Take 48
Feminismos
Feminismos
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
UM QUARTO<br />
QUE SEJA SEU<br />
SARA GALVÃO<br />
Esta edição da <strong>Take</strong> é dedicada aos Feminismos. Plural, porque se é claro<br />
que o feminismo defende a igualdade entre os sexos, o modo de chegar a<br />
essa igualdade (ou mesmo o que essa igualdade significa) são pontos de<br />
discussão desde quando primeiro se lutou pelo sufrágio feminino.<br />
Há quem ache que, no mundo contemporâneo, já não há necessidade<br />
para feminismos. Enquanto escrevo, vamos na quinta nomeação de uma<br />
mulher para melhor realizador pela Academia (parabéns Greta Gerwig),<br />
e Hollywood tenta lidar com um escândalo de abuso sexual e de poder<br />
de tamanho inimaginável. Dizer que já não precisamos de feminismo é,<br />
no mínimo, nas palavras daquele grande filósofo acidental dos nossos<br />
tempos, fake news.<br />
Haviam muitos caminhos por onde escolher que filmes iriam fazer parte<br />
desta edição. Decidimos que, longe de ir pelo mais simples caminho de<br />
dedicar uma edição a filmes realizados exclusivamente por mulheres<br />
(possível, interessante, mas não necessariamente um espelho dos<br />
feminismos que nos interessam), iríamos fazer um smorgasbord de filmes<br />
que apresentam retratos femininos fora do comum. Alguns são marcados<br />
pela luta dos géneros (Liga de Mulheres), outros ousam dar voz à<br />
experiência feminina, sem desculpas nem justificações (Persépolis).<br />
Parte deles nem sequer foram estreados em Portugal.<br />
Em suma, a <strong>Take</strong> Feminismos não é para ser vista como uma tese sobre<br />
um tema que, mais uma vez, é inesgotável, mas como aperitivo às vossas<br />
próprias explorações cinematográficas. E, como sempre, bons filmes!