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Revista Apólice #196

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❙❙Osvaldo do Nascimento, da FenaPrevi<br />

corresponde a um aumento de 10,3% ante<br />

o mesmo período do ano anterior, quando<br />

o segmento apresentou R$ 8,26 bilhões. Já<br />

o volume de resseguro aceito pelas resseguradoras<br />

locais elevou 16,1% e alcançou<br />

R$ 6,5 bilhão. A sinistralidade ficou em<br />

78% (88% no ano anterior) e o índice combinado<br />

em 99% (103% em 2013).<br />

Margo Black, diretora de Resseguros<br />

para a America Latina Sul e presidente da<br />

Swiss Re, explica que no período as cessões<br />

sofreram grandes pressões devido ao<br />

aumento da competição e da capacidade<br />

no mercado, além da desaceleração da economia.<br />

Ela declara que um ponto notável<br />

de fraqueza no segmento foi a redução<br />

das despesas de investimento, que teve<br />

repercussões significativas para as linhas<br />

de engenharia e marine. A queda no preço<br />

do petróleo também teve efeitos indiretos<br />

no setor, já que os riscos de produto compreendem<br />

uma parte relativamente grande<br />

do mercado de resseguros.<br />

Também notou-se uma elevação<br />

nas taxas de juros, que impulsionaram<br />

os rendimentos dos investimentos e os<br />

❙❙Guilherme Hinrichsen, da Icatu Seguros<br />

lucros, além de movimentos importantes<br />

no mercado como a venda de carteiras<br />

por empresas brasileiras, que passaram a<br />

atuar em linhas de seguros pessoais, e a<br />

entrada de companhias globais nos setores<br />

industrial e comercial.<br />

“Verificamos um aumento na sinistralidade<br />

dos seguros patrimoniais do<br />

setor industrial. As reservas de sinistros<br />

permaneceram elevadas e a sinistralidade<br />

neste segmento está acima dos 100%”,<br />

diz Margo, afirmando ainda que as taxas<br />

também caíram desde a abertura do mercado<br />

e, portanto, “não é de se estranhar<br />

que o segmento esteja sob pressão”. Como<br />

consequência dos altos índices de sinistralidade<br />

e das elevadas reservas, entre<br />

outros fatores, foi constatada rotatividade<br />

de funcionários nas companhias.<br />

Além das incertezas nos ambientes político,<br />

regulatório, ambiental e econômico,<br />

no período uma das maiores preocupações<br />

do setor de resseguros foi o mercado soft, o<br />

que deve permanecer em 2015. O potencial<br />

impacto de mudanças regulatórias, tais<br />

como a introdução de requisitos de capital<br />

❙❙Margo Black, da Swiss Re<br />

de solvência de risco de mercado para as<br />

seguradoras e resseguradoras nacionais,<br />

também estiveram em pauta.<br />

“O mercado deve manter cautela, não<br />

exagerar e ter paciência, pois as medidas<br />

adotadas pelo governo irão necessitar de<br />

tempo para fazer efeito na economia. As<br />

resseguradoras devem se adaptar rapidamente<br />

ao ambiente regulatório em transformação<br />

e se concentrar em ajudar as<br />

seguradoras a satisfazerem suas necessidades<br />

de capital, por exemplo, explorando<br />

soluções de capital de resseguro”, afirma<br />

a presidente.<br />

A recuperação e o crescimento econômico<br />

devem acontecer no médio prazo, nos<br />

próximos dois ou três anos. Já oportunidades<br />

reais no curto prazo, segundo Margo,<br />

estão relacionadas à inovação e à redução<br />

na lacuna de proteção. “Isso significa que<br />

as empresas com conhecimento devem<br />

trabalhar com as companhias de seguros<br />

em áreas como Big Data (grande volume<br />

de dados), análises inteligentes e responsabilidade<br />

civil ambiental, assim como novas<br />

ideias e produtos”, finaliza.

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