Revista Apólice #203
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editorial<br />
Ano 20 - nº 203<br />
Setembro 2015<br />
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publicação independente da<br />
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Os artigos assinados são de responsabilidade<br />
exclusiva de seus autores, não<br />
representando, necessariamente, a<br />
opinião desta revista.<br />
Novas ideias para<br />
antigos problemas<br />
Este é um momento de mudança para o mercado de seguros,<br />
que começa a enfrentar os efeitos da crise econômica que certamente<br />
assolará o País. O dólar, atingindo patamares acima dos R$<br />
4, traz consequências para todas as classes sociais. Até as bugigangas<br />
vindas da China passam a ter preço de produtos de luxo.<br />
Para o mercado de seguros, a alta do dólar e das taxas de<br />
juros podem até favorecer investimentos, mas, na outra ponta,<br />
o consumidor pode ter que cortar na carne seus gastos (coisa<br />
que o Governo não fez) e o seguro, na mentalidade tupiniquim,<br />
é desnecessário. Portanto, a retração nas vendas é certa, como já<br />
aconteceu com o mercado de veículos novos, que despencou no<br />
primeiro semestre deste ano.<br />
Neste momento, a <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> quer motivar os corretores<br />
de seguros a buscarem outras oportunidades. Nesta edição, mostramos<br />
o que o mercado pode proporcionar em termos de novos<br />
produtos, mais adequados à realidade econômica-financeira dos<br />
segurados. Também mostramos os produtos que podem proteger<br />
os bens pessoais, sujeitos a ataques efêmeros dos larápios. É<br />
sempre bom para os corretores saber como os segurados podem<br />
garantir que seus celulares, bikes e até bolsas.<br />
Nesta edição mostramos aos leitores como foi a festa da 6 a<br />
edição do Prêmio Melhores do Seguros, realizada em São Paulo,<br />
no mês de setembro.<br />
Boa leitura!<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />
Equipe da <strong>Apólice</strong>:<br />
Ozzie Gheirart,<br />
Lívia Souza,<br />
Amanda Cruz,<br />
Graciane Pereira,<br />
Kelly Lubiato e<br />
Francisco Pantoja
sumário<br />
36 bastidores<br />
A elite do mercado seguros celebra<br />
os 20 anos da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />
e festa garante espaço para troca<br />
de idéias<br />
58 conseg<br />
18<br />
produtos<br />
60 conseguro<br />
Comportamento dos consumidores muda<br />
e seguros para bens pessoais aparecem<br />
como um caminho em ascensão<br />
22<br />
oportunidades<br />
64 cibernético<br />
Novos produtos são bem-vindos no<br />
mercado, mas especialistas apontam que<br />
mudanças na maneira de atuar podem ser<br />
mais rentáveis<br />
28 longevidade Maior desafio do futuro será viver bem<br />
o ciclo que começa a partir dos 80 anos,<br />
a quarta-idade. Veja como essa questão<br />
6 | painel<br />
afeta o mercado<br />
32 VGBL saúde 14 | gente<br />
Projeto aprovado pela Câmara dos Deputados<br />
depende agora de aprovação no<br />
16 | direto de Londres<br />
Senado. Produto viabiliza financiamento<br />
para a saúde dos aposentados<br />
38 | premiação<br />
34 novidades 56 | eventos<br />
66 | comunicação<br />
4<br />
Seguradora investe na construção de<br />
parcerias sólidas com os corretores e visa<br />
alavancar a participação nos segmentos<br />
corporativos<br />
Terceira edição do Congresso de<br />
Seguros aprofundou debates sobre<br />
estratégia de vendas e relação<br />
entre seguradores e corretores em<br />
Pernambuco<br />
Autoridades traçaram o futuro e os<br />
desafios do segmento. Especialistas<br />
nacionais e internacionais se apresentaram<br />
em uma série de palestras<br />
Artigo trata da complexidade e<br />
consequências devastadoras que os<br />
ataques digitais produzem
painel<br />
corretoras<br />
Novo grupo no mercado<br />
O mercado segurador ganhou um<br />
novo grupo de corretoras: a A12, que<br />
iniciou sua operação em abril deste ano<br />
com emissão anual de R$ 250 milhões<br />
em seguros e benefícios. Entre seus<br />
idealizadores, a empresa reúne nomes<br />
como Armando Vergílio e Robert Bittar,<br />
presidente e vice-presidente da Fenacor,<br />
respectivamente.<br />
A atuação do Grupo A12 é diversificada.<br />
Seu mix é composto por seguro<br />
de automóvel (57,1%), benefícios (24,7%)<br />
e demais ramos (18,2%). Em 2014, as<br />
corretoras do Grupo obtiveram um<br />
crescimento de 14,53% no volume de<br />
negócios, comparado ao ano anterior,<br />
número acima da média de mercado e que<br />
Dados divulgados pela Superintendência<br />
de Seguros Privados (Susep)<br />
revelam que a receita de prêmios diretos<br />
gerados pelo mercado segurador brasileiro<br />
ultrapassou os R$ 47,5 bilhões no<br />
primeiro semestre. O montante equivale<br />
a um aumento de 4,6% ante o registrado<br />
no mesmo período de 2014.<br />
Segundo a entidade, até o momento<br />
junho foi o melhor mês de 2015 para as<br />
seguradoras, que neste período atingiram<br />
uma receita global de R$ 8,5 bilhões –<br />
valor 7,6% maior que a apurada em maio<br />
e 9,3% ao montante registrado no mesmo<br />
mês do ano anterior. As despesas comermercado<br />
Seguradoras crescem 4,6%<br />
demonstra o potencial de crescimento da<br />
nova operação.<br />
De acordo com Renner Fidelis,<br />
conselheiro, diretor executivo da A12 e<br />
sócio da Apoliseg Corretora de Seguros,<br />
a globalização trouxe e traz ameaças e<br />
oportunidades. “Diante do novo cenário<br />
econômico do País, decidimos, em 2013,<br />
criar um novo grupo através da união<br />
de 12 companhias sólidas que tinham<br />
a mesma filosofia, ou seja, promover<br />
diversas soluções que trouxessem maior<br />
musculatura, competitividade, redução de<br />
custos e melhoria no lucro, seja através<br />
da conquista de novos mercados, assim<br />
como pelo aumento da rentabilidade da<br />
operação”, explica o executivo.<br />
ciais, por sua vez, fecharam em R$ 10,4<br />
bilhões no acumulado de janeiro a junho.<br />
Em comparação ao primeiro semestre do<br />
ano passado, o crescimento foi de 12,9%.<br />
previdência<br />
Poupança para<br />
os filhos<br />
A Brasilprev divulgou dados<br />
específicos de pais que contribuem<br />
para o plano de previdência dos<br />
filhos. Realizado a partir da base<br />
de 1,7 milhão de clientes PGBL e<br />
VGBL, com informações de maio<br />
deste ano, o estudo apontou que os<br />
pais (gênero masculino) são responsáveis<br />
pelas contratações de 52% de<br />
todos os planos “Brasilprev Junior”.<br />
O produto, que foi lançado em 1997,<br />
representa 35% do total de planos<br />
da empresa.<br />
De acordo com o levantamento,<br />
em média, os pais aumentam ano a<br />
ano a contribuição mensal para os<br />
filhos: hoje fazem aportes no valor<br />
de R$ 143 – há cinco anos, era de<br />
R$ 110, um crescimento de 33%.<br />
“Constatamos em pesquisas<br />
qualitativas que projetos educacionais<br />
são o objetivo da maioria dos<br />
responsáveis que contratam a previdência<br />
para acumular recursos para<br />
os pequenos, independente do estrato<br />
social. Pagar uma boa faculdade, cursos<br />
técnicos, de idiomas, bem como<br />
a realização de intercâmbios, estão<br />
nesta lista de intenções. Ou seja, a<br />
ideia é que eles utilizem os recursos<br />
ainda jovens”, declara Soraia Fidalgo,<br />
gerente da área de Inteligência<br />
e Gestão de Clientes da Brasilprev.<br />
6
painel<br />
saúde<br />
Guia de reajustes<br />
A Federação Nacional de Saúde Suplementar<br />
(FenaSaúde) lançou o Guia de<br />
Reajustes dos Planos e Seguros Privados<br />
de Saúde. A publicação explica detalhadamente<br />
as regras editadas pela Agência<br />
Nacional de Saúde Suplementar (ANS),<br />
esclarecendo como os reajustes são necessários<br />
para repor perdas financeiras<br />
e assegurar o equilíbrio econômico-<br />
-financeiro desse sistema.<br />
A regulação vigente, as regras contratuais,<br />
o comportamento dos custos<br />
da assistência médica com despesas se<br />
expandindo muito acima da inflação<br />
geral de preços e os desafios que se impõem<br />
aos principais agentes da cadeia<br />
de valor de saúde – incluindo operadoras,<br />
Governo, prestadores de serviços,<br />
famílias e empresas empregadoras – são<br />
temas abordados no novo guia. “O objetivo<br />
dessa publicação é tornar claros os<br />
principais fundamentos que norteiam a<br />
Saúde Suplementar no Brasil e os fatores<br />
que determinam os preços”, explica José<br />
Cechin, diretor Executivo da FenaSaúde.<br />
saúde 2<br />
Nova sede administrativa<br />
Em julho deste ano, a Ameplan<br />
Assistência Médica Planejada mudou<br />
para uma nova sede administrativa na<br />
região de Santo Amaro, numa área de<br />
1.000m2 totalmente planejada e adequada<br />
para abrigar 90 colaboradores da<br />
empresa, que antes estavam distribuídos<br />
em unidades diferentes.<br />
A construção da nova sede foi realizada<br />
em cerca de dois anos e reflete toda<br />
a cultura de modernidade e pioneirismo<br />
que acompanham a trajetória da Ameplan,<br />
desde sua fundação, em 1992.<br />
Para marcar o acontecimento e deixar<br />
registrado um evento tão importante,<br />
o Departamento de Marketing da Operadora<br />
preparou um vídeo apresentando<br />
todas as fases da obra, desde o momento<br />
mais rústico inicial, incluindo a construção<br />
das paredes, montagem dos dutos de<br />
ar condicionado, preparação do elevador<br />
panorâmico, colocação do piso, móveis,<br />
Segundo Cechin, é importante<br />
lembrar que o plano de saúde é um bem<br />
de todos os beneficiários, portanto da<br />
sociedade. “As despesas com saúde serão<br />
sempre crescentes, no Brasil e no mundo,<br />
devido à incorporação tecnológica, ao<br />
aumento da frequência de utilização e,<br />
sobretudo, ao envelhecimento. Mas, ao<br />
aprender a fazer uso consciente desse<br />
produto, o consumidor contribui para<br />
reduzir o impacto do uso inadequado e<br />
dos desperdícios nas despesas assistenciais”,<br />
ressalta.<br />
instalação da comunicação visual, ou<br />
seja, detalhes que fizeram parte deste<br />
projeto tão esperado e desejado por todos.<br />
Soraya Garson, gerente de Marketing<br />
da operadora, explica que o vídeo fala de<br />
um sonho que foi conquistado com muito<br />
trabalho e a importância de lutar por<br />
aquilo que se deseja. “O vídeo também<br />
inclui o dia da mudança, os acabamentos<br />
finais da obra e o evento de inauguração,<br />
com um “welcome coffee” e participação<br />
de todos da equipe”, finaliza.<br />
venda<br />
Operações na<br />
América Latina<br />
A RSA Insurance Group plc.<br />
anunciou que chegou a um acordo,<br />
sujeito a aprovações regulatórias,<br />
para vender todas as suas operações<br />
na América Latina (RSA<br />
Latin America) a Suramericana<br />
S.A, a seguradora subsidiária do<br />
Grupo de Inversiones Suramericana<br />
(Grupo Sura) por aproximadamente<br />
403 milhões de libras<br />
pagos em espécie.<br />
A RSA América Latina é<br />
uma plataforma regional de<br />
seguros e uma das dez principais<br />
seguradoras da região. Tem<br />
presença estabelecida no Chile,<br />
Argentina, Brasil, México, Colômbia<br />
e Uruguai, com um mix<br />
equilibrado de portfólio.<br />
As operações da RSA na América<br />
Latina tinham, em 30 de junho,<br />
um patrimônio total de 1,3 bilhão<br />
e patrimônios tangíveis líquidos de<br />
258 milhões de libras. Os prêmios<br />
retidos líquidos na primeira metade<br />
de 2015 foram de 333 milhões<br />
de libras com um lucro antes de<br />
impostos de 9 milhões de libras.<br />
A transação está sujeita à obtenção<br />
das aprovações regulatórias<br />
relevantes em cada um dos países.<br />
Para visualizar esses registros, o vídeo<br />
está disponível no canal da Ameplan<br />
no Youtube (http://www.youtube.com/<br />
AmeplanSaude), no blog da empresa<br />
(www.ameplansaude.com.br/blog) e no<br />
facebook.<br />
8
painel<br />
plataforma<br />
Gestão de Frotas<br />
A Marsh lança no Brasil a primeira<br />
plataforma online para gestão de<br />
frotas corporativas. Com investimento<br />
de cerca de US$ 450 mil em desenvolvimento<br />
e integração, o sistema<br />
Webfrota trilíngue (português, inglês e<br />
espanhol) gerencia em tempo real toda<br />
frota com controle de entradas e saídas<br />
dos veículos, todos os dados referentes<br />
aos seguros, e também itens referentes<br />
a condutores, status da habilitação<br />
(CNH), multas, IPVA, manutenção<br />
dos veículos, custo com pedágios,<br />
consumo de combustível, entre outros<br />
indicadores sistematizados com o<br />
histórico de cada automóvel.<br />
A corretora gerencia 90 mil carros,<br />
pick-ups, caminhões leves e pesados,<br />
semi-reboque e rebocadores de<br />
grandes e médias empresas nacionais<br />
e multinacionais. Do total, 57,7 mil já<br />
fizeram integração para oWebfrota.<br />
O sistema está sendo implantando<br />
em empresas com frotas de 100 a 10<br />
mil veículos e as informações serão<br />
integradas aos sistemas da corretora e<br />
aos das seguradoras. “Nosso sistema<br />
traz uma mudança de cultura na gestão<br />
das frotas e na operacionalização dos<br />
seguros, pois a plataforma eliminará o<br />
uso das planilhas de excel. Os dados<br />
dos veículos são importados para o<br />
Webfrotas e podem ser acessados e<br />
atualizados pelo gestor com iPhone<br />
ou iPad, mesmo ele estando fora da<br />
empresa”, afirma Eugenio Paschoal,<br />
presidente e CEO Marsh Brasil.<br />
10<br />
boletim<br />
Dez anos do Furacão<br />
Katrina<br />
A Allianz Global Corporate &<br />
Specialty (AGCS) emitiu seu novo<br />
boletim de risco. O documento “Furacão<br />
Katrina 10: Gerenciamento de<br />
Catástrofes e Panorama de Riscos de<br />
Vendavais”, que marca os dez anos<br />
do fenômeno natural considerado<br />
como o desastre mais caro da história<br />
da indústria mundial de seguro,<br />
analisa os riscos e perdas causados<br />
por vendavais e examina as lições<br />
aprendidas com o Katrina para a<br />
proteção contra futuras perdas por<br />
tufões decorrentes da crescente instabilidade<br />
climática.<br />
“O Katrina será sempre lembrado<br />
como um desastre natural extraordinário<br />
que não só afetou milhões de<br />
indivíduos e negócios, mas também<br />
deixou um impacto permanente na<br />
indústria de seguros globais”, afirma<br />
Chris Fischer Hirs, CEO da AGCS.<br />
“Prevenção é uma peça chave para<br />
limitar a exposição a vendavais e o<br />
Katrina nos ensinou muitas lições a<br />
esse respeito”, completa.<br />
A maioria dos danos causados<br />
pelo Katrina atingiu o revestimento<br />
dos prédios, comprometendo a cobertura<br />
dos telhados, paredes e janelas.<br />
“Se os códigos de construção fossem<br />
seguidos à risca, o dano causado pelo<br />
vento teria sido bastante reduzido”,<br />
constata James.<br />
aquisição<br />
Aquisição japonesa<br />
Yasuyoshi Karasawa, presidente da<br />
Mitsui Sumitomo Insurance Company<br />
anunciou hoje o acordo de compra de<br />
100% das ações da Amlin plc, companhia<br />
de seguros europeia, por aproximadamente<br />
3.508 milhões de libras<br />
esterlinas.<br />
Detendo o segundo maior consórcio<br />
do Lloyds*, a Amlin ocupa a primeira<br />
posição no segmento marítimo e tem<br />
grande presença em seguros nas áreas de<br />
energia. Com sede em Benelux, mantém<br />
também empresas de resseguro com<br />
hubs na Suíça e Bermudas, utilizando<br />
sua expertise de gerenciamento de riscos<br />
de alto nível.<br />
Os resultados financeiros da adquirida<br />
foram muito positivos no último<br />
ano. Com prêmios emitidos de 2.564<br />
milhões de libras esterlinas, apresentou<br />
um índice combinado de 89%, lucro líquido<br />
de 236 milhões de libras esterlinas<br />
e ROE de 14,1%.<br />
A combinação do portfólio da<br />
Amlin, que está centrada na Europa e<br />
América do Norte, com o portfolio da<br />
Mitsui Sumitomo Insurance, centrada<br />
no Japão e na Ásia, contribuirá para<br />
aumentar o balanço de produtos de<br />
subscrição direta e de resseguro, bem<br />
como o balanço geográfico e diversificação<br />
de riscos.<br />
Sujeito as aprovações dos reguladores,<br />
a conclusão deste processo está<br />
prevista para ocorrer entre janeiro a<br />
março de 2016.
painel<br />
viagem<br />
Mudança de regras<br />
O produto Assistência Viagem passou<br />
a contar com nova regulamentação a partir<br />
de 25 de setembro, tornando-se um seguro.<br />
Em viagens internacionais, os planos<br />
de seguro devem obrigatoriamente<br />
cobrir despesas médicas hospitalares e<br />
odontológicas, traslado de corpo, traslado<br />
médico e regresso sanitário que garante<br />
o retorno do segurado ao local de origem<br />
da viagem ou de seu domicílio, caso este<br />
não se encontre em condições de retornar<br />
como passageiro regular por motivos<br />
médicos causados por eventos cobertos<br />
pelo seguro. Nas viagens nacionais, essa<br />
cobertura será opcional.<br />
As coberturas de despesas médicas<br />
hospitalares e odontológicas deverão<br />
abranger episódios de crise ocasionados<br />
por doença preexistente ou crônica. Tais<br />
coberturas deverão ser aplicadas quando<br />
os casos gerarem quadro clínico de emergência<br />
até o limite do capital segurado,<br />
além das despesas relacionadas, até que<br />
o viajante esteja em condições de seguir<br />
o trajeto ou de retornar à sua residência.<br />
Outra mudança é que, em caso de<br />
impossibilidade do retorno do segurado<br />
por evento coberto o prazo de vigência<br />
das coberturas se estenderá, automaticamente,<br />
até o retorno do segurado<br />
ao local de domicílio ou origem da<br />
viagem.<br />
legislação<br />
Aumenta demanda por garantia judicial<br />
Mais conhecido por fornecer cobertura<br />
em execuções de contratos de grandes<br />
obras, o seguro garantia passa a ter<br />
no segmento judicial um nicho de grande<br />
potencial a ser explorado. A mudança na<br />
Lei 13.043, que em novembro de 2014<br />
incluiu essa modalidade de seguro como<br />
uma das opções de garantia às execuções<br />
fiscais entre as já previstas – depósito<br />
judicial e carta de fiança bancária – está<br />
contribuindo, significativamente, para o<br />
crescimento desse mercado.<br />
Para Rodrigo Loureiro, diretor<br />
de Garantia da consultoria de seguros<br />
Willis, a carteira já foi impactada por<br />
essa mudança na legislação. Dados preliminares<br />
apontam que o primeiro semestre<br />
de 2015 já registrou um crescimento<br />
de mais de 30% em prêmios de seguro<br />
garantia em relação ao mesmo período<br />
do ano passado. Segundo números da<br />
Superintendência de Seguros Privados<br />
(Susep), o volume de prêmios emitidos<br />
em seguro garantia nesse período foi de<br />
R$ 689,3 milhões, sendo cerca de 70%<br />
referente ao segmento judicial.<br />
“Pelo desenvolvimento do mercado,<br />
esperamos que, até o final do ano, o<br />
volume de prêmios totais de seguro de<br />
garantia atinja R$ 1,5 bilhão (em todas as<br />
suas modalidades), o que representará um<br />
crescimento de quase 50% em relação a<br />
2014, cujo número foi de R$ 1,1 bilhão)”,<br />
projeta o executivo.<br />
Para as empresas contratantes, os<br />
principais benefícios do uso do seguro<br />
garantia judicial são o menor custo<br />
frente à opção da fiança bancária e a<br />
possibilidade de utilizar os recursos<br />
monetários que seriam colocados em<br />
depósitos judiciais na operação do dia<br />
a dia e/ou em investimentos que são<br />
melhor remunerados.<br />
“Enquanto o custo do seguro garantia<br />
gira em torno de 0,40% a 1,5% ao ano do<br />
valor segurado, a fiança bancária gira em<br />
torno de 1,5% a 3% ao ano e, ainda, toma<br />
crédito bancário da empresa”, explica<br />
Loureiro. Essa possibilidade de substituir<br />
garantias processuais mais onerosas<br />
pelo seguro de garantia judicial, que<br />
possui regulamentação e fiscalização no<br />
mercado segurador pela Susep, propicia<br />
grande economia às empresas, o que em<br />
tempos de crise econômica se torna uma<br />
excelente vantagem.<br />
12
GENTE<br />
Diretor da sucursal<br />
do RJ<br />
Renovação em diferentes áreas<br />
A Zurich comunicou a designação<br />
de Alexandre Boccia como CEO de<br />
Vida, Previdência e Capitalização para<br />
o Brasil. O presidente se reportará diretamente<br />
a Edson Franco, CEO de Vida e<br />
Previdência para América Latina.<br />
O executivo fundamentou sua carreira<br />
em grupos seguradores e liderou<br />
transformações nestes negócios – especialmente<br />
depois da crise que atingiu a<br />
Europa entre 2009 e 2012.<br />
Em âmbito estadual, Karine Brandão<br />
é a nova diretora Comercial para<br />
Seguros Gerais na filial RJ/ES.<br />
Sérgio Mendonça assume a diretoria<br />
da sucursal Rio de Janeiro da<br />
Porto Seguro, composta por sete sucursais<br />
atuantes no Estado. O executivo<br />
possui experiência de mais de 26 anos<br />
no mercado segurador e volta à cidade<br />
depois de três anos como gerente da<br />
companhia na Mooca, em São Paulo.<br />
Mudança no<br />
interior de SP<br />
Janete Franco Faustino é a<br />
nova gerente comercial da Berkley<br />
no interior do Estado de São Paulo. A<br />
executiva, que conta com 15 anos de<br />
experiência no mercado segurador,<br />
terá como base a Região de Campinas<br />
e fará o atendimento e divulgação das<br />
linhas de negócios da Berkley pelo<br />
interior do Estado.<br />
Direção de benefícios<br />
O médico Gustavo Cruz Quintão<br />
assume o cargo de diretor de Benefícios<br />
Corporativos da MDS Insure.<br />
Entre os desafios do profissional estão<br />
a busca pela inovação, o compromisso<br />
com os resultados da companhia e o<br />
cuidado permanente com a qualidade<br />
do atendimento aos clientes.<br />
“A MDS é uma empresa com<br />
atuação global e tem no seu DNA a<br />
inovação. Nosso papel é trabalhar na<br />
vanguarda, antecipando tendências<br />
e protagonizando as mudanças de<br />
que o mercado necessita. Fazer parte<br />
deste time é ter a oportunidade de<br />
permanecer em desenvolvimento<br />
constante”, afirma Quintão.<br />
Novo diretor comercial<br />
It’sSeg/Barela anuncia Weber Duarte<br />
como o novo diretor comercial. Com<br />
26 anos de experiência em operadoras<br />
de seguros e odontologia – como a Amil,<br />
onde atuou por 20 anos –, o executivo tem<br />
o desafio de cuidar do relacionamento<br />
com corretores, atrair novos parceiros e<br />
iniciar a expansão geográfica da corretora<br />
a partir do Estado de São Paulo.<br />
“Sabemos que há espaço para fortalecer<br />
a marca e estar presente em outras<br />
regiões do Brasil, a partir do modelo<br />
estabelecido em São Paulo, muito bem recebido<br />
pelos corretores”, afirma Duarte.<br />
14
Nova presidência<br />
Helton Freitas é o novo diretor-presidente da Seguros Unimed,<br />
e ocupará o cargo até abril de 2017. A decisão, tomada pelo<br />
Conselho de Administração da companhia, deve-se à vacância<br />
do cargo em razão do falecimento do então diretor-presidente<br />
Rafael Moliterno Neto.<br />
Não há alteração na diretoria executiva e o próximo passo<br />
é encaminhar a decisão do Conselho de Administração da<br />
Seguros Unimed para homologação da Susep.<br />
“Recebo essa missão,<br />
combinando alguns sentimentos:<br />
dor, por ela ter<br />
vindo em decorrência da<br />
perda de um admirável<br />
amigo, leveza, por referendar<br />
um desejo também<br />
expresso do Rafael, e agradecimento<br />
à decisão dos<br />
conselheiros, que depositaram<br />
toda a confiança em<br />
mim para esse momento<br />
importante de nossa companhia”,<br />
declara Freitas.<br />
Sucursal Goiânia<br />
Gilberto Martins é o novo gerente da Capemisa<br />
Seguradora na sucursal de Goiânia. O executivo tem mais<br />
de 18 anos de experiência no mercado de seguros e em<br />
gestão comercial e operacional.<br />
De acordo com Martins, um de seus objetivos é<br />
aumentar, cada vez mais, a participação da companhia<br />
no mercado de seguros da região. Além disso, segundo o<br />
novo gerente, seu<br />
foco é atuar diretamente<br />
com<br />
oscorretores.<br />
“É preciso<br />
estreitar o relacionamento<br />
com<br />
os corretores da<br />
região. Acredito<br />
que, desta forma,<br />
vamos melhorar<br />
os resultados dos<br />
negócios na sucursal”,<br />
comenta<br />
o executivo.
direto de londres<br />
por Luciano Máximo*<br />
Cresce investimentos das<br />
seguradoras europeias<br />
Na coluna Direto de Londres da<br />
edição 199, eu abordei os bastidores da<br />
visita do ministro da Fazenda, Joaquim<br />
Levy, ao Lloyd’s of London. A pedido do<br />
Ministério, foi organizada uma estratégica<br />
reunião de negócios entre Levy e altos<br />
executivos das maiores seguradoras e resseguradoras<br />
europeias. De olho no portfólio<br />
de investimentos trilionários dessas<br />
empresas, o ministro tentou convencê-las<br />
a investir no Brasil, sobretudo em projetos<br />
de infraestrutura. Num momento<br />
em que o país se encontra num caminho<br />
encalacrado para retomar o crescimento<br />
econômico apostando na austeridade<br />
fiscal, Levy sabe que qualquer rota que<br />
leve a novas fontes de recursos para estimular<br />
a atividade da economia pode ser<br />
a entrada num percurso em que a luz do<br />
fim do túnel não pareça lá muito distante.<br />
O ministro da Fazenda pode não<br />
acertar todas, mas uma coisa ele sabe<br />
muito bem: onde o dinheiro está. Na<br />
Europa em 2014, mesmo com economia<br />
em ritmo lento, queda dos preços das<br />
commodities e um mercado financeiro<br />
nada exuberante, com bolsas de valores<br />
e títulos da dívida pública de governos<br />
dando retorno negativo, as seguradoras<br />
conseguiram expandir em quase 10% seu<br />
portfólio de investimentos na comparação<br />
com 2013. De acordo com números divulgados<br />
neste mês pela Insurance Europe,<br />
a federação das seguradoras europeias, o<br />
volume de capital acumulado pelas 4.860<br />
empresas de seguros do Velho Continente<br />
a partir dos prêmios pagos por seus<br />
clientes, além de patrimônio e reservas,<br />
fechou o ano passado em 9,9 trilhões<br />
de euros. Esse valor representa 63% do<br />
Produto Interno Bruto (PIB) de todos os<br />
países-membros da União Europeia. As<br />
16<br />
Michaela Koller, da Insurance Europe<br />
seguradoras do Reino Unido, da Alemanha<br />
e da França respondem por 60% do<br />
total de todos os investimentos do setor.<br />
Mais de 80% dos quase 10 trilhões de<br />
euros investidos por todas as seguradoras<br />
são provenientes dos investimentos de<br />
seguradoras do ramo vida e previdência<br />
privada. Os 20% restantes compõem<br />
o portfólio das empresas do segmento<br />
não-vida. Apesar do baixo retorno oferecido<br />
pelos títulos soberanos europeus<br />
nos últimos anos por causa da crise da<br />
zona do euro, as seguradoras preferem<br />
a estabilidade e o olhar de longo prazo,<br />
apostando 52,4% do total investido em<br />
bonds de governos. Em segundo lugar,<br />
aparecem os fundos de investimentos e de<br />
private equity e as participações em empresas<br />
que, somados, recebem 27,3% do<br />
capital das seguradoras. É nessa categoria<br />
que o ministro Levy está interessado, por<br />
isso vendeu com entusiasmo os projetos<br />
de concessão em infraestrutura do governo<br />
federal aos executivos do setor na<br />
reunião do Lloyds em maio passado. Em<br />
Londres, os operadores das montanhas<br />
de dinheiro das seguradoras esperam o<br />
lançamento dos futuros editais de concessão<br />
de portos, aeroportos, ferrovias,<br />
rodovias e do setor elétrico. Mas não há<br />
nada garantido. Eles são céticos sobre<br />
as promessas de Levy e pressionam por<br />
margens de retorno mais elevadas do que<br />
as que o governo estuda propor.<br />
Além dessas duas categorias de<br />
investimento, as seguradoras investem<br />
os cerca de 20% restantes de seu capital<br />
financeiro em várias outras aplicações,<br />
como empréstimos e depósitos bancários,<br />
financiamentos imobiliários, propriedades<br />
e derivativos. Depois do furacão da<br />
crise internacional de 2008, que afetou<br />
profundamente as seguradoras — quase<br />
quebrando a AIG —, a exposição aos<br />
derivativos é mínima, de apenas 0,2%<br />
dos 9,9 trilhões de euros investidos pelas<br />
seguradoras europeias.<br />
Para o especialista do setor e professor<br />
de finanças Mark Wendon, as<br />
estatísticas recentes que compilam o<br />
desempenho dos investimentos das<br />
seguradoras da Europa mostram que<br />
o aspecto financeiro é “levado muito a<br />
sério” pelas empresas. “Elas formam e<br />
contratam ótimos gestores de recursos,<br />
têm os grandes cérebros do mundo das<br />
finanças, o que é positivo, pois estão<br />
protegendo o cliente que comprou uma<br />
apólice, pois um prêmio de uma apólice<br />
bem investido significa resiliência na<br />
hora de honrar os sinistros, e os sinistros<br />
vêm. Mas há uma crescente insatisfação<br />
desses mesmos clientes sobre o serviço<br />
fim prestado pelas seguradoras, como<br />
atendimento, eficiência dos produtos e<br />
agilidade na cobertura de sinistros. Elas
precisam estar atentas a isso também, não<br />
só ao sobe-e-desce do mercado financeiro”,<br />
adverte Wendon.<br />
Sobre o desejo do ministro Joaquim<br />
Levy de atrair os trilhões das seguradoras<br />
europeias para projetos no Brasil, o<br />
especialista é cético. “Uma seguradora<br />
com um portfólio de 500 bilhões de euros<br />
não vai investir em algo sem retorno<br />
certo e regras claras. Para um projeto<br />
governamental receber funding de uma<br />
seguradora é preciso que seja muito<br />
bem estruturado e satisfaça as regras<br />
de Solvência 2, além das exigências de<br />
investimento da própria empresa, como<br />
grau de investimento e garantia de retorno<br />
num determinado prazo. Se outra agência<br />
de rating rebaixar a nota do governo<br />
brasileiro, por exemplo, as ambições do<br />
ministro da Fazenda de ter seguradoras<br />
como parceiras vão por terra.”<br />
A diretora-geral da Insurance Europe,<br />
Michaela Koller, preferiu não comentar as<br />
intenções do governo brasileiro, mas criticou<br />
as exigências das regras de Solvência<br />
2, que ainda estão em fase de implementação<br />
pelas seguradoras e bancos e tendem<br />
a reduzir a taxa de retorno das empresas.<br />
“A Solvência 2 é uma preocupação, pois<br />
exagera na exigência de reservas para os<br />
riscos que os investimentos das seguradoras<br />
precisam cobrir. Essa exigência tornará<br />
desnecessariamente caro para as seguradoras<br />
continuar fazendo seus investimentos<br />
financeiros, limitando sua capacidade para<br />
continuar entregando uma contribuição tão<br />
significativa para a sociedade [compensação<br />
de riscos]”, explica Michaela.<br />
A executiva acrescentou que embora<br />
seja encorajador que os investimentos<br />
financeiros das seguradoras estejam<br />
crescendo desde 2011, os reguladores europeus<br />
precisam garantir que os níveis de<br />
capital regulatório sejam proporcionais<br />
ao risco real que os investimentos das<br />
seguradoras representam. “Esperamos<br />
que essa questão seja abordada na comissão<br />
responsável pela formulação do<br />
Plano de Investimentos da União Europeia<br />
para permitir que a nossa indústria<br />
continue a desempenhar um papel cada<br />
vez mais importante na sustentação do<br />
crescimento na Europa”, complementou<br />
a diretora-geral da Insurance Europe,<br />
ressaltando que as empresas do setor<br />
segurador são as principais credoras dos<br />
governos europeus e um dos setores que<br />
mais empregam no continente, com mais<br />
de 1 milhão de empregos diretos gerados.<br />
O desempenho financeiro das seguradoras<br />
europeias mostra que o momento<br />
do setor é positivo, apesar de uma economia<br />
que não deverá crescer de forma<br />
muito robusta. O gasto médio per capita<br />
com produtos de seguros no continente<br />
registrado em 2014 foi de 1.967 euros,<br />
superior aos 1.911 euros verificados em<br />
2013 — esse valor é absurdamente alto<br />
se levarmos em conta os padrões brasileiros,<br />
mas os executivos europeus nunca<br />
se mostram satisfeitos, sempre dizem que<br />
há espaço para elevar esse ticket-médio.<br />
Já o ganho com prêmios no continente<br />
cresceu 3,5% no período, para 1,169 trilhão<br />
de euros. Os gastos com pagamentos<br />
de sinistros de todas as seguradoras da<br />
Europa somaram 943 bilhões de euros<br />
no ano passado. Sem considerar custos<br />
operacionais e outras despesas, o setor<br />
fechou no azul, com faturamento de mais<br />
de 150 bilhões de euros em 2014.<br />
* Luciano Máximo, jornalista, é repórter licenciado do jornal Valor Econômico, cobriu o setor de<br />
seguros e resseguros na Gazeta Mercantil<br />
17
produtos | objetos pessoais<br />
Mercado versátil<br />
Comportamento dos<br />
consumidores muda e faz<br />
empresas investirem em<br />
proteções diferenciadas. Dentro<br />
deste novo conceito, seguros<br />
para bens pessoais aparecem<br />
como um caminho em<br />
ascensão<br />
Lívia Sousa<br />
O<br />
seguro de automóvel ainda<br />
predomina no Brasil, mas o<br />
mercado sabe que há uma<br />
infinidade de nichos a serem<br />
explorados, entende a importância<br />
de se trabalhar com novas possibilidades<br />
e já começa a se mexer para isso.<br />
Entre as novidades, se destaca o seguro<br />
para bens pessoais, categoria que reúne<br />
desde objetos de luxo, como jóias, a<br />
aparelhos eletrônicos cada vez mais<br />
tecnológicos.<br />
18<br />
Como esses produtos se encontram<br />
espalhados nos diversos seguros de ramos<br />
elementares, a Superintendência de<br />
Seguros Privados (Susep) não define um<br />
ramo especifico para cada um deles. Assim,<br />
até o momento não há dados oficiais<br />
sobre a evolução dos seguros para bens<br />
pessoais no País, mas considerando que a<br />
economia brasileira passou por uma boa<br />
fase entre 2004 e 2010, é possível que a<br />
receita destas proteções também tenha<br />
crescido. “Indicação disso é o crescimento<br />
médio anual da arrecadação dos seguros<br />
residenciais, que foi de 12% no período<br />
e, portanto, bem acima da inflação; e do<br />
seguro de automóvel, com 11% ao ano na<br />
mesma época”, diz o assessor da diretoria<br />
executiva da Escola Nacional de Seguros,<br />
Lauro Faria.<br />
Aliados ao aumento da renda do<br />
brasileiro nos últimos anos, a alta da procura<br />
por seguros para bens pessoais está<br />
relacionada, segundo o executivo, a fatores<br />
mais permanentes e específicos ao merca-
Lauro Faria, da Escola Nacional<br />
❙❙de Seguros<br />
do, como a maior divulgação e oferta de<br />
novos produtos e a maior conscientização<br />
por parte dos consumidores. A percepção<br />
da situação de risco, que nas grandes cidades<br />
é elevada principalmente quando se<br />
trata de roubos e furtos, também contribui<br />
para a elevação na demanda.<br />
Celular desperta<br />
conscientização do seguro<br />
Em linhas gerais, os seguros para<br />
bens pessoais ainda são poucos difundidos<br />
no Brasil e, por isso, a maioria<br />
das pessoas não tem o costume de proteger<br />
pequenos itens. No entanto, esta<br />
percepção apresentou grande mudança<br />
quando o assunto é celular e smartphone,<br />
mesmo que os aparelhos tenham vida<br />
útil delimitada. Talvez seja por isso que,<br />
dos seguros para bens pessoais, o mais<br />
conhecido e procurado é a proteção para<br />
esses aparelhos.<br />
“Houve uma mudança do significado<br />
do celular para o dia a dia das pessoas.<br />
Ele se transformou em uma ferramenta de<br />
trabalho, acesso à internet, pagamento de<br />
contas e contato com o mundo”, lembra<br />
Heloisa Minetto, gerente de marketing da<br />
Conecta Serviços.<br />
A ferramenta é indispensável e,<br />
por conta disso, o maior receio do proprietário<br />
é ter o aparelho roubado, ação<br />
frequente no País. Segundo a Associação<br />
Brasileira de Recursos em Telecomunicações<br />
(ABR Telecom), o Brasil já<br />
soma mais de cinco milhões de celula-<br />
res bloqueados por roubo ou perda. O<br />
número, 2% maior que o contabilizado<br />
em dezembro de 2014, é equivalente à<br />
média mensal de smartphones vendidos<br />
no Brasil no terceiro trimestre do mesmo<br />
ano, quando as lojas do varejo bateram<br />
recorde neste segmento.<br />
Hoje, os celulares demandam um<br />
investimento mais alto – em média de<br />
R$ 1 mil. Independente da classe social<br />
e da disposição geográfica do contratante,<br />
quem adquire um seguro para o aparelho<br />
compreende que é possível restituir o bem<br />
ao invés de assumir uma nova compra<br />
não planejada no orçamento. A franquia<br />
vai de 19% a 25% do valor do aparelho,<br />
conforme a cobertura escolhida.<br />
“O cliente contrata a proteção que<br />
mais se adequa ao seu perfil. O ticket médio<br />
fica com a cobertura de quebra acidental,<br />
já o de baixo valor procura por seguros<br />
contra roubo e furto. Quem possui maior<br />
poder aquisitivo adere ao ‘combo’, que une<br />
as duas coberturas e garante tranquilidade<br />
total”, explica Pascoal Carrazzone, diretor<br />
comercial da divisão mobile da Assurant<br />
Solutions. A seguradora mantém parceria<br />
com três operadoras de telefonia e, para<br />
os clientes de uma delas, também oferece<br />
proteção financeira.<br />
Com os aparelhos cada vez mais<br />
caros, a Conecta registrou alta de 100%<br />
na base de clientes segurados no último<br />
ano. Mas Heloisa Minetto aponta que,<br />
mesmo assim, a base de consumidores<br />
Paulo Kalassa, da Kalassa Brasil<br />
❙❙Insurance<br />
❙❙Heloisa Minetto, da Conecta Serviços<br />
de seguro para telefonia móvel não chega<br />
a 1% do volume total de aparelhos no<br />
mercado nacional. “Ou seja, ainda é um<br />
mercado embrionário em franca expansão”,<br />
reforça.<br />
Não há dúvidas que há espaço para<br />
crescimento. A empresa de consultoria<br />
para a indústria de telecomunicações<br />
Signals and Systems Telecom (SNS)<br />
estima que o mercado global de seguros<br />
para telefones móveis termine 2015 com<br />
receita de aproximadamente US$ 31<br />
bilhões. Em estudo, a companhia projeta<br />
ainda que a taxa anual de crescimento<br />
do setor seja de 10% nos próximos cinco<br />
anos, alcançando mais R$ 48 bilhões em<br />
receita até o final de 2020.<br />
Até lá, será necessário acompanhar<br />
cada passo dado por este ramo. “O mercado<br />
de telefonia em geral evoluiu muito,<br />
está em constante evolução, se reinventa<br />
a todo momento e exige que criemos<br />
novas soluções para o consumidor final”,<br />
completa Carrazzone.<br />
Para bicicletas, demanda é<br />
mais antiga<br />
Dados divulgados pelo Ministério do<br />
Turismo apontam que o Brasil conta com<br />
1,6 mil quilômetros de ciclovias e ciclofaixas<br />
e, segundo um levantamento da União<br />
dos Ciclistas do Brasil (UCB), a maior<br />
parte desta malha cicloviária se concentra<br />
em Brasília, com 440 quilômetros; seguida<br />
do Rio de Janeiro (374 quilômetros) e<br />
de São Paulo (265,5 quilômetros).<br />
19
produtos | objetos pessoais<br />
Em São Paulo, aliás, o número de<br />
bikes que circulam pela Avenida Paulista<br />
em horário de pico cresceu 279% desde a<br />
inauguração da ciclovia no local, em 28<br />
de junho deste ano. A primeira contagem<br />
da Companhia de Engenharia de Tráfego<br />
(CET), feita em setembro de 2014, apontava<br />
254 bicicletas. Já em 30 de junho<br />
deste ano, dois dias depois da abertura da<br />
ciclovia, o número passou para 963.<br />
Mesmo em meio às polêmicas, a<br />
tendência é que a medida atraia novos<br />
ciclistas e faça com que os veteranos passem<br />
a pedalar ainda mais, seja por lazer<br />
ou para utilizar a bicicleta como transporte<br />
alternativo no dia-a-dia. E passando mais<br />
tempo nas ruas, as bicicletas ficam mais<br />
vulneráveis a roubos e furtos. De janeiro<br />
de 2014 a junho deste ano, somente o 93º<br />
Distrito Policial (DP) de Jaguaré, Zona<br />
Oeste de São Paulo, registrou 20 furtos e<br />
25 roubos. O 14º DP de Pinheiros somou<br />
28 e 7, respectivamente; e o 1º DP da Sé,<br />
2 roubos e 26 furtos. As ações também se<br />
estendem para os bairros de classe média,<br />
como Itaim Bibi (21 furtos e 2 roubos) e<br />
Perdizes (17 furtos). “Infelizmente não<br />
há um cadastro ou documento legal de<br />
posse de uma bike, o que dificulta muito<br />
a recuperação em caso de roubo”, declara<br />
o sócio-diretor da corretora Kalassa Brasil<br />
Insurance, Paulo Kalassa.<br />
O curioso é que, antes mesmo da<br />
abertura das novas ciclovias na cidade,<br />
o registro de seguros para as “magrelas”<br />
Luiz Fernando Giovannini, da Estar<br />
❙❙Seguro<br />
20<br />
já havia triplicado: em 2010, o Sincor-SP<br />
somava 350 bikes seguradas, número que<br />
saltou para 1,2 mil em 2014. “O mercado<br />
de seguros para bicicletas evoluiu por<br />
conta da visibilidade do produto”, lembra<br />
Luiz Fernando Giovannini, sócio-diretor<br />
da também corretora Estar Seguro.<br />
“O custo do seguro fica na ordem de<br />
R$ 500 ao ano, cifra que pode variar de<br />
acordo com o valor da bike e dos acessórios”,<br />
diz Kalassa. O produto é contratado<br />
por pessoas de todas as classes esportivas<br />
e de lazer, que na maioria dos casos tem<br />
como primeira necessidade a proteção<br />
contra roubo e furto enquanto pedala,<br />
transporta ou até mesmo quando a bike<br />
se encontra dentro da própria residência.<br />
Segundo Giovannini, havendo outras<br />
coberturas o cliente pode avaliar o que<br />
incluir. “Diria que este seguro é um pouco<br />
diferente das proteções tradicionais”,<br />
pontua. Danos causados pelo veículo<br />
transportador (como colisão) também<br />
são segurados, desde que a bike esteja<br />
devidamente alocada em racks ou thule.<br />
Acessórios<br />
Dicas de contratação<br />
❙❙Guilherme Olivetti, da Chubb Seguros<br />
Muita gente não sabe, mas joias e<br />
relógios também podem ser segurados.<br />
“A demanda ainda é tímida não só por<br />
desconhecimento, mas porque alguns<br />
segurados não se sentem confortáveis<br />
Assim como nos seguros tradicionais, ao contratar uma proteção<br />
para bens pessoais é importante prestar atenção aos<br />
riscos excluídos. Lauro Faria, da Escola Nacional de Seguros,<br />
pontua quais itens geralmente não são considerados por estes produtos:<br />
- Em caso de quebra do bem, o seguro só cobre o dano causado<br />
por acidente, incêndio, queda de raio, impacto de veículo ou tentativa<br />
de roubo. Se o segurado, por descuido, deixou o celular na chuva e ele<br />
parou de funcionar, o seguro não cobre;<br />
- Furto simples, furto de bem deixado dentro de veículo (exceto em<br />
caso de roubo do veículo), extravio, perda ou desaparecimento, subtração<br />
sem violência ou grave ameaça e bens deixados em áreas abertas<br />
também são exclusões;<br />
- Nos seguros para bens de luxo, a aprovação e detalhamento das<br />
coberturas das apólices são feitos com o apoio da avaliação de especialistas<br />
responsáveis pela elaboração de um relatório. O documento<br />
detalha os bens e as sugestões de adoção de medidas de prevenção à<br />
segurança pessoal e patrimonial, de acordo com o perfil do segurado.<br />
No caso de obras de arte, a melhor forma de se obter uma avaliação<br />
é procurar um escritório de arte conceituado. Geralmente, as obras<br />
avaliadas possuem laudo de autenticidade e valor de mercado, serviço<br />
conhecido como expertise;<br />
- Para as joias, o seguro não garante o valor afetivo. A avaliação pode<br />
ser feita por um designer ou joalheiro reconhecido no mercado. Das particularidades<br />
desses bens deriva a diferença do cálculo entre os seguros de<br />
automóvel e de obras de arte, joias, acervos particulares e coleções valiosas.
Antonio Sergio Fernandes, da Ace<br />
❙ ❙Seguros<br />
ao abrir detalhes do seu patrimônio no<br />
momento da contratação do produto”,<br />
explica o gerente de Linhas Pessoais da<br />
Chubb Seguros, Guilherme Olivetti. Ao<br />
trabalhar com proteção para os objetos<br />
de luxo, o corretor necessita de mais informações<br />
sobre o segurado para indicar<br />
a ele o produto mais adequado.<br />
A Chubb parece trilhar o caminho<br />
certo. Comercializando seguros para<br />
jóias e relógios dentro de outros produtos,<br />
como All Risks (cobertura completa<br />
que protege o segurado em qualquer<br />
evento ou lugar) e seguro residencial (que<br />
garante a cobertura somente dentro da<br />
residência do cliente), a companhia teve<br />
um aumento de 30% a 35% na demanda,<br />
mas sabe que o potencial do mercado é<br />
maior. “Acredito que estar protegido é só<br />
um dos motivos. Este tipo de seguro vai<br />
além da proteção. Você também acaba<br />
comprando um serviço. Por isso, vale a<br />
pena”, destaca Olivetti.<br />
As maiores demandas são para<br />
roubo e furto, seguindo as demais proteções.<br />
Mas é importante lembrar a existência<br />
de outros riscos – como incêndio,<br />
por exemplo, que mesmo não atingindo<br />
toda uma residência pode acontecer<br />
em apenas um cômodo e causar danos<br />
parciais aos objetos.<br />
Tão interessante e desconhecido<br />
quanto é o seguro para bolsas e pastas,<br />
objetos que normalmente as pessoas levam<br />
consigo, de um lugar para outro. No Brasil,<br />
o produto é comercializado pela Ace<br />
Seguros e cobre o segurado em caso de<br />
roubo ou furto qualificado de sua bolsa ou<br />
pasta pessoal, incluindo os pertences que<br />
estiverem dentro. Entre estes itens podem<br />
constar carteira, chaves, maquiagem,<br />
cigarros, isqueiro, óculos de sol e outros.<br />
“Para obter a indenização, basta apresentar<br />
as notas fiscais referentes aos produtos”,<br />
diz Antonio Sergio Fernandes, gerente de<br />
Subscrição/Afinidades da empresa.<br />
Os produtos são vendidos em parceria<br />
com corretores de seguros, por meio<br />
de patrocinadores (sponsors) que podem<br />
ser empresas e associações públicas ou<br />
privadas que, em comum, possuem amplas<br />
carteiras de clientes ou associados.<br />
Esta forma de distribuição é conhecida<br />
como “seguros por afinidade”, segmento<br />
no qual a Ace reúne mais de seis milhões<br />
de clientes segurados.
oportunidades | mercado<br />
Encontrando<br />
caminhos<br />
O que é mais<br />
importante, novos<br />
produtos ou novas<br />
maneiras de atuação?<br />
Especialistas do<br />
mercado falam sobre<br />
a importância de aliar<br />
inovações a melhores<br />
práticas de venda<br />
22<br />
Amanda Cruz<br />
Uma indústria que se reinventa<br />
a cada crise, principalmente<br />
porque sabe que tem espaço<br />
para crescer e para investir<br />
em novas tecnologias, novas abordagens<br />
e novos produtos. Muito já existe nas<br />
prateleiras do mercado de seguros, alguns<br />
à mão, prontos para serem usados,<br />
outros esperando serem resgatados e<br />
aprimorados para que o mercado mostre<br />
ainda mais seu potencial. A frase “apesar<br />
da crise” parece ser o mote dos últimos<br />
meses para quem quer continuar crescendo;<br />
o mercado de seguros quer mostrar,<br />
na prática, como isso é possível.<br />
O trunfo para gerir bem esse momento<br />
é ter boa perspectiva de crescimento,<br />
o que quer dizer que o mercado ainda<br />
tem um longo caminho a percorrer para<br />
atingir sua maturidade e precisa fazer<br />
isso driblando as dificuldades dos outros<br />
setores. Os corretores e as seguradoras de<br />
diversos ramos perceberam essa necessidade,<br />
cada um em sua área de atuação, e<br />
apresentaram à <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> quais são<br />
suas estratégias e novidades para levar o<br />
setor adiante.<br />
Para Carlos Ronaldo Paes Ferreira,<br />
diretor da Rodobens Corretora de Seguros,<br />
a área de seguros para caminhões foi
atingida, mas outra área desponta como<br />
favorita em crescimento para esse ano.<br />
“Atuamos em diversas frentes, em algumas<br />
vamos muito bem, como é o caso da<br />
área de benefícios, que com um trabalho<br />
de prospecção tem dado bastante certo”,<br />
aponta. Já a área de transportes, para Ferreira,<br />
tem sido a mais difícil. O primeiro<br />
trimestre até apresentou resultado positivo<br />
por conta das faturas de final de ano, mas<br />
o ramo vem sentindo a redução em suas<br />
cargas. “O volume de cargas está em 70%<br />
do que costumava ser e o valor de prêmio<br />
desse seguro também caiu”, afirma.<br />
Para a Rodobens, o seguro auto<br />
não foi muito sentido por causa de sua<br />
parceria com montadoras como Toyota e<br />
Mercedez, dois nomes que vêm resistindo<br />
à maré turbulenta do mercado automobilístico.<br />
No mercado de caminhões é<br />
diferente, a queda na venda de novos<br />
caminhões foi de 40%.<br />
Mesmo assim, ainda pode ser cedo<br />
para falar do impacto das reviravoltas<br />
econômicas no mercado. Especialistas<br />
acreditam que esse impacto não vem<br />
de uma vez, mas vem se mostrando a<br />
cada renovação, mês a mês, e isso passa<br />
a ser positivo à medida que o corretor<br />
balanceia suas ações para criar as, já<br />
famosas no mercado, oportunidades na<br />
crise. “Na verdade, nos preparamos com<br />
diversificação dentro das linhas de negócio.<br />
É verdade que mais de uma linha<br />
tem retração, mas isso se compensa pela<br />
preocupação em adquirir seguros como<br />
❙❙Carlos Paes Ferreira, da Rodobens<br />
meio de proteção financeira, por exemplo”,<br />
garante Evandro Baptistini, diretor<br />
Comercial da PAN Seguros.<br />
José Otávio, CEO da corretora<br />
Willis, endossa essa visão e diz que “os<br />
clientes sofreram muito e nós também”,<br />
mas que a preocupação com proteção<br />
existe mais do que nunca e a assessoria<br />
se faz necessária nesse momento, para<br />
mitigar riscos e ganhar condições de<br />
continuar prestando serviços. “Assim<br />
como em outros mercados, fomos afetados,<br />
mas a área de seguros está descolada<br />
da economia, não é uma catástrofe, mas<br />
entendemos que os clientes estão pedindo<br />
mais resiliência”, declara.<br />
Portanto, um trabalho em conjunto se<br />
faz necessário. O corretor não terá meios<br />
de se empenhar em suas vendas se não<br />
tiver uma cadeia de sustentação que o leve<br />
ao consumidor final com bons produtos.<br />
Aprimoramento de processos de vendas,<br />
meios de cobrança com alta capilaridade<br />
e processos simplificados, como um bom<br />
sistema de vendas online, são etapas que<br />
precisam estar presentes antes mesmo de<br />
se pensar em fazer novos produtos. “A<br />
visão que temos é que o pequeno corretor<br />
passe a distribuir produtos não convencionais,<br />
auto e saúde têm o ticket médio e o<br />
valor de comissionamento mais alto do<br />
mercado, mas existe um outro lado que<br />
deve ser explorado que é vender produtos<br />
com valores mais baixos, mas que trazem<br />
ao corretor uma receita recorrente, pois<br />
são produtos de alta persistência, que raramente<br />
são cancelados”, explica Baptistini.<br />
Bóris Ber, 1° vice-presidente do<br />
Sincor-SP, lembra que a entidade tem<br />
falado muito sobre empreendedorismo a<br />
seus corretores. “O corretor tem em mãos<br />
o melhor cadastro possível, que contém<br />
dados como idade, estado civil, profissão,<br />
veículo que possui, filhos etc. e se o corretor<br />
investir um tempo nesse cadastro<br />
verá a quantidade de oportunidades de<br />
novos produtos a serem oferecidos e irá<br />
rentabilizar sem o esforço de prospectar<br />
novos clientes”, indica.<br />
Medidas oportunas<br />
Há trabalho a ser feito, seja em novos<br />
produtos, seja investindo em aprimoramento<br />
do que já existe. Ferreira afirma que<br />
o público de transportadoras e caminhoneiros,<br />
sejam PF ou PJ, que são clientes já<br />
tradicionais e fidelizados da corretora, são<br />
alvo para novas contratações. “Tínhamos<br />
uma empresa de gerenciamento de riscos<br />
que só metade da base de clientes havia<br />
contratado. Outro exemplo são os equipamentos<br />
dentro dos caminhões, guinchos<br />
ou munques que precisavam de proteção<br />
e nos proporcionou trabalhar melhor a<br />
carteira de riscos diversos e entender para<br />
quem interessaria vender esses produtos<br />
diferenciados”, conta.<br />
Além disso, outras questões vêm<br />
ganhando importância no mercado. O<br />
Seguro de RC Ambiental, por exemplo,<br />
que tinha pouca expressividade há algum<br />
tempo, passou a ter mais espaço<br />
assim que foi percebida a necessidade<br />
de determinados clientes, que antes era<br />
ignorada. Para o diretor da Rodobens “a<br />
maior oportunidade está dentro de casa”.<br />
Ber dá um exemplo de como isso<br />
pode ser feito em outras áreas. Um casal<br />
com dois filhos pode receber uma oferta<br />
de seguro de vida para cada um deles<br />
no momento da renovação da apólice<br />
de automóvel, ou um seguro residencial<br />
para essa família. “O mercado não está<br />
tão comprador, mas o corretor precisa<br />
mostrar que esse seguro garantirá que o<br />
consumidor evite um dano muito maior,<br />
como o de precisar repor, sem auxílio,<br />
uma casa ou um carro”, explica.<br />
Esse processo, chamado cross seling,<br />
têm sido bastante difundido, mas<br />
ainda precisa fazer mais parte da vida<br />
❙❙Evandro Baptistini, da Pan Seguros<br />
23
oportunidades | mercado<br />
❙❙José Otávio, da Willis Brasil<br />
24<br />
do corretor para ter mais efetividade.<br />
Muitas vezes, o profissional conhece<br />
a técnica na teoria, mas não costuma<br />
implementá-la dentro de sua corretora.<br />
Mas caso ele já seja adepto dessas<br />
práticas, os novos produtos podem ser<br />
uma oportunidade atrativa.<br />
A Swett & Crowford trabalha para<br />
retomar produtos de seguros que haviam<br />
sido abandonados, mas que têm<br />
nichos demandados em alguns locais<br />
específicos, especialmente fora do<br />
eixo Rio - São Paulo. “Estamos descobrindo<br />
nesses locais onde instalamos<br />
novos escritórios as peculiaridades de<br />
demanda, como as do setor moveleiro,<br />
de calçados, agronegócio etc. Visitando<br />
essas regiões, tentamos entender qual<br />
negócio eles não conseguem fazer colocação<br />
de risco, pesquisamos e vemos<br />
se é possível atender esse nicho”, explica<br />
Rogério Santos, diretor de resseguro da<br />
empresa. Situações sem seguro não são<br />
tão incomuns para alguns segmentos<br />
específicos, como os citados por Santos.<br />
O agronegócio, por exemplo, encontra<br />
dificuldade em segurar seus estoques,<br />
grandes varejistas atuam com seus armazéns<br />
e estoques sem proteção ou com<br />
condições muito restritas de coberturas,<br />
o que pode ser resolvido com uma parceria<br />
entre seguradoras e resseguradoras,<br />
juntamente com corretores, que se<br />
proponham a levantar dados, redesenhar<br />
e suprir essa demanda. “Ainda existe<br />
resistência de algumas companhias.<br />
Dependendo do tipo de negócios que<br />
estamos levando, mesmo disponibilizando<br />
a capacidade de resseguro, ela<br />
pode ou não querer participar. Mas,<br />
muitas delas, se mostram interessadas<br />
porque sabem que essa concentração<br />
de negócio pode trazer um ganho de<br />
escala e uma oportunidade para ela<br />
voltar a atuar em um ramo que estava<br />
esquecido”, salienta Santos.<br />
Seja atualizando o banco de dados,<br />
ajudando a desenhar novos produtos,<br />
correndo atrás dos clientes que ainda não<br />
têm os seguros mais “básicos” como vida,<br />
saúde, residencial ou plano previdência<br />
privada ou aliando-se à tecnologia para<br />
trazer inovação, os players do mercado<br />
parecem ter uma necessidade de mudança,<br />
renovação. Muitos dos entrevistados<br />
afirmam que produtos novos não são,<br />
necessariamente, a maior necessidade do<br />
mercado, que o Brasil possui um grande<br />
leque de opções, mas que falta cultura<br />
suficiente, tanto por parte dos clientes<br />
quanto por parte do segurador e do corretor,<br />
para perceber quais são as reais<br />
demandas ou os prováveis ajustes para<br />
que o produto funcione como deveria.<br />
“Estamos muito mais preocupados com
oportunidades | mercado<br />
os canais novos de distribuição. Além<br />
disso, temos estudos para desenvolver<br />
mercado fora do eixo Rio-São Paulo”,<br />
conta Otávio.<br />
A verdade é que todos estão se mexendo,<br />
procurando por soluções antes que<br />
as dificuldades cheguem com mais força.<br />
“O seguro de automóvel foi o responsável<br />
por nos conduzir até aqui, mas eu não sei<br />
se o seguro auto nos conduzirá daqui pra<br />
frente. Áreas como benefícios e garantia,<br />
com E&O, RC, saúde, odonto e vida, por<br />
exemplo, podem ser apostas mais certeiras<br />
daqui pra frente. O que fico surpreso é que<br />
quando falamos isso para o corretor é que<br />
ele percebe que o esforço para oferecer<br />
diferentes seguros para o mesmo cliente<br />
é muito pequeno perto da expansão que<br />
ele pode ter”, afirma Bóris Ber.<br />
Apostas<br />
Entre tantas possibilidades, destacam-se<br />
algumas das princpais apostas<br />
para os próximos anos. Os portáteis<br />
como smartphones, tablets, câmeras,<br />
filmadoras etc, para o executivo da PAN,<br />
têm potencial para serem os próximos<br />
bens mais segurados pelas características<br />
de seus riscos, são aparelhos<br />
que estão sempre em trânsito com uso<br />
tanto para assuntos pessoais quanto para<br />
assuntos profissionais. A proteção de<br />
conteúdo, fotos e informações também<br />
é uma preocupação. Veja mais informações<br />
sobre seguros para bens pessoais<br />
em nossa matéria especial na página 18.<br />
❙❙Boris Ber, do Sincor-SP<br />
26<br />
❙❙Rogerio Santos, da Swett & Crowford<br />
Os seguros voltados à proteção de executivos<br />
com cargos altos, ou profissionais<br />
que possam ter suas carreiras comprometidas<br />
em determinadas situações tiveram<br />
alta e parecem ser a estrela em tempos de<br />
dificuldade, já que as companhias têm se<br />
preocupado mais com essas questões depois<br />
que grandes empresas começaram a<br />
ter problemas relacionados a seus planos de<br />
compliance. “Acredito que produtos como<br />
cyber risk são muito interessantes, embora<br />
não estejam muito desenvolvidos. Mas ele<br />
deve ser mais estudado e sua aplicabilidade<br />
deve ser estudada, assim como o D&O”,<br />
afirma José Otávio.<br />
O RC, em suas mais variadas formas,<br />
também deverá ter o seu espaço.<br />
O seguro para profissionais como médicos,<br />
advogados, dentistas, corretores de<br />
imóveis e corretores de seguros, entre<br />
outros. “Pode acontecer de um corretor<br />
fazer uma avaliação não adequada e<br />
causar prejuízo financeiro, não dar informações<br />
relevantes, ele pode não ser<br />
diligente em uma análise de uma transação,<br />
tudo isso leva a uma indenização<br />
e o seguro vem pra cobrir essa questão”,<br />
ressalta Baptistini.<br />
Pouco comentado, o RC Familiar<br />
também tem amplas coberturas e pouca<br />
divulgação. Assuntos domésticos podem<br />
ser resolvidos com essa modalidade. Alguém<br />
que escorrega em um piso molhado<br />
ou um cachorro que morde um vizinho<br />
são eventos que têm cobertura nesse tipo<br />
de apólice.<br />
Esses assuntos de ordem doméstica<br />
têm chegado com força no mercado e<br />
os animais de estimação também têm<br />
espaço. A Brasil Assistência oferece<br />
um produto voltado para Pet’s que tem<br />
sido um diferencial importante para a<br />
empresa. Almir Fernandes, presidente<br />
da companhia, destaca que a ideia surgiu<br />
há quatro anos, quando um estudo de<br />
mercado constatou crescimento do número<br />
de famílias que criam pets e como<br />
eles recebem cuidados especiais, sendo<br />
considerados membros da família. Entre<br />
os serviços oferecidos estão veterinários<br />
credenciados, implantação de microchip,<br />
transporte emergencial, informações<br />
sobre vacinas e aplicação das mesmas<br />
em domicílio, além de orientação veterinária<br />
por telefone. “Há perspectiva de<br />
crescimento da população pet no Brasil.<br />
Atualmente, o país é o segundo entre os<br />
maiores mercados mundiais para produtos<br />
de animais domésticos, por exemplo.<br />
É por este motivo que desenvolvemos esse<br />
serviço para que esse público possa ser<br />
atendido”, afirma Fernandes.<br />
De acordo com dados da companhia,<br />
foi computado, de janeiro de 2014 a janeiro<br />
de 2015, um incremente de 110% em<br />
novas adesões. Esse número mostra que a<br />
oportunidade de investimento é alta e que<br />
a criatividade é muito importante para<br />
que o setor cresça, mas as oportunidades<br />
e o incremento das carteiras podem estar<br />
muito mais perto do cotidiano do que de<br />
idéias de novos produtos mirabolantes.<br />
❙❙Almir Fernandes, da Brasil Assistência
impacto | longevidade<br />
Vida longa e<br />
saudável<br />
28<br />
Maior desafio do<br />
futuro será viver bem<br />
o ciclo que começa<br />
a partir dos 80 anos,<br />
a quarta-idade.<br />
Especialistas falam<br />
sobre o que precisa<br />
mudar para atender<br />
este público<br />
Kelly Lubiato<br />
A<br />
partir dos 60 anos, o brasileiro<br />
já passa a ser protegido pelo<br />
Estatuto do Idoso, um conjunto<br />
de regras destinado a<br />
regular os direitos assegurados às pessoas<br />
nesta faixa etária, com o principal objetivo<br />
de preservar a sua saúde, seu bem-<br />
-estar e sua dignidade. Para atender este<br />
público, é necessário haver adequações<br />
em todas as esferas, o que inclui também<br />
o mercado de seguros.<br />
“As cidades ainda não estão preparadas<br />
para suportar uma população<br />
envelhecida. Cadê as rampas?”, questiona<br />
Claudio Contador, diretor do Centro de<br />
Pesquisas da Escola Nacional de Seguros,<br />
avaliando que, por exemplo, os banheiros<br />
e portas não são adequados aos que necessitam<br />
de cadeiras de rodas.<br />
O que o Brasil poderá fazer é afastar<br />
as pessoas com mais idade para a responsabilidade<br />
do Governo. O mundo acordou<br />
tarde, porque este fenômeno do envelhecimento<br />
da população começou há cerca<br />
de 30 anos. “Nós envelhecemos antes de<br />
enriquecer, ao contrário dos países da Europa<br />
e Estados Unidos”, alerta Contador.<br />
“O que o mercado não pode fazer é<br />
simplesmente agravar o preço do seguro
Paulo Rodrigues<br />
❙❙Claudio Contador, da ENS<br />
saúde, como ele está acostumado a fazer”,<br />
antecipa a presidente da AIDA Brasil,<br />
Angélica Carlini, acrescentando que<br />
esta é uma iniciativa muito complicada<br />
na fase da vida em que as pessoas estão<br />
ganhando menos.<br />
“Os impactos da longevidade podem<br />
chegar a várias carteiras, como o automóvel,<br />
porque a pessoa vai bater mais,<br />
pois seus reflexos não serão os mesmos,<br />
por mais que a aparência seja a mesma.<br />
Temos sabedoria, mas que nem sempre é<br />
suficiente para nos livrar de situações em<br />
que o reflexo seja necessário”. Na carteira<br />
de acidentes pessoais, este impacto pode<br />
vir na forma de uma quantidade maior<br />
de pequenos eventos, porque as pessoas<br />
vão cair mais, tropeçar e se cortar mais.<br />
Os sinistros podem ser pequenos, mas<br />
suas consequências são maiores porque<br />
as pessoas podem ter diabetes, precisam<br />
ter a pressão arterial controlada.<br />
Revolução<br />
Estamos face à uma revolução da<br />
longevidade. Ela acontece de súbito e<br />
tem impacto em toda a sociedade. Hoje,<br />
há mais pessoas vivas com mais de 60<br />
anos do que pessoas que chegaram a<br />
esta idade ao longo de toda a história<br />
da humanidade.<br />
A população mundial, que no ano<br />
2000 era de 6 bilhões, passará para 8,9<br />
bilhões em 2050. Nesse comparativo, a<br />
população de pessoas com mais de 60<br />
anos saltará de 0,6 bilhão para 2 bilhões,<br />
com aumento maior nos países em desenvolvimento.<br />
No Brasil, há cerca de<br />
23 milhões de idosos (dados de 2012),<br />
com perspectiva de chegar 64 milhões<br />
em 2050.<br />
O grande gasto em saúde está no último<br />
ano de vida da população. A expectativa<br />
de vida ao nascer do brasileiro, em<br />
2013, era de 74,9 anos. A principal causa<br />
de morte de idosos são as doenças crônicas.<br />
“ É a transição epidemiológica que<br />
se segue de mãos dados com a evolução<br />
demográfica”, diz Alexandre Kalache,<br />
presidente do Centro Internacional de<br />
Longevidade, durante evento organizado<br />
pelo jornal Folha de S.Paulo.<br />
❙❙Angélica Carlini, da AIDA Brasil<br />
O acesso a serviços, dignidade e<br />
renda abre possibilidades de escolha.<br />
As pessoas sem renda, doentes, não<br />
têm o privilégio de escolha e permanecerão<br />
à margem da sociedade. O<br />
envelhecimento será diferente a partir<br />
dos baby boomers, que já contribuíram<br />
para a sociedade de várias formas. “Assim<br />
como nós criamos a adolescência,<br />
agora estamos vendo o crescimento dos<br />
gerontolescentes (20-30 anos a mais). É<br />
uma construção que está reinventando<br />
a velhice”, antecipa Kalache.<br />
Entretanto, o professor da Universidade<br />
de Chicago, Jay Olshansky, avaliou<br />
que a longevidade não pode ir além dos<br />
limites impostos ao nosso corpo pela<br />
biologia. “É biologicamente impossível<br />
para quase todo mundo viver além dos<br />
cem anos. Parte do problema são as mudanças<br />
que acontecem nos componentes<br />
do corpo que não se replicam: fibras<br />
musculares e neurônios. Não há muito<br />
que possamos fazer”, resigna-se.<br />
O estudioso argumenta que com os<br />
conselhos que existem atualmente, de<br />
cuidar das doenças crônicas, incentivar<br />
hábitos saudáveis como comer bem, fazer<br />
exercícios etc., talvez se consiga apenas<br />
um prolongamento da velhice.<br />
Mercado de Seguros<br />
O seguro saúde é um dos que mais<br />
vai mudar de conceito nos próximos<br />
anos, na maneira como remunera os<br />
prestadores e no relacionamento com<br />
os consumidores. O vice-presidente de<br />
saúde e odonto da SulAmérica, Maurício<br />
Lopes, afirma que para ter custos<br />
melhores e poder atender a terceira<br />
idade, os prestadores devem enxergar o<br />
paciente como um todo, principalmente<br />
para controle das doenças crônicas, que<br />
são a maior causa de “sinistros” neste<br />
período.<br />
Como exemplo, Lopes cita uma pessoa<br />
com problema de coluna. Ela pode ter<br />
a indicação de uma cirurgia na coluna,<br />
mas, antes de realizar o procedimento,<br />
é preciso uma segunda opinião médica.<br />
Caso a indicação seja de tratamento<br />
clínico, o pagamento do prestador será<br />
de acordo com a situação do paciente e<br />
não de quantas vezes ele visita a clínica.<br />
“Estes arranjos entram numa política de<br />
❙❙Alexandre Kalache, do CIL<br />
29
impacto | longevidade<br />
ganha-ganha, e são fundamentais para o<br />
maior conhecimento do paciente, o que<br />
será primordial para os pacientes mais<br />
longevos”, acredita Lopes.<br />
Assim, a seguradora pretende mudar<br />
a gestão da saúde, tratando o paciente<br />
com uma equipe multidisciplinar com<br />
geriatra, nutricionista, enfermeira, cardiologista<br />
entre outros, capazes de tratar<br />
o paciente de forma holística. “Temos<br />
que acolhê-lo em um núcleo multidisciplinar,<br />
com um atendimento permanente<br />
e de longo prazo, para drená-lo da<br />
unidade de atendimento emergencial”,<br />
explica Lopes.<br />
Este trabalho já é realizado pela<br />
companhia, com o acompanhamento de 5<br />
mil beneficiários. A quantidade média de<br />
diárias de internação no grupo de controle<br />
reduziu 31%. O grau de satisfação deste<br />
grupo é de 83%, segundo informa Lopes.<br />
O mais importante é inserir as<br />
pessoas de determinado grupo de risco<br />
em ações efetivas que a distanciem dos<br />
gatilhos agudos para as doenças. Os<br />
programas atuais querem que os obesos,<br />
por exemplo, tenham hábitos mais<br />
saudáveis, abandonem o sedentarismo,<br />
mas dentro de práticas e objetivos que<br />
ele consegue alcançar.<br />
Lopes explica que a causa raiz da<br />
maioria dos problemas crônicos pode<br />
ser reduzida a quatro itens: alimentação,<br />
sedentarismo, tabagismo e estresse. “Se<br />
nós, como sociedade, déssemos um passo<br />
para trás e conseguíssemos atacar estes<br />
Jay Olshansky, da Universidade<br />
❙❙de Chicago<br />
30<br />
❙❙Maurício Lopes, da SulAmérica<br />
quatro pilares haveria uma redução das<br />
despesas e dos gastos com saúde.<br />
O impacto da longevidade para os<br />
planos de previdência privada, pelo lado<br />
da solvência dos planos, pode ser negativo,<br />
porque foram vendidos há muitos anos<br />
e têm que manter as bases técnicas da<br />
época da contratação. “Com o aumento<br />
da expectativa de vida, precisamos ter<br />
provisão para este fim”, explica o diretor<br />
de Vida e Previdência da Bradesco Seguros,<br />
Jair Lacerda. Por outro lado, para o<br />
seguro de vida o impacto é positivo, pois<br />
o pagamento do sinistro é adiado com a<br />
longevidade.<br />
Lacerda ressalta que as empresas de<br />
previdência privada trabalham atuarialmente<br />
com uma expectativa de vida que<br />
vai se elevando à medida que as pessoas<br />
envelhecem. “As seguradoras estão equilibradas<br />
por conta de duas premissas do<br />
cálculo atuarial: expectativa de vida e<br />
taxa de juros real”. As provisões vão sendo<br />
atualizadas de acordo com os fundos<br />
nos quais os valores estão investidos.<br />
Nas carteiras que usam tábuas de<br />
mortalidade desatualizadas, por outro<br />
lado, os ativos que foram adquiridos para<br />
fazer o lastro das obrigações, também<br />
foram adquiridos com taxas superiores<br />
às do contrato. “A diferença compensa,<br />
na maioria dos casos, o incremento de<br />
sobrevida. O mercado está bastante<br />
solvente em relação às estas carteiras”,<br />
garante Lacerda.<br />
❙❙Jair Lacerda, da Bradesco Seguros<br />
O futuro<br />
A tecnologia pode contribuir muito<br />
para diminuir os custos destes produtos<br />
para um público longevo. A partir de informações<br />
disponíveis, é possível fazer a<br />
subscrição exata do risco. “Se eu tenho<br />
uma pessoa de 70 anos bem cuidada,<br />
que vai ao médico, se alimenta bem,<br />
ela deve ser destacada da multidão. “Às<br />
vezes só pelo perfil de consumo de uma<br />
pessoa já se sabe se é um bom risco ou<br />
um risco agravado. Com isso, é possível<br />
vender um produto mais adequado”,<br />
afirma Lacerda.<br />
Entretanto, ele afirma que o mercado<br />
precisa ser um pouco mais realista, porque<br />
o Brasil enfrenta um período de judicialização<br />
das operações que é bastante<br />
grave. No passado, as decisões judiciais<br />
fizeram com que o mercado se retraísse.<br />
O risco de se criar produtos específicos<br />
para pessoas acima de 60 anos está na<br />
legislação em vigor, que coloca o idoso<br />
como ente hipossuficiente. Desta forma,<br />
algumas coberturas podem ser exigidas<br />
sem que estejam previstas em contrato,<br />
como o pagamento para um tipo muito<br />
específico de câncer, por exemplo.<br />
Lacerda avalia que há duas questões<br />
que precisam ser trabalhadas: judicialização<br />
e tecnologia. “ Somente a subscrição<br />
adequada do risco torna possível a venda<br />
de produtos para pessoas com idade mais<br />
avançada. Para entrar neste grupo, as pessoas<br />
deverão ser mais saudáveis, parar de<br />
fumar, emagrecer e comer melhor”.
produto | economia<br />
Mais uma etapa para<br />
o VGBL Saúde<br />
Pleiteado há quase uma década pelo mercado de seguros, depende do<br />
Senado a aprovação de projeto que viabiliza poupança para arcar com<br />
planos de saúde após aposentadoria<br />
Amanda Cruz<br />
32<br />
Há quase uma década, o mercado<br />
luta para emplacar um<br />
produto voltado para aqueles<br />
que procuram mais estabilidade<br />
em relação à utilização de plano<br />
de saúde depois de sua aposentadoria.<br />
Já no início de 2015, o presidente da Fenaprevi,<br />
Osvaldo Nascimento, afirmou<br />
que o VGBL Saúde seria liberado ainda<br />
aquele semestre. Tardou um pouco<br />
mais do que o esperado, mas a aprovação<br />
na Câmara dos Deputados chegou.<br />
O produto, que teve seu início nas<br />
mãos de Armando Vergílio, hoje presidente<br />
da Fenacor, passou por diversas<br />
modificações até ser aprovado, no dia 27<br />
de agosto, como o Projeto de Lei 10/15,<br />
com autoria do Deputado Lucas Vergílio<br />
(SD-GO). Agora, irá para aprovação no<br />
Senado, mas o mercado parece já estar se<br />
preparando para a aprovação. “O VGBL<br />
Saúde é um projeto que perseguimos há<br />
anos e, por isso, já estamos avançados<br />
para oferecer esse produto - aguardamos<br />
apenas sua aprovação no Senado”, garante<br />
Silas Devai Júnior, superintendente de<br />
Vida e Previdência da Seguros Unimed.<br />
Um dos pontos cruciais da proposta<br />
é que empresários ajudem a custear planos<br />
de seguro com cobertura de sobrevivência<br />
para seus colaboradores depois<br />
que esses forem desligados das empresas<br />
e, consequentemente, dos planos de
saúde que elas oferecem, por demissão<br />
ou aposentadoria. Em contrapartida, as<br />
empresas receberão benefícios fiscais<br />
que já são aplicados na previdência<br />
complementar.<br />
Em um processo de poupança de<br />
longo prazo, o VGBL também se apresenta<br />
como um diferencial de benefício<br />
para funcionários. “As características<br />
desse produto são semelhantes às do<br />
VGBL, o que o diferencia é que a acumulação<br />
dos recursos é somente para<br />
custear as despesas do plano de saúde,<br />
que é feita diretamente a uma operadora<br />
(indicada pelo participante)”, explica<br />
Devai. Outra diferença está na tributação<br />
do plano, que permite a isenção de Imposto<br />
de Renda, tanto durante o período<br />
de acúmulo desses valores. Quanto no<br />
momento do repasse ao plano de saúde.<br />
Durante a trajetória do projeto de<br />
lei, muito se falou da possibilidade do<br />
produto ser enxergado como venda<br />
casada, fazendo com que o beneficiário<br />
fosse obrigado a contratar o produto<br />
juntamente com o plano de saúde para<br />
o qual ele seria destinado, mas é importante<br />
ressaltar que as duas vendas devem<br />
ser feitas de maneiras independentes. A<br />
judicialização pode ser possível, caso o<br />
cliente não saiba que a contratação do<br />
VGBL Saúde em nada tem a ver com<br />
os tipos de coberturas que deverão ser<br />
disponibilizadas pelo plano de saúde.<br />
Essa decisão de passar o valor acumulado<br />
da seguradora para operadora<br />
é, principalmente, para evitar que o<br />
colaborador resgate o dinheiro e acabe<br />
não reinvestindo no plano de saúde. Os<br />
processos de solvência são de extrema<br />
importância para que o projeto tenha<br />
êxito no mercado. Por ser um investimento<br />
feito no longo prazo, o dinheiro<br />
precisará estar totalmente disponível<br />
quando os beneficiários necessitarem.<br />
Os que mais utilizarão esse plano<br />
são pessoas a partir de 66 anos que, de<br />
acordo com dados do Instituto Brasileiro<br />
de Defesa do Consumidor (Idec)<br />
de 2014, tem gastos com saúde que já<br />
comprometem de 40% a 70% do orçamento,<br />
especialmente quando se trata<br />
de idosos de baixa renda. Relacionado<br />
a isso, Armando Vergílio afirmou, em<br />
declaração ao mercado, que a aprovação<br />
do VGBL Saúde ajudará a desonerar o<br />
Estado, pois quem fizer essa poupança<br />
ao longo da vida não precisará utilizar<br />
os serviços do Sistema Único de Saúde<br />
(SUS), deixando esse tipo de atendimento<br />
para os cidadãos que necessitarem<br />
mais desse atendimento.<br />
O executivo da Unimed complementa<br />
a visão de Vergílio. Para ele,<br />
certamente esse é um produto com um<br />
bom mercado, já que assegura renda que<br />
garantirá o pagamento de um seguro<br />
saúde no momento da aposentadoria.<br />
“Ressaltando que os custos com saúde<br />
refletem uma das grandes preocupações<br />
nessa fase da vida”, pontua.<br />
Esta é uma oportunidade a mais de<br />
venda para os corretores, que poderão<br />
atender a questões como a longevidade<br />
da população em um país que está em<br />
processo de envelhecimento. (Veja mais<br />
sobre os impactos da longevidade na<br />
página 28). A tramitação agora irá para o<br />
Senado, que deverá averiguar a proposta<br />
e aprová-la ou não. Caso exista a negativa<br />
ela voltará para a Câmara e deverá<br />
sofrer alterações. “Estamos aguardando<br />
os desdobramentos no Senado. Após<br />
tudo aprovado, teremos acesso aos<br />
detalhamentos do produto (condições<br />
gerais) e poderemos finalizar toda parte<br />
operacional para iniciar a comercialização<br />
– que, lembrando, só acontece após<br />
a aprovação da Susep”, destaca Devai.<br />
Veja outros projetos de lei sobre o<br />
mercado de seguros que estão tramitando<br />
na Câmara dos Deputados. Os projetos<br />
são de inteira responsabilidade dos<br />
autores e ainda precisam ser votados.<br />
Portanto, não há qualquer garantia que<br />
serão, ou não, aprovados.<br />
PROJETO<br />
PLC - 2285 / 2011<br />
PLC 5912-2013<br />
PLC – 3266 / 2008<br />
AUTOR<br />
Ricardo Izar Filho (PSD)<br />
Mario França (PSB)<br />
Dr. Adilson Soares (PR)<br />
DESCRIÇÃO<br />
Obrigará as empresas que vendem bens móveis duráveis com<br />
garantia a contratarem cobertura de seguradora de acordo com a<br />
regulamentação da Superintendência de Seguros Privados.<br />
Estabelecerá os direitos básicos do consumidor de planos de saúde<br />
e de seguro. Como agendamento de consultas médicas e exames<br />
em, no máximo, 15 dias; modificação das cláusulas contratuais que<br />
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão<br />
de fatos supervenientes que as tornem excessivamente gravosas<br />
para o consumidor;<br />
O projeto define normas para a criação das sociedades seguradoras<br />
especializadas em micro-seguros. As sociedades seguradoras poderão<br />
operar o seguro enquadrado no ramo de micro-seguros, desde<br />
que estejam constituídas como seguradoras especializadas nesse<br />
seguro, devendo seu estatuto social proibir a atuação em quaisquer<br />
outros ramos ou modalidades.<br />
33
gestão | novidades<br />
Tempo de mudanças<br />
Para renovar linhas de negócios, Mitsui Sumitomo Seguros contrata<br />
novos executivos. Seguradora, que também investe na construção<br />
de parcerias sólidas com os corretores, visa alavancar a participação<br />
nos segmentos corporativos<br />
A Mitsui Sumitomo Seguros, que no<br />
Brasil atende as linhas de automóveis,<br />
bens patrimoniais, responsabilidade civil,<br />
riscos de engenharia, transportes e vida,<br />
inicia uma nova etapa no País. “Estamos<br />
investindo nas frentes estratégicas de<br />
cada linha de negócio”, declara o diretor<br />
técnico da empresa, Paulo Yukio.<br />
Em automóveis, por exemplo, a<br />
seguradora revisou todo o processo de<br />
regulação e liquidação de sinistros para<br />
melhoria da qualidade dos serviços.<br />
Já em Responsabilidade Civil, ajustou<br />
e aprimorou os clausulados. Quanto à<br />
distribuição, novas filiais comerciais estão<br />
sendo desenvolvidas e as existentes,<br />
reestruturadas. Novas parcerias com<br />
corretores também vêm sendo firmadas.<br />
Para reformular os ramos de transporte<br />
e bens patrimoniais, porém, a<br />
seguradora contratou novas lideranças.<br />
A primeira, realizada em janeiro, foi o<br />
superintendente técnico Ricardo Beyer,<br />
que em transportes obteve a responsabilidade<br />
pela manutenção da rentabilidade<br />
do portfólio atual e pela expansão sustentável<br />
da carteira em todo o País.<br />
“Seguindo os passos do grupo ao<br />
qual fazemos parte, o MS&AD, vamos<br />
oferecer ao mercado os principais seguros<br />
para transporte de mercadorias, atuando<br />
fortemente no território nacional e inter-<br />
34<br />
Paulo Yukio<br />
Ricardo Beyer<br />
nacional, cobrindo transações de importação<br />
e exportação”, destaca Beyer. Ainda<br />
neste segmento, a Mitsui Sumitomo<br />
Seguros pretende aumentar a capacitação<br />
dos times de subscrição e vendas, revisar<br />
o processo de subscrição de riscos e atuar<br />
proativamente no que se refere às práticas<br />
de gerenciamento de risco.<br />
Em bens patrimoniais, serão revisados<br />
todo o processo de aceitação de<br />
risco, aumento da capacitação do time<br />
de subscrição e a estruturação de precificação<br />
de seguros. As ações passam a<br />
ser comandadas pelo recém contratado<br />
diretor de RE Corporate, Djalma Duarte<br />
Barros Junior, que irá prover soluções<br />
na Gestão de Riscos com retorno para<br />
o acionista e preparar um time de subscrição<br />
apto a atender as necessidades do<br />
mercado de grandes riscos.<br />
“No ano que a Mitsui Sumitomo Seguros<br />
completa 50 anos de operações no<br />
Brasil, vamos atuar junto aos nossos canais<br />
de distribuição na mudança de processos<br />
internos pela busca na excelência dos serviços<br />
prestados aos corretores e segurados”,<br />
diz Barros. “Estamos certos de que, com<br />
este direcionamento e mudanças, teremos<br />
participação significativa no segmento<br />
corporativo”, acrescenta o executivo.<br />
É no segmento corporativo, aliás,<br />
que a seguradora pretende alavancar sua<br />
Djalma Duarte<br />
participação a partir do próximo ano.<br />
Por isso, Vida em Grupo tem demandado<br />
atenção especial dos executivos. Para<br />
Yukio, esta é uma linha de negócios fundamental<br />
para qualquer seguradora que<br />
deseja atuar fortemente neste segmento.<br />
“Com esse entendimento, definimos que<br />
a linha seria reposicionada há dois anos”,<br />
diz o diretor técnico. A área ganhou nova<br />
ferramenta para cotação de pequenos<br />
grupos, novas coberturas nos produtos e<br />
teve um aumento da capacitação do time<br />
de vendas. No momento, a companhia trabalha<br />
com foco e qualidade nos serviços<br />
da subscrição de riscos e faturamento.<br />
Relacionamento com os<br />
corretores<br />
Para a construção de uma parceria<br />
de longo prazo junto aos seus parceiros, a<br />
Mitsui Sumitomo Seguros desenvolve treinamentos<br />
para que os corretores conheçam<br />
os produtos e a operação da empresa. Na<br />
visão de Paulo Yukio, esse tipo de ação<br />
agrega valor e alavanca o desenvolvimento<br />
da confiança e de novos negócios.<br />
Uma das apostas recentes foi a<br />
realização de workshops dos produtos<br />
Transportes e Vida em Grupo. “Os<br />
resultados foram muito positivos e nos<br />
indicaram que estamos no caminho<br />
certo”, finaliza Yukio.
Prêmio Melhores do Seguro<br />
Duas décadas de<br />
comemoração<br />
A elite do mercado de seguros celebra os 20 anos da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>.<br />
Cerca de 300 pessoas entre representantes de seguradoras, corretores,<br />
entidades e o regulador do setor, homenageado da noite, participaram da<br />
sexta premiação que reconhece as iniciativas louváveis do segmento<br />
A<br />
despeito de um cenário político<br />
econômico conturbado,<br />
que dias depois se desdobraria<br />
na perda do selo de bom<br />
pagador do Brasil, o mercado de seguros<br />
tem motivos relevantes para comemorar.<br />
Crescer 6% em termos reais, ou seja, descontada<br />
a inflação, foi a justificativa para<br />
afastar o pessimismo na noite do dia 03<br />
de setembro, durante a Premiação Melhores<br />
de Seguros. No centro das conversas<br />
de um público selecionado de cerca de<br />
300 pessoas que lotaram o espaço Villa<br />
Vérico, em São Paulo, as movimentações<br />
de vendas e aquisições tanto no mercado<br />
36<br />
Manuela Almeida<br />
local como no externo, com a Ace adquirindo<br />
a seguradora Chubb, deram o tom.<br />
A especulação cresceu em torno de quem<br />
vai ficar com a carteira de seguro de vida<br />
em grupo do Itaú Unibanco. Depois de se<br />
desfazer da sua operação de grandes riscos,<br />
no ano passado, adquirida pela Ace,<br />
a companhia tenta agora desovar também<br />
este ativo e o que sobrou da Garantec, sua<br />
seguradora de garantia estendida. Uma<br />
das fortes apostas é a AIG, que teve de<br />
ser resgatada pelo governo americano na<br />
crise de 2009. Isso porque, no passado,<br />
a companhia chegou a ter uma empresa<br />
com o Unibanco antes da fusão com<br />
o Itaú. “Tenho certeza que a AIG está<br />
entre as finalistas”, contou um diretor de<br />
uma seguradora. Outro nome que ecoou<br />
foi o da Pan Seguros, recentemente adquirida<br />
pelo BTG Pactual e pela Caixa<br />
Econômica Federal, e que teria interesse<br />
de ampliar seu tamanho com o ativo que<br />
não despertou tanta cobiça no setor. Para<br />
Osmar Bertacini, presidente da APTS, o<br />
fato de a carteira ser relativamente envelhecida,<br />
ou seja, com maior probabilidade<br />
de gerar sinistros, é um dos motivos para<br />
o baixo apetite. Também nos bastidores<br />
o tema saúde ficou em evidência após a<br />
Agência Nacional de Saúde Suplemen-
tar (ANS) determinar naquela semana<br />
a venda obrigatória de toda a carteira<br />
da Unimed Paulistana, que há seis anos<br />
enfrentava uma crise financeira. Histórias<br />
de segurados órfãos e o dilema que vive<br />
o segmento estamparam as conversas<br />
quando o assunto vinha à tona. O corretor<br />
de seguros Álvaro Fonseca contou que reverteu<br />
a quebra da Unimed Paulistana em<br />
novos negócios. Ele ajudou beneficiários<br />
a contratar um novo plano, aproveitando<br />
o boom de reclamações publicadas nas<br />
mídias sociais e ainda levando conforto<br />
aos que da noite para o dia se viram sem<br />
um plano de saúde. Problemas do dia a<br />
dia dos corretores de seguros não podiam<br />
faltar nas conversas durante a premiação<br />
da <strong>Apólice</strong>, criada há 20 anos com o<br />
objetivo de registrar os desafios, mas,<br />
principalmente, munir esses profissionais<br />
de informação de qualidade, servindo de<br />
instrumento para conquistas.<br />
Marcos Eduardo Ferreira, CEO de<br />
Auto, Seguros Gerais e Affinities da<br />
BB Mapfre, falou sobre o contexto macroeconômico<br />
do Brasil e avaliou que<br />
o mercado de seguros sente os reflexos,<br />
mas, diante do potencial de expansão no<br />
País, consegue ser “menos pessimista”.<br />
“Temos ilhas de oportunidades”, resumiu<br />
ele, à <strong>Apólice</strong>.<br />
Nesta mesma direção, discursou<br />
Margo Black, presidente da Swiss Re<br />
Brasil que, mesmo com o pé engessado,<br />
fez questão de comparecer ao Prêmio<br />
Melhores de Seguros. Com 38 anos de<br />
história no mercado de seguros e nascida<br />
na Escócia, a executiva, atualmente<br />
única mulher a presidir uma companhia<br />
do segmento no País, teceu elogios ao<br />
Brasil a despeito das recentes mudanças<br />
anunciadas para as resseguradoras que<br />
vão reduzir de forma gradual a reserva<br />
de mercado dos players locais nos próximos<br />
anos. Embora as medidas visem<br />
tornar o segmento mais aberto para<br />
estrangeiros, os que, anteriormente, investiram<br />
e fizeram o dever de casa para<br />
se adaptar à regulamentação do resseguro<br />
não gostaram da surpresa tocada a mãos<br />
fechadas pelo governo. Mas o dia era de<br />
festa e Margo preferiu ficar nos elogios e<br />
ressaltar a missão do mercado de seguros<br />
e resseguros, principalmente, em um<br />
cenário de crise e recessão. “O Brasil é<br />
um país maravilhoso. Há muito para fazer<br />
no seguro. Temos muitas possibilidades<br />
de preencher lacunas. Há muito trabalho<br />
pela frente”, reforçou a presidente da<br />
Swiss Re.<br />
Personalidade do ano<br />
O reconhecimento da importância do<br />
trabalho em equipe deu o tom do discurso<br />
de agradecimento do superintendente da<br />
Superintendência de Seguros Privados<br />
(Susep), Roberto Westenberger. Grande<br />
homenageado da noite, foi parabenizado,<br />
mas também ouviu necessidades do setor.<br />
Erico Melo, presidente do Sincor-SE,<br />
levou ao superintendente a demanda do<br />
mercado em torno da autorregulação.<br />
Hoje, a questão política, segundo ele,<br />
inibe o avanço da resolução. Cobrou<br />
ainda novidades em relação à emissão<br />
da carteira profissional de corretores<br />
de seguros. Mesmo em um ambiente<br />
mais descontraído, um cenário, a priori,<br />
antagônico para a maior autoridade do<br />
mercado de seguros, Westenberger fez<br />
questão de atender a todos antes e depois<br />
da premiação. Atuário por formação, o<br />
superintendente foi homenageado pela<br />
dedicação ao mercado de seguros após<br />
cerca de um ano e meio no comando do<br />
órgão regulador. Sugestão do próprio<br />
setor aprovada e ratificada pelo governo,<br />
Westenberger tem a simpatia de executivos<br />
pelo seu perfil técnico. Sua missão à<br />
frente da Susep, disse ao ser reempossado<br />
este ano no cargo, é contribuir para que o<br />
mercado de seguros seja mais “parrudo”<br />
e que a autarquia do segmento se modernize,<br />
uma queixa antiga de executivos do<br />
segmento. O entendimento do Ministério<br />
da Fazenda, pasta à qual a Susep está submetida,<br />
é de que à medida que o mercado<br />
de seguros cresça poderá também ser<br />
mais funcional para a economia brasileira,<br />
com as seguradoras dando suporte<br />
de investimento institucional para o País.<br />
Mas, Westenberger, ao ser reconhecido<br />
pela primeira vez por uma publicação<br />
especializada como a personalidade do<br />
setor, deixou suas ambições de lado.<br />
“Quero agradecer a homenagem, mas<br />
esse prêmio não é do superintendente,<br />
mas da Susep. Quero, aqui, reconhecer o<br />
trabalho em equipe que estamos fazendo<br />
na autarquia”, sintetizou ele, que também<br />
parabenizou o trabalho da <strong>Apólice</strong> nesses<br />
20 anos.<br />
Fora do palco da sexta edição do<br />
Prêmio Melhores do Seguro, executivos<br />
comentavam ainda sobre a nova diretoria<br />
da CNseg. A chapa que deve disputar as<br />
eleições no final do ano será apresentada<br />
em breve, mas fontes anteciparam<br />
os futuros nomes que vão representar o<br />
mercado de seguros no próximo mandato<br />
com exclusividade à <strong>Apólice</strong>. Além disso,<br />
como de costume, será única. De saída da<br />
Confederação, Marco Antonio Rossi, que<br />
é presidente da entidade e da Bradesco<br />
Seguros, deve ser substituído pelo colega<br />
Marcio Coriolano, hoje no comando da<br />
Fenasaúde e da Bradesco Saúde. Com<br />
isso, a expectativa do mercado é que ele<br />
passe o bastão, conforme fontes informaram<br />
à <strong>Apólice</strong>, à Solange Beatriz, da<br />
diretoria executiva da CNseg. Na FenSeg,<br />
Paulo Marracini, vice-presidente do Conselho<br />
de Administração da Allianz, deve<br />
transferir o comando para João Francisco<br />
Borges da Costa, presidente da HDI. Na<br />
FenaPrevi, as apostas dão conta de que<br />
Osvaldo Nascimento, do Itaú Unibanco,<br />
seja substituído por Edson Franco, da<br />
Zurich. A única Federação que deve ter<br />
seu presidente reeleito, de acordo com<br />
executivos do setor, é a FenaCap, com<br />
a continuidade de Marcos Barros, da<br />
Brasilcap, à frente da entidade.<br />
Mas não foram ventilados apenas os<br />
nomes da próxima diretoria da CNseg.<br />
Durante a premiação, fontes comentavam<br />
o que teria estimulado as mudanças<br />
na próxima chapa a comandar a Confederação.<br />
Em relação ao posto máximo<br />
da entidade, o entendimento é de que<br />
Rossi terá de se debruçar na integração<br />
com o HSBC e de suas seguradoras, fora<br />
o fato de ser um dos fortes candidatos<br />
a substituir Luiz Carlos Trabuco Cappi<br />
na presidência do Bradesco. Para o atual<br />
presidente da CNseg, sua missão na<br />
entidade foi cumprida, embora admita<br />
que a aquisição do banco inglês vai<br />
exigir mais do seu dia a dia. Causou<br />
surpresa, para alguns, a possibilidade<br />
de Costa, da HDI, assumir a FenSeg já<br />
que sempre foi tido como um executivo<br />
discreto, o que o mercado chama de low<br />
profile, ou seja, aquele que prefere ficar<br />
nos bastidores.<br />
37
premiados<br />
O apresentador Marcio Ballas dá início à cerimônia de entrega<br />
da 6 a edição do Prêmio Melhores do Seguro<br />
Roberto Westenberger, superintendente da Susep, recebe<br />
homenagem especial da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> pelo seu trabalho<br />
em prol do desenvolvimento do mercado de seguros<br />
38 38
premiados<br />
Os presidentes dos Sincor’s homenageados: Maria Filomena Branquinho/MG, Dorival Alves de Sousa/DF, Érico Mello/SE, Ricardo Pansera/RS,<br />
❙❙Auri Bertelli/SC e Alexandre Camillo/SP<br />
JB Oliveira, advogado e articulista da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>, entrega o<br />
Argo Seguros, pelo case “Seguro Transporte: de 0 a 62 milhões<br />
❙❙de reais em menos de 5 anos”<br />
❙ prêmio para Salvatore Lombardi Junior, diretor de Transportes da<br />
O gerente de operações da Averbweb, Fabio Souza, recebe o troféu<br />
do presidente do Clube Internacional de Seguro de Transporte, José<br />
❙ ❙Averbações”<br />
❙ Geraldo da Silva, pelo case “Inteligência e Simplicidade na Gestão de<br />
Livia Sousa, jornalista da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>, entrega troféu pelo case<br />
❙ ❙Oliveira, coordenador de linhas financeiras da Berkley<br />
❙ “Oportunidades em Novos Segmentos Profissionais”, para Guilherme<br />
40 40<br />
O diretor executivo do Sindicato das Seguradoras de São Paulo,<br />
Fernando Simões, entrega o prêmio pelo case “Rede Própria<br />
de Atendimento de Assistência Residencial, para o CEO da Brasil<br />
❙❙Assistência, Almir Fernandes da Costa
premiados<br />
Alexandre Camillo, presidente do Sindicato dos Corretores<br />
de Seguros de São Paulo, entrega o prêmio para Roberto<br />
Uhl, gerente de Canais Digitais da Argo Seguros, pelo case<br />
❙ ❙“Plataforma Digital Protector”<br />
❙ Emerson Feliciano, superintendente técnico do Cesvi Brasil, e Marcos<br />
❙ ❙de Francisco Pantoja, diretor executivo da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />
Cardoso Lima, diretor executivo de Serviços Financeiros da Indra no Brasil,<br />
❙ recebem o prêmio pelo case “Parceria em Tecnologia para Suporte do Órion,<br />
❙ José Manuel Dias da Fonseca, CEO da MDS Holding, recebe o<br />
❙<br />
prêmio do presidente da Federação Nacional das Seguradoras,<br />
❙ Paulo Marraccini, pelo case “Compromisso e Inovação em Seguros”<br />
O presidente do Instituto Brasileiro de Relações com o Cliente,<br />
a Importância do Corretor” para o sócio diretor da Minuto<br />
❙❙Seguros, Manes Erlichman Neto<br />
❙ Alexandre Diogo, entrega o troféu pelo case “Campanha Destaca<br />
Helio Kinoshita, presidente da Mitsui Sumitomo Seguros,<br />
entrega o prêmio pelo case “Solução Estima Risco de Seguro<br />
de Automóvel”, para Vanessa Salles, superintendente de<br />
❙❙seguros da Neurotech<br />
42 42<br />
❙ O presidente da Associação Paulista dos Técnicos de Seguros, Osmar<br />
❙ ❙Assistance, pelo case “Assistência na Era Digital”<br />
Bertacini (ao centro), entrega o troféu para o diretor de TI, Ulisses Oliveira<br />
❙ Campos e o diretor comercial, José Luis Ferreira da Silva, ambos da Europ
premiados<br />
Graciane Pereira, executiva de contas da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>,<br />
❙ ❙para o diretor comercial da empresa, Artur Giansante<br />
❙ entrega o prêmio pelo case “Decodificador de Chassi Nortix”,<br />
Beatriz Abadia, coordenadora comercial regional do Seguro<br />
PASI, recebe do presidente do Sincor/DF, Dorival Alves de<br />
Sousa, o troféu pelo case “PASI, a Revolução dos Benefícios<br />
❙❙Sociais Utilizados em Vida”<br />
O presidente do CVG/RJ, Marcelo Hollanda (ao centro), entrega o prêmio<br />
pelo case “Gestão de Benefícios para Retenção de Colaboradores” para<br />
❙ ❙para o gerente de Remuneração e Benefícios da Atos, Marcelo Barros<br />
❙ Ricardo Lopes, diretor de Consultoria e Gestão de Benefícios da Propay e<br />
❙ Pedro Barbato, presidente da Camaracor/SP, entrega o<br />
❙<br />
prêmio para o superintendente de operações da Vayon,<br />
❙ Vinícius Feltrin, pelo case “Aplicativo Venda Mais Corretor”<br />
Kelly Lubiato, diretora de redação da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>, entrega o<br />
❙ ❙Wdev/SP, Leonardo Borges<br />
❙ prêmio pelo case ”Plataforma de Conversão de Vendas” ao diretor da<br />
44 44
premiados<br />
O diretor executivo da Bradesco Seguros, Enrico Ventura, recebe da<br />
diretora comercial Prime da Admix, Edna Vasselo Godoni, o prêmio<br />
❙❙na categoria “Seguro Saúde - Destaque Nacional”<br />
O diretor executivo da Bradesco Seguros, Carlos Eduardo Sarkovas<br />
recebe de José Amélio de Souza, mentor do CCS/Osasco, o<br />
❙❙troféu na categoria “Riscos Aeronáuticos - Destaque Nacional”<br />
❙ Marcelo Gusmão, regional de vendas, e Fernando Uset, diretor de<br />
❙ ❙Região Sul”<br />
Casualty da Ace Seguros, recebem da jornalista da Agência Estado, Aline<br />
❙ Bronzati, o prêmio da categoria “Responsabilidade Civil - Destaque na<br />
A gerente de RO/RN da Allianz Seguros, Paula Erica Tassi, recebe<br />
de Carlos Alberto Protasio, presidente da Abecor, o troféu na<br />
❙❙categoria “Grandes Riscos - Destaque Nacional”<br />
Os superintendentes executivos da Bradesco Seguros, Leonardo Freitas e<br />
❙ ❙prêmio na categoria “Riscos Marítimos - Destaque Nacional”<br />
❙ José Pires, recebem de Adevaldo Calegari (ao centro), mentor do CCS/SP, o<br />
46 46<br />
Paulo Dawibida, diretor de cooperativas da Mapfre Seguros,<br />
❙ ❙categoria “Seguro Rural - Destaque Nacional”<br />
❙ recebe do presidente do Sincor/RS, Ricardo Pansera, o troféu na
premiados<br />
Karen Dal Souto, gerente de Seguro de Crédito da Mapfre Seguros,<br />
❙ ❙- Destaque Nacional”<br />
❙ recebe de Ricardo Pansera, o prêmio na categoria “Seguro de Crédito<br />
O presidente do Sincor/SE, Érico Mello, entrega o troféu na<br />
❙ ❙comercial nacional da JMalucelli, Danieli Gugelmin<br />
❙ categoria “Seguro Garantia - Destaque Nacional” para a diretora<br />
José Vicente Segura, subscritor de Riscos de Engenharia da<br />
❙ ❙“Riscos de Engenharia - Destaque Nacional”<br />
❙ Tokio Marine, recebe o prêmio de Francisco Pantoja, na categoria<br />
Kelly Lubiato entrega o troféu na categoria “Transporte - Destaque<br />
❙ ❙Rosevaldo Alves<br />
❙ Região Sul” para o superintendente de Transportes da Tokio Marine,<br />
Marcos Ávila da Costa, gerente de produtos RC, Engenharia e<br />
Garantia da Yasuda Marítima ,recebe o prêmio do presidente do<br />
Sincor/SC, Auri Bertelli, na categoria “Riscos de Engenharia -<br />
❙❙Destaque Região Sul” e...<br />
48 48<br />
... Renato Comarin, gerente da filial de Porto Alegre da Yasuda<br />
❙ ❙Região Sul”<br />
❙ Marítima, recebe o troféu na categoria “Condomínio - Destaque
premiados<br />
O presidente da UCS, Marcelo Guirão, entrega o troféu na categoria<br />
❙ ❙superintendente de RE da Porto Seguro Seguros<br />
❙ “Seguro de Condomínio - Destaque Nacional” para Jarbas Medeiros,<br />
Priscilla Magni, diretora de Linhas Pessoais da Chubb Seguros, recebe<br />
o prêmio na categoria “Seguro Auto Premium - Destaque Nacional”,<br />
❙❙do diretor da Segna Consultoria em Seguros, Alexandre Papandréa<br />
O diretor comercial da HDI Seguros, Euclides Naliato, recebe de Israel<br />
Marques, mentor do CCS/ABC, o troféu na categoria “Seguro Auto -<br />
❙❙Destaque Região Sul”<br />
Diogo Arndt, vice-presidente da Lojacorr, entrega o prêmio da<br />
❙ ❙de Auto da Porto Seguro Seguros, Fabiana Lemos<br />
❙ categoria “Seguro Auto - Destaque Nacional”, para a gerente técnica<br />
Diogo Arndt também entrega o troféu da categoria “Transporte -<br />
Destaque Nacional” para Rose Matos, gerente de Transportes da<br />
❙❙Porto Seguro Seguros<br />
50<br />
A jornalista da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>, Amanda Cruz, entrega o prêmio na<br />
❙ ❙comercial da Mapfre, Helton de Oliveira Pinto<br />
❙ categoria “Previdência Privada - Destaque Nacional” para o gerente
premiados<br />
❙ Fabiano Lima, diretor de Vida e Previdência da SulAmérica<br />
❙ ❙Região Sudeste”<br />
Seguros, recebe de Maria Filomena Branquinho, presidente do<br />
❙ Sincor/MG, o troféu na categoria “Previdência Privada - Destaque<br />
Os superintendentes de Relacionamento da SulAmérica Seguros,<br />
“Seguro Saúde - Destaque Região Sudeste” de Maria Filomena<br />
❙❙Branquinho<br />
❙ Simone Tavares e Leonardo Coelho, recebem o troféu na categoria<br />
Alexandre Vicente da Silva, diretor adjunto de Produtos Vida, e Magda<br />
Rodrigues, gerente de operações Vida, ambos da Liberty Seguros,<br />
❙ ❙categoria “Seguro de Vida - Destaque Região Sul”<br />
❙ recebem de Dilmo Bantim Moreira, presidente do CVG/SP, o prêmio na<br />
O diretor da CVA Solutions, Sandro Cimatti, entrega o troféu na<br />
categoria “Seguro de Vida - Destaque Nacional” para a diretora<br />
❙❙executiva da MetLife, Cassia Gil<br />
Paulo Marraccini entrega o prêmio na categoria “Resseguradora<br />
Nacional”, para a executiva de Contas, Giuliana Mantovi, e o<br />
❙❙especialista de Subscrição, David Neves, do IRB Brasil Re<br />
52<br />
❙ O CEO da JLT Resseguros Brasil, Rodrigo Protásio, entrega o<br />
❙<br />
troféu na categoria “Resseguradora Internacional”, para Margo<br />
❙ Black, head de resseguros para a América Latina da Swiss Re
premiados<br />
A jornalista Regina Volpato foi a mestre de<br />
cerimônia do evento<br />
❙ Natanel Castro, superintendente de Capitalização, e<br />
❙ ❙Tegami<br />
Gabriel Charbonnieres, diretor comercial da SulAmérica<br />
recebem o prêmio na categoria “Capitalização - Destaque<br />
❙ Nacional”, da mentora do CCS/ Mata Atlântica, Maria Angela<br />
O diretor comercial da Odontoprev, Carlos Rogoginsky,<br />
❙ ❙Odontológicos - Destaque Nacional”<br />
❙ recebe de Francisco Pantoja o troféu na categoria “Planos<br />
A jornalista Kelly Lubiato entrega o prêmio na categoria “Planos de<br />
Saúde Premium - Destaque Nacional” para o diretor comercial da<br />
❙❙Omint, Cícero Barreto<br />
❙ Amanda Cruz entrega para Nelson Miguel, gerente comercial da<br />
❙<br />
❙ Amil, o troféu na categoria “Plano de Saúde - Destaque Nacional”<br />
54
eventos<br />
Celebração de 35 anos<br />
A Omint reuniu na noite de 15<br />
de setembro, no Jockey Club de São<br />
Paulo, mais de 600 convidados em um<br />
coquetel para comemorar os 35 anos<br />
de operação no Brasil e estreitar relacionamento<br />
com clientes corporativos,<br />
profissionais da saúde, corretores, além<br />
dos demais stakeholders da companhia.<br />
O evento, que é realizado anual-<br />
mente, também foi marcado pelo lançamento<br />
da Omint Seguros, nova empresa<br />
do Grupo Omint focada nos mercados<br />
de seguros de vida (individual e em<br />
grupo) e também em seguro viagem.<br />
Os clientes Omint, parceiros comerciais<br />
e profissionais de saúde foram<br />
recepcionados pelo fundador da Omint,<br />
o argentino Juan Carlos Villa Larroudet<br />
e seu filho Santiago Larroudet, além de<br />
André Coutinho (diretor geral), Cícero<br />
Barreto (diretor comercial), Paulo<br />
Gagliardi (diretor financeiro), Marcos<br />
Loreto (diretor médico), Eduardo<br />
Monteiro (diretor de saúde), Luciano<br />
Marques Filho (gerente de operações),<br />
e Flávio Merichello (gerente do Núcleo<br />
de Saúde e Prevenção).<br />
Diretoria da Omint<br />
Fórum de Oportunidades na capital paulista<br />
O Sincor-SP realizou, no dia 31 de<br />
agosto, o “Fórum de Oportunidades”<br />
em várias regiões do Estado de São<br />
Paulo. Na capital, o evento aconteceu no<br />
Hotel Maksoud Plaza e reuniu executivos<br />
do mercado securitário e corretores<br />
de seguros.<br />
Um dos assuntos pautados no painel<br />
Benefícios, os seguros saúde e odontológico<br />
foram apontados como uma das<br />
maiores oportunidades aos profissionais<br />
da área, visto que ainda possuem baixa<br />
penetração no mercado e atingem apenas<br />
25% e 11% da população brasileira,<br />
respectivamente.<br />
Segundo o executivo, as oportunidades<br />
estão sobretudo nas pequenas<br />
e médias empresas, que movimentam<br />
77% dos empregos no País e representam<br />
quase 30% do Produto Interno<br />
Bruto (PIB) gerado em solo brasileiro.<br />
Mas para alcançar essas oportunidades,<br />
ele frisou que os corretores de<br />
seguros precisam mudar sua forma de<br />
atuação, deixando de acompanhar a<br />
gestão de saúde e passando a investir<br />
nela.<br />
Alexandre Camillo, presidente do<br />
Sincor-SP, também destacou a atuação<br />
dos corretores de seguros. “Só uma<br />
discussão nos permite enxergar oportunidades.<br />
Agora é imprescindível que,<br />
diante disso tudo, tenhamos uma nova<br />
postura, porque muitos dos problemas<br />
que enfrentamos são por espaços que<br />
deixamos de ocupar”.<br />
56
APTS apresenta nova diretoria<br />
Após anos à frente da APTS – Associação<br />
Paulista dos Técnicos de Seguro,<br />
na manhã do dia 10 de setembro,<br />
Luis Lopez Vásquez passou o cargo de<br />
presidente da entidade para o Osmar<br />
Bertacini, recém eleito. Em assembleia,<br />
Bertacini apresentou a nova diretoria<br />
e falou sobre o dever de continuar o<br />
legado da APTS no mercado de seguros.<br />
Vásquez também estava presente<br />
destacando a satisfação de entregar o<br />
cargo ao novo responsável.<br />
Vásquez pronunciou, relembrando<br />
a história da entidade e destacando o<br />
orgulho de participação no desenvolvimento<br />
dela. E enfatizou o que acha ser<br />
a missão de maior valor para o mercado<br />
de seguros. “Temos que nos encarregar<br />
da responsabilidade social, humana.<br />
Desejo que a próxima diretoria consiga<br />
levar o seguro à sociedade com ainda<br />
mais profundidade”, finalizou. Apesar de<br />
deixar hoje o cargo, Vásquez continuará<br />
Nova diretoria da APTS<br />
se fazendo presente na APTS, pois foi<br />
anunciado por Bertacini como presidente<br />
emérito da entidade.<br />
Em seu discurso de posse, Osmar<br />
Bertacini, que já presidiu a APTS<br />
anteriormente, contou que esse é um<br />
momento de emoção para sua carreira.<br />
Nenhuma chapa havia sido inscrita e por<br />
isso ele afirma que se sentiu convocado<br />
para assumir a posição por sua disponibilidade<br />
e vontade de dar andamento<br />
à entidade.<br />
Aposta em renovação<br />
A Sociedade Brasileira de Ciências<br />
do Seguro (SBCS) apresentou as mudanças<br />
que marcam um novo momento<br />
da entidade, que completou 63 anos de<br />
atuação. Entre as novidades estão a identidade<br />
visual (que preservou a tradição<br />
da logomarca, reduziu a sigla e inseriu<br />
a cultura) e o site da instituição, que foi<br />
reformulado e agora passa a contar com<br />
a agenda de workshops e seminários,<br />
além de artigos e conteúdos das palestras<br />
realizadas pela Sociedade.<br />
Para o presidente do SBCS, Affonso<br />
Fausto, as mudanças refletem sobretudo<br />
o esforço da diretoria em renovar a<br />
entidade. “A internacionalização das<br />
companhias trouxe dirigentes que não<br />
conheciam toda a história da Sociedade<br />
e sua importância para o mercado de<br />
CVG recebe Alexandre Camillo<br />
seguros”, disse o executivo, acrescentando<br />
que a diretoria já se preocupava<br />
com essa renovação.“A partir de agora,<br />
a entidade assume um novo papel no<br />
mercado com a participação efetiva<br />
de novos componentes do mercado de<br />
seguros”.<br />
Ao lado de entidades do ramo de Vida como Marcelo Hollanda (CVG-RJ), David<br />
Novloski (CVG-PR) e Dilmo Bantim (CVG-SP), além de líderes de outras entidades,<br />
Alexandre Camillo ressaltou a importância de estimular corretores a ampliarem<br />
suas carteiras<br />
57
evento | 3 o Conseg-PE<br />
Mercado se reúne<br />
em Pernambuco<br />
A terceira edição do<br />
Congresso de Seguros<br />
aprofundou debates<br />
sobre estratégia de<br />
vendas e relação<br />
entre seguradores e<br />
corretores<br />
Durante os dias 13 e 14 de<br />
agosto os corretores tiveram<br />
mais uma oportunidade de<br />
encontro: a terceira edição<br />
do Congresso de Seguros do Estado de<br />
Pernambuco – Conseg – que aconteceu<br />
em Porto de Galinhas. Representado na<br />
figura de Cláudia Cândido Diniz, presidente<br />
do Sincor – PE, o evento recebeu<br />
corretores e seguradores de todo o Brasil<br />
para debater sobre o tema “Estratégias de<br />
comercialização de seguros: aprofundamento<br />
no conhecimento de produtos e<br />
fortalecimento das relações corretor e<br />
seguradora”. E foi isso que aconteceu.<br />
Diversos seguradores palestrantes,<br />
como Ronaldo Dalcin, superintendente<br />
comercial N/NE da Tokio Marine; Rivaldo<br />
Leite, diretor da Porto Seguro; Marco<br />
Antonio Gonçalves, diretor da Bradesco<br />
Seguros; Paulo Douglas Canarin, diretor<br />
da HDI Seguros e Fernando Grossi, diretor<br />
da Yasuda Marítima, ressaltaram a importância<br />
do relacionamento com a região<br />
Nordeste e o quanto esse estado oferece<br />
oportunidades ao mercado de seguros,<br />
especialmente no que diz respeito aos<br />
corretores parceiros. “Essa é uma região<br />
que cresce, muito mais do que o País de<br />
forma geral. Independente desse ano ser<br />
um pouco mais complexo, continuamos<br />
vendo em Pernambuco uma região muito<br />
importante para nós”, afirmou Gonçalves.<br />
O evento contou com diversas palestras.<br />
Entre elas, “Seguro não é tudo<br />
❙❙Mucio Novaes, Armando Vergilio, Cláudia Diniz e Robert Bittar<br />
igual”, ministrada por Gustavo Cunha<br />
Mello, corretor de seguros, que procurou<br />
alertar as pessoas que trabalham<br />
no mercado, tanto seguradores quanto<br />
corretores, de que há diferenças importantes<br />
no clausulado das apólices que<br />
devem ser observadas com muita atenção.<br />
“Coberturas de incêndio, por exemplo,<br />
são 11 tipos diferentes com coberturas<br />
distintas, como queimadas em zona rural,<br />
cobertura de fumaça, queda de raio<br />
no local segurado ou fora dele, se cobre<br />
equipamentos eletrônicos no momento da<br />
queda de raio, entre outras”, explicou. Nos<br />
casos de roubo existem exclusões conforme<br />
artigo do código penal, incluindo<br />
ou excluindo incisos de acordo com suas<br />
possibilidades de cobertura. “Então, você<br />
tem que compreender o que está coberto,<br />
explicar para o seu cliente exatamente a<br />
que ele tem direito. A graça disso tudo é<br />
perceber que não existe uma seguradora<br />
melhor que a outra, uma que cubra tudo.<br />
O que existe é a seguradora que melhor<br />
se adapta e que tem melhor aderência<br />
ao cliente, ao risco do cliente. Nessas<br />
questões estão a importância e a beleza<br />
da profissão de corretor de seguros.<br />
O presidente do Sindseg-PE, Múcio<br />
Novaes, evidenciou que algumas dificuldades<br />
se apresentam ao setor, mas que o<br />
Nordeste pode dar força ao mercado de<br />
seguros. “Problemas o Brasil tem, mas o<br />
mercado de seguros era profundamente<br />
resistente a efeitos da crise, agora é que<br />
começamos a sentir os primeiros efeitos.<br />
Mas o que precisamos fazer é continuar<br />
trabalhando muito, acreditando e usando<br />
a criatividade para criar novos produtos<br />
e novos nichos de mercado com uma<br />
interlocução cada vez mais firme com os<br />
corretores de seguros”, afirmou.<br />
No último dia, a presidente do Sincor-<br />
-PE destacou sua satisfação em sediar<br />
esse evento e acolher o mercado para<br />
esses debates: “Tanto eu quanto minha<br />
diretoria acreditamos que alcançamos<br />
nossos objetivos com esse tema central,<br />
aprofundamento em novos produtos e<br />
relacionamento entre segurador e corretor.<br />
Superou nossas expectativas e estamos<br />
muito felizes”, comemorou.<br />
58
evento | 7ª Conseguro<br />
Evolução do<br />
mercado em pauta<br />
Em evento promovido pela CNseg, autoridades<br />
traçaram o futuro e os desafios do segmento.<br />
Especialistas nacionais e internacionais se<br />
apresentaram em uma série de palestras<br />
A<br />
CNseg promoveu, de 15 a 17<br />
de setembro, a 7ª Conseguro.<br />
Realizado em São Paulo, o<br />
encontro reuniu especialistas<br />
do mercado e autoridades do setor e, ainda,<br />
mais alguns eventos paralelos: Seminário<br />
de Controles Internos & Compliance, 5ª<br />
Conferência de Proteção do Consumidor<br />
de Seguros, 4º Encontro Nacional de<br />
Atuários e o Seminário de Distribuição<br />
de Seguros.<br />
O presidente da CNseg, Marco<br />
Antonio Rossi, assegurou que a crise<br />
econômica não deve reduzir o otimismo<br />
do segmento, tanto que a expectativa de<br />
crescimento para este ano continua na<br />
casa dos 12%. O cenário será mais desafiador<br />
em 2016, mas não impedirá que<br />
o percentual se mantenha ou até mesmo<br />
evolua. O executivo atribuiu o otimismo<br />
à oferta de novos produtos e às novas<br />
formas de comercialização, mas não deu<br />
mais detalhes. As projeções completas<br />
serão apresentadas pela Confederação<br />
em novembro deste ano.<br />
Por sua vez, o secretário de Política<br />
de Previdência Complemenar do Ministério<br />
da Previdência Social, Jaime<br />
Marins, disse que surgirá um mercado<br />
estimado em R$ 20 bilhões para empresas<br />
do setor que explorarem o nicho<br />
formado pelos fundos de pensão. Sobre<br />
este assunto, o superintendente da Susep,<br />
Roberto Westeberger, declarou que<br />
os primeiros seguros com coberturas<br />
dos riscos de longevidade voltados aos<br />
fundos de pensão podem ser lançados<br />
já no próximo ano. O desenvolvimento<br />
deste tipo de seguro foi alinhavado pela<br />
Superintendência em conjunto com a<br />
60
Previc, órgão regulador dos fundos de<br />
pensão.<br />
“Governo quer ouvir o<br />
mercado”<br />
Na visão de Armando Vergilio, presidente<br />
da Fenacor, o ramo de seguros tem<br />
capacidade para contribuir ainda mais<br />
nos momentos de crise e poderia auxiliar,<br />
por exemplo, na geração de poupança de<br />
longo prazo e de empregos e para o aumento<br />
da arrecadação de impostos. Mas,<br />
segundo ele, a atenção do governo dada<br />
ao segmento não é adequada.<br />
“Refiro-me a quem passou por ali<br />
nos últimos anos e suas equipes, para<br />
os quais o setor de seguros, por crescer<br />
na faixa de dois dígitos há mais de uma<br />
década, não precisa de atenção”. Vergilio<br />
acredita que, caso contrário, o rebaixamento<br />
da nota de crédito do Brasil<br />
também poderia ser evitado, uma vez<br />
que a capacidade de o País cumprir suas<br />
obrigações estaria assegurada.<br />
❙❙Rizzato Nunes<br />
O presidente da Fenacor citou duas<br />
propostas que enfrentam resistências no<br />
governo: uma do deputado Lucas Vergilio,<br />
aprovada recentemente pela Câmara<br />
e que regulamenta o VGBL Saúde; e a<br />
Lei do Desmonte.<br />
Em resposta, Westenberger – representando<br />
também o ministro da Fazenda,<br />
Joaquim Levy – declarou que o governo<br />
atual está disposto e quer ouvir o segmento,<br />
mas deseja que a área demonstre<br />
uma mudança de paradigma no que diz<br />
respeito às questões estruturais. Nomeado<br />
coordenador informal do processo<br />
de consultas ao setor após uma reunião<br />
em Brasília, o superintendente da Susep<br />
garantiu que as demandas do segmento<br />
já foram anotadas e que o seguro de<br />
garantia para grandes obras é visto com<br />
bons olhos pelo governo. “A intenção do<br />
Poder Executivo é melhorar esse tipo de<br />
cobertura, para que esteja pronto para se<br />
mostrar como solução adequada quando<br />
o país retomar o processo de crescimento<br />
econômico”, destacou.<br />
Outros pontos discutidos no encontro<br />
foram a instalação de um pólo de resseguro<br />
no Brasil, que passaria a ser um “hub”<br />
das operações desse segmento na América<br />
Latina; e a reforma na Previdência<br />
Social, incluindo a questão do seguro de<br />
acidentes de trabalho. “A Susep é contra<br />
a privatização total desse seguro. Mas<br />
podemos encontrar um meio termo”,<br />
finalizou Westenberger.<br />
Segurança jurídica<br />
O tema foi debatido por Rizatto<br />
Nunes, professor doutor da PUC, que vê<br />
a segurança jurídica como sinônimo de<br />
confiança. Ele lembrou que essa é uma<br />
das questões mais graves enfrentadas<br />
no Brasil e, para que seja resolvida, demanda<br />
trabalho conjunto entre empresas<br />
e cidadãos. “Quando a Constituição<br />
Federal completou 19 anos, já haviam<br />
sido criadas 3,6 milhões de normas jurídicas<br />
– incluindo portarias e circulares.<br />
Isto equivale a 21 normas editadas por<br />
dia”, ressaltou.<br />
Além de afetar a quantidade, o grande<br />
volume de normas acarreta em consequências<br />
na qualidade da legislação,<br />
uma vez que ainda há ausência de leis<br />
mais claras e permanentes. “No Brasil, a<br />
interpretação das leis é exagerada, ampla<br />
e vaga. As nomas precisam ser escritas<br />
para que sejam interpretadas de maneira<br />
quase unívoca, que as pessoas entendam<br />
de fato o que elas querem dizer”, alertou<br />
Nunes.<br />
Demografia e crescimento<br />
econômico<br />
“O Brasil tem a característica de não<br />
fazer grandes reformas, mas de praticar<br />
❙❙João Galhardo<br />
61
evento | 7ª Conseguro<br />
❙❙Amlan Roy<br />
microrreformas que, estruturadas, levam<br />
o País para a direção correta”, explicou<br />
Osvaldo do Nascimento, se referindo aos<br />
sistemas de previdência nacional.<br />
O executivo comparou o sistema<br />
chileno com o sistema brasileiro, observando<br />
que enquanto no Chile houve uma<br />
mudança de sistema público para privado,<br />
o Brasil apostou em uma combinação<br />
da previdência pública, complementar e<br />
dos fundos de pensão. Em conjunto, as<br />
reservas somam R$ 1 trilhão.<br />
Após passar por duas reformas, agora<br />
o sistema brasileiro de previdência social<br />
privada esbarra na necessidade de mais<br />
uma mudança. O setor já tem outra proposta<br />
com relação ao sistema que julga<br />
mais adequado ao País, baseada em três<br />
pilares: previdência social extensiva a<br />
todos, previdência complementar obrigatória<br />
instituída pelas empresas para os<br />
funcionários, e previdência opcional, que<br />
já existe em termos de mercado.<br />
Chefe de pesquisas em demografia<br />
e pensões globais do Credit Suisse de<br />
Londres, Amlan Roy explicou como a<br />
demografia pode interferir nos sistemas.<br />
“As pessoas estão trabalhando mais em<br />
países ricos e pobres. 43 governos já<br />
mudaram a idade mínima da aposentadoria,<br />
que deveria ser flexibilizada com<br />
a perspectiva de vida de acordo com cada<br />
região”, disse, completando que, assim<br />
como a Rússia, o Brasil caminha para o<br />
envelhecimento precoce antes mesmo de<br />
se tornar rico.<br />
62<br />
Já Richard Jackson, fundador-presidente<br />
do Global Aging Institute (GAI),<br />
projeta que até a metade do século XXI,<br />
em média 25% da população mundial<br />
seja de idosos, sendo o Japão a abrigar<br />
a maioria deles. No período, México e<br />
Estados Unidos terão a mesma idade,<br />
assim como Brasil e China.<br />
“À medida que esses países envelhecerem,<br />
começarão a se confrontar<br />
com muitos dos desafios que as nações<br />
desenvolvidas já enfrentam”, pontou<br />
Jackson. Para ele, o caminho será adotar<br />
um sistema de capitalização. “Em sistemas<br />
de repartição, o custo é maior e pode<br />
dobrar, triplicar ou até quadruplicar nos<br />
próximos 30 anos”.<br />
Com a diminuição das taxas de<br />
natalidade e o aumento da expectativa<br />
de vida, o sistema não será sustentável e<br />
precisará de mudanças efetivas. “Há uma<br />
necessidade de se reduzir a generosidade<br />
do sistema de previdência em repartição<br />
simples e de se aumentar as contribuições<br />
individuais na previdência privada”.<br />
Riscos especiais<br />
Até que ponto o mercado de seguros<br />
está engajado nos riscos ambientais, sociais<br />
e econômicos? “Tem tanta novidade<br />
excluída do futuro de 20 anos atrás que<br />
hoje mal conseguimos lidar com isso analiticamente.<br />
Nossos métodos estão ficando<br />
para trás e nosso futuro tem que ser transformado<br />
como cenário potencial a cada<br />
dia”, enfatizou Moacyr Duarte, professor<br />
doutor e pesquisador da Coppe/<br />
UFRJ e engenheiro especialista<br />
em gerenciamento de riscos com<br />
forte atuação em eventos no Rio de<br />
Janeiro (como a tragédia na região<br />
serrana, em 2011).<br />
Sobre as catástrofes naturais,<br />
o CFO e COO da Terra Brasis<br />
Resseguros, Rodrigo Botti, defendeu<br />
que a exposição brasileira a<br />
esses eventos não deveria ser um<br />
risco emergente, mas conhecido.<br />
“Enquanto as tempestades e os<br />
terremotos são globais, no Brasil<br />
os riscos se restringem à seca e<br />
inundação: um desafio a mais, pois<br />
grande parte da tecnologia é voltada<br />
aos eventos frequentes”. Assim,<br />
Botti destacou a importância de o<br />
mercado nacional desenvolver produtos<br />
específicos para essas necessidades.<br />
Para a diretora do Ministério do<br />
Meio Ambiente, Raquel Breda, um risco<br />
já não se limita mais a sua própria área.<br />
Por isso, é importante que as empresas,<br />
principalmente aquelas voltadas ao setor<br />
de seguros, que não só analisem os riscos<br />
como também os mitiguem.<br />
A saúde em várias palestras<br />
O tema saúde esteve presente em<br />
diferentes eventos e em várias nuances.<br />
O especialista do Dartmouth Institute,<br />
Elliot Fischer, falou sobre os problemas<br />
do plano de saúde estabelecido pelo<br />
ObamaCare, que estão ligados à gestão<br />
do sistema e ao controle dos gastos. Em<br />
outro momento, durante o 4º ENA, Jay<br />
Olshansky, professor da Universidade<br />
de Chigado, mostrou que a longevidade<br />
não pode ir além dos limites biológicos<br />
de nosso corpo.<br />
Na Conferência de Proteção ao Consumidor,<br />
o debate aconteceu em torno da<br />
Judicialização da Saúde, que foi considerada<br />
como um problema de todos pelo<br />
juiz João Galhardo, do Tribunal de Justiça<br />
de São Paulo. “O Conselho Nacional de<br />
Justiça, preocupado com a judicialização<br />
da saúde, levantou que há 400 mil processos<br />
em andamento, envolvendo questões<br />
de saúde”, exemplificou para acrescentar<br />
que “os juízes precisam se especializar<br />
numa área que eles não conhecem contando<br />
com o apoio de técnicos”.
Riscos cibernéticos<br />
por Andrea Kotter e Andreas Moser*<br />
Complexos e com<br />
consequências devastadoras<br />
A atual conectividade digital modificou<br />
radicalmente nossa vida. As conexões<br />
na internet permitem efetivamente<br />
acessar dados, sistemas e organizações<br />
inteiras em âmbito mundial. No entanto,<br />
o lado negativo é que estas conexões podem<br />
também levar a perdas crescentes, na<br />
medida em que os riscos aumentam com<br />
interações mais intensas na rede. O crime<br />
cibernético – atos criminosos cometidos<br />
via internet visando a ganhos financeiros,<br />
políticos ou espionagem – representa um<br />
risco que não podemos nos dar ao luxo<br />
de ignorar.<br />
A gama e complexidade dos incidentes<br />
cibernéticos são enormes: de um único<br />
laptop perdido até o nível de violação<br />
sofrido pela Sony, TJX, Target ou eBay.<br />
Com frequência, inicialmente estes incidentes<br />
não são detectados pelas próprias<br />
vítimas, sendo que as companhias, muitas<br />
vezes, ficam sabendo do ataque cibernético<br />
apenas quando notificadas pelas<br />
autoridades ou quando alguma atividade<br />
incomum é verificada nas contas dos<br />
clientes. Muitas das violações de grande<br />
magnitude parecem ter sido divulgadas<br />
em blogs antes das notificações formais<br />
das companhias. Ataques de malware não<br />
são problemas apenas de grandes varejistas,<br />
embora sejam certamente um alvo<br />
lucrativo para os criminosos cibernéticos.<br />
As pequenas e médias empresas também<br />
correm risco, como deixou claro uma<br />
violação sofrida pela Staysure Insurance<br />
UK. A Staysure, companhia especializada<br />
em produtos de seguro de viagem para<br />
pessoas com mais de 50 anos, precisou<br />
entrar em contato com 93.389 clientes<br />
depois do ataque. A seguradora acreditava<br />
que os hackers provavelmente haviam<br />
64<br />
roubado números de código secretos dos<br />
cartões dos detentores de apólices. Felizmente,<br />
a companhia conseguiu declarar<br />
publicamente que tinha cobertura de<br />
seguro apropriada, o que permitiu que<br />
tratasse a violação de maneira efetiva e<br />
informasse prontamente todas as autoridades<br />
competentes.<br />
Em escala global, a maior parte das<br />
vítimas descobriu a violação do eBay por<br />
meio da cobertura da mídia, com informações<br />
no site da companhia em seguida.<br />
O eBay solicitou que 233 milhões de<br />
clientes trocassem as senhas. A varejista<br />
online afirmou categoricamente que nenhum<br />
dado financeiro havia sido furtado,<br />
mas poderia haver riscos aos clientes que<br />
usam as mesmas senhas em múltiplos<br />
sites. As informações furtadas eram de<br />
grande valor, pois incluíam endereços
postais, endereços de e-mail, números<br />
de telefone e datas de nascimento. Os<br />
riscos não se limitam à internet, pois uma<br />
série de empresas usa endereço e data de<br />
nascimento no processo de confirmação<br />
em seus serviços bancários por telefone.<br />
Custos dos riscos cibernéticos<br />
Em consequência de um ataque<br />
cibernético, as companhias se deparam<br />
com custos consideráveis. Por exemplo:<br />
- Interrupção de negócios: Enquanto<br />
os sistemas estão indisponíveis interna e<br />
externamente são incorridos custos pela<br />
perda de negócios. Os valores envolvidos<br />
dependem do tempo necessário para<br />
restaurar os sistemas ou realizar investigações<br />
criminais;<br />
- Danos a terceiros: Este aspecto é<br />
importante, particularmente, na atuação<br />
dos tribunais dos EUA. Tendo em vista<br />
a alta exposição da responsabilidade<br />
civil, as companhias devem cumprir os<br />
requisitos legais em todas as circunstâncias<br />
– mesmo que apenas por precaução<br />
contra processos jurídicos por parte dos<br />
clientes e ações coletivas com sinistros de<br />
indenização potencialmente exorbitante;<br />
- Custos judiciais: Os custos judiciais<br />
não devem ser subestimados. Custos<br />
de defesa e indenizações por danos morais<br />
podem ser extremamente elevados.<br />
Incluem honorários advocatícios, não<br />
apenas para a defesa, mas também pelos<br />
esforços para manter a questão fora dos<br />
tribunais, assim como custos de análises<br />
jurídicas da situação e recomendações<br />
sobre o procedimento correto;<br />
- Outros custos: Incluem custos para<br />
resguardar sua reputação; notificação<br />
e restauração do sistema, assim como<br />
custos de investigações forenses. Após<br />
um ataque cibernético, maiores custos<br />
são incorridos com o trabalho de relações<br />
públicas e campanhas de publicidade<br />
destinadas a resgatar a reputação da companhia.<br />
Algumas seguradoras incluem<br />
um pacote de RP em suas coberturas<br />
de riscos de TI. No entanto, o risco de<br />
reputação deve ser visto como risco à<br />
parte e deve ser desenvolvida uma solução<br />
especial de seguro para cobri-lo. A<br />
extorsão – atualmente uma indústria em<br />
crescimento, embora criminosa – poderá<br />
fazer disparar os custos ainda mais.<br />
Os criminosos cibernéticos procuram<br />
extorquir dinheiro das companhias em<br />
vários estágios: apenas devolvem as<br />
senhas, descriptografam servidores ou<br />
reestabelecem os serviços interrompidos<br />
quando um valor correspondente é<br />
pago. Na maior parte destes ataques, as<br />
companhias devem pagar os custos de<br />
investigações forenses.<br />
Conjuntura legislativa<br />
A conjuntura legislativa geral atualmente<br />
é complexa e incerta. Nos<br />
Estados Unidos, embora considerado<br />
na vanguarda do combate aos ataques<br />
cibernéticos de maior visibilidade, há<br />
também falta de uniformidade entre os<br />
vários estados. Muitos especificam sua<br />
definição de informações de identificação<br />
pessoal de forma diferente, e os<br />
resultados variam.<br />
No cômputo geral, restam bons argumentos<br />
de que a perda de dados em si não<br />
constitui dano, salvo se forem oferecidas<br />
garantias específicas. Espera-se que isto<br />
continue a ser questionado pelos advogados<br />
dos reclamantes. A maioria dos estados<br />
norte-americanos possui requisitos<br />
obrigatórios de notificação de violação,<br />
mas existem menos similaridades na<br />
definição do que constitui violação.<br />
A divulgação de informações sobre<br />
o estado de saúde é considerada um risco<br />
importante e penalidades específicas se<br />
aplicam à sua divulgação e publicação<br />
de forma incorreta, acarretando custos<br />
significativos aos provedores. Isto<br />
também enfatiza a necessidade de as<br />
companhias formarem parcerias com<br />
sofisticados e experientes provedores de<br />
serviços que podem ajudá-las a enfrentar<br />
tais complexidades.<br />
Cada violação é diferente<br />
Ataques profissionais<br />
- Pirataria ou malware<br />
- Phishing e pharming<br />
- Violação intencional de informações<br />
(empregados, contratados)<br />
- Fraude de cartões de crédito<br />
Controles inadequados de segurança e acesso<br />
- Detalhes do cartão não criptografados (código CVC)<br />
- Uso simultâneo de mesmo log-in<br />
- Falha na atualização de sistemas<br />
Perdas em trânsito<br />
- Envio de fitas de back-up para armazenamento<br />
- Transferência de equipamentos<br />
- Descarte inadequado<br />
(papel, lixo eletrônico)<br />
Contratempos<br />
- Divulgação não intencional<br />
- Perda ou furto de equipamentos portáteis<br />
- Furto de equipamentos fixos<br />
- Dados transferidos para o equipamento do empregado<br />
* Andrea Kotter, Underwriter Casualty Treaty, e Andreas Moser, Head of Client<br />
Management Latin America South, ambos da Munich Re<br />
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comunicação e expressão<br />
por J. B. Oliveira*<br />
As pedaladas da Dilma<br />
Não, não vou falar sobre as famigeradas pedaladas fiscais.<br />
Dessas cuidam o Tribunal de Contas e o Legislativo Federal...<br />
Vou me restringir ao singelo campo das pedaladas<br />
verbaisS da suprema mandatária danação (o cacófato é proposital).<br />
O curto espaço de que disponho nesta coluna não<br />
permitirá listar mais do que umas poucas dentre as muitas<br />
perpetradas por ela...<br />
Em fala recente, ela lamentava não poder cumprir a<br />
promessa de entregar “as cinco milhões de casas” que havia<br />
prometido... Então vamos lá à regra básica de concordância<br />
nominal, que diz que os termos secundários (complementos<br />
e adjuntos) concordam com o termo essencial (substantivo<br />
ou palavra substantivada). Ora, no presente caso, milhões é o<br />
termo essencial. E é do gênero masculino. Logo, a expressão<br />
correta é “os cinco milhões de casas”.<br />
Alguém poderá perguntar: “Mas, não seria possível concordar<br />
com “casas”? Afinal, é também um substantivo! Não!<br />
O substantivo precedido de preposição passa a ser um mero<br />
adjunto adnominal!<br />
Mas há pedaladas mais sérias, que extrapolam a área da<br />
gramática e atingem a geografia. Foi o caso de seu discurso<br />
em Roraima. Esse estado da federação, anteriormente criado<br />
como Território Federal, pelo Decreto-lei 5812, de 13 de setembro<br />
de 1943, tem por capital a cidade de Boa Vista. Pois<br />
bem, ali, empolgada, ele declarou ser Roraima “a capital mais<br />
distante de Brasília”! Para arrematar, proferiu, em clima de<br />
empatia: “Eu me considero hoje uma roraimada”!<br />
Roraimada? Em que se baseou para sair com um disparate<br />
desses? Vamos lá à Gramática?<br />
Entre as classes de palavras, logo após o Substantivo vem<br />
o Adjetivo: “palavra que se refere ao substantivo indicando-<br />
-lhe um atributo”. O Adjetivo se classifica em: Restritivo,<br />
Explicativo e Pátrio ou Gentílico. É restritivo quando cita<br />
uma qualidade não obrigatória do substantivo a que se refere.<br />
Por exemplo: homem bom. Pergunta-se: todo homem é bom?<br />
não. Logo, essa qualidade se restringe a este homem. Por isso,<br />
o adjetivo é restritivo. Por sua vez, o Explicativo é aquele que<br />
“chove no molhado”, agregando uma qualidade obrigatória,<br />
como em homem mortal.<br />
Já o gentílico indica a origem do ser: peixe paraense (do<br />
Pará); poeta baiano (da Bahia) etc.<br />
É bem verdade que há alguns que fogem a esse princípio<br />
geral e são exóticos. É o caso de carioca, que se refere a quem<br />
é da cidade do Rio de Janeiro, designação que se deve ao rio<br />
chamado Carioca, que nasce na Floresta da Urca e deságua na<br />
Baía da Guanabara. Se, porém, a referência for ao natural do<br />
estado do Rio de Janeiro, o termo é fluminense, cuja origem e<br />
a palavra latina flumen, que significa rio.<br />
Agora, complicado mesmo é o gentílico dos nascidos na<br />
capital da Bahia: Soteropolitano! Por quê? Porque vem do<br />
vocábulo grego Soter, que se traduz por Salvador e tem ligação<br />
com a história do Cristianismo! Além da cruz, os primeiros<br />
cristãos usavam como símbolo secreto de sua fé a figura de<br />
um peixe, que em grego é ichthys. Para eles, uma sigla, cujo<br />
significado era Yesous Christos Theou Yios Soter: Jesus Cristo,<br />
filho de Deus, Salvador!<br />
Voltando a Roraima: em sua maioria, os adjetivos gentílicos<br />
terminam em ano: baiano, sergipano; alagoano; ou em<br />
ense: cearense, piauiense, belenense etc. Então, seria natural<br />
que a presidente escolhesse uma destas formas: RoraimANA<br />
ou – acertando – RoraimENSE! Não se sabe porque cargas<br />
d’água, ela partiu para uma inusitada roraimada...!<br />
No Ceará, após cumprimentar a mulher cearense, proclamou:<br />
“Aqui não só fez tudo isso, mas inaugurou o Brasil! Não<br />
vamos esquecer aonde (sic) o Brasil começou”!<br />
Ao voltar de sua viagem aos Estados Unidos, relatou: “Ontem<br />
eu disse pro Presidente Obama que depois que a pasta de dente sai<br />
do dentifrício, ela dificilmente volta pra dentro do dentifrício...”<br />
Sobre a terra lusa, comentou, enfática: “Em Portugal, de<br />
onde eu acabo de vir, o desemprego bera (sic) 20%, ou seja:<br />
um em cada quatro portugueses ESTÃO (sic) desempregados”!<br />
Sua fala foi precisa e objetiva sobre a meta de seu governo:<br />
“Nós não vamos colocar uma meta. Nós vamos deixar uma meta<br />
aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta”!<br />
Para fechar com chave de ouro, nada melhor que esta<br />
inteligente e inteligível saudação: “Nenhuma civilização<br />
nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação e<br />
aqui nós temos uma, como também os índios e os indígenas<br />
americanos têm a deles. Temos a mandioca e aqui nós estamos<br />
e, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que<br />
foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização<br />
humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando<br />
a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”!<br />
Depois de tudo isso, é oportuno lembrar aqui a recomendação<br />
básica de meu curso de Oratória: “Antes de ligar a boca,<br />
ligue o cérebro! ”<br />
* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />
É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />
www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />
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