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Jornal das Oficinas 149

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07<br />

› Uma liderança de qualidade é crucial para o sucesso de uma empresa. Existem vários estilos, mas<br />

certos valores são obrigatórios. O <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> falou com João Alberto Catalão, autor<br />

de livros motivacionais, para entender o que é isto de “ser ou não ser líder”<br />

Por: Jorge Flores<br />

iderança. A palavra é forte<br />

e impõe a sua presença<br />

em qualquer frase onde<br />

apareça. Muito se tem dito e escrito sobre<br />

o que deve ser um líder competente.<br />

E sobre o que não deve ser. Mas poucos,<br />

como o autor norte-americano Jim<br />

Rohn, resumiram a sua essência, sob a<br />

forma de dilema. “O desafio da liderança<br />

é ser forte, mas não parecer rude; ser<br />

gentil, mas não fraco; ser ousado, mas<br />

não intimidar; ser humilde, mas não tímido;<br />

ser orgulhoso, mas não arrogante,<br />

ter humor, mas sem loucura”. Complexo?<br />

Porventura. Mas quem disse que esta<br />

é uma competência acessível a todos<br />

quantos a queiram? Mas, afinal, de que<br />

falamos quando o tema é liderança? Em<br />

entrevista ao <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, João<br />

Alberto Catalão, empresário, coach e<br />

mentor de executivos, docente, speaker<br />

e autor de livros motivacionais, começou<br />

por partilhar o seu ponto de vista.<br />

“Liderar, nos atuais contextos, repletos<br />

de inconstância, velocidade, inovação,<br />

resiliência e competitividade, é, acima<br />

de tudo, um jogo de intangíveis, onde<br />

predominam a confiança, a inspiração, a<br />

intermediação, a motivação e a influência<br />

positiva”.<br />

De resto, desenganem-se aqueles<br />

que consideram que existe apenas um<br />

modelo único de liderança, aplicável a<br />

todos os contextos e realidades. Não<br />

funciona assim, como esclarece João<br />

de todos os membros <strong>das</strong> equipas por<br />

si liderados”, revela.<br />

n CONCEITO EM EVOLUÇÃO<br />

Apesar de não ser um conceito fechado,<br />

existem várias características indispensáveis<br />

aos líderes empresariais. “Atenção,<br />

curiosidade, resiliência, positivismo, criatividade<br />

e visão”, elenca João Alberto Catalão.<br />

Na outra ponta do raciocínio, estão<br />

os defeitos que estes nunca poderão<br />

ter. “Desonestidade intelectual, inércia,<br />

distância e ambiguidade”, acrescenta o<br />

especialista na matéria.<br />

Segundo o nosso entrevistado, uma liderança<br />

de qualidade, nos tempos atuais,<br />

deve ser “assente na sustentabilidade, humanizada,<br />

com valores e a 360°”, adianta o<br />

autor, que reconhece que o conceito tem<br />

evoluído na história. “Sim. Os novos paradigmas<br />

de mercado, as novas exigências e<br />

as tecnologias estão a provocar alterações<br />

muito significativas no conceito de liderança.<br />

Uma certeza: quem não acompanhar<br />

os novos tempos, vai com o tempo...”,<br />

alerta João Alberto Catalão.<br />

Em permanente contacto com empresários<br />

de vários setores, o speaker em<br />

temas motivacionais tem encontrado,<br />

nas suas muitas palestras, erros típicos,<br />

mas suficientes para, por vezes, colocarem<br />

em causa a viabilidade <strong>das</strong> próprias<br />

empresas. “Resistência à mudança, incapacidade<br />

para atrair e reter talentos”,<br />

resume a mesma fonte.<br />

n POSSIBILIDADES EM ABERTO<br />

Ponto fundamental a ter em consideração<br />

pelos líderes é a forma como a<br />

empresa se relaciona com os seus colaboradores.<br />

A comunicação é essencial.<br />

E deve fluir de forma natural.<br />

“Essencialmente, através de perguntas<br />

que estimulem a descoberta de novas<br />

possibilidades”, garante. Até porque<br />

Joaquim Candeias, administrador do bilstein group Portugal<br />

“Um líder deve respeitar e ser respeitado”<br />

João Alberto Catalão é empresário, coach,<br />

mentor de executivos, docente, speaker e<br />

autor de diversos livros motivacionais<br />

Alberto Catalão. “Dois paradigmas de<br />

liderança estão presentes na maioria <strong>das</strong><br />

organizações: a Liderança Ortodoxa, a<br />

qual apelido de Liderança ‘Maestro’ e a<br />

Liderança Integral e Situacional, a qual<br />

integra a capacidade de auto liderança,<br />

a capacidade de conhecer, inspirar e promover<br />

o desenvolvimento da qualidade<br />

Para Joaquim Candeias, responsável da filial portuguesa do<br />

bilstein group, pela sua maneira de ser e pelo “estilo de gestão”,<br />

em primeiro lugar, “é necessário ter a capacidade de saber<br />

respeitar toda a equipa/colaboradores para poder ser considerado<br />

e respeitado como líder”, afirma. Condição essencial. “Com este<br />

princípio básico, são cria<strong>das</strong> as condições para que todos sigam<br />

o líder, não por ele ser o chefe, mas por ser alguém respeitado e<br />

em quem todos acreditam”, ou seja, alguém que “tem a capacidade<br />

de atuar por antecipação”, sustenta. “Ter a visão antes dos<br />

factos é essencial num líder, onde a mente aberta à inovação e a<br />

novos desafios se tornam na sua rotina do dia a dia, para poder<br />

projetar a sua atividade diária, numa perspetiva ou estratégia<br />

de médio/longo prazo, onde cria os seus próprios objetivos e<br />

as metas a atingir com todos os que o rodeiam e que, inequivocamente,<br />

o apoiam”, diz.<br />

Fundamental, na sua opinião, é a comunicação com a equipa.<br />

“Utilizo, diariamente, duas palavras que todos os meus colegas/<br />

colaboradores bem conhecem: organização e comunicação. Por<br />

essa razão, a comunicação, para mim, é muito importante. E é<br />

algo que é muito promovido dentro da empresa, garantindo<br />

mais conhecimento interno, mais organização e, finalmente,<br />

melhores resultados a todos os níveis. Normalmente, o líder não<br />

tem capacidade de entrar muito no detalhe da sua organização,<br />

necessitando de usar a sua estrutura ou hierarquia para tal, mas<br />

deve partilhar e recolher a informação adequada para o ajudar<br />

a comunicar em todos os degraus da empresa, captando a atenção<br />

e o respeito de todos”, explica. Nesse sentido, a motivação<br />

não será nunca uma palavra vã. “Poderia enumerar imensas<br />

ações nesse sentido, mas, na verdade, apenas me concentro em<br />

algo que, ao conseguir atingir, certamente tenho garantida a<br />

motivação da equipa. Esforço-me imenso para ter ações diárias<br />

em diversas vertentes de modo a criar ou fomentar em todos o<br />

orgulho de trabalhar na nossa organização. Penso que o ‘orgulho’<br />

está alguns patamares acima da ‘motivação’ e, assim, com esta<br />

maneira de estar, penso estarem reuni<strong>das</strong> to<strong>das</strong> as condições<br />

para se conseguirem muito bons resultados, com muita consistência<br />

e regularidade. A motivação é efetiva, a tempo inteiro,<br />

como acontece dentro da nossa equipa e empresa”, garante. ✱<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Abril I 2018

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