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CULTURA INFORMAÇÃO & ESPORTES<br />
https://festivaldecuritiba.com.br/<br />
Grupo Corpo abre 27º Festival de Curitiba<br />
com interpretação dos ritmos da umbanda<br />
Os ritos da religião brasileira conduzem os movimentos da<br />
companhia mineira que se apresenta na Mostra 201 8 nos dias 28 e<br />
29 de <strong>março</strong><br />
O mineiro Grupo Corpo abre o Festival de Curitiba com o<br />
espetáculo que é considerado uma de suas obras primas, “Gira”, na<br />
noite de 27 de <strong>março</strong>, no Teatro Guaíra.<br />
A companhia de dança ainda se apresenta nos dias 28 e 29 de<br />
<strong>março</strong> com o programa duplo aberto ao público “Dança Sinfônica +<br />
Gira”. É a primeira vez que “Gira” é apresentada em Curitiba.<br />
Segundo os curadores da Mostra 201 8, Guilherme Weber e Márcio<br />
Abreu, responsáveis por convidar os espetáculos participantes,<br />
“Gira” traz “os corpos carne e os corpos espírito dos bailarinos em<br />
uma celebração da identidade nacional através da leitura de<br />
Pederneiras e do grupo Metá Metá para ritos religiosos que<br />
recriaram no Brasil uma África simbólica e sua memória de origens<br />
fundantes”.<br />
“Dança Sinfônica”, por sua vez, “é uma viagem memorialística pelos<br />
quarenta anos da Companhia mineira com os bailarinos<br />
presentificando em seus corpos um vocabulário construído através<br />
de diferentes peças, em uma vitória da arte contra o tempo”, na<br />
opinião dos dois curadores.<br />
Gira<br />
Os ritos da umbanda – a mais cultuada das religiões nascidas no<br />
Brasil, resultado da fusão do candomblé com o catolicismo e o<br />
kardecismo – são a grande fonte de inspiração da estética cênica<br />
de “Gira”.<br />
Exu, o mais humano dos orixás – sem o qual, nas religiões de<br />
matriz africana, o culto simplesmente não funciona – é o motivo<br />
poético que guia os onze temas musicais criados pelo Metá Metá<br />
para “Gira”.<br />
Mergulhar no universo das religiões afro-brasileiras para se alinhar<br />
ao tema proposto pelo Metá Metá foram as primeiras providências<br />
dos criadores do Grupo Corpo.<br />
Alimentado pela experiência em ritos de celebração tanto do<br />
candomblé quanto da umbanda - em especial as giras de Exu -,<br />
Rodrigo Pederneiras reconstrói o poderoso glossário de gestos e<br />
movimentos a que teve acesso.<br />
Nos figurinos, Freusa Zechmeister adota a mesma linguagem para<br />
todo o elenco, independente do gênero: torso nu, com a outra<br />
metade do corpo coberta por saias brancas de corte primitivo e<br />
tecido cru.<br />
Dança Sinfônica<br />
Criada para a celebração dos 40 anos de atividade do Grupo Corpo,<br />
em 201 5, “Dança Sinfônica” se estrutura a partir da reconstrução de<br />
memórias da companhia. Marco Antônio Guimarães - autor de<br />
trilhas como 21 (1 992) e Bach (1 996) - funde em uma só trama<br />
peças inéditas e passagens musicais que evocam balés que<br />
marcaram a história recente da companhia.<br />
O conjunto de temas, escrito para a Orquestra Filarmônica de Minas<br />
Gerais e interligado por pontes musicais executadas pelo grupo<br />
Uakti, permite a Rodrigo Pederneiras revisitar o vocabulário que<br />
havia deixado para trás e sintetizar a escritura coreográfica de 34<br />
anos de residência na companhia.<br />
Garimpados nos acervos particulares de profissionais que<br />
colaboraram ou exerceram algum tipo de influência na trajetória do<br />
Grupo Corpo ao longo desses 40 anos – de bailarinos e maîtres de<br />
ballet a técnicos e camareiros –, mais de mil flagrantes fotográficos<br />
informais compõem o painel cenográfico, de oito por 1 6 metros do<br />
espetáculo.<br />
Apresentadores, patrocinadores e apoiadores