Revista Apólice #208

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Roberto<br />

Posternak,<br />

diretor<br />

comercial<br />

Alon<br />

Lederman,<br />

vicepresidente


editorial<br />

Ano 21 - nº 208<br />

Março 2016<br />

Esta revista é uma<br />

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Os artigos assinados são de responsabilidade<br />

exclusiva de seus autores, não<br />

representando, necessariamente, a<br />

opinião desta revista.<br />

Será que as<br />

mudanças virão?<br />

O Brasil atravessa um momento político crítico. Enquanto uns<br />

clamam pela saída da presidente Dilma, seja por impeachment<br />

ou por anulação do resultado da eleição, eu me pergunto: quem<br />

ficaria no seu lugar? Entregar o País nas mãos do Michel Temer e<br />

do PMDB é a melhor opção? Um partido que nada conforme a<br />

corrente do oportunismo é capaz de governar pelos próximos dois<br />

anos e meio sem acabar de adernar este navio já tão danificado?<br />

Não vejo nenhum movimento no sentido da formação de<br />

novas lideranças. O que há de jovem na política já está viciado<br />

com os padrões de comportamento do passado (vide ACM Neto<br />

ou João Campos). Será que uma operação anticorrupção como a<br />

Lava-Jato será esta bomba VAP de limpeza que esperamos?<br />

Sou completamente a favor da manifestação popular. Acredito<br />

que esta seja uma das melhores maneiras de demonstrar o inconformismo<br />

com o status quo. Entretanto, não adianta ir para a rua<br />

protestar e não fazer a lição de casa, cometendo pequenos ‘delitos’<br />

na intimidade.<br />

Nosso compromisso com aquilo que tanto queremos (educação<br />

para todos, saúde, qualidade de saúde) tem que ser praticado<br />

no nosso cotidiano. Ser ético, generoso com o próximo, sustentável<br />

e resiliente. E, é claro, não esquecer de praticar a cidadania em<br />

todos os momentos, principalmente, na hora do voto. Cabe a nós,<br />

também, fomentarmos o aparecimento de novas lideranças. Não<br />

podemos ter medo das mudanças.<br />

Boa leitura<br />

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3


sumário<br />

06 entrevista<br />

A CNseg e demais Federações do<br />

mercado empossam nova diretoria<br />

e os presidentes falam sobre os desafios<br />

para o triênio 2016-2019<br />

30 encontro<br />

Personalidades influentes do mercado<br />

de seguros se reúnem na<br />

Bahia para discutir temas políticos<br />

e econômicos que afetam o setor<br />

e todo o País<br />

22<br />

capa<br />

Empresa evolui em sua atuação e busca<br />

alternativas para disseminar o seguro de<br />

40 eventos<br />

automóvel entre as pessoas sem seguro<br />

Cruzeiro da Família, novidades e<br />

atualizações do setor e números do<br />

DPVAT marcam o mês do mercado<br />

de seguros<br />

26 resseguro<br />

Desafios econômicos chegam ao mercado<br />

de resseguros levando as companhias<br />

41 análise<br />

a direcionar foco para projetos de longo<br />

Oscar Schimidt, presidente da Metprazo<br />

Life na América Latina, comenta o<br />

crescimento do mercado na região<br />

e o futuro do setor no Brasil<br />

28 corretoras<br />

Pelos olhos dos corretores de resseguros,<br />

saiba as tendências do setor e como está a<br />

atuação do País junto aos players mundiais 10 | painel<br />

16 | gente<br />

34 mulheres 20 | direto de Londres<br />

Participação feminina no mercado de<br />

seguros saltou 8% em 12 anos. Executivas<br />

analisam o impacto da presença delas no<br />

segmento<br />

42<br />

|<br />

comunicação<br />

4


entrevista | CNseg<br />

Continuando a<br />

João Francisco Borges da Costa<br />

(FenSeg), Marco Barros (FenaCap),<br />

Solange Beatriz Palheiro Mendes<br />

(FenaSaúde), Marcio Coriolano<br />

(CNseg), Edson Franco (FenaPrev)<br />

CNseg e federações de seguros empossam<br />

novas diretorias e, ao mesmo tempo que<br />

pretendem dar continuidade ao trabalho<br />

das gestões anteriores, querem mudanças<br />

para alcançar a modernização<br />

Amanda Cruz<br />

APÓLICE: Todos os setores da economia<br />

procuram se aproximar de processos<br />

de modernização. Como a CNseg pretende<br />

fazer isso?<br />

Marcio Coriolano: A modernização<br />

da CNseg significa, principalmente, dar<br />

estabilidade para o quadro de colaboradores.<br />

E auxiliar na formação, capacitação e<br />

treinamento dos servidores da entidade.<br />

6


mudar<br />

Precisamos privilegiar os servidores de<br />

nosso quadro e ter capacidade de contratar<br />

estagiários e pessoas que possam fazer<br />

carreira dentro da entidade.<br />

Outra perspectiva em curso é a área<br />

de estudos e projetos, que vai agregar à<br />

expectativa que temos de fornecer estatísticas<br />

para o mercado. O terceiro pólo<br />

de modernização, que talvez seja hoje o<br />

mais importante, é a Central de Serviços<br />

da Confederação, que são diversos bancos<br />

de dados estruturados. Essa Central é<br />

fonte de renda e já representa uma etapa<br />

da modernização da CNseg.<br />

APÓLICE: Para manter o processo de<br />

continuidade almejado, o que precisa<br />

ser mudado?<br />

Marcio Coriolano: Não vamos<br />

inventar a roda, o mercado segurador já<br />

sabe o que quer. A questão é saber priorizar<br />

diante de um cenário de dificuldade<br />

econômica grave que nós temos hoje. Foi<br />

um ano difícil e vai ser mais difícil ainda<br />

em 2016. Precisamos unir mais as federações<br />

para acelerarmos aquilo que está na<br />

Susep, no parlamento, e também na ANS.<br />

As mudanças se darão em propor<br />

a melhoria do DPVAT, do DEPEN e do<br />

Seguro Rural. Temos que captar quais<br />

são as melhores oportunidades nesse<br />

cenário sem descuidar do futuro.<br />

APÓLICE: Os cuidados serão mais com<br />

os produtos que já estão saindo ou a<br />

criação de novos?<br />

Marcio Coriolano: Fundamentalmente,<br />

focaremos aqueles que estão<br />

prontos. Em período de dificuldade não<br />

podemos economizar esforços. Evidentemente,<br />

acreditamos que os outros<br />

produtos vão acontecer também, mas<br />

acho que a principal mensagem que<br />

queremos passar é organizar e ir mais<br />

forte naquilo que for mais importante<br />

no curto prazo.<br />

APÓLICE: Como a CNseg e o mercado,<br />

em geral, podem conversar com o<br />

governo para se posicionar como um<br />

auxílio para esse momento?<br />

Marcio Coriolano: O plano de<br />

curto prazo é a estruturação de nosso escritório<br />

em Brasília. Vamos colocar mais<br />

gente capacitada para poder acompanhar<br />

os processos legislativos, unir forças<br />

com o poder executivo e ter interlocução<br />

com o judiciário, como existe em outras<br />

confederações. Acredito que estejamos<br />

um pouco atrasados nesse aspecto, mas<br />

já tomamos a primeira medida.<br />

Temos que nos aproximar mais desses<br />

três poderes com informações. Meu<br />

diagnóstico é que eles não entendem<br />

ainda muito bem o mercado de seguros e<br />

o quanto ele produz e favorece a sociedade.<br />

Toda nossa linha será de produção de<br />

7


CNseg<br />

workshops, seminários, congressos e literatura.<br />

Queremos inundar o legislativo<br />

e o judiciário com nossas informações.<br />

Da mesma forma que queremos fazer<br />

na imprensa.<br />

APÓLICE: A fomentação da cultura é<br />

uma das esperanças para 2016?<br />

Marcio Coriolano: Não tenho a<br />

menor dúvida. Pretendemos focar e<br />

falar de educação do seguro. Uma coisa<br />

é educação financeira, que se confunde<br />

muito com como você administra seu<br />

orçamento, como deve fazer para investir,<br />

aplicar para se proteger da inflação<br />

etc. Nós queremos levar à população a<br />

educação do seguro: a importância da<br />

mutualidade, gerenciamento de risco,<br />

prevenção. Temos que focar nessas<br />

premissas do seguro, dentro do guarda-<br />

-chuva da educação financeira.<br />

< FenaSaúde ><br />

APÓLICE: Como a nova diretoria pretende<br />

lidar com questões como inflação<br />

médica e judicilização nesse momento<br />

de crise?<br />

Solange Beatriz: A questão da<br />

judicialização nós precisamos combater<br />

com informação, quer seja informação<br />

para os segurados, para população, quer<br />

para a própria magistratura. Essa deverá<br />

ser a nossa base, o caminho que temos<br />

que adotar para fazer frente a essa questão<br />

do judiciário.<br />

Com relação aos custos, nós temos<br />

um trabalho intenso em relação às órteses<br />

e próteses, esse trabalho vai desde<br />

o combate a fraude até a políticas com<br />

órgãos reguladores como Anvisa, para<br />

promovermos discussão e, também, informação<br />

e troca de conhecimento com<br />

a cadeia produtiva.<br />

APÓLICE: Quais as principais metas<br />

da gestão da FenaSaúde para esse<br />

triênio?<br />

Solange Beatriz: Entre as nossas<br />

bandeiras de atuação destaco a ampliação<br />

das frentes de interlocução com<br />

os órgãos de defesa do consumidor, a<br />

parceria com as autoridades de mercado<br />

e o contato permanente com os veículos<br />

de comunicação para esclarecer, ouvir<br />

e gerar conteúdo de interesse da sociedade<br />

em geral. Intensificar o foco na<br />

informação para toda a cadeia produtiva,<br />

basicamente. Além de uma política<br />

mais estratégica com relação às Órteses,<br />

Próteses e Materiais Especiais e modelo<br />

de remuneração.<br />

APÓLICE: Em seu discurso de posse,<br />

foi enfatizado que é preciso rever o que é<br />

pago aos prestadores de serviço. Quais<br />

serão as medidas?<br />

Solange Beatriz: Serão sobre o<br />

modelo de remuneração. Sempre se<br />

adotou o modelo do Fee-for-service,<br />

no qual você paga por procedimento<br />

(serviço prestado, serviço pago). Isso foi<br />

muito tradicional no mercado segurador<br />

do mundo todo e aqui também é assim.<br />

Em outros países, como EUA, já houve<br />

mudanças nesse modelo. Lá, a mensuração<br />

se dá por efetividade, por qualidade<br />

e é isso que vamos buscar aqui. É difícil.<br />

Em vinte anos que lido com mercado de<br />

saúde sempre houve essa discussão e<br />

ela sempre esteve patinando. Mas agora<br />

estamos, efetivamente, mais alinhados<br />

e próximos dos prestadores para poder<br />

encontrar uma solução.<br />

< FenaCap ><br />

APÓLICE: O que você acha que a FenaCap<br />

precisa fazer para que a população<br />

entenda a capitalização como um<br />

instrumento de educação financeira?<br />

Marco Barros: Acho que temos<br />

que intensificar nosso programa de<br />

educação em seguros, logicamente<br />

inserindo a capitalização dentro desse<br />

contexto. Seja para ações de educação<br />

no ato de poupar, de programar, objetivos<br />

temporais, criar as poupanças da<br />

forma correta para que você possa usar<br />

mais adiante.<br />

Entendemos que esse programa<br />

é fundamental. Mas ele só não basta.<br />

Acho que temos que estar antenados<br />

com a demanda da sociedade, com o<br />

entendimento das suas expectativas e<br />

gerar valor através de inovação, através<br />

da entrega de novas soluções em capitalização.<br />

Sempre ancorado nesse novo<br />

posicionamento, que é da capitalização<br />

como solução de negócios com sorteio.<br />

“Precisamos<br />

unir ainda mais<br />

as federações<br />

para acelerarmos<br />

aquilo que está<br />

para ser aprovado<br />

na Susep, no<br />

parlamento e<br />

também na ANS”<br />

MARCIO CORIOLANO<br />

presidente da CNseg<br />

APÓLICE: Acredita que a capitalização<br />

tem regulamentação suficiente para ser<br />

compreendida no Brasil?<br />

Marco Barros: Essa é outra discussão<br />

que facilita o entendimento da<br />

sociedade: redefinir os marcos regulatórios.<br />

A gente vem discutindo isso<br />

com intensidade há algum tempo, junto<br />

com a Susep, e nós temos expectativa<br />

que em 2016 possamos estar sentados<br />

juntos, criando grupos estratégicos para<br />

entender qual o grau de necessidade que<br />

o mercado tem, dada à sua maturidade,<br />

complexidade e momento econômico.<br />

Temos que gerar coisas externas positivas<br />

para que possamos alavancar o<br />

segmento de capitalização. Aí sim ele<br />

será um grande instrumento de educação<br />

para a sociedade. Nosso primeiro<br />

passo é investir na lógica da formação<br />

da poupança, para criar valor por meio<br />

da disciplina financeira e entendendo<br />

que os objetivos são alcançados com<br />

o tempo.<br />

APÓLICE: Quais as expectativas e<br />

novidades para 2016?<br />

Marco Barros: Destacamos a definição<br />

do novo posicionamento estratégico<br />

da capitalização que consiste na<br />

oferta de um conjunto de soluções de<br />

negócios com sorteios e atendimento às<br />

novas demandas dos consumidores e da<br />

sociedade. Temos uma agenda positiva<br />

par aos próximos anos’. A educação em<br />

8


seguros continuará sendo a linha de<br />

frente das prioridades da FenaCap e ela<br />

já prepara uma campanha muito forte<br />

para o ano de 2016. Queremos inovar<br />

e criar soluções para novas demandas<br />

de consumidores, aprimorando nossa<br />

comunicação com os consumidores para<br />

que eles saibam o que estão comprando.<br />

Aperfeiçoar o processo de esclarecimento<br />

para consumidores e distribuidores,<br />

por meio de um sólido programa de<br />

educação em seguros.<br />

< FenSeg ><br />

APÓLICE: Quais serão as prioridades<br />

da gestão da FenSeg?<br />

João Francisco: A prioridade básica<br />

da nossa gestão será, realmente, dar<br />

continuidade ao bom trabalho que vem<br />

sendo executado pela FenSeg durante a<br />

gestão do Paulo Marraccini, e que toda<br />

a equipe realizou.<br />

Queremos dar ênfase à questão do<br />

seguro de auto popular, que está em audiência<br />

publica. Nós já fizemos as nossas<br />

sugestões, recomendações e esperamos<br />

que, em um curto espaço de tempo,<br />

este produto possa entrar no mercado<br />

para darmos continuidade ao plano de<br />

expansão e aumento de penetração da<br />

carteira de seguros na base da população<br />

e da sociedade no Brasil.<br />

APÓLICE: Para além do que já está<br />

sendo feito, quais serão os outros pilares<br />

da gestão?<br />

João Francisco: Não menos importante,<br />

nós trataremos de outros pilares<br />

do segmento de seguros de ramos<br />

elementares, como o seguro agrícola,<br />

seguro rural, seguros de grandes riscos,<br />

principalmente as linhas financeiras,<br />

D&O e seguros industriais. O segmento<br />

de garantia, que vem se expandindo com<br />

taxas expressivas, e também o segmento<br />

habitacional.<br />

APÓLICE: Como a entidade agirá<br />

dentro do mercado?<br />

João Francisco: Faremos uma<br />

aproximação maior da FenSeg com os<br />

sindicatos estaduais das seguradoras,<br />

fazendo com que nossa pauta se insira<br />

mais nas pautas dos sindicatos estaduais<br />

e que as necessidades e os problemas<br />

estaduais também façam parte da agenda<br />

nacional da federação.<br />

< FenaPrevi ><br />

APÓLICE: Você já fazia parte da gestão<br />

de Osvaldo Nascimento. Como será<br />

a FenaPrevi daqui em diante?<br />

Edson Franco: O projeto que nós<br />

vamos levar nos próximos três anos<br />

é de continuidade da gestão anterior.<br />

Inauguramos um plano estratégico bastante<br />

detalhado que se divide em várias<br />

dimensões, produtos e distribuição, com<br />

diversos desafios que tratamos junto com<br />

os nossos corretores, que são nossas<br />

forças de vendas.<br />

APÓLICE: O Universal Life e o Previsaúde<br />

estão perto de serem aprovados.<br />

Qual será a abordagem da entidade<br />

para informar a sociedade?<br />

Edson Franco: Do ponto de vista de<br />

produtos, tanto de acumulação como de<br />

risco, temos primeiramente que tirá-los<br />

da boca do forno e continuar trabalhando<br />

nos desafios que nós temos de modernização<br />

desse segmento. E, sobretudo, nos<br />

apropriarmos da responsabilidade que eu<br />

acho que temos de alertar e conscientizar<br />

os consumidores brasileiros em relação<br />

à importância e urgência de se tratar das<br />

questões de proteção financeira familiar<br />

e proteção de renda em função, principalmente,<br />

das irreversíveis transformações<br />

demográficas e econômicas pelas quais<br />

nosso país está passando.<br />

APÓLICE: O momento é propício para<br />

esses lançamentos?<br />

Edson Franco: Talvez esse não seja<br />

o momento mais propício para fazer<br />

o lançamento de um produto, mas, no<br />

longo prazo, a mudança e renovação do<br />

portfólio podem se tornar trunfos importantes.<br />

Em um primeiro momento, o<br />

impacto que sentimos é o consumo, mas,<br />

ao mesmo tempo, as pessoas ficam mais<br />

prudentes, pensando mais em proteção<br />

para o futuro. Agora, se o País não crescer<br />

e se continuarmos com desemprego,<br />

isso não é benéfico para nenhum setor<br />

da economia, nem o nosso.<br />

9


painel<br />

Oferta de seguros<br />

O Google desativou o Google<br />

Compare, seu site nos Estados Unidos<br />

de comparação de seguro automotivo<br />

que entrou em operação há um ano.<br />

Na Grã-Bretanha e no próprio Estados<br />

Unidos, os serviços diminuiram seu<br />

ritmo gradualmente e se encerraram no<br />

dia 23 de março.<br />

De acordo com o presidente do Sincor-SP,<br />

Alexandre Camillo, a decisão<br />

do Google comprova de modo inquestionável<br />

a importância do corretor de<br />

seguros como elo entre as companhias<br />

seguradoras e o consumidor, na contratação<br />

de uma apólice. Trata-se de uma<br />

reversão em uma tendência em relação<br />

ao papel dos corretores de seguros. Não<br />

dá para ter uma venda 100% online.<br />

“A venda de seguros exige profissionais<br />

capacitados, aptos a entender e<br />

interpretar em minúcias as necessidades<br />

específicas de cada consumidor e assim<br />

oferecer apólices com coberturas e con-<br />

10<br />

online<br />

reconhecimento<br />

Selo de educação financeira<br />

Após ser reconhecido pelo programa<br />

estatal Estratégia Nacional de<br />

Educação Financeira (Enef), ligado ao<br />

Comitê Nacional de Educação Financeira<br />

(Conef), o My Finance Coach (MFC),<br />

programa criado pelo Grupo Allianz,<br />

recebeu a autorização para a utilização<br />

do selo em sua comunicação.<br />

A utilização do selo exalta a importância<br />

do recebimento da certificação,<br />

conquistada em novembro do ano passado.<br />

Criado em 2014, o selo Enef identifica<br />

iniciativas que cumprem objetivos<br />

e diretrizes da Estratégia Nacional de<br />

Educação Financeira – política pública<br />

com a finalidade de contribuir para o<br />

fortalecimento da cidadania, eficiência<br />

e solidez do sistema financeiro nacional<br />

e a tomada de decisões conscientes por<br />

parte dos consumidores.<br />

Para receber o reconhecimento<br />

Enef, o programa My Finance Coach<br />

dições que proporcionem a melhor relação<br />

custo-benefício para o consumidor e<br />

a fidelização de clientes às seguradoras.”,<br />

afirma o executivo.<br />

deveria obedecer a critérios como ser<br />

inclusivo e gratuito, trabalhar conteúdos<br />

voltados à cidadania, consumo responsável,<br />

orçamento pessoal e familiar,<br />

poupança e investimento, planejamento<br />

financeiro, entre outros.<br />

resseguro<br />

Licença para operar<br />

no Brasil<br />

A RGA recebeu, no dia 1º de<br />

março, a licença da Susep para operar<br />

como resseguradora admitida de vida<br />

e saúde no Brasil. “Estamos satisfeitos<br />

em expandir nossa presença no Brasil”,<br />

disse Ronald Poon Affat, CEO<br />

da representante da RGA baseada em<br />

São Paulo. “Vários dos nossos grandes<br />

clientes globais já operam aqui ao lado<br />

de muitas seguradoras locais fortes.<br />

Estamos ansiosos para operar com<br />

estes clientes e ajudá-los a crescer e a<br />

gerenciar suas empresas”.<br />

A resseguradora oferece produtos<br />

e serviços, incluindo atividades de<br />

vida individual, resseguro de benefícios<br />

de vida, saúde individual, resseguro<br />

em grupo e soluções financeiras.<br />

Prêmios da<br />

Previdência Complementar<br />

Aberta<br />

cresce 18%<br />

^<br />

congresso<br />

1º Conseg-NE<br />

O Sincor-RN será o anfitrião<br />

do 1º Congresso de Corretores de<br />

Seguros do Nordeste (1º Conseg-<br />

-NE). O evento, que terá como tema<br />

“Os desafios do setor de seguros e o<br />

fortalecimento do mercado na região”,<br />

acontecerá entre os dias 9 e 10 de<br />

junho em Natal (RN) e será realizado<br />

em conjunto com os Sincor’s de<br />

Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba,<br />

Pernambuco, Piauí e Sergipe.<br />

As inscrições já estão abertas.<br />

Para corretores de seguros sócios ou<br />

acompanhantes, os investimentos são<br />

de R$ 200 (até 31/03), R$ 250 (até<br />

30/04) e R$ 300 (até o evento). Já para<br />

os corretores de seguros não sócios ou<br />

acompanhantes, os valores passam<br />

para R$ 300 (até 31/03), R$ 350 (até<br />

30/04) e R$ 400 (até o evento).


painel<br />

nicho<br />

Proteção para<br />

perfumarias<br />

A Porto Seguro lançou o Porto<br />

Seguro Perfumarias, o primeiro<br />

seguro voltado às perfumarias de<br />

pequeno, médio ou grande porte.<br />

O novo seguro possui coberturas<br />

que atendem o segmento, começando<br />

com a básica, que conta<br />

com incidentes de diversas naturezas<br />

como incêndio, explosão,<br />

implosão e fumaça, até as coberturas<br />

adicionais e especiais, que<br />

podem ser contratadas de acordo<br />

com a necessidade de cada estabelecimento.<br />

“O setor mostra que seu desenvolvimento<br />

e potencial são<br />

constantes e as empresas, independentemente<br />

de seus tamanhos,<br />

entendem que a proteção aos seus<br />

estabelecimentos é essencial,<br />

pois permite mais segurança e<br />

estabilidade diante de imprevistos”,<br />

comenta Jarbas Medeiros,<br />

superintendente de Ramos Elementares<br />

da seguradora.<br />

De acordo com a Euromonitor<br />

International, especializada<br />

em pesquisas estratégicas para o<br />

mercado de consumo, o Brasil é<br />

o terceiro maior mercado consumidor<br />

de produtos de perfumaria,<br />

higiene e cosméticos e possui<br />

mais de 180 mil empresas ativas<br />

no País.<br />

resultados<br />

Relatório anual de riscos políticos<br />

Em 2015, alguns países viram boas<br />

reduções de seus riscos políticos para<br />

2016, de acordo com os resultados do<br />

Mapa Anual de Risco Político, desenvolvido<br />

pela Aon. O relatório analisou<br />

168 mercados emergentes e mostrou<br />

que, apesar do aumento dos riscos econômicos<br />

causados pela baixa no preço<br />

de commodities, reformas políticas e<br />

econômicas ajudaram muitos mercados<br />

emergentes a reduzir os riscos políticos,<br />

segundo Karl Hennessy, presidente<br />

da Aon Broking e CEO da Aon Global<br />

Broking Centre em Londres. “Contudo, a<br />

fraqueza na economia global pode causar<br />

aumentos significativos nos riscos políticos<br />

dentro dos países e efeitos colaterais<br />

em outros estados”, comentou o executivo<br />

no comunicado.<br />

Para a companhia, a duradoura<br />

recessão no Brasil é um risco que se<br />

sobressai, especialmente porque será a<br />

sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Hoje,<br />

o País está classificado como de “médio”<br />

risco no mapa. “No longo prazo, o am-<br />

evento<br />

Celebração da nova marca<br />

A seguradora Chubb deu início às<br />

comemorações da sua nova marca com<br />

a realização de um coquetel, em São<br />

Paulo. O evento contou com a presença<br />

dos principais executivos da companhia,<br />

entre eles, o presidente Regional da<br />

América Latina, Jorge Luis Cazar, e o<br />

presidente da Chubb no Brasil, Antonio<br />

Trindade.<br />

“É um verdadeiro prazer poder estar<br />

aqui compartilhando o nosso primeiro<br />

evento como a nova Chubb, em que duas<br />

empresas que antes operavam separadamente<br />

estão trabalhando em um processo<br />

de integração para passar a ser uma<br />

biente de negócios está sendo enfraquecido<br />

pelo desempenho econômico ruim,<br />

e isso pode se tornar um problema cada<br />

vez maior para as empresas que operam<br />

no Brasil”, apontou Paul Domjan, diretor<br />

executivo da Roubini Global Economics,<br />

empresa que auxiliou a corretora a realizar<br />

a pesquisa. O especialista acrescentou<br />

ainda que “os mecanismos que poderiam<br />

amortecer a crise do Brasil estão se desgastando,<br />

e o potencial enraizamento<br />

da corrupção está trazendo danos com<br />

efeitos colaterais significativos, como<br />

casos que demandam trabalho pelas vias<br />

jurídicas e legais”.<br />

só grande companhia”, afirmou Cazar.<br />

Trindade afirmou que o evento é<br />

uma oportunidade de reunir os parceiros<br />

e apresentar a nova seguradora, que<br />

nasce com um DNA compartilhado que<br />

se baseia em três premissas: subscrição,<br />

atendimento e execução superiores.<br />

“Aproveito para ressaltar a importância<br />

de todos que têm participado previamente<br />

deste processo de integração e,<br />

principalmente, a contribuição constante<br />

dos nossos corretores e centrais<br />

de negócios que representam parcerias<br />

imprescindíveis para o crescimento<br />

desta nova operação”, complementou.<br />

12


índice<br />

Alta de confiança no setor<br />

No primeiro bimestre de 2016, o<br />

Índice de Confiança do Setor de Seguros<br />

(ICSS) teve alta de 1,8%, de acordo<br />

com uma pesquisa da Fenacor. “Nosso<br />

setor continua na expectativa do que<br />

pode acontecer nos próximos meses. Os<br />

dois primeiros meses do ano são sempre<br />

marcados por férias, Carnaval. Agora<br />

sim, o ano começará e queremos checar<br />

como estará a confiança dos empresários”,<br />

comenta o presidente da entidade,<br />

Armando Vergilio.<br />

Os percentuais são calculados a<br />

partir de pesquisa realizada pela Federação<br />

com 100 grandes empresas do setor,<br />

que optaram por percentuais de zero<br />

a 200 para a confiança na economia,<br />

rentabilidade e faturamento. Também<br />

foram apurados outros três indicadores:<br />

ICSS (de confiança do setor de seguros<br />

no Brasil), ICER (Índice de Confiança<br />

e Expectativas das Resseguradoras) e<br />

ICGC (Índice de Confiança das Grandes<br />

Corretoras).<br />

No ano, a variação do ICES foi a<br />

maior: 4,8%. Mas ainda não há o que<br />

comemorar pelo fato dos índices estarem<br />

muito baixos. No cálculo do ICSS, o ICES<br />

foi o fator que puxou o indicador para<br />

baixo, com variação negativa de -1,4%.


painel<br />

seguradora<br />

Corretores para produtos alternativos<br />

A seguradora Suhai pretende incrementar a cobertura de roubo e<br />

furto de veículos de baixo valor, normalmente rejeitados pelo mercado,<br />

para dar continuidade ao seu crescimento, que foi de 100% em 2015,<br />

atingindo a marca de 40 mil itens no período. Ela deve acrescentar os<br />

itens de perda total por colisão e o seguro para terceiros – apontados em<br />

pesquisa feita pela empresa, com clientes e não clientes, como itens que<br />

também atraem quem não tem nenhum tipo de proteção. As coberturas<br />

devem ser inseridas no portfólio da empresa ainda no primeiro semestre.<br />

As assessorias e os corretores de seguros serão a base para a seguradora<br />

expandir seus negócios. “As grandes companhias de seguros focam<br />

em um mercado com menos sinistralidade e, às vezes, até com menos<br />

problemas, o que é correto dentro da estratégia. Por outro lado, isso<br />

gera oportunidade e uma grande falta para quem não possui seguro”,<br />

explicou Marco Suhai, presidente do Conselho de Administração do<br />

Grupo Suhai, deixando claro que a empresa não pretende concorrer com<br />

as companhias tradicionais. “Os produtos são alternativos e também<br />

foram feitos para acrescentar à carteira dos corretores”.<br />

A seguradora participou de eventos promovidos por duas entidades:<br />

a Aconseg - Associação das Consultorias de Seguros - e o Clube<br />

dos Corretores dos Corretores de Seguros de São Paulo.<br />

diretoria<br />

Detecção de problemas financeiros<br />

O superintendente da Susep, Roberto Westenberger, anunciou em<br />

evento da CNseg, no Rio de Janeiro, que trabalha para criar a Diretoria<br />

de Conduta de Mercado, cujo objetivo será detectar sinais de problemas<br />

em relação à saúde financeira das seguradoras. “Quando os problemas<br />

chegam aos números, nem sempre há tempo para se agir com eficiência”,<br />

disse Westenberger.<br />

O superintendente afirmou<br />

que “é na conduta desviante<br />

que é possível perceber<br />

os primeiros sinais da saúde<br />

financeira de uma seguradora”.<br />

Temos que usar um<br />

conceito de supervisão prudencial,<br />

a ‘Smart Regulation’,<br />

com uso intensivo de tecnologia<br />

da informação.<br />

Em dezembro,<br />

a saúde suplementar<br />

registrou<br />

perda de 766 mil<br />

beneficiários<br />

^<br />

Espaço no mercado de<br />

seguros para frotas<br />

A exemplo do que vem acontecendo<br />

com as soluções tecnológicas para o ramo de<br />

vida, a GTI Solution vem conquistando espaço<br />

no mercado de seguros para frotas. A empresa<br />

iniciou a implantação da solução em mais um<br />

novo cliente, a seguradora Mitsui Sumitomo.<br />

Para Giuliano Borro, diretor de tecnologia,<br />

operações e sinistros da Mitsui Sumitomo, o<br />

objetivo da companhia é aumentar o nível de<br />

automação da operação, para que a equipe<br />

técnica fique cada vez mais focada nos casos<br />

em que a avaliação do risco é mais complexa<br />

e precisa de um olhar mais apurado na cotação.<br />

“Fomos ao mercado e, depois de avaliar<br />

as ofertas, vimos que a solução da GTI apresentava<br />

a melhor relação de custo-benefício”.<br />

Segundo Marina Handa Machado, diretora<br />

de Operações da GTI Solution, as possibilidades<br />

de customização do sistema são um<br />

diferencial. “A ferramenta recebe os dados<br />

do corretor, que, muitas vezes, chegam de<br />

maneira desestruturada, processa e entrega<br />

uma cotação. A partir daí é possível realizar<br />

alterações, de valor de franquia, por exemplo,<br />

e o sistema recalcula o prêmio automaticamente<br />

em segundos.<br />

Fica a cargo do cliente escolher se a ferramenta<br />

será acessada somente pela equipe<br />

interna ou se será também uma interface de<br />

trabalho para o corretor, que poderá fazer a<br />

cotação e enviar a proposta para o segurado<br />

sem a necessidade de interação direta com<br />

a companhia, o que torna o processo mais<br />

ágil e seguro.<br />

Giuliano Borro, diretor de tecnologia, operações e<br />

sinistros da Mitsui Sumitomo<br />

14


operadora<br />

Gestão Profissional inicia 6º ano de atuação<br />

O projeto Gestão Profissional Ameplan<br />

é baseado nos conceitos elencados<br />

pelo Instituto Brasileiro de Governança<br />

Corporativa (IBGC) de transparência,<br />

equidade, responsabilidade corporativa<br />

e “working together”, criando valor na<br />

qualidade da gestão, na longevidade da<br />

organização e no posicionamento efetivo<br />

da marca da empresa.<br />

Desde sua implantação, e durante<br />

os cinco anos da Gestão Profissional<br />

Ameplan, foram realizadas diversas<br />

ações de reestruturação interna em<br />

recursos humanos e no aprimoramento<br />

do modelo de negócio, produtos e rede<br />

de atendimento, além de investimentos<br />

diversos, que influenciaram no crescimento<br />

da operadora, com consequente<br />

reposicionamento da marca no mercado<br />

e aumento da carteira de beneficiários.<br />

José Silva dos Santos, diretor Administrativo<br />

Financeiro da Ameplan e<br />

responsável pela implantação do projeto<br />

Gestão Profissional na empresa, informou<br />

que um dos fatores fundamentais do sucesso<br />

deste programa foi a valorização<br />

dos profissionais da casa, onde foram delegadas<br />

autonomias e responsabilidades,<br />

além de treinamentos e profissionalização<br />

de todas as áreas, criando um conjunto<br />

eficiente de mecanismos culturais, incentivos,<br />

especializações e monitoramento,<br />

para que o foco da equipe estivesse sempre<br />

alinhado com o objetivo principal da<br />

empresa, de ser reconhecida no mercado<br />

pela ética, profissionalismo e excelência<br />

no atendimento.<br />

“Como exemplo”, comenta Silva,<br />

“podemos citar projetos de reformulação<br />

total em Tecnologia da Informação,<br />

revisão e melhoria de contratos com<br />

prestadores, reestruturação de setores<br />

internos e, principalmente, a adoção do<br />

conceito “working together”, com comprometimento<br />

de todos e visão geral do<br />

todo como um elemento único de gestão.<br />

Neste 6º ano de atuação, a equipe<br />

se prepara para mais ações estratégicas,<br />

consolidando a evolução nos setores de<br />

atendimento, que são um dos principais<br />

pilares da operadora, alinhado às melhores<br />

práticas de mercado, sustentabilidade<br />

e responsabilidade social.


GENTE<br />

Novidades para<br />

comercial em<br />

Varejo<br />

Diretor para a área<br />

de Property<br />

A resseguradora Allianz Global<br />

Corporate & Specialty (AGCS<br />

Brasil) apresentou seu novo diretor<br />

da área de Property para o Brasil:<br />

Felipe Orsi. Com aproximadamente<br />

15 anos de atuação profissional em<br />

grandes multinacionais das áreas de<br />

seguros e resseguros, o executivo<br />

continuará baseado no escritório<br />

da AGCS em São Paulo, onde já<br />

dedicava-se na área de Engenharia<br />

da AGCS desde 2014.<br />

João Luiz de Lima<br />

A Tokio Marine anunciou João<br />

Luiz de Lima como diretor Comercial<br />

Nacional Varejo. Com 36 anos de<br />

carreira na área de seguros, sendo 17<br />

anos na própria seguradora, Lima foi<br />

escolhido para ocupar uma posição<br />

estratégica e terá como uma de suas<br />

missões manter a expansão do canal<br />

Varejo, que hoje representa 71,5% da<br />

produção da companhia, que foi de R$<br />

3,82 bilhões em 2015.<br />

George Dutra, que atua no mercado<br />

de seguros desde 2005, foi o escolhido<br />

para assumir a mesma função para São<br />

Paulo – Capital e tem como principais<br />

desafios dar continuidade ao trabalho realizado<br />

pela gestão anterior e fortalecer<br />

o relacionamento com corretores e assessorias<br />

das oito sucursais da regional.<br />

George Dutra<br />

Superintendente<br />

comercial para<br />

RJ e ES<br />

Karine Brandão chega a<br />

Axa Brasil para a superintendência<br />

comercial do Rio de Janeiro<br />

e Espírito Santo.<br />

Entre os desafios iniciais,<br />

Karine terá a missão de consolidar<br />

a sinergia SulAmérica e Axa,<br />

que desde 2006 mantêm uma<br />

parceria no País em seguros de<br />

ramos elementares e anunciaram<br />

recentemente que fecharam o<br />

acordo de aquisição por parte da<br />

seguradora francesa, através da<br />

Axa Corporate Solutions Brasil<br />

e América Latina, da divisão<br />

de grandes riscos da seguradora<br />

brasileira.<br />

Diretor na regional<br />

de Minas Gerais<br />

Sérgio Prates é o novo diretor da<br />

Regional Minas Gerais da Icatu Seguros.<br />

Há 12 na companhia, Sérgio ocupava o<br />

cargo de Superintendente de Produtos<br />

de Previdência.<br />

À frente da Icatu Seguros em Minas<br />

Gerais, cuja sede da filial é em Belo<br />

Horizonte, Prates planeja um crescimento<br />

de mais de 30% no faturamento<br />

da regional em 2016. Para conquistar<br />

esse objetivo, sua missão é aumentar a<br />

penetração da Icatu Seguros no mercado<br />

mineiro de Seguros de Vida, Previdência<br />

Privada e Capitalização, conquistando<br />

novos clientes, captando novos distribuidores<br />

e ampliando as parcerias atuais<br />

com corretores.<br />

16


GENTE<br />

Diretoria para Auto<br />

e Massificados<br />

A SulAmérica anunciou a criação da<br />

diretoria de Precificação e Subscrição de<br />

Riscos para a vice-presidência de Auto e<br />

Massificados. Amanda Senedesi assume<br />

como executiva responsável pela área,<br />

reportando-se ao vice-presidente de Auto<br />

e Massificados, Eduardo Dal Ri.<br />

Amanda integra os quadros da<br />

companhia há dois anos, tendo ocupado<br />

anteriormente o cargo de superintendente<br />

na mesma vice-presidência. Além da<br />

atuação no setor de seguros, a diretora<br />

foi responsável por estratégia e análise de<br />

riscos no setor bancário e em consultorias<br />

especializadas.<br />

Anúncio de novo<br />

gerente nacional<br />

comercial<br />

Marco Antônio Vieira<br />

Mattos assumiu a gerência nacional<br />

comercial do GBOEX.<br />

Em sua nova função, o executivo<br />

auxiliará no desenvolvimento de<br />

novos produtos e vai assessorar<br />

todas as atividades comerciais<br />

da entidade.<br />

Atuando desde 2014 na empresa,<br />

Mattos inicialmente assumiu<br />

a gerência da unidade de<br />

negócios de Florianópolis e a<br />

gerência regional Sul do GBOEX,<br />

cargo que ocupava até então.<br />

Renovação na<br />

presidência<br />

Renato Pedroso assumiu a presidência<br />

da Previsul Seguradora. O executivo<br />

passou a ocupar a posição de diretor de<br />

negócios da mesma companhia.<br />

“O desafio é ter 32 anos e estar à<br />

frente de uma empresa com 109 anos”,<br />

diz Pedroso. “Estamos vivendo em um<br />

mundo com muitas mudanças tecnológicas<br />

e o jovem tem o perfil de se atualizar<br />

mais. Agora a experiência do profissional<br />

é medida de outra maneira, além da<br />

tecnologia, está atrelada a maior preocupação<br />

com o relacionamento pessoal<br />

e não apenas com a entrega do produto”,<br />

lembra ele.<br />

Comando do próximo triênio<br />

Mauro César Batista<br />

O Sindseg-SP teve a aprovação do<br />

mandato da sua diretoria para o triênio<br />

2016-2019 que, reunida em chapa única,<br />

foi eleita por unanimidade pelas empresas<br />

do setor. “Todos nós mantemos<br />

a firme vontade de ser contributivos e<br />

convergentes na busca de novas conquistas<br />

para a indústria seguradora, para<br />

o Estado e para a população do País”,<br />

disse o presidente da entidade, Mauro<br />

César Batista.<br />

Para o Sudeste e o Centro-Oeste,<br />

Augusto de Matos foi reeleito presidente<br />

do Sindseg MG/GO/MT/DF. “Somos<br />

gratos às companhias associadas pelo<br />

reconhecimento e pela confiança depositada<br />

em nós, para mais um mandato à<br />

frente da entidade, declarou Matos.<br />

Augusto de Matos<br />

18


direto de londres<br />

por Luciano Máximo*<br />

Solvência II<br />

entra em vigor<br />

Na coluna Direto de Londres desta edição eu<br />

resolvi me aventurar por um tema complexo, mas<br />

vital para a operação do mercado segurador europeu<br />

a partir deste ano. Desde 1º de janeiro, finalmente<br />

começou a valer a regra Solvência II para as seguradoras<br />

com negócios na União Europeia. Finalmente<br />

porque a Solvência II é uma legislação aprovada pelo<br />

Parlamento Europeu em abril de 2009 na esteira da<br />

crise financeira internacional de 2008, que devido a<br />

um frágil ambiente regulatório provocou quebradeiras<br />

generalizadas de instituições financeiras, tendo<br />

seguradoras no olho do furacão. Quem não se lembra<br />

da quase-falência da AIG nos Estados Unidos ou da<br />

necessidade de socorro estatal da gigante holandesa<br />

ING Group?<br />

Simplificando, a regulamentação Solvência II,<br />

como diz o próprio nome, tem como objetivo tornar<br />

as seguradoras financeiramente mais solventes em<br />

relação aos riscos segurados em suas apólices. É<br />

a mudança mais importante dos últimos 30 anos,<br />

desde Basileia I, em termos de regulação do mercado<br />

financeiro, incluso o setor de seguros. Solvência II é<br />

um arcabouço de regras mais exigentes no que diz<br />

respeito à análise de risco e ao cálculo de solvência<br />

de capital, além de estabelecer uma supervisão<br />

muito mais ativa que os tempos pré-crise por parte<br />

dos órgãos reguladores e critérios que trazem mais<br />

transparência e governança – os chamados 3 Pilares<br />

da Solvência II. Desde a aprovação pelos políticos<br />

europeus, como resposta às causas da crise financeira<br />

internacional, as seguradoras europeias trabalhavam<br />

intensamente para o pontapé inicial da Solvência II a<br />

partir de 2016, inclusive passando por muitos testes<br />

de estresse feitos por autoridades em níveis nacional<br />

e continental (Parlamento Europeu, Banco Central<br />

Europeu, por exemplo).<br />

Em resumo, nos últimos sete anos as seguradoras<br />

vinham se esforçando para ter uma maior adequação<br />

de seu capital em face aos riscos assumidos. Ou<br />

seja, se desdobraram para atender às novas e mais<br />

complexas exigências de capital: revendo modelos e<br />

cálculos de análise de risco, criando novos processos,<br />

vendendo ativos, cortando custos, aumentando<br />

preços de apólices etc. Por exemplo, Solvência II<br />

prevê que o Requisito de Capital de Solvência (SCR<br />

na sigla em inglês) seja correspondente ao valor do<br />

risco assumido pela seguradora em sua carteira de<br />

negócios (Value-at-Risk, VaR), com um nível de<br />

confiança de 99,5% para o horizonte temporal de um<br />

ano (bem superior ao vigente anteriormente). Prevê<br />

também um limite mínimo absoluto para o Requisito<br />

Mínimo de Capital (MCR na sigla em inglês) para<br />

atuação no setor. Além de todas essas transformações<br />

quantitativas, Solvência II introduz também<br />

critérios qualitativos de governança e processo de<br />

supervisão (exigência de maior transparência na<br />

prestação de informação às autoridades reguladoras<br />

e “stakeholders”).<br />

“É uma verdadeira renovação com o objetivo de<br />

tornar o negócio seguro mais sólido e transparente.<br />

Solvência II começa com requerimento de capital,<br />

que é uma parte fundamental de um sistema de<br />

solvência, pois se caracteriza como instrumento<br />

absorvente de choques contra perdas não esperadas<br />

e garante cumprimento de obrigações com segurados<br />

e financiamento do crescimento da empresa<br />

e da economia como um todo. Essa noção de adequação<br />

de capital do negócio é complementada por<br />

melhores processos internos e mais transparência na<br />

operação empresarial e na sua relação com supervisores<br />

do setor”, explica Mark Wendan, professor<br />

de finanças e especialista em seguros baseado em<br />

Londres.<br />

Na prática, a implementação da Solvência II<br />

vem sendo gestada desde 2009 e todas as seguradoras<br />

europeias já operam conforme a nova regulamentação,<br />

das pequenas às multinacionais. As grandes<br />

empresas nadaram de braçada nesse processo.<br />

Na teleconferência de imprensa que anunciou os<br />

resultados de 2015, o diretor financeiro da Allianz,<br />

Dieter Wemmer, disse que o nível de capitalização<br />

(coeficiente de capital) da empresa, motivado pelas<br />

exigências da Solvência II, chegou a 200% no ano –<br />

isso quer dizer que a Allianz é solvente o suficiente<br />

20


para cobrir em até duas vezes todos os<br />

seus riscos operacionais, capacidade<br />

bem superior à exigida pelas novas<br />

regras do setor.<br />

“O forte desempenho em nossas<br />

operações de seguros, somado às taxas<br />

de desempenho em gestão de ativos<br />

no quarto trimestre, conduziu nosso<br />

resultado operacional do ano todo a<br />

um nível próximo do topo da meta<br />

estabelecida. A gestão ativa de riscos<br />

levou a um forte coeficiente de capital<br />

na marca dos 200% sob as regras da<br />

Solvência II, nos deixando bem preparados<br />

para os mercados voláteis da<br />

atualidade”, declarou Wemmer.<br />

Já a realidade das pequenas seguradoras<br />

é diferente no contexto da<br />

Solvência II e há até uma grita: por<br />

terem menos capacidade técnica para<br />

implementar mudanças e menos margem<br />

financeira para elevar o coeficiente<br />

de capitalização, empresas de seguro<br />

de menor porte na Europa argumentam<br />

que a competitividade do setor estará<br />

prejudicada neste ano. E quando o<br />

assunto é competitividade, a vantagem<br />

no negócio é, claramente, das grandes<br />

empresas, como a Allianz. “Nesse<br />

contexto, as seguradoras menores estarão<br />

permanentemente brincando de<br />

caça e caçador com as empresas mais<br />

poderosas do mercado”, confidenciou<br />

um corretor do Lloyd’s of London.<br />

No estudo “Implicações estratégicas<br />

decorrentes da Solvência II”,<br />

recentemente divulgado pela KPMG,<br />

o responsável global pela área de seguros,<br />

Gary Reader, sentenciou que<br />

o novo cenário regulatório acelerará<br />

incorporações de pequenas seguradoras<br />

pelos grandes grupos. “Nosso<br />

departamento de fusões e aquisições<br />

identificou uma nova tendência num<br />

futuro próximo. Solvência II funcionará<br />

como um acelerador da dinâmica<br />

de consolidação de mercado [fusão e<br />

Os três pilares do Solvência II<br />

Pilar 1:<br />

Aborda requisitos<br />

quantitativos, onde se<br />

incluem critérios harmonizados<br />

de cálculo<br />

de provisões técnicas<br />

e outros mecanismos<br />

de segurança, como<br />

o requisito de capital<br />

de solvência e o<br />

requisito de capital<br />

mínimo.<br />

Pilar 2:<br />

Contempla requisitos<br />

qualitativos:<br />

termos de governança,<br />

controle<br />

interno, gestão de<br />

risco e processo de<br />

supervisão.<br />

Dieter Wemmer, da Allianz<br />

Pilar 3:<br />

Engloba requisitos<br />

de transparência<br />

e de prestação<br />

de informação às<br />

autoridades de<br />

supervisão e aos<br />

demais “stakeholders”.<br />

aquisição]. É difícil fazer previsões,<br />

mas sem dúvida não haverá surpresas.<br />

Agilidade e rapidez de execução<br />

serão características decisivas das<br />

seguradoras a liderar a indústria nos<br />

próximos dois anos”, projeta Reader.<br />

Não se trata apenas de uma grita<br />

das pequenas seguradoras. O Banco<br />

Central da Inglaterra e o Ministério<br />

da Fazenda britânico manifestaram<br />

publicamente preocupação sobre o<br />

eventual impacto que o novo regimen<br />

Solvência II terá em termos de<br />

competitividade e, também publicamente,<br />

solicitaram revisão das regras<br />

aos reguladores europeus.<br />

De acordo com nota oficial do<br />

BC inglês, “nossa experiência de<br />

aplicação da Solvência II já está<br />

levantando questões em torno do<br />

impacto do quadro de investimento<br />

a longo prazo e da competitividade<br />

do setor segurador europeu”. O<br />

comunicado oficial da Fazenda<br />

britânica foi mais direto: “Qualquer<br />

aplicação incoerente irá minar o<br />

princípio econômico do mercado<br />

único europeu. O impacto da<br />

Solvência II sobre a competitividade<br />

dos membros da comunidade<br />

econômica europeia, na ausência<br />

contínua de um padrão global para<br />

a regulamentação de seguros, deve<br />

ser considerado”.<br />

Não é novidade que uma mudança<br />

das proporções do regime<br />

de Solvência II, mesmo feita a<br />

conta-gotas e ao longo de vários<br />

anos, nunca será unanimidade, pois<br />

exige trabalho duro e saída da zona<br />

de conforto por parte dos atores<br />

envolvidos no processo. O momento<br />

é de olhar para frente e incorporar<br />

mudanças com um olhar positivo<br />

e empreendedor, pois melhor um<br />

mercado seguro – solvente, de fato<br />

– do que reviver incertezas de um<br />

tempo não muito distante em que<br />

regulação não era um pilar levado<br />

muito a sério.<br />

* Luciano Máximo, jornalista, é repórter licenciado do jornal Valor Econômico, cobriu o<br />

setor de seguros e resseguros na Gazeta Mercantil<br />

21


capa | automóvel<br />

Novas alternativas<br />

para o seguro de carro<br />

22


Empresa evolui em<br />

sua atuação e busca<br />

alternativas para<br />

disseminar o seguro<br />

de automóvel entre<br />

as pessoas que não<br />

têm seguro<br />

Kelly Lubiato<br />

O<br />

cenário do seguro de automóvel<br />

no Brasil sempre patinou<br />

na casa dos cerca de 30% de<br />

penetração na frota nacional,<br />

estimada pelo Departamento Nacional de<br />

Trânsito em 88 milhões de veículos (entre<br />

carros, motos, ônibus e caminhões). Em<br />

outras palavras, a quantidade de veículos<br />

com algum tipo de cobertura de seguro,<br />

além do oficial, é pequena. Ampliar as<br />

opções de produto para o consumidor<br />

foi a maneira encontrada pela Ituran de<br />

atingir um novo público. A empresa, que<br />

atua como solução em rastreamento e<br />

recuperação veicular para as operações<br />

de seguradoras desde sua chegada ao<br />

Brasil em 2000, conseguiu agregar aos<br />

seus produtos a cobertura de seguro.<br />

“Ainda hoje somos o maior fornecedor de<br />

rastreadores para o mercado segurador”,<br />

enfatiza Alon Lederman, vice-presidente<br />

da empresa.<br />

Há cerca de seis anos, a empresa<br />

identificou um mercado inexplorado,<br />

com grande potencial: os veículos sem<br />

nenhum tipo de seguro. Isso aconteceu<br />

porque além das seguradoras, a empresa<br />

atende também o varejo de forma geral.<br />

O produto Ituran com Seguro surgiu<br />

justamente para atender a este mercado.<br />

“Em parceria com duas grandes seguradoras<br />

internacionais (Mapfre e BNP Paribas<br />

Cardif), criamos o produto perfeito<br />

para este público”, conta o executivo. Se<br />

o veículo for roubado e não recuperado,<br />

uma das duas seguradoras parceiras indenizará<br />

o segurado em 100% do valor<br />

do veículo referenciado na Tabela Fipe.<br />

O público do Ituran com Seguro são<br />

os clientes que não querem ficar sem<br />

nenhuma cobertura no seu veículo, mas<br />

não conseguem pagar o prêmio do seguro<br />

tradicional. São, na grande maioria,<br />

jovens, moradores de áreas consideradas<br />

de maior risco e com veículos com mais<br />

de cinco anos de uso.<br />

Ituran com Seguro<br />

O produto é comercializado junto<br />

com o rastreador distribuído pela empresa.<br />

Com um pagamento adicional,<br />

o segurado adquire a cobertura contra<br />

roubo e furto qualificado, com indenização<br />

de 100% do valor do veículo. Além<br />

disso, o segurado ainda tem o direito a<br />

fazer cinco acionamentos da Assistência<br />

24 horas durante a vigência da apólice<br />

para serviços de guincho, pane elétrica,<br />

troca de pneus e transporte alternativo.<br />

No ano passado, a Ituran passou a<br />

oferecer aos seus clientes a opção de<br />

contratação de coberturas adicionais<br />

de terceiros e/ou perda total por colisão<br />

pagando apenas R$ 50,00 (cada) a mais<br />

na mensalidade, ampliando ainda mais<br />

a proteção do veículo e também, se<br />

protegendo contra despesas envolvendo<br />

terceiros com direito a indenizações<br />

contra Danos Materiais (R$ 50.000,00),<br />

Danos Corporais (R$ 50.000,00) e Danos<br />

Morais (R$ 5.000,00).<br />

É provável que a queda do nível da<br />

atividade econômica no Brasil e as constantes<br />

retrações na indústria automotiva<br />

colaborem para aumentar a penetração<br />

deste produto. O próprio mercado segurador<br />

busca alternativas para baratear o<br />

seu custo, como o seguro auto popular,<br />

que permite que sejam utilizadas peças<br />

recicladas ou novas sem a marca da<br />

montadora. “Acreditamos que o seguro<br />

auto popular vai contribuir ainda mais<br />

com a expansão do Ituran com Seguro,<br />

visto que poderemos agregar ao produto<br />

coberturas que hoje não são ofertadas”,<br />

esclarece Lederman.<br />

Ao contrário do que acontece com<br />

os seguros tradicionais, a cobertura da<br />

apólice é para Perda Total decorrente<br />

de Roubo/Furto. Se o veículo for recuperado<br />

danificado e com partes e peças<br />

faltantes com montante superior a 75%<br />

do seu valor (o que caracteriza a Perda<br />

Total), o cliente será indenizado. Se os<br />

❙❙Alon Lederman, vice-presidente e Roberto Posternak, diretor comercial<br />

23


automóvel<br />

danos forem abaixo de 75% (que caracteriza<br />

a perda parcial), o cliente não será<br />

indenizado.<br />

Com a palavra, os corretores!<br />

Produto para caminhões<br />

O produto Ituran com Seguro para<br />

Caminhões foi lançado em fevereiro, depois<br />

de muita análise de mercado. “Percebemos<br />

que este nicho de caminhões<br />

carece de uma solução semelhante à<br />

que já vínhamos oferecendo aos carros<br />

de passeio. Agora os caminhoneiros já<br />

podem contratar esta opção com mensalidades<br />

a partir de R$ 239,00”, avisa<br />

Lederman.<br />

O conceito é o mesmo. A cobertura<br />

é contra Perda Total decorrente de<br />

Roubo/Furto com indenização de 100%<br />

da FIPE em casos de não recuperação<br />

do caminhão. O caminhoneiro pode<br />

optar por uma cobertura opcional de<br />

RCF com indenizações contra Danos<br />

Materiais (R$ 100.000,00), Danos<br />

Corporais (R$ 100.000,00) e Danos<br />

Morais (R$ 5.000,00) pagando apenas<br />

R$ 99,00 a mais na mensalidade. Não há<br />

cobertura dos implementos adicionados<br />

ao caminhão.<br />

Corretores: Longa Parceria<br />

com a Ituran<br />

A parceria com os corretores de<br />

seguro é um dos grandes diferenciais<br />

da Ituran. A empresa foi a primeira do<br />

setor a contar com a força dos corretores<br />

para divulgar o produto. “Nossa parceria<br />

24<br />

“Começamos a operação<br />

com eles mais recentemente,<br />

porque dependíamos da integração<br />

dos sistemas, dado que<br />

nosso processo tem um fluxo<br />

operacional. Percebemos que<br />

de um curto espaço de tempo<br />

para cá, há maior interesse do<br />

público pelo produto, porque é<br />

um produto que acaba atingindo<br />

uma faixa de clientes que não<br />

é atendida pelas seguradoras.<br />

Nós não queremos canibalizar<br />

os produtos de seguros<br />

que temos aqui. Quando percebemos<br />

que o cliente não consegue<br />

colocar seu risco numa<br />

seguradora, ou está com algum<br />

problema de falta de dinheiro,<br />

nós partimos para um plano B.<br />

Temos algumas ofertas neste<br />

segmento, mas a Ituran lidera<br />

neste nicho.<br />

Este produto não deve ser<br />

concorrente do seguro popular,<br />

que visa um nicho que busca<br />

a cobertura compreensiva. É<br />

um produto bastante flexível,<br />

porque ele não vê perfil, não<br />

verifica Serasa, então facilita o<br />

atendimento a uma parcela de<br />

clientes.”<br />

Marcelo Blay<br />

Minuto Seguros<br />

“O produto atende as necessidades<br />

e as exigências do novo<br />

consumidor. É um produto inovador,<br />

com condições excepcionais<br />

para os proprietários de veículos,<br />

principalmente para aqueles que<br />

não têm condições de contratar<br />

um plano completo.<br />

É importante ressaltar que<br />

no momento da venda deve ser<br />

levada em consideração a credibilidade<br />

da Ituran, uma empresa<br />

israelense com o propósito de<br />

evoluir junto com o mercado de<br />

automóvel, proporcionando a<br />

novos consumidores a oportunidades<br />

de proteger seu bem.”<br />

Pedro Barbato<br />

presidente da Câmara dos<br />

Corretores de Seguros<br />

iniciou-se há 13 anos! Hoje são mais de<br />

3 mil corretores cadastrados e ativos.<br />

Os corretores de seguros identificaram<br />

na Ituran uma excelente oportunidade<br />

para não perder negócios. A famosa<br />

“carta na manga”. Ao ver que seu<br />

cliente não tem condições de contratar<br />

um seguro compreensivo, os corretores<br />

apresentam o Ituran com Seguro. Uma<br />

opção que não é completa como o seguro<br />

compreensivo, mas que garante<br />

os principais riscos e garante uma


emuneração média de 15% sobre o valor<br />

do prêmio”, comenta Roberto Posternak,<br />

diretor comercial da Ituran.<br />

Apesar da Ituran ter sido a pioneira<br />

deste mercado, já existem outras empresas<br />

comercializando produtos similares.<br />

O executivo acredita que a maior diferença<br />

está nas seguradoras parceiras.<br />

“A solidez de duas parcerias comerciais<br />

como a Mapfre e BNP Paribas vale<br />

muito para a Ituran, corretoras e segurados,<br />

nos diferenciando ainda mais dos<br />

demais players do mercado”, classifca<br />

Posternak. Além disso, a possibilidade<br />

de optar por coberturas como RCF e<br />

PT Colisão é outro grande diferencial.<br />

As condições comerciais, facilidades<br />

de pagamento e contratação através da<br />

ferramenta de e-commerce completa e<br />

simples de usar, contemplando etapas<br />

de cotação, cobrança, agendamento,<br />

funcionam como um diferencial. “Tudo<br />

muito rápido. Todos os corretores recebem<br />

um Login e Senha e passam a<br />

usufruir da facilidade de contratação<br />

com possibilidades de agendamento<br />

da instalação do rastreador até para o<br />

mesmo dia da venda. Somos pioneiros e<br />

únicos em nosso mercado a disponibilizar<br />

um sistema com estas características<br />

e com possibilidades de integração via<br />

webservice com os sites das corretoras,<br />

viabilizando vendas on line para os segurados<br />

dos nossos parceiros”, aponta o<br />

diretor comercial.<br />

Ituran com Seguro é o mais barato<br />

seguro do mercado, com valor de mensalidades<br />

a partir de R$ 69,90 e pagos<br />

em 12 parcelas sem juros. Outro ponto<br />

importante é que o atendimento e apoio<br />

comercial aos corretores é feito por uma<br />

equipe atuante e presente através da qual<br />

são feitos treinamentos, capacitações,<br />

orientações estratégicas para crescimento<br />

em vendas, sem falar em distribuição<br />

de material de apoio às vendas.<br />

A empresa conta também com uma<br />

equipe estruturada de pós-venda, disponível<br />

para atendimentos relacionados<br />

aos produtos e a regulação dos sinistros<br />

junto às seguradoras parceiras.<br />

25


esseguros | mercado<br />

Redesenhando<br />

estratégias<br />

Desafios econômicos<br />

chegam ao mercado<br />

de resseguros levando<br />

as companhias a<br />

direcionar foco para<br />

projetos de longo<br />

prazo<br />

Amanda Cruz<br />

O<br />

fim do monopólio do mercado<br />

de resseguros ainda é<br />

muito recente do ponto de<br />

vista histórico, embora complete<br />

dez anos em 2017. Por isso, é preciso<br />

trazer para o setor mudanças estruturais<br />

necessárias, um desafio que a situação<br />

política e econômica brasileira atual pode<br />

retardar ainda mais. Para os executivos<br />

do setor, a abertura desse mercado é um<br />

processo que deve ser continuado para<br />

obtenção de um espaço para transações<br />

mais abertas e mais maduras, buscando<br />

o aumento da rentabilidade, que sempre<br />

foi uma das principais prioridades do<br />

setor desde 2007, conforme aponta Marcos<br />

Fugise, diretor da AIG Resseguros<br />

Brasil. “Assim, novos produtos e serviços<br />

poderão ser ofertados, bem como uma<br />

melhor qualificação profissional, gestão<br />

globalizada, ajudando a geração de novos<br />

empregos. Outro movimento fundamental<br />

para o setor é o aperfeiçoamento de<br />

sua regulamentação, o que passou a ter<br />

extrema relevância, uma vez que estabelece<br />

a igualdade entre concorrentes e possibilita<br />

a consolidação de grandes grupos<br />

financeiros”, completa o executivo.<br />

Com base nisso, como será que esse<br />

mercado tem encarado as incertezas e<br />

oscilações que a política e a economia<br />

nacional apresentaram em 2015 e devem<br />

continuar mostrando em 2016?<br />

26<br />

Fugise destaca que, de acordo com<br />

levantamento da consultoria Rating de<br />

Seguros em parceria com o Sincor-SP,<br />

em 2015 (até novembro), o faturamento<br />

de resseguro local cresceu 29% em comparação<br />

a 2014. Se o foco for para o patrimônio<br />

líquido, o crescimento foi de 26%<br />

no mesmo período. “É claro que, assim<br />

como o próprio mercado de seguros, o<br />

Brasil ainda dispõe de grande capacidade<br />

para se desenvolver em resseguros nos<br />

próximos anos”, afirmou.


Fazendo um raio-x entre resseguradoras<br />

locais e estrangeiras, de acordo<br />

com dados divulgados pela Susep referentes<br />

ao primeiro semestre de 2015,<br />

é possível observar alguns dados que<br />

demonstram as diferenças entre elas<br />

com relação a 2014, como aumento de<br />

3,7% no volume de resseguro cedido<br />

pelas companhias brasileiras enquanto o<br />

volume de resseguro cedido diretamente<br />

a resseguradoras estrangeiras caiu 57%.<br />

Outro dado importante é referente ao<br />

volume de resseguro aceito do exterior,<br />

que passou de R$ 48,5 milhões para R$<br />

192,4 milhões, um crescimento expressivo<br />

de 297%, que, segundo o executivo<br />

da AIG Re, “evidencia a estratégia de<br />

internacionalização de algumas resseguradoras<br />

locais”.<br />

Paul Conolly, vice-presidente de<br />

Resseguros do IRB Brasil RE, destaca<br />

que o longo prazo é o trunfo do mercado.<br />

A resseguradora pretende alinhar seu<br />

posicionamento estratégico para manter<br />

seus clientes próximos e protegidos de<br />

eventuais volatilidades ou interrupções<br />

de negócios. “Dessa forma, quando a economia<br />

do País voltar a crescer e demandar<br />

novas ideias, a nossa visão de longo prazo<br />

terá valido a pena. Precisamos, a todo<br />

momento, pensar fora da caixa.”<br />

É difícil comparar o mercado brasileiro<br />

a qualquer outro mercado internacional,<br />

desde a regulação até o envolvimento<br />

dos players, a cultura de contratação<br />

e os riscos de cada região podem<br />

apresentar muitas diferenças. Mas há<br />

uma base de amadurecimento que pode<br />

servir para tentar apontar o caminho que<br />

deverá ser seguido. Conolly acredita que<br />

“ainda faltam passos importantes para<br />

que o mercado brasileiro chegue a um<br />

nível semelhante ao internacional”. Para<br />

ele, questões como produtos muito amarrados<br />

na maneira como são desenhados,<br />

pouco claros, que acabam dando margem<br />

a interpretações erradas de cobertura,<br />

e algumas estruturas que não são utilizadas<br />

no mercado internacional são as<br />

lacunas que os resseguradores precisam<br />

preencher. “Existe também o fato de que<br />

a compra de capacidades para contratos<br />

locais são muito maiores do que grande<br />

parte da capacidade das companhias<br />

internacionais”, exemplifica.<br />

Mercados emergentes<br />

Durante anos, Brasil, Rússia, Índia e<br />

China foram observados como as prováveis<br />

novas potências mundiais e despertaram<br />

interesses também no mercado de<br />

seguros. Porém, esse cenário mudou, o<br />

ritmo de crescimento dessas economias<br />

está mais lento ou até mesmo regredindo.<br />

Com ou sem período crítico, o caminho<br />

do desenvolvimento do setor não pode<br />

ter retrocessos. Sem dúvidas, as oportunidades<br />

diminuirão, entretanto, Conolly<br />

acredita que a pulverização do resseguro<br />

será a salvaguarda nesse momento de turbulência.<br />

“O IRB tem 24% de sua receita<br />

vinda de resseguros feitos fora do Brasil,<br />

em países onde a atual crise não existe ou<br />

é bem menor do que vemos aqui”, explica.<br />

Talvez um pouco mais complicadas<br />

sejam questões econômicas e financeiras<br />

como a alta do dólar, pois, como em todos<br />

os outros setores produtivos, produtos<br />

de resseguro estão atrelados a custos no<br />

exterior e sofrem impactos de depreciação.<br />

Áreas como a de Grandes Riscos e<br />

Property, que estão atreladas à moeda<br />

estrangeira, têm perda de rentabilidade.<br />

Mas o que pode parecer mais um obstáculo<br />

tem outro lado, conforme destaca<br />

Fugise. “No momento, este impacto é<br />

favorável às seguradoras brasileiras,<br />

pois torna possível comprar a mesma<br />

capacidade em reais com menos dólares,<br />

já que grande parte dos contratos automáticos<br />

de resseguro é feito em moeda<br />

local”, destaca. O IRB, por exemplo, não<br />

consolida seus resultados no País, então<br />

a desvalorização do Real não é sentida.<br />

Oportunidades precisam de<br />

espaço<br />

Capacitação profissional também é<br />

um tema que toca esse mercado. A criação<br />

da primeira certificação para profissionais<br />

de resseguros, que é uma espécie<br />

de teste de proficiência do conhecimento<br />

técnico na área, promovido pela Fenaber<br />

em conjunto com a Funenseg e a Escola<br />

Nacional de Seguros, são avanços que<br />

dão mais credibilidade ao trabalho que<br />

é feito no setor. “A partir do momento<br />

que o mercado permite uma equidade<br />

de concorrência por meio de uma regulamentação<br />

avançada, a consolidação do<br />

setor se torna evidente. Essas diretrizes<br />

❙❙Marcos Fugise, da AIG<br />

oferecem aos grandes grupos financeiros<br />

um crescimento ainda mais significativo”,<br />

apoia Marcos Fugise, da AIG Re.<br />

A concorrência atrai mais resseguradores<br />

a se registrarem no País<br />

disputando a mesma fatia de mercado<br />

das que já atuam aqui. Essa realidade<br />

pede inovação, especialmente na área<br />

de produtos, que vêm sendo, aos poucos,<br />

apresentados ao mercado. A AIG Re<br />

colabora para alavancar as iniciativas<br />

da AIG Seguros, como tem feito em<br />

produtos de D&O, Ambiental e outros. A<br />

linha de Vida vem sendo explorada pelas<br />

resseguradoras. O executivo do IRB Re<br />

adianta que a companhia tem investido<br />

na área com planos de trabalhar produtos<br />

alinhados aos conceitos de longevidade<br />

para carteira de previdência, além de<br />

desenhos sobre um plano de resseguro<br />

financeiro para atender situações de<br />

grande complexidade.<br />

❙❙Paul Conolly, do IRB Brasil Re<br />

27


mercado<br />

Mercado oportuno<br />

O resseguro se expande cada vez mais.<br />

Saiba quais são as tendências do setor<br />

e como está a atuação do País junto aos<br />

players mundiais<br />

Lívia Sousa<br />

Desde o fim do monopólio do<br />

IRB, em 2007, o mercado de<br />

resseguros cresceu: dos R$ 8<br />

bilhões somados há oito anos,<br />

passou para algo em torno de R$ 9,5<br />

bilhões em 2015 – valor não oficial, mas<br />

já estimado pela Federação Nacional das<br />

Empresas de Resseguros (Fenaber). “Vínhamos<br />

crescendo a dois dígitos anuais<br />

e, por conta do cenário econômico atual,<br />

esperamos alta de um dígito em 2016”,<br />

projeta o presidente da entidade, Paulo<br />

Pereira.<br />

Um dos pontos que se destacam<br />

nessa evolução é o desempenho dos resseguradores<br />

nacionais, que diversificam<br />

seus portfólios e se expandem para outras<br />

regiões do globo, como a América Latina.<br />

A região e outras economias emergentes,<br />

onde a penetração de seguro em relação<br />

ao Produto Interno Bruto (PIB) ainda está<br />

aquém quando comparado às economias<br />

desenvolvidas (na ordem de 4,5%), são<br />

uma grande oportunidade para o setor.<br />

“Temos companhias brasileiras com<br />

capacidade para atender riscos fora do<br />

28<br />

Brasil, mais especificamente na América<br />

Latina, e essa é uma forte tendência”, declara<br />

Paula Lopes, diretora de Placement<br />

e Resseguro da Marsh Brasil.<br />

Somado a isso, o mercado global de<br />

catástrofe, com as mudanças climáticas,<br />

urbanização e melhores proteções para<br />

os ativos em crescimento podem proporcionar<br />

uma nova dimensão de negócios<br />

para o segmento. Em solo brasileiro, a<br />

❙❙Paulo Pereira, da Fenaber<br />

observação deste tipo de risco no processo<br />

de subscrição tem crescido, visto que<br />

mesmo não contribuindo com o câmbio<br />

climático o local é um dos mais afetados<br />

com as consequências das catástrofes<br />

naturais.<br />

Embora haja capacidade internacional<br />

disponível e know-how a ser dividido,<br />

no Brasil a oferta de coberturas diretas<br />

sobre este tipo de risco ainda é pequeno,<br />

e mesmo com uma exposição crescente,<br />

a demanda também é pequena. Além<br />

disso, o governo, que seria um grande<br />

comprador para este tipo de cobertura,<br />

paga do próprio bolso o que poderia ser<br />

compartilhado com o mercado internacional.<br />

“É uma área de grande oportunidade,<br />

ainda pouco explorada de forma prática,<br />

❙❙Paula Lopes, da Marsh Brasil


❙❙Luiz Araripe, da Aon<br />

mas que vem chamando a atenção dos<br />

executivos do setor. Para o nosso tipo de<br />

catástrofe, como enchentes, inundações e<br />

deslizamentos, existem muitos estudos e<br />

modelagem catastrófica em criação para<br />

tentarmos mensurar de forma mais objetiva<br />

a exposição desses riscos”, diz Luiz<br />

Araripe, Chief Commercial Officer da<br />

unidade de negócio de Resseguros da Aon.<br />

Mesmo sem um modelo avançado<br />

como em territórios com exposição<br />

catastrófica conhecida, alguns resseguradores<br />

já diferenciam certas áreas do<br />

País, especialmente na região Sul, devido<br />

a exposições a vendavais e enchentes.<br />

“Essa é uma tendência que deve ser<br />

acompanhada por todos os players do<br />

mercado e em breve teremos modelagens<br />

de risco ainda mais precisas em relação<br />

a exposições catastróficas no território<br />

brasileiro, com potencial de agravo de<br />

taxas em áreas de maior exposição”, frisa<br />

o gerente de Resseguro da Cooper Gay,<br />

Frederico Braz.<br />

❙❙Frederico Braz, da Cooper Gay<br />

❙❙Conrado Trajano Malburg, da Willis<br />

Onde estão as oportunidades?<br />

O resseguro funciona como porta de<br />

entrada tanto para produtos novos quanto<br />

para clausulados de produtos tradicionais.<br />

“Tudo o que traz beneficio e opções ao<br />

segurado é uma oportunidade e deve ser<br />

observado com atenção”, destaca Conrado<br />

Trajano Malburg, diretor executivo da<br />

área de Facultative Reinsurance da Willis<br />

Towers Watson. Neste sentido, produtos<br />

de necessidade como o Cyber, os novos<br />

produtos de vida, além dos segmentos de<br />

agricultura, créditos e garantias, podem<br />

ser oportunos.<br />

Araripe chama a atenção pelo fato<br />

de que muitos players competem por<br />

uma fatia de mercado que, embora seja<br />

estável e cresça gradualmente, ainda é<br />

menor do que a inicialmente projetada<br />

na abertura do mercado de resseguros.<br />

“Aliado ao fato que os grandes grupos<br />

seguradores compram cada vez menos<br />

resseguro de forma tradicional, o espaço<br />

é pequeno e a competição é acirrada.<br />

A inovação é a chave do sucesso aqui.<br />

A questão mais crucial não é qual área<br />

de atuação em si, mas sim como as<br />

empresas vão lidar com essas áreas”,<br />

argumenta.<br />

A lista contempla ainda os investimentos<br />

em formação técnica, conhecimento<br />

e internacionalização das<br />

capacidades locais, inicialmente na<br />

América Latina e, posteriormente, em<br />

outras regiões. “A criação de um novo<br />

hub de resseguros mundial será crucial<br />

para aumentar a entrada de prêmios nos<br />

resseguradores locais e a relevância do<br />

Brasil no mercado de seguros global”,<br />

declara Braz.<br />

❙❙Rodrigo Protasio, da JLT Re Brasil<br />

O resseguro também pode ser uma<br />

eficiente ferramenta de transferência de<br />

riscos e de alavancagem para o mercado<br />

financeiro e para as áreas de saúde e<br />

previdência. Rodrigo Protasio, CEO da<br />

JLT Re Brasil, acredita no potencial da<br />

transferência do risco de longevidade,<br />

do resseguro da tábua de sobrevivência,<br />

assim como do resseguro saúde, para<br />

ajudar a proteger os planos de saúde da<br />

variação súbita de sinistralidade e para<br />

viabilizar os planos de auto-gestão, como<br />

substitutivo de capital. Nesta área, o desafio<br />

maior será no âmbito regulatório.<br />

Fusões, aquisições e mercado<br />

soft<br />

As fusões e as aquisições devem<br />

continuar, principalmente com as baixas<br />

taxas mundiais de juros. “Este é um mercado<br />

em um ciclo longo de soft market,<br />

ou seja, mercado leve, onde as taxas caem<br />

a cada renovação, que está diretamente<br />

ligado às taxas de juros baixas e a anos<br />

bons para os resseguradores que tiveram<br />

poucas catástrofes naturais nos últimos<br />

cinco anos”, aponta Protasio.<br />

Apesar de ainda comportar-se de<br />

maneira volátil em relação a sinistros<br />

ou adversidades, o mercado ressegurador<br />

brasileiro tem uma situação de<br />

soft market nunca antes vista. “Para se<br />

fazer negócios por aqui, os mercados<br />

precisam operar com margens apertadíssimas.<br />

E acho que essa situação acaba<br />

nos empurrando para uma curva de maturidade<br />

mais aberta”, pontua Malburg,<br />

da Willis Towers Watson, acreditando<br />

que este cenário não deverá mudar a<br />

curto prazo.<br />

29


A<br />

Praia do Forte, na Bahia, foi<br />

palco para a posse dos presidentes<br />

das Federações de<br />

Seguros para o triênio 2016<br />

- 2019. A cerimônia aconteceu no dia 25<br />

de fevereiro e fez parte do 21º Encontro<br />

de Líderes do Mercado Segurador.<br />

A presidência da CNseg passa de<br />

Jayme Garfinkel, que assumiu o cargo<br />

após a tragédia que acometeu o então prelíderes<br />

| encontro<br />

Fernando Schuler, Gustavo Loyola, Dony de Nuccio, Luís Roberto Barroso e Edson Franco em painel sobre cenário político e econômico<br />

O que será do<br />

presente?<br />

Personalidades do mercado de seguros se<br />

reúnem na Bahia para discutir temas que<br />

afetam o setor e todo o País<br />

Amanda Cruz<br />

sidente Marco Antônio Rossi, em novembro<br />

de 2015, para Márcio Coriolano, que<br />

presidia a Fenasaúde até então. Garfinkel<br />

lembrou conquistas importantes para a<br />

Confederação no ano de 2015, como a integração<br />

com a Federação Interamericana<br />

de Empresas de Seguros (Fides) e com os<br />

países Ibero-americanos, o equacionamento<br />

das questões financeiras e jurídicas<br />

relacionadas ao seguro habitacional e o<br />

seguro rural. Além disso, foi destacada a<br />

reformulação e ampliação das estatísticas<br />

do mercado segurador, com a criação do<br />

Caderno de Estatísticas e do Relatório<br />

Interativo. “Muitos foram os desafios<br />

enfrentados pelo setor de seguros e não<br />

podemos deixar de lembrar algumas conquistas.<br />

Muitas delas feitas com base na<br />

crença de Rossi, a crença que ele tinha na<br />

importância do entendimento entre todos<br />

e na aproximação do seguro com nossas<br />

autoridades e os poderes legislativo, executivo<br />

e judiciário”, relembrou.<br />

O superintendente da Susep, Roberto<br />

Westemberger, reafirmou o interesse em<br />

desenvolver mais produtos junto com<br />

seguradores e corretores de seguros, para<br />

que a população receba incentivo para<br />

30


Painel: O horizonte do Brasil no Século XXI<br />

continuar acreditando na proteção do<br />

setor. Isso pode garantir um crescimento<br />

real significativo nos próximos anos”,<br />

enfatizou.<br />

O presidente do Grupo Bradesco,<br />

Luis Carlos Trabuco Cappi, estava presente<br />

para relembrar seus momentos<br />

no mercado de seguros. Ele ressaltou o<br />

quanto é preciso que cada setor trabalhe<br />

e encontre em conjunto uma maneira de<br />

contribuir para que o Brasil saia dessa<br />

situação crítica.<br />

O ano de 2016 começa com renovações<br />

no mercado. Os novos presidentes<br />

das Federações do mercado de seguros,<br />

juntamente com suas diretorias, foram<br />

empossados à frente das entidades, bem<br />

como a Confederação Nacional das Seguradoras<br />

já conta com novos dirigentes.<br />

Duas coisas são certas, diante do que foi<br />

dito no discurso de posse de cada um dos<br />

novos presidentes: os projetos anteriores<br />

foram bem desenvolvidos e consolidados,<br />

mas eles estão dispostos a mudar o que<br />

for preciso para trazer mais resultados.<br />

O setor, que em 2015 foi responsável<br />

pela movimentação de R$ 364 bilhões e<br />

teve crescimento nominal de 11,4% e um<br />

crescimento real em 1,24%, é também<br />

responsável pela discussão de assuntos<br />

importantes que dizem respeito ao País.<br />

A crise afeta a todos os setores e, embora<br />

o mercado de seguros sofra um impacto<br />

tardio, os danos poderão se agravar caso<br />

nada seja feito. “O setor de seguros mantém<br />

crescimento consistente, acima do nível<br />

da economia brasileira em geral. Essa<br />

resiliência é reflexo do comportamento<br />

do brasileiro, de priorizar a proteção de<br />

sua saúde e de seu patrimônio”, acredita<br />

Coriolano. Em um momento como<br />

esse, a reunião de líderes foi pautada<br />

pela discussão do panorama político e<br />

econômico. Crescer dois dígitos é a fala<br />

comum do setor e continua fazendo parte<br />

do discurso otimista de seus principais representantes,<br />

mesmo que eles não deixem<br />

de ressaltar que o que antes era feito de<br />

maneira quase orgânica, agora se tornou<br />

um desafio maior.<br />

Sobre os produtos de previdência<br />

complementar, Coriolano assegura que<br />

o governo ainda não entendeu as novas<br />

propostas, tanto do Universal Life quanto<br />

do Previsaúde, e que isso tem dificultado<br />

uma aprovação mais rápida. “O VGBL<br />

“o Brasil irá realizar<br />

seu projeto de<br />

nação em um<br />

mundo complexo,<br />

conectado e<br />

multipolar”<br />

MIRIAM LEITÃO<br />

Saúde, como é chamado, não é apenas<br />

um produto de acumulação previdenciária,<br />

mas a principal garantia de que<br />

as pessoas com idade avançada tenham<br />

recursos complementares para arcar com<br />

seu plano de saúde”, destacou.<br />

Apesar de a saúde ter um papel importante<br />

na vida de todos, especialmente<br />

dos idosos, estes não querem, nem podem,<br />

ser vistos como fardos. Mais ativos do que<br />

nunca, a jornalista Miriam Leitão, que<br />

participou do primeiro painel do evento,<br />

cunhou como “talentos maduros” aqueles<br />

que envelhecem, mas se mantêm ativos<br />

e interessados em se desenvolver. Sem<br />

medo de pensar no futuro, ela destacou<br />

que “o Brasil irá realizar seu projeto de<br />

nação em um mundo complexo, conectado<br />

e multipolar, onde as potências médias,<br />

antes caladas, agora têm voz”, constatou.<br />

Energias limpas e renováveis, como eólica<br />

e solar, também farão parte desse processo<br />

de amadurecimento, pois o setor de<br />

energia é fundamental e as hidrelétricas<br />

têm, aos poucos, se mostrado inviáveis<br />

ecologicamente. O perfil demográfico<br />

dos habitantes, as questões climáticas que<br />

demoram a ser resolvidas (e nesse quesito<br />

entram vendavais e enchentes que assolam<br />

o País há décadas) são temas que, para ela,<br />

devem ser encarados.<br />

Mas nem só de fatores ambientais e<br />

econômicos vivem os temores brasileiros.<br />

A crise política também assombra o País<br />

e um novo momento se desenha, no qual<br />

os poderes estão em conflito, os projetos<br />

colidem e a população tenta acompanhar<br />

quais serão os próximos capítulos e como<br />

isso afetará o seu dia a dia. Entre pedidos<br />

de impeachment e novas descobertas de<br />

casos de corrupção, a fala de Miriam não<br />

embarca em posturas radicais, ao mesmo<br />

tempo em que deixa claro que atitudes<br />

precisam ser tomadas. A democracia,<br />

para ela, é a única saída para que o País<br />

retome seu rumo. “Nada é melhor em<br />

uma ditadura”, afirmou para enfatizar<br />

que o País tem pouca tolerância com a<br />

corrupção e esse momento será decisivo<br />

para que novas diretrizes sejam tomadas.<br />

Ainda que esse futuro tão esperado<br />

possa ser diferente, ele está sendo<br />

moldado não só pelos acontecimentos<br />

políticos e econômicos, mas também<br />

pelos inesperados casos de saúde pública,<br />

31


encontro<br />

Painel: Epidemias<br />

como o Zika. Além de se preparar para<br />

riscos que podem ser previstos, como<br />

as crises econômicas e políticas, mais<br />

do que tudo é preciso se atentar para os<br />

riscos de baixa probabilidade e grande<br />

impacto, como os casos da barragem<br />

da Samarco e o mosquito que, ao que<br />

tudo indica, pode deixar uma geração de<br />

crianças com microcefalia, se a doença<br />

continuar a se proliferar. Se for verdade<br />

que, mesmo com baixa probabilidade,<br />

todo dano que pode causar grandes tragédias<br />

deve ser prevenido, o Brasil tem<br />

muito dever de casa para fazer, já que o<br />

“risco de pandemia” é real, de acordo<br />

com subsecretário da subsecretaria de<br />

Vigilância em Saúde do Estado do Rio<br />

de Janeiro, Alexandre Chieppe, durante<br />

painel que abordou o assunto.<br />

A falta de informações sobre o Zika<br />

e a chikungunya torna quase impossível<br />

o desenho de um plano efetivo para o<br />

combate. O que é descoberto deve ser<br />

exposto para colaboração da população, o<br />

que é mito ou boato, deve ser combatido.<br />

Embora o impacto deva ser grande, dar o<br />

maior número de informações confiáveis<br />

e relevantes para os beneficiários deve ser<br />

uma medida imediata das seguradoras.<br />

Outra medida, já anunciada pela ANS, é<br />

que as operadoras ofereçam aos pacientes<br />

os testes para identificar a doença que, se<br />

feitos fora do plano podem custar de R$<br />

800 a R$2 mil.<br />

32<br />

Com a presença do ministro do<br />

STF, Luís Roberto Barroso, o último<br />

painel discutiu de maneira efetiva o<br />

cenário político e econômico brasileiro.<br />

Se, por um lado, o primeiro painel, de<br />

Miriam Leitão, era realista com traços<br />

de otimismo, o encerramento foi realista<br />

com grandes doses de preocupação. O<br />

economista Gustavo Loyola, por exemplo,<br />

explicou que o contexto é difícil para o<br />

Brasil por três razões: queda do preço<br />

das commodities, queda do crescimento<br />

global e depreciação do real.<br />

“O caso é que o Brasil praticou políticas<br />

erradas e tem problemas estruturais.<br />

No curto prazo, o quadro tende a persistir<br />

pelos próximos anos. Não há como gerar<br />

medidas que possam trazer mudanças<br />

substantivas”. Por outro lado, Loyola diz<br />

que o pessimismo de empresários deve<br />

se agravar, especialmente pela taxa de<br />

desemprego.<br />

O único setor que traz algo de positivo<br />

é o externo. O Brasil não corre o risco<br />

de ter crise de pagamentos, a posição<br />

externa do país é sólida porque vai zerar<br />

o déficit existente.<br />

No médio e longo prazo as reformas<br />

seriam fundamentais. Passado o período<br />

em que o Brasil atravessava um momento<br />

favorável por conta de commodities, agora<br />

se mostram seus problemas estruturais, que<br />

necessitam de mudanças. “Economia com<br />

baixa produtividade, cheia de gargalos”.<br />

Fernando Schuler, cientista político,<br />

destacou que a agenda é reforma estrutural.<br />

“Nós precisamos de uma reforma<br />

na estrutura política. Esta crise é do<br />

modelo político que o país construiu,<br />

presidencialismo de coalizão, e nós<br />

vivemos um esgotamento do modelo.<br />

Mais de dez por cento dos deputados<br />

vai trocar de partido”. Essa situação<br />

dificulta a chance de conseguir governar<br />

e compor uma maioria nas votações de<br />

interesse do País.<br />

A última fala, feita pelo ministro,<br />

abarcou pontos importantes do cenário<br />

atual, como o processo de impeachment,<br />

recusado pelo STF, sobre o qual Barroso<br />

afirma que o procedimento adotado foi<br />

“seguir rigorosamente as regras do processo<br />

de 1992, contra Fernando Collor”,<br />

e completou dizendo que a dicotomia<br />

com que a política é abordada hoje no<br />

País não traz benefícios e que é urgente<br />

que a política eleitoral seja revista. O<br />

ministro é a favor do fim do voto proporcional,<br />

que faz com que os votos<br />

excedentes de um candidato migrem<br />

para outro do seu partido, possibilitando<br />

que ele seja eleito sem que o cidadão<br />

tenha, efetivamente, votado e também<br />

citou a incompatibilidade existente nos<br />

financiamentos de campanha: “Impedir<br />

que uma mesma empresa apoie todos os<br />

candidatos evita que ela compre ou cobre<br />

favores futuros”, pontuou.


especial | Dia da Mulher<br />

Elas avaliam<br />

o setor<br />

Participação das<br />

mulheres no mercado<br />

de seguros saltou 8<br />

pontos percentuais<br />

em 12 anos. Executivas<br />

analisam o impacto da<br />

presença feminina no<br />

segmento e comentam<br />

os desafios para se<br />

chegar a cargos de alta<br />

direção<br />

Lívia Sousa<br />

Elas são maioria da população<br />

brasileira, dos eleitores e cada<br />

vez mais ocupam cargos importantes<br />

no mercado de trabalho.<br />

Ao longo das últimas décadas, as mulheres<br />

se tornaram mais independentes,<br />

respeitadas e preparadas para conquistar<br />

espaço na sociedade e nas empresas.<br />

Essa tendência, que ganhou impulso<br />

principalmente no final dos anos 60,<br />

quando sua aprovação começou a ser<br />

marcante nas universidades e nos cursos<br />

técnicos, só tem crescido. E a busca por<br />

capacitação profissional, formação acadêmica<br />

e por oportunidades igualitárias<br />

aos homens continua sendo o caminho<br />

para atingir este cenário de mudança nas<br />

companhias.<br />

Em algumas profissões, elas predominam<br />

em relação ao público masculino<br />

e, em outras, se tornaram famosas graças<br />

à competência e à disciplina. Mas é cada<br />

vez mais frequente vê-las assumindo<br />

cargos em áreas tradicionalmente ocupadas<br />

por eles. O mercado de seguros<br />

é uma dessas áreas: de acordo com o<br />

34<br />

estudo Balanço Social, divulgado pela<br />

CNseg, entre 2000 e 2012 a participação<br />

das mulheres no setor saltou de 49%<br />

para 57%.<br />

“No caso específico do mercado segurador,<br />

alguns fatores podem explicar o<br />

aumento da presença feminina nos postos<br />

de trabalho. As profundas transformações<br />

pelas quais o setor tem passado<br />

nos últimos anos proporcionaram um<br />

crescimento sustentável e superior ao de<br />

outros setores. Essas mudanças tornam o<br />

segmento cada vez mais atraente a uma<br />

nova geração de executivas que investiram<br />

em capacitação e buscam melhores<br />

salários e ambientes que possibilitem o<br />

seu crescimento profissional”, explica<br />

Fátima Lima, executiva de Sustentabilidade<br />

do Grupo BB e Mapfre.<br />

Segundo ela, as empresas já perceberam<br />

que o crescimento sustentável<br />

do negócio passa, necessariamente, pela<br />

implementação de ações e processos que<br />

promovam a igualdade de gênero em seu<br />

quadro de colaboradores. E esse processo<br />

não envolve apenas a ampliação<br />

da presença feminina no mercado, mas<br />

também o desenvolvimento de mecanismos<br />

que permitam que as mulheres<br />

cresçam profissionalmente.<br />

Nos seguros, elas também passaram<br />

a assumir papeis cruciais e cargos de


chefia, como postos de CEO e o comando<br />

de grandes empresas. Mas apesar dos<br />

números animadores, ainda esbarram em<br />

desafios para assumir altos cargos. “São<br />

poucas as mulheres que ocupam cargo<br />

de alta direção no mercado segurador.<br />

Temos inúmeras delas no segmento em<br />

cargos gerenciais e diretoria, mas na alta<br />

cúpula são poucas as oportunidades”, diz<br />

Simone Favaro Martins, segunda vice-<br />

-presidente Sindicato dos Corretores de<br />

Seguros de São Paulo (Sincor-SP).<br />

Patricia Marzullo, diretora regional<br />

de Engenharia para a América do Sul da<br />

AGCS, também acredita que a presença<br />

de mulheres na liderança das empresas<br />

possa crescer. “Ainda que na AGCS a<br />

presença feminina em altos cargos seja<br />

bastante expressiva, em outras seguradoras<br />

e resseguradoras é mais frequente<br />

encontrarmos mais líderes homens”,<br />

declara ela, que foi a primeira executiva<br />

a ocupar este cargo na companhia.<br />

Em resseguros, a igualdade já é bem<br />

expressiva, tanto em ocupação de cargos<br />

quanto em salários igualitários entre homens<br />

e mulheres. Mas em curto e longo<br />

prazo, a tendência é de que a presença<br />

de mulheres aumente ainda mais nas<br />

lideranças e suas participações no setor<br />

como um todo.<br />

Em contrapartida, no setor de corretoras<br />

de seguros, muitas empresas<br />

são geridas com sucesso por mulheres.<br />

A quantidade de profissionais filiadas<br />

aos Sincors, inclusive, aumentou. Em<br />

São Paulo, por exemplo, o Sindicato<br />

conta com 2.009 associadas de um total<br />

de 8.549 corretoras profissionais de<br />

seguros, número que Simone considera<br />

relevante para o mercado.<br />

Já os últimos registros do Sindicato<br />

dos Corretores de Seguros de Pernambuco<br />

(Sincor-PE) revelam que dos 1545<br />

corretores de seguros cadastrados no<br />

Estado, 395 são mulheres. Ou seja, quase<br />

30% do universo de negócios de seguros<br />

locais estão nas mãos do gênero feminino.<br />

A presidente da entidade, Claudia<br />

Candido, afirma que grande parte dessas<br />

profissionais pertence a famílias que<br />

atuam no segmento há décadas, mas a<br />

maioria é de jovens empreendedoras.<br />

“Vejo com otimismo a presença feminina<br />

neste mercado, a curto e a longo<br />

prazo. A cada ano, cresce o número de<br />

mulheres que se ajustam no setor. Ontem<br />

éramos um traço nas estatísticas e hoje<br />

marcamos presença em mais de 30%<br />

do número de corretores cadastrados na<br />

Superintendência de Seguros Privados<br />

(Susep)”, diz Claudia, completando que<br />

as mulheres romperam a barreira dos<br />

preconceitos e estão oferecendo uma<br />

contribuição notável ao desenvolvimento<br />

político e econômico das nações modernas.<br />

“Esse processo é irreversível e<br />

a tendência é positiva”.<br />

A visão feminina<br />

A capacidade de liderar, inovar e<br />

realizar bons desempenhos de trabalho<br />

é indiferente ao gênero. Para Patricia,<br />

apesar de mulheres e homens possuírem<br />

o mesmo potencial nestas questões, um<br />

dos entraves que intimidam o crescimento<br />

delas no mercado securitário são as<br />

visões pré-estabelecidas.<br />

“Ainda que não seja tão comum<br />

quanto no passado, muitos executivos<br />

encaram a mulher que ocupa ou está<br />

prestes a ocupar um cargo de liderança<br />

com julgamentos que não seriam feitos<br />

a um homem, como ‘será que ela dá<br />

conta?’, ‘tendo uma família, será que ela<br />

consegue se dedicar ao cargo e conciliar<br />

com a vida pessoal?’ ou ‘será que ela<br />

vai conseguir liderar uma equipe predominantemente<br />

masculina?”, lembra<br />

a executiva.<br />

Algumas profissionais, no entanto,<br />

destacam que certas características<br />

femininas podem se sobressair neste<br />

segmento – como a atenção ao detalhe,<br />

a criatividade, o cuidado com a<br />

valorização do aspecto social que o<br />

seguro proporciona e a capacidade de<br />

se concentrar e executar tarefas simultâneas.<br />

“Ao mesmo tempo, enquanto se<br />

preocupa em fechar uma estratégia, a<br />

profissional ainda se preocupa com outros<br />

dois, três ou quatro deveres, o que é<br />

sempre uma vantagem em uma equipe”,<br />

afirma Patrícia. A mulher também tende<br />

a possuir uma sensibilidade maior, sem<br />

esquecer-se do profissionalismo, que<br />

engloba preocupações com o conforto<br />

no ambiente de trabalho e com seus<br />

colaboradores. Mas mesmo sendo uma<br />

vantagem mais atribuída às mulheres, há<br />

profissionais homens com estas mesmas<br />

preocupações.<br />

Quanto à sua experiência na área,<br />

Patricia afirma não ter sentido diferença<br />

na tratativa do mercado. “Comecei trabalhando<br />

em uma corretora de seguros,<br />

que atendia uma das maiores construtoras<br />

do País, viajava muito por esses<br />

projetos e nunca tive problemas em obras<br />

ou nas reuniões que fazíamos, inclusive<br />

em cargos que ocupei depois, em outras<br />

companhias. Acredito que toda mulher<br />

consegue o que quer. Se ela quer investir<br />

na carreira e ainda ter sua família, ela<br />

consegue. Basta vontade e esforço”.<br />

Já na opinião de Claudia, a disciplina<br />

e a serenidade são traços marcantes<br />

entre as corretoras de seguros e ajudam<br />

na hora em que determinam a cumprir<br />

uma meta e traçar um plano. Elas sabem<br />

enfrentar as dificuldades e até mesmo<br />

antevê-las do mesmo modo como vislumbram<br />

as saídas e as soluções. Além<br />

disso, são capazes de propor equações<br />

ajustadas a cada caso, o que facilita<br />

na hora de montar uma estratégia que<br />

deixe o cliente satisfeito com o seguro<br />

adquirido.<br />

Para Solange Zaquem, diretora da<br />

regional Rio de Janeiro/Espírito Santo<br />

da SulAmérica, qualquer equipe de<br />

35


Dia da Mulher<br />

trabalho marcada pela diversidade, não<br />

apenas de gênero, mas também de perfis<br />

e interesses, é mais criativa e inovadora.<br />

“Sem a intenção de criar rótulos, já que<br />

cada indivíduo é único e pode contribuir<br />

de formas diferentes, posso dizer que,<br />

na área comercial, noto que as mulheres<br />

costumam apresentar uma facilidade<br />

fora do comum de gerar empatia em<br />

negociações e de adotar uma postura<br />

consultiva com o cliente”.<br />

Produtos específicos<br />

Uma pesquisa recente divulgada<br />

pelo IFC (Corporação Financeira Internacional,<br />

membro do World Bank<br />

Group) e desenvolvida pela Accenture<br />

em parceria com o IFC e o Grupo Axa,<br />

mostrou que elas movimentarão até US$<br />

1,7 trilhão no setor até 2030. Para aproveitar<br />

essa oportunidade de negócios,<br />

o mercado segurador tem investido em<br />

produtos e serviços voltados especificamente<br />

para mulheres.<br />

“Esta ampla oferta de produtos<br />

voltados a públicos específicos é muito<br />

positiva e demonstra uma mudança de<br />

mentalidade das empresas. As companhias<br />

que atuam no mercado brasileiro<br />

já perceberam que, para crescer em um<br />

cenário cada vez mais competitivo, será<br />

necessário ampliar os investimentos em<br />

pesquisas que visem o desenvolvimento<br />

de produtos que atendam a demandas<br />

específicas de cada público”, explica<br />

Fátima Lima, do Grupo BB e Mapfre.<br />

Segundo ela, na prática, isso contribui<br />

para a modernização das apólices já<br />

consolidadas e permite que os clientes<br />

optem por proteções personalizadas.<br />

Mais do que oferecer proteções exclusivas,<br />

a maior questão seria levar as<br />

necessidades deste público para dentro<br />

dos produtos já disponíveis no mercado.<br />

Solange acredita o processo envolvido<br />

no desenvolvimento do produto, ou seja,<br />

se o público-alvo foi ouvido com atenção<br />

e teve suas reais necessidades identificadas,<br />

é mais importante que o formato<br />

final do produto de seguro.<br />

Neste cenário, discute-se também<br />

o preço estabelecido para o público feminino.<br />

As seguradoras europeias, por<br />

exemplo, passaram a comercializar seguros<br />

com o mesmo preço para homens e<br />

mulheres. No Brasil, algumas proteções<br />

contam com descontos para as clientes<br />

– como o seguro de automóvel, em que<br />

a principal variável que pode interferir<br />

no valor está no comportamento diante<br />

do volante. Dados de mercado apontam<br />

que, por aqui, as mulheres se envolvem<br />

menos em colisões do que os homens.<br />

Além disso, tendem a buscar alternativas<br />

como carona ou táxi quando não estão<br />

em condições de dirigir. Já os homens,<br />

principalmente os jovens, tendem a<br />

adotar uma postura diferente, segundo<br />

as mesmas pesquisas.<br />

“Concordo que, havendo estudos<br />

estatísticos, comprovando diferenciais<br />

para a mulher, deva haver estas distinções.<br />

Com comprovação de que mulheres<br />

são mais cuidadosas no trânsito,<br />

defendo que deve haver um contrato<br />

diferenciado. No entanto, não concordo<br />

com um cenário no qual a mulher precisa<br />

pagar menos só pelo fato de ser mulher.<br />

Defendo a igualdade entre os gêneros,<br />

dentro e fora do mercado de trabalho”,<br />

frisa Patricia, da AGCS.<br />

A superintendente comercial Varejo<br />

Minas Gerais da Tokio Marine, Andreia<br />

Padovani, entende que variáveis<br />

devem ser consideradas para uma boa<br />

subscrição. Se a premissa gênero puder<br />

contribuir positivamente para melhorar<br />

o resultado, seria adequado contemplar<br />

condições diferenciadas que sejam favoráveis<br />

a essa premissa. Mas de qualquer<br />

forma, os resultados podem ser distintos<br />

dependendo de locais e culturas diferentes<br />

e, desta forma, não é possível ter<br />

estereótipo, mas sim pautar essa medida<br />

em leitura de resultados.<br />

Em contrapartida, Claudia Candido<br />

defende que não há como distinguir<br />

gêneros no mercado de seguros, embora<br />

sejam oferecidos produtos que eventualmente<br />

possam se identificar mais com<br />

o temperamento feminino e outros com<br />

o masculino. Para a executiva, o seguro<br />

é um instrumento de equilíbrio para as<br />

famílias, para as empresas e até para<br />

as nações. “Os conceitos modernos de<br />

seguros enxergam os gêneros dentro<br />

de uma mesma ótica de necessidades”,<br />

conclui.<br />

Carteiras promissoras<br />

A diversificação da carteira se faz<br />

necessária e exige que as profissionais<br />

atuantes no setor aprendam a lidar com<br />

esta questão e estejam aptas a comercia-<br />

❙❙Claudia Candido, do Sincor-PE<br />

36<br />

❙❙Solange Zaquem, da SulAmérica<br />

❙❙Simone Favaro Martins, do Sincor-SP


❙❙Andreia Padovani, da Tokio Marine<br />

lizar todos os segmentos. “A capacidade<br />

da mulher lhe permite operar em todas<br />

as frentes que desejar”, destaca Andreia.<br />

“Entretanto, em virtude da sensibilidade<br />

feminina, penso que as carteiras mais<br />

promissoras sejam as de linha pessoal e/<br />

ou benefícios. Pelo cuidado de trabalhar<br />

se atentando ao detalhe, a mulher pode<br />

desenvolver carteiras que exijam mais<br />

❙❙Fátima Lima, do Grupo BB e Mapfre<br />

atenção e criatividade, despertando as<br />

vantagens de seguros que venham ao<br />

encontro de atender as necessidades de<br />

todos os públicos”, explica.<br />

Em resseguros, Patricia afirma ser<br />

difícil apontar uma área que seja mais<br />

promissora, já que todas têm presença<br />

forte de profissionais femininas. “Em<br />

minha área, que é de Engenharia, já<br />

❙❙Patricia Marzullo, da AGCS Brasil<br />

se pode ver muitas mulheres ocupando<br />

cargos de Gerente de Projetos, por<br />

exemplo, que passam todo o período da<br />

obra trabalhando em canteiros de obras,<br />

uma área que culturalmente já é associada<br />

ao homem. Neste setor, depende<br />

mais de qual é a expertise da mulher e<br />

de suas escolhas do que uma tendência<br />

igualitária específica”, finaliza.


Dia da Mulher<br />

Seguro de Automóvel<br />

Geralmente as mulheres contam<br />

com algumas vantagens nesta carteira.<br />

Por serem mais cautelosas ao volante,<br />

registram menores taxas de sinistralidade<br />

e, por isso, recebem descontos<br />

no valor final do seguro. Para elas, são<br />

oferecidos ainda serviços adicionais:<br />

38<br />

assistência 24 horas;<br />

motorista disponível caso a cliente não esteja em condições<br />

físicas ou psicológicas para dirigir;<br />

táxi em caso de acidente ou pane;<br />

acompanhante à delegacia em caso de roubo e furto<br />

do veículo;<br />

desconto em estacionamentos e academias;<br />

reparos em eletrodomésticos e serviços emergenciais<br />

à residência;<br />

troca de pneus e auxílio reboque ilimitados;<br />

consulta gratuita para pets;<br />

cobertura para cadeira infantil;<br />

leva e traz em caso de manutenção do veículo;<br />

help desk para tablets, notebooks, smartphones e vídeo<br />

game;<br />

Central de Relacionamento Exclusiva;<br />

serviço de guincho em caso de pane sem limitação de<br />

número de eventos por vigência.<br />

Seguro para Bolsas<br />

Indenização em caso de roubo ou<br />

furto qualificado da bolsa ou pasta, a<br />

fim de repor os itens perdidos como<br />

carteira, documentos, celular, óculos de<br />

sol ou de grau, cosméticos, perfume e<br />

chaves. Na maioria das vezes, o produto<br />

é comercializado por instituições financeiras<br />

e lojas de varejo.<br />

Produtos exclusivos<br />

Elas estão mais dispostas a contratar seguros e, de olho nessa tendência, o mercado cria produtos exclusivos para<br />

as mulheres. Veja como funcionam algumas das proteções destinadas exclusivamente ao público feminino:<br />

Assistência à Mulher<br />

Conta com alguns dos serviços já oferecidos no<br />

seguro de automóvel (como socorro mecânico e<br />

reboque, troca de pneus e transportes emergenciais,<br />

e chamados residenciais como encanador, eletricista<br />

e chaveiro), mas também disponibiliza serviços<br />

específicos para a saúde e o<br />

bem-estar da mulher. Estão<br />

inclusas assistência nutricional<br />

e farmacêutica, delivery de<br />

medicamentos e descontos<br />

em compras de remédios<br />

e segunda opinião médica<br />

internacional.<br />

Seguro de Vida<br />

Além das coberturas tradicionais (indenização por<br />

invalidez permanente total ou parcial por acidente, por<br />

morte natural ou acidental e seguro de assistência funeral),<br />

o seguro de vida voltado às mulheres cobre os custos em<br />

casos de diagnóstico de câncer de útero, ovário ou mama,<br />

capitais que variam de R$ 10 mil a 500 mil (dependendo da<br />

seguradora) e sorteios semanais ou mensais em dinheiro.<br />

Em caso de falecimento, há a assistência funeral, na qual a<br />

família recebe assistência integral e gratuita. Assim como nos<br />

serviços de assistência à mulher, oferece segunda opinião<br />

médica e assistência nutricional.<br />

Nesta carteira, algumas companhias disponibilizam<br />

ainda descontos em clínicas de estética e beleza, serviço de<br />

descarte ecológico a produtos que atingem o fim de sua<br />

vida útil, personal fitness e amparo em caso de problemas<br />

decorrentes de assalto, agressão, roubo ou furto envolvendo<br />

o segurado, seu automóvel ou<br />

residência. Além disso, estendem<br />

a cobertura de doenças<br />

graves como acidente<br />

vascular cerebral agudo,<br />

cirurgia coronariana tipo<br />

Bypass, infarto agudo<br />

do miocárdio, insuficiência<br />

renal terminal,<br />

paralisia total e irreversível,<br />

perda total<br />

da audição, fala ou<br />

visão e transplante<br />

de órgãos.<br />

Fontes: Ace Group, BB Seguros, BNP Paribas Cardif, Bradesco Seguros, Brasil Assistência, Mapfre, MetLife, Seguros Unimed e SulAmérica


eventos<br />

dia internacional da mulher<br />

Família comemora unida em cruzeiro<br />

Em 2016, a comemoração pelo Dia<br />

Internacional da Mulher tradicionalmente<br />

realizada pelo Sincor-SP ganhou<br />

novas dimensões e se tornou um evento<br />

para toda a família, com duração de três<br />

dias, em alto mar. A ideia do Cruzeiro da<br />

Família Sincor-SP foi apresentada às corretoras<br />

de seguros na comemoração do<br />

ano passado e a inovação escolhida pela<br />

maioria. Além de incluir homenagem às<br />

mulheres, a viagem foi uma maneira de<br />

agregar também a parcela masculina dos<br />

corretores de seguros e seus familiares.<br />

“Nós corretores de seguros trabalhamos<br />

com proteção, e não existe<br />

lugar onde estamos mais protegidos nem<br />

pessoas que queremos mais proteger do<br />

que nossa família. Porém, muitas vezes<br />

temos a vida tão corrida que deixamos<br />

de aproveitar o que nos é mais valioso”,<br />

disse o presidente da entidade, Alexandre<br />

Camillo.<br />

O cruzeiro aconteceu entre os dias<br />

26 e 29 de fevereiro, com percurso de<br />

Santos a Búzios, passando pelo Rio de<br />

Janeiro, e voltando ao ponto de partida.<br />

O Sincor-SP reservou quase a metade<br />

das cabines de passageiros do navio<br />

Sovereign, da Pullmantur, numa aposta<br />

do sucesso da iniciativa. As inscrições<br />

foram lançadas no primeiro mês somente<br />

para as mulheres corretoras de<br />

seguros, depois abertas aos demais<br />

associados do Sindicato, e em pouco<br />

tempo as vagas foram esgotadas. Estiveram<br />

reunidas mais de 800 pessoas,<br />

entre corretoras e corretores de seguros<br />

e seus convidados.<br />

“Pelo sucesso do evento, devemos<br />

repetir a iniciativa. Quem sabe então<br />

conseguimos fechar um navio todo para<br />

o nosso público e aí teremos liberdade<br />

para personalizar ainda mais as atrações”,<br />

afirma o presidente do Sincor-SP,<br />

afirmou Camillo.<br />

seguro obrigatório<br />

Indenizações de DPVAT caem 15% em 2015<br />

Pela primeira vez na história da seguradora Líder,<br />

houve uma redução no volume de indenizações pagas em<br />

2015, de cerca de 15% em relação ao ano de 2014. Deste<br />

total, a maior queda aconteceu no sinistros de morte, que<br />

auferiu baixa de 19%. Os casos de invalidez permanente<br />

registraram redução de 13% no mesmo período e as despesas<br />

médicas, 18%.<br />

O presidente da companhia, Ricardo Xavier, disse que<br />

vários fatores contribuíram para este resultado, como a<br />

menor produção de automóveis, a adoção de equipamentos<br />

de seguranças e diminuição da velocidade nas vias, além<br />

da lei seca. O perfil predominante das vítimas é de homens<br />

jovens em idade ativa.<br />

O executivo explicou que a seguradora enfrenta o<br />

uso indevido da sua imagem, por atravessadores e fraudadores.<br />

O índice de fraudes é de 1,3% a 1,5%, nada<br />

preocupante. “O monitoramento é feito através de filtros<br />

que pegam as informações de acordo com a entrada delas<br />

em nosso banco de dados”, declarou Xavier.<br />

Ele também afirmou que a penetração do seguro DPVAT<br />

na frota brasileira é satisfatória. Foram segurados em 2015<br />

mais de 61,3 mi de veículos, de um total de 86 mi na frota.<br />

Este dado não preocupa porque a maior parte destes carros<br />

que ficam de fora já não fazem parte frota circulante.<br />

Novo logotipo<br />

O diretor de Relações Institucionais da seguradora Líder,<br />

Carlos Guerra, apresentou a nova marca da companhia e do<br />

do seguro DPVAT. “Esta nova identidade visual traz mais<br />

segurança para o consumidor, pois evita o uso indevido em<br />

dois grupos: atravessador, que pega uma procuração ou autorização<br />

para intermediar o recebimento da indenização do<br />

seguro; e o fraudador, indivíduo que está nos ambientes em<br />

que acontecem o início do processo, que incentiva as pessoas<br />

a declararem que foram vítimas do trânsito”, esclareceu.<br />

39


eventos<br />

lançamento<br />

Auto Supremo é o primeiro produto da<br />

linha Premium<br />

O segmento de alta renda já é explorado<br />

por algumas seguradoras do mercado.<br />

Agora, ele passa a fazer parte do portfólio<br />

da Yasuda Marítima. O produto Auto<br />

Supremo será oferecido com condições<br />

especiais por cerca de 400 corretores de<br />

seguros parceiros, para automóveis com<br />

valor de mercado acima dos R$ 100 mil.<br />

Em breve, outros produtos desta mesma<br />

linha serão lançados, como o seguro residência<br />

Supremo.<br />

No desenho deste produto, a seguradora<br />

fez parceria com outras quatro empresas<br />

para oferecer coberturas especiais<br />

de vidros, assistência, locação de veículos<br />

e serviços de concierge.<br />

Ao contratar o produto, o segurado<br />

passa a contar com uma série de<br />

coberturas e serviços personalizados,<br />

a exemplo da cobertura completa de<br />

vidros (comuns ou blindados), no qual<br />

estão incluídos para-brisa, vidros laterais,<br />

traseiros, faróis, lanternas e retrovisores<br />

convencionais, além dos faróis,<br />

incluindo faróis de milha, lanternas, teto<br />

solar, estendendo cobertura para os itens<br />

xênon ou led.<br />

Fernando Grossi, que assumiu a<br />

diretoria comercial Brasil da seguradora,<br />

afirmou que uma grande empresa<br />

só se constrói ouvindo muito o corretor,<br />

porque com ele é possível criar<br />

produtos e sanar as necessidades dos<br />

consumidores.<br />

Vem aí a marca Sompo<br />

O presidente da seguradora, Francisco<br />

Vidigal Filho, avisou que a marca<br />

Yasuda Marítima em breve deve dar<br />

lugar à Sompo Japão. A seguradora tem<br />

a alma brasileira com a organização nipônica.<br />

“O Brasil é a maior operação da<br />

Sompo fora do Japão. Um dos principais<br />

valores da companhia é a diversidade, e é<br />

isto que a empresa carrega em seu DNA”,<br />

disse o executivo durante lançamento<br />

do produto.<br />

autorização<br />

Seguros Sura passa a operar no Brasil<br />

No Brasil, a operação da Sura começa<br />

com prêmios de US$ 136 milhões,<br />

com 1,4 milhão de clientes, com ponto<br />

forte em transportes, PME’s, frotas e<br />

automóveis. Para a aquisição da operação<br />

da América Latina da RSA, foram<br />

desembolsados US$ 614 milhões nos seis<br />

países (Colômbia, Brasil, México, Chile,<br />

Uruguai e Argentina).<br />

“Estamos felizes por concretizar este<br />

processo e poder iniciar a operação da<br />

Seguros Sura no Brasil. Esta é a primeira<br />

operação finalizada da RSA dentro de<br />

toda a plataforma regional que faz parte<br />

da aquisição que anunciamos em 2015.<br />

Os brasileiros poderão contar, desde<br />

agora, com um aliado que manterá e<br />

fortalecerá a operação atual. Damos as<br />

boas-vindas especialmente aos novos<br />

integrantes da nossa equipe que chegam<br />

para somar conhecimento e talento à<br />

nossa organização, e aos clientes que<br />

40<br />

Thomaz Batt e Gonzalo Alberto Pérez<br />

continuaremos acompanhando, agregando<br />

valores, fornecendo bem-estar e competitividade”,<br />

garantiu Gonzalo Alberto<br />

Pérez, presidente da Suramericana.<br />

As vendas serão feitas através de<br />

corretores de seguros e de parceiros de<br />

affinities. “Este é um momento de analisar<br />

o Brasil, as suas oportunidades e<br />

junto com a matriz fazer um estudo sobre<br />

quais soluções podemos trazer ao País”,<br />

explicou Pérez.<br />

“Temos confiança de que o futuro,<br />

independente do ciclo de mercado, será<br />

melhor. As oportunidades são efetivas.<br />

Somos responsáveis pela construção da<br />

América Latina”, continuou.<br />

Uma das razões da aquisição da RSA<br />

foi capitalizar o conhecimento global da<br />

companhia para somar o melhor dos dois<br />

mundos: o conhecimento de mais de 300<br />

anos da RSA com a visão latinoamericana<br />

da Suramericana.<br />

No Brasil, os 312 colaboradores<br />

têm autonomia para tomar decisões que<br />

tenham influência na inovação da companhia.<br />

Não há modelos de organogramas<br />

ou estruturas. “Quem decide é a equipe<br />

brasileira”, definiu Pérez. Na indústria<br />

seguradora há várias ciências envolvidas,<br />

porque são seres humanos tomando decisões<br />

para criar valores para a companhia.


internacional | seguradora<br />

Companhias miram<br />

na América Latina<br />

Oscar Schimidt,<br />

presidente da MetLife<br />

na América Latina,<br />

comenta sobre o<br />

crescimento do<br />

mercado na região<br />

Lívia Sousa<br />

“A decisão de se investir na<br />

América Latina implica em<br />

aceitar e conviver com os riscos<br />

e administrá-los”<br />

Como pode ser definida a atuação<br />

das empresas de seguros latino-americanas<br />

e a evolução de seu desempenho?<br />

Schimidt: A América Latina passou<br />

por uma etapa do que se chama de “vento<br />

em popa”; resultado do aumento do volume<br />

dos preços das commodities como o<br />

cobre no Chile, o petróleo no México e<br />

uma combinação de minérios e agricultura<br />

para negócios no Brasil. Os volumes e os<br />

preços das commodities exportadas para<br />

a China também ajudaram e, com isso,<br />

a classe média se expandiu e começou a<br />

consumir seguros. Ainda por conta deste<br />

efeito, as seguradoras cresceram mais<br />

rápido do que o produto e passaram a desfrutar<br />

do evento, visto que há mais pessoas<br />

consumindo seguros pela primeira vez.<br />

Quais devem ser os pontos que<br />

os players precisam ficar atentos ao<br />

investir em países latino-americanos?<br />

Schimidt: Em uma região emergente<br />

como a América Latina, o crescimento é<br />

mais alto do que nos países mais maduros<br />

e, consequentemente, os riscos se tornam<br />

mais elevados. Eles são fundamentalmente<br />

sistêmicos, como a moeda, a taxa de<br />

câmbio, a regulamentação (muitas vezes<br />

inconveniente imposta pelos governos),<br />

além da volatilidade na economia e na política.<br />

Por isso, a decisão de se investir no<br />

local implica em aceitar e conviver com<br />

os riscos e administrá-los. É importante<br />

estarmos preparados para conviver com a<br />

atividade dos ciclos econômico e político<br />

quando acontece esse tipo de coisa.<br />

A agência de classificação de risco<br />

Moody’s, assim como a Standard &<br />

Poor’s e a Fitch, rebaixaram o grau de<br />

investimento do Brasil. Como isso pode<br />

afetar o mercado segurador?<br />

Schimidt: O Brasil passa por um<br />

ciclo fraco na economia e na política, o<br />

que nem sempre é bem vindo, mas espe-<br />

rado, e muitas vezes as pessoas deixam<br />

de enxergar que essas coisas acontecem.<br />

Acreditamos que o País vai retomar o<br />

caminho estratégico e, para nós, o que<br />

está acontecendo agora é compreensível.<br />

Como investidores, temos que continuar<br />

a dar suporte e investir no local.<br />

A Metlife é uma das empresas que<br />

administram a previdência obrigatória<br />

no Chile, país que adotou a medida<br />

como segundo pilar. No Brasil, o que<br />

pode ser aproveitado dessa experiência?<br />

Schimidt: Os antigos modelos de<br />

seguridade social pública eram viáveis,<br />

pois as pessoas trabalhavam até os 65<br />

anos e viviam entre 70 e 75. Hoje elas se<br />

aposentam aos 65 e vivem mais 20 ou<br />

30 anos. Quando a população passa a ter<br />

menos filhos e a viver mais na Europa e<br />

em países como o Brasil, que nunca reformularam<br />

o sistema de seguridade social,<br />

o défict fiscal cresce e a única forma de<br />

reduzi-lo seria aumentar as contribuições<br />

dos trabalhadores, diminuir os benefícios<br />

para os aposentados ou elevar a idade da<br />

aposentadoria, medidas politicamente<br />

complexas. Os governos vão adiando decisões<br />

porque não querem arcar com o custo<br />

e isso cresce como uma bola de neve. Outro<br />

problema do Brasil são os sistemas de previdência<br />

privada, que apesar de serem uma<br />

boa ferramenta são fundamentalmente<br />

voluntários. Se as pessoas decidem não se<br />

protegerem, mais tarde as consequências<br />

passam para a ser de toda a sociedade. Esse<br />

espaço deixado pelo voluntariado deveria<br />

ser revisado.<br />

41


comunicação e expressão<br />

por J. B. Oliveira*<br />

Expressões: idiomáticas e dilmáticas...<br />

Expressão idiomática é um modo peculiar de fala<br />

de um determinado idioma, às vezes sem a menor condição<br />

de tradução ou de compreensão em outra língua.<br />

Isso porque, no caso, o sentido – quando existe – não<br />

corresponde à forma, às palavras.<br />

Já tecemos considerações sobre estas duas<br />

formas de linguagem: ad litterame ad sensum. Na<br />

primeira, há plena correspondência entre a forma<br />

e o sentido. É a chamada linguagem literal ou – de<br />

modo mais popular – “ao pé da letra”: a palavra e<br />

o sentido se correspondem harmonicamente e não<br />

há necessidade de interpretação. Já na segunda, a<br />

situação é outra. Trata-se da linguagem figurada e<br />

quem levá-la ao pé da letra “vai dar com os burros<br />

n’água”, isto é, “vai entrar em canoa furada” ou, no<br />

popular, “vai se ferrar”!<br />

Conta-se do cidadão português que estava a<br />

passear no bondinho de San Francisco e ouviu o motorneiro<br />

dizer, claramente, “look out!”. Traduzindo<br />

mentalmente a expressão, olhou para fora...e deu com<br />

a cabeça em um poste! Ora pois, embora “look out”<br />

signifique literalmente “olhar para fora”, trata-se de<br />

uma expressão idiomática de advertência, que se traduz<br />

por “cuidado”!<br />

“To put cat out of the bag”, se traduzido pelas<br />

letras, significa “pôr o gato fora da bolsa”. Seu sentido,<br />

porém, é “contar um segredo”!<br />

A expressão francesa “poser um lapin” que, ao pé<br />

da letra, seria “colocar um coelho”, figurativamente<br />

significa “dar o bolo”, “faltar a um compromisso” ou,<br />

como dizemos nós, “furar”!<br />

E por falar em nós, também devemos dar muito<br />

trabalho a quem queira traduzir nossas expressões<br />

populares, sempre figuradas, ao estilo de “vá plantar<br />

batata”; “vá ver se estou na esquina”; “é nóis na fita”;<br />

“pôr as barbas de molho”; “molhar o biscoito”; “afogar<br />

o ganso” e por aí afora.<br />

Aí acima estão alguns exemplos de expressão<br />

idiomática – também chamada de idiotismo – de difícil<br />

compreensão por causa da incoerência, ou incongruência<br />

entre a forma e o sentido. Mas há também as expressões<br />

dilmáticas. Algumas classificadas de idiotice.<br />

O que dizer, por exemplo, da fala proferida por<br />

ocasião da Reunião do G20, em São Petersburgo: “Ontem<br />

eu disse pro presidente Obama que era claro que ele<br />

sabia que depois que a pasta de dente sai do dentifrício<br />

dificilmente ela volta para dentro do dentifrício”! Em<br />

outro momento, retornando de viagem à Europa, proclamou:<br />

“Em Portugal, da onde... aonde... de onde eu acabei<br />

de vir, o desemprego “bera” 20%, ou seja: um em cada<br />

quatro portugueses estão (sic) desempregados”. Noutro<br />

pronunciamento, também envolvendo a matemática,<br />

declarou: “Na Ucrânia, pagam 13 dólares o milhão de<br />

BTU. Quatro para treze dá sete!...<br />

Sobre o empolgante tema da ecologia, foi taxativa:<br />

“O meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça<br />

ao desenvolvimento sustentável, e isso significa que é<br />

uma ameaça pro futuro do nosso planeta e dos nossos<br />

países”. Nessa mesma linha de despautério, pronunciou-<br />

-se sobre outro sério problema: “Eu quero dizer a vocês<br />

que a inflação foi uma conquista destes 10 últimos anos<br />

do governo do presidente Lula e do meu governo.”<br />

Memorável, também, esse primor, proferido em<br />

2015: “Uma vez uma companheira me disse que essa<br />

questão de homem e mulher não tinha problema algum,<br />

porque as mulheres eram a maioria, mas a outra parte, a<br />

outra parte da maioria era integrada por homens, todos<br />

provenientes de uma mulher e, por isso, ficava tudo em<br />

casa: mulher com mulher. Porque os homens podem ter<br />

filhas e mulheres, esposas, mas têm necessariamente – aí<br />

não é pode, têm, necessariamente – uma mãe”!<br />

Na sensível área da saúde, não poupou emoção:<br />

“Nós temos 1,8 médico por mil habitantes, na média<br />

geral. Você sabe que, na média, o cara pode estar com a<br />

cabeça na geladeira e o pé no fogareiro e no meio, aqui,<br />

no umbigo, ele estar com a temperatura normal. Na<br />

distribuição é a mesma coisa, tem gente que tem muito<br />

médico, no Brasil, e tem gente que não tem nenhum,<br />

mas é 1,8.”<br />

Para fechar, voltemos à matemática: “Porque a<br />

matemática, ela tem um poder muito interessante. Ela é<br />

a base de todas as ciências, ou seja, a matemática pode<br />

ser usada em todas as áreas da ciência. Pode também...<br />

é um elemento fundamental para que nós tenhamos<br />

capacidade e melhor condição de usar isso que nos<br />

distingue, que é o conhecimento e que é a aplicação da<br />

lógica e de todos os recursos que a matemática pode<br />

trazer para o país”!<br />

* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />

É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />

www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />

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