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por Lívia Sousa<br />
A<br />
evolução tecnológica acontece<br />
praticamente sem intervalos<br />
em todas as esferas, deixando<br />
cada vez mais claro que quem<br />
não acompanhá-la terá grandes chances<br />
de ser prejudicado em um futuro próximo.<br />
O setor de seguros já se mostra atento<br />
a essas inovações, com corretoras e seguradoras<br />
se preparando para trabalhar com<br />
o novo público e lidar com as mudanças<br />
que surgem em relação aos riscos.<br />
“As comunicações interna e externa<br />
deverão passar por grandes adaptações<br />
nos próximos anos. A geração milênio<br />
e as gerações mais novas já preferem se<br />
atualizar vendo um vídeo na sua estação<br />
de trabalho do que receber e ler um e-<br />
mail sobre o mesmo tema. O mercado de<br />
seguros deverá evoluir nessa direção e essa<br />
evolução, possivelmente, chegará com um<br />
melhor entendimento do produto seguro,<br />
dos contratos comprados e do uso dos<br />
serviços e benefícios”, pontua Mauricio<br />
Galian, diretor geral de Tecnologia, Operações<br />
e Pós Venda do Grupo BB e Mapfre.<br />
Mas como todo segmento disposto a<br />
incorporar novidades em seus processos,<br />
o ramo securitário esbarra em alguns desafios<br />
no desenvolvimento e na aplicação<br />
dessas ferramentas. Muitos dos gargalos<br />
estão intrinsecamente ligados à mudança<br />
de perfil do cliente, que é sempre o principal<br />
foco de cada nicho. Mais exigente,<br />
informado e multimodal, o consumidor<br />
❙❙Mauricio Galian, do Grupo BB e Mapfre<br />
moderno avalia uma grande quantidade<br />
de conteúdo antes de definir a compra e<br />
quer serviços personalizados.<br />
“Para acompanharem a prática da<br />
mobilidade e toda essa tendência crescente,<br />
a fim de se manterem no mercado<br />
de forma competitiva, essas empresas<br />
devem estar totalmente prontas para<br />
atender a esse cliente, provendo toda a<br />
estrutura necessária”, lembra o diretor<br />
vice-presidente de TI do Banco Bradesco,<br />
Maurício Machado de Minas.<br />
As companhias devem trabalhar<br />
iniciativas de mudanças e, com uma boa<br />
base, priorizar a segurança da informação,<br />
algo desafiador e primordial para todos<br />
os vértices do negócio. As seguradoras<br />
devem priorizar ações para que o assunto<br />
seja trabalhado como algo intrínseco.<br />
“Vale destacar a relação entre prestação<br />
de serviços e a troca de informação,<br />
priorizando a garantia de qualidade do<br />
conteúdo, além da diminuição de fraudes.<br />
É um mal existente”, frisa Machado.<br />
Entraves<br />
Os primeiros entraves aparecem na<br />
infraestrutura das telecomunicações –<br />
que no Brasil, além de somar milhares<br />
de reclamações, é a mais cara do mundo<br />
em telefonia celular, segundo a União<br />
Internacional de Telecomunicações, da<br />
Organização das Nações Unidas (ONU).<br />
“Precisamos de uma infraestrutura mais<br />
robusta, mais ágil e com uma abrangência<br />
maior”, frisa a CIO da Liberty<br />
Seguros, Ana Lucia D’Amaral. Segundo<br />
ela, o setor busca alternativas para os<br />
momentos em que a comunicação precisa<br />
ser realizada de maneira offline ou com<br />
uma conectividade limitada. “Por isso, é<br />
fundamental utilizar alternativas de operadoras,<br />
links, banda larga etc”, completa.<br />
Além de aproximar canais e clientes,<br />
a tecnologia beneficia qualquer mercado.<br />
Para o ramo securitário, especificamente,<br />
favorece a propagação da cultura de<br />
seguros no Brasil, fator importante para<br />
o setor, que ainda tem muito espaço para<br />
crescer; para a economia e para a própria<br />
sociedade. “Esses temas fazem parte do<br />
ecossistema da transformação digital e<br />
este é o novo grande desafio das empresas<br />
que precisam ser ágeis na busca pela<br />
transformação”, diz Galian.<br />
❙❙Ana Lucia D’Amaral, da Liberty<br />
Para as companhias que atuam neste<br />
nicho há uma maior necessidade de se<br />
estruturar, processar e interpretar o volume<br />
de dados que recebem e armazenam<br />
(informações oriundas de corretores,<br />
parceiros, clientes, canais, redes sociais,<br />
telemetria, notícias, mercado externo e<br />
dados de cotações). Se tratadas corretamente,<br />
essas informações resultam em<br />
processos mais eficientes, melhoria da<br />
operação e redução da burocracia.<br />
“As seguradoras trabalham com<br />
estatísticas, modelos atuariais e análises<br />
preditivas, por isso a necessidade do<br />
tratamento eficiente das informações<br />
para dar respostas rápidas, criar produtos<br />
diferenciados, agilizar o pagamento de<br />
sinistros e gerar informações claras e<br />
simples para o segurado e o corretor”,<br />
afirma Adilson Lavrador, diretor de<br />
Operações e Tecnologia da Tokio Marine.<br />
Ou seja, quanto mais o setor conhecer<br />
seu mercado e seu público, mais eficiente<br />
será na precificação de seus produtos e<br />
melhor será sua capacidade de oferecer<br />
serviços de qualidade. Neste contexto, a<br />
exploração de Big Data (volume de dados,<br />
estruturados ou não, que impactam<br />
os negócios diários), a disponibilização<br />
de serviços digitais e a mobilidade são<br />
tecnologias que as seguradoras devem<br />
olhar com atenção.<br />
Interagindo com o<br />
consumidor<br />
O mercado bancário é um exemplo<br />
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