Revista Apólice #195
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editorial<br />
Ano 20 - nº 195<br />
Fevereiro 2015<br />
Esta revista é uma<br />
publicação independente da<br />
Correcta Editora Ltda<br />
e de público dirigido<br />
Diretora de Redação:<br />
Kelly Lubiato - MTB 25933<br />
klubiato@revistaapolice.com.br<br />
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Repórteres:<br />
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Periodicidade:<br />
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Os artigos assinados são de responsabilidade<br />
exclusiva de seus autores, não<br />
representando, necessariamente, a<br />
opinião desta revista.<br />
Ano muito especial<br />
Foi da Rua João Adolfo, no centro de São Paulo, que formatamos<br />
as primeiras páginas da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>, nos idos de 1995.<br />
Os projetos para elaboração da revista começaram em conversas<br />
entre cinco colegas que atuavam juntos na redação da <strong>Revista</strong><br />
Seguros & Riscos, a precursora de “todos” os veículos de comunicação<br />
em seguros nascidos na capital paulista.<br />
Nesta época, ainda não havia nenhuma revista voltada especificamente<br />
para o corretor de seguros e este foi o espaço que<br />
buscamos ocupar. Sempre confiamos em nosso projeto e insistimos,<br />
até começarmos a colher os primeiros frutos. Muitas edições<br />
históricas foram impressas. Já em 1999, quando o assunto do<br />
mercado era abertura do mercado de resseguros e a chegada de<br />
muitas empresas estrangeiras ao País, iniciamos a publicação das<br />
matérias em português e inglês.<br />
Investimos muito em nosso conteúdo e no projeto gráfico da<br />
<strong>Revista</strong>. Tanto que ela é reconhecida por estas características, que<br />
já renderam prêmios e reconhecimento do mercado.<br />
Mas não queremos viver do passado. Muito pelo contrário.<br />
Olhamos para o futuro para vislumbrar as oportunidades que o<br />
desenvolvimento do mercado de seguros pode nos dar. Por isso, o<br />
nosso selo comemorativo de 20 anos de existência traz um conceito<br />
jovem, de quem olha com esperança para o futuro e tem<br />
vontade de fazê-lo melhor.<br />
Neste ano, em que completamos 20 anos, queremos ser a<br />
revista mais jovem do mercado de seguros. Bonita, moderna,<br />
atenta às novidades no Brasil e no mundo, conectada aos leitores<br />
e, acima de tudo, sempre disposta a aprender mais e a transmitir<br />
conhecimento aos nossos parceiros.<br />
Boa leitura!<br />
Acesse nosso site<br />
www.revistaapolice.com.br<br />
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twitter.com/revistaapolice<br />
Diretora de Redação<br />
Curta nosso<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />
Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para redacao@revistaapolice.com.br
sumário<br />
especial serviços<br />
06<br />
entrevista<br />
Daniel Domeneghetti fala sobre os perfis<br />
das empresas inovadoras e como levar<br />
essas teorias à prática<br />
42<br />
assistência 24h<br />
Brasil Assistência apresenta reforços para<br />
aproveitar as oportunidades de expansão<br />
dos negócios no País<br />
36 sinistro<br />
Mesmo abaixo da média, as chuvas<br />
já somam estragos. O desconhecimento<br />
sobre apólices que cubram<br />
esses danos agravam as perdas<br />
40 microsseguro<br />
Parceria entre Pasi e MetLife pretende<br />
alcançar as massas e democratizar<br />
o mercado de seguros<br />
20<br />
24 Os<br />
automóvel<br />
Comparado ao resto do mundo, o Brasil oferece<br />
vantagens em serviços de assistência<br />
que são referências para os outros países<br />
seguro<br />
produtos oferecidos pelas companhias<br />
avançaram de acordo com a demanda dos<br />
clientes e já ajudam a resolver problemas<br />
do cotidiano<br />
44 seres<br />
Executivos do mercado traçam tendências<br />
do setor e discutem o futuro<br />
do mercado de seguros durante<br />
evento em São Paulo<br />
49 vendas<br />
Nova campanha de incentivo da<br />
Ameplan aposta no segmento<br />
PME para estimular o trabalho dos<br />
corretores<br />
28 O<br />
32 Corretores<br />
sistemas<br />
desafio das companhias em conseguir<br />
acompanhar as intervenções tecnológicas<br />
mantendo diferenciais de mercado<br />
gestão<br />
passam a utilizar sistemas multicálculo<br />
em suas empresas, mas precisam<br />
encontrar maneiras de formar parceria com<br />
seguradoras<br />
08<br />
16<br />
18<br />
46<br />
48<br />
50<br />
|<br />
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painel<br />
painel gente<br />
direto de londres<br />
artigo<br />
saúde<br />
comunicação<br />
4
entrevista | Daniel Domeneghetti<br />
Inovação não acontece<br />
todos os dias<br />
APÓLICE: Como uma empresa pensa<br />
em inovação hoje? Existe um formato?<br />
Daniel Domeneghetti: Tem uma<br />
questão importante neste conceito, porque<br />
devemos primeiro classificar o que<br />
é inovação. Tem inovação que é somente<br />
para a empresa e não para o mercado<br />
(inovação de agregação). Tem inovação<br />
em que se pega algo que já existe e<br />
melhora só um pouquinho (inovação de<br />
incremento); e tem inovação que, de fato,<br />
redefine um mercado, um setor (inovação<br />
de ruptura). Esses três tipos de inovação<br />
são diferentes e possuem vários sistemas<br />
de gestão. As empresas devem trabalhar<br />
com a perspectiva dos três tipos. O terceiro<br />
é muito mais difícil, ainda mais em um<br />
mercado extremamente regulado como é<br />
o de seguros.<br />
O especialista em estratégia corporativa<br />
Daniel Domeneghetti conversou com<br />
a revista sobre o perfil das empresas<br />
inovadoras. Ele também explicou alguns<br />
conceitos relacionados à inovação e como<br />
eles saem da teoria para a prática<br />
Kelly Lubiato<br />
APÓLICE: Qual é a nossa particularidade?<br />
Daniel Domeneghetti: O mercado<br />
de seguros necessita da gestão de risco<br />
sistêmico: que significa que, para o Bradesco<br />
estar bem, a SulAmérica também<br />
precisa estar bem, assim como a Porto<br />
Seguro, a Tokio Marine etc. Todos precisam<br />
estar bem porque dividem o risco<br />
sistêmico. Teoricamente, você cria uma<br />
inovação de ruptura para acabar com<br />
o concorrente. No caso do mercado de<br />
seguros, eu não posso acabar com meus<br />
congêneres. Eu tenho que ser melhor que<br />
ele, ganhar um diferencial, mas não posso<br />
sufocá-lo a ponto de colocar em risco<br />
todo o sistema do qual fazemos parte e<br />
somos co-responsáveis.<br />
APÓLICE: Para trabalhar essa inovação<br />
modular, aos poucos, tem gente nas<br />
empresas pensando nisso o tempo todo?<br />
Daniel Domeneghetti: Em geral,<br />
existe um macroprocesso de inovação,<br />
horizontal na empresa toda. É preciso<br />
também ter políticas que estimulem o<br />
processo de inovação. A cultura de ino-<br />
6
vação parte do pressuposto de modelos<br />
de premiação aos inovadores. Não é<br />
apenas pedir para as pessoas inovarem,<br />
porque isso não é natural e precisa ser<br />
estimulado. Se não investir em medidas<br />
de estímulo, você acaba fazendo sempre<br />
as mesmas coisas esperando resultados<br />
diferentes. Esta é uma definição de<br />
‘loucura’.<br />
APÓLICE: Como se trabalha isso?<br />
Daniel Domeneghetti: Dentro do<br />
conceito de inovação, de não linearidade<br />
com o que se faz. É preciso ter sistemáticas<br />
diferentes, que não são naturais.<br />
Às vezes, quem não faz parte delas nas<br />
empresas acaba jogando contra, às vezes,<br />
há descrédito, porque elas consomem<br />
muitos recursos mas os resultados não<br />
são aparentes. Há diversos elementos que<br />
entram na mira mas não estão na equação<br />
simples. O próprio custo, o investimento<br />
associado à inovação x o resultado potencial<br />
da inovação é discutível. Muitas<br />
vezes se coloca muito dinheiro num<br />
projeto que apresenta grande risco de<br />
fracasso. Inovação é história de 1 em 10.<br />
Nós estamos falando de ruptura. Melhoria<br />
é ação de gestão do dia-a-dia.<br />
APÓLICE: As empresas fazem melhorias<br />
em gestão o tempo todo?<br />
Daniel Domeneghetti: Sim, porque<br />
melhoria está muito mais associada à<br />
qualidade, a algum grau de diferenciação<br />
mínima, e a maioria destas melhorias<br />
nem são ligadas à inovação.<br />
APÓLICE: Num mercado como o de<br />
seguros, é possível ser original?<br />
Daniel Domeneghetti: Neste caso,<br />
o próprio produto do seguro é facilmente<br />
copiável. Se alguém lança um produto<br />
inovador, rapidamente a concorrência<br />
consegue replicar,<br />
APÓLICE: O que vale mais a pena: ser<br />
o primeiro ou aprimorar o produto do<br />
concorrente?<br />
Daniel Domeneghetti: O serviço<br />
é o ponto mais passível de diferenciação<br />
neste setor. Há também a inovação de<br />
posicionamento. Por exemplo, quando<br />
se pensa no que a Porto Seguro faz: dar<br />
focos maiores em coisas diferentes, às<br />
quais ela quer vincular sua marca. Inovação<br />
em serviço, no posicionamento e no<br />
relacionamento com o corretor são mais<br />
eficazes. Serviço, atendimento ao consumidor<br />
e relacionamento com o corretor<br />
são campos mais férteis para inovação<br />
em seguros. Há um quarto campo, que<br />
me parece muito importante, que é o<br />
canal, principalmente aqueles orientados<br />
às novas tecnologias digitais.<br />
APÓLICE: Este é o caminho para o<br />
mercado de seguros?<br />
Daniel Domeneghetti: Sim, porque<br />
a intermediação é um fator importante.<br />
APÓLICE: Mas os meios digitais ainda<br />
enfrentam resistência. Ele será fundamental<br />
para o mercado de seguros<br />
também?<br />
Daniel Domeneghetti: O usuário<br />
hoje não é fator de resistência. Este fator<br />
é a empresa, por conta de muitos legados<br />
tecnológicos e dos conflitos internos. O<br />
cliente/ consumidor/ usuário não tem<br />
resistência, pelo contrário, ele espera<br />
um sensível aumento no nível de autoserviço.<br />
APÓLICE: Este é o caminho natural?<br />
Daniel Domeneghetti: É um caminho<br />
natural, irreversível, baseado em<br />
três letras: MCC (mobilidade, convergência<br />
e colaboração). Estas três dinâmicas<br />
tecnológicas determinam o futuro da<br />
multicanalidade em seguros, como em<br />
qualquer área de varejo, de telecom a<br />
seguro.<br />
APÓLICE: Todas as seguradoras apostam<br />
em mídias sociais como diferenciais<br />
de atuação. Quando todos apostam em<br />
um mesmo caminho, ele deixa de ser o<br />
diferencial?<br />
Daniel Domeneghetti: Diferencial<br />
é somente algo que só você está fazendo.<br />
Quando você propõe e todos já fazem não<br />
é diferencial ou quando você faz e todos<br />
seguem, também deixa de ser diferencial,<br />
vira padrão de mercado. As empresas<br />
estão partindo do modelo padrão existente<br />
tentando agregar um diferencial: a<br />
empresa faz o atendimento ao cliente na<br />
rede social, mas em vídeo. Na verdade,<br />
está no mesmo padrão agregando um diferencial<br />
pontual. Isto é uma inovação de<br />
incremento, porque só se está dando um<br />
passo a mais em alguma coisa que já está<br />
estabelecida. Ela não é relevante, porque<br />
pode ser facilmente copiada, de baixo<br />
valor agregado. É apenas uma ‘graça’.<br />
APÓLICE: Num mercado regulado como<br />
o de seguros, para encantar o cliente é<br />
preciso sempre criar algo novo?<br />
Daniel Domeneghetti: Este não é<br />
um caso de inovação, mas de atendimento<br />
ao cliente. É claro que quando você cria<br />
um processo para acelerar o pagamento<br />
dos sinistros, ou para desembaraçar documentações<br />
complexas ou benefícios<br />
inesperados, você pode partir para um<br />
processo de encantamento maior, mas<br />
nem tudo isso é inovação.<br />
APÓLICE: O que você acha que o cliente<br />
do mercado de seguros precisa mais?<br />
Daniel Domeneghetti: Basicamente,<br />
três coisas: confiabilidade (simplificação);<br />
agilidade no serviço (disponibilidade<br />
de atendimento, cumprimento de<br />
prazos); qualidade no serviço operacional<br />
(renovações no prazo esperado, com o<br />
preço correto etc). Este tripé é o que o<br />
cliente espera.<br />
APÓLICE: Os conceitos se cruzam...<br />
Daniel Domeneghetti: Quando se<br />
tem muitos conceitos amplos paralelos e<br />
importantes, é necessário lançar mão de<br />
um planejamento estratégico para priorizar<br />
o que for premente. A tradução de<br />
conceitos abstratos em algo prático, em<br />
termos de produtos e serviços, é prerrogativa<br />
de cada companhia.<br />
APÓLICE: Estes conceitos podem ser<br />
trazidos para empresas de menor porte,<br />
como corretoras de seguros?<br />
Daniel Domeneghetti: Podem,<br />
mas isto é mais difícil por causa da grana.<br />
Alguns deles requerem investimentos<br />
e estrutura, tecnologia, programas de<br />
qualidade, perfil de profissionais qualificados.<br />
É claro que o interesse no servir,<br />
o foco no cliente, são coisas possíveis de<br />
serem adotadas, mas o ferramental para<br />
dar escala para isso é mais complexo.<br />
Seguro é um mercado de escala. É difícil<br />
competir sem isso.<br />
7
painel<br />
produto<br />
Seguro de<br />
proteção contra<br />
ações trabalhistas<br />
Após um estudo que envolveu<br />
a participação de institutos de pesquisa<br />
nacionais e internacionais, a<br />
Ace Brasil reescreveu o clausulado<br />
e lançou novas coberturas para o<br />
Ace EPL Elite, seguro de Responsabilidade<br />
Civil que protege as<br />
empresas nos casos de reclamações<br />
trabalhistas que envolvam o<br />
pagamento de indenizações por<br />
danos morais.<br />
“O seguro de EPL (Employment<br />
Practices Liability) é muito<br />
popular nos Estados Unidos e<br />
Europa, mas ainda é pouco conhecido<br />
no Brasil, onde exibe grande<br />
potencial de crescimento”, disse<br />
o diretor de Financial Lines da<br />
companhia, Rafael Domingues.<br />
Segundo o executivo, as novas<br />
condições gerais do produto<br />
foram repensadas de acordo com<br />
o ambiente jurídico do País. Ele<br />
conta que, com isso, um advogado<br />
trabalhista ou diretor de recursos<br />
humanos, ao ler o novo clausulado,<br />
vai encontrar a linguagem<br />
com a qual está acostumado a<br />
trabalhar.<br />
institucional<br />
Sincor-GO implementa ouvidoria<br />
O Sincor-GO vai implementar uma<br />
ouvidoria. A estimativa é de que o serviço,<br />
destinado aos corretores e usuários do<br />
mercado de seguros no Estado, comece a<br />
funcionar no segundo semestre deste ano.<br />
De acordo com a vice-presidente Institucional<br />
e de Relações com o Corretor<br />
de Seguros da entidade, Carmen Lucy<br />
Silva, um profissional especializado na<br />
atividade e com experiência no segmento<br />
institucional cuidará da ouvidoria.<br />
Ainda segundo Carmen, este trabalho<br />
beneficiará tanto os corretores quanto os<br />
consumidores em geral.<br />
“As ações desse departamento serão<br />
voltadas ao processo operacional do<br />
comércio de seguros. O intuito da ouvidoria<br />
é agilizar a solução de demandas<br />
de corretores e consumidores”, explica a<br />
executiva, completando que a ouvidoria<br />
estará subordinada à presidência e à vicepresidência.<br />
“A nossa expectativa é de que<br />
a ouvidoria do Sincor-GO funcione como<br />
uma ferramenta para o aperfeiçoamento<br />
dos serviços realizados no mercado de<br />
seguros“.<br />
Para Roney Almeida Macedo, vicepresidente<br />
Administrativo do Sindicato,<br />
O Grupo Bradesco Seguros lançou a<br />
Van Vip. Destinada aos clientes de seguro<br />
auto da companhia, o veículo circula nas<br />
cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo e<br />
oferece serviços exclusivos aos segurados.<br />
No caso de uma colisão, pane mecânica<br />
ou na necessidade de<br />
chaveiro, o segurado solicita<br />
assistência por meio da<br />
Central de Relacionamento,<br />
que verifica sua localização.<br />
Enquanto aguarda<br />
o conserto do carro pelo<br />
mecânico no local do chamado,<br />
ele pode usufruir dos<br />
serviços oferecidos pela<br />
van como internet sem fio e<br />
carregador universal de ceserviço<br />
Van Vip leva serviços para onde o segurado<br />
estiver<br />
a ouvidoria funcionará como um “termômetro”<br />
do mercado de seguros em<br />
Goiás. “É mais um desafio para esta<br />
entidade sindical e as perspectivas são as<br />
melhores possíveis. Nós queremos implementar<br />
uma ouvidoria que seja proativa.<br />
Ela deverá identificar os anseios de seus<br />
associados e usuários e, ao mesmo tempo,<br />
dar retorno com princípios reconhecidos<br />
e regulamentados, como independência,<br />
confidencialidade, acessibilidade, isenção<br />
e transparência”, diz Macedo.<br />
lular. Caso o conserto não possa ser feito<br />
no local, o veículo levará o segurado para<br />
o endereço desejado, respeitando um raio<br />
de 40 quilômetros, enquanto o mecânico<br />
aguarda a chegada do guincho para levar<br />
o carro para a oficina.<br />
8
painel<br />
estudo<br />
Catástrofes naturais tiveram menos mortes e danos materiais em 2014<br />
Um levantamento divulgado pela<br />
Munich Re aponta que as catástrofes<br />
naturais registradas ao longo de 2014<br />
tiveram menos mortes e danos materiais<br />
que nas últimas três décadas.<br />
Segundo o documento, publicado<br />
anualmente pela resseguradora, as catástrofes<br />
ocorridas no período somaram<br />
7.700 mortes, sendo as inundações na<br />
Índia e no Paquistão, em setembro, os<br />
eventos que registraram mais vítimas<br />
(665 pessoas). Porém, o número é inferior<br />
ao registrado em 2013, quando a quantidade<br />
de óbitos chegou a 21 mil; e se situa<br />
no nível de 1984.<br />
Os custos acumulados pelos eventos<br />
catastróficos de 2014 atingiram a marca<br />
de US$ 110 bilhões, o equivalente a 93<br />
bilhões de euros. O valor é menor do que<br />
o registrado em 2013 (US$ 140 bilhões).<br />
Dentre os acontecimentos, o mais caro e<br />
destrutivo foi o ciclone Hudhud, na Índia<br />
(US$ 7 bilhões).<br />
Ainda de acordo com o levantamento,<br />
do valor total em danos constatados<br />
no período, somente US$ 31<br />
bilhões (26 bilhões de euros) estavam<br />
assegurados. A catástrofe natural mais<br />
cara (uma tempestade no Japão acompanhada<br />
por nevascas) teve um custo<br />
para as companhias de seguros de US$<br />
3,1 bilhões.<br />
Para Torsten Jeworrek, membro<br />
da direção da Munich Re, a queda no<br />
número de óbitos e danos nestas situações<br />
foi reflexo das medidas preventivas<br />
adotadas pelas autoridades. No entanto,<br />
o executivo alerta que os dados “não<br />
permitem criar a ilusão de segurança”<br />
e “que não há razão para esperar uma<br />
evolução similar em 2015”.<br />
patrocínio<br />
Apoio ao esporte<br />
A AIG apoia o Programa +Esporte<br />
+Valores, lançado no dia 5 de fevereiro<br />
pelo Instituto Alma Rugby, na Escola<br />
da Comunidade, mantida pelo Colégio<br />
Visconde de Porto Seguro. A instituição<br />
receberá a visita do time New Zealand<br />
Women’s Sevens, também patrocinado<br />
pela companhia, para disputar a segunda<br />
etapa do Circuito Mundial Feminino de<br />
Sevens.<br />
Com a missão engajar os alunos com<br />
os valores e habilidades do rúgbi dentro<br />
e fora de campo, o projeto irá atender 40<br />
jovens de até 18 anos. “Acreditamos que,<br />
10<br />
por meio da prática esportiva, os jovens<br />
podem aprender importantes valores de<br />
cidadania, que poderão contribuir de<br />
forma decisiva na sua vida. A intenção<br />
da AIG com essa ação é incentivar uma<br />
educação baseada nesses valores, onde os<br />
jovens poderão vivenciá-los em uma atividade<br />
atrativa”, disse o CEO da empresa<br />
no Brasil, Paride Della Rosa.<br />
De acordo com o idealizador do Programa,<br />
Giuliano Passini, essa modalidade<br />
esportiva é baseada em princípios importantes<br />
na formação dos jovens cidadãos.<br />
“Sou apaixonado por rúgbi e sempre<br />
soube que o esporte possui regras e valores<br />
que devem ser estritamente seguidos<br />
para atingir o sucesso. Por isso, pensamos<br />
em criar um Instituto que tivesse o rúgbi<br />
e seus valores como ferramenta para<br />
engajamento dos jovens na mudança de<br />
comportamento”, explica Passini.<br />
Atualmente, a Escola da Comunidade<br />
disponibiliza cerca de 1.700 bolsas<br />
e educação de qualidade a alunos de<br />
baixa renda moradores, principalmente<br />
de Paraisópolis e da Vila Andrade. São<br />
cursos de Educação Básica, Educação<br />
para Jovens e Adultos (EJA) e cursos<br />
extras, como artesanato.<br />
produto 2<br />
Seguro individual<br />
customizado<br />
A Centauro-ON lançou seu<br />
primeiro seguro individual. A novidade<br />
chega depois de a empresa<br />
se associar a Ohio National, em<br />
maio de 2014. Denominado como<br />
Seguro Vida Individual, o produto<br />
possibilita que o cliente escolha<br />
quais coberturas e assistências<br />
deseja incluir e defina o valor do<br />
capital segurado, que poderá ser<br />
de até R$ 3 milhões. O lançamento<br />
também é elaborado de acordo<br />
com cada segurado e permite que<br />
as coberturas sejam combinadas e<br />
reúnam proteções como Diária de<br />
Incapacidade Temporária (DIT) e<br />
Doenças Graves.<br />
Dentre as opções disponíveis,<br />
o segurado também pode escolher<br />
três assistências para ter acesso a<br />
serviços exclusivos como assistência<br />
domiciliar para emergências<br />
envolvendo a residência e assistência<br />
segunda opinião médica para confirmação<br />
diagnóstica por médicos<br />
especialistas estrangeiros.
painel<br />
produto 2<br />
Mercado triplica procura por seguros contra<br />
cancelamento de viagem<br />
O mercado triplicou a procura por<br />
apólices que oferecem proteção contra<br />
cancelamentos de viagem em 2014, de<br />
acordo com a Ifaseg. Segundo Mário<br />
Gasparini, diretor da empresa, os prejuízos<br />
com este tipo de evento já são maiores<br />
do que a soma das perdas com extravios<br />
de bagagem e acidentes pessoais com passageiros,<br />
“que constituem episódios mais<br />
conhecidos e tradicionalmente cobertos<br />
por apólices de seguro”.<br />
De acordo com a companhia, que é<br />
responsável pela administração de riscos<br />
de empresas que movimentam mais<br />
de 50% do setor de turismo no País, a<br />
expansão dos cancelamentos decorre<br />
do fato de que o consumidor passou a<br />
adquirir viagens com antecedência cada<br />
vez maior. “Inúmeros imprevistos podem<br />
acontecer entre o momento da compra da<br />
passagem e a data de embarque”, observa<br />
Gasparini.<br />
Waldir de Menezes, também diretor<br />
da Ifaseg, diz que as apólices mais tradicionais<br />
de seguro contra cancelamento<br />
serviço 2<br />
Página ajuda motoristas diante de problemas<br />
com o automóvel<br />
O Grupo BB e Mapfre criou uma página<br />
online para explicar aos motoristas<br />
o que deve ser feito diante de problemas<br />
com o automóvel. No site, o internauta<br />
encontra o passo a passo sobre o que<br />
fazer em caso de colisão, roubo e furto,<br />
incêndio, quebra de vidros, enchentes<br />
e alagamento. A página é interativa e<br />
indica quais são as etapas e, ao clicar nos<br />
infográficos, surgem dicas da seguradora.<br />
“São situações corriqueiras, mas<br />
muitos motoristas não sabem o que fazer<br />
diante desse tipo de problema. A página<br />
traz informações didáticas e simples que,<br />
certamente, vão ajudar muitos proprietários<br />
de automóveis”, afirma Rogério<br />
Esteves, diretor de Sinistro de Automóvel<br />
da empresa.<br />
A página utiliza os conceitos do<br />
“Traduzindo o Segurês”, projeto do<br />
contemplam apenas casos de morte, invalidez<br />
ou internação hospitalar por três<br />
dias ou mais.<br />
“Contudo, a própria Ifaseg desenhou<br />
uma nova proteção que contempla vários<br />
tipos de causas, desde pequenos eventos<br />
como gripes e resfriados. As coberturas<br />
também abrangem o companheiro de<br />
viagem, ainda que não haja grau de parentesco”,<br />
afirma o executivo.<br />
Grupo que substitui os termos técnicos<br />
e jurídicos do mercado segurador por<br />
infográficos e uma linguagem mais<br />
clara e objetiva. Além disso, o espaço<br />
permite o aviso de ocorrências e a<br />
realização de perícia pela internet, no<br />
caso de colisões. Assim, a perícia e a<br />
autorização para o conserto do veículo<br />
podem sair em três horas.<br />
relacionamento<br />
Tensões geopolíticas<br />
aumentam riscos<br />
para as empresas<br />
O aumento das tensões geopolíticas,<br />
violência política e movimentos<br />
separatistas, combinados com a queda<br />
dos preços das commodities, estão<br />
agravando os riscos políticos e trazendo<br />
mais desafios para os investidores<br />
no mundo todo. É o que mostra o<br />
Mapa de Risco Político 2015 da corretora<br />
Marsh, que analisa o grau de<br />
exposição de 170 países com base em<br />
três indicadores (risco político, risco<br />
macroeconômico e risco operacional)<br />
durante o ano de 2014.<br />
A violência política é uma preocupação<br />
no Oriente Médio e Norte da<br />
África (MENA), Ucrânia, Tailândia e<br />
Hong Kong em 2014, de acordo com<br />
o Mapa. Outros países podem ser<br />
suscetíveis à agitação e à violência em<br />
2015, particularmente onde as populações<br />
estão mais preocupadas com a<br />
economia.<br />
O Brasil, segundo o mapa de risco<br />
político, passou para o bloco dos países<br />
emergentes que não apresentam grandes<br />
oportunidades para investidores, ao<br />
lado da Rússia e da África do Sul. Apesar<br />
da análise negativa, o Brasil ficou<br />
na lista das nações com riscos político,<br />
macroeconômico e operacional médios<br />
para investimentos. A Rússia foi classificada<br />
da mesma forma e a África<br />
do Sul, em um grupo de mercados um<br />
pouco mais instáveis.<br />
12
painel<br />
assistência<br />
Atendimento<br />
garantido até para<br />
bullying<br />
Com o retorno às aulas, as<br />
seguradoras têm a oportunidade<br />
de ampliar a oferta de soluções<br />
em assistência educacional, que<br />
se popularizaram nos últimos<br />
anos por meio dos seguros educacionais<br />
e proporcionam mais<br />
tranquilidade para famílias e<br />
gestores escolares.<br />
Seguindo as tendências de<br />
mercado, os serviços se sofisticaram<br />
para atender necessidades<br />
médicas emergenciais, desenvolvimento<br />
educacional por afastamento<br />
e outros serviços atuais<br />
crescentes, como aprendizado<br />
online ou demandas relacionadas<br />
a problemas como bullying.<br />
Atenta a esta movimentação,<br />
a Brasil Assistência desenvolveu<br />
produtos específicos em complemento<br />
aos seguros educacionais,<br />
auxiliando os alunos em casos<br />
de acidentes emergenciais e<br />
tratamentos médicos, tratamento<br />
de orientação psicológica ou<br />
professor para reposição de aulas<br />
nos casos de faltas decorridas por<br />
bullying ou síndrome do pânico,<br />
além de um produto específico<br />
de reforço escolar para alunos do<br />
ensino infantil ao vestibular, com<br />
revisão de matérias e tira dúvidas<br />
para quem fará o Exame Nacional<br />
do Ensino Médio (Enem).<br />
crédito<br />
Cresce demanda de consórcio como<br />
modalidade de investimento empresarial<br />
A demanda por consórcio como<br />
modalidade de investimento empresarial<br />
cresceu no último ano, de acordo com<br />
o Embracon, sobretudo em virtude da<br />
dificuldade que empresários encontram<br />
para financiar imóveis e veículos e, assim,<br />
avançarem no crescimento de seus<br />
negócios. Segundo a empresa, houve um<br />
crescimento de 25% na aquisição de cotas<br />
para estas finalidades.<br />
“Os juros de um financiamento<br />
bancário são muito altos, o que encarece<br />
a viabilidade de investimento de um pequeno<br />
ou médio empresário que planeja<br />
uma expansão. Por isso, ele escolhe a<br />
modalidade de consórcio. Afinal, o projeto<br />
de crescimento de uma organização<br />
é algo feito com visão de longo prazo e,<br />
em decorrência disso, geralmente não há<br />
urgência para a obtenção do crédito, o que<br />
A Superintendência de Seguros<br />
Privados (Susep) autorizou dez grupos<br />
seguradores a elevar seu capital. A Ace,<br />
por exemplo, passará de R$ 721 milhões<br />
para R$ 1,88 bilhão. Já a Munich Re e<br />
a Evidence Previdência saltaram de $<br />
164, 2 milhões e R$ 140 milhões para<br />
R$ 300,4 milhões e R$ 185 milhões,<br />
respectivamente.<br />
A SulAmérica, que tinha R$ 128<br />
milhões, poderá aumentar o capital em<br />
R$ 1,86 bilhão. Outras companhias aumercado<br />
Susep autoriza dez grupos seguradores a<br />
elevar capital<br />
torna essa modalidade de investimento<br />
ainda mais viável”, declarou Rogério<br />
Pereira Dutra, diretor de Vendas da<br />
companhia.<br />
torizadas pela Susep foram Porto Seguro<br />
(R$ 70,9 milhões para R$ 1,18 bilhão),<br />
XL (R$ 33,9 milhões para R$ 69,1 milhões),<br />
AIG (R$ 22,5 milhões para R$<br />
512,6 milhões), Zurich (R$ 20 milhões<br />
para 120,7 milhões), Essor (R$ 2 milhões<br />
para R$ 24,2 milhões) e Sancor (R$ 7<br />
milhões para R$ 31,5 milhões).<br />
A Superintendência divulgou ainda<br />
a chegada ao Brasil da Starr Insurance &<br />
Reisurance Limitd, que vai atuar como<br />
ressegurador admitido no País.<br />
14
Em julho de 2014, Carlos Magnarelli<br />
foi anunciado como CEO da Liberty<br />
Seguros. O executivo, que já atuava na<br />
companhia desde 2001, assumiu a missão<br />
de conduzir uma seguradora que<br />
tem presença global, mas com operação<br />
descentralizada. No ano passado, a companhia<br />
movimentou R$ 2,6 bilhões em<br />
prêmios, com crescimento de 7,7% em<br />
relação ao ano de 2013. O lucro líquido foi<br />
de R$ 83,9 milhões em 2014, com atuação<br />
principalmente em automóveis (79% da<br />
carteira), residencial, transporte, seguros<br />
para pequenas empresas, riscos especiais<br />
e grandes riscos. Esta é a primeira vez que<br />
o índice combinado da empresa fica abaixo<br />
de 100, desde que ela chegou ao Brasil.<br />
No ano passado a empresa investiu<br />
R$ 14 milhões em tecnologia. De acordo<br />
com Magnarelli, a seguradora pretende<br />
ampliar o sistema de precificação inteligente,<br />
para que as pessoas paguem um<br />
preço justo pelo seu risco. “Queremos investir<br />
em pessoas e em melhores práticas,<br />
aproveitando modelos da nossa matriz”,<br />
afirmou o executivo, acrescentando que<br />
a prioridade será a linha de produtos<br />
pessoas, como automóvel e residência.<br />
Analisando os dados que podem ser capmercado<br />
Precificação inteligente é meta do novo presidente<br />
tados e utilizados num<br />
modelo de precificação<br />
mais detalhado, há mais<br />
de 30 milhões de possibilidade<br />
para o seguro<br />
de automóvel. “É uma<br />
área que interessa para<br />
a companhia e para o<br />
consumidor”.<br />
Sobre o crescimento<br />
das carteiras mais<br />
rentáveis, Magnarelli<br />
afirma que novos produtos<br />
estão sendo estudados para atender novas<br />
demandas. Ele citou o exemplo do Auto<br />
Consciente, que é um produto de entrada<br />
no mercado de seguros e que pode ser<br />
adquirido por um valor cerca de 50% mais<br />
barato do que o produto com cobertura<br />
compreensiva. “O Auto Consciente cobre<br />
danos físicos e materiais a terceiros e<br />
ainda conta com serviços de assistência<br />
24H”, ressaltou.<br />
A saída do mercado de empresas<br />
médias foi a estratégia da empresa para<br />
focar em um grupo específico de clientes:<br />
os pequenos empreendedores. Foram<br />
lançados vários produtos patrimoniais<br />
de acordo com a área de atuação: salões<br />
❙❙Carlos Magnarelli e Pablo Barahona<br />
de cabeleireiros, buffets, petshops, entre<br />
outros. “Vamos continuar estudando<br />
nichos para verificar suas necessidades e<br />
supri-las”, enfatizou Magnarelli.<br />
Para 2015, Magnarelli disse que a<br />
Liberty vai trabalhar na melhoria do mix<br />
de produtos, investindo em um modelo<br />
de precificação inteligente e no realcionamento<br />
e treinamento dos canais de vendas,<br />
sejam eles corretores ou concessionárias.<br />
“Queremos oferecer uma entrega excepcional<br />
e, para isso, vamos investir em um<br />
modelo de gestão que busca sempre a<br />
melhoria continua, com empoderamento<br />
dos funcionários para que eles melhorem<br />
diariamente seus processos de trabalho”.<br />
tecnologia<br />
Ajuda para empresas acelerarem resultados<br />
A CI&T anunciou o Enterprise Agile,<br />
um serviço de consultoria que ajuda<br />
empresas a desenvolver e implantar tecnologias<br />
por meio de metodologias ágeis.<br />
As práticas incluem o uso de indicadores<br />
claros (Key Performance Indicators) para<br />
o acompanhamento da performance de<br />
fornecedores e um framework (SAFe,<br />
Scaled Agile Framework) de implantação<br />
em larga escala empresarial, visando<br />
melhoria contínua.<br />
“O Enterprise Agile nasceu da<br />
consolidação de anos de experiência<br />
da CI&T com o uso de práticas ágeis e<br />
princípios Lean em TI. Desenvolvemos<br />
um modelo de serviços de consultoria<br />
estratégica que reflete a forma como, hoje,<br />
executamos rapidamente nossos projetos<br />
e transformamos os negócios de nossos<br />
clientes. disse Leandro Angelo, head of<br />
operation da CI&T.<br />
produto 3<br />
Construção e<br />
mineração<br />
A QBE lançou o QBE Max, um<br />
produto que cobre o equipamento<br />
em si e sua utilização, oferecendo<br />
coberturas para danos materiais em<br />
máquinas de locação, quebras de<br />
máquinas, responsabilidade civil e<br />
proteção financeira.<br />
Raphael Swierczynski, CEO<br />
da QBE Brasil, explica que o seguro<br />
vem preencher uma lacuna no<br />
mercado nacional, que até agora era<br />
tratado como cobertura complementar<br />
do seguro de engenharia. “Nosso<br />
produto é mais complexo, focado<br />
especificamente no equipamento e<br />
não na obra”, diz o executivo.<br />
15
GENTE<br />
❙❙Camila Cyrillo<br />
Novos subscritores<br />
A Argo Seguros Brasil contratou<br />
quatro novos colaboradores. Os executivos<br />
cuidarão de todo o processo que<br />
envolve a tomada de decisão seletiva,<br />
riscos aceitáveis, determinação do prêmio<br />
a ser cobrado e termos dos contratos que<br />
entrarão em vigência na empresa.<br />
Ezequiel Boneli, que já passou por<br />
empresas como Engetecno Engenharia e<br />
Chubb, chega a equipe como Subscritor<br />
de Responsabilidade Civil. Já Camila<br />
Cyrillo, será a Subscritora de Property,<br />
trazendo as experiências das empresas<br />
Porto Seguro, Bradesco, Banco Pan, Vila<br />
Velha Corretora, Interbrook e Chubb.<br />
Fernanda Bizarria, que fez parte<br />
dos grupos ACE, RSA e Porto Seguros,<br />
ocupará o cargo de Subscritora de Transportes,<br />
atuando nas atividades comerciais<br />
e técnicas da área na seguradora; e Joelton<br />
da Silva Campos, que teve passagem pelas<br />
Tokio Marine, Willis, Itaú Seguros e<br />
Chubb, será o Subscritor de Transportes<br />
Nacional e Internacional da Argo Seguros.<br />
❙❙Joelton da Silva Campos<br />
16<br />
Desenvolvimento de Negócios<br />
Maurício Vinhão assume a direção<br />
de Desenvolvimento de Negócios da área<br />
de Capital Humano e Benefícios a Willis<br />
Brasil. Além de identificar e explorar<br />
oportunidades de negócios para a área,<br />
o executivo será responsável pela implementação<br />
de estratégias para expansão<br />
e desenvolvimento do segmento, com<br />
inovação em serviços e produtos.<br />
“A entrada de Vinhão capacita ainda<br />
mais a área e fortalece a estratégia de<br />
crescimento da Willis Brasil para o ano<br />
que se inicia”, declara Marcello Avena,<br />
vice presidente da área de Capital Humano<br />
e Benefícios da empresa.<br />
Novidades no Norte<br />
Economista na<br />
gestão de risco<br />
A Mapfre Investimentos contratou<br />
Luis Afonso Fernandes Lima, que atuará<br />
como economista. Com o novo integrante,<br />
a empresa dará continuidade a sua política<br />
de consistência e de gestão de risco.<br />
Segundo Elíseo Viciana, vice-presidente<br />
da companhia ,“a análise decisória<br />
e a seleção de ativos da empresa são resultados<br />
da avaliação dos diversos cenários<br />
econômicos, políticos e financeiros do<br />
mercado interno e externo, elaborados em<br />
comitês estratégicos e de investimento,<br />
que abrangem vários aspectos de gestão”.<br />
A SulAmérica tem uma nova integrante<br />
em sua operação comercial em<br />
Manaus (AM). Vera Lubiana assume a<br />
gerência comercial na capital amazonense,<br />
passando a liderar a equipe da filial<br />
da companhia.<br />
A gestora ficará à frente dos negócios<br />
da seguradora na unidade de Manaus,<br />
que registrou crescimento de 8,2% entre<br />
outubro de 2013 e setembro de 2014.<br />
Saúde e Odonto, Auto e Previdência são<br />
as carteiras mais representativas da filial.<br />
No mesmo período, Riscos Industriais<br />
e Comerciais (47,9%), Saúde (11,1%) e<br />
Automóveis (8,9%) apresentaram o maior<br />
crescimento.
Mudança no CSP-<br />
Bahia<br />
Solon Barretto, diretor Regional<br />
Norte/Nordeste da Zurich Vida,<br />
Previdência & Capitalização S/A, é o<br />
novo presidente do Clube de Seguros<br />
de Pessoas e Benefícios do Estado da<br />
Bahia (CSP-Bahia). O executivo ficará<br />
à frente da entidade pelos próximos<br />
dois anos.<br />
Indicado pelo<br />
Ministro<br />
Gerente Comercial<br />
O GBOEX contratou Giovani<br />
Carvalho de Oliveira para o cargo<br />
de Gerente Comercial. O executivo<br />
ficará responsável pelo trabalho junto<br />
aos corretores de seguros na capital<br />
gaúcha.<br />
Diretor Atuarial<br />
A Generali Seguros reforça sua<br />
equipe com a contratação de Rogério<br />
Hashimoto, novo diretor de Pricing<br />
e Atuarial da companhia, que irá se<br />
reportar diretamente ao CEO da Generali,<br />
Hyung Mo Sung.<br />
Hashimoto será responsável pelo<br />
cálculo do pricing técnico dos produtos<br />
massificados e vai responder também<br />
pela área atuarial da seguradora.<br />
Investimento em<br />
resseguros<br />
Geniomar Pereira assume as<br />
áreas Corporate e de Resseguros da<br />
Lojacorr.<br />
Em resseguros, o executivo deverá<br />
complementar na formatação de<br />
produtos exclusivos para distribuição<br />
na Rede. Já em Corporate, Pereira<br />
terá como objetivo a nova segmentação,<br />
com estrutura para atender as<br />
corretoras que atuam em canais de<br />
distribuição e grandes riscos.<br />
Tarcisio Godoy será o representante<br />
do ministro da Fazenda, Joaquim Levy,<br />
no Conselho Nacional de Seguro Privados<br />
(CNSP).<br />
Godoy já foi diretor da Bradesco<br />
Seguros e presidente da Brasilprev.<br />
Atualmente, ocupa o cargo de secretário<br />
executivo do Ministério da Fazenda.<br />
Marítimo e<br />
transporte<br />
O XL Group contratou dois novos<br />
executivos. Nicolás da Silva ocupa o cargo<br />
de Subscritor para Responsabilidade<br />
Civil Marítima, enquanto Leandro Meili<br />
exerce a função de Engenheiro de Risco<br />
para a carteira de Transporte.<br />
Silva passa a fazer parte do XL<br />
Group vindo da AIG Seguros Brasil. Já<br />
Meili possui oito anos de experiência em<br />
transporte e engenharia naval. Os dois<br />
executivos estão sediados em São Paulo.<br />
17
direto de londres<br />
por Luciano Máximo*<br />
Atos terroristas geram perdas<br />
para o mercado<br />
Ao olhar para trás e pensar na retrospectiva<br />
deste ano que está só começando<br />
teremos a lamentável lembrança de tiros<br />
e sangue. Terrorismo, como o que aconteceu<br />
em Paris na primeira semana de<br />
janeiro, tem o poder de chocar individual<br />
e coletivamente. Além do teor emotivo,<br />
esses ataques são um fenômeno capaz de<br />
influenciar a organização da geopolítica<br />
internacional e o funcionamento da economia<br />
e dos negócios. Infelizmente, atos<br />
terroristas são uma realidade do mundo<br />
moderno. É um risco real.<br />
Sob a perspectiva da indústria seguradora,<br />
lidar com esse risco é um aspecto<br />
que a torna fascinante por seu dinamismo.<br />
O setor se obriga a estar sempre<br />
conectado às rápidas transformações do<br />
mundo moderno. Frente a uma recessão<br />
econômica, por exemplo, corretoras,<br />
seguradoras e resseguradoras repensam<br />
o mercado, enfrentam as dificuldades e<br />
desenham soluções. Já diante de uma<br />
ameaça difícil de prever como o terrorismo,<br />
o mundo do seguro está antenado<br />
às decisões e estratégias governamentais<br />
e às tendências geopolíticas. O setor vai<br />
ao limite de calcular, de forma muito sofisticada,<br />
os mais complexos riscos, para<br />
gerar capacidade financeira suficiente<br />
para cobrir eventuais sinistros causados<br />
por esses atos horríveis.<br />
Nos anos 1990, diante de um histórico<br />
de décadas de atentados terroristas<br />
perpetrados pelo Exército Republicano<br />
Irlandês (IRA) e uma lista imensa de<br />
imóveis comerciais explodidos e negócios<br />
interrompidos devido aos estragos<br />
das bombas normalmente plantadas em<br />
carros e caminhões, o mercado ressegurador<br />
britânico, o mais famoso e líquido<br />
18<br />
do mundo, desistiu de dar cobertura a<br />
sinistros envolvendo terrorismo. O basta<br />
foi a explosão que praticamente destruiu<br />
o histórico prédio da bolsa de transporte<br />
marítimo Baltic Exchange, no centro financeiro<br />
de Londres, em 1992. O sinistro<br />
envolvendo danos patrimoniais, civis e<br />
financeiros foi calculado em mais de R$<br />
3 bilhões, em valores corrigidos.<br />
Mas a ausência de capacidade financeira<br />
para cobrir riscos patrimoniais e<br />
comerciais poderia ter um impacto econômico<br />
dramático, paralisando projetos<br />
de construção civil, obras de infraestrutura<br />
e expansão de negócios. A resposta do<br />
setor segurador foi se juntar ao governo<br />
britânico e criar a Pool Re, em 1993.<br />
A Pool Re funciona como uma<br />
espécie de resseguradora sem ser especificamente<br />
uma resseguradora. É uma<br />
empresa que congrega como membros<br />
mais de 300 seguradoras de todo o Reino<br />
Unido e mantém uma sociedade com o<br />
Tesouro Nacional britânico. Seu maior<br />
objetivo é garantir que no mercado segurador<br />
da Inglaterra, Escócia e País de<br />
Gales sempre haja capacidade financeira<br />
disponível para a cobertura com um produto<br />
de seguro de perdas patrimoniais e<br />
financeiras (interrupção de negócio em<br />
função de um sinistro patrimonial) relacionadas<br />
a terrorismo, incluindo ocorrências<br />
nucleares, radioativas e químicas.<br />
A cobertura vale apenas para imóveis<br />
comerciais e industriais e não se estende<br />
a residências e seguro individual — este<br />
último de responsabilidades exclusiva das<br />
seguradoras do segmento vida.<br />
Cada uma das empresas participantes<br />
do pool (grupo) paga um prêmio por<br />
apólice fechada à Pool Re, que administra<br />
um fundo usado para garantir a cobertura<br />
de eventuais sinistros. O montante atual<br />
desse fundo é de 5,5 bilhões de libras<br />
esterlinas — mais de R$ 20 bilhões. O<br />
governo é apenas um parceiro de ocasião.<br />
Mas se o mercado for abalado por um<br />
evento similar ao de 11 de setembro de<br />
2001, e as perdas superarem as reservas<br />
da Pool Re, o Tesouro de Sua Majestade<br />
é acionado e obrigado a honrar todas as<br />
apólices asseguradas pela Pool Re, não<br />
importa a cifra das perdas.<br />
Em conversa com a coluna Direto<br />
de Londres, Julian Enoizi, CEO da Pool<br />
Re, disse que a soma de todas as apólices<br />
seguradas contra danos de propriedade<br />
e interrupção de negócios com cláusula<br />
referente a atos de terrorismo representa<br />
uma exposição da empresa de mais de 2<br />
trilhões de libras esterlinas, ou quase o valor<br />
de todo o Produto Interno Bruto (PIB)<br />
brasileiro, calculado em R$ 4,8 trilhões.<br />
“O mercado de seguros sozinho simplesmente<br />
não tem capacidade suficiente<br />
para cobrir todos os riscos existentes,<br />
incluindo as ameaças de terrorismo que<br />
podem ser contempladas nas apólices. Se<br />
uma empresa quiser se segurar contra um<br />
eventual ataque terrorista, ela não teria<br />
condições de comprar um produto. Consequentemente,<br />
um banco não emprestaria<br />
dinheiro para o empreendimento de<br />
algum projeto importante sabendo que a<br />
empresa não tem proteção. O efeito da<br />
ausência de cobertura para esse tipo de<br />
risco na economia é massivo, correndo o<br />
risco de parar todo um setor econômico<br />
por falta de proteção. A vantagem de ter<br />
o governo participando do pool é que<br />
há sempre garantia de uma cobertura<br />
ilimitada”, explica Enoizi.
O chamado “esquema Pool Re” foi<br />
motivo de muita discussão desde que o<br />
italiano Enoizi assumiu a empresa em<br />
setembro de 2013, depois de passagens<br />
pela AIG, Chubb e Argo International.<br />
Às voltas com crescimento econômico<br />
raquítico, situação fiscal complicada e<br />
permanente estado de alerta máximo contra<br />
terrorismo no Reino Unido, o governo<br />
britânico vinha pressionando o setor a ser<br />
melhor remunerado pelo esquema, por<br />
atuar no papel de grande fiador dos riscos<br />
assegurados pela Pool Re.<br />
Desde 1º de janeiro deste ano, e<br />
durante os próximos<br />
sete anos, o percentual<br />
dos prêmios recebido<br />
pela Pool Re das<br />
seguradoras, que era<br />
repassado para o governo,<br />
passa de 10%<br />
para 50%. Para não<br />
contrariar o governo,<br />
o mercado saudou a<br />
decisão como positiva<br />
e a considera a grande<br />
novidade do setor para<br />
2015. Mas também há<br />
crítica: “Obviamente,<br />
foi uma decisão fiscal.<br />
Assim como na Europa,<br />
o Reino Unido<br />
também está sofrendo<br />
com o déficit fiscal.<br />
Esse é principal assunto<br />
da eleição geral de maio deste ano.<br />
O Tesouro decidiu olhar para todas as<br />
opções possíveis para aumentar receitas<br />
e seu orçamento. Sobrou para a Pool Re<br />
pagar a conta”, avalia um especialista que<br />
pediu para não ser identificado.<br />
Enoizi prefere não discutir questões<br />
políticas. Ele argumenta que as recentes<br />
mudanças servem para modernizar a<br />
Pool Re. Ele explica que obteve contrapartidas<br />
do Tesouro, como oferecer<br />
preços mais flexíveis para seguros relacionados<br />
ao terrorismo baseados em<br />
modelos de mensuração de riscos mais<br />
eficientes; aproveitar essa flexibilidade<br />
para desenhar produtos sob medida e<br />
ampliar a oferta a pequenas e médias<br />
empresas de Londres e principalmente<br />
do interior do Reino Unido (um produto<br />
vendido a uma grande empresa de Londres<br />
tinha o mesmo preço que a uma do<br />
interior, onde o risco de ataque terrorista<br />
é menor); e, por fim, ter a permissão para<br />
entrar no mercado comercial de resseguro,<br />
utilizando o atual fundo de 5,5 bilhões<br />
de libras esterlinas da Pool Re.<br />
Segundo o executivo, antes das mudanças<br />
de 1º de janeiro nenhuma dessas<br />
alternativas eram possíveis, devido às<br />
regras acordadas com o governo. “Queremos<br />
fazer com que o preço do produto<br />
reflita melhor o risco segurado para todas<br />
as regiões do país. Diferente de 20 anos<br />
atrás, nós temos hoje melhores técnicas<br />
para calcular riscos. Queremos mostrar<br />
que o risco de ataque terrorista fora de<br />
Londres é menor, mas ainda há risco.<br />
Por isso o pequeno e médio empresário<br />
do interior deve ter acesso a um seguro<br />
que o proteja de acordo com o risco a que<br />
ele está submetido e a um preço que ele<br />
possa pagar. Quanto à opção de comprar<br />
resseguro no mercado comercial é uma<br />
forma de, no longo prazo, se desvincular<br />
do governo, da capacidade de cobertura<br />
ilimitada oferecida pelo Tesouro. Isso<br />
numa perspectiva de longo prazo”, comenta<br />
Enoizi.<br />
As mudanças da Pool Re estão apenas<br />
começando a ser implementadas e a<br />
grande pergunta que paira no setor é: se<br />
a empresa passa a transferir uma fatia<br />
maior de seus ganhos para o governo, o<br />
movimento natural é de alta nos preços<br />
das apólices, certo? “É improvável ver<br />
aumentos de preços porque os atentados<br />
mais recentes tiveram pequeno impacto<br />
em termos de danos a propriedades e<br />
interrupção de negócios. Atualmente, a<br />
tendência dos ataques terroristas demonstra<br />
que o alvo é ferir<br />
e matar pessoas, não<br />
atingir propriedades”,<br />
diz o CEO da Pool Re.<br />
Mais cautelosa,<br />
Catherine Thomas,<br />
diretora do departamento<br />
de análises<br />
da agência de rating<br />
especializada no mercado<br />
segurador AM<br />
Best, afirma que perda<br />
de vidas em atos<br />
terroristas é motivo<br />
de preocupação. “Os<br />
ataques recentes na<br />
França servem para<br />
lembrar que sinistros<br />
relacionados à<br />
interrupção de negócios<br />
podem aumentar<br />
mesmo se a ocorrência represente apenas<br />
um dano patrimonial limitado ou mesmo<br />
nenhum dano patrimonial a uma propriedade<br />
comercial segurada”, analisa<br />
Catherine.<br />
Para John Hurrel, executivo-chefe da<br />
Airmic, associação britânica de empresas<br />
e especialistas em risk management,<br />
a flexibilização do esquema Pool Re<br />
mencionada por Enoizi permitirá a geração<br />
de novos negócios compensando<br />
eventuais perdas com transferência de<br />
mais prêmios ao Tesouro. “A gente vinha<br />
fazendo lobby por essa flexibilização e<br />
a Pool Re garantiu que elevará preços”,<br />
lembra Hurrel.<br />
* Luciano Máximo, jornalista, é repórter licenciado do jornal Valor Econômico, cobriu o setor<br />
de seguros e resseguros na Gazeta Mercantil<br />
19
automóvel | serviços<br />
Exemplo<br />
Apesar de similares com o mercado<br />
europeu, serviços para seguro Auto<br />
oferecidos no Brasil contam com<br />
vantagens e são referências para países<br />
vizinhos<br />
Lívia Sousa<br />
20
Dentro do mercado securitário<br />
brasileiro, um dos produtos<br />
mais contratados é o seguro<br />
automóvel, seja para proteger<br />
o automóvel contra roubos e furtos e,<br />
principalmente, fugir de transtornos em<br />
casos de pane elétrica ou até mesmo em<br />
situações mais simples, como a troca de<br />
um acessório.<br />
Nos últimos anos, o leque de serviços<br />
Auto oferecidos pelas seguradoras no<br />
Brasil cresceu em quantidade e qualidade,<br />
muito por conta da tecnologia. Para<br />
Sérgio Barros, diretor de Produtos e Subscrição<br />
Auto do Grupo BB e Mapfre, esta<br />
evolução veio ao encontro do atendimento<br />
às crescentes demandas por novidades e<br />
qualidade na prestação de serviços ao<br />
consumidor. “Nossa dimensão geográfica<br />
continental e a ascensão social da última<br />
década criaram maior demanda efetiva e<br />
impulsionou ainda mais essa distância de<br />
outros países”, diz o executivo.<br />
Segundo Barros, o país apresenta o<br />
que há de mais moderno em produtos e<br />
serviços de seguros, sendo referência para<br />
países vizinhos em prestação de serviços<br />
e tecnologia. “A logística brasileira se<br />
desenvolveu para lidar com a diversidade<br />
e a dimensão geográfica, assim como<br />
as características de infraestrutura do<br />
país. Além disso, nossas metrópoles são<br />
grandes, apresentando diversos desafios<br />
na questão de deslocamento em horários<br />
de pico e eventos climáticos extremos”,<br />
acrescenta.<br />
❙❙Sérgio Barros, da BB e Mapfre<br />
Em todos os países onde o seguro de<br />
automóvel é relevante, predomina o serviço<br />
de remoção de veículos, que representa<br />
70% do total de pedidos de assistência<br />
dos consumidores. Nos países em que as<br />
assistências residenciais estão associadas<br />
ao produto auto, como no Brasil, este tipo<br />
de atendimento é cada vez mais utilizado<br />
pelos clientes.<br />
A apólice de seguro automóvel<br />
compreensiva comercializada pela<br />
companhia, por exemplo, contempla, em<br />
todos os casos, serviços residenciais e os<br />
tradicionais serviços de assistência ao veículo<br />
e ocupantes. Há ainda a assistência<br />
emergencial para gestantes, permitindo<br />
que a segurada ou a esposa de um segurado<br />
conte com o serviço de motorista e<br />
transporte em momentos de necessidade,<br />
independente de onde esteja – em seu<br />
veículo, em casa ou no trabalho.<br />
Assim como em outros setores, o<br />
crescimento da demanda por serviços de<br />
assistência exigiu uma quantidade maior<br />
de profissionais treinados e capacitados<br />
na área. De acordo com Barros, à medida<br />
que esse equilíbrio vai sendo atingido,<br />
experimenta-se uma melhora considerável<br />
na prestação das assistências.<br />
Mercado europeu<br />
Monina Pessoa, diretora comercial<br />
da Europ Assistance no Brasil, afirma que<br />
o país não conta com a maior demanda<br />
para o seguro automóvel, sendo a Europa<br />
a região detentora deste título – mesmo<br />
com a América do Norte somando a<br />
maior carteira de seguros, quando agrupadas<br />
todas as modalidades.<br />
“Acredito que o motivo seja o amadurecimento<br />
do mercado local. O seguro<br />
é um serviço consolidado na maioria dos<br />
países da Europa, que há décadas é consumidor<br />
em variadas modalidades, como o<br />
seguro residencial, empresarial, vida, viagem,<br />
saúde e automóvel”, explica Monina.<br />
Ela afirma que os serviços oferecidos<br />
na Europa e no Brasil são parecidos. “Mas<br />
contamos com uma diferença significativa:<br />
a grande dimensão do território brasileiro<br />
gera produtos com variações em relação à<br />
cobertura bem distintas como, por exemplo,<br />
a limitação de reboque em caso de<br />
pane e/ou acidente (até 100km, até 200<br />
km, até 400 km, etc)”. Ao mesmo tempo<br />
em que essas variações se apresentam<br />
como um ponto positivo, trazem o desafio<br />
de desenvolver uma rede de prestadores de<br />
serviço com o mesmo padrão de qualidade<br />
em todo território nacional, considerando<br />
que a grandiosidade do país dificulta uma<br />
cadeia uniforme de fornecedores.<br />
O que também pode ser considerado<br />
um bom exemplo no país é, segundo ela,<br />
o acionamento dos prestadores de serviço<br />
(reboque, mecânico, táxi e outros)<br />
via web e GPS. “Com o gerenciamento<br />
das frotas dos prestadores de serviço<br />
com o suporte da Europ, a percepção<br />
dos clientes referente aos resultados do<br />
uso das ferramentas tecnológicas de<br />
controle melhorou”, garante a executiva,<br />
completando que a infraestrutura dos<br />
fornecedores, principalmente fora dos<br />
grandes centros, é um ponto que ainda<br />
necessita ser trabalhado.<br />
Lacunas<br />
Na visão do superintendente de<br />
Produtos Automóvel da Yasuda Marítima,<br />
Adriano Fernandes, no mercado<br />
brasileiro os serviços oferecidos pelas<br />
seguradoras são similares, com pouca<br />
diferenciação ou itens mais atrativos.<br />
“Os segurados querem conforto,<br />
segurança e comodidade nos momentos<br />
de dificuldade relacionados ao uso do<br />
veículo, e, principalmente, nos países que<br />
fazem fronteira com os estados da região<br />
Sul do Brasil. As distâncias entre os estados<br />
do Sul e os países da América do<br />
❙❙Monina Pessoa, da Europ Assistance<br />
21
automóvel | serviços<br />
Sul propiciam viagens de carro e não há<br />
demandas que façam sentido para isso”,<br />
afirma Fernandes.<br />
No caso da Yasuda Marítima, a cobertura<br />
compreensiva (colisão, incêndio e<br />
roubo) para automóvel oferecida no Brasil<br />
é estendida para Argentina, Paraguai e<br />
Uruguai, sem custo adicional. O serviço<br />
pode ser solicitado para veículos de passeio,<br />
pick-ups leves e pick-ups pesadas<br />
nacionais e importadas.<br />
Há também a extensão do serviço de<br />
Assistência 24 horas contratado, no qual<br />
os clientes em viagem aos países Argentina,<br />
Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile<br />
podem utilizar o pacote no seguro de<br />
automóvel, também sem taxa extra. Entre<br />
os serviços de assistência mais comuns<br />
estão reboque ou transporte do veículo,<br />
conserto mecânico no local, estadia e<br />
transporte das pessoas seguradas por<br />
imobilização do automóvel e pane seca<br />
– falta de combustível e troca de pneus.<br />
“O volume de solicitações é bem<br />
equilibrado nestes países, principalmente<br />
para os que fazem fronteira com o Brasil.<br />
O maior volume de atendimento está<br />
no Uruguai, com 40% das solicitações.<br />
Argentina, Bolívia e Paraguai tem 20%<br />
de atendimento cada”, declara Fernandes.<br />
David Beatham, Chief Pricing Actuary/Interim<br />
Head of PL Motor – General<br />
Insurance Brazil da seguradora suíça Zurich,<br />
aponta que muitos países na Europa e<br />
fora do Brasil têm um requerimento legal<br />
de contratar cobertura de responsabilidade<br />
civil. “Isso cria uma demanda alta para<br />
seguros de automóvel com penetração de<br />
quase 100% em países como Inglaterra e<br />
Alemanha”, explica o executivo.<br />
A companhia, que marca presença<br />
em mais de 170 locais, tem como um dos<br />
principais mercados seu país de origem,<br />
onde o canal de distribuição é realizado<br />
por agentes que trabalham apenas com<br />
uma seguradora. No Brasil, geralmente os<br />
corretores atuam com pelo menos quatro<br />
seguradoras, o que aumenta a competitividade<br />
e dá mais opções aos segurados.<br />
No ramo de serviços para automóveis,<br />
agora a empresa passa a oferecer<br />
seguros por telemetria em alguns países.<br />
Com um dispositivo instalado no carro,<br />
o cliente tem acesso ao valor do produto,<br />
calculado em função de algumas características<br />
do condutor como aceleração,<br />
velocidade média e distância percorrida.<br />
Experiente, mas sujeito a<br />
fraudes<br />
Mario Cassio Mauricio, COO da<br />
Dekra, afirma que o mercado de seguro<br />
automóveis fora do Brasil, especificamente<br />
nos Estados Unidos e na Europa, é mais<br />
maduro e consolidado, mas possui outros<br />
tipos de fraudes. “O desafio é implementar<br />
serviços que aumentem a segurança da<br />
seguradora atendendo à necessidade desse<br />
mercado como um todo, dentro e fora<br />
do Brasil. Serviços como homologações,<br />
inspeções, regulação de sinistros e avaliações<br />
dentro do ciclo de operação trarzem<br />
benefícios para o mercado securitário na<br />
seleção do risco”.<br />
❙❙Adriano Fernandes, da Yasuda Marítima<br />
22<br />
❙❙Mario Cassio Mauricio, da Dekra<br />
❙❙David Beatham, da Zurich
automóvel | seguro<br />
Produtos evoluíram<br />
junto com o consumidor<br />
O que começou timidamente, com oferta de guincho e atendimento<br />
no local, agora já conta com conserto de máquina de lavar e retirada<br />
de entulho em domicílio<br />
Kelly Lubiato<br />
Tudo evolui. O que começou, nos<br />
idos dos anos 1980, com o oferecimento<br />
de uma luz chamada<br />
break light, que melhorava a visibilidade<br />
do carro em freadas e o block<br />
tape (que evitava o roubo de toca-fitas),<br />
hoje já é quase mais importante do que<br />
o próprio seguro para algumas pessoas.<br />
Corretores e seguradores são categóricos<br />
ao afirmar que os serviços<br />
agregados ao seguro de automóveis são<br />
os responsáveis pela tangibilização do<br />
produto. O conceito de proteção total<br />
24<br />
levou a seguradora Porto Seguro a desenvolver<br />
serviços dirigidos às primeiras<br />
necessidades dos clientes. Em um tempo<br />
em que o roubo do rádio/toca-fitas afligia<br />
os motoristas, a seguradora criou um item<br />
de segurança no seguro automóvel para<br />
proteger o equipamento, o block tape.<br />
O diretor de seguro automóvel da companhia,<br />
Marcelo Sebastião, conta como<br />
foi a evolução dos serviços ao longo dos<br />
anos, à medida em que as necessidades<br />
surgiam. “O break light foi trazido da<br />
Europa com o objetivo de diminuir as<br />
colisões traseiras. Até hoje, fazemos<br />
a instalação de cerca de 300 itens por<br />
mês”. Entretanto, a luz era instalada nos<br />
veículos num tempo em que não existiam<br />
sequer os retrovisores do lado direito em<br />
muitos modelos de veículos.<br />
Os serviços agregados ao seguro de<br />
automóvel são os responsáveis pela tangibilização<br />
deste produto para a maior<br />
parte dos segurados. Segundo estatísticas<br />
da seguradora Tokio Marine, 40%<br />
dos segurados tem alguma experiência<br />
com serviços ligados ao seguro ao longo
do período de vigência da apólice. “Apenas<br />
6% dos segurados tem algum tipo<br />
de sinistro, o que mostra a importância<br />
da boa prestação de serviços”, sinaliza<br />
Marcelo Goldman, diretor de automóvel<br />
da companhia.<br />
Estar próximo ao cliente em um momento<br />
tão delicado como é um sinistro<br />
requer muitos cuidados. As prestadoras<br />
de serviços levam ao cliente a imagem<br />
da seguradora e, dependendo de como<br />
forem atendidos, esta será a sua experiência<br />
ao longo da vigência da apólice.<br />
Percepção da necessidade do<br />
cliente<br />
Os executivos do setor são categóricos<br />
ao afirmar que os serviços são<br />
criados de acordo com a<br />
necessidade do cliente.<br />
No caso da Porto Seguro,<br />
por exemplo, esta necessidade<br />
é identificada por<br />
seus parceiros, corretores<br />
de seguros, fóruns específicos<br />
para discussões<br />
e Focus Groups. Aliás,<br />
os corretores de seguros<br />
são os grandes parceiros<br />
de todas as seguradoras,<br />
porque eles estão ligados<br />
ao cotidiano dos clientes e<br />
são capazes de interpretar<br />
seus anseios.<br />
A gama de serviços oferecidos pelas<br />
seguradoras para se diferenciar da concorrência<br />
transformou o Brasil em um<br />
dos países que mais oferece coberturas<br />
acessórias nos seguros de automóvel.<br />
“Em apenas uma modalidade, como<br />
a cobertura para vidros, já é possível<br />
consertar ou trocar pára-brisa ou vidro<br />
traseiro, vidros laterais, lanternas, faróis,<br />
retrovisores, teto-solar, farol de milha e<br />
até realizar o reparo do pára-choque”,<br />
explica Goldman. Em sua empresa são<br />
realizados 30 mil atendimentos por<br />
mês no seguro de automóveis. “Esta é<br />
a melhor forma do segurado perceber o<br />
seguro como algo utilizável”, completa<br />
o executivo da Tokio.<br />
Segmentar também é uma palavra<br />
muito importante na área de serviços<br />
para a carteira de automóveis. Marcelo<br />
Sebastião ensina que é fundamental<br />
identificar o perfil dos grandes grupos<br />
para criar ações específicas. Quando<br />
verificou que as mulheres tinham um<br />
volume de perdas muito menor nos<br />
sinistros de automóveis que os homens,<br />
a Porto Seguro lançou o Seguro Auto<br />
Mulher, com descontos específicos para<br />
este público. “Os serviços também são<br />
diferenciados. Para os jovens criamos<br />
um curso de direção segura para oferecer<br />
descontos”, lembra Sebastião.<br />
Na década de 90, a Porto Seguro<br />
desenvolveu os serviços para residência<br />
após perceber a necessidade dos<br />
consumidores e para se diferenciar.<br />
“Pagar a indenização no prazo já não<br />
era suficiente, por isso foi incorporado<br />
o serviço residencial emergencial básico.<br />
Na sequência, percebemos que os<br />
segurados precisavam de outras coisas,<br />
como o conserto de linha branca”, enumera<br />
Sebastião.<br />
O compartilhamento de serviços<br />
para casa acoplados ao seguro de automóvel<br />
veio após se verificar que as<br />
pessoas querem, cada vez mais, saber<br />
quem entra em sua casa, com o aval da<br />
seguradora. “Mesmo quem não conta<br />
com a cobertura de serviços à residência<br />
entra em contato com a Porto Seguro<br />
para que indiquemos os profissionais<br />
para a realização de pequenos consertos,<br />
seja encanador, eletricista, conserto para<br />
❙❙Marcelo Goldman, da Tokio Marine<br />
❙❙Marcelo Sebastião, da Porto Seguro<br />
❙❙Fabio Leme, da HDI<br />
25
automóvel | seguro<br />
utensílios da linha branca ou assistência<br />
técnica para computadores”.<br />
O diretor de automóveis da HDI,<br />
Fabio Leme, conta que, seguindo esta linha<br />
de oferecer serviços para casa e auto<br />
juntos, a seguradora montou o produto<br />
DUO que são os dois seguros unidos.<br />
“Além do pacote completo de serviços,<br />
agregamos mais um diferencial: em caso<br />
de sinistro de automóvel, o segurado tem<br />
um desconto na franquia equivalente ao<br />
dobro do prêmio do seguro residencial.<br />
Estas facilidades, aliadas à prestação de<br />
serviços, ajudam a disseminar o seguro<br />
para residências”, ressalta Leme.<br />
O que se oferece hoje aos segurados<br />
é uma infinidade de serviços em<br />
diversas segmentações: há produtos<br />
para mulheres, jovens, idosos, pessoas<br />
sem pontos na carteira de habilitação,<br />
frotas, motoristas profissionais etc, que<br />
disponibilizam o motorista amigo, para<br />
quem se sentir incapacitado para dirigir;<br />
carro reserva; consultas para o animal<br />
de estimação; marido de aluguel; reparo<br />
de risco em veículos; descontos em<br />
clubes de benefícios, enfim, uma gama<br />
bastante ampla.<br />
Isso nos leva à questão: qual será a<br />
evolução destes serviços para o segurado?<br />
Marcelo Goldman, da Tokio, acredita que<br />
poderá ser o seguro baseado e precificado<br />
de acordo com informações de telemetria<br />
de como o motorista conduz o seu veículo.<br />
“Com informações precisas sobre<br />
onde o veículo passou, como o condutor<br />
acelera e freia, as condições mecânicas<br />
do carro etc. será possível aprimorar a<br />
subscrição do risco”. Mas ele acredita que<br />
estes conceitos ainda demoram um pouco<br />
a ser implantados. Afinal, isso seria um<br />
verdadeiro Big Brother sobre o condutor.<br />
Vale ressaltar que este tipo de gerenciamento<br />
já existe em frotas. O lado bom é<br />
que o seguro pode ficar mais barato.<br />
Cursos de direção defensiva e de<br />
direção emocional também já fazem<br />
parte da realidade do mercado brasileiro<br />
de seguros. Os mais jovens que freqüentam<br />
o curso de direção específico podem<br />
conseguir desconto de até 5% no valor<br />
do seu seguro.<br />
A novela da reparação do<br />
veículo<br />
Até meados de 2014, enquanto a indústria<br />
automobilística batia recordes de<br />
produção e comercialização de veículos,<br />
pelo lado do seguro havia muita reclamação<br />
em relação à reposição de peças e à<br />
reparação de carros sinistrados. “Na alta,<br />
havia escassez de peças e insatisfação de<br />
todos os lados”, avalia Fabio Leme.<br />
Agora, com o desaquecimento das<br />
vendas de novos, parece que este problema<br />
começa a ser resolvido. De olho nesta<br />
questão, as seguradoras acabaram aprimorando<br />
os processos de sinistros para<br />
acelerar a chegada das peças. “A HDI fornece<br />
para as oficinas as peças mais utilizadas<br />
pelas oficinas, como para-choques,<br />
faróis, capôs, sem custo adicional. Por<br />
outro lado, os 45 Bate-Pronto atendem<br />
56% dos sinsitros em nível nacional, o<br />
que acelera o atendimento ao cliente”,<br />
explica Fabio Leme. A seguradora acaba<br />
de colocar em circulação um Bate- Pronto<br />
móvel, para realizar os reparos em locais<br />
de grande ocorrência.<br />
26
Se a área de seguros de automóveis<br />
conta com os mais diferentes tipos de<br />
serviços, na área médica eles são vistos<br />
com menor incidência. Entretanto, é de<br />
fundamental importância, tanto para<br />
quem contrata como para as seguradoras.<br />
Questões médico-securitárias muitas<br />
vezes não são consideradas como<br />
algo primordial dentro de um produto<br />
de seguros, mas está presente na maioria<br />
deles (seguro de vida, acidentes pessoais,<br />
automóveis, prestamista e etc), assim<br />
como em todas as etapas: contratação<br />
(subscrição de riscos); pagamento (regulação<br />
de sinistro); e discussão judicial<br />
de sinistros (assistência técnica judicial).<br />
Eduardo Della Giustina, diretor<br />
comercial da Expermed explica que o<br />
objetivo deste tipo de trabalho é favorecer<br />
as seguradoras a terem uma carteira<br />
saudável, do ponto de vista da avaliação<br />
do risco. “Não adianta fazer somente a<br />
perícia médica e não ter conhecimentos<br />
Área de saúde também requer serviços<br />
sobre as cláusulas do contrato de seguro.<br />
Da mesma forma que não é possível<br />
negar um sinistro sem saber a origem<br />
de uma doença ou seqüela”, comenta.<br />
A seguradora que faz o trabalho<br />
preventivo em médio e longo prazo sabe<br />
que não pagará indevidamente por uma<br />
doença pré-existente, doença incapacitante<br />
em grau avançado, por exemplo,<br />
nos seguros de vida. Sua carteira fica<br />
mais saudável.<br />
Em regulação de sinistro, Giustina<br />
disse que a correta avaliação médica contribui<br />
é capaz de elaborar um laudo que<br />
mostra tempo da lesão, quantificação e<br />
grau. “ Isso serve para que seguradora<br />
dê uma resposta justa e pague o que é<br />
devido”, define.<br />
Outro exemplo de serviço: no seguro<br />
de automóvel, em seguro para shoppings<br />
ou qualquer um que envolva responsabilidade<br />
civil para terceiros, a avaliação<br />
médica poderá definir se o sinistro é<br />
compatível com as condições do local e<br />
se as coberturas se encaixam no contrato.<br />
“É possível definir pensionamento (pena<br />
extensão da lesão e tempo de recuperação)<br />
para uma queda num shopping,<br />
além dos danos morais e danos estéticos.<br />
Tem que haver a quantificação em<br />
processo administrativo para não gerar<br />
demanda judicial”, expõe Giustina.
serviços | sistemas<br />
Pró-atividade na<br />
gestão de negócios<br />
Companhias se<br />
empenham para<br />
acompanhar a evolução<br />
tecnológica do<br />
mercado e desenvolver<br />
seus próprios sistemas<br />
e plataformas<br />
Amanda Cruz<br />
28
Ser passiva diante das inovações<br />
tecnológicas não é saída para<br />
nenhuma companhia. Isso também<br />
se enquadra no mercado<br />
de seguros. Procurar maneiras de trazer<br />
novidades que facilitem o processo de<br />
gestão é crucial para diversas áreas,<br />
desde as administrativas até aquelas que<br />
conversam com o consumidor final.<br />
Durante esse processo de desenvolvimento,<br />
o mercado de seguros tem<br />
encontrado empresas aliadas que disponibilizam<br />
sistemas de ponta para cumprir<br />
esse papel e, ao mesmo tempo, tem investido<br />
em suas próprias áreas de TI, pois ter<br />
ferramentas que sejam únicas e adaptadas<br />
ao modelo de negócio que possuem é uma<br />
das estratégias para ganhar mercado e<br />
estar à frente da concorrência.<br />
Por ser uma seguradora multilinha,<br />
a SulAmérica possui diferentes áreas de<br />
atuação, como odontologia, automóveis<br />
e ramos elementares, vida e previdência,<br />
capitalização e investimentos. Dentro de<br />
cada um desses negócios há especialistas<br />
de sistemas, conforme afirma o diretor de<br />
Tecnologia da Informação da companhia,<br />
Cristiano Barbieri. Esses especialistas<br />
cobrem áreas como a de relacionamento<br />
com o corretor, onde seguros são cotados<br />
e contratados, regulação de sinistros e<br />
sistemas gerenciais. Ao todo, são cerca de<br />
200 sistemas. “Em geral o que eu posso<br />
classificar são sistemas de venda, contratação,<br />
emissão, faturamento, regulação de<br />
sinistros, onde se apuram os números. A<br />
❙❙Cristiano Barbieri, da SulAmérica<br />
plataforma que mais tem crescido é a de<br />
internet de relacionamento com corretor,<br />
que conta com diversos tipos de sistemas<br />
e aplicativos”, conta o executivo.<br />
Já a divisão de Benefícios da AON<br />
é a principal beneficiada com os investimentos<br />
em tecnologia. Atualmente, a<br />
divisão tem sistemas globais para apoiar<br />
a administração de benefícios dos clientes,<br />
uma plataforma desenvolvida pela<br />
própria corretora, que integra os clientes<br />
da companhia com o mercado segurador,<br />
cuidando de toda parte operacional das<br />
apólices, como processamento, gestão<br />
de movimentação cadastral, faturamento,<br />
reembolso, entre outras atividades.<br />
“Esse sistema vem sendo desenvolvido<br />
há dois anos e já recebemos feedback,<br />
ele tem agregado valor e aumentado o<br />
controle, rastreabilidade e segurança nos<br />
processos, além do aumento de confidencialidade.<br />
Os padrões de criptografia<br />
da IBM e Microsoft inclusive já foram<br />
homologados”, conta Ciro Jacob, diretor<br />
de operações da AON.<br />
O Sistema de Administração de<br />
Benefícios (SAB), principal plataforma<br />
utilizada pela gestora de benefícios, é responsável<br />
por cerca de 200 empresas em<br />
todo o Brasil. A plataforma funciona para<br />
acompanhar planos de saúde, ondontológico,<br />
seguro de vida e previdência privada<br />
dos colaboradores das empresas contratantes.<br />
“O software permite também a<br />
integração com os sistemas relacionados<br />
à folha de pagamento”, argumenta. Além<br />
disso, outro diferencial é que todo o fluxo<br />
de informação do sistema é monitorado e<br />
validado eletronicamente, de forma que<br />
sejam minimizados os riscos de perda de<br />
cobertura pelos clientes.<br />
Visando a modernização dos sistemas<br />
internos, a Seguros Unimed também<br />
apresenta algumas soluções. A migração<br />
para plataforma de armazenamento<br />
oferecida pelo Google, por exemplo, foi<br />
uma saída encontrada para a utilização<br />
de uma interface amplamente conhecida<br />
que pudesse facilitar o dia-a-dia dos<br />
colaboradores da companhia. “Nela, há a<br />
possibilidade de videoconferência, compartilhamento<br />
de documentos e, ainda,<br />
redução de custos com deslocamentos e<br />
viagens” afirma Mauri Raphaelli, diretor<br />
de Negócios da Seguros Unimed.<br />
❙❙Ciro Jacob, da AON<br />
Os colaboradores dessas companhias<br />
parecem não ter enfrentado grandes<br />
dificuldades de adaptação com os<br />
sistemas oferecidos. Barbieri acredita<br />
que não há mais muito espaço para<br />
resistência daqueles que já fazem parte<br />
da equipe e que os novos colaboradores<br />
que chegam estão cientes da realidade na<br />
qual todas as empresas, independente do<br />
seu ramo de atuação, estão plenamente<br />
capacitadas a atuar no meio eletrônico.<br />
Por isso, eles se preparam e também<br />
investem na tecnologia como forma<br />
de alavancar a carreira profissional.<br />
Isso se aplica não só a quem trabalha<br />
dentro da seguradora, mas também aos<br />
corretores parceiros. “A resistência já<br />
foi muito maior, hoje ela é pulverizada<br />
e pequena. O mercado migrou para um<br />
relacionamento eletrônico. O corretor<br />
cota, contrata e se relaciona diariamente<br />
com a SulAmérica de forma eletrônica.<br />
Isso é realidade também para corretores<br />
menores, já que a qualidade das redes<br />
de internet banda larga permitem que a<br />
nossa companhia atenda esses parceiros<br />
24 horas por dia, durante os 7 dias da<br />
semana”, enfatiza.<br />
Além de desenvolverem seus próprios<br />
sistemas, as seguradoras também<br />
são consumidoras de empresas de<br />
tecnologia. A Delphos, por exemplo,<br />
trabalha com oito dessas companhias e<br />
oferece cinco sistemas próprios para a<br />
realização de serviços, entre eles os que<br />
a empresa destaca são o SIGAJ – Siste-<br />
29
serviços | sistemas<br />
ma de Ações Judiciais e o VIN – Visão<br />
de Negócios. O primeiro é responsável<br />
pelos processos, registrando decisões<br />
de juízes e desembargadores, além de<br />
alertas de prazos de cobrança do registro<br />
de peças judiciais. Elisabete Prado, diretoria<br />
Comercial e de Marketing, afirma<br />
que com a utilização desse sistema,<br />
com tabulação e cruzamento de dados<br />
das ações judiciais, é possível apontar<br />
desvios no judiciário.<br />
O segundo é utilizado para o cruzamento<br />
de informações e dados de<br />
negócios e transações. “Isso permite que<br />
as seguradoras tenham a tranquilidade<br />
de acesso irrestrito às informações em<br />
tempo real e ambiente tecnológico<br />
totalmente monitorado, sem consumir<br />
recursos com infraestrutura própria,<br />
podendo cuidar do seu objetivo de negócio”,<br />
observa.<br />
Empresas que utilizam<br />
A iniciativa de incluir corretores<br />
parceiros nesses sistemas pode fazer<br />
com que as seguradoras sejam ainda<br />
mais parceiras dos corretores. Assim<br />
como acontece com as plataformas<br />
multicálculo (veja mais sobre o assunto<br />
na página 32), contar com sistemas que<br />
facilitem o cotidiano dentro das corretoras<br />
e outras empresas que utilizam<br />
os sistemas é tarefa também dessas<br />
companhias. Mais de 200 empresas no<br />
30<br />
❙❙Mauri Raphaelli, da Seguros Unimed<br />
Brasil que oferecem benefícios para<br />
seus funcionários, por exemplo, contam<br />
com uma plataforma desenvolvida pela<br />
própria AON para seus processos de<br />
gestão, adequados à realidade e tamanho<br />
de cada uma delas. “A AON tem uma<br />
área de tecnologia robusta, especialistas<br />
no negócio e especialistas em sistema”,<br />
acrescenta Jacob.<br />
Dedicada aos corretores parceiros,<br />
a Seguros Unimed criou ferramentas<br />
que pretendem ir além da cotação de<br />
seguros, mas também ajudar esses<br />
profissionais a alcançar novas metas.<br />
“É o caso de plataformas que auxiliam<br />
a prospecção de vendas de seguros de<br />
vida através de um mailing de empresas<br />
potenciais (indústrias e comércio), para<br />
que os corretores possam trabalhar esses<br />
contatos e conquistar novos clientes”,<br />
garante Raphaelli. Há também a ferramenta<br />
que filtra a busca de seguros feita<br />
pelos corretores para um determinado<br />
cliente final, de acordo com seu perfil e<br />
suas necessidades.<br />
No caso da divisão de benefícios<br />
da AON, as seguradoras estão como<br />
parceiras com interesse em otimizar<br />
seus produtos e simplificar a chegada<br />
dos consumidores até eles. “No início<br />
tínhamos algumas dificuldades em otimizar<br />
a integração com nossos clientes.<br />
Hoje, temos parcerias com empresas<br />
com fontes de pagamento, além de diversas<br />
seguradoras parceiras”, afirma o<br />
diretor da AON. A meta da companhia<br />
em 2015 é ter mais 450 empresas que<br />
utilizem seu sistema.<br />
A principal necessidade sentida<br />
por esses corretores é ter eficiência nos<br />
processos, pois quanto mais se reduz as<br />
intervenções manuais, mais corretores e<br />
empresas que fazem parte dessa cadeia<br />
poderão dispor de seu tempo para agir<br />
em áreas que são cruciais e que dependem<br />
muito mais de suas ações, como o<br />
relacionamento com seus clientes.<br />
Raphaelli conta que o E-Commerce<br />
da Unimed – canal 100% eletrônico para<br />
comercialização dos produtos, ainda<br />
está na primeira fase, contemplando o<br />
serviço apenas para o ramo vida. Para<br />
2015, o projeto é expandir para os demais<br />
segmentos de negócio.<br />
“É importante destacar que cada<br />
corretor ligado à Seguros Unimed tem<br />
acesso a um espaço personalizado –<br />
denominado Loja do Corretor - no site<br />
de vendas online da companhia. Ele<br />
pode personalizar sua página, exibir seu<br />
logo próprio e promover campanhas de<br />
venda. A Loja do Corretor é adaptável<br />
a tablets e celular”, esclarece.<br />
Ao consumidor final<br />
A cadeia que constitui os processos<br />
de gestão de uma empresa, seja com a finalidade<br />
de emitir uma apólice, seja para<br />
gerir benefícios, precisa funcionar bem<br />
para que chegue no principal interessa-
❙❙Elisabete Prado, da Delphos<br />
do: o consumidor final. A relação entre<br />
seguradoras e corretoras parece só está<br />
em sincronia quando o produto adquirido<br />
pelo cliente satisfaz suas expectativas.<br />
Os aplicativos para celulares têm<br />
sido uma aposta recorrente nos últimos<br />
anos para aproximar o cliente. A SulAmérica<br />
já aposta nessa ideia. Barbieri<br />
conta que entre as plataformas para<br />
dispositivos móveis que mais têm acesso<br />
dos consumidores está a de saúde, onde o<br />
cliente tem sua carteirinha digital e pode<br />
fazer pedidos de reembolso e consulta do<br />
histórico de procedimentos médicos já<br />
solicitados. “Recebemos muitos elogios,<br />
muitas respostas positivas desse aplicativo.<br />
Isso é excelente, pois o nosso desafio<br />
é levar os nossos principais serviços e<br />
informações de forma fácil aos clientes,<br />
criando, assim, um valor agregado”,<br />
comemora o executivo.<br />
Além de contar com o corretor, a<br />
Unimed aposta também na conectividade<br />
com o consumidor final. Prova disso é<br />
o projeto que tem o propósito de adaptar<br />
os produtos aos públicos em questão.<br />
Para isso, algumas facilidades foram<br />
instauradas. “O cliente pode simular a<br />
contratação de serviços nos segmentos<br />
vida, previdência e patrimoniais por<br />
dispositivos móveis e, se ele desejar,<br />
pode facilmente contratar o seguro em<br />
questão”, informa.<br />
Atendendo toda a cadeia, as plataformas<br />
acabam por unir cada etapa dos<br />
serviços, dando autonomia, rapidez e<br />
facilitando que seguradoras, corretoras e<br />
consumidores possam interagir para alcançar<br />
os produtos esperados. Ainda que<br />
algumas companhias ainda não tenham<br />
a área de TI preparada para lidar com<br />
isso, Elisabete acredita que as empresas<br />
terceirizadas servem para cumprir esse<br />
papel. “Queremos oferecer 100% de solução<br />
para o mercado, mas acreditamos<br />
mais no modelo híbrido, com sistemas<br />
com soluções amigáveis para interfaces,<br />
módulos que complementam as necessidades<br />
do sistema “core” da seguradora,<br />
e soluções elaboradas sob medida para<br />
as expectativas de cada uma”, esclarece<br />
Elisabete.<br />
Os executivos afirmam que não há<br />
mais o que ser discutido sobre a necessidade<br />
de sistemas e plataformas, isso<br />
já é uma realidade. O desafio agora é<br />
encontrar nesses sistemas a melhor forma<br />
de fazer com que a tecnologia seja<br />
sempre uma aliada.
corretor | gestão<br />
Ferramentas para<br />
otimizar negócios<br />
Driblando a desconfiança das seguradoras, as plataformas<br />
multicálculo são realidade no cotidiano dos corretores<br />
Amanda Cruz<br />
Não são apenas as companhias<br />
seguradoras que têm investido<br />
em sistemas e plataformas<br />
de qualidade para aperfeiçoar<br />
os negócios. Os corretores já sabem que<br />
precisam urgentemente acompanhar<br />
essa tendência e as chamadas plataformas<br />
multicálculo têm desempenhado<br />
esse papel dentro das corretoras. A<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> conversou com usuários<br />
de diferentes sistemas para saber<br />
a opinião deles sobre o desempenho<br />
dessas plataformas.<br />
Das corretoras de maior porte às<br />
corretoras familiares, a ferramenta<br />
multicáculo têm sido um processo de<br />
aprendizado, com novas formas de fazer<br />
relacionamento e gestão no mercado<br />
de seguros. É o caso da Willis Commercial<br />
Network, divisão voltada para<br />
o desenvolvimento de negócios que,<br />
aproveitando o relacionamento comercial<br />
com corretores parceiros, oferta a<br />
eles sua estrutura de sistemas. “Com<br />
quatro anos de operação nessa área,<br />
temos 70 corretores associados e com<br />
potencial de mais geração de negócios”,<br />
conta o diretor da companhia, Fabrizio<br />
Zerbone. Mas a plataforma multicáculo,<br />
especificamente, vem sendo utilizada há<br />
aproximadamente seis meses; a decisão,<br />
segundo o executivo, foi baseada na observação<br />
de que os corretores da Willis<br />
passavam por dificuldades em gerenciar<br />
suas carteiras e sentiam falta de um<br />
sistema unificado e mais simples. “Essa<br />
questão é uma tendência do mercado.<br />
É uma ferramenta que traz ganhos significativos<br />
para a operação do corretor<br />
32
e incrementa vendas, permitindo ao<br />
parceiro ampliar seus pontos de atuação,<br />
aumentar capilaridade e o melhor, a produtividade<br />
e eficiência”, aponta.<br />
Algumas empresas de tecnologia já<br />
estudam disponibilizá-las para seguros<br />
residencial e viagem, mas o foco dessas<br />
plataformas ainda é a carteira de automóvel,<br />
pois possui bastante capilaridade<br />
e requer informações mais simples para<br />
a cotação da apólice. “Acho que o multicálculo<br />
funciona melhor com seguros<br />
massificados, na questão do varejo”, diz<br />
o executivo da Willis.<br />
Na corretora Rodobens o sistema<br />
também já faz parte do cotidiano, Anderson<br />
Stein, gerente de desenvolvimento<br />
comercial e marketing, conta que a<br />
empresa trabalha com oito seguradoras.<br />
“A plataforma é interessante porque nela<br />
podemos colocar muito mais dados do<br />
cliente e com a própria ferramenta já<br />
transmitimos a proposta. O principal<br />
objetivo é a agilidade”, afirma.<br />
Mas nem todos estão plenamente<br />
satisfeitos com a utilização do multicáculo,<br />
como é o caso de Nelson Fontana,<br />
da Fontana Corretora, que percebe sérios<br />
entraves para a utilização. “A seguradora<br />
não é parceira direta nossa neste<br />
software, ela é parceira do fornecedor<br />
do software. O multicálculo estimula a<br />
dispersão da carteira entre muitas seguradoras,<br />
quando acreditamos que devemos<br />
focar algumas poucas e estimular<br />
a fidelidade do cliente à nossa corretora<br />
❙❙Fabrizio Zerbone, da Willis<br />
e à seguradora”, opina o corretor sobre<br />
sua experiência.<br />
Provavelmente o maior obstáculo<br />
para a satisfação seja o desconforto de<br />
algumas seguradoras em aderir às plataformas<br />
ou conseguir estar em todas elas.<br />
Os entrevistados afirmam que muitas<br />
acreditaram, durante muito tempo, que<br />
a ferramenta seria utilizada apenas para<br />
a comparação de preços, o que acabaria<br />
por tornar a concorrência acirrada, sem<br />
levar em conta o que cada uma oferece<br />
em seu portfólio como diferencial.<br />
“Antigamente, havia uma preocupação<br />
maior com a comparação de preço, mas<br />
hoje elas [seguradoras] estão mais dispostas<br />
a participar”, acredita Anderson.<br />
❙❙Anderson Stein, da Rodobens<br />
Fontana aponta que o que preocupa<br />
as companhias é a tendência de que as<br />
seguradoras fiquem com as carteiras<br />
concentradas nos segmentos cujos preços<br />
estejam mais baratos. “Vejo, no futuro,<br />
seguradoras querendo corretores cada<br />
vez mais parceiros, que vendam todos<br />
seus produtos, que compreendam suas<br />
estratégias, promovam sua diversificação<br />
de carteiras”. O corretor percebe que<br />
as seguradoras têm prestigiado aquelas<br />
corretoras que se mostram prontas para<br />
acreditar no produto que elas têm para<br />
oferecer, mas alerta que, embora a fidelização<br />
seja importante, é preciso haver<br />
limites. “Acreditamos em parceria com<br />
poucas seguradoras, mas nunca exclusividade.<br />
Porque a exclusividade desloca<br />
❙❙Nelson Fontana, corretor<br />
o corretor da posição de intermediário<br />
focado em atender o cliente para a posição<br />
de agente a serviço da seguradora, o<br />
que não corresponde às expectativas dos<br />
segurados”<br />
Anderson também percebe que ainda<br />
há dificuldade em integrar as pesquisas,<br />
por não encontrar todas as seguradoras<br />
nas plataformas, mas afirma que isso<br />
não impede que a Rodobens trabalhe<br />
com aquelas que não estão inseridas no<br />
sistema. “Nós trabalhamos com mais<br />
seguradoras que não têm os sistemas<br />
prontos para integrar com multicálculo,<br />
mas isso não impede que também façamos<br />
pesquisa fora da plataforma para<br />
encontrar a solução mais adequada ao<br />
nosso cliente”, comenta.<br />
Perdas e ganhos<br />
Apesar de não ser uma novidade<br />
muito recente no mercado, processos<br />
tecnológicos precisam de tempo para ser<br />
consolidados. Mudanças de sistemas e<br />
treinamento para os colaboradores, além<br />
dos detalhes técnicos, também precisam<br />
ser resolvidos e ter as arestas aparadas<br />
para que todos saiam satisfeitos.<br />
Por isso, outro ponto bastante elogiado,<br />
mas também problematizado, da<br />
ferramenta é o impacto nos negócios.<br />
Os porta-vozes da Rodobens e da Willis<br />
afirmam que o processo de implantação<br />
requer cuidados e que encontraram certa<br />
resistência dos funcionários e colaboradores<br />
na utilização do sistema. Isso<br />
33
corretor | gestão<br />
PRÓS<br />
Agilidade<br />
Controle sobre as operações<br />
Aumento de produtividade<br />
Concentração de processos<br />
ocorreu porque com a automatização é<br />
possível monitorar quais são os funcionários<br />
responsáveis por cada ação, gerando<br />
assim mais competitividade dentro da<br />
empresa. Mas os executivos afirmam que<br />
essa desconfiança é passageira. “Muitas<br />
empresas têm departamentos que desenvolvem<br />
multicálculo pra serem mais<br />
competitivas, porque ao invés de precisar<br />
cotar dez vezes em cada seguradora,<br />
é preciso cotar apenas uma vez. Esse<br />
processo acabou assustando no começo,<br />
34<br />
CONTRAS<br />
Nem todas as seguradoras utilizam<br />
Concorrência por preço<br />
Queda de fidelização<br />
Dificuldades operacionais<br />
mas no final das contas o ganho foi de<br />
produtividade”, exemplifica Anderson.<br />
Zorbone conta que, na Willis, foi<br />
feita uma pesquisa anterior à implantação<br />
e 85% dos corretores que atuam junto à<br />
empresa tinham interesse na utilização<br />
desse tipo de plataforma de cotação comercial.<br />
“As margens de vendas de varejo<br />
devem aumentar sempre agilizando as<br />
transações”, observa.<br />
De acordo com os entrevistados,<br />
ações que antes demoravam cerca de 20<br />
minutos pare serem realizadas, foram<br />
diminuídas para 5 minutos.<br />
O impacto operacional, portanto, tem<br />
sido o grande diferencial que leva os corretores<br />
a aderirem ao multicálculo. Mas<br />
Fontana alerta para que os problemas que<br />
teve em sua corretora sirvam para um<br />
relacionamento mais transparente entre<br />
fornecedores do software, corretores e<br />
seguradoras.<br />
“Tenho um programa instalado na<br />
corretora, mas vejo como uma ferramenta<br />
para ser usada com restrições. Sou um<br />
corretor que compreende a necessidade<br />
de ser parceiro de algumas seguradoras.<br />
Gosto de saber quem são seus diretores,<br />
seus gerentes. Gosto de trabalhar com<br />
quem conheço e confio. Procuro negociar<br />
o melhor que posso para meus clientes.<br />
Enquanto meu índice médio de renovação<br />
das apólices estiver alto, eu acho que este<br />
é o melhor caminho”, pontua.
chuvas | sinistros<br />
Os prejuízos<br />
do verão<br />
Poucos e intensos, os temporais já somam estragos. Por desconhecer<br />
o baixo custo do seguro em relação às perdas possíveis, moradores e<br />
comerciantes não contratam apólices que cubram sinistros causados por<br />
alagamentos, quedas de árvores e falta de energia elétrica<br />
Lívia Sousa<br />
36
Mesmo abaixo da média, as<br />
chuvas deste verão têm causado<br />
prejuízos. Na cidade<br />
de São Paulo, por exemplo,<br />
temporais de vinte minutos são suficientes<br />
para transformar a capital paulista<br />
em um verdadeiro caos. Em dezembro<br />
passado, o município teve diversas ruas<br />
e avenidas interditadas, sem contar os<br />
motoristas que perderam seus veículos<br />
por conta dos alagamentos ou das quedas<br />
de árvores.<br />
No mesmo período, a região metropolitana<br />
do Rio Grande do Sul se viu<br />
castigada pela chuva de granizo, assim<br />
como a capital Porto Alegre sofreu com<br />
as árvores caídas e a região Sul do Estado,<br />
com destelhamentos de residências e até<br />
de escolas.<br />
Os estragos em São Paulo e no<br />
Rio Grande do Sul são apenas dois dos<br />
vários registrados Brasil afora e que, na<br />
maioria das vezes, pegam a população<br />
desprevenida. “Enquanto cerca de 30%<br />
da frota de automóvel é segurada, menos<br />
de 5% das residências no Brasil possuem<br />
algum tipo de seguro”, afirma Fernando<br />
Cheade, diretor de Seguros Patrimoniais<br />
e Massificados da Generali.<br />
É importante ressaltar que, mesmo<br />
fora do eixo de grandes catástrofes, o Brasil<br />
está entre os países mais atingidos por<br />
enchentes e inundações. De acordo com<br />
um estudo realizado pela resseguradora<br />
Swiss Re, o local foi um dos que mais<br />
sofreu com inundações na América do<br />
Sul durante o ano de 2013. Das 10 cidades<br />
sulamericanas apontadas no documento,<br />
quatro são brasileiras – Fortaleza, Recife,<br />
Rio de Janeiro e São Paulo, que lidera<br />
a lista.<br />
Mais prevenidos<br />
Apesar de o País ainda registrar<br />
baixa adesão a este tipo de seguro, executivos<br />
do setor afirmam que o número<br />
de sinistros em decorrência das mudanças<br />
climáticas aumentou nos últimos anos,<br />
visto que vendavais, queda de granizo,<br />
árvores e raios estão mais frequentes e<br />
violentos e atingem um grande número<br />
de residências, comércios e veículos,<br />
causando maiores danos.<br />
De acordo com Vilma Monteiro,<br />
gerente de Produto Residência da Liberty<br />
Seguros, neste verão a companhia tem<br />
observado, além dos sinistros citados,<br />
um ligeiro aumento nas ocorrências de<br />
incêndio. “Isso acontece porque ficam<br />
mais evidentes os casos de curto-circuito<br />
e falta de energia, causados pela oscilação<br />
da rede elétrica, que leva as pessoas a<br />
fazerem o uso de velas dentro de casa”,<br />
explica ela.<br />
O que também aumentou, segundo a<br />
executiva, foram os locais que registram<br />
essas solicitações. Antigamente mais<br />
concentrados na região Sul do País (principalmente<br />
Rio Grande do Sul e Santa<br />
Catarina), os vendavais atingem agora<br />
o Centro-Oeste e o Sudeste que, mesmo<br />
com uma de suas piores estiagens, em<br />
alguns pontos tem tempestades intensas<br />
de curta duração.<br />
No caso da Generali, o Estado de<br />
São Paulo representa cerca de 30% dos<br />
acionamentos de Assistência 24 Horas da<br />
companhia, principalmente em serviços<br />
como eletricista. Os danos geralmente<br />
são provocados pela oscilação de energia<br />
em função da chuva e do vento forte.<br />
“Dentro da assistência 24 horas temos<br />
serviços como eletricista e conserto<br />
de eletrodomésticos, que correspondem<br />
a aproximadamente 35% da demanda.<br />
Os sinistros de danos elétricos, vendaval<br />
e queda de raio representam 60% do<br />
total de acionamentos, o que mostra a<br />
importância da contratação do seguro<br />
residencial para proteger um bem tão<br />
valioso”, explica Cheade.<br />
Além dessas assistências, a Generali<br />
oferece serviços emergenciais para<br />
atender os segurados em momentos mais<br />
críticos, como em casos de destelhamento<br />
causados por vento forte, queda de granizo<br />
e até fixação de antenas.<br />
Para a Porto Seguro, o maior número<br />
de ocorrências se dá com a cobertura de<br />
danos elétricos ocasionados pela queda<br />
de raios e interrupções no fornecimento<br />
de energia elétrica. Mas o gerente de<br />
Ramos Elementares da empresa, Jarbas<br />
Medeiros, garante que a cobertura de<br />
vendaval, que inclui de destelhamentos a<br />
prejuízos por queda de granizo, não fica<br />
muito atrás. Dentre os serviços disponibilizados<br />
pelos planos há a cobertura provisória<br />
de telhados, limpeza e transferência<br />
de móveis. Nas apólices de automóvel,<br />
❙❙Fernando Cheade, da Generali<br />
37
chuvas | sinistros<br />
eventuais danos em veículos por queda<br />
de árvores contam com serviços de táxi<br />
e remoção do carro.<br />
A exceção deste crescimento de<br />
demanda fica com a corretora Minuto<br />
Seguros, que desde o começo de 2015<br />
até o momento não registrou nenhuma<br />
ocorrência ocasionada pelas chuvas de<br />
verão. Porém, nos últimos três meses, a<br />
companhia recebeu pedidos de cotação<br />
– em sua maioria, vindos da região de<br />
São Paulo.<br />
“Ao contratar o seguro, percebemos<br />
que as pessoas estão mais preocupadas<br />
com o roubo de bens. Esporadicamente,<br />
alguns questionam sobre cobertura em<br />
caso de queda de árvore”, diz o CEO da<br />
empresa, Marcelo Blay.<br />
Dos seguros disponibilizados pela<br />
corretora estão os destinados aos automóveis<br />
e às residências. No primeiro, há a<br />
cobertura compreensiva (colisão, incêndio,<br />
roubo e furto), que assegura enchentes<br />
desde que o risco não tenha sido agravado –<br />
como no caso do segurado passar por uma<br />
rua já alagada, por exemplo. Se não for isso,<br />
algumas seguradoras cobrem a higienização<br />
do veículo em situações de alagamento.<br />
A mesma cobertura inclui ainda granizo,<br />
queda de raio e queda de árvores.<br />
Já na segunda, Blay destaca alguns<br />
pontos. “No caso de queda de árvore, a<br />
cobertura é confirmada somente após a<br />
análise do sinistro. Em danos elétricos,<br />
ela é procedente se for decorrente de queda<br />
de raio, se o mesmo danificar algum<br />
aparelho. Já a enchente não é coberta.<br />
O único alagamento previsto é aquele<br />
causado por transbordo de banheira, pia,<br />
entre outros”, alerta o executivo, acrescentando<br />
que dependendo da assistência<br />
contratada para residência, o segurado<br />
pode contar ainda com serviços como<br />
limpeza de caixa d’água, substituição ou<br />
instalação de telhas e limpeza de calha.<br />
Um mercado de<br />
possibilidades<br />
O preço do seguro é estabelecido<br />
de acordo com a combinação de algumas<br />
variáveis como valor do imóvel,<br />
localização e coberturas contratadas.<br />
Mas, de um modo geral, o valor de um<br />
seguro patrimonial (voltado a residências<br />
ou empresas) é relativamente baixo em<br />
comparação com o seguro automóvel. Em<br />
média, o preço deste tipo de produto não<br />
ultrapassa 0,4% dos valores segurados,<br />
podendo chegar a 1% dependendo das<br />
coberturas adicionais contratadas. Já o<br />
seguro auto pode custar em torno de 5%<br />
do preço do veículo.<br />
“O curioso é que o cliente acredita<br />
que o custo do seguro residencial é similar<br />
ao do automóvel, e mostra-se incrivelmente<br />
surpreso ao descobrir que custa<br />
10, 20 vezes menos”, declara Fernando<br />
Cheade, da Generali.<br />
O fato é que não está na cultura<br />
brasileira contratar um seguro para residências<br />
ou pequenos comércios, muito<br />
em razão da falta de conhecimento sobre<br />
a abrangência das coberturas e seu baixo<br />
custo relativo. Segundo Vilma Monteiro,<br />
da Liberty Seguros, a necessidade da contratação<br />
do produto tem sido percebida<br />
principalmente por quem já foi vítima de<br />
sinistros ou que teve amigos ou familiares<br />
com perdas em função de prejuízos causados<br />
pelas mudanças climáticas.<br />
Por outro lado, Marcelo Blay, da<br />
Minuto Seguros, acredita que a carteira<br />
cresça nos próximos anos por conta<br />
da ascensão da classe C e do mercado<br />
38
❙❙Marcelo Blay, da Minuto Seguros<br />
imobiliário. Na tentativa de mostrar<br />
para o consumidor a importância deste<br />
seguro e o preço acessível do produto,<br />
a corretora utiliza o “Blog da Minuto”,<br />
onde ilustra casos e situações graves que<br />
poderiam ser amenizados com a contratação<br />
de uma apólice. “Assim, esperamos<br />
que as pessoas se conscientizem para a<br />
importância do seguro para mitigar ou<br />
minimizar riscos a que estamos todos<br />
sujeitos”, explica o executivo.<br />
Um segmento de possibilidades, os<br />
seguros patrimoniais também estão na<br />
mira da Porto Seguro e da Generali, que<br />
apostam em campanhas de incentivo e<br />
conscientização neste sentido. “A Porto<br />
acredita que os seguros patrimoniais são<br />
um mercado em expansão e continuará<br />
investindo na conscientização dos clientes<br />
sobre a importância de proteger seu<br />
imóvel. Esperamos que a companhia e o<br />
mercado se desenvolvam neste segmento<br />
suprindo a demanda reprimida”, diz Jarbas<br />
Medeiros.<br />
No caso da Generali, os esforços são<br />
voltados ao trabalho junto aos corretores<br />
nas estratégias de distribuição e no estudo<br />
de novos produtos e serviços que melhor<br />
atendam o cliente. “Nos últimos anos, a<br />
Generali percebeu um crescimento no<br />
número de empresas e residências que<br />
❙❙Jarbas Medeiros, da Porto Seguro<br />
acionam a companhia por conta das<br />
chuvas de verão. Este movimento tende<br />
a aumentar ainda mais, pois o brasileiro<br />
está cada vez mais consciente da necessidade<br />
de proteger seu imóvel contra esses<br />
imprevistos”, finaliza Cheade.
microsseguro | parceria<br />
Democratização<br />
de mercado<br />
Seguradora e plano<br />
de microsseguro<br />
se unem com o<br />
intuito de alcançar as<br />
massas<br />
O<br />
Pasi - Plano de Amparo Social<br />
Imediato - e a MetLife<br />
anunciaram sua nova parceria.<br />
A iniciativa, segundo o<br />
idealizador do projeto, Alaor Silva Júnior,<br />
ocorreu em um momento muito oportuno.<br />
“Era chegada a hora de avançarmos com<br />
a possibilidade de ganharmos mais uma<br />
grande parceira, o que precisávamos para<br />
seguir em frente com os propósitos maiores<br />
diante do nosso comprometimento<br />
de realizar uma imensa inclusão social<br />
dentro da instituição seguros”, afirma.<br />
Segundo ele, a MetLife se propôs a apoiar<br />
efetivamente o cumprimento da missão<br />
socioeconômica.<br />
❙❙Alaor Silva Júnior, do Pasi<br />
40<br />
Para garantir essa meta, a proposta<br />
é a utilização de todo banco de dados e<br />
experiência nas relações com parceiros e<br />
segurados, o que Silva chama de “Reinvenção<br />
do PASI”.<br />
“Nós acreditamos que, para que haja<br />
uma expressiva inclusão neste segmento<br />
de Convenções Coletivas de Trabalho,<br />
um projeto maior envolvendo outras<br />
seguradoras deverá ser feito e a MetLife<br />
compartilha com a ideia desta democratização”,<br />
afirma<br />
Com a parceria, Pasi e MetLife<br />
acreditam que podem se complementar,<br />
levando a experiência internacional da<br />
seguradora a um número cada vez maior<br />
de trabalhadores, passando a atuar no<br />
segmento de Convenções Coletivas de<br />
Trabalho, um mercado potencial com<br />
muito espaço para expansão no Brasil. “A<br />
partir da parceria com o Pasi, poderemos<br />
ampliar ainda mais sua presença no mercado<br />
de microsseguros, um dos que mais<br />
crescem no país”, diz Washington Silva,<br />
Diretor de Relações Institucionais da<br />
seguradora. “Vamos colocar à disposição<br />
do Pasi toda a nossa estrutura, tanto em<br />
termos de customização de produtos e<br />
benefícios como de processos”.<br />
O modelo Pasi, desde o seu lançamento<br />
em 1989, foi desenvolvido para<br />
atender as classes trabalhadoras e o<br />
mecanismo de acessibilidade para que o<br />
produto conseguisse alcançar as grandes<br />
massas e seu público-alvo.<br />
“Portanto, no intuito de levar nosso<br />
seguro para um maior número de trabalhadores,<br />
iremos, além de consolidar as<br />
relações com antigos parceiros, avançar<br />
na direção de firmar novas parcerias com<br />
entidades de classes, patronais e profissionais”,<br />
finaliza Silva.
assistência 24h | gente<br />
Almir Fernandes,<br />
presidente, e<br />
Eduardo Sena,<br />
vice-presidente da<br />
Brasil Assistência<br />
Novo comando e<br />
novos desafios<br />
A Brasil Assistência ganhou reforços em seu<br />
time para aproveitar todas as oportunidades<br />
apresentadas pela expansão dos negócios em<br />
nosso País<br />
A<br />
empresa anunciou a chegada<br />
de Almir Fernandes como<br />
novo presidente. Ele estava<br />
desde 2011 na diretoria executiva<br />
de operações do Cesvi (Centro de<br />
Experimentação e Segurança Viária) e,<br />
antes, exerceu diversas funções na Mapfre<br />
Brasil, chegando a ocupar o cargo de<br />
diretor de Instituições Financeiras. Almir<br />
vai usar sua experiência no setor para<br />
fortalecer a empresa, em um momento<br />
de grandes oportunidades do mercado de<br />
assistência em nosso país, com os pilares<br />
Inovação, Gestão de Pessoas, Desenvolvimento<br />
de Novos Canais e Produtos e<br />
Excelência no Atendimento.<br />
A empresa também comunicou que<br />
Eduardo Sena assume o posto recém-<br />
-criado de vice-presidente. Sena iniciou sua<br />
carreira na Brasil Assistência, onde ocupou<br />
diversos cargos de liderança, e era, desde<br />
2010, presidente da unidade no Equador.<br />
Com mais de 22 anos de atuação no<br />
país, a Brasil Assistência é líder mundial<br />
em assistência e riscos especiais e uma<br />
das líderes no Brasil na prestação de serviços<br />
de assistência a pessoas, residências<br />
e veículos. Empresa integrante de<br />
um dos maiores grupos seguradores do<br />
mundo é especializada no atendimento a<br />
empresas referências no mercado como<br />
montadoras multinacionais, seguradoras<br />
e instituições financeiras, com presença<br />
direta em 43 países e rede própria nos<br />
cinco continentes. Com certificação ISO<br />
9001:2008, sua carteira é composta por<br />
mais de 110 clientes corporativos e 27<br />
milhões de usuários no Brasil, com mais<br />
de um milhão de atendimentos por ano.<br />
Fernandes explica que 2014 foi um<br />
ano excelente para a empresa, em que<br />
ela completou 22 anos de atuação no País<br />
com total dedicação da equipe, inovação<br />
42
em produtos e serviços e conquista de<br />
grandes clientes, ampliando a participação<br />
no segmento, principalmente no<br />
automóvel. “Reforçamos canais alternativos<br />
de vendas como telemarketing<br />
para o segmento varejo, concessionárias<br />
e afinitties. Renovamos nosso portfólio de<br />
produtos, tornando-o o mais completo do<br />
mercado, dividido em Auto, Imóveis, Pessoas<br />
e Empresarial e Gestão de Processos<br />
e Serviços. Tudo isso contribui para continuarmos<br />
a nos destacar como uma das<br />
empresas líderes em nosso segmento no<br />
país e no mundo”, assinala.<br />
Em termos de novidade, foi inaugurada<br />
a nova sede administrativa em Alphaville,<br />
e o novo call center em Tamboré,<br />
com instalações modernas e tecnologia<br />
ainda mais avançada e apta a dar suporte<br />
às perspectivas de crescimento para o ano,<br />
incluindo células exclusivas para clientes.<br />
Como reconhecimento do mercado, a<br />
Brasil Assistência recebeu quatro prêmios<br />
importantes, por qualidade, inovação<br />
em produtos, além do Prêmio ABT, na<br />
categoria Gestão de Pessoas, no qual a<br />
empresa se destacou por oferecer oportunidades<br />
de crescimento aos que iniciaram<br />
na Área de Operações e hoje compõe 34%<br />
dos cargos de liderança, o que contribui<br />
para o baixo turn over, envolvimento e<br />
comprometimento da equipe. Também<br />
neste ano teve início a venda e distribuição<br />
de assistências através de grandes varejistas,<br />
concessionárias públicas, varejo auto<br />
e mercado funerário.<br />
O mercado brasileiro oferece muitas<br />
oportunidades e busca serviços de<br />
assistência para diferenciar seguros,<br />
serviços bancários, cartões de créditos<br />
entre outros produtos que enfrentam<br />
uma concorrência acirrada e querem fidelizar<br />
o cliente. “Com isso, enxergamos<br />
grandes oportunidades de crescimento<br />
e, para explorá-las, temos nossa equipe<br />
de desenvolvimento de novos negócios,<br />
com profissionais especializados nos<br />
segmentos, dedicados à prospecção e à<br />
área de manutenção de nossos clientes”,<br />
conta Fernandes. Mesmo com as dificuldades<br />
previstas em alguns setores, como<br />
no automóvel, a empresa explora novas<br />
oportunidades na venda de assistência<br />
via varejo. “No segmento de turismo<br />
contamos com uma marca de assistência<br />
viagem já conceituada há mais de<br />
10 anos, distribuída pela nossa equipe<br />
comercial em todo o Brasil, atendendo<br />
mais de 10 mil parceiros”, comemora o<br />
executivo.<br />
O desafio da inovação está sempre<br />
presente nas operações da Brasil Assitência.<br />
“Fazemos parte de um grupo internacional<br />
no qual a inovação é um dos pilares<br />
em nossas 44 unidades, com centros de<br />
especialistas focados em dividir as melhores<br />
práticas, pesquisas e benchmarking, e<br />
com um desafio diário de pensar à frente<br />
e se atentar às necessidades dos nossos<br />
clientes e mercado”, explica.<br />
A área de produtos é focada em<br />
coletar dados do mercado através de pesquisas<br />
e benchmarking para atender as<br />
necessidades dos clientes e acompanha<br />
diariamente as tendências do mercado.<br />
Dessa forma, pretende antecipar novas<br />
soluções. “Aliada à essa equipe, temos a<br />
área comercial muito ativa, que realiza<br />
um trabalho de consultoria em parceria<br />
com nossos clientes, nos demanda criação<br />
de soluções já com um mapeamento<br />
prévio, proporcionado assim produtos<br />
ou soluções totalmente customizadas<br />
por segmento e canal de distribuição”,<br />
avalia Fernandes, complementando que<br />
a empresa pretende, em 2015, reforçar<br />
a atuação como um importante player<br />
no segmento sendo um dos líderes<br />
mundiais.<br />
“Continuamos a investir em tecnologia,<br />
sistemas e plataformas com objetivo<br />
de sermos mais ágeis, competitivos e funcionais<br />
na comercialização, operação e no<br />
atendimento aos clientes. Investimos em<br />
pesquisas para nos anteciparmos com informações<br />
relevantes e monitoramento do<br />
mercado para tomadas de decisões e nos<br />
anteciparmos às necessidades dos nossos<br />
clientes, com novos produtos e serviços,<br />
além de continuarmos investindo em<br />
novos canais de vendas como internet,<br />
telemarketing, varejo, correspondentes<br />
bancários e concessionários públicas, e<br />
com isso esperamos crescer nossa participação<br />
em 2015 e nos consolidar como<br />
uma empresa que oferta, além de serviços<br />
de emergência, assistências inovadoras<br />
que oferecem conveniência, bem estar,<br />
educação e saúde, como home organizer,<br />
descarte e práticas sustentáveis, fitness,<br />
educacional, nutricional, orientação psicológica,<br />
profissional, totalizando mais<br />
de 51 produtos atualmente, compostos<br />
por mais de 350 serviços, adaptadas às<br />
necessidades atuais”, finaliza Fernandes.<br />
A meta da empresa para 2015 é crescer<br />
30%.<br />
43
evento | Seres<br />
Inovação em pauta<br />
Debate contou com Luiz Sakamoto (Yasuda Marítima), Paul Conolly (Generali), Guilherme Neto (Allianz Global Corporate &<br />
❙❙Specialty Re), Andre Gregori (BTG Pactual Seguros) e Beatriz de Moura (Swiss Re)<br />
Executivos traçam tendências e discutem<br />
o futuro do mercado securitário no Seres,<br />
realizado em São Paulo<br />
Lívia Sousa<br />
Realizado em São Paulo, o Seres<br />
– Seguros e Resseguros<br />
Brasil Forum 2015 contou<br />
com o apoio oficial da <strong>Revista</strong><br />
<strong>Apólice</strong> e discutiu as tendências para o<br />
crescimento do mercado securitário ao<br />
longo deste ano.<br />
Andre Gregori, CEO da BTG Pactual<br />
Seguros, traçou um panorama do<br />
mercado segurador mundial. De acordo<br />
com o executivo, desde o final de 2014<br />
há uma tendência de elevação da curva<br />
longa de juros do mercado americano. A<br />
medida impacta mundialmente no fluxo<br />
de divisa, que acaba migrando dos países<br />
em processo de desenvolvimento e expansão<br />
para cenários com menor risco de<br />
investimento. Isso afeta principalmente<br />
os países que demandam de investimento<br />
na área de infraestrutura, como Brasil,<br />
Rússia, China e Índia.<br />
“A curva longa de juros é um fator<br />
preponderante para os investimentos de<br />
infraestrutura e longo prazo e que, de<br />
fato, fomentam a economia dos países.<br />
Esperava-se que ela também crescesse,<br />
mas se analisarmos o gráfico dos últimos<br />
dez anos, vemos que a tendência é<br />
completamente oposta”, afirmou Gregori.<br />
44<br />
❙❙Andre Gregori, da BTG Pactual<br />
Outra questão apontada pelo CEO<br />
foi o preço do petróleo, que no último<br />
ano passou de US$ 110 para US$ 50 o<br />
barril. “O impacto é mais positivo do<br />
que negativo. Mas sabe-se que esse preço<br />
não é um preço real ou sustentado, pelo<br />
menos no que diz respeito ao mercado<br />
oriental, que entendeu que com o valor lá<br />
em cima algumas outras fontes de energia<br />
começaram a surgir”, explicou.<br />
Por fim, Gregori abordou o atual<br />
patamar da economia brasileira. “Vivemos<br />
um momento de cenário econômico<br />
desafiador, mas isso não deixará de gerar<br />
novas oportunidades ao setor”.<br />
Evolução<br />
O IRB Brasil Re se reinventou com<br />
a abertura do mercado de resseguros,<br />
em 2007. De lá para cá, a antiga estatal<br />
ampliou a atuação no exterior e, há dois<br />
anos, concluiu sua privatização.<br />
“Antigamente, quem estava fora da<br />
empresa achava que o IRB tinha uma<br />
cultura monopolista e que não iria se<br />
adaptar, porém sempre se respeitou a<br />
questão de solvência e confiabilidade.<br />
Internamente, as pessoas tinham percepção<br />
da necessidade de mudança e<br />
estavam engajadas por isso. Mas por<br />
razões históricas, a companhia tinha<br />
baixa integração entre as áreas, além de<br />
uma TI que há vinte anos não recebia<br />
investimento”, revelou o presidente da<br />
empresa, Leonardo Paixão.<br />
O prognóstico apontava modificações<br />
tanto na atuação em nichos diferenciados<br />
quanto na construção de uma<br />
nova estrutura e governança. Diversas<br />
ações foram tomadas, como a revisão<br />
de política, subscrição e processos, mudança<br />
na precificação e gestão de ativos.<br />
A diversificação geográfica também foi<br />
destaque entre as medidas.<br />
Também houve um salto tecnológico<br />
com o desligamento de 50 sistemas<br />
não-integrados. Hoje, a companhia tem<br />
a possibilidade de processar todas as
❙❙Leonardo Paixão, do IRB Brasil-Re<br />
informações em uma única plataforma,<br />
simultaneamente. “Foram mais de R$<br />
100 milhões investidos e mais de quatro<br />
anos trabalhando nisso. Um exemplo do<br />
resultado foi que, em 2009, demorávamos<br />
seis semanas para fechar um balanço e,<br />
agora, concluímos em cinco dias”, destacou<br />
Paixão.<br />
Novos produtos<br />
Uma das maneiras mais eficazes<br />
de se fomentar o mercado securitário é<br />
criando novos produtos. Pensando nisso,<br />
a Superintendência de Seguros Privados<br />
(Susep) vai instaurar um Laboratório de<br />
Produtos, que manterá contato direto com<br />
o superintendente da instituição, Roberto<br />
Westenberger.<br />
“O mercado é criativo e traz experiências<br />
de países com o segmento de<br />
seguros mais avançado que o nosso.<br />
Neste sentido, a Susep pode contribuir<br />
com o fomento induzindo, estimulando<br />
e discutindo novos produtos”, declarou<br />
Carlos Almeida, coordenador-geral de<br />
Produtos (CGPRO) e líder do Laboratório<br />
de Produtos da Superintendência.<br />
Apesar de positivo, o executivo alegou<br />
que, em alguns casos, os diálogos do<br />
❙❙Luiz Sakamoto, da Yasuda Marítima<br />
mercado com a Susep não eram finalizados,<br />
uma vez que o produto se enquadrava<br />
em ramos diferentes. Com o laboratório,<br />
as conversas serão centralizadas e sequenciadas<br />
internamente.<br />
Além do superintendente, o espaço<br />
terá contato direto com a coordenação<br />
geral de produtos, departamento onde são<br />
submetidos os atuais produtos do mercado.<br />
Tendências<br />
O debate focou principalmente nas<br />
possibilidades e no desenvolvimento<br />
de novos produtos. Mediador da mesa<br />
redonda, Gregori afirmou que criar mercado<br />
é importante. “Dentro das nossas<br />
limitações, devemos tentar inovar sempre.<br />
Seguro não é um produto marginal”.<br />
Para Luiz Macoto Sakamoto, diretor<br />
executivo da Yasuda Marítima, o grande<br />
potencial de crescimento se encontra na<br />
área de massificados e de pequenas e médias<br />
empresas (PMEs). Dados não oficiais<br />
apontam que 50% das PMEs não fazem<br />
seguro, seja pela ausência de oferta ou falta<br />
de interesse no assunto. Ainda de acordo<br />
com Sakamoto, os canais de distribuição é<br />
outro ponto que, apesar de polêmico, deve<br />
ser discutido sem preconceitos.<br />
❙❙Paul Conolly, da Generali<br />
Já Beatriz de Moura Campos Mello<br />
Almada, vice-presidente sênior e Legal<br />
& Compliance da Swiss Re, lembrou que<br />
o mercado securitário evoluiu em alguns<br />
aspectos nos últimos 15 anos, mas ainda<br />
conta com pontos a serem trabalhados.<br />
“Precisamos amadurecer quanto à cultura<br />
do seguro, entender o que é seguro e<br />
como fazer do resseguro uma ferramenta<br />
aliada, de parceria”, observou.<br />
Apesar de importante, o diretor de<br />
Linhas Corporativas da Generali, Paul<br />
Conolly, ressaltou que o mercado não<br />
deve olhar apenas para o desenvolvimento<br />
de novos produtos, mas também<br />
pensar naqueles já existentes e avaliar<br />
se eles realmente atendem as demandas<br />
da clientela.<br />
Ainda na opinião do executivo, o<br />
Brasil e as companhias nacionais, que<br />
deram um salto quanto à legislação,<br />
continuam presas em determinadas<br />
situações. “Em outros países, há diversos<br />
clausulados para o mesmo produto.<br />
Aqui não se tem a opção do singular, de<br />
um clausulado por produto. Assim, fica<br />
difícil mantermos um cliente a longo<br />
prazo e, por isso, não se investe neste<br />
quesito”.
artigo<br />
por Fabio Cossini*<br />
Vamos prever nosso<br />
seguro?<br />
Há tempos que as seguradoras<br />
classificam o risco dos segurados pelos<br />
seus perfis, oferecendo-lhes coberturas,<br />
vantagens ou descontos personalizados.<br />
Um dos seus mais notórios produtos é o<br />
seguro de automóvel para mulheres, que<br />
são reconhecidas por um perfil mais prudente<br />
ao dirigir, ganhando com isso um<br />
prêmio diferenciado daqueles pagos pelos<br />
homens. No entanto, se os hábitos dos<br />
segurados fossem medidos e avaliados<br />
individualmente com dados mais ricos, as<br />
seguradoras deteriam um conhecimento<br />
mais preciso – e precioso – sobre o risco<br />
que possuem em sua carteira e, com isso,<br />
poderiam gerir melhor suas operações<br />
técnicas, financeiras e comerciais.<br />
Para explicar de que forma esse<br />
monitoramento pode ser feito, devemos<br />
analisar um mercado em ascensão, o da<br />
Internet das Coisas (do inglês Internet of<br />
Things ou IoT). O termo vem ganhando<br />
destaque entre pessoas comuns, mas<br />
principalmente nos meios acadêmicos<br />
e corporativos. Embora não haja uma<br />
única definição, pode-se dizer que a IoT<br />
é a interação entre dispositivos sensores,<br />
seres humanos e o meio que os cercam,<br />
para a coleta e análise de dados por meio<br />
de aplicativos construídos sobre a internet.<br />
A consultoria IDC prevê uma base<br />
instalada de 28,1 bilhões de dispositivos<br />
conectados a Internet das Coisas através<br />
de IP até 2020, um aumento de mais de<br />
200% em relação a 2013. Esse mercado<br />
deverá crescer de US$ 1,9 trilhão para<br />
US$ 7,1 trilhões no mundo inteiro no<br />
mesmo período somente em ofertas de<br />
serviços de TI.<br />
46
Nessa onda, outro conceito cada vez<br />
mais difundido em várias indústrias é o<br />
de telemetria, visto como a transmissão<br />
de dados entre um objeto de origem e<br />
um aplicativo final. Em alguns países, os<br />
automóveis já saem da fábrica com sensores<br />
que enviam dados sobre o desempenho<br />
dos vários sistemas responsáveis<br />
pelo seu funcionamento. Dessa forma,<br />
as montadoras podem acompanhar o<br />
uso e desgaste de peças para verificar<br />
a qualidade do seu produto final. Elas<br />
podem agir preventivamente caso algum<br />
componente não esteja funcionando apropriadamente,<br />
chamar individualmente<br />
um de seus clientes ou até convocar um<br />
recall em massa.<br />
Da mesma forma, as seguradoras<br />
podem receber dados sobre o comportamento<br />
do motorista ao volante, como<br />
distâncias percorridas, acelerações ou<br />
freadas bruscas, alta velocidade, além do<br />
próprio estado do veículo. Esses dados<br />
brutos podem ser ajustados aos de contexto<br />
no momento em que o segurado dirigia,<br />
constando clima, condições da estrada,<br />
percentual de acidentes nas rotas escolhidas,<br />
zonas de risco de furto ou assalto<br />
e comparação com outros motoristas de<br />
mesma faixa etária ou tipo de automóvel.<br />
Com uma infraestrutura de hardware e<br />
software para apoiar o processamento<br />
massivo desses dados, as seguradoras são<br />
capazes de gerar informações mais assertivas<br />
para o gerenciamento do seu risco<br />
técnico, melhor precificação e relacionamento<br />
personalizado com seus clientes.<br />
Como no Brasil essa realidade de<br />
carros com sensores direto da fábrica<br />
ainda não se faz tão presente, algumas<br />
seguradoras resolveram investir em outra<br />
forma para capturar os hábitos de direção<br />
de seus segurados: os smartphones. Eles<br />
funcionam como um roteador de dados<br />
de direção capturados por um dispositivo<br />
acoplado ao carro ou com um próprio<br />
aplicativo desenvolvido com o mesmo fim<br />
para, a partir daí, enviar esses dados para<br />
uma interface capaz de transformá-los em<br />
informações, com base na experiência do<br />
segurado ao dirigir.<br />
Neste cenário, beneficiam-se tanto as<br />
seguradoras quanto os segurados. Saber<br />
se um indivíduo representa um risco<br />
maior do que o estimado para sua carteira<br />
é algo que pode levar a companhia a não<br />
renovar um seguro automaticamente ou<br />
até cobrar um prêmio maior desse segurado.<br />
O inverso também é verdadeiro,<br />
pois as seguradoras podem oferecer<br />
descontos diferenciados àqueles clientes<br />
que apresentem um menor risco ao dirigir<br />
para mantê-los fiéis. Esses aplicativos são<br />
capazes de enviar informações aos segurados<br />
também, oferecendo-lhes feedback<br />
sobre seu comportamento ao dirigir ou<br />
sugestões para evitar situações de risco<br />
de roubo ou acidentes.<br />
Outros modelos de negócio podem<br />
ser incorporados ao de seguros. As seguradoras<br />
podem oferecer serviços fora<br />
do seu portfólio por meio de parcerias<br />
e estabelecer um relacionamento maior<br />
com seus clientes. Devem levar em<br />
conta, porém, a questão da privacidade<br />
e confidencialidade das informações<br />
pessoais de seus clientes, uma vez que<br />
eles concordem em compartilhá-las.<br />
Pesquisas recentes entre consumidores<br />
norte-americanos indicam que eles se<br />
mostram propícios a compartilhar algumas<br />
informações pessoais com prestadores<br />
de serviços, desde que tenham<br />
algum tipo de retorno, principalmente<br />
financeiro.<br />
As seguradoras devem instituir<br />
práticas e mecanismos de segurança em<br />
TI como, dentre os mais básicos, criptografia<br />
de dados, conexões seguras e<br />
blindagem de sistemas para garantir que<br />
uma infraestrutura voltada a Internet das<br />
Coisas não seja porta de entrada a ataques<br />
mal intencionados. O que muitas empresas<br />
têm tentado nas últimas décadas<br />
é conhecer seus clientes cada vez mais,<br />
para mantê-los em suas bases e obter<br />
melhores resultados. Novas tecnologias,<br />
como aquelas que vêm sendo usadas na<br />
construção da Internet das Coisas, auxiliarão<br />
as seguradoras a prover produtos e<br />
serviços de maior valor de acordo com a<br />
experiência de seus próprios clientes em<br />
seus automóveis, residências e hábitos<br />
pessoais. É a seguradora centrada no<br />
cliente.<br />
* Fabio Cossini é arquiteto de TI da IBM Brasil
painel saúde<br />
campanha<br />
Obesidade Infantil<br />
A Amil lançou uma campanha<br />
para recolher assinaturas em favor da<br />
criação do Dia Nacional de Combate<br />
à Obesidade Infantil. A iniciativa<br />
faz parte de um movimento iniciado<br />
pela empresa este mês, que propõe<br />
medidas para a conscientização da<br />
sociedade sobre a epidemia global<br />
da doença – segundo dados do Ministério<br />
da Saúde, hoje uma em cada<br />
três crianças brasileiras está acima do<br />
peso.<br />
As assinaturas<br />
estão sendo<br />
recolhidas pelo<br />
site www.peticao360.amil.<br />
com.br, que já<br />
registrou a adesão<br />
de mais de<br />
8.900 pessoas. A<br />
ideia é que a data<br />
seja celebrada já<br />
a partir do próximo<br />
ano.<br />
circuito<br />
Corrida de rua<br />
Um grupo de dez atletas cadeirantes<br />
integrou o projeto piloto da Seguros<br />
Unimed na etapa São Paulo do Circuito<br />
do Sol, realizado no dia 8 de fevereiro<br />
em São Paulo.<br />
Os paratletas foram identificados<br />
pela BIO+, parceira da companhia nesta<br />
ação, baseados nas performances individuais<br />
em treinamentos específicos e<br />
performance em provas. “Acompanhando<br />
atentamente o interesse de paratletas em<br />
competições como essa, estamos estudando<br />
um método para melhor receber esse<br />
novo grupo nas corridas de rua”, disse<br />
Henrique João Dias, superintendente de<br />
Marketing e CRM da empresa.<br />
O projeto piloto teve três etapas. A<br />
primeira foi a recepção, quando os participantes<br />
da prova contaram com mensagem<br />
motivacional de Henrique Luiz<br />
Medina, conhecido como Kaike, atleta<br />
paraolímpico referência no tênis de mesa.<br />
Em seguida, a largada, que contou com<br />
um pelotão especial em momento diferenciado,<br />
e o percurso com uma avaliação<br />
dos paratletas sobre a acessibilidade da<br />
prova, previamente avaliada pela BIO+.<br />
Pelo quinto ano consecutivo, a<br />
seguradora investe em corridas de rua<br />
pelo Brasil. Em 2014, foram 17 corridas,<br />
entre elas o Circuito do Sol, a Santos Run,<br />
corrida oficial do Santos Futebol Clube,<br />
Circuito Estadual Unimed Santa Catarina<br />
e sua própria corrida de rua, o Treinão<br />
Seguros Unimed.<br />
A etapa São Paulo do Circuito do<br />
Sol teve percursos de cinco e dez quilômetros,<br />
com largada dada no Estádio do<br />
Pacaembu.<br />
despesas<br />
Custos Assistenciais<br />
Um estudo da FenaSaúde com<br />
base no dados da ANS apontou<br />
que as despesas assistenciais no<br />
mercado de saúde suplementar<br />
(custeio dos gastos médicos, odontológicos,<br />
hospitalares, exames e<br />
outros procedimentos ambulatoriais)<br />
cresceram 16,7%, totalizando<br />
R$ 102,7 bilhões. Os dados são<br />
referentes ao intervalo de setembro<br />
de 2013 a setembro de 2014.<br />
No mesmo período, as receitas de<br />
contraprestações – ou seja, com<br />
o pagamento das mensalidades<br />
dos beneficiários – apresentaram<br />
aumento de 17,5%, chegando a R$<br />
126,6 bilhões.<br />
A expectativa da FenaSaúde<br />
é de que o setor registre uma expansão<br />
de 2,7% a 3,3% este ano.<br />
odontologia<br />
Selo de qualidade da JCI Accreditation<br />
A Omint deu um passo decisivo para<br />
a expansão de suas operações no segmento<br />
de odontologia. A companhia acaba de<br />
conquistar o selo de qualidade internacional<br />
de saúde JCI Acreditation, para a<br />
clínica odontológica do grupo, a primeira<br />
do gênero a receber a certificação no ocidente.<br />
No Brasil, grandes hospitais como<br />
Albert Einstein, Sírio Libanês e Oswaldo<br />
Cruz contam com a certificação.<br />
A Clínica é uma das mais sofisticadas<br />
do país, com um time de especialistas<br />
em todas as áreas da odontologia<br />
e equipamentos de última geração. São<br />
19 consultórios distribuídos em duas<br />
unidades de operação, uma instalada na<br />
sede da Omint na região da Av. Cidade<br />
Jardim e a outra na Av. Berrini, ambas na<br />
capital paulista. O centro que atende tanto<br />
associados como pacientes particulares,<br />
faz cerca de 6 mil atendimentos ao mês.<br />
A conquista da Omint foi concedida<br />
pela Joint Commission International<br />
(JCI), a mais importante e tradicional<br />
instituição global dedicada à melhoria<br />
das condições de qualidade e segurança<br />
das empresas prestadoras de serviço<br />
na área da saúde, fundada em 1951 nos<br />
Estados Unidos.<br />
48
evento | incentivo<br />
Recompensa em alto mar<br />
❙❙Marcelo Belber, gerente comercial, José Silva dos Santos, diretor administrativo-financeiro, e Laureci Zeviani, diretor comercial<br />
Operadora aposta no<br />
segmento de PME para<br />
manter o desempenho<br />
e estimular vendas dos<br />
corretores<br />
No dia 21 de Janeiro a operadora<br />
de saúde Ameplan realizou<br />
um evento para lançar<br />
a campanha de incentivo aos<br />
corretores intitulada “Feliz 2015 com a<br />
Ameplan – Como uma Onda no Mar”.<br />
O foco deste ano será fazer com que os<br />
corretores invistam na comercialização<br />
de Planos PME e Adesões da empresa.<br />
A campanha, que é a maior já realizada<br />
pela operadora, oferece R$ 200<br />
mil em prêmios e 31 cabines em um<br />
cruzeiro. Serão contemplados corretores,<br />
supervisores, gerentes, plataformas e funcionários<br />
administrativos das corretoras.<br />
Os valores serão creditados em um cartão<br />
desenvolvido especialmente para ações<br />
da operadora.<br />
Para a realização desta campanha,<br />
a operadora contou com o apoio das<br />
empresas Corpore, Divicom e Dentalpar,<br />
que juntas também estão oferecendo 13<br />
cabines com acompanhante.<br />
O evento contou com a presença de<br />
mais de 450 convidados, entre corretores,<br />
empresários, parceiros comerciais,<br />
imprensa e entidades do setor.<br />
A campanha servirá para concretizar<br />
os planos da operadora em 2015. “A Ameplan<br />
em 2014 foi muito bem. Tivemos um<br />
crescimento acima de 15% na carteira e<br />
acima de 20% no faturamento. No ano<br />
de 2015, a nossa meta é a mesma, um<br />
crescimento de, aproximadamente, 20%.<br />
Sairemos de 80 mil vidas para 100 mil.<br />
Existe um mercado pensando negativamente,<br />
mas acreditamos que nossa meta<br />
é factível diante do trabalho que iremos<br />
desenvolver”, afirmou José Silva dos<br />
Santos, diretor administrativo financeiro<br />
da companhia.<br />
A efetividade da campanha parece já<br />
ter sido comprovada na última edição. O<br />
executivo da Ameplan disse que há um<br />
pico visível nas vendas, pois o corretor se<br />
sente extremamente motivado a conseguir<br />
produzir cada vez mais. Silva avaliou<br />
ainda que o foco nas classes C, D e E será<br />
mantido. “Embora existam dificuldades<br />
na economia, as pessoas dessas classes<br />
não são atendidas pelo SUS e procuram<br />
planos de saúde. É aí que nós entramos<br />
para oferecer uma opção com custos mais<br />
acessíveis”, ressaltou.<br />
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comunicação e expressão<br />
por J. B. Oliveira*<br />
“Quando ele ver...”<br />
Meu amigo falava da surpresa que havia preparado para<br />
um adversário que, segundo ele, sequer imaginava o que iria<br />
ocorrer. E foi aí que, empolgado, ele proferiu esse desastroso<br />
“quando ele ver...”<br />
– Desculpe, mas não é quando ele ver e sim quando ele<br />
vir, disse-lhe eu.<br />
(Não, não tenho o hábito de corrigir quem cometa algum<br />
deslize gramatical falando comigo ou perto de mim. Isso,<br />
além de pedante, é deselegante. Só o faço se a própria pessoa<br />
me pedir. E ele – que tem pretensões políticas – já me havia<br />
solicitado que procedesse dessa forma).<br />
– Mas aí é o verbo vir! Replicou ele. Eu estou falando<br />
do verbo ver!<br />
– É aí que mora o perigo! Esses dois verbos causam<br />
mesmo confusão em algumas formas conjugacionais. No caso<br />
em questão, eles estão sendo usados no futuro do subjuntivo,<br />
e as flexões são:<br />
Verbo Vir<br />
Quando eu vier<br />
Quando tu vieres<br />
Quando ele vier<br />
Quando nós viermos<br />
Quando vós vierdes<br />
Quando eles vierem<br />
Verbo Ver<br />
Quando eu vir<br />
Quando tu vires<br />
Quando ele vir<br />
Quando nós virmos<br />
Quando vós virdes<br />
Quando eles virem<br />
Também o Pretérito Perfeito do Indicativo pode gerar<br />
alguma dúvida:<br />
Eu vim<br />
Tu vieste<br />
Ele veio<br />
Nós viemos<br />
Vós viestes<br />
Eles vieram<br />
Eu vi<br />
Tu viste<br />
Ele viu<br />
Nós vimos*<br />
Vós vistes<br />
Eles viram<br />
No Presente do Indicativo, eles são conjugados assim:<br />
Eu venho<br />
Tu vens<br />
Ele vem<br />
Nós vimos*<br />
Vós vindes<br />
Eles vêm<br />
Eu vejo<br />
Tu vês<br />
Ele vê<br />
Nós vemos<br />
Vós vedes<br />
Eles veem<br />
Pode-se observar que nós vimos é flexão do verbo ver no<br />
Pretérito Perfeito e do verbo vir no Presente do Indicativo! É<br />
de se notar também que a 3ª pessoa do plural do verbo vir é<br />
vêm – com circunflexo – e do verbo ver é veem – com dois “es”<br />
e, pelo novo Acordo Ortográfico, sem circunflexo!<br />
Conta-se que quando Jânio Quadros era governador,<br />
atendeu em audiência um grupo de professoras.<br />
– Governador, nós viemos falar com o senhor...<br />
– E não me encontraram? Retrucou Jânio.<br />
– Não, nós viemos agora falar com o senhor.<br />
– Ah! Então é nós vimos, porque viemos é passado!...<br />
Para fechar – e harmonizar a questão – podemos conjugar<br />
os dois verbos no Futuro do Pretérito (antigo Condicional). Aí<br />
um fica com seu “e” e o outro com seu “i”!<br />
Eu viria<br />
Tu virias<br />
Ele viria<br />
Nós viríamos<br />
Vós viríeis<br />
Eles viriam<br />
Eu veria<br />
Tu verias<br />
Ele veria<br />
Nós veríamos<br />
Vós veríeis<br />
Eles veriam<br />
* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />
É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />
www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />
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