistência é fazer a administração de uma<br />

rede de prestadores, com tecnologia e logística para que o cliente seja atendido<br />

com eficiência e rapidez.<br />

12


painel<br />

• negócios<br />

Itaú vende operações de vida em grupo para<br />

Prudential<br />

O Itaú Unibanco fechou um acordo de venda das operações da certeira de<br />

seguros de vida em grupo para a Prudential do Brasil. O comunicado oficial do<br />

banco justificou a venda afirmando que ela não tinha valores substanciais para o<br />

resultado de 2016. O Itaú Unibanco deverá focar em seguros massificados.<br />

Em 2015, a operação<br />

teve prêmios líquidos de<br />

R$ 465 milhões e contava<br />

com 1,9 milhão de vidas<br />

seguradas. A venda já está<br />

oficializada e a transferência<br />

efetiva das ações deverá<br />

ocorrer assim que todas<br />

as condições previstas em<br />

contrato forem cumpridas,<br />

incluindo a obtenção das autorizações<br />

necessárias junto<br />

ao órgão regulador.<br />

• nresseguros<br />

A corrida para manter relevância<br />

Taxas em queda, termos e condições mais amplos, quedas insustentáveis<br />

de reservas e rendimentos baixos de investimentos são alguns dos fatores<br />

que afetam negativamente os resseguradores globais. Estes fundamentos<br />

operacionais fracos no setor de resseguros também são exacerbados pela<br />

demanda das seguradoras, que retém mais negócios para alavancar seu próprio<br />

excesso de capacidade. Como resultado, as empresas intensificam esforços para<br />

desenvolver novas estratégias, a fim de se adaptar às mudanças estruturais<br />

do mercado, conforme detalhado no novo relatório da consultoria A.M. Best.<br />

O documento observa que as resseguradoras fazem movimentos para<br />

posicionar suas organizações para a sobrevivência em longo prazo, e cada<br />

vez mais parecem estar a ver a capacidade do mercado de capitais como<br />

uma oportunidade em oposição a uma ameaça. A capacidade do mercado<br />

de capitais continua a ser atraída para o setor de resseguro e subscritores que<br />

têm o conhecimento de mercado e capacidade de distribuição para avaliar o<br />

risco estão se beneficiando.<br />

“A capacidade do mercado de capitais pressiona claramente o setor de<br />

resseguros a trabalhar para cobrar menos”, disse o vice-presidente da A.M. Best,<br />

Robert DeRose. “Com mais capital<br />

no mercado, o vencedor<br />

deve ser o cliente segurado,<br />

pois isso reduz o custo do<br />

seguro. Mas é a proposição<br />

de valor de longo prazo que<br />

é realmente importante para<br />

todas as partes envolvidas e<br />

o resultado ainda é incerto”.<br />

• nautomóvel<br />

Seguro compacto<br />

A SulAmérica passou a oferecer<br />

o Auto Compacto nos Estados de São<br />

Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.<br />

Desenvolvido a partir dos resultados<br />

de um estudo de comportamento dos<br />

segurados, que apontou as coberturas<br />

e serviços mais utilizados, o produto<br />

utiliza peças genuínas ou originais e é<br />

direcionado aos proprietários de veículos<br />

zero quilômetro, seminovos e com até<br />

sete anos de uso avaliados em até R$ 70<br />

mil. Entre as coberturas estão colisão,<br />

roubo e furto, incêndio, alagamentos, terceiros<br />

e opcionais de vidros, assistência<br />

24 horas, carro reserva e danos morais.<br />

O Auto Compacto traz também a<br />

possibilidade de escolha entre duas franquias<br />

no momento do sinistro. De acordo<br />

com seu orçamento, o segurado pode<br />

optar pela franquia Produto Compacto,<br />

que abrange as oficinas da rede referenciada<br />

da seguradora, e pagar o menor<br />

valor, ou pela franquia Livre Escolha,<br />

que permite que ele eleja uma oficina de<br />

sua preferência, pagando um valor maior.<br />

“Este produto traz ao segmento uma<br />

solução inteligente alinhada à realidade<br />

do mercado e às necessidades dos clientes”,<br />

afirma o vice-presidente de Auto e<br />

Massificados, Eduardo Dal Ri.<br />

14


• ntecnologia<br />

Mercado investe em programas mundiais de seguros<br />

A globalização financeira levou empresas brasileiras a<br />

internacionalizarem operações e um dos setores em evidência<br />

nesse processo é o de tecnologia da informação. Crescentes<br />

também são os riscos associados, como os crimes cibernéticos,<br />

que causam perdas financeiras por meio de roubo e<br />

vazamento de dados.<br />

De olho nisso, a área de TI avança na contratação do<br />

Programa Mundial, um conjunto de apólices que visa cobrir<br />

toda a operação da empresa nos diversos países em que atua.<br />

Hoje, a principal demanda é referente ao seguro contra crimes<br />

cibernéticos, focado em gerenciar e precaver a exposição de<br />

dados e informações sigilosas. “A internacionalização é uma<br />

realidade inclusive para as pequenas e médias empresas de TI.<br />

Tais companhias operam muitas vezes em mercados litigiosos<br />

e regulados, como os Estados Unidos. Portanto, com uma<br />

estrutura de Programa Mundial, elas atendem às legislações<br />

de cada país e podem contar com o pagamento de sinistro<br />

localmente”, explica Vivian Rennó, gerente de Programas<br />

Mundiais da AIG Brasil.<br />

Outros seguros demandados dentro da estrutura de Programa<br />

Mundial são o D&O, o de responsabilização pessoal<br />

dos executivos por atos de gestão; e o de Responsabilidade<br />

Civil Profissional.<br />

15


GENTE<br />

Muitas novidades para a América Latina<br />

A Chubb anunciou a nomeação de José Sosa como Senior Vice<br />

President Accident, Health & Life para a unidade América Latina. No<br />

cargo, ele reportará diretamente a Jorge Luis Cazar, Regional President<br />

da companhia, e a Ed Levin, Division President Accident & Health para<br />

a Chubb Overseas General.<br />

Lope García é o novo Senior Vice President for Claims para a<br />

região. Até antes de sua nomeação<br />

ele atuou como Chief Claims<br />

Officer para a América Latina na<br />

Zurich Insurance. Por fim, Christian<br />

Curtze foi nomeado como<br />

Regional Director of Placement<br />

& Facultative Reinsurance para a<br />

América Latina. Em sua nova posição,<br />

o executivo será responsável<br />

por centralizar e otimizar a linha de<br />

resseguros facultativos. Além disso,<br />

ele será responsável pela gestão estratégica<br />

de resseguros facultativos<br />

e por realizar a análise das opções<br />

de resseguros, entre outras funções.<br />

VP para mercados<br />

emergentes<br />

A XL Catlin anunciou a nomeação de Lauren<br />

Pollock como vice-presidente para mercados<br />

emergentes, baseada em Nova York. Brendan<br />

Plessis, líder de mercados emergentes na companhia<br />

disse que “como parte de seu novo papel,<br />

Lauren também estará envolvida em diversos<br />

de nossos projetos de inovação, trabalhando de<br />

perto com Sarah Street, vice-presidente executiva<br />

de Iniciativas de Inovação e Estratégia”.<br />

Especialista em comercialização<br />

Após uma reestruturação em seu departamento<br />

comercial, o Grupo Tracker direcionou Rodrigo Abbud<br />

para esta diretoria, após dez anos de empresa, atuando<br />

diretamente à frente de áreas como marketing, produtos<br />

e vendas.<br />

Abbud afirma que colocará em prática todo seu conhecimento<br />

estratégico, teórico e vivência de longos anos<br />

no Grupo Tracker em busca de um melhor alinhamento e<br />

expansão comercial da empresa. “Meu principal desafio<br />

será redirecionar a companhia rumo ao crescimento sustentável<br />

e ainda mais rentável de seus negócios”, conta.<br />

Novas funções de executivos<br />

A Zurich anunciou adequações de cargos alinhadas à nova<br />

estrutura da companhia global. No Brasil, a companhia passa a<br />

atuar junto ao mercado com equipes de Seguros Gerais, Vida e<br />

Previdência integradas.<br />

Os novos comandos seguem focalizados no fortalecimento<br />

da proposta de valor da seguradora: atender às reais necessidades<br />

de seus parceiros e clientes.<br />

Glaucia Asvolinsque Smithson assume as diretorias de<br />

Vida e Previdência Corporativas e de Commercial Lines em<br />

Seguros Gerais, sendo<br />

responsável por estreitar<br />

o relacionamento de<br />

ambas as áreas com o<br />

mercado e, também, por<br />

desenvolver soluções e<br />

produtos.<br />

Walter Pereira se<br />

torna diretor de Varejo e<br />

seguirá liderando a equipe<br />

de gestão de produtos<br />

de Linhas Individuais de<br />

Seguros Gerais, Vida e<br />

Capitalização. Devido à<br />

sua expertise no mercado<br />

segurador, mantém<br />

um forte apoio à área<br />

comercial.<br />

16


CCS-SP reelege diretoria para o próximo biênio<br />

O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) reelegeu a diretoria<br />

para a gestão 2016/2018. A chapa é liderada pelo mentor Adevaldo Calegari (ao<br />

centro na foto), o secretário Evaldir Barboza de Paula e a presidente da Junta Fiscalizadora<br />

Luciana Ferreira. Para completar o quadro, a diretoria ganhou o reforço<br />

de três novos membros: Flavio Bevilácqua Bosisio, Jorge Teixeira Barbosa e Paulo<br />

Schroeder. “Com muito orgulho e respeito a todos vocês, por terem acreditado no<br />

nosso trabalho, continuaremos à frente do Clube pelos próximos dois anos”. Embora<br />

tenha exercido a mentoria da entidade por cinco meses em 2014, após a renúncia de<br />

Alexandre Camillo, que se afastou para concorrer à eleição no Sincor-SP, Calegari<br />

cumpriu uma única gestão.<br />

Em setembro deste ano, ele<br />

completou exatos dois anos no<br />

cargo. Sua gestão foi marcada<br />

pela apresentação de temas inéditos<br />

nos almoços mensais e a<br />

participação de empresas prestadoras<br />

de serviços, além da realização<br />

de encontros externos.<br />

“Continuaremos apostando na<br />

inovação. O momento exige a<br />

reciclagem e o aprimoramento<br />

dos corretores”, declarou.<br />

Dois em um<br />

A QBE anunciou a nomeação de<br />

Marcelo Teixeira para a função dupla<br />

de diretor Global de Seguros via<br />

Bancos e diretor de Desenvolvimento<br />

Estratégico de Mercados Emergentes.<br />

Marcelo ficará encarregado de<br />

conduzir a estratégia e o crescimento<br />

do em parceria com bancos, em<br />

diversos mercados, em escala global.<br />

17


produto | investimentos<br />

Para cada investidor,<br />

uma solução<br />

O mercado de<br />

investimentos é<br />

arriscado, mas pode<br />

contar com alguns<br />

produtos de seguro<br />

para minimizar seus<br />

impactos<br />

Amanda Cruz<br />

18


Os investidores do mercado<br />

financeiro estão sempre rodeados<br />

de apostas, riscos, investimentos<br />

que nem sempre<br />

têm um retorno garantido. Alguns mais<br />

conservadores, outros mais agressivos.<br />

Embora os engravatados de Wall Street<br />

ou da Bovespa não tenham um seguro que<br />

cubra os riscos de suas grandes apostas,<br />

o mercado de investimentos, no Brasil<br />

e fora dele, pode contar com diferentes<br />

produtos, para diferentes perfis, que<br />

auxiliam transações de pessoa física ou<br />

jurídica e evitam que grandes perdas<br />

sejam desastrosas. Caso saibam apostar<br />

bem, claro.<br />

Brincadeira de gente grande<br />

À parte dos investimentos prazerosos,<br />

feitos para o lazer, existem aqueles<br />

que são motivo de tensão para seus<br />

investidores.<br />

Os seguros podem não fazer com<br />

que seu investimento aumente, nem<br />

promete garantias financeiras além dos<br />

valores estabelecidos para indenização<br />

de sinistro, mas esses dois mercados são<br />

muito próximos. “O seguro impede que<br />

investimentos feitos em ativos se percam<br />

por ocorrência de força maior, uma catástrofe,<br />

um acidente”, aponta Luciano<br />

Mendonça, da Euler Hermes.<br />

O melhor exemplo de risco entre<br />

investidores que pode contar com um<br />

seguro de crédito são os chamados recebíveis<br />

à prazo, como é o caso de títulos<br />

de dívida e ativos que venham da venda<br />

de mercadorias, serviços prestados que<br />

financiam os sacados e antecipam recursos<br />

aos cedentes. “Os recebíveis podem<br />

não ser honrados pelos sacados na data<br />

de vencimento e, assim, os investidores<br />

podem se proteger deste risco comprando<br />

uma apólice de seguro de crédito, que vai<br />

garantir o recebimento do título em caso<br />

de mora ou insolvência do sacado”, explica<br />

Mendonça.<br />

Ou seja, o seguro de crédito ajuda a<br />

cobrir os danos causados por inadimplência.<br />

Mendonça explica que quem procura<br />

por esse tipo de cobertura no mercado são,<br />

na maioria das vezes, empresas manufatureiras<br />

que possuem margens menores<br />

e precisam buscar novos clientes para<br />

alavancar essas vendas.<br />

A preocupação está no core business.<br />

As empresas precisam focar no objeto<br />

principal de sua existência e por isso<br />

preferem deixar as avaliações de crédito,<br />

análises de clientes potenciais e o monitoramento<br />

dos créditos nas mãos de um<br />

especialista.<br />

Mendonça alerta para o fato de que os<br />

empresários costumam segurar veículos,<br />

imóvel, vida dos funcionários etc, mas a<br />

carteira das vendas a prazo é deixada sem<br />

qualquer proteção, ainda que represente<br />

40% dos ativos de uma empresa. “Imagine<br />

uma empresa na qual a margem de vendas<br />

é bastante apertada: 5%. Se houver um<br />

calote, em uma venda de R$100, deve-se<br />

vender 20 vezes o mesmo valor para equalizar<br />

aquela perda. Assim, proteção contra<br />

calote é essencial para uma empresa que<br />

quer se manter competitiva no mercado”,<br />

aponta o executivo da Euler Hermes.<br />

Entre empresas<br />

Outra preocupação, que ultrapassa a<br />

área de atividade de uma empresa e preocupa<br />

todas de maneira geral, é investir<br />

em uma fusão ou aquisição e mais tarde<br />

encontrar irregularidades ou graves problemas<br />

que possam atingir sua reputação<br />

e seu capital financeiro. Há dois anos,<br />

uma seguradora trouxe ao Brasil um produto<br />

que quer proteger essas transações.<br />

“Apesar do mercado da América Latina<br />

ser novo, a demanda por esse produto<br />

vem crescendo consistentemente, por isso<br />

acreditamos que essa tendência continue<br />

nos próximos anos”, aposta Bruna Reis,<br />

líder da prática de Private Equity e Fusões<br />

❙❙Bruna Reis, da Marsh Brasil<br />

❙❙Luciano Mendonça, da Euler Hermes<br />

e Aquisições da Marsh Brasil.<br />

Esse produto está disponível apenas<br />

para o comprador, cobrindo o passivo<br />

oculto da empresa comprada. “Caso surja<br />

um processo pós fechamento, referente<br />

a um ato desconhecido no momento da<br />

operação, o comprador será reembolsado”,<br />

afirma Bruna. Essa apólice foi desenhada<br />

semelhante ao que é oferecido nos EUA<br />

e na Europa, o que falta é a expansão que<br />

contemple uma apólice para o vendedor e<br />

também para contingências, cláusulas que<br />

já estão disponíveis lá fora.<br />

Ainda existem poucas apólices de<br />

proteção para fusões e aquisições e o mercado<br />

brasileiro não apresenta exclusões<br />

específicas. “Porém, com a crise política<br />

no País, as últimas cotações foram apresentadas<br />

com exclusão para reclamações<br />

relacionadas à corrupção”, esclarece<br />

Bruna. Mesmo assim, a executiva afirma<br />

que essa não é uma exclusão padrão e que<br />

poderá ser renegociada.<br />

Semelhante a essa iniciativa estão os<br />

produtos da Chubb voltados para proteger<br />

os gestores de investimento e as entidades<br />

responsáveis envolvidas nessa gestão. A<br />

apólice oferece cobertura em casos de<br />

responsabilização dos administradores por<br />

questões relacionadas com a gestão (D&O)<br />

e cobertura em casos de responsabilização<br />

das entidades envolvidas e dos seus gestores<br />

por questões relacionadas à prestação<br />

de serviços de investimento (E&O). “O<br />

IMI - Investment Menagement Insurance<br />

é um seguro de responsabilidade civil à<br />

base de reclamação. Um produto voltado<br />

19


investimentos<br />

❙❙Rafael Domingues, da Chubb<br />

para fundos de investimento que tem<br />

como principal característica o fato de<br />

ser a junção de dois produtos: D&O e<br />

E&O”, explica Rafael Domingues, diretor<br />

de Financial Lines da companhia.<br />

Esses fundos, chamados FIDC –<br />

Fundo de Investimentos em direitos<br />

creditórios – funcionam da seguinte<br />

maneira: eles compram os direitos dos<br />

créditos que um portador tem sobre determinados<br />

títulos da dívida quem vêm<br />

de vendas de mercadorias ou prestação<br />

de serviços. Esses compradores têm,<br />

portanto, seus títulos segurados contra<br />

eventuais inadimplências. Mendonça,<br />

da Euler Hermes, explica que “embora<br />

não haja proteção para a taxa de retorno<br />

– yield - que um investidor espera de um<br />

fundo de crédito desse tipo, há proteção<br />

para os ativos que o compõem. Isso acaba<br />

mitigando o risco de perda do fundo que<br />

pode ser causado pelo calote”, elucida.<br />

Já no caso de seguro de fusões<br />

e aquisições, as empresas de Private<br />

Equity podem vender suas alavancadas<br />

e precisar encerrar esses fundos. Bruna,<br />

da Marsh, afirma que a apólice dá a garantia<br />

ao comprador sem precisar deixar<br />

os recursos da empresa bloqueados. Isso<br />

faz com que exista um fluxo do capital<br />

adquirido, com o qual o comprador poderá<br />

contar assim que fizer a aquisição.<br />

Olhar ao seguro de crédito<br />

As equações são complexas mas<br />

abrangem qualquer empresário, do mais<br />

entendido de captação de recursos e investimento<br />

até aquele que decide colocar<br />

uma máquina de cartão de crédito em sua<br />

loja de varejo e vender a prazo.<br />

Uma boa maneira de entender como<br />

funciona esse mercado de compra, venda,<br />

investimentos e título de crédito é o filme<br />

norte-americano The Big Short – A<br />

Grande Aposta – de 2014. Ele trata sobre<br />

a grande bolha imobiliária que surgiu<br />

no mercado dos EUA após o país liberar<br />

uma quantia grandiosa de crédito à população<br />

sem verificação de perfil, sem saber<br />

se elas poderiam arcar com suas dívidas<br />

– os chamados subprime. Com essa realidade,<br />

havia muitos imóveis com preços<br />

muito baixos. Ao não conseguirem arcar<br />

com as hipotecas, os norte-americanos<br />

abandonaram suas dívidas e aqueles<br />

que detinham os títulos dessas dívidas<br />

ficaram com um grande rombo financeiro<br />

em suas mãos. Muitos deles estavam<br />

segurados, mas devido ao tamanho da<br />

crise, perderam seu valor e até mesmo<br />

as seguradoras não tinham como arcar<br />

com esses gigantescos sinistros.<br />

“Proteção contra esta variação do<br />

preço de mercado dos ativos é uma coisa<br />

que muitas empresas buscam, mas não<br />

existe proteção de apólice de seguro que<br />

cubra essa diferença”, explica Mendonça,<br />

que completa: “geralmente, esse tipo de<br />

proteção está ligada aos investimentos que<br />

flutuam na contra-mão da tendência destes<br />

ativos. Aparece aqui a figura importante<br />

do corretor para buscar a melhor solução”.<br />

Hoje, os corretores que vendem esses<br />

tipos de seguro são, em sua maioria, altamente<br />

especializados e capacitados para<br />

lidar com essas complexidades.<br />

Para Domingues, da Chubb, esses<br />

produtos constituem uma ótima oportunidade<br />

para o profissional da corretagem.<br />

“É um mercado em franco desenvolvimento<br />

e ainda com poucos corretores<br />

atuando nesse nicho. Os corretores de<br />

seguro que buscam o conhecimento<br />

podem colher bons frutos, já que há uma<br />

demanda represada, além de já existirem<br />

seguradoras com apetite para aceitar esse<br />

tipo de risco”, aponta.<br />

Cada um a seu modo<br />

Nem todos os investidores vivem de<br />

comprar e vender ações na bolsa. Alguns<br />

são pessoas com outras profissões que<br />

trazem os negócios como investimento, es-<br />

20


colhendo imóveis ou fundos com retornos<br />

menores, mas com ganhos certos, outros<br />

ainda praticam o investimento também<br />

como hobby. É o caso daqueles que optam<br />

por ter como patrimônio obras de arte.<br />

Obras consagradas são leiloadas<br />

e vendidas aos colecionadores que sabem<br />

que o valor artístico e histórico de<br />

algumas peças é imensurável, mas que<br />

fazem questão de tê-las em suas paredes.<br />

Nessa questão, o mercado de seguros<br />

aposta na cobertura All Risks, ou seja,<br />

que qualquer tipo de risco que a obra<br />

corra estará coberto caso o investidor<br />

tenha uma apólice, conforme explica<br />

Midiã Borges, consultora em Riscos e<br />

Seguros para Entretenimento e Obras<br />

de Arte da Aon Brasil. “A cobertura é<br />

mundial, a partir do período que as obras<br />

são retiradas dos locais até o seu retorno<br />

ao lugar de origem ou o local indicado<br />

pelo proprietário”, explica. Exposição<br />

doméstica e internacional, transporte e<br />

até terremotos e furacões fazem parte<br />

dos riscos cobertos.<br />

Obra de arte não é apenas um quadro<br />

ou escultura de um artista famoso; antiguidades,<br />

prataria e objetos de estanho,<br />

jóias, tapetes antigos, livros raros, manuscritos<br />

e fotografias, moedas e medalhas<br />

entram no escopo de bens segurados. A<br />

apólice, geralmente, custa 2% do valor<br />

dos bens e conta com flexibilidade para<br />

se adequar à realidade e necessidade<br />

do colecionador, que pode ser discutida<br />

com um bom corretor de seguros. “A<br />

consultoria adequada para garantir a cobertura<br />

de seguros para as obras de arte<br />

é um dos desafios desse mercado, que já<br />

é bem mais maduro em outros países. É<br />

preciso uma equipe especializada, com<br />

conhecimento técnico e rápido retorno”,<br />

opina a executiva.<br />

A evolução para esses investidores<br />

está em acompanhar o mercado lá fora.<br />

Midiã conta que em mercados como o<br />

dos EUA, que têm um produto chamado<br />

Art Plus para acervos de museus que<br />

atendem o pacote completo de seguros, o<br />

patrimônio, responsabilidade civil, D&O,<br />

crime, entre outros.<br />

Os seguros podem ser desenhados<br />

de acordo com a necessidade ou característica,<br />

cobrindo coleções particulares e<br />

corporativas através de uma apólice anual<br />

até exposições temporárias onde o seguro<br />

garante a cobertura chamada prego a<br />

prego incluindo a cobertura de RCTRC,<br />

de Seguro Transporte, que é obrigatória.<br />

De uma forma ou de outra, os corretores<br />

podem ter grande papel de destaque<br />

dentro desse nicho. A consultoria especializada<br />

é importante em qualquer carteira,<br />

mas é mais fácil de ser percebida nesta<br />

por sua elevada necessidade de conhecimento<br />

dos pormenores que envolvem<br />

cada apólice e cada operação de crédito.<br />

Os corretores são responsáveis por levar<br />

soluções de prevenção e cobertura de risco<br />

enquanto investidores são completamente<br />

avessos a qualquer possibilidade de perdas<br />

em investimentos.


produto | seguro rural<br />

Seguro agrícola não utiliza<br />

toda a verba de subsídio<br />

do Governo Federal<br />

Segundo dados divulgados pelo Ministério<br />

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,<br />

“sobraram” R$ 48 milhões da safra de inverno.<br />

Mesmo neste cenário a carteira continua<br />

crescendo<br />

Kelly Lubiato<br />

Em meados do mês de agosto, o<br />

Ministério da Agricultura, Pecuária<br />

e Abastecimento (Mapa)<br />

divulgou a realocação de R$ 48<br />

milhões do subsídio ao seguro rural da<br />

safra 2016/2017 para o grupo de grãos de<br />

verão. Esta decisão foi tomada pelo Ministério<br />

antes de convocar uma comissão<br />

de trabalho que reúne representantes do<br />

setor agropecuário, instituições financeiras<br />

e seguradoras, com o objetivo é<br />

discutir propostas para mudanças no<br />

seguro rural.<br />

No primeiro semestre, foram utilizados<br />

R$ 87 milhões em recursos do<br />

Programa de Seguro Rural (PSR), que<br />

representou mais de 17 mil apólices, com<br />

destaque para o milho e o trigo.<br />

O valor inicial previsto era de R$ 158<br />

milhões para a subvenção de culturas de<br />

verão e mais R$ 23 para as culturas de<br />

inverno, ambos da safra 2016/2017.<br />

Qualquer produtor rural pessoa física<br />

ou jurídica pode pleitear a utilização<br />

da subvenção ao prêmio do seguro. Há<br />

subvenções oferecidas também pelos<br />

governos da esfera estadual e municipal.<br />

O PSR beneficia mais de 70 culturas agrícolas,<br />

além das modalidades pecuária,<br />

aquícola e de florestas, em 20 unidades<br />

da federação.<br />

Para contratar o seguro rural, o<br />

22<br />

produtor deve procurar uma seguradora<br />

habilitada pelo Ministério da Agricultura<br />

no Programa de Subvenção. Caso o produtor<br />

já tenha cobertura do Proagro ou<br />

do Proagro Mais para uma lavoura, não<br />

será beneficiado pelo PSR na mesma área.<br />

Wady Cury, presidente da comissão<br />

de seguro rural da FenSeg, afirma que o<br />

primeiro assunto desta pauta montada<br />

pelo Governo e apresentada ao novo grupo<br />

é a criação do Fundo de Catástrofe, de<br />

caráter privado, para financiar o seguro<br />

❙❙Wady Cury, da FenSeg<br />

rural no país. “Ele é discutido há mais<br />

de uma década no setor e já é bastante<br />

conhecido pela área técnica do governo.<br />

O objetivo do plano é evitar contingenciamentos<br />

que prejudicam o Programa<br />

Nacional de Subvenção ao Prêmio do<br />

Seguro Rural (PSR)”, explica.<br />

O executivo conta que o governo<br />

se esforça para melhorar o programa<br />

de subsídios, com mais previsibilidade<br />

e planejamento. “A construção de um<br />

novo modelo não é fácil, mas é preciso<br />

convergência entre os setores público e<br />

privado. O processo está em fase inicial,<br />

mas é relevante discutir se uma apólice<br />

deve ser de responsabilidade de apenas<br />

um ente (público ou privado) ou de todos<br />

os atores, uma vez que a atividade tem<br />

“múltiplos impactos” na sociedade”,<br />

reflete Cury.<br />

O seguro é um dos instrumentos de<br />

política agrícola mais utilizados no mundo<br />

para reduzir o grau de risco e incer-


teza e, portanto, melhorar a alocação de<br />

recursos da atividade rural. No Brasil, o<br />

Ministério da Agricultura, dentro de sua<br />

Política Agrícola, entende que proteger-se<br />

de riscos causados por adversidades climáticas<br />

é imprescindível para o produtor<br />

que, ao contratar o seguro, pode recuperar<br />

o capital investido em sua lavoura ou<br />

empreendimento.<br />

Hoje em dia, é muito difícil para o<br />

agricultor se manter na atividade rural<br />

se não tiver competitividade. “E, para<br />

isso, é preciso reduzir os custos e riscos”,<br />

garante o executivo que também é diretor<br />

Geral do Grupo Segurador BB Mapfre,<br />

acrescentando que o seguro é uma ferramenta<br />

que ajuda o produtor a gerenciar<br />

melhor seus custos e as consequências a<br />

riscos, auxiliando na reposição de perdas<br />

e possibilitando mais segurança para que<br />

continue investindo na propriedade. O papel<br />

das seguradoras é fundamental nesse<br />

processo, ao disseminar as vantagens do<br />

seguro e sua importância para garantir a<br />

safra. “No modelo de hoje, as seguradoras<br />

fazem o papel de pulverizadoras dos valores<br />

alocados por cultura e também fazem<br />

o papel de disseminação, implantação e<br />

operacionalização deste programa, bem<br />

como a manutenção e aprimoramento<br />

deste importante instrumento de mitigação<br />

de risco. A cultura do seguro está<br />

sendo criada na cabeça dos produtores,<br />

não mais como um custo efetivo na operação,<br />

mas como um produto de valor<br />

agregado e com bastante inerência na<br />

maioria das regiões.<br />

A aderência ao seguro rural é uma<br />

das grandes batalhas que o mercado<br />

nacional deve enfrentar. Leandro Poli,<br />

diretor de Ramos Elementares da Essor<br />

Seguros, acredita que a demanda pelo<br />

seguro rural deve aumentar à medida<br />

que houver um trabalho conjunto do setor<br />

(seguradoras e corretores de seguros) no<br />

sentido de divulgar a disponibilidade do<br />

seguro rural. “Infelizmente, o produtor<br />

rural ainda não entende o seguro rural<br />

como um investimento para garantir a<br />

continuidade do seu negócio”.<br />

Menos de 15% de toda área agricultável<br />

do Brasil está segurada, embora o<br />

país venha avançando em números positivos<br />

desde 2006, quando o Programa de<br />

Subvenção do Prêmio do Seguro Rural<br />

(PSR) foi criado. Desde então, o volume<br />

de recursos cresceu quase 20 vezes.<br />

A evolução dos números é visível,<br />

mas ainda há uma enorme parcela de<br />

produtores que estão fora deste cenário.<br />

Comparando os anos de 2006 e 2014, a<br />

quantidade de produtores atendidos subiu<br />

de 16.653 para 82.268, de culturas seguradas<br />

saltou de 28 para 58. Já a quantidade<br />

de área segurada passou de 1,56 milhão<br />

de hectares para 12 milhões de hectares.<br />

Mesmo com toda a demanda, o<br />

cenário de crise econômica e de queda<br />

na concessão de crédito foram cruciais<br />

23


seguro rural<br />

❙❙Fabio Dias, corretor<br />

para que todo o valor disponível para o<br />

PSR não fosse utilizado. “Houve muitos<br />

desafios, tanto nos conceitos dos critérios<br />

de distribuição dos valores de subvenção,<br />

quanto na alocação e distribuição dos<br />

valores no orçamento de 2015. Em alguns<br />

casos, a diminuição dos percentuais de<br />

subvenção oneraram os produtores, principalmente<br />

os que plantam culturas de<br />

maior risco. Mas a demanda pelo seguro<br />

não deve arrefecer. O ministério optou<br />

por uma política tentando ampliar a base<br />

de segurados, e as seguradoras estão bem<br />

motivadas de que esse mercado cresça<br />

nos próximos anos”, aposta Cury.<br />

Distribuição<br />

Quatro estados brasileiros são responsáveis<br />

por 80% da utilização dos<br />

recursos do PSR: Paraná (37%), Rio<br />

Grande do Sul (21%), São Paulo (14%)<br />

Participação de Mercado<br />

24<br />

e Santa Catarina (8%). As culturas que<br />

ficam mais protegidas são: Soja (43,56%),<br />

Uva (10,89%). Estas informações são do<br />

Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento, atualizados até agosto<br />

de 2016.<br />

O corretor de seguros e professor<br />

da Escola Nacional de Seguros Fabio<br />

Dias afirma que quando acaba a disponibilidade<br />

de valores dos subsídios governamentais,<br />

o setor sofre uma parada.<br />

“O mercado de seguro agrícola é muito<br />

dependente dos subsídios. É muito raro<br />

o produtor rural comprar um seguro sem<br />

que haja subvenção, seja ela federal ou<br />

estadual”, afirma Dias.<br />

Para ele, a verba do PSR pode sobrar<br />

por dois motivos: o Governo disponibiliza<br />

um valor alto, acima do que o mercado<br />

suporta, ou porque houve retração nos<br />

créditos bancários. “É importante ressaltar<br />

que os bancos exigem a contratação do<br />

seguro para culturas financiadas, assim<br />

como as empresas de insumos agrícolas”,<br />

esclarece Dias.<br />

Esta versão é corroborada pelo engenheiro<br />

agrônomo Sérgio Luiz Ferreira,<br />

da empresa Paraná Norte distribuidora de<br />

insumos, que afirma que a contratação<br />

aumenta logo que algum evento climático<br />

assola uma região. “Passamos por uma<br />

grave crise na última safra e é natural<br />

que para 2016/2017 haja um aumento da<br />

contratação de seguro. As pessoas têm<br />

medo de levar outro prejuízo e acabam<br />

fazendo o seguro”, avalia.<br />

Fabio Dias conta que na última<br />

safra de milho safrinha e trigo teve um<br />

Seguradora <strong>Apólice</strong>s % Número de <strong>Apólice</strong>s<br />

Aliança do Brasil 299.738,00 48,52%<br />

Mapfre 98.599,00 15,96%<br />

Nobre 80.208,00 12,98%<br />

Swiss Re 52.947,00 8,57%<br />

Essor 33.725,00 5,46%<br />

Allianz 30.892,00 5,00%<br />

Porto Seguro 15.555,00 2,52%<br />

Sancor 4.473,00 ,72%<br />

Fairfax 1.462,00 ,24%<br />

Excelsior 134,00 ,02%<br />

Itaú 9,00 ,00%<br />

Total 617.742,00 100,00%<br />

Fonte: Mapa<br />

❙❙Leandro Poli, da Essor<br />

volume maior de contratação de seguros<br />

do que neste ano. “O que senti de meus<br />

clientes foi a redução da área plantada e<br />

até mesmo das culturas não subsidiadas.<br />

As culturas mais fortes em contratação<br />

de seguros são os grãos, como o milho<br />

safrinha, o trigo e a soja”.<br />

O setor demora a se desenvolver por<br />

falta de divulgação de seus benefícios.<br />

Esta é o opinião tanto de corretores<br />

quanto de seguradoras.<br />

Por isso, o Governo Federal tenta<br />

melhorar a distribuição dos produtos e<br />

diminuir a burocracia. O Plano Agro<br />

Mais é um conjunto de medidas com<br />

o objetivo de reduzir a burocracia nas<br />

normas e processos do Ministério da<br />

Agricultura, buscando mais eficiência<br />

para impulsionar a competitividade do<br />

setor de agronegócios.<br />

De acordo com nota do Ministério, o<br />

governo vem se esforçando para melhorar<br />

o programa de subsídios, com mais previsibilidade<br />

e planejamento. Os números<br />

têm mostrado que o produtor continua<br />

acreditando que o financiamento, com<br />

o apoio do governo, é importante para<br />

o desenvolvimento da agropecuária. Na<br />

safra 2015/2016, encerrada em 30 de<br />

junho, médios e grandes produtores rurais<br />

tomaram empréstimos da ordem de<br />

R$ 150 bilhões, referentes a créditos de<br />

custeio, comercialização e investimento,<br />

volume 2,6% superior ao do ciclo anterior,<br />

de acordo com dados divulgados<br />

pela Secretaria de Política Agrícola (SPA)<br />

do Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento (Mapa).


25


produto | eventos<br />

Há jeito para tudo!<br />

Da festa intimista, realizada em casa, aos<br />

grandes shows internacionais: o seguro garante<br />

tranquilidade para qualquer tipo de ocasião<br />

Há tempos o mercado de festas<br />

e cerimônias apresenta<br />

números positivos, o que não<br />

foi abalado nem mesmo com<br />

os primeiros sinais da crise financeira<br />

e política. O último estudo divulgado<br />

pela Associação Brasileira dos Eventos<br />

Sociais (Abrafesta) mostra que, em<br />

2014, o faturamento do setor chegou a<br />

aproximadamente R$ 16,8 bilhões – a<br />

maioria casamentos, bailes de debutantes<br />

e formaturas.<br />

Praticamente nenhum detalhe passa<br />

despercebido quando se resolve oferecer<br />

ou organizar uma festa, desde a escolha<br />

dos convidados, passando pelo cardápio<br />

e as músicas que vão animar o momento.<br />

Por outro lado, muitas vezes um item<br />

importante fica fora da lista: o seguro,<br />

ainda contratado majoritariamente para<br />

grandes eventos. “O seguro para eventos<br />

tem o objetivo de garantir desde um mega<br />

show até uma festa típica, uma simples<br />

❙❙Alexandro Sanxes, da Berkley<br />

26<br />

Lívia Sousa<br />

festa ou reunião de amigos mesmo em<br />

casa”, lembra o diretor de Riscos Diversos<br />

da Berkley, Alexandro Sanxes.<br />

A própria Abrafesta lançou, em<br />

parceria com a Chubb Seguros, um produto<br />

voltado à pessoa jurídica na hora<br />

de contratar os serviços de empresas<br />

associadas à instituição. Estudado por<br />

dois anos, o seguro abrange montagem,<br />

festa e desmontagem de casamentos,<br />

aniversários ou formaturas com até 1,4<br />

mil convidados.<br />

“Fazendo um comparativo, o seguro<br />

para evento equivale ao seguro de automóvel.<br />

É tão importante e preciso quanto.<br />

Não adianta esperar bater o carro para<br />

depois providenciar o seguro. É preciso<br />

se precaver e, desta forma, garantir tanto<br />

o cliente quanto o fornecedor”, declara<br />

Ricardo Dias, presidente da Abrafesta,<br />

acrescentando que a entidade pretende<br />

criar um produto para festas menores, organizadas<br />

na própria residência. “Novos<br />

estudos serão realizados para a extensão<br />

deste produto para eventos com o número<br />

abaixo de 100 pessoas”, adianta.<br />

Este tipo de proteção, no entanto,<br />

vem se disseminando de forma gradativa.<br />

Pelo menos é o que garante a diretora<br />

de Seguros Patrimoniais Empresariais<br />

da Liberty Seguros, Rosy Herzka. “Os<br />

segurados, de forma geral, têm se mostrado<br />

mais receptivos para a contratação<br />

deste tipo de seguro”, afirma a executiva,<br />

atribuindo boa parte disso à veiculação<br />

de imprevistos que ocorreram em alguma<br />

festa e que geraram transtornos ou prejuízos<br />

para o organizador.<br />

Para as reuniões mais intimistas,<br />

realizadas em casa, o seguro de Responsabilidade<br />

Civil de Eventos é o mais<br />

indicado, com um custo médio de R$ 500<br />

para um limite de R$ 100 mil. Podem ser<br />

consideradas as coberturas de RC Evento,<br />

RC Empregador, Fornecimento de Comestíveis<br />

e Danos Morais, que garantem<br />

não só a realização da festa como também<br />

a indenização de danos decorrentes do<br />

evento, além de cenários, trajes e presentes<br />

aos participantes. A contratação pode ser<br />

feita pelo próprio proprietário da festa,<br />

desde que o evento ocorra dentro das leis,<br />

não havendo nenhum pré-requisito para a<br />

aquisição do seguro.<br />

Comemoração em grande<br />

estilo<br />

As casas noturnas trabalham com<br />

pacotes exclusivos para quem deseja comemorar<br />

o aniversário no local. Acesso<br />

a área VIP e petiscos e bebidas por conta<br />

da casa são algumas das regalias oferecidas<br />

aos aniversariantes, que levam um<br />

grande grupo de amigos para consumir<br />

no espaço.<br />

Geralmente esses estabelecimentos já<br />

estão protegidos por algum tipo de seguro.<br />

Assim como no de festas em residência,<br />

o seguro de RC Eventos aplica-se neste<br />

caso, com as mesmas linhas de coberturas,<br />

podendo ser acrescentada uma cobertura<br />

acessória para instalação e montagem das<br />

estruturas do evento. O custo médio é de<br />

❙❙Ricardo Dias, da Abrafesta


27


eventos<br />

❙❙Rosy Herzka, da Liberty Seguros<br />

R$ 650 para um limite de R$ 100 mil.<br />

Para as comemorações realizadas em<br />

casas noturnas, é importante que o seguro<br />

abranja todo o calendário de eventos do<br />

estabelecimento (que na maioria das vezes<br />

não é tão longo), com destaque para<br />

as coberturas voltadas ao público e que<br />

garantam também a propriedade.<br />

Contudo, isso não impede que o<br />

anfitrião da festa dê um “upgrade” no<br />

produto. “Contratar um seguro à parte<br />

independe do local oferecer ou não um<br />

seguro para eventos. O que se pretende<br />

resguardar é a pessoa que será responsabilizada<br />

em caso de algum sinistro”, explica<br />

Rosy. No momento da contratação,<br />

deverão ser informados os limites e as<br />

coberturas desejadas para o tipo de festa<br />

que será realizada.<br />

As proteções adquiridas por conta<br />

própria normalmente são seguros patrimoniais,<br />

que têm grande restrição<br />

em relação às coberturas e garantias<br />

necessárias para os eventos. A apólice<br />

é uma ferramenta para complementar<br />

essas coberturas e pode ser contratada<br />

por eventos específicos.<br />

O segmento, porém, tem dado pouca<br />

atenção para este tipo de seguro, considerando<br />

que não apresenta frequência<br />

em sinistros. “Mas existe uma grande<br />

concentração de riscos que pode tornar<br />

um sinistro com alto potencial de perdas”,<br />

frisa Sanxes, da Berkley.<br />

Covers artísticos<br />

Covers de cantores e bandas consagradas,<br />

que fazem sucesso e são uma atração<br />

muito bem-vinda em comemorações,<br />

também devem estar amparados pelo<br />

seguro. Trata-se de um produto muito comum<br />

para artistas no exterior – mas ainda<br />

pouco utilizado pelos artistas brasileiros<br />

–, que tem garantidas as coberturas de<br />

cancelamento e de RC empregador com<br />

extensão para o cover.<br />

“Procuramos amparar os danos<br />

causados aos artistas participantes do<br />

evento. É uma cobertura acessória que<br />

pode ser contratada quando se pretende<br />

resguardar os danos sofridos pelos profissionais”,<br />

afirma a executiva da Liberty.<br />

O seu custo varia em relação ao limite<br />

da cobertura básica contratada, que se<br />

destina a amparar os danos materiais ou<br />

corporais sofridos pelo artista.<br />

Destaque para a cobertura de cancelamento,<br />

que pode acontecer tanto pelo não<br />

comparecimento do artista quanto pela<br />

extensão para coberturas climáticas que<br />

podem inviabilizar a realização do evento.<br />

Os ícones da música<br />

O Brasil se acostumou a promover<br />

grandes eventos, como feiras corpo-<br />

28


29


eventos<br />

rativas, disputas esportivas e, principalmente,<br />

festivais de música e shows<br />

internacionais. Desde que entrou para a<br />

rota de apresentação dos ícones da música<br />

mundial, em meados da década de 1980,<br />

a lista de bandas e personalidades com<br />

passaporte brasileiro não para de ganhar<br />

nomes de peso: Foo Fighters, David<br />

Guetta, U2, The Rolling Stones e Maaron<br />

5 são apenas alguns deles.<br />

Acompanhando esse movimento,<br />

as seguradoras viram a necessidade de<br />

ofertar um seguro de Responsabilidade<br />

Civil voltado exclusivamente a este<br />

nicho, produto que pode ser contratado<br />

tanto pelos organizadores do evento<br />

quanto pelos produtores e prestadores de<br />

serviços. “Além de cobrir os danos corporais<br />

ou materiais causados a terceiros<br />

decorrentes de instalação, montagem,<br />

desmontagem, fornecimento de alimentos<br />

e bebidas, o seguro também cobre tumultos<br />

ocorridos entre os visitantes e danos<br />

morais”, explica Camila Santos, gerente<br />

de Responsabilidade Civil da AIG Brasil.<br />

Há a possibilidade de inclusão de<br />

outras coberturas, como cancelamento<br />

e condições climáticas (podendo ser segurado<br />

o cachê do artista, os custos com<br />

a produção, entre outros). Também estão<br />

protegidas vendas de ingressos abaixo<br />

do esperado, comum até entre as grandes<br />

cantoras do pop. Lady GaGa e Madonna<br />

que o digam: quando se apresentaram em<br />

solo brasileiro, em novembro e dezembro<br />

de 2012, não lotaram os estádios. No ano<br />

seguinte foi a vez da banda Aerosmith, que<br />

dias antes de participar do festival Monsters<br />

of Rock no Brasil tocou para apenas<br />

três mil fãs em um estádio na Costa Rica.<br />

30<br />

Talvez pelo espaço, grande demais; ou pelo<br />

preço “salgado” dos ingressos.<br />

Normalmente, as grandes produtoras<br />

já possuem uma cultura para esse tipo<br />

de seguro e sempre contam com um planejamento<br />

de coberturas que garantem<br />

desde os artistas, o público, o local do<br />

show, os empregados e fornecedores para<br />

a realização dos eventos, equipamentos<br />

utilizados nos eventos, entre outros. Em<br />

razão da grande variedade de coberturas<br />

e limites que podem ser contratados, não<br />

é possível estimar um custo médio deste<br />

tipo de seguro.<br />

É importante lembrar que imprevistos<br />

também podem acontecer com os próprios<br />

artistas. A banda canadense Magic,<br />

por exemplo, cancelou as apresentações<br />

que faria em Belo Horizonte e Brasília<br />

nos dias 22 e 26 de janeiro deste ano,<br />

respectivamente, por conta da logística<br />

❙❙Camila Santos, da AIG Brasil.<br />

da turnê. No Brasil, o cantor Roberto<br />

Carlos cancelou, em junho deste ano,<br />

quatro apresentações na capital paulista,<br />

além de um show que faria no início de<br />

setembro em Sorocaba, interior de São<br />

Paulo, todos por problemas de saúde. O<br />

caso mais recente foi o do cantor Zayn<br />

Malik, ex One Direction, que após uma<br />

crise de ansiedade desistiu de se apresentar<br />

em Dubai no dia 7 de outubro.<br />

Em outras situações, um festival<br />

pode ser prejudicado por completo –<br />

como a primeira edição do Lollapalooza<br />

Colômbia, que nem chegou a acontecer:<br />

foi cancelado após a cantora Rihanna,<br />

então a atração principal do evento,<br />

anunciar de última hora que não se<br />

apresentaria mais por temor ao zika<br />

vírus. Neste caso, o cancelamento do<br />

evento (conhecido como no show) não é<br />

amparado pelo Seguro de RC Eventos<br />

da AIG. “Para estar coberto com relação<br />

a cancelamento do evento, é necessária<br />

a contratação de apólice adicional, presente<br />

no Ramo 171, da Superintendência<br />

de Seguros Privados (Susep) – Riscos<br />

Diversos”, declara Camila.<br />

O fato é que não são somente os shows<br />

internacionais que atraem um público considerável<br />

por aqui. Mesmo com grandes<br />

nomes da música nacional, o País ainda<br />

carece de cultura no que diz respeito à<br />

proteção de eventos. “Temos um grande<br />

potencial com artistas nacionais que não<br />

contratam este seguro”, salienta Alexandro<br />

Sanxes, da Berkley. “As seguradoras têm<br />

a responsabilidade de capacitar os corretores<br />

de seguro e de facilitar a forma de<br />

contratação, para buscar uma cultura para<br />

o segmento”, finaliza o executivo.


31


produto | esporte<br />

Um sinistro<br />

comemorado<br />

No golfe, a maior honraria de um praticante<br />

pode ser também um risco para as suas finanças:<br />

conheça a cobertura Hole in One, que protege uma<br />

grande vitória<br />

Amanda Cruz<br />

32


Simples apostas com amigos<br />

são feitas todos os dias como<br />

uma brincadeira inocente, mas<br />

algumas delas podem se tornar<br />

realidade e levar um participante a um<br />

grande prejuízo. Não acredita? É o que<br />

acontece no golfe, onde um lance de sorte<br />

pode por em risco um patrimônio.<br />

O golfe ficou fora dos Jogos Olímpicos<br />

Modernos por 112 anos, retornando<br />

em 2016, nos jogos do Rio de Janeiro.<br />

Justin Rose, golfista britânico, celebrou a<br />

volta do esporte da melhor maneira possível:<br />

com um Hole in One. Um feito inédito<br />

até então em um campeonato Olímpico.<br />

O Hole in One, ou jogada perfeita,<br />

é a tacada mais difícil e mais valiosa no<br />

golfe e consiste em acertar o buraco na<br />

primeira tacada. Ao vencedor, fica a glória<br />

de integrar o seleto hall daqueles que são 1<br />

em 12,5 mil, mas também uma conta bem<br />

gorda para pagar. Isso porque os jogadores<br />

que praticam o esporte levam suas apostas<br />

muito a sério e quem acerta a jogada<br />

perfeita precisa pagar uma festa inteira,<br />

para que todos os presentes celebrem a<br />

conquista. “Não é uma obrigação, mas a<br />

tradição é tão forte que sempre acontece<br />

uma comemoração”, conta Antonio Padua,<br />

presidente da Federação Paulista de Golfe.<br />

Ele enfatiza ainda que “fazer um hole in<br />

one é uma emoção muito grande. Existem<br />

golfistas muito talentosos, que jogam há<br />

décadas, que nunca fizeram a jogada na<br />

carreira. Comemorei muito os dois que<br />

já fiz em campos oficiais – o último deles<br />

há um ano, em Poços de Caldas”.<br />

❙❙Marcelo Goldman, da Tokio Marine<br />

Se em 1991 o número de praticantes<br />

de golfe no Brasil era de, aproximadamente,<br />

7 mil, e em 2011 já havia saltado<br />

para 25 mil, esse certamente é um cenário<br />

que apresenta crescimento de riscos e que<br />

precisa ser olhado de perto, assim como<br />

o mercado de seguros olha para outros<br />

esportes.<br />

A Federação Paulista de Golfe – FPG<br />

– hoje conta com cerca de 5 mil filiados<br />

e, embora não existam dados anteriores<br />

sobre o número de Hole in One, vários já<br />

ocorreram entre esses jogadores. A partir<br />

de 2016, a entidade começou a não só<br />

contabilizá-los, mas também a promover<br />

o Embrase Hole in One Club, evento que<br />

premiará os jogadores que conquistarem o<br />

feito. Por isso, sabe-se que de janeiro deste<br />

ano até o final de julho foram registrados<br />

44 jogadas perfeitas em campos paulistas.<br />

Almoço, jantar ou happy hour<br />

A cobertura Hole in One está atrelada<br />

ao seguro residencial, como um adicional<br />

à Responsabilidade Civil familiar, e<br />

cobre as despesas como bebidas, comidas<br />

e até lembrancinhas alusivas ao grande<br />

feito esportivo.<br />

A Tokio Marine, que oferece essa<br />

cobertura adicional, explicita em seu<br />

clausulado que o segurado deverá estar<br />

na condição de golfista amador, que tem<br />

no golfe um hobby, não lucrativo, para<br />

receber a indenização, tanto pelo hole<br />

in one quanto pela jogada conhecida<br />

como albatroz (completar o buraco com<br />

três tacadas abaixo do par). Entre outras<br />

condições, está a necessidade do sinistro<br />

ocorrer em campeonatos, torneios ou<br />

treinos em clubes de golfe comerciais que<br />

tenha, no mínimo, nove buracos e que<br />

esteja sendo disputada por, no mínimo,<br />

dois jogadores.<br />

Quem é que sabia?<br />

Esse é um produto que pode ficar<br />

escondido dentro da prateleira, perdido<br />

em meio a tantas outras coberturas que<br />

podem parecer mais urgentes. Esse é um<br />

bom motivo para o corretor conhecer melhor<br />

seu cliente: a venda consultiva passa<br />

também pelo profissional da corretagem<br />

saber quais são os hobbies de seu cliente,<br />

evitando que uma tacada de sorte no momento<br />

de diversão acabe em um prejuízo.<br />

Isso mostra que é preciso ter diálogo com<br />

as seguradoras com as quais ele trabalha.<br />

Adriano Fernandes, diretor de Personal<br />

Lines da Sompo Seguros, afirma que é<br />

esse olhar atento que traz produtos que<br />

conseguem abranger a maior gama de<br />

mercado possível. “Nesse caso específico,<br />

detectamos que havia corretores de<br />

seguros que atendiam clubes de golfe e<br />

que teriam mais oportunidades de fechar<br />

negócios se incluíssemos essa cobertura<br />

agregada ao seguro residencial. Essa cobertura<br />

já é uma realidade na companhia<br />

há algum tempo”, pontua o executivo.<br />

O perfil do segurado, geralmente,<br />

é de alguém de alto padrão que já está<br />

familiarizado com o hábito de comprar<br />

seguros, como executivos de classe média<br />

alta. “O que fizemos foi disponibilizar<br />

essa cobertura adicional e outras que<br />

agregam valor ao esporte para permitir<br />

ao segurado o direito de escolha por sua<br />

contratação”, afirma Fernandes.<br />

Já a Tokio Marine teve sua decisão<br />

bastante baseada na intimidade que possui<br />

com os clientes japoneses. “Incluímos<br />

essa cobertura em nosso produto para<br />

atender um público específico que é praticante<br />

desse esporte, sendo que a colônia<br />

japonesa – um de nossos segmentos foco<br />

– faz parte do público”, revela o diretor<br />

Executivo Técnico de Massificados,<br />

Marcelo Goldman.<br />

Quanto à contratação, ela é feita<br />

por pessoa física, até mesmo porque a<br />

cobertura está dentro do seguro residencial,<br />

mas abrange não só o clube ou<br />

❙❙Adriano Fernandes, da Sompo


esporte<br />

a associação das quais o segurado seja<br />

sócio e/ou membro, mas também qualquer<br />

outro local que esteja destinado à<br />

prática do esporte.<br />

Na Sompo, nos últimos 12 meses,<br />

ocorreram dois sinistros, com média de<br />

indenização de R$ 2,3 mil. Entre 2013<br />

e 2014, houve outros seis sinistros, com<br />

indenização média de R$ 4 mil. O valor<br />

que será disponibilizado dependerá da<br />

cobertura e de seu limite contratado e<br />

está vinculada à cobertura de Responsabilidade<br />

Civil Familiar.<br />

Afinal, o Hole in One representa um<br />

risco da seguradora em ter um cliente<br />

que é não apenas um bom jogador, mas<br />

também um sortudo. “Bater bem na bola<br />

aumenta as chances de deixá-la próxima<br />

do buraco e de embocar em uma só tacada,<br />

mas muitos jogadores de altíssimo nível<br />

técnico nunca fizeram um ace. Há casos<br />

de jogadores que erraram a tacada, mas a<br />

bola bateu em uma árvore ou num muro, e<br />

acabou caindo no buraco”, finaliza Pádua.<br />

Reconhecimento do cliente<br />

As coberturas adicionais que o<br />

mercado oferece em suas apólices são<br />

muitas vezes deixadas de lado porque as<br />

pessoas querem economizar. O discurso<br />

de disseminação do seguro no País é algo<br />

recorrente, mas só quem realmente utiliza<br />

sabe dizer o quanto a cobertura foi, ou<br />

não, satisfatória.<br />

É o caso de Ricardo Vilarinho, 66<br />

❙❙Ricardo Vilarinho, engenheiro<br />

34<br />

anos, engenheiro, empresário e jogador<br />

de golfe na Associação Esportiva São<br />

José, em São José dos Campos, São Paulo.<br />

Ele começou a praticar o esporte<br />

em 2000 e já marcou duas vezes o Hole<br />

in One. “Comecei a jogar em Manaus.<br />

Quando eu fiz o primeiro Hole in One.<br />

Não tinha a cobertura do seguro. Mas lá<br />

já existia uma companhia que oferecia o<br />

produto residencial com essa cobertura”,<br />

conta Vilarinho. O contato veio de outro<br />

golfista, que era corretor de seguros e<br />

auxiliou o cliente na escolha da cobertura<br />

mais adequada. O engenheiro contratou<br />

o seguro com o valor de indenização de<br />

R$ 5 mil. “Quando eu fiz o segundo Hole<br />

in One pude fazer uma grande festa no<br />

clube”, lembra.<br />

Para acionar o seguro, foi preciso um<br />

documento, cedido pelo clube de golfe,<br />

em que duas testemunhas atestaram o<br />

feito do jogador, que posteriormente foi<br />

reconhecido pela federação paulista e<br />

entrou no hall da fama dos golfistas. Esse<br />

documento é o comprovante que a seguradora<br />

exige para reembolsar o sortudo<br />

dos gastos com a festa.<br />

Vilarinho diz que, pelo seguro residencial<br />

como um todo, paga um prêmio<br />

anual de R$ 600 e se mostra satisfeito<br />

em também poder contar com as demais<br />

assistências que acompanham o produto,<br />

afirmando que já acionou diversas delas,<br />

como encanador, eletricista, entre outros.<br />

“Tudo que eu tive que fazer foi entregar as<br />

notas. Funcionou perfeitamente”, elogia.<br />

Para Vilarinho, a conquista de um<br />

Hole in One deixa o golfista em “estado<br />

de graça”. Ele afirma que tem o desejo de<br />

realizar mais jogadas perfeitas e reitera<br />

que o fato de ter seguro o auxilia a ficar<br />

despreocupado e ainda mais feliz com a<br />

conquista. “A emoção é um espetáculo.<br />

Essa é uma grande tradição e depois que<br />

pude contar com o seguro, não deixo de<br />

ter, de renovar”, afirma.<br />

O saldo dessa conquista é muito positivo<br />

também para o mercado, que tem o<br />

reconhecimento do cliente. “Recomendo a<br />

outros golfistas porque não é apenas o seguro<br />

do Hole in One. O seguro da minha casa<br />

conta muito, já utilizei diversos serviços e<br />

sei que estou protegido. Nunca tive nenhum<br />

acidente em casa, mas é importante saber<br />

que estou seguro”, avalia.<br />

Adicional<br />

Geralmente quem contrata a cobertura<br />

adicional Hole in One, também<br />

contrata a cobertura para tacos de<br />

golfe. Essa cobertura garante o reembolso<br />

ao segurado em caso de danos<br />

aos seus tacos de golfe por conta de<br />

roubo, furto qualificado, incêndio ou<br />

queda de raio. Além disso, os segurados<br />

também contratam a cobertura<br />

de Responsabilidade Civil – Prática de<br />

Esportes, que é complementar à de<br />

RC Familiar.<br />

Recordes<br />

Hole in One significa acertar uma<br />

bola no buraco com uma única jogada.<br />

De acordo com os golfistas, a tacada<br />

perfeita, é mais fácil de ser conseguida<br />

em buracos de par 3 e muito raras em<br />

buracos de par 4 ou 5.<br />

Golfistas de todos os perfis já acertaram<br />

as suas jogadas perfeitas:<br />

〉〉<br />

O primeiro Hole in One em um<br />

buraco par de 4 foi feito em 2001<br />

por Andrew Magee;<br />

〉〉<br />

O jogador mais velho a conseguir<br />

a tacada perfeita foi o americano<br />

Gus Andreone. O golfista acertou<br />

seu hole in one em 2014, aos 103<br />

anos;<br />

〉〉<br />

Já o mais jovem a conseguir o feito<br />

foi o prodígio Coby Orr que, com<br />

apenas 5 anos, conseguiu acertar,<br />

de primeira, um buraco que estava<br />

a 100,6 metros de distância;<br />

〉〉<br />

Sheila Drummond, aos 53 anos, foi<br />

a primeira golfista cega a registrar<br />

um Hole in One a mais de 120<br />

metros de distância;<br />

〉〉<br />

A tacada de Justin Rose, nas Olimpíadas<br />

do Rio de Janeiro, além<br />

de ser o primeiro Hole in One da<br />

história dos jogos, foi feita em um<br />

buraco par 3, a 172 metros


35


transporte | gerenciamento<br />

Planejamento<br />

do início ao fim<br />

Vital para a garantia dos negócios<br />

no setor, o gerenciamento de risco<br />

auxilia na identificação de tendências<br />

e no planejamento de ações que<br />

permitem as companhias agirem<br />

preventivamente<br />

Lívia Sousa<br />

36


Os desafios enfrentados pelo<br />

setor de transportes de cargas<br />

são velhos conhecidos,<br />

como o excesso de burocracias,<br />

que atrapalha o desenvolvimento<br />

do ramo no País, e a defasagem na<br />

infraestrutura. Segundo uma pesquisa<br />

feita pela Fundação Dom Cabral, a ineficiência<br />

da logística consome 12% do<br />

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro<br />

e representa uma perda de cerca de US$<br />

80 bilhões ao ano.<br />

Em situações como essas, ações tecnicamente<br />

adequadas para a prevenção de<br />

perdas e mitigação de sinistros se tornam<br />

ainda mais importantes. “Sem o gerenciamento<br />

de riscos, teríamos perdas muito<br />

mais relevantes em todo o sistema de<br />

movimentação de cargas e, por tabela, seguros<br />

mais caros e prejuízos para todos”,<br />

diz Ruy Gouvêa, diretor de Planejamento<br />

e Estratégia da Associação Brasileira das<br />

Empresas de Gerenciamento de Riscos e<br />

de Tecnologia de Rastreamento, Monitoramento<br />

e Telemetria (Gristec).<br />

Tão importante quanto o seguro, a<br />

gestão de riscos faz com que o cliente<br />

mantenha uma taxa de seguro baixa e seja<br />

atrativo para as companhias seguradoras.<br />

Mas não se engane ao imaginar que basta<br />

contratar um seguro e uma gerenciadora<br />

de riscos para que a operação esteja<br />

totalmente segura. Delicado e complexo,<br />

o trabalho deve ser feito a quatro<br />

mãos e envolver segurado, seguradora,<br />

❙❙Ruy Gouvêa, da Gristec<br />

corretora e gestora de riscos. “Reunindo<br />

as quatro empresas, é possível fazer um<br />

bom planejamento, mapeando do início<br />

ao fim a operação da cadeia logística de<br />

cada cliente e, assim, identificar as vulnerabilidades<br />

e aplicar as correções para<br />

mitigação dos riscos”, afirma o gerente<br />

operacional da J&C Gestão de Riscos,<br />

Eduardo Lima.<br />

O gerenciamento na prática<br />

No transporte rodoviário de cargas, o<br />

gerenciamento de risco atua na prevenção<br />

de perdas por meio de procedimentos<br />

pré-definidos de acordo com cada tipo de<br />

operação. São traçados planos de viagem<br />

e pontos de parada considerando a carga<br />

transportada, a operação logística, o grau<br />

de risco da mercadoria e de exigências das<br />

seguradoras, o veículo e a rota. Para que<br />

isso seja feito, os motoristas e responsáveis<br />

pelo transporte são treinados de acordo<br />

com essa regra e o Plano de Gerenciamento<br />

de Risco fica em posse da empresa de<br />

monitoramento. Após a preparação, quando<br />

o veículo sair para viagem, é possível<br />

prever ações e atuar em situações que não<br />

estiverem no itinerário.<br />

Os equipamentos de monitoramento,<br />

que possuem dispositivos de segurança<br />

capazes de sinalizar qualquer violação,<br />

possibilitam o gerenciamento das informações<br />

da viagem e têm como principal<br />

ferramenta as informações do equipamento<br />

instalado no veículo. No entanto,<br />

utilizam-se também iscas eletrônicas,<br />

travas especializadas, grades, gaiolas, telemetria<br />

e escoltas. “Através da avaliação<br />

de riscos de cada operação, determina-se<br />

medidas a serem adotadas para que se<br />

restrinja a exposição ao risco do cliente.<br />

São várias as ações possíveis, indo desde<br />

adoção de procedimentos simples até as<br />

ações de campo, determinação de rotas e<br />

análise de padrões”, declara o diretor comercial<br />

da OpenTech, Eduardo Oliveira<br />

de Souza. “Cada operação tem seu risco<br />

especifico e a atividade da gerenciadora<br />

de risco é de equilibrar a relação custo<br />

versus benefício para a entrega do serviço<br />

adequado à necessidade do cliente”,<br />

complementa.<br />

Gerente de marketing da Trans Sat,<br />

Bruna Medeiros assegura que com o correto<br />

acompanhamento realizado por essas<br />

❙❙Eduardo Lima, da J&C<br />

ferramentas, além de um motorista bem<br />

treinado para cumprir o que foi definido,<br />

as chances de se identificar uma situação<br />

de sinistro e tratar em tempo hábil para<br />

recuperação aumentam muito. “Quando<br />

qualquer violação é identificada pela central<br />

de monitoramento, imediatamente são<br />

enviadas mensagens de questionamento<br />

ao motorista e se o contato não for estabelecido<br />

inicia-se o plano de contingência<br />

– acionamento do policiamento de toda<br />

região e equipe de pronto atendimento –<br />

segurança particular”, explica.<br />

Contudo, nem sempre foi assim.<br />

Logo que se iniciaram as práticas de<br />

gerenciamento de risco, havia dificuldade<br />

na execução das tarefas e no cumprimento<br />

das exigências. As seguradoras, por sua<br />

vez, não sugeriam procedimentos específicos<br />

e as apólices eram generalizadas.<br />

Passados os anos, as companhias criaram<br />

departamentos especializados no assunto,<br />

tornando as regras mais exigentes para<br />

o cumprimento das empresas de transportes<br />

e dos fornecedores de tecnologia<br />

e de mão de obra para o monitoramento.<br />

Agora, a gerenciadora precisa ser auditada<br />

periodicamente e cumprir uma série<br />

de requisitos de segurança e redundâncias<br />

tecnológicas para estar apta e ser liberada<br />

para exercer as atividades aos segurados.<br />

“Essa evolução no mercado segurador<br />

trouxe muitos benefícios, pois profissionalizou<br />

o setor e concedeu espaço<br />

para empresas dispostas e serem cada vez<br />

37


gerenciamento<br />

melhores”, destaca Bruna, traçando outra<br />

mudança significativa. “O transportador e<br />

o embarcador contratava a gerenciadora<br />

de risco apenas por exigência da seguradora.<br />

Hoje, a maioria das empresas<br />

contrata a gerenciadora como propulsora<br />

de seus negócios, são extremamente exigentes<br />

e utilizam as regras de segurança<br />

para angariar mais sucesso e lucro em<br />

suas operações”.<br />

Comparado com o serviço oferecido<br />

internacionalmente, Ruy Gouvêa, da<br />

Gristec, avalia o gerenciamento de riscos<br />

do Brasil como eficiente, mas salienta a<br />

ausência de uma atuação mais firme da<br />

autoridade pública no combate ao roubo<br />

e à receptação das cargas ilícitas, somada<br />

à conservação, sinalização e fiscalização<br />

das estradas de todo o País.<br />

Roubo de carga<br />

19.250 ocorrências, a maioria concentrada<br />

na região Sudeste, e um prejuízo<br />

recorde de R$ 1,12 bilhão (confira nos<br />

38<br />

gráficos abaixo). Este foi o saldo do roubo<br />

e furto de cargas apenas no último ano,<br />

de acordo com um levantamento feito<br />

pela Associação Nacional do Transporte<br />

de Cargas e Logística (NTC&Logística).<br />

Os números comprovam que o roubo e<br />

suas derivações continuam sendo o maior<br />

entrave da área. “A alta sinistralidade é<br />

uma realidade cada vez maior não só em<br />

transportes, mas em todos os segmentos<br />

empresariais. Por isso, medidas preventivas<br />

são mais do que importantes em um<br />

cenário de criminalidade”, frisa o Coronel<br />

Paulo Roberto Souza, assessor de segurança<br />

da NTC, destacando que muitas vezes<br />

as fraudes vêm do próprio condutor do<br />

veículo, com a falsificação das notas fiscais<br />

e com os desvios de carga.<br />

Cargas de alto valor e de fácil<br />

revenda no mercado, como produtos<br />

alimentícios, farmacêuticos e químicos,<br />

são os principais alvos deste tipo de<br />

ação. Ainda integram a lista cigarros,<br />

eletroeletrônicos, têxteis e confecções,<br />

❙❙Eduardo O. de Souza, da OpenTech<br />

autopeças, combustíveis e bebidas. Vale<br />

ressaltar que isso também se aplica na<br />

área de armazenagem, considerando o<br />

planejamento das quadrilhas especializadas,<br />

que aliciam os trabalhadores dos<br />

armazéns de embarcadores, operadores<br />

logísticos e transportadores para identificar<br />

cargas potenciais.<br />

É possível inibir as fraudes, contribuir<br />

para a queda de sinistros, diminuir<br />

o custo do embarcador e, sobretudo,<br />

garantir a segurança contra roubo e furto<br />

utilizando dados históricos e estatísticos<br />

para mapeamento dos riscos, como perfil<br />

das cargas transportadas e áreas de maior<br />

incidência. “Mas sempre com foco na<br />

prevenção”, diz Adriano Thiele, diretor<br />

executivo de operações da JSL. Além da<br />

criação de regras e utilização de tecnologias<br />

diversas, é importante investir em<br />

aspetos operacionais como criação de rotogramas,<br />

adequação de horários de carga<br />

e descarga e treinamentos constantes dos<br />

motoristas. “As operações devem ser analisadas<br />

individualmente e considerando<br />

suas particularidades, sempre em conjunto<br />

entre embarcador e transportador, para<br />

que as regras definidas não inviabilizem<br />

a operação”, declara.<br />

A ação fecha os espaços do próprio<br />

risco, através de controles e processos, dificultando<br />

e até mesmo impedindo alguns<br />

tipos de fraude ao seguro, antes comuns.<br />

Isso reflete diretamente na frequência de<br />

eventos, tornando qualquer apólice mais<br />

saudável. Todavia, não se pode afirmar


39


gerenciamento<br />

❙❙Bruna Medeiros, da Trans Sat<br />

❙❙Cel Paulo Roberto Souza, da NTC<br />

❙❙Adriano Thiele, da JSL.<br />

que a fraude se tornará erradicada de<br />

forma definitiva. “A raiz de todo processo<br />

reside no enfraquecimento dos valores<br />

morais, somado a sensação de impunidade,<br />

em uma justiça em muitos casos lenta,<br />

o que incentiva o exercício”, recorda Marconi<br />

Peixoto, gerente de Riscos de Transportes<br />

da Willis Towers Watson. “Por isso,<br />

todo processo precisa ser dinâmico com<br />

ajustes constantes e que acompanhem a<br />

própria evolução logística”.<br />

Ele ainda frisa que continua sendo<br />

um ponto fundamental o combate à<br />

receptação de mercadoria roubada por<br />

comerciantes, principal fator que torna<br />

o roubo de carga no Brasil um negócio<br />

vantajoso. “Muitos processos contra receptadores<br />

se arrastam nos intermináveis<br />

corredores da justiça há décadas e quando<br />

são julgados, muitas vezes a materialidade<br />

da denúncia já pereceu”, finaliza.<br />

Recuperação do setor<br />

Com a instabilidade econômica e a<br />

queda do consumo, a movimentação física<br />

de cargas e de outros bens se retraiu.<br />

O último boletim Economia em Foco<br />

elaborado pela Confederação Nacional<br />

Para não errar ao contratar uma gerenciadora de riscos...<br />

... é necessário levantar o seu histórico know-how, carteira de clientes,<br />

corretoras e seguradoras. Segundo Eduardo Lima, da J&C Gestão de Riscos,<br />

os maiores equívocos ocorrem com clientes que acabam buscando a empresa<br />

mais barata. Ele ainda alerta para o fato de que algumas companhias<br />

também podem vender uma base de rastreamento dedicada a um único<br />

cliente que, quando implantada ao gerenciamento de risco, adiciona outros<br />

clientes para serem gerenciados na mesma base. “Para que isso seja<br />

evitado, é necessário abrir um bid e realizar visita técnica em cada empresa<br />

concorrente”, diz o executivo.<br />

Às gerenciadoras, cabe...<br />

... a atualização tecnológica constante para que se estejam sempre um<br />

passo a frente das quadrilhas que se especializam cada vez mais em roubos<br />

e furtos;<br />

... equilibrar os custos em momentos de crise. Para isso, devem investir<br />

em soluções de amplo espectro, que possam garantir ganho de escala na<br />

contratação, e que tragam redução de custos ao eliminar retrabalhos e trazer<br />

junto soluções logísticas e de gestão para o cliente.<br />

do Transporte (CNT), divulgado em setembro,<br />

revela que somente no primeiro<br />

semestre deste ano o setor de transporte e<br />

logística caiu 5,9%, fechando 37.410 postos<br />

de trabalho no período. Para agravar<br />

a situação, o Programa de Investimentos<br />

em Logística (PIL), anunciado pelo Governo<br />

Federal, não avançou. Sendo assim,<br />

como atender as companhias que, visando<br />

eficiência, redução de custos e melhora na<br />

competitividade em momentos de orçamentos<br />

apertados, buscam pela logística<br />

e pelo transporte eficiente?<br />

Na visão de Thiele, a melhor maneira<br />

para que as companhias do setor<br />

contornem as dificuldades é estudar<br />

continuamente cada operação em que<br />

atua, além de investir na qualidade do<br />

serviço prestado e na formação e no desenvolvimento<br />

dos colaboradores. Com<br />

as oscilações econômicas, ele também<br />

destaca a importância de não concentrar<br />

a atuação em um único segmento. “A economia<br />

funciona em ciclos, favorecendo<br />

diferentes setores em momentos distintos.<br />

As oscilações atuais, por exemplo, favorecem<br />

a indústria de alimentos, mas não o<br />

setor automotivo. A logística diferenciada<br />

é nossa regra, mas não existe uma receita<br />

pronta”, pontua.<br />

Confiante, o executivo lembra que o<br />

segmento terá um longo caminho pela frente<br />

até voltar a apresentar resultados positivos.<br />

Para isso, serão necessárias medidas de<br />

recuperação econômica – principalmente<br />

para a geração de empregos.<br />

40


41


evento | posse<br />

Novos comandantes<br />

Em cerimônia realizada em Salvador, SindSeg BA/SE/<br />

TO empossa nova diretoria. Sob o comando de João<br />

Giuseppe Esmeraldo, executivos ficarão à frente da<br />

entidade até 2019<br />

Para os próximos três anos, o<br />

Sindicato das Seguradoras da<br />

Bahia, Sergipe e de Tocantins<br />

(SindSeg BA/SE/TO) contará<br />

com os trabalhos da nova diretoria,<br />

empossada no dia 26 de agosto, para a<br />

gestão 2016/2019. Realizada em Salvador,<br />

na Bahia, a cerimônia contou a presença<br />

de personalidades do mercado segurador<br />

local e nacional.<br />

Em seu discurso, o presidente reeleito<br />

João Giuseppe Esmeraldo destacou a<br />

nova fase, reafirmando o compromisso<br />

com a indústria por meio da diretoria,<br />

comissões técnicas e demais entidades.<br />

“As ações planejadas por esta ges-<br />

❙❙Lideranças do mercado presentes na posse da nova diretoria<br />

tão estarão alinhadas com as ações da<br />

CNseg, FenSeg, FenaCap, FenaPrevi e<br />

FenaSaúde a fim de que a sinergia com<br />

as entidades mais representativas do setor<br />

seja cada vez mais fortalecida. Também<br />

contamos com o acolhimento e parceria<br />

das entidades locais, como Sincor-BA,<br />

CSB, Clube do Seguro de Feira de Santana,<br />

CSP-BA, Sincor-SE e Sincor-TO,<br />

para continuar edificando o mercado nos<br />

estados de atuação”, disse.<br />

O executivo enfatizou também o<br />

caminho que o Sindicato trilhou em sua<br />

primeira gestão, iniciada em 2013. “No<br />

primeiro mandato, tivemos o desafio<br />

de ressignificar o papel da entidade.<br />

❙ João Giuseppe Esmeraldo,<br />

❙<br />

❙ presidente do SindSeg BA/SE/TO<br />

Ampliamos a rede de relacionamento de<br />

seguros, identificamos demandas da indústria,<br />

ajustamos as formas de trabalho,<br />

agregamos as boas práticas, atravessamos<br />

fronteiras. Entre as conquistas, sem dúvida,<br />

a maior delas é o relacionamento<br />

e a integração que os profissionais das<br />

associadas passaram a ter. Hoje, as seguradoras<br />

trocam ideias sobre o mercado,<br />

se consultam, se unem enquanto grupo e<br />

como representantes de uma indústria”,<br />

declarou ele.<br />

Giuseppe aproveitou a ocasião para<br />

adiantar algumas propostas da diretoria<br />

para o triênio, como o estreitamento do<br />

diálogo com os órgãos de interesse ainda<br />

não atingidos pelo Sindicato, como<br />

magistrados e gestores públicos. Nesta<br />

gestão, o tema educação também ganhará<br />

maior atenção. “A ideia é estender para<br />

programas e ações educacionais com<br />

regularidade nas escolas e demais cam-<br />

42


Novo quadro diretivo gestão<br />

2016/2019<br />

❙❙Homenageados Meiry Sakagushi e Oriovaldo Lima<br />

pos da sociedade”, declarou o presidente, frisando ainda o compromisso de<br />

intensificar a comunicação do mercado com a imprensa. “As grandes mídias<br />

precisam saber o que devolvemos em benefícios para a sociedade, no sentido<br />

também de combater a imagem distorcida que ainda é propagada sobre o<br />

seguro”.<br />

A cerimônia contou ainda com homenagens à executiva Meiry Sakaguchi,<br />

pela atuação como diretora financeira do Sindicato e que recentemente<br />

aposentou-se do cargo de gerente comercial na Porto Seguro; e ao diretor<br />

da FenaPrevi, Oriovaldo Pereira Lima, único representante da Federação<br />

sediado na Bahia. Após a cerimônia, os convidados participaram de um<br />

jantar comemorativo, ao som de jazz.<br />

Presidente<br />

➥➥<br />

João Giuseppe Silveira Leite Esmeraldo –<br />

Bradesco Seguros<br />

Vice-presidente<br />

➥➥<br />

Paul Douglas Canarin – HDI Seguros<br />

Diretor Tesoureiro<br />

➥➥<br />

Gilberto de Jesus – Cia Aliança da Bahia<br />

Diretor Secretário<br />

➥➥<br />

André dos Santos Pereira –<br />

SulAmérica Cia Nacional de Seguros<br />

Diretor<br />

➥➥<br />

Alexandro Luciano Barbosa – Allianz Seguros<br />

Conselho Fiscal<br />

➥➥<br />

Eduardo Gregório Scartezini –<br />

Porto Seguro Cia de Seguros Gerais<br />

➥➥<br />

Nelson Brágio Uzêda – Excelsior Seguros<br />

➥➥<br />

Claudio Luis Moreira Almeida – Mapfre Seguros<br />

Suplentes do Conselho Fiscal<br />

➥➥<br />

Durvalice Viana dos Prazeres Fontana – MetLife<br />

➥➥<br />

Cassio Emanuel Silva Coutinho de Souza –<br />

Tokio Marine Seguradora<br />

➥➥<br />

Thiago Stahlmann da Silva – Bradesco Seguros<br />

43


painel<br />

saúde<br />

Obesidade Infantil<br />

O Centro de Desenvolvimento Comunitário Circo Social<br />

Vila Ré (CDC), na zona leste de São Paulo, que atende cerca<br />

de 500 jovens e crianças por meio de projetos sociais, ganhou<br />

uma horta comunitária, uma cozinha industrial e um refeitório.<br />

As novidades são fruto de uma parceria recém-firmada entre a<br />

Amil e a Associação Cristã de Moços/Young Men’s Christian<br />

Association (ACM/YMCA), que contribuirá para fortalecer a<br />

luta contra a obesidade infantil. Os participantes do projeto<br />

aprenderão a cultivar alimentos, com o acompanhamento de<br />

educadores, e terão à disposição o Espaço Amil para uma Alimentação<br />

Saudável, onde serão preparadas e servidas cerca de<br />

400 refeições por dia, com cardápio orientado por nutricionistas.<br />

No local, também serão realizados palestras e workshops<br />

de orientação nutricional ao longo de 2016. De acordo com a<br />

diretora de Sustentabilidade da operadora de saúde, Odete Freitas,<br />

“a parceria ajudará a disseminar a importância da adoção<br />

de hábitos saudáveis desde cedo, fazendo com que os jovens<br />

possam multiplicar os ensinamentos adquiridos não só dentro<br />

de casa, como também para toda a comunidade”.<br />

Plano de saúde para<br />

tempos de crise<br />

A Golden Cross relançou um plano empresarial focado na<br />

cobertura hospitalar, que proporciona acesso à urgência, emergência<br />

e internações. De acordo com o diretor de marketing da<br />

companhia, Cláudio Brabo, o produto atende a uma demanda<br />

do mercado diante da atual crise econômica e pode ajudar a<br />

minimizar a evasão de clientes do sistema de saúde suplementar.<br />

Brabo explica que mesmo grandes organizações têm sido<br />

afetadas por esse cenário de recessão e, por isso, buscam formas<br />

de reduzir as despesas com os planos de saúde. No caso<br />

das pequenas e médias empresas, esse impacto é ainda maior.<br />

Segundo o executivo, essa opção pode proporcionar uma<br />

redução de até 35% no preço final para os clientes. Ele destaca<br />

também que o produto permite que os associados estejam<br />

protegidos nos eventos de maior custo: as internações hospitalares.<br />

Brabo aponta que, dependendo do prazo e do hospital<br />

escolhido, os gastos podem ultrapassar ao valor de um carro<br />

ou até um imóvel, comprometendo o patrimônio da família e/<br />

ou da empresa<br />

Ameplan implanta Projeto<br />

de Ouvidoria Preventiva<br />

Criada em janeiro de 2014, a Ouvidoria da Ameplan<br />

Saúde está alinhada ao plano estratégico do corpo diretivo,<br />

atuando fortemente para evitar recorrências de ruídos. Fazendo<br />

uso dos indicadores obtidos a partir das manifestações<br />

de seus clientes, promove a análise, gera novas informações,<br />

provoca o debate e obtém sugestões para o aperfeiçoamento<br />

dos processos, provocando mudanças que contribuem para<br />

prevenção e reversão definitiva de reclamações.<br />

Atualmente, a Ouvidoria Ameplan está dando um novo<br />

passo, com o “Projeto Ouvidoria Preventiva”, uma proposta<br />

que se efetiva com a disponibilização dos indicadores<br />

de uma determinada área e, a partir destes indicadores,<br />

promove um debate com todos os profissionais do setor,<br />

independentemente de cargos e responsabilidades, mas com<br />

o único propósito de buscar sugestões, críticas e soluções<br />

que poderão ser utilizadas para o fim proposto ou qualquer<br />

outro campo de melhoria.<br />

Segundo Katia Regina Costa, Ouvidora da Ameplan<br />

Saúde e responsável pelo setor, o projeto já foi implantado<br />

nos departamentos de SAC, Cadastro e Comercial e será<br />

desenvolvido em toda sua extensão de negócio, adotando<br />

o conceito working together, com o comprometimento de<br />

todos e alinhado ao principal pilar da empresa, de ser reconhecida<br />

no mercado pela ética, profissionalismo e excelência<br />

no atendimento.<br />

O Projeto é um case de sucesso do canal da Ouuvidoria,<br />

onde se dá acesso a todas as informações compiladas nos<br />

relatórios gerenciais, instrumento de gestão essencial nas<br />

atividades de avaliação e monitoramento dos processos.<br />

Outro objetivo do projeto, além de estreitar a relação da<br />

ouvidoria com os gestores, é propiciar e estimular toda<br />

equipe para que sejam agentes de mudanças, contribuindo<br />

para o resultado institucional.<br />

“Entender nossos beneficiários e atuar preventivamente,<br />

antevendo ruídos, é uma ação estratégica, no qual a ouvidoria<br />

contribui para sanar as necessidades de seu cliente”,<br />

conclui Katia.<br />

44


45


tecnologia | realidade aumentada<br />

A grande aliada<br />

Ferramenta que ganhou notoriedade com o<br />

Pokémon Go já não é novidade para mercado<br />

segurador. Entenda como essa tecnologia<br />

pode auxiliar as empresas do setor a oferecer<br />

melhores experiências aos clientes<br />

Foi preciso poucas horas de seu<br />

lançamento no Brasil, no início<br />

de agosto, para que o game Pokémon<br />

Go registrasse as primeiras<br />

ocorrências no País. No Espírito Santo,<br />

um estudante de 14 anos teve o celular<br />

roubado enquanto tentava capturar um<br />

personagem no centro da cidade de Vila<br />

Velha. O mesmo aconteceu com um<br />

homem de 32 anos que, no momento da<br />

captura de mais um Pokémon, foi abordado<br />

por um ladrão na Avenida Paulista,<br />

em São Paulo.<br />

Tudo não passou de um susto por<br />

aqui, mas ocorrências graves já foram<br />

registradas em outros países por causa<br />

dos jogadores “distraídos”. Nos Estados<br />

Unidos, um motorista bateu o carro em<br />

uma viatura de polícia<br />

que estava parada.<br />

Já na Austrália,<br />

duas pessoas<br />

caíram de um<br />

precipício, em<br />

uma área rural,<br />

e precisaram<br />

ser resgatadas. No<br />

Japão, um estudante<br />

foi detido por andar a<br />

pé em uma rodovia expressa.<br />

Situações como essas fazem com que<br />

o jogo chame atenção, principalmente,<br />

de quem atua no mercado segurador.<br />

Prova disso é que algumas seguradoras<br />

já acrescentaram no portfólio um produto<br />

voltado aos jogadores de Pokémon Go,<br />

com coberturas para acidentes e para o<br />

transporte do segurado ao hospital. No<br />

entanto, antes mesmo do surgimento do<br />

Lívia Sousa<br />

game, o setor já voltava suas atenções<br />

à chamada realidade aumentada (RA),<br />

tecnologia que une ao mesmo tempo os<br />

mundos real e virtual por meio de um<br />

software.<br />

“Apesar de a ferramenta ter ganhado<br />

notoriedade por causa do Pokémon Go,<br />

as seguradoras já estavam antenadas<br />

no assunto. Elas entenderam que a<br />

ferramenta pode ser uma<br />

aliada e facilitar a vida<br />

do segurado”, declara<br />

Marcos Caruso, líder<br />

da Indústria de Seguros<br />

da Stefanini.<br />

Utilizada pela indústria<br />

de games há<br />

algum tempo, a realidade aumentada<br />

ganhou impulso a partir da proliferação<br />

dos dispositivos móveis e de sua combinação<br />

com outras tecnologias, conquistando<br />

também o mundo dos negócios. Na<br />

Ásia, nos Estados Unidos e na Europa,<br />

as empresas largaram na frente em sua<br />

utilização. Em solo brasileiro, muitas<br />

companhias estão estudando o assunto e<br />

algumas já colocaram a RA em campanhas,<br />

eventos e promoções.<br />

Instituições educacionais também<br />

se valem da ideia. O Serviço Nacional<br />

de Aprendizagem Industrial (Senai), por<br />

exemplo, conta com um aplicativo para<br />

que, por meio da câmera do celular ou do<br />

tablet, as imagens de seus livros didáticos<br />

sejam reconhecidas em 3D. Os alunos do<br />

curso técnico de automação industrial<br />

conseguem visualizar os marcadores<br />

impressos nas ilustrações e, assim,<br />

ter acesso aos conteúdos animados.<br />

A realidade aumentada<br />

nos seguros<br />

Por meio da realidade aumentada,<br />

as empresas podem<br />

46


❙❙Marcos Caruso, da Stefanini<br />

oferecer experiências maiores e melhores<br />

aos clientes, possibilitando que os consumidores<br />

“provem” produtos sem sair de<br />

casa ou sem necessariamente os tocar.<br />

No caso das seguradoras, pode-se, por<br />

exemplo, testar a exposição aos riscos<br />

sem de fato vivenciá-los, o que é ideal<br />

para as áreas de sinistros, subscrição e<br />

vistorias. “A realidade aumentada permite<br />

que processos de vistorias simples<br />

sejam feitos pelo celular. A ferramenta<br />

identifica o grau de reparo necessário”,<br />

afirma Caruso.<br />

Algo semelhante já ocorre em países<br />

europeus, onde o aplicativo identifica<br />

o ruído do automóvel e diagnostica as<br />

possíveis causas do problema. Alguns<br />

eletrodomésticos das linhas branca e<br />

marrom também adotam mecanismo<br />

similar. Essas medidas evitam a “quebra”<br />

na rotina do segurado, que por vezes precisa<br />

deixar o carro ou o eletrodoméstico<br />

em oficinas para finalmente saber o que<br />

ocorre com o seu produto.<br />

Realidade virtual<br />

A interação com ambientes em 360<br />

graus é a principal aposta da realidade<br />

virtual. Desenvolvida desde o final da década<br />

de 80, a tecnologia ganhou destaque<br />

com videogames e óculos inteligentes,<br />

mas já ultrapassa esses segmentos ao ser<br />

utilizada pelas áreas de esportes, entretenimento<br />

e imóveis.<br />

No mercado de seguros, a lista de<br />

possibilidades criadas por esse tipo de<br />

tecnologia é extensa. A começar pelo<br />

“passeio” por localidades e estradas, fator<br />

que pode ajudar a decidir quais proteções<br />

contratar em uma viagem. Ainda é possível<br />

navegar por prédios antes de construí-<br />

-los, o que auxilia no cálculo do valor<br />

da apólice do seguro da obra, além de<br />

“entrar” em uma casa, fazendo com que<br />

o cliente previna acidentes domésticos.<br />

Pode-se também trabalhar com a<br />

RA para educar e sensibilizar clientes<br />

a diminuírem sua exposição aos riscos,<br />

como, por exemplo, aplicativos de planos<br />

de saúde que premiam atitudes saudáveis,<br />

como um medidor de caminhadas com<br />

objetivos e prêmios ao longo do caminho.<br />

“Em seguro saúde, a realidade virtual<br />

pode ajudar inclusive na padronização de<br />

procedimentos médicos. As seguradoras<br />

geralmente perdem dinheiro porque<br />

os médicos não seguem o protocolo de<br />

atendimento”, lembra Caruso.<br />

Um caminho sem volta?<br />

“A tecnologia que temos hoje é muito<br />

nova e, por isso, a maioria das empresas<br />

está começando a aprender sobre ela”,<br />

declara Tuong Nguyen, analista de<br />

Pesquisas do Gartner, empresa de fornecimento<br />

de pesquisas e aconselhamento<br />

em tecnologia. As companhias que têm<br />

experiência com projetos pilotos também<br />

estão descobrindo como utilizar a realidade<br />

virtual a seu favor. Mas como saber<br />

se elas estão no caminho certo?<br />

“Cada empresa precisa de uma<br />

❙❙Tuong Nguyen, do Gartner<br />

❙❙Acácio Alves, da Provider IT<br />

meta para o uso da tecnologia. Algumas<br />

utilizam a realidade aumentada para a<br />

manutenção de equipamentos ou para<br />

menos erros no procedimento. Depois de<br />

implantar a tecnologia, é preciso comparar<br />

o resultado com a solução RA e sem<br />

a solução RA. Não há uma métrica para<br />

medir o sucesso. Depende do problema<br />

que ela está tentando resolver”, declara<br />

Nguyen.<br />

Mais uma prova de que a transformação<br />

digital invadiu de vez o dia a dia<br />

da sociedade e das corporações, a realidade<br />

aumentada será, em breve, maior<br />

que a realidade virtual. De acordo com<br />

um relatório recente da Digi-Capital, é<br />

esperado que a RA gere em torno de US$<br />

120 bilhões de receita para as empresas<br />

no ano de 2020, enquanto a expectativa<br />

para a RV fica em torno de U$ 30 bilhões.<br />

“A realidade aumentada irá impactar<br />

todos os setores da sociedade e do mundo<br />

corporativo, como medicina, pesquisa,<br />

educação, segurança, entretenimento,<br />

serviços e indústrias. Com a evolução<br />

da tecnologia e sua utilização em larga<br />

escala, o custo se reduzirá cada vez mais<br />

e a ferramenta se popularizará, tornando-<br />

-se muito presente em nosso dia-a-dia”,<br />

prevê o diretor executivo da Provider IT,<br />

Acácio Alves.<br />

Toda essa força, porém, não deve<br />

perpetuar. Com as velozes mudanças,<br />

já se espera que outro tipo de tecnologia<br />

se sobreponha à realidade aumentada<br />

em breve.<br />

47


evento | previdência<br />

Agenda para ajudar o País<br />

FenaPrevi<br />

discutiu a<br />

necessidade<br />

e propostas<br />

para reformas<br />

na Previdência<br />

Social durante<br />

evento em São<br />

Paulo<br />

Amanda Cruz<br />

A<br />

reforma da previdência social<br />

tem tomado os noticiários<br />

nos últimos tempos e levantado<br />

questionamentos sobre<br />

os direitos trabalhistas adquiridos dos<br />

brasileiros. No VII Fórum Nacional de<br />

Seguros de Vida e Previdência, promovido<br />

pela FenaPrevi, não foi diferente: a<br />

reforma foi o gancho de todos os painéis<br />

apresentados durante o dia 23 de agosto,<br />

em São Paulo. Os únicos que parecem<br />

não estar totalmente a par das mudanças<br />

propostas são os maiores interessados: a<br />

população.<br />

A entidade promoveu uma pesquisa,<br />

apresentada durante o evento, que mostra<br />

o tamanho do desconhecimento dos 1500<br />

entrevistados pela entidade. 44% deles<br />

sequer ouviram falar sobre as mudanças<br />

que estão sendo propostas.<br />

Pesquisa<br />

Idade para se aposentar, tempo de<br />

contribuição, direitos adquiridos são<br />

questões que evidenciam a contradição<br />

entre o que os indivíduos querem, acham<br />

e esperam. Por exemplo, quando perguntados<br />

sobre em qual idade deveriam ter o<br />

direito de se aposentar, homens acreditam<br />

que o ideal seria aos 58 anos, enquanto<br />

mulheres afirmam, em média, 53 anos e<br />

quando a pergunta é sobre o tempo de<br />

contribuição, as respostas ficam em 31 e<br />

48<br />

28 anos, respectivamente. Em contrapartida,<br />

se a pergunta é quando as pessoas<br />

acham que, efetivamente, conseguirão se<br />

aposentar as respostas se aproximam das<br />

idades que são praticadas hoje em dia,<br />

homens e mulheres se aposentando entre<br />

64,65 anos e 58,60 anos, respectivamente.<br />

Edson Franco, presidente da Fena-<br />

Previ, ressalta a discrepância entre os<br />

anseios dessa população e o que pode ser<br />

praticado na realidade: “as idades citadas<br />

estão muito abaixo da praticada na maioria<br />

dos outros países, 65 anos, que já vêm<br />

discutindo uma mudança para 67 anos”,<br />

afirma. Mas, independente do desejo pessoal,<br />

as pessoas têm consciência de que a<br />

idade de aposentadoria que almejam não<br />

será possível na prática.<br />

O País chegou ao momento que já<br />

era anunciado há mais de 20 anos por<br />

especialistas do setor. A conta não fecha.<br />

A previdência social custa, hoje, 12% do<br />

PIB. Comparado com o mundo, apesar de<br />

ser um país jovem, o Brasil ocupa o quinto<br />

lugar no ranking das nações que mais gasta<br />

com aposentadorias e pensões. Para José<br />

Cechin, diretor executivo da FenaSaúde,<br />

“as escolhas previdenciárias do País foram<br />

feitas sem fundamento atuarial” e agora é<br />

o momento de receber a conta.<br />

O primeiro ponto apontado por<br />

Edson Franco é a falta de equidade na<br />

distribuição. Para ele, falta um fator que<br />

unifique todos os aposentados, que acabe<br />

com as diferenciações, sejam elas por<br />

gênero, categoria profissional ou qualquer<br />

outro fator. Além da fixação de idade<br />

mínima para se aposentar, desvincular o<br />

ajuste da previdência do salário mínimo.<br />

A previdência privada<br />

A previdência privada tem muito<br />

a ver com o benefício social. Especialmente<br />

porque a primeira precisa de uma<br />

população bem preparada para lidar com<br />

finanças, que tenha educação financeira e<br />

que saiba o que pode vir do estado e o que<br />

deverá ser buscado no mercado privado.<br />

Sabendo não só do interesse em um<br />

mercado saudável, mas também do dever<br />

social enquanto entidade, Franco afirmou<br />

que a FenaPrevi, por meio da CNseg,<br />

entregou uma proposta ao governo para<br />

ajudar a decidir quais reformas podem<br />

ser feitas.<br />

O mercado de previdência privada<br />

não só é a favor como conta com as<br />

reformas da previdência para saber o<br />

terreno onde pisa, descobrir qual deverá<br />

ser o aumento da demanda nos próximos<br />

anos e se preparar para ajudar a instruir<br />

e educar cada vez mais pessoas sobre<br />

previdência, social e complementar, à<br />

medida que elas forem se integrando a<br />

esse mercado em busca de mais garantias<br />

para o futuro.


49


evento | sul<br />

Corretoras em festa e aprendizado<br />

Sincor-RS promove<br />

a décima edição do<br />

encontro de corretoras<br />

de seguro do Estado<br />

Bastante anunciado desde o início<br />

do semestre, o 10° Encontro<br />

Feminino de Corretoras de<br />

Seguros foi realizado no dia 12<br />

de agosto, em Porto Alegre, e promovido<br />

pelo Sindicato do Corretores de Seguros<br />

do Rio Grande do Sul (Sincor-RS).<br />

Feito especialmente para o público<br />

feminino, o evento acontece desde 2003<br />

e agora, em sua décima edição, contou<br />

com nomes como Maria Helena Monteiro,<br />

diretora de ensino técnico da Escola<br />

Nacional de Seguros, falando sobre autoconfiança<br />

e o espaço para as mulheres<br />

agirem, conquistando cada vez mais seus<br />

objetivos.<br />

O Dr. José Camargo, médico, escritor<br />

e palestrante gaúcho, teve a incumbência<br />

de falar sobre sabedoria e maturidade e<br />

foi muito bem recebido pelas participantes.<br />

Mas o dia foi mesmo das mulheres.<br />

Nomes como Simone Leite, presidente da<br />

Federasul, que tratou sobre o protagonismo<br />

da mulher no mercado de trabalho; as<br />

jornalistas Laura Medina e Isabel Ferrari<br />

– falaram sobre bem-estar e a relação<br />

das mulheres com a vida, o dia a dia e<br />

❙❙Representantes de entidades na abertura do evento<br />

dividiram suas próprias experiências e<br />

situações com o público. Leila Navarro,<br />

palestrante motivacional, encerrou a<br />

rodada de palestras com o tema “Como<br />

virar o jogo e ser feliz na vida pessoal e<br />

profissional”. Autoestima e confiança,<br />

mesmo em tempos difíceis, foram os<br />

motes da palestra de encerramento.<br />

Com um espaço maior para o evento,<br />

esse ano foram recebidas mais de 520<br />

mulheres. O presidente da entidade que<br />

promoveu o evento, Ricardo Pansera,<br />

afirmou, durante a abertura, que “a participação<br />

feminina no mercado de seguros<br />

é sempre bem-vinda, pois elas têm uma<br />

forma diferente de encarar situações.<br />

Vocês têm a percepção dos detalhes que<br />

frequentemente são ignorados”.<br />

Os patrocinadores tiveram um painel<br />

especial para falar sobre o mercado<br />

e sobre a participação das mulheres.<br />

Bradesco Seguros, HDI, Icatu Seguros,<br />

Liberty, Porto Seguro, Sancor, Sompo<br />

e SulAmérica preencheram o conteúdo<br />

e puderam falar daquilo que têm em<br />

suas companhias, em seus produtos,<br />

direcionados para o público feminino.<br />

Além disso, nesta edição as companhias<br />

seguradoras contaram com um lounge,<br />

seus espaços personalizados. Assim,<br />

puderam interagir com as corretoras,<br />

estando mais perto, conhecendo as particularidades<br />

da região e as expectativas<br />

dessas profissionais.<br />

❙❙Leila Navarro ministra palestra às corretoras<br />

Saldo positivo<br />

Ao final do evento, Pansera afirmou<br />

ter a sensação de objetivo alcançado.<br />

Os auditórios ficaram repletos para as<br />

palestras. Já, para o público, “o Sincor<br />

reconheceu a importância do papel das<br />

mulheres no mercado segurador brasileiro”,<br />

conforme disse uma corretora à<br />

entidade.<br />

Com isso em vista, o sindicato se<br />

prepara para a edição de 2017 do Encontro<br />

Estadual de Corretores de Seguros –<br />

Encor. A 12ª edição evento será realizada<br />

na cidade de Bento Gonçalves – RS nos<br />

dias 3 e 4 de agosto.<br />

50


51


As mulheres profissionais do<br />

mercado de seguros catarinense<br />

receberam um evento<br />

especial dedicado à sua atuação<br />

no setor. Nos dias 15 e 16 de setembro<br />

Blumenau sediou o 6° Encontro Catarinense<br />

da Mulher Profissional de Seguros,<br />

reunindo cerca de 400 congressistas,<br />

sendo 320 corretoras de seguros. O mote<br />

principal da realização estava atrelado à<br />

necessidade de trazer ainda mais à tona<br />

o importante papel da mulher dentro<br />

desse mercado. Elas, que vêm ganhando<br />

mais espaço a cada dia, puderam ouvir,<br />

perguntar e debater diferentes posicionamentos<br />

a partir do que foi discutido.<br />

O evento teve patrocínio da Escola<br />

Nacional de Seguros e de companhia<br />

do mercado, como a Bradesco Seguros,<br />

HDI, Liberty, Mapfre, MetLife, Porto<br />

Seguro, Sancor, Sompo, SulAmérica e<br />

Tokio Marine.<br />

Autoridades e representantes de<br />

entidades de outros estados marcaram<br />

presença na cerimônia de abertura, que<br />

contou ainda com a aula magna do palestrante<br />

Steven Dubner que trouxe ao<br />

palco do evento o tema: “Não sabendo<br />

que era impossível, foi lá e fez” – uma<br />

reflexão baseada em conquistas de deevento<br />

| encontro catarinense<br />

Blumenau recebe as mulheres<br />

do mercado de seguros<br />

O 6° Encontro Catarinense da Mulher Profissional de Seguros trouxe temas<br />

atuais para debate em dois dias de evento<br />

52<br />

ficientes físicos em jogos. Dubner foi o<br />

primeiro treinador da seleção brasileira<br />

de basquete com cadeiras de rosas.<br />

O fim da primeira noite foi marcado<br />

por um coquetel entre os estandes das<br />

seguradoras parceiras, proporcionando<br />

aos participantes momentos de interação<br />

e troca entre autoridades, corretores e<br />

seguradores.<br />

O presidente do Sindseg-SC, Paulo<br />

Lückman, esteve presente prestigiando<br />

o evento e reiterou apoio à iniciativa.<br />

“Nas últimas décadas, em todos setores<br />

econômicos, as mulheres demonstraram<br />

que com persistência e coragem é possível<br />

enfrentar qualquer batalha. Através delas<br />

que o papel de liderança exercido pela<br />

mulher se tornou destaque, principalmente<br />

no mercado de seguros”, afirmou.<br />

Entre os representantes de entidades<br />

estavam também Auri Bertelli, presidente<br />

do Sincor-SC e Maria Filomena Branquinho,<br />

presidente do Sincor-MG.<br />

Já no dia 16, o dia foi iniciado com a<br />

palestra de Rodrigo Maia. O tema abordado<br />

foi “Inovação, competitividade e<br />

crescimento”. Em seguida, foi a vez de<br />

Sônia Rica falar sobre alternativas de se<br />

aproximar do cliente e uma nova perspectiva<br />

de abordagem de vendas, com<br />

a palestra intitulada “Atendimento que<br />

pode fazer a diferença”.<br />

A tarde do segundo dia trouxe a<br />

descontração do desfile da Happy Modas,<br />

dando às congressistas mais um momento<br />

de descontração. As palestras foram<br />

retomadas com Patrícia Chacon, que<br />

ministrou uma conversa sobre “Marketing<br />

Feminino na conquista do espaço no mercado”.<br />

Seguida por Roberto Vilela falando<br />

sobre a “Corrida ao Sucesso”.<br />

O restante da tarde foi preenchido<br />

com lazer, e os congressistas tiveram a<br />

oportunidade de realizar atividades no<br />

espaço do Mercado Segurador, além de<br />

uma visita à Vila Germânica.<br />

A despedida do evento teve ainda<br />

sorteio de brindes oferecidos pelas seguradoras<br />

e uma festa mexicana que fechou<br />

a edição 2016 do evento.


53


eventos<br />

• nCCS-SP<br />

Mantendo o otimismo<br />

O otimismo sempre foi uma marca do mercado de seguros.<br />

Enquanto diversos setores sentiram a recessão que se instalou<br />

no País, os seguradores e corretores apostaram no crescimento,<br />

ainda que menor.<br />

Aparentemente, chegou a hora de voltar a apostar mais alto.<br />

O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo recebeu executivos<br />

da Bradesco Seguros para falar sobre o que acontecerá nos<br />

próximos meses e anos.<br />

Como porta-voz desse otimismo, Marco Antonio Gonçalves,<br />

diretor da companhia, começou a sua fala afirmando que o Brasil<br />

precisava de boas notícias. “O País precisa se recuperar do pessimismo.<br />

A grande notícia dos últimos tempos foi a Olimpíada, ela<br />

trouxe de volta a autoestima brasileira”, afirmou.<br />

O País continua com um posto entre os 10 maiores PIBs do<br />

mundo. “Não é uma economia frágil” e, ao se tornar mais longevo,<br />

abre novas oportunidades. “O abismo que existia entre a atividade<br />

de seguros e a economia é grande, mas isso é uma excelente<br />

notícia”, completa. A expectativa de crescimento, ainda em 2016,<br />

fica entre 9% e 11%, independente da possível retração de outros<br />

setores.<br />

A meta futura deverá ser recuperar a posição econômica<br />

que o Brasil almejava há algum tempo: ser a sexta economia do<br />

mundo. Junto com isso, até 2020, ser uma potência no mercado<br />

de seguros. No Brasil existe a cultura do patrimônio. O desejo do<br />

brasileiro é ter a casa própria, mas não há a cultura de assegurá-<br />

-la. “O brasileiro pode passar 30 anos trabalhando para conseguir<br />

adquirir um imóvel e não se dá conta que pode perdê-lo em 30<br />

segundos, por causa de um incêndio”, pontuou o executivo da<br />

Bradesco.<br />

Assim também é no seguro de vida. Só 18% da população<br />

têm essa modalidade de seguro. Geralmente, só tem por causa de<br />

associações. Outro exemplo é o seguro saúde, um grande desejo<br />

da população em geral, mas que só foi alcançado por 25%.<br />

• nresseguros<br />

Sem mistérios<br />

Dilmo Bantim e Paulo Botti, em almoço promovido<br />

pelo Clube Vida em Grupo de São Paulo, que<br />

recebeu o presidente da Terra Brasis Re e da ANRE (Associação<br />

Nacional das Resseguradoras), Botti, para falar<br />

sobre esta fatia do mercado. Ele fez questão de dizer aos<br />

participantes que não há mistério no resseguro e que<br />

ele serve de ferramenta para aumentar a capacidade<br />

das seguradoras.<br />

Sobre a nova entidade, Botti contou que ela nasceu<br />

com quatro companhias associadas: Terra Brasis, Austral,<br />

IRB Brasil e BTG Pactual, e que seu objetivo é desenvolver<br />

estudos e trabalhos técnicos que contribuam<br />

para o crescimento e o aprimoramento do mercado<br />

de seguros e de resseguros no Brasil.<br />

• nalmoço<br />

Unindo forças<br />

A Aconseg-SP recebeu no seu almoço de setembro<br />

o presidente do Sincor-SP, além de outros<br />

representantes do sindicato. As entidades reforçaram<br />

a importância de unir esforços para ajudar os corretores<br />

de seguros. Camillo se disse empenhado em<br />

fazer com que o sindicato cresça e tenha cada vez<br />

mais associados, além de continuar trabalhando em<br />

harmonia com as assessorias<br />

54


55


tecnologia | desafios<br />

A arrogância é inimiga da inovação<br />

Nem sempre a inovação<br />

é disruptiva, mas ela<br />

traz em seu escopo o<br />

treino de lançar um olhar<br />

diferente para formas de<br />

realizar coisas. É o pensar<br />

fora da caixa<br />

Kelly Lubiato<br />

As previsões se realizam<br />

muito mais rápido do que se<br />

imagina, principalmente em<br />

um mundo conectado. Isto<br />

torna a urgência necessária para todos<br />

os assuntos, principalmente quando se<br />

trata de inovação. O Dr. Hitendra Patel,<br />

diretor do IXL Center, salientou que a<br />

“humildade é a parceira da inovação,<br />

porque permite que se ouça ao redor,<br />

consumidores e steakholders”.<br />

O estudioso aponta que qualquer<br />

indústria pode ser mudada pela inovação<br />

disruptiva e que há opções para os momentos<br />

de crise. Ele ministrou palestra<br />

durante um evento realizado por uma<br />

seguradora no Guarujá, em São Paulo,<br />

para clientes e corretores de seguros, que<br />

tratou especificamente deste tema. Patel<br />

mostrou que as inovações devem acontecer<br />

em quatro áreas: sustentabilidade,<br />

saúde, conectividade e robótica.<br />

A inovação verde é necessária por<br />

conta do crescimento da população, das<br />

mudanças climáticas e da pesquisa de<br />

novos recursos. Há que se estudar como<br />

renovar, recriar e reciclar. “Na indústria<br />

alimentícia, já estão sendo formadas<br />

fazendas para criação de insetos, que<br />

possuem mais proteína do que um bife,<br />

ciclo de crescimento mais rápido e mais<br />

potencial para alimentar um grande número<br />

de pessoas”, exemplificou. Outro<br />

questionamento do especialista foi em<br />

relação às energias renováveis, que estão<br />

crescendo e o preço dos insumos caindo.<br />

Será que é o fim do petróleo?<br />

A inovação na saúde vem das pesquisas<br />

para atender a uma população cada<br />

56<br />

❙❙Dr. Hitendra Patel, diretor do IXL Center<br />

vez mais idosa, com avanço da biotecnologia,<br />

diagnóstico e prevenção, com o<br />

objetivo de baixar o custo da saúde. “A<br />

prevenção é fundamental para diminuir<br />

o custo da saúde. Além disso, a indústria<br />

da reposição de partes do corpo também<br />

está desenvolvida”, avaliou.<br />

A inovação em conectividade vem<br />

da digitalizacao e da conectividade<br />

total, databases e inteligência preditiva.<br />

“Esteja disponível em qualquer lugar e<br />

em qualquer momento”, é o lema. Por<br />

último, Patel citou a inovação robótica,<br />

que leva o ser humano a estar em<br />

qualquer lugar, dirigir qualquer coisa,<br />

operar qualquer fábrica ou fazer coisas<br />

de forma diferente. “Será a o fim de não<br />

estar fisicamente em qualquer lugar? Se<br />

você supervisiona cinco fábricas, pode<br />

andar por elas sem ter que visitá-las<br />

pessoalmente. Hospitais usam isso com<br />

os médicos”, contou.<br />

Todas estas mudanças poderão servir<br />

para que o ser humano tenha mais tempo<br />

para viver melhor, rindo mais e aproveitando<br />

seu tempo.<br />

O grande desafio para ter grandes<br />

ideias é ter mais pontos para poder ligar.<br />

Eles vêm de varias referencias que<br />

podemos conectar. Clientes, parceiros,<br />

experiências de outros setores.A recomendação<br />

do especialista é: “acumule<br />

mais pontos. Tente conectá-los de forma<br />

diferente, refazendo isso sempre. A<br />

primeira conexão é praticamente igual<br />

para todos, mas o exercício faz com que<br />

se comece a quebrar as regras e fazer<br />

diferente. Inovação é seguir as regras,<br />

quebrar as regras e fazer as conexões de<br />

forma diferente”, finalizou.<br />

As pessoas acreditam que apenas<br />

empresas emergentes e novos produtos<br />

levam às inovações disruptivas. Mas não<br />

é bem assim, pois muitas novidades vêm<br />

da evolução de tecnologias existentes. É<br />

a inovação de melhoria continua.<br />

Carlos Cortes, diretor da riscos da<br />

Zurich, mostrou exemplos de inovação a<br />

partir do carro autoguiado. 90% dos acidentes<br />

automobilísticos são causados por<br />

erro humano. US$ 9 mil é o custo médio<br />

de um carro por ano nos EUA. No Brasil<br />

é R$ 15 mil. Ele é usado apenas 4% do<br />

tempo, passa 30% do tempo estacionado,<br />

ocupando espaço. A taxa de ocupação dos<br />

veículos nos EUA é de 1,02 ocupantes.<br />

No Brasil, é 1,04. As novas tecnologias<br />

podem causar mudanças neste cenário.<br />

“A mistura de carros auto-dirigíveis<br />

e compartilhamento pode reduzir a frota<br />

de 250 milhões para 25 milhões nos<br />

EUA. Os acidentes cairiam de 8 milhões<br />

para 1,1 milhão de acidentes de trânsito,<br />

com queda do consumo de combustíveis<br />

de 36 bi de litros para 760 milhões de<br />

litros por ano”, demonstrou Cortes.


pesquisa | blockchain<br />

Base sólida de dados<br />

As seguradoras precisam ter dados consistentes<br />

para que possam fazer os melhores negócios<br />

e mitigar os erros de contratação. Compilar e<br />

dividir dados pode ser a estratégia mais acertada<br />

para alcançar essa meta<br />

Blockchain: uma estrutura que<br />

computa diferentes dados e<br />

arma um histórico com essas<br />

informações. A partir delas,<br />

aqueles que fazem parte de um grupo<br />

com acesso, podem desenvolver suas<br />

transações conhecendo todo o background<br />

da outra ponta com quem fará<br />

negócios.<br />

Muito utilizada com os processos<br />

que envolvem bitcoin, uma espécie de<br />

moeda criptografada e online que permite<br />

pagamentos baseado em códigos na rede<br />

através de qualquer tipo de gadget com<br />

acesso, esse mecanismo facilita processos,<br />

deixa-os mais seguros além de facilitar<br />

a análise.<br />

Não à toa, outras indústrias começaram<br />

a olhar para essa realidade e a tentar<br />

montar essa parte do quebra-cabeça para<br />

encaixá-lo em seus negócios. O mercado<br />

de seguros é um desses interessados.<br />

De acordo com estudo publicado em<br />

julho de 2016 pela consultoria PwC, o<br />

mercado tem se voltado para a novidade.<br />

O estudo afirma que esse é um tema na<br />

agenda de seguradores e resseguradores<br />

Amanda Cruz<br />

globais, e muitos já investiram em experimentos<br />

para pesquisar a usabilidade.<br />

Entre as principais vantagens de<br />

ter esse banco de dados estão algumas<br />

questões como o fato dele ser à prova de<br />

falsificação na manutenção de registros,<br />

a descentralização de autoridades para<br />

validação de processos e as respostas<br />

apropriadas dos códigos eletrônicos<br />

condensados.<br />

Quatro pilares estariam presentes<br />

nessa relação: identidade, espaço, tempo<br />

e mutualismo. No primeiro, a tecnologia<br />

blockchain oferece a possibilidade de um<br />

banco de dados portátil, seguro e global<br />

contendo informações pessoais ou legais<br />

de cada indivíduo. Isso pode simplificar os<br />

processos reduzindo os atrasos e custos. O<br />

estudo afirma, ainda, que isso seria capaz<br />

de reduzir os riscos de fraudes.<br />

Já no pilar espaço, o blockchain<br />

permite interação resiliente entre participantes<br />

dispersos. No contexto dos seguros,<br />

isso poderia ampliar a rede de seguradores<br />

envolvidos em uma transação, permitindo<br />

ajustes mais rápidos entre os mercados.<br />

Combinado com outras tecnologias digitais<br />

emergentes, seria possível até mesmo<br />

contribuir para produtos customizados<br />

mais precisos, como o seguro de um container<br />

de carga que cobrisse apenas uma<br />

etapa da sua viagem.<br />

O tempo, terceiro pilar, o estudo afirma<br />

que dentro dos seguros o blockchain poderia<br />

causar novas capacidades de fazer as<br />

coisas. Por exemplo, um segurado poderia<br />

manter um registro de estoque em tempo<br />

real de seu armazém, podendo comprovar<br />

se o valor segurável daquela mercadoria<br />

estava correto. Isso possibilitaria o seguro<br />

cobrir risco real ao invés de um risco máximo<br />

estimado. Por outro lado, fornecendo<br />

um caminho para uma super auditoria a<br />

todo momento esse monitoramento de<br />

blockchain pode melhorar a segurança<br />

jurídica, dando dados mais precisos.<br />

O último pilar é também a base do<br />

mercado de seguros: o mutualismo. O<br />

estudo aponta essa área como a que a tecnologia<br />

de blockchain mais se manifesta,<br />

pois ele permite que a operação descentralizada<br />

reduza também os monopólios.<br />

Muitos dos processos de base da<br />

venda do seguro decorre de manter o<br />

controle de documentação e ter a certeza<br />

de que os registros existentes entre cliente,<br />

corretores subscritores, resseguradores e<br />

gerentes de sinistros permaneçam intactos.<br />

Essa compilação de dados proporciona<br />

um controle de informações densas e<br />

muitas vezes complicadas, que mudam<br />

com o tempo, de maneira mais fácil, isso<br />

reduz erros, atrasos, custos e incertezas de<br />

natureza legal.<br />

Quase todos os entrevistados estavam<br />

conscientes sobre os benefícios que uma<br />

mudança dessas pode trazer. A maioria<br />

deles afirmou ter feito algum curso ou<br />

participado de conversas e debates sobre o<br />

tema. Mesmo assim, poucos deles podiam<br />

afirmar, com convicção que tinham um<br />

bom domínio sobre o tema.<br />

A realidade apontada mostra que o<br />

mercado tem apetite para tecnologias que<br />

trazem soluções, mas ainda precisa se<br />

familiarizar e encontrar o local adequado<br />

para elas.<br />

57


comunicação e expressão<br />

por J. B. Oliveira*<br />

O xis da questão...<br />

Além de ser uma letra do alfabeto, o X apresenta uma<br />

polivalência simplesmente incrível! Na álgebra, martiriza<br />

os estudantes como símbolo da incógnita nas equações;<br />

em aritmética, indica uma das quatro operações básicas; na<br />

gramática, está presente na classe dos numerais, equivalendo<br />

ao número 10 em algarismos romanos! Na formação do<br />

ser humano, é o cromossomo que vai caracterizar o sexo<br />

masculino (XY) ou o feminino (XX). Na gastronomia de<br />

lanchonete, está na frente do gostoso X-Burger... Nos laboratórios,<br />

é famoso no Raio X. Nos contos infanto-juvenis,<br />

faz-se presente para assinalar onde está enterrado o tesouro!<br />

Nesta mesma seara, nomeia um grupo de super-heróis:<br />

X-Men. Nas festas de fim de ano, se recebermos cartão de<br />

Natal do exterior, certamente trará votos de Merry Xmass.<br />

Talvez por isso o ex-titular (olhe o xis aí, gente!) da<br />

8ª posição entre os milionários do mundo, tenha inserido<br />

essa letrinha milagrosa na maioria das 14 empresas que<br />

integravam o grupo EBX, sigla composta por suas iniciais<br />

Eike Batista, mais o x, que, segundo ele: “representa a<br />

multiplicação e acelera a criação da riqueza”. E não é que<br />

ele deu ao livro que escreveu o sugestivo título de “O xis<br />

da questão” – “A trajetória do maior empreendedor do<br />

Brasil”, publicação da editora Primeira Pessoa?<br />

“O Xis da Questão” é, ainda, o nome de um restaurante<br />

localizado na rua Lins de Vasconcelos, no Rio de Janeiro...<br />

Quanto a seu uso, ah! esse deve ser o horror dos estrangeiros!<br />

Afinal, essa letrinha pode indicar cinco – na<br />

verdade, seis – situações fonéticas diferentes. Analisemos<br />

as mutações que aparecem nesta frase:<br />

O sexto xarope foi o máximo: exagerado, quase tóxico,<br />

mas excepcional.<br />

1. Sexto: o som aqui é de S. A pronúncia é a mesma de<br />

CESTO. É o mesmo caso dos vocábulos texto, expectativa,<br />

têxtil (esta palavra é paroxítona, com acento na primeira<br />

sílaba...).<br />

2. Xarope: aqui soa como CH, à semelhança de enxofre,<br />

vexame, xeque.<br />

3. Máximo: o som é de SS, da mesma forma que em<br />

auxílio, próximo. Vale notar que em italiano a palavra<br />

equivalente é massimo. Temos em São Paulo um famoso<br />

chef de cozinha que pôs seu nome próprio, Massimo, no<br />

restaurante que manteve por muitos anos na alameda<br />

Santos.<br />

4. Exagerado: aqui o som é de Z, como ocorre em<br />

exausto, exame, inexorável. E ao chegar a essa palavra,<br />

paramos um pouquinho. Há muuuitas pessoas que pronunciam<br />

INECSORÁVEL, achando que é a forma certa. Não<br />

é! A origem da palavra é o verbo EXORAR, cuja pronúncia<br />

não causa dúvida: é EZORAR. Ora, como o termo derivado<br />

acompanha o primitivo, segue-se que a pronúncia correta<br />

da palavra que estamos focando é ineZorável.<br />

Há uma composição de Flávio José, chamada “A natureza<br />

das coisas”, que a certa altura diz: “A natureza não<br />

tem pressa / segue seu compasso / inexoravelmente chega<br />

lá”. Um vídeo mostra o autor e outros dez cantores - entre<br />

eles Elba Ramalho, Frank Aguiar e Cristina Amaral -<br />

interpretando esse forró e todos cometem o mesmo erro:<br />

cantam ineCSoravelmente...<br />

5. Tóxico: aqui, sim, o som correto é CS, como em sexo,<br />

nexo, látex. E também aqui ocorre desvio de pronúncia.<br />

Não são poucos os que dizem TÓCHICO! O interessante<br />

é que outra palavra – de mesmo berço etimológico – é<br />

pronunciada corretamente: TOXINA!<br />

6. Excepcional: esta é a sexta possibilidade: x não tem<br />

nenhuma função fonética. É como se não existisse, assim:<br />

ecepcional! O fenômeno se estende a outras palavras, como<br />

exceção, excesso, exceto.<br />

Para fechar, vale a pena passar uma vista d’olhos em<br />

outros aspectos que envolvem o X e causam incorreções<br />

ou dúvidas.<br />

Esterno é nome um osso do peito; externo é relativo<br />

ao exterior. Estrato é camada ou tipo de nuvem; extrato é<br />

o que se extraiu de alguma coisa, como extrato bancário.<br />

Chá é infusão de folhas; xá é o designativo dos soberanos<br />

da antiga Pérsia, atual Irã. Cheque é ordem de pagamento;<br />

xeque é jogada de xadrez. Tacha é mancha, defeito; Taxa<br />

é tributo. Chácara é propriedade rural (em Atibaia, por<br />

exemplo...); xácara é narrativa popular em versos. Espiar é<br />

espreitar; expiar é remir, pagar. Daí vem a expressão “bode<br />

expiatório”, que tem origem no culto hebraico dos tempos<br />

históricos, descrito na Bíblia, no capítulo 16 de Levítico.<br />

Por ocasião do Yom Kipur – o Dia da Expiação – um bode,<br />

sobre cuja cabeça tinha o sacerdote confessado os pecados<br />

do povo, era tocado para o deserto levando simbolicamente<br />

todas suas culpas. Na linguagem figurada de nossos dias,<br />

bode expiatório é a pessoa sobre quem os outros fazer recair<br />

a culpa por algum erro. Nesse caso, no Brasil, temos<br />

verdadeiros rebanhos desses bodes!<br />

* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />

É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />

www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />

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