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Revista Educação e Reflexão Ano 7 Ed. 12

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<strong>Revista</strong> da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú. A gestão refletindo suas práticas. <strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong>- Outubro de 2017<br />

ISSN: 2237-7883<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> &<br />

<strong>Reflexão</strong><br />

ENTREVISTA<br />

Prof.a Dra Mônica<br />

Martins Samia<br />

p. 15<br />

Coluna EDUCAR<br />

Política de<br />

Brinquedotecas<br />

Escolares<br />

p. 19<br />

É Notícia<br />

Prefeitura realiza<br />

cerimônia de<br />

inauguração do CEI Elsa<br />

Maria Laureano Pereira<br />

p. 24<br />

Artigos Científicos<br />

O Projeto Paralapraca e<br />

suas contribuições para<br />

a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em<br />

Maracanaú<br />

p. 83<br />

A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Movimento:<br />

contextos, percursos e possibilidades


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

SUMÁRIO<br />

2<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

O registro de mais de uma década<br />

de história da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

de Maracanaú<br />

04<br />

ENTREVISTA<br />

Profª Dra Mônica<br />

Martins Samia<br />

Fala sobre as perspectivas da<br />

formação centrada na escola de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

15<br />

Dica de Filme<br />

CULTURAL<br />

É NOTÍCIA<br />

CIENTÍFICA<br />

E MAIS:<br />

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A INTERAÇÃO NA<br />

EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA MUNICIPAL<br />

DE MARACANAÚ<br />

O documentário passeia pelas<br />

possibilidades de criação da<br />

cultura da infância dentro das<br />

instituições públicas de ensino<br />

21<br />

É Notícia<br />

Prefeitura realiza cerimônia de<br />

inauguração do CEI Elsa Maria<br />

Laureano Pereira<br />

24<br />

Artigo produzido por<br />

professores<br />

55<br />

Universidade Aberta do Brasil promove aula inaugural no polo Maracanaú<br />

Prefeitura realiza cerimônia de inauguração do CEI Elsa Maria Laureano Pereira<br />

Prefeitura inaugura quadra poliesportiva coberta na EMEF Maria Pereira da Silva<br />

Maracanaú participa do Seminário Internacional Mais Infância Ceará<br />

EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo comemora 10 anos<br />

Projeto ‘Eu sou Cidadão - Amigos da Leitura’ é lançado para alunos da rede municipal<br />

Escolas municipais realizam eleições para Grêmios Estudantis<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza solenidade de posse dos Grêmios Estudantis<br />

Escolas de Maracanaú participam do Congresso dos Amigos da Leitura na XII Bienal Internacional do Livro no Ceará<br />

Escolas e Comunidades se mobilizam no Combate ao Mosquito Aedes Aegypti<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza palestra sobre Autismo Infantil e seus cuidados<br />

SME mobiliza escolas no dia Nacional de Luta Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes<br />

Centro de Línguas de Maracanaú promove V CLM Comunica<br />

Prefeitura inicia entrega do fardamento escolar para alunos da rede Municipal<br />

SME realiza III Encontro das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (Com-Vida) de Maracanaú<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza etapa municipal do Prêmio Peteca<br />

Alunos da rede municipal participam da solenidade de formatura do Proerd<br />

XII Encontro Estadual dos Conselhos Municipais de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> do Estado do Ceará é realizado em Maracanaú<br />

EMEIEF José Assis de Oliveira participa do Projeto Itinerante Galera do DNIT<br />

23<br />

24<br />

25<br />

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39<br />

40<br />

41<br />

42


EDITORIAL<br />

A cidade de Maracanaú, desde<br />

1995, realiza atendimento educacional<br />

às crianças, processo que se ampliou em<br />

2005, com a municipalização da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, obedecendo aos dispositivos legais<br />

estabelecidos na Constituição Federal<br />

Brasileira de 1988 e na Lei de Diretrizes e<br />

Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Nacional - Lei 9394/96<br />

(BRASIL 1996), que estabelecem a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil como um direito social e primeira<br />

etapa da educação básica, tendo como<br />

finalidade o desenvolvimento integral<br />

da criança de até 5 (cinco) anos, em seus<br />

aspectos físico, psicológico, intelectual e<br />

social, complementando a ação da família e<br />

da comunidade.<br />

A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no município<br />

se configura como um espaço onde as<br />

práticas pedagógicas são orientadas pelas<br />

Diretrizes Curriculares Nacionais para a<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil – DCNEI (BRASIL 2009),<br />

que determinam as interações e a brincadeira<br />

como eixos norteadores da aprendizagem<br />

e desenvolvimento infantil. Nas creches<br />

e pré-escolas, as crianças ampliam seu<br />

conhecimento acerca do mundo físico,<br />

social, político e cultural, interagem com<br />

seus pares, com outros adultos e diferentes<br />

culturas, brincam e participam de diversas<br />

experiências.<br />

Os professores da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, por sua vez, participam como<br />

importantes mediadores, através de seus<br />

saberes e experiências, apoiando as crianças<br />

em suas vivências cotidianas na instituição,<br />

contribuindo para o fortalecimento da<br />

sua autoestima, autonomia, curiosidade,<br />

conhecimento de mundo e ampliação das<br />

diferentes linguagens.<br />

A Secretaria Municipal de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú, considerando as<br />

especificidades da rede, tem efetivado ações<br />

no sentido de ampliar o atendimento às<br />

crianças em turmas de creches (zero a três<br />

anos) e pré-escola (quatro a cinco anos),<br />

bem como tem desenvolvido formações<br />

continuadas junto aos gestores gerais,<br />

coordenadores pedagógicos e professores,<br />

na perspectiva da melhoria da qualidade<br />

das práticas educativas vivenciadas nas<br />

instituições.<br />

Em 2013, o município foi<br />

selecionado, pelo Instituto C&A e pela<br />

Organização não Governamental Avante<br />

– <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização Social, para<br />

participar do Programa Paralapracá, o qual<br />

tem por objetivo principal contribuir para<br />

um atendimento de qualidade na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, através de duas frentes de trabalho:<br />

a formação continuada de profissionais da<br />

educação e o acesso a materiais para crianças<br />

e professores. O processo de formação<br />

continuada baseia-se nos eixos: Assim se<br />

brinca, Assim se faz artes visuais, Assim se<br />

faz música, Assim se faz literatura, Assim<br />

se explora do mundo e Assim se organiza o<br />

ambiente.<br />

Outra ação relevante, em prol<br />

da primeira infância em Maracanaú, é a<br />

realização da Semana do Bebê, uma iniciativa<br />

que nasceu em Canela (RS) e tem o apoio<br />

do Fundo das Nações Unidas pela Infância<br />

(UNICEF), para assim, mobilizar os demais<br />

municípios brasileiros pela garantia dos<br />

direitos da gestante, puérpera e crianças em<br />

seus primeiros anos de vida. No município,<br />

esta ação foi impulsionada pela primeiradama<br />

Kamile Camurça, que articulou as<br />

diferentes Secretarias através de uma<br />

Comissão Intersetorial para desempenhar<br />

inúmeras atividades nos equipamentos<br />

públicos. Dentre as grandes conquistas,<br />

registra-se a aprovação da Lei Municipal nº<br />

2.065/2013, que institucionaliza a Semana do<br />

Bebê.<br />

Diante de todas as iniciativas<br />

realizadas, a Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de<br />

Maracanaú reconhece a importância da<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e seu valor social, com vistas<br />

a garantir os direitos da criança.<br />

José Marcelo Farias Lima<br />

Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

P REFEITURA DE<br />

MARACANAÚ<br />

Rua Capitão Valdemar de Lima, 202<br />

Maracanaú (CE)<br />

Telefone: (85) 3521.5663<br />

seduc@maracanau.ce.gov.br<br />

Prefeito: Firmo Camurça<br />

Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>: José Marcelo<br />

Farias Lima<br />

Expediente<br />

Coordenação <strong>Ed</strong>itorial:<br />

Antonio Nilson Gomes Moreira<br />

Conselho <strong>Ed</strong>itorial:<br />

Arlete Moura de Oliveira Cabral,<br />

Glaucia Mirian de Oliveira Souza,<br />

Gleíza Guerra de Assis Braga, Kamile<br />

Lima de Freitas Camurça e Rosana<br />

Maria Cavalcanti Soares<br />

Jornalista Responsável,<br />

Direção de Arte, Diagramação,<br />

Reportagem e <strong>Ed</strong>ição:<br />

Bruna Cleia Marques<br />

JP 3724/CE<br />

Projeto gráfico<br />

Thiago Mena Barreto Viana<br />

Revisão:<br />

Monique Lima Ferreira Kuhn<br />

TIC:<br />

João Batista Monteiro Soares<br />

Foto de Capa:<br />

Bruna Cleia Marques<br />

Estagiários de Comunicação:<br />

Francisco Orlenildo Cordeiro de Souza<br />

Regina Wesliane Lucas de Sousa


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

4<br />

A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Maracanaú - CE<br />

de 2005 a 2016<br />

Texto: <strong>Ed</strong>lane de Freitas Chaves<br />

Francisca Nepomucena Moura<br />

Solange Maria Silvestre Maciel<br />

“A educação infantil, primeira etapa da educação<br />

básica, tem como finalidade o desenvolvimento<br />

integral da criança de até 5 (cinco) anos, em<br />

seus aspectos físico, psicológico, intelectual e<br />

social, complementando a ação da família e da<br />

comunidade.” (Lei nº 9.394/96, Art. 29)<br />

O município de Maracanaú reconhece<br />

a infância como a fase essencial para o<br />

desenvolvimento do caráter, autoestima,<br />

autonomia, sinceridade, criatividade, disciplina e<br />

sociabilidade do ser humano. Neste sentido, desde<br />

1999, tem somado esforços para assegurar a oferta<br />

desta etapa primordial da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica, tal<br />

como o acesso e permanência. Isso tem mobilizado<br />

decisões administrativas e pedagógicas, com vistas<br />

à melhoria da qualidade do atendimento dessa<br />

etapa de ensino.<br />

O registro de mais de uma década (2005 –<br />

2016) de história da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil nos permite<br />

resgatar acontecimentos e parceiros que deixaram<br />

suas marcas na tessitura de práticas educativas à luz<br />

da legislação e documentos oficiais que normatizam<br />

e defendem uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil de qualidade.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

5<br />

Municipalização da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

Mediante o Parecer nº 01∕2005 do<br />

Conselho Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>-CME,<br />

o atendimento às crianças de 4 e 5 anos<br />

foi municipalizado. Com essa conquista,<br />

o município deu um salto qualitativo<br />

no reconhecimento da criança como<br />

sujeito de direitos.<br />

2005<br />

2006 2007<br />

Visibilidade das Práticas Docentes<br />

Lançamento do I Relato das Experiências<br />

Docentes da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, que<br />

teve como objetivo o de socializar as<br />

práticas cotidianas vivenciadas junto<br />

às crianças nas escolas municipais,<br />

dando visibilidade aos processos de<br />

formação continuada com professores<br />

e coordenadores pedagógicos.<br />

Adesão ao Programa de Alfabetização na<br />

Idade Certa – PAIC<br />

Instituído pelo Governo Estatual do Ceará, o PAIC,<br />

através da Lei nº 14.026 de 17 dezembro de 2007,<br />

traz a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil como um dos seus eixos,<br />

o qual vem contribuindo no processo formativo<br />

e nas práticas pedagógicas dos professores,<br />

reverberando assim nas experiências vivenciadas<br />

com as crianças.<br />

Programa Formar em Rede<br />

Parceria instituída com o Instituto Avisa Lá, que por<br />

meio do Programa Formar em Rede desenvolveu<br />

uma proposta de formação continuada com foco<br />

nos formadores, coordenadores pedagógicos<br />

e professores, com duração de dois anos. As<br />

ações formativas abordaram o “Brincar na<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”, possibilitando reflexões sobre<br />

a temática, bem como a melhoria da qualidade<br />

dessas práticas nas instituições.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

6<br />

Programa Formar em Rede<br />

Dando continuidade a parceria firmada em 2007 com o<br />

Instituto Avisa Lá, desenvolveram-se ações formativas com<br />

os coordenadores pedagógicos, que por sua vez realizaram<br />

encontros formativos com os professores na instituição que<br />

atuavam. A temática abordada durante o ano teve como foco<br />

“Cultura Escrita – Leitura pelo Professor”, visando aproximar<br />

a criança do mundo letrado evidenciando a função social da<br />

escrita e o papel adulto como referência de comportamentos<br />

leitores.<br />

Concurso Público<br />

Pela primeira vez, em Concurso Público, foram disponibilizadas<br />

vagas para professores com formação em nível superior,<br />

destinadas à lotação em turmas de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

2008 2009 2010<br />

Indicadores da Qualidade da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

e Programa de Autonomia Escolar- PAE Infantil<br />

Por meio de adesão voluntária, das vinte e cinco<br />

instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, vinte e três<br />

destas realizaram a avaliação institucional na<br />

perspectiva de possibilitar a participação da<br />

comunidade escolar com ênfase nos pontos fortes<br />

e nos desafios. O referido processo culminou com<br />

a elaboração e aprovação da Lei nº 1.502 de 17 de<br />

dezembro de 2009 que estabelece o Programa<br />

de Autonomia Escolar – PAE Infantil destinando<br />

recursos financeiros às Instituições para aquisição<br />

de materiais pedagógicos necessários ao<br />

desenvolvimento das experiências docentes junto<br />

às crianças.<br />

Seminário com <strong>Ed</strong>ucadores Infantis de<br />

Maracanaú<br />

O Seminário abordou a temática “Desafios<br />

e Perspectivas da Inclusão Escolar na<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Maracanaú”. Nesta<br />

perspectiva, contextualizou a história da<br />

educação inclusiva, situando o Brasil e<br />

o município diante da atual legislação,<br />

evidenciado o processo de Atendimento<br />

<strong>Ed</strong>ucacional Especializado-AEE nas salas<br />

de recursos multifuncionais.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

V Relato das Experiências Docentes<br />

Na perspectiva de revelar as vivências<br />

presentes no cotidiano das instituições<br />

e abordar a temática: “As Múltiplas<br />

Linguagens na Organização do Trabalho<br />

Pedagógico, retrato do cotidiano” foi<br />

realizado o V Relato das Experiências<br />

Docentes da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. Esta<br />

ação evidencia o processo formativo<br />

realizado junto aos profissionais e suas<br />

ressonâncias nas práticas realizadas<br />

junto às crianças.<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

2011 20<strong>12</strong> 2013<br />

Plano Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – PME<br />

A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Maracanaú foi<br />

contemplada no Plano Municipal de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> (PME), aprovado pela Lei<br />

nº 1.865, de 15 de junho de 20<strong>12</strong>, em<br />

consonância com o Plano Nacional de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – PNE. Em seu Anexo Único<br />

foram traçadas metas e estratégias que<br />

visam a universalização, até 2016, do<br />

atendimento escolar da população de<br />

4 e 5 anos, e ampliação, até 2020, da<br />

oferta de educação infantil de forma a<br />

atender a 50% da população de até 3<br />

anos; do mesmo modo que ofertar a<br />

educação infantil garantindo os padrões<br />

de qualidade.<br />

7<br />

Projeto PARALAPRACÁ em Maracanaú<br />

“Toda criança tem direito a uma escola equitativa, plural e<br />

acolhedora”, este é o princípio básico do Projeto Paralapracá<br />

que chegou na rede municipal mediante uma seleção, da qual<br />

participaram sessenta e quatro municípios do Nordeste.<br />

A parceria firmada para o período de 2013 – 2017 entre o<br />

Instituto C&A, Avante e o Município visa contribuir com a<br />

melhoria da qualidade das práticas pedagógicas desenvolvidas<br />

nas instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. O Paralapracá estrutura-se<br />

por meio de duas linhas de ação complementares e articuladas: a<br />

formação de formadores, com foco no coordenador pedagógico<br />

e o acesso a materiais de qualidade, para as crianças e para os<br />

profissionais que atuam junto a elas.<br />

Intercâmbio Reggio Emilia – Itália<br />

O Instituto C&A e AVANTE – <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização Social<br />

– através do projeto PARALAPRACÁ ao firmarem parcerias<br />

com as Secretarias Municipais de Camaçari (BA), Maceió (AL),<br />

Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE), iniciou as ações no II<br />

Ciclo do referido projeto, por meio de um intercâmbio a Reggio<br />

Children – Centro Internacional pela Defesa e Promoção dos<br />

Direitos e Potencialidades de Todas as Crianças, em Reggio<br />

Emilia, na Itália.<br />

O intercâmbio em pauta teve como objetivo contribuir para o<br />

fortalecimento das práticas de gestão de Prefeitos, Secretários<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Coordenadores de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, na<br />

perspectiva de ampliarem seus olhares diante da Infância em<br />

seus Municípios, e assim, implementarem políticas públicas<br />

consistentes e adequadas para a criança pequena.<br />

Semana do Bebê em Maracanaú<br />

A Semana do Bebê em Maracanaú foi instituída por meio da<br />

Lei Municipal nº 2.065∕2013, sendo realizada anualmente no<br />

mês de setembro. As ações são planejadas por meio de uma<br />

comissão intersetorial composta por profissionais de várias<br />

secretarias do município potencializando assim, o atendimento<br />

das gestantes e das crianças pequenas. Em relação a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, percebeu-se uma ressonância significativa nas práticas<br />

vivenciadas no cotidiano das instituições, visto o envolvimento<br />

das famílias, maior visibilidade das infâncias do município bem<br />

como no fortalecimento das ações Intersetorial. Vale ressaltar<br />

ainda, que Maracanaú foi classificado para apresentar a referida<br />

experiência em duas edições da Mostra Internacional das<br />

Semanas do Bebê - UNICEF, em 2014 [Belém∕ PA] e em 2016<br />

[Recife∕ PE], como inspiração para outros municípios brasileiros.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

8<br />

Avaliação Externa – PARALAPRACÁ<br />

A avaliação realizada pela consultoria MOVE – Avaliação e<br />

Estratégia em Desenvolvimento Social teve por foco três<br />

aspectos a saber: A Política Municipal, o desenvolvimento<br />

profissional dos coordenadores pedagógicos e<br />

professores e ainda a qualidade do atendimento às<br />

crianças. Para tanto, foram organizados grupos focais que<br />

revelaram as conquistas, os desafios e as perspectivas<br />

para <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, apresentando assim, um retrato<br />

da Rede de Maracanaú e seus diversos contextos.<br />

2014 2015 2016<br />

Expansão do projeto PARALAPRACÁ em<br />

Maracanaú<br />

Em 2015, aconteceu a expansão do projeto<br />

Paralapracá, que inicialmente atendia 30<br />

instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil (23 da rede<br />

municipal e 7 da rede contratada). Desse modo,<br />

a ampliação abrangeu mais 31 instituições,<br />

o que possibilitou reafirmar a importância<br />

da metodologia e dos princípios do projeto<br />

nos processos formativos, bem como na<br />

qualificação das práticas docentes.<br />

Uma inovação formativa desse percurso<br />

foi a inserção de um Ambiente Virtual de<br />

Aprendizagem-AVA, para potencializar a<br />

relação entre formadoras e coordenadoras<br />

pedagógicas na formação continuada, de<br />

maneira a contemplar também uma proposta<br />

de educação à distância sem distância, dando<br />

visibilidade à cultura da infância.<br />

Memorial da Gestão da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil - Por<br />

uma transição Republicana<br />

A elaboração do Memorial da Gestão da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil significou o registro de uma trajetória vivida,<br />

fruto de uma parceria com o Instituto C&A, AVANTE<br />

e Município, tendo como resultado a narrativa da<br />

própria experiência de Maracanaú na gestão de<br />

2013 a 2016. O referido documento teve como<br />

objetivo registrar os aspectos considerados mais<br />

relevantes ou desafiadores para a gestão, como<br />

também orientar as questões administrativas<br />

e pedagógicas. Esta publicação representa um<br />

instrumento de avaliação de políticas públicas, que<br />

possibilita identificar e avaliar os impactos das ações<br />

da gestão, visualizar um panorama geral da rede,<br />

além de propor recomendações para a política da<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no município.<br />

X Relato de Experiências Docentes da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil de Maracanaú<br />

O X Relato das Experiências Docentes da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil destacou-se como momento de ampliação<br />

dos modos de ver, e possibilidades no fazer.<br />

O registro das práticas pedagógicas é elemento<br />

essencial que proporciona a oportunidade de refletir<br />

e dialogar sobre o vivido, no sentido de provocar o<br />

olhar reflexivo para o despertar de transformações<br />

nos fazeres e saberes do sujeito-educador.<br />

Nesse contexto, os relatos das experiências<br />

dos professores de Maracanaú manifestam a<br />

ressignificação da ação docente, considerando as<br />

múltiplas linguagens dos bebês, das crianças bem<br />

pequenas e das crianças pequenas da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

9<br />

Relato de experiências em uma turma<br />

de Pré I: o Projeto Literatura de Cordel<br />

Texto: Ana Paula Ramos de Moraes<br />

Professora da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil – PRÉ I<br />

Aspectos da vida cultural, social e política<br />

interferem e fazem parte do currículo presente<br />

no cotidiano e das escolas. Nesse sentido, nós da<br />

EMEIEF Parque Piratininga buscamos traduzir de<br />

forma lúdica e criativa aulas que despertem nas<br />

crianças o interesse e a participação nas atividades<br />

e ações desenvolvidas em âmbito escolar.<br />

A instituição educacional oferta turmas de<br />

pré-escola ao terceiro ano do Ensino Fundamental.<br />

Os professores juntamente com a coordenação<br />

pedagógica elaboram projetos em momentos de<br />

planejamento coletivo, os quais ocorrem a cada<br />

bimestre e são fundamentais para o processo de<br />

aprendizagem dos alunos.<br />

Nesse contexto, no ano de 2015, adotamos<br />

o Projeto Literário, que passou a ser realizado<br />

anualmente. No ano de 2016, a turma do Pré I,<br />

composta por crianças na faixa etária de 3 a 4 anos,<br />

trabalhou a literatura de cordel, que foi pensada<br />

a partir do eixo “Assim se faz literatura” do Projeto<br />

Paralapracá, e que vem alavancando e fortalecendo<br />

as ações que se referem à <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

O Projeto Literário teve início a partir de<br />

uma conversa sobre a literatura de cordel, que são<br />

produções expostas em cordas, próprias da cultura<br />

nordestina. O primeiro contato foi por meio do<br />

manuseio de diversos folhetos compostos por textos<br />

e imagens. Neste momento, as crianças perceberam


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

10<br />

como os livretos são pequenos, como os desenhos<br />

da capa são diferentes e apresentaram dificuldade<br />

na pronúncia da palavra “xilogravura”, achando-a<br />

engraçada. Assistiram a vídeos que mostravam a<br />

arte de talhar a madeira, formando novas imagens<br />

que, após prensadas, seriam a capa de um folheto.<br />

Posteriormente, direcionamo-nos para o<br />

pátio da escola, onde foi proposto fazermos nossa<br />

primeira xilogravura: espalhamos tinta guache<br />

sobre a mesa e desenhamos livremente com os<br />

dedos. Inicialmente, alguns alunos pareciam ter<br />

nojo ou receio de sujar-se com a tinta, mas no<br />

decorrer da atividade, percebendo o prazer dos<br />

demais, permitiram-se participar desta experiência.<br />

Conforme desenhavam, ouvia-se o burburinho das<br />

crianças falando: “Olha tia, fiz uma flor. Agora, vou<br />

fazer uma borboleta”. Outras mostravam o desenho<br />

para o amigo ao lado afirmando ter feito a produção<br />

mais bonita. Com os desenhos prontos, prensamos<br />

uma folha de papel nos trabalhos das crianças. Foi<br />

interessante vê-las maravilhadas com o resultado<br />

de sua arte.<br />

Diante das gravuras visualizadas na<br />

literatura de cordel, vimos a necessidade de retratar<br />

o sertão nordestino. A cada elemento construído,<br />

as crianças demonstravam compreender melhor<br />

sua cultura. Nesse contexto, muitos diálogos foram<br />

elaborados por elas enquanto faziam um grande<br />

painel representando o sertão, trazendo elementos<br />

para ilustrar a seca no nordeste: o sol grande e forte,<br />

o chão seco, a falta de água para beber.<br />

Durante o projeto, ouvimos e brincamos com<br />

as rimas tradicionalmente cantadas por repentistas<br />

em seus duelos, dando enfoque ao grande poeta<br />

Patativa do Assaré. Também cantamos e tocamos<br />

canções do repertório cearense, como a música “Asa<br />

Branca”, de Luiz Gonzaga, que relata o cotidiano do<br />

homem do sertão nordestino.<br />

Todo o processo de elaboração e execução<br />

do projeto foi bastante movimentado, pois a<br />

participação das crianças e do corpo docente<br />

da escola possibilitou um trabalho coletivo e,<br />

consequentemente, bem sucedido.<br />

A culminância do projeto literário foi uma<br />

festa! No primeiro dia, apreciamos as apresentações<br />

da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e do Ensino Fundamental. As<br />

crianças menores observaram atentos a forma de<br />

falar e agir em público das maiores, enquanto nós,<br />

adultos, ficamos a observá-las em sua desenvoltura,<br />

alegria e espontaneidade na forma de conduzir a<br />

apresentação das experiências vividas.<br />

Já em sala de aula, as crianças apresentaram<br />

seus trabalhos aos colegas de outras turmas<br />

da escola como também às suas famílias, que<br />

foram convidadas a participar do projeto. E com<br />

empolgação a iniciativa foi considerada por todos<br />

um grande sucesso e que precisa se repetir.<br />

No dia seguinte, as crianças estavam<br />

radiantes por suas experiências: uma delas, ao falar<br />

sobre o cangaço, afirmou que os cangaceiros são<br />

parecidos com piratas pelo estilo de roupa que<br />

usavam, modo de agir e falar que perceberam ao<br />

ouvir histórias como a do Lampião. A relação foi<br />

interessante levando-nos a refletir sobre a forma de<br />

pensar da criança. A fantasia e o real estão juntos,<br />

enriquecendo os pensamentos infantis. Como<br />

adultos, precisamos ter consciência da importância<br />

de estimular a imaginação e a expressão do que<br />

sentem.<br />

A construção do conhecimento é bem mais<br />

significativa do que o mero repasse de diversas<br />

informações. Nossas crianças pequenas merecem<br />

atenção e respeito para ampliar sua visão de<br />

mundo e constituir aprendizagens complexas.<br />

Apesar da pouca idade, elas têm muito a nos dizer.<br />

Porém, não o farão simplesmente por palavras.<br />

Nossa responsabilidade é ter um olhar sensível<br />

às expressões de cada uma. Ao buscar trabalhar a


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BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

11<br />

partir das percepções delas, percebi que o projeto<br />

foi além do que planejamos. As crianças costumam<br />

ter um olhar mais atento, detalhado e cheio de<br />

fantasia e isso traz riqueza ao nosso trabalho e<br />

deve estar expresso tanto na sala de aula quanto na<br />

escola como um todo.<br />

A coordenadora pedagógica, Denize Maria<br />

Vieira Pereira, destacou que através do eixo “Assim<br />

se faz literatura”, esse trabalho foi vivenciado de<br />

forma muito intensa e significativa pelas crianças.<br />

Observar o empenho das mesmas realizando as<br />

xilogravuras, criando e reinventando os livrinhos<br />

dos cordéis e apresentando suas produções para<br />

seus colegas e para toda a comunidade escolar<br />

foi motivo de muito orgulho, pois pode perceber<br />

em cada rostinho o prazer e o encantamento em<br />

realizar cada etapa da referida experiência.<br />

E é nesse processo que a escola proporciona<br />

às crianças experiências que contribuem com<br />

a ampliação dos seus conhecimentos sociais e<br />

culturais. Cabe a ela e a nós, educadores, não apenas<br />

ensinar, mas tornar possível diversas aprendizagens<br />

que possibilitem apresenta-las um mundo onde é<br />

possível a cidadania e o pleno desenvolvimento do<br />

ser humano.


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BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

<strong>12</strong><br />

Formação na escola e sua ressonância<br />

nas crianças<br />

Texto: Kátialene Domingos Lourenço<br />

Coordenadora Pedagógica - Creche Viva Bem<br />

Vanessa Rocha de Santana<br />

Coordenadora Pedagógica - EMEIEF Profº Paulo Freire<br />

A educação é fator transformador da<br />

sociedade. Considerando que a educação infantil<br />

é a base para a construção dos conhecimentos<br />

sistematizados das crianças e elemento primordial<br />

para o desenvolvimento das etapas subsequentes<br />

ao longo da vida escolar, o educador precisa ser um<br />

mediador de boas práticas pedagógicas para que o<br />

processo de ensino e aprendizagem aconteça.<br />

No ano de 2013, o município de Maracanaú,<br />

através da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, firmou uma<br />

importante parceria com o Projeto Paralapracá,<br />

idealizado pela Avante – <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização<br />

Social e com apoio do Instituto C&A. O projeto possui<br />

dois âmbitos de atuação: a formação continuada de<br />

profissionais de educação infantil e o acesso aos<br />

materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto<br />

para crianças quanto para professores.<br />

Passamos a testemunhar um momento<br />

todo especial, onde os vínculos foram ampliados<br />

e as relações ganharam um tom de colaboração,<br />

criatividade, confiança para dialogar sobre as<br />

práticas e compartilhar experiências. Essas trocas<br />

tornaram-se constantes na equipe de coordenadores<br />

pedagógicos, professores e, especialmente, com as<br />

crianças, que são centro do nosso fazer educacional.<br />

Continuamos o processo formativo,<br />

que antes já acontecia nas escolas, com maior<br />

potencialidade. Os professores, inspirados com<br />

novas metodologias, estimulam a participação<br />

efetiva das crianças e oferecem a elas contextos<br />

instigantes para as diversas formas de comunicação<br />

e expressão, estabelecendo um clima de confiança.<br />

Com ações pedagógicas alicerçadas nos<br />

conhecimentos prévios e ampliadas por desafios,


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BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

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as crianças sentem-se mais seguras e constroem<br />

uma autoimagem positiva, favorecendo, assim,<br />

o desenvolvimento das suas potencialidades, da<br />

autonomia, a convivência social e o direito de serem<br />

respeitadas em suas especificidades.<br />

Aproximar as formações da própria<br />

instituição, reunindo coordenadores pedagógicos<br />

e professores, analisando o contexto da escola e o<br />

público que ela atende possibilita uma apropriação<br />

das necessidades das crianças e dos docentes,<br />

tornando o trabalho do coordenador pedagógico<br />

mais eficaz, sem perder de vista os eixos norteadores<br />

das práticas pedagógicas da educação infantil: as<br />

interações e as brincadeiras, conforme estabelece<br />

a Resolução n° 5, de 2009, que fixa as Diretrizes<br />

Curriculares Nacionais para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

Ressaltamos a importância de revisitarmos<br />

as temáticas discutidas nas formações, refletindo<br />

sobre as ações docentes, com foco na ampliação<br />

da qualidade da educação e diversidade de<br />

oportunidades reais de aprendizagens.<br />

Outro ponto a ser considerado é o<br />

envolvimento e bom relacionamento do grupo,<br />

repercutindo favoravelmente no trabalho<br />

desenvolvido na instituição e possibilitando as<br />

trocas de experiências e saberes, o que torna a<br />

equipe pedagógica dinâmica e plural em sua<br />

atuação.<br />

Ofertar situações diferenciadas é uma<br />

maneira de respeitar a individualidade da criança<br />

que, mesmo participando de um grupo, tem<br />

interesses e formas diferentes de se apropriar das<br />

atividades propostas na escola. O ambiente também<br />

merece ser cuidadosamente pensado para não se<br />

tornar “engessado” e “castrador” do protagonismo<br />

infantil. Os materiais, como brinquedos e demais<br />

objetos que fazem parte da rotina, devem estar<br />

dispostos para facilitar o acesso dos pequenos,<br />

promovendo situações de interação entre eles.<br />

As conquistas são facilmente mensuradas<br />

no dia a dia, pois não precisam ser necessariamente<br />

grandes acontecimentos. São, de outra forma, um<br />

conjunto de pequenas e constantes experiências<br />

que fazem da escola um campo fértil para o<br />

desenvolvimento das relações interpessoais,<br />

ampliação de conhecimento de mundo, ludicidade,<br />

autonomia, sensibilidade e sentimento de<br />

pertencimento por parte de todos os envolvidos.<br />

O brincar ganhou ares inovadores em nossas<br />

instituições, nas quais percebemos iniciativas de<br />

professores em construir com as crianças seus<br />

próprios brinquedos e brincadeiras. Essa ação<br />

tornou o momento do brincar mais significativo,<br />

com a participação dos pequenos como autores e<br />

construtores de seus conhecimentos.<br />

O percurso formativo foi ampliando-se em<br />

situações diversas, contemplando experimentos e<br />

iniciativas que foram sendo incorporados à rotina<br />

ao percebermos as possibilidades e contribuições<br />

que traziam. Assim, na Creche Viva Bem, as crianças<br />

vivenciam as canções de forma contextualizada. A<br />

exemplo disso, na canção “Meu limão, meu limoeiro”,<br />

conheceram elementos importantes descritos<br />

na música, explorando o limoeiro, manuseando<br />

e sentindo a textura, o cheiro e o gosto do limão.<br />

Experiências simples e ao mesmo tempo marcantes,<br />

carregadas de significado.<br />

Podemos citar também o contato com<br />

as artes visuais. Na EMEIEF Prof. Paulo Freire,<br />

pintores antes desconhecidos ganharam espaço<br />

no repertório dos pequenos. As telas de Romero<br />

Brito dispensaram sua assinatura para serem<br />

reconhecidas, bem como seus traços tornaramse<br />

facilmente identificados em objetos diversos.<br />

As brincadeiras de Ivan Cruz saíram das telas para<br />

povoar nossos pátios, ganhando forma e vida.<br />

Outro importante aliado têm sido as famílias,<br />

que passaram a frequentar a escola para conhecer


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

BOAS PRÁTICAS<br />

Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />

14<br />

o nosso fazer pedagógico, vivenciando projetos,<br />

dinâmicas e experiências junto aos seus filhos. Dessa<br />

forma, ganhamos um parceiro de grande valor, pois<br />

acreditamos que essas compõem o primeiro núcleo<br />

social e afetivo das crianças.<br />

A escolha de mecanismos para acompanhar<br />

e avaliar esse processo, como registros pedagógicos,<br />

relatos e seminários, com trocas de experiências, têm<br />

tornado possível a constante construção de uma<br />

práxis enriquecedora para todos os envolvidos, pois<br />

a possibilidade de redimensionar é uma maneira de<br />

garantir que a nossa principal missão seja sempre<br />

alicerçada em afetividade, respeito e compromisso<br />

com a infância.


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ENTREVISTA<br />

Mônica Martins Samia - Doutora em <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> pela Universidade Federal da Bahia


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ENTREVISTA<br />

Infância|<br />

As perspectivas da formação<br />

centrada na escola e suas<br />

ressonâncias nas práticas da<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

Observando o contexto atual da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil no Brasil, que perspectivas você aponta<br />

para esta etapa?<br />

O contexto atual aponta para a necessidade<br />

de darmos atenção ao que os especialistas em<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> da primeira infância apontam como<br />

pilares para o desenvolvimento infantil e o que<br />

compreensões superficiais ou interesses comerciais<br />

julgam ser “o melhor” para as crianças.<br />

Se olharmos com atenção para as teorias, pesquisas<br />

e práticas no Brasil e ao redor do mundo sobre este<br />

tema, não resta dúvidas do tipo de experiência<br />

que a criança precisa para se desenvolver. Ela é um<br />

ser cheio de possibilidades, ávida por conhecer,<br />

aprender, mas as políticas educacionais – a despeito<br />

do que orienta a legislação sobre a EI no Brasil – e as<br />

corporações, especialmente os sistemas apostilados<br />

e editoras, têm, atualmente, exercido uma pressão<br />

na EI de que o único indicador de qualidade válido é<br />

se a criança aprendeu ou não a escrever aos 5 anos<br />

de idade. Todas as outras aprendizagens estão à<br />

mercê de serem desvalorizadas. Este é um ponto de<br />

alerta muito grave, porque a inteligência não pode<br />

ser medida por uma aprendizagem tão restrita,<br />

embora importante, como a leitura e escrita. Por<br />

outro lado, nunca se falou tanto em EI. Este é um<br />

assunto em pauta! Então, precisamos comemorar<br />

que as políticas educacionais finalmente assumiram<br />

seu papel no atendimento à esta faixa etária. Restanos<br />

consensuar o que é qualidade neste segmento e<br />

aprender a olhar de forma mais integral a educação,<br />

dando valor às múltiplas aprendizagens possíveis<br />

nesta etapa da vida humana.<br />

Quais os desafios existentes para a garantia do<br />

direito à <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil pelos sistemas de<br />

ensino, em especial pelos municípios, e como<br />

esses impactam na qualidade do atendimento?<br />

A compreensão sobre qual é o papel da educação<br />

infantil na vida das crianças é, para mim, o principal<br />

desafio da EI. A ideia de ser um espaço de cuidados<br />

que migra para a educação e passa a ser um espaço<br />

de educação preparatória para o futuro escolar da<br />

criança, vem cindindo a ideia central da educação<br />

infantil, de ser um espaço de vida para as crianças<br />

no presente e que, desta forma, deve estar pautado<br />

em ações de educação/cuidado, que são pilares do<br />

desenvolvimento. Não digo educação e cuidado,<br />

mas enfatizo as duas palavras juntas, pois uma<br />

é intrínseca à outra. A EI não existe para suprir<br />

necessidades de um sujeito frágil e desprovido,<br />

mas para acolher e colaborar no desenvolvimento


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

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ENTREVISTA<br />

de crianças que têm um enorme potencial, com<br />

inúmeras possibilidades, mas que encontram-se em<br />

situações sociais muito distintas e, portanto, têm<br />

direito de serem providas por oportunidades que<br />

lhes garantam oportunidades de se desenvolverem<br />

integralmente, e isso inclui o bem estar físico,<br />

emocional, social e intelectual. A EI é, sem dúvida,<br />

uma ferramenta de equidade.<br />

Que recomendações são pertinentes às políticas<br />

de formação inicial e de formação continuada de<br />

professores da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil?<br />

Este é um dos pontos estratégicos quando se<br />

fala em melhoria da qualidade do atendimento<br />

à EI. A formação do profissional para atender este<br />

segmento ainda é um tanto frágil no Brasil. Tanto<br />

a formação inicial como a contínua, que é de<br />

responsabilidade das Secretarias de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, no<br />

caso da educação pública. Na universidade, ainda<br />

é incipiente a base sobre este segmento, embora<br />

conquistas estejam acontecendo. Por isso, e porque<br />

o profissional de educação precisa de formação<br />

permanente, é fundamental que haja programas<br />

de formação. Defendemos que esta deve se dar<br />

primordialmente nas escolas, o que alguns teóricos<br />

chamam de “formação centrada na escola”, a partir<br />

de uma metodologia que privilegia a reflexão sobre<br />

as práticas. Além disso, a formação precisa apoiar<br />

os professores na ampliação do seu repertório<br />

cultural, pautar-se em vivências que ativem seu<br />

saber sensível, seu olhar para a criança, formando<br />

um profissional que saiba escutar as crianças nas<br />

suas mais diversas linguagens.<br />

Qual o papel da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no processo de<br />

alfabetização? Que práticas são recomendadas<br />

para o favorecimento da apropriação da leitura<br />

e da escrita pelas crianças nesta etapa?<br />

Defendemos que as crianças têm direito a uma<br />

educação que promova equidade e que, a cultura<br />

escrita, como parte importante da vida, deve estar<br />

presente no cotidiano das crianças, de forma lúdica<br />

e intencional. O encantamento pelo universo da<br />

escrita e o acesso à cultura letrada são, sem dúvida,<br />

objetivos da EI. Ademais, perspicazes e curiosas<br />

como elas são e encantadas pelo mundo das<br />

palavras, as crianças também vão manifestando<br />

desejo de compreender o código escrito. Assim,<br />

práticas que promovam investigações sobre como<br />

a língua escrita funciona, também devem fazer<br />

parte do currículo. Isso, no entanto, não significa<br />

escolarizar a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. A palavra “escolarizar”<br />

é usada para definir práticas automatizadas,<br />

descontextualizadas e uma ênfase curricular<br />

nesta linguagem, em detrimento de outras. Esta é<br />

uma posição que lutamos contra! Até porque, as<br />

outras linguagens (como a música, as artes visuais<br />

, as brincadeiras, as investigações sobre o mundo<br />

natural e social) são potentes instrumentos de<br />

acesso ao mundo da escrita, pois a trazem de forma<br />

real, contextualizada.<br />

Além disso, muito mais que aprender sobre as coisas<br />

do mundo, na EI as crianças devem aprender a se<br />

relacionar consigo mesmas, com seu entorno, com<br />

as pessoas. A dimensão das relações interpessoais,<br />

do autocuidado, da autonomia, da identidade, são<br />

questões muito relevantes e que precisam ter o<br />

mesmo grau de valor no currículo.<br />

Porque as crianças podem muito sim, mas<br />

isso não significa que elas serão reféns de um<br />

currículo escolarizante. Com muitas brincadeiras,<br />

investigações, interações de qualidade, contato<br />

com bons modelos, referências, acervo variado<br />

e professores apaixonados pela leitura e escrita,<br />

elas terão o melhor que podemos lhes oferecer,<br />

e nós poderemos nos honrar de contribuir para<br />

aproximar as distâncias que separam as crianças


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

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ENTREVISTA<br />

que, socialmente, não têm as mesmas condições de<br />

acesso aos bens culturais.<br />

Falando sobre as orientações do MEC e do<br />

documento do PNAIC/2017, podemos comemorar<br />

uma vitória que este programa está embasado<br />

na coleção “Leitura e Escrita na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”,<br />

produzido pela Universidade Federal de Minas<br />

Gerais (UFMG). Este material foi elaborado por uma<br />

equipe altamente qualificada, na gestão da prof.<br />

Rita Coelho (COEDI/MEC) e expressa a concepção<br />

defendida pela grande maioria dos especialistas em<br />

EI e por nós.<br />

Que estratégias você sugere no sentido de<br />

qualificar os espaços e ambientes para o<br />

atendimento dos bebês e das crianças pequenas<br />

na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil?<br />

A primeira ideia em relação aos espaços e materiais<br />

é que as crianças precisam estar em um ambiente<br />

que se identifiquem. Desta forma, participar da<br />

organização deste ambiente é algo precioso! Trazer<br />

para estes espaços elementos da cultura local<br />

também é uma ótima forma de torná-lo agradável.<br />

No Nordeste, por exemplo, sugiro substituir caixas<br />

de papelão ou plástico por cestos de vime, organizar<br />

cantos de leitura com tapetes artesanais e almofadas<br />

bordadas ou costuradas pelas famílias ou até mesmo<br />

instalar redes para momentos de relaxamento e<br />

descanso das crianças. Outra ideia importante é<br />

a valorização de espaços e elementos naturais.<br />

Cuidar dos espaços externos, quando houver,<br />

aproximar as famílias, convidando-as a participarem<br />

da organização destes espaços, viabiliza sua<br />

manutenção e fortalece o pertencimento. Uma<br />

das maiores necessidades da contemporaneidade<br />

é o contato com a natureza. Cada canto que pode<br />

ter um elemento natural é um privilégio que deve<br />

ser valorizado. Nas formações do Paralapracá,<br />

problematizamos a ideia de “decoração” dos espaços<br />

como algo feito pelos adultos, com estereótipos. A<br />

estética é algo fundamental, visto que o contato<br />

com o belo, dentro da simplicidade dos objetos e<br />

do cuidado como os espaços são organizados, gera<br />

bem estar em todos que frequentam a escola. É<br />

preciso investir na educação do sensível e os espaços<br />

são ótimos mobilizadores para que todos possam<br />

desenvolver um olhar para o belo, o harmonioso,<br />

aquilo nos humaniza e nos torna pessoas melhores”.<br />

Mônica Martins Samia é pedagoga, mestra<br />

em educação e contemporaneidade pela<br />

Universidade Estadual da Bahia/UNEB e<br />

doutora em <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> pela Universidade<br />

Federal da Bahia/UFBA. Depois de uma<br />

década atuando como professora da<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e anos Iniciais do Ensino<br />

Fundamental, trabalhou como coordenadora<br />

pedagógica até iniciar sua jornada como<br />

formadora, em 1999, na Avante <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e<br />

Mobilização Social – ONG, instituição onde é<br />

consultora associada da Linha de Formação<br />

de <strong>Ed</strong>ucadores e Tecnologias <strong>Ed</strong>ucacionais.<br />

Nesta instituição, atua em projetos sociais<br />

como coordenadora e formadora, junto<br />

às redes pública e privada. Tem ampla<br />

experiência na área de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, com ênfase<br />

na formação de professores e formadores,<br />

principalmente na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e Ensino<br />

Fundamental e na elaboração de materiais<br />

pedagógicos de referência. É coordenadora<br />

de implementação do programa Paralapracá.<br />

Realiza seminários, palestras e escreve artigos<br />

na área.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

19<br />

COLUNA EDUCAR<br />

Por: Kamile Camurça - Primeira-dama de Maracanaú<br />

Mestra em Avaliação de Políticas Públicas pela Universidade Federal<br />

do Ceará (2013). Especialista em Gestão Escolar pela Universidade<br />

Estadual do Ceará (2009). Graduada em Licenciatura Específica em<br />

Português pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2007) e em<br />

Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (2002).<br />

Foto: Arquivo Pessoal<br />

O brincar é atividade intrínseca ao<br />

desenvolvimento da criança, proporciona benefícios<br />

indiscutíveis, como a exploração do meio e dos objetos<br />

que a circundam, a construção de aprendizagens<br />

diversas e a interação com seus pares.<br />

A escola de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil se configura<br />

em um espaço privilegiado para a promoção de<br />

experiências lúdicas, motoras, sensoriais, simbólicas e<br />

relacionais que propiciem a oportunidade de brincar,<br />

observar, imitar, desenhar, jogar, falar, expressar-se,<br />

correr e pensar sobre as coisas do mundo de um jeito<br />

singular.<br />

Nessa concepção, a brinquedoteca escolar<br />

constitui-se em um serviço especialmente concebido<br />

para que as crianças atendidas em creches e préescolas,<br />

na faixa etária de 0 a 5 anos, brinquem<br />

livremente, com acesso a uma variedade de<br />

brinquedos, em um ambiente interativo, acolhedor<br />

e seguro. Materializa-se em função do respeito<br />

à infância, numa atmosfera de afetividade,<br />

sociabilidade e aprendizagem.<br />

A partir desse entendimento, a Prefeitura<br />

de Maracanaú, através da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />

lança, por ocasião da V Semana do Bebê, a Política<br />

de Brinquedotecas Escolares, que tem como objetivo<br />

referenciar a organização dos ambientes e espaços<br />

disponíveis nas escolas que ofertam <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, explorando-os e potencializando-os para a<br />

prática do brincar livre e espontâneo, tornando-os<br />

ricos em possibilidades.<br />

Com a implementação dessa política, que<br />

foi sancionada pela Lei nº 2.643, de 2 de outubro<br />

de 2017, fica garantido o direito das crianças de<br />

brincarem e se desenvolverem também nesses<br />

espaços escolares denominados brinquedotecas,<br />

para todos os alunos da rede municipal de ensino de<br />

Maracanaú, matriculados nessa primeira etapa da<br />

educação básica.<br />

As brinquedotecas serão implantadas<br />

considerando as particularidades de cada instituição<br />

educacional quanto à infraestrutura e equipamentos<br />

disponíveis. Dessa forma, nos diversos formatos<br />

– um espaço definido nas 4 creches municipais,<br />

o aproveitamento dos ambientes existentes nas<br />

escolas que ofertam <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e seus anexos<br />

para transformá-los em brincantes, e a itinerância de<br />

brinquedos em salas de aula nas que não possuem<br />

locais disponíveis –, as brinquedotecas escolares se<br />

materializarão em ambientes criativos e potentes.<br />

Os brinquedos e atividades lá organizados<br />

devem possibilitar o exercício, como forma de<br />

contribuir para o desenvolvimento do corpo; o<br />

simbólico, como instrumento para ampliar as<br />

linguagens, a comunicação, a criatividade e a<br />

percepção de mundo da criança; a montagem<br />

de brinquedos a partir da acoplagem de peças,<br />

favorecendo a reversibilidade do pensamento;<br />

a apropriação crítica e transformação de regras,<br />

colaborando para a convivência social.<br />

No intuito de valorizar a brincadeira e fazer<br />

dela um ponto importante no desenvolvimento<br />

infantil, é que Maracanaú dá mais um passo na busca<br />

constante pela melhoria da qualidade da educação,<br />

implantando brinquedotecas e ajudando a suprir a<br />

necessidade de um espaço onde à criança possa se<br />

integrar socialmente e vivenciar atividades repletas<br />

de ludicidade.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CULTURAL<br />

DICA DE LIVRO<br />

20<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil: pra que te quero?<br />

Texto: Ádila Suyanne Ponte de Oliveira Lima<br />

Técnica e Formadora do Setor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil da<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú<br />

A obra organizada por Carmem Craidy e<br />

Gládis E. Kaecher traz uma reflexão sobre a primeira<br />

etapa da educação básica, suas especificidades e<br />

singularidades. Para tanto, os autores reconhecem o<br />

espaço de atendimento às crianças, seja ele creche<br />

ou pré-escola, como um lugar onde acontecem<br />

as interações e a brincadeira, em que o cuidar e o<br />

educar estão imbricados com vistas ao bem-estar e<br />

ao desenvolvimento integral das crianças de zero a<br />

seis anos de idade.<br />

São apresentados aos leitores diversos<br />

textos que abordam temáticas de suma relevância<br />

para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, aliando a teoria à prática<br />

pedagógica, e qualificando, efetivamente, o<br />

atendimento às crianças.<br />

Assim, esta produção coletiva está dividida<br />

em treze capítulos que abordam a trajetória<br />

histórica da educação infantil, sua função e diálogo<br />

sobre o currículo; os direitos garantidos das crianças<br />

definidos na legislação (Constituição Federal, 1988;<br />

Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – LDB, 1996; e<br />

Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, 1990);<br />

o desenvolvimento infantil na ótica dos teóricos<br />

sociointeracionistas (Piaget, Vygotsky e Wallon),<br />

bem como o papel do profissional que atua na<br />

escola da infância e a tematização das práticas ali<br />

desenvolvidas; questões sobre a saúde e bemestar<br />

das crianças atendidas nas instituições; um<br />

diálogo sobre família; a dimensão organizacional<br />

do espaço, do tempo e das ações pedagógicas/<br />

experiências desenvolvidas em creches e préescolas;<br />

a contribuição da literatura para as crianças<br />

pequenas; a importância dos jogos de faz de conta<br />

para o desenvolvimento infantil; a brincadeira<br />

como uma linguagem própria da infância e sua<br />

vivência na escola; a expressão artística e estética;<br />

a musicalidade e as experiências sonoras; a<br />

linguagem oral e escrita na educação infantil; e os<br />

conhecimentos acerca do mundo físico, social e<br />

da natureza, bem como temáticas relacionadas às<br />

ciências.<br />

Nessa perspectiva, a publicação contribui<br />

com elementos teóricos e metodológicos para<br />

embasamento e reflexão sobre as práticas<br />

desenvolvidas no cotidiano dos profissionais da<br />

educação que atuam no atendimento às crianças,<br />

bem como às suas famílias, no contexto da escola<br />

da infância, interessados e curiosos em saber, afinal:<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, pra que te quero?


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CULTURAL<br />

DICA DE FILME<br />

21<br />

Caramba carambola: o brincar tá na<br />

escola<br />

Texto: Kelly Cristine Cruz Rocha Alves<br />

Técnica e Formadora do Setor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú<br />

“Brincar é fundamental. Eu diria que hoje<br />

seria até um instrumento de sobrevivência<br />

no mundo, tanto para as crianças como<br />

para os adultos.” (Marina Célia M. Dias.<br />

Profa Dra da Faculdade de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – USP)<br />

O documentário “Caramba, carambola: o<br />

brincar tá na escola” passeia pelas possibilidades de<br />

criação da cultura da infância dentro das instituições<br />

públicas de ensino. Seu objetivo é contribuir para<br />

a formação do educador da infância, fazendo-o<br />

refletir sobre a importância da garantia do tempo,<br />

espaços, materiais e relações para que a brincadeira<br />

aconteça no cotidiano das escolas, através de<br />

alternativas simples.<br />

Ao longo do vídeo, diversas falas reforçam<br />

a importância do brincar, como: “brincar é uma<br />

linguagem, talvez a mais completa. É um jeito<br />

de existir” ou “a infância não pode esperar pelas<br />

crianças no lado de fora da escola”.<br />

Com 30 minutos de duração, o<br />

documentário nos possibilita sensibilizar o olhar<br />

quanto à importância da vivência do lúdico, desde<br />

a mais tenra idade, apontando possibilidades de se<br />

entender o brincar brincando, não apenas entre as<br />

crianças, mas em sua relação com suas famílias e<br />

professores.<br />

Caramba, Carambola: o Brincar tá na<br />

escola. Disponível em Realização Ministério<br />

da Cultura. Direção e roteiro de Olindo Estevam.<br />

Produtora Paiol Filmes.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 22<br />

Universidade Aberta do Brasil promove aula<br />

inaugural no polo Maracanaú<br />

A Universidade Aberta do Brasil - UAB<br />

realizou, no dia 10 de fevereiro, aula inaugural<br />

para o primeiro semestre do polo UAB Maracanaú.<br />

A Universidade Estadual do Ceará- UECE ofertará<br />

os cursos de graduação e pós-graduação em<br />

Maracanaú na modalidade de ensino a distância,<br />

com frequência semipresencial.<br />

Os cursos oferecidos de graduação são<br />

Ciências Biológicas, Química, Artes Visuais e<br />

Matemática com 190 alunos matriculados. Os cursos<br />

de pós- graduação em Gestão Pública Municipal e<br />

Gestão Pública da Saúde ofertam no total 90 vagas.<br />

O evento contou com a presença do Prefeito de<br />

Maracanaú, Firmo Camurça, do Secretário de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor Marcelo Farias, do Secretário<br />

Executivo de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Nilson Gomes, da<br />

coordenadora do Polo UAB Maracanaú, Jaiane<br />

Ramos, das coordenadoras do curso de Artes<br />

Visuais, Elidia Clara e do curso de Ciências Biológicas,<br />

Germana Paixão, professoras titulares da UECE, além<br />

dos alunos e convidados.<br />

O Prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça,<br />

lembra como o polo da UAB chegou ao Município<br />

“há uns dois anos, o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />

professor Marcelo Farias e o Secretário Executivo<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor Nilson Gomes, foram juntos<br />

ao Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> para que nossa cidade<br />

tivesse a oportunidade de disponibilizar o acesso<br />

ao ensino superior” e concluiu desejando que “o<br />

centro de ensino seja um despertar tanto para a<br />

vida profissional quanto para outras conquistas”.<br />

“É um momento histórico para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

em Maracanaú. Uma parceria com a Universidade<br />

Estadual do Ceará para promover o ensino superior<br />

em nossa cidade, capacitando os universitários para<br />

novos desafios”- declarou o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />

Professor Marcelo Farias.<br />

Jaiane Ramos, coordenadora do Polo UAB<br />

Maracanaú lembra que ficará diariamente com os<br />

alunos do polo. “Nós estamos aqui para auxiliar no<br />

aprendizado de vocês. Esta solenidade é o marco<br />

para a educação no ensino superior em Maracanaú,<br />

através da UECE vocês terão acesso aos cursos de<br />

qualidade”.<br />

Na sede do Polo UAB Maracanaú, os alunos<br />

acompanharão os cursos utilizando laboratório de<br />

informática, biblioteca, salas de estudos e espaços<br />

destinados às atividades presenciais e online. O<br />

polo está localizado no Núcleo de Tecnologia de<br />

Maracanaú- NUTEM.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 23<br />

Prefeitura de Maracanaú firma parceria com o<br />

Instituto Myra Eliane para <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

O prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça,<br />

o secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias, e o<br />

promotor da vara da infância, Dr Rubens Machado<br />

e representantes do Instituto Myra Eliane assinaram<br />

o Termo de Ajustamento de Conduta – TAC para o<br />

projeto “Valores Humanos na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”, na<br />

sede do Ministério Público do Estado do Ceará – MPCE.<br />

O Instituto Myra Eliane inspirou-se em<br />

uma experiência pedagógica iniciada na cidade<br />

de Campinas, São Paulo, e adotou o projeto para<br />

que as cidades cearenses também pudessem<br />

trabalhar na educação infantil com as metodologias<br />

e o desenvolvimento integral que vem gerando<br />

resultados positivos em Campinas (SP). As crianças<br />

vivenciarão os valores humanos através da literatura<br />

infantil e cordéis produzidos pelo Instituto. Os<br />

professores participarão de formações promovidas<br />

pelo Instituto. As cidades de Fortaleza, Caucaia,<br />

São Gonçalo do Amarante já assinaram o TAC.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 24<br />

Prefeitura realiza cerimônia de inauguração<br />

do CEI Elsa Maria Laureano Pereira<br />

O Centro de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil – CEI Elsa<br />

Maria Laureano Pereira foi inaugurado, oficialmente,<br />

dia 7 de março, no Jardim Bandeirante – grande<br />

Pajuçara. O CEI foi orçado em R$ 2.026.797,38 e<br />

contou com recursos federais, através do Fundo<br />

Nacional de Desenvolvimento da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – FNDE,<br />

além da verba do próprio município, no valor de R$<br />

1. 076.797,38.<br />

A creche irá beneficiar 162 crianças nas<br />

turmas de Berçário, Infantil I, Infantil II, Infantil III,<br />

no tempo integral, além das turmas de Pré- I e Pré-<br />

II. O quadro de funcionários da creche conta com<br />

14 professores, 9 estagiárias de ensino superior,<br />

2 manipuladoras de alimentos, 4 funcionárias de<br />

serviços gerais, 1 porteiro e 1 vigilante.<br />

Maria Estela Estevão, mãe da Gabriele Mary,<br />

de 4 anos, lembra que a filha estudava em colégio<br />

particular e que quando soube da creche, aguardou<br />

o início das matrículas. “Estava esperando a creche<br />

desde o dia que ela nasceu. Para mim foi muito<br />

bom, estou muito feliz e minha filha também, ela<br />

ama essa escola”.<br />

Jucelia da Silva, mãe da Maria Júlia, de 2<br />

anos, que estuda em tempo integral, fala que agora<br />

vai trabalhar tranquila, pois a filha gostava muito da<br />

creche. “Eu trabalho durante o dia e venho buscá-la<br />

a tarde. A creche é muito organizada, as professoras<br />

muito atenciosas. Veio em um bom momento,<br />

pois eu não tinha uma pessoa para ficar com ela<br />

enquanto eu trabalhava”.<br />

O Prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça,<br />

lembra que a educação pública transforma.<br />

“<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> é o caminho e nós vamos sempre investir<br />

para que o município possa continuar crescendo”.<br />

Para o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Professor Marcelo<br />

Farias, todo investimento em educação é importante<br />

e com esta nova creche as crianças terão acesso ao<br />

ensino de tempo integral na educação infantil.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 25<br />

Prefeitura inaugura quadra poliesportiva<br />

coberta na EMEF Maria Pereira da Silva<br />

O prefeito Firmo Camurça inaugurou, no<br />

dia 9 de março, a quadra poliesportiva coberta<br />

com vestiários da EMEF Maria Pereira da Silva, na<br />

Pajuçara. A obra, que atende a modernos padrões de<br />

acessibilidade, foi financiada pelo Fundo Nacional<br />

de Desenvolvimento da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – FNDE, através<br />

do PAC II e com recursos do próprio município, no<br />

valor total de R$ 832.152,32. A quadra recebeu o<br />

nome da jovem Jordana Viana Barbosa, moradora<br />

do bairro, que faleceu em um acidente de trânsito.<br />

Isabele Aguiar, aluna do 9° ano e presidente<br />

do Grêmio Estudantil, diz que o espaço será excelente<br />

para a prática de esportes e apresentações, e afirma<br />

que esse colegiado será parceiro da escola para a<br />

conservação do equipamento. “Nós ficamos felizes<br />

com a inauguração. É uma grande conquista para a<br />

comunidade escolar”.<br />

Emílio Penha, professor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Física<br />

da instituição de ensino, lembra como eram as aulas<br />

e afirma que com a quadra poliesportiva coberta<br />

os alunos realizarão as atividades físicas com mais<br />

comodidade. “Aguardávamos pela inauguração<br />

e a partir de hoje nossa escola conta com uma<br />

boa infraestrutura para a realização de nossas<br />

atividades”.<br />

Também presente na inauguração, o<br />

professor Marcelo Farias, Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />

comentou sobre relevância social da quadra<br />

poliesportiva para a comunidade escolar. “É uma<br />

conquista da comunidade, pois vai atender não<br />

somente as demandas escolares, mas também vai<br />

possibilitar a realização de eventos sociais, como<br />

formaturas, campeonatos esportivos, enfim, todos<br />

serão beneficiados.” - concluiu.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 26<br />

Maracanaú participa do Seminário Internacional<br />

Mais Infância Ceará<br />

A Prefeitura de Maracanaú esteve presente,<br />

dia 30 de março, no Seminário Internacional Mais<br />

Infância Ceará: Criança é Prioridade. O evento<br />

realizado pelo Governo do Estado, através do<br />

Programa Mais Infância Ceará, prossegue até<br />

amanhã no Centro de Eventos do Ceará com o<br />

objetivo de sensibilizar os gestores para ter um<br />

olhar especial e mais dedicado à infância.<br />

A Comitiva de Maracanaú foi representada<br />

pela primeira-dama Kamile Camurça, secretário de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias, a secretária de Assistência<br />

Social, Glauciane Oliveira, entre outros profissionais<br />

do Município. O Seminário contou com a presença<br />

do governador do Ceará, Camilo Santana, e da<br />

primeira-dama do Estado, Onélia Leite de Santana.<br />

O seminário tem como objetivo fomentar<br />

a busca por conhecimentos específicos de<br />

gestores municipais para construção de políticas<br />

de fortalecimento da infância e de garantia dos<br />

direitos das crianças. Por isso, o evento tem como<br />

público-alvo, durante os dois dias, prefeitos,<br />

primeiras-damas e secretários de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Saúde e<br />

Assistência Social do Estado e dos municípios, além<br />

de profissionais e entidades que realizam trabalhos<br />

em prol da infância.<br />

A iniciativa faz parte do Programa Mais<br />

Infância Ceará e reúne os gestores municipais<br />

para fortalecer a infância e garantir os direitos<br />

das crianças. Na ocasião, o Estado e os municípios<br />

participantes assinaram um pacto em prol do<br />

desenvolvimento da primeira infância.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 27<br />

EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo comemora<br />

10 anos<br />

No dia 8 de abril, a EMEIEF Narciso Pessoa<br />

de Araújo comemorou 10 anos de fundação.<br />

Nas exibições artísticas, as crianças da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil apresentaram a música “Aquarela”. As<br />

alunas do 2º ano fizeram uma dramatização<br />

sobre amizade, os alunos do 4º ao 5º ano<br />

recitaram poesia, cantaram a música “Tempo<br />

Perdido” e a aluna da EJA declamou um cordel.<br />

Na celebração, foram homenageados<br />

o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias, a<br />

primeira diretora da escola e primeira-dama,<br />

Kamile Camurça, a ex-diretora Célia Roque, a<br />

atual gestora, Regina Lúcia, a primeira secretária<br />

da escola, Claudia Melo. Também receberam<br />

homenagem Jacinta Basílio, representando os<br />

pais de alunos, Rosimeire Ferreira, representando<br />

a primeira equipe de professores, Vera Matias,<br />

representando os primeiros servidores e Tim David<br />

Freire, representando os primeiros alunos da escola.<br />

Durante esses dez anos, a escola apresentou<br />

indicadores satisfatórios. Nas avaliações externas<br />

de âmbito federal, como a Prova Brasil, a qual<br />

avalia o desenvolvimento da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica-<br />

Ideb, a escola obteve média superior às metas<br />

estabelecidas pelo Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – MEC.<br />

A Escola Narciso Pessoa de Araújo atende,<br />

atualmente, 680 alunos, distribuídos nos turnos<br />

manhã, tarde e noite, nas modalidades de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, Ensino Fundamental e a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Jovens<br />

e Adultos – EJA. A gestão escolar é formada pela<br />

gestora geral, duas coordenadoras pedagógicas,<br />

um coordenador administrativo-financeiro e uma<br />

secretária escolar. O corpo docente é composto<br />

por 37 professores, além de 18 funcionários.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 28<br />

Projeto ‘Eu sou Cidadão - Amigos da Leitura’ é<br />

lançado para alunos da rede municipal<br />

A Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realizou, no dia 3<br />

de abril, o lançamento do projeto ‘Eu sou cidadão’,<br />

uma iniciativa de incentivo à leitura, à produção<br />

escrita e à formação de multiplicadores do projeto.<br />

O evento foi realizado no auditório da Fadesne com<br />

a presença dos alunos das escolas escolhidas.<br />

Laryssa Carvalho, formadora e coordenadora<br />

responsável pelo acompanhamento da turma da<br />

EMEIEF Comissário Francisco Barbosa, falou sobre<br />

o objetivo principal do projeto. Que é fortalecer o<br />

protagonismo juvenil, o resgate da memória local,<br />

o incentivo à prática da leitura e da produção<br />

escrita, estimulando esses jovens para que possam<br />

propagar, para outros jovens e para a comunidade<br />

escolar, o gosto pela leitura.”<br />

Participaram desta primeira fase do<br />

projeto turmas de dez alunos, selecionados em<br />

quatro escolas do município, sendo elas: EMEIEF<br />

Construindo o Saber, EMEIEF Comissário Francisco<br />

Barbosa, EMEIEF José Dantas Sobrinho e a escola<br />

rural EMEIEF José Mario Barbosa. O critério principal<br />

para a seleção foi a existência de projetos de leitura<br />

e produção de texto em andamento nas escolas.<br />

Durante a tarde, os alunos puderam conhecer<br />

mais sobre o projeto através de palestras, atividades<br />

lúdicas de leitura, musicalidade, dobraduras e<br />

análise dos livros que serão utilizados no projeto,<br />

além de poderem conhecer e dialogar mais de<br />

perto com os coordenadores que acompanharão<br />

cada turma nesse percurso formativo.<br />

O projeto também servirá de preparação<br />

para as turmas que representarão o município na<br />

décima segunda edição da Bienal Internacional do<br />

Livro, que acontecerá em Fortaleza de 14 a 23 de<br />

abril.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 29<br />

Escolas municipais realizam eleições para<br />

Grêmios Estudantis<br />

As escolas municipais de Maracanaú<br />

realizaram nesta quarta-feira, 5 de abril, as eleições<br />

para os grêmios estudantis das 44 escolas do<br />

município que possuem alunos do 6º ao 9º ano do<br />

ensino fundamental. A votação aconteceu das 8h<br />

às 17h, entretanto nas escolas que possuem aulas<br />

noturnas estendeu-se até às 20h. As chapas inscritas<br />

variaram de 3 até 11 por escola.<br />

Na EMEIEF Comissário Francisco Barbosa, os<br />

alunos utilizaram um aplicativo nos computadores<br />

que simula a urna eletrônica. Nesse sistema, ao final<br />

de cada turno da eleição, o programa imprimiu<br />

um boletim parcial da votação. A coordenadora<br />

pedagógica da Escola, Jaqueline Diniz, lembrou<br />

que os alunos se organizaram para esta eleição.<br />

“Vieram no contra- turno, se reuniram, elaboraram<br />

as propostas e desenvolveram todo o processo de<br />

divulgação até a semana passada”.<br />

O candidato a presidente pela chapa<br />

“Atitude Estudantil”, Janderson Rodrigo, disse que<br />

as propostas foram pensadas em todo o corpo<br />

estudantil e na comunidade local. Eles propõem o<br />

projeto “Minha Escola, Minha Vida”, em que os alunos<br />

sejam conscientizados do zelo que devem ter pelo<br />

ambiente escolar e pretende fazer um Anuário onde<br />

as ações da Escola Comissário Francisco Barbosa<br />

sejam registradas.<br />

Na EMEIEF José Assis de Oliveira foram<br />

inscritas seis chapas. Geovana Oliveira, candidata<br />

a presidente pela chapa L.U.T.E - Liberdade, união<br />

e transformação estudantil, enfatizou que suas<br />

propostas são para melhorias e conscientização<br />

dos estudantes e comunidade escolar. “Nossa<br />

candidatura propõe que sejamos parceiros da<br />

escola e do entorno escolar para agregar benefícios<br />

a nossa educação”.<br />

O eleitor Caio Marles, contou que com o<br />

Grêmio Estudantil atuante, os alunos, além de serem<br />

representados, ajudarão na manutenção da escola<br />

e que o engajamento estudantil será fundamental<br />

para as ações do grêmio. Uryane Moreira, aluna da<br />

escola e secretária da comissão eleitoral, disse que<br />

a participação nesse momento de democracia na<br />

escola foi marcante e que a campanha está sendo<br />

muito disputada pelas chapas concorrentes.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 30<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza solenidade de<br />

posse dos Grêmios Estudantis<br />

A Prefeitura de Maracanaú, através da<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, realizou, no dia 18 de abril,<br />

solenidade para empossar os 44 grêmios estudantis<br />

das escolas municipais de 6º ao 9º ano. O evento<br />

ocorreu no auditório da EEEP Maria Carmem Vieira<br />

Moreira, na Pajuçara.<br />

Participaram da solenidade a primeira-dama,<br />

Kamile Camurça, o secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Professor<br />

Marcelo Farias, a diretora de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Ivaneide<br />

Antunes, a coordenadora da Gestão Escolar, Arlete<br />

Moura, além dos gestores das escolas municipais e<br />

alunos que compõem os grêmios estudantis.<br />

Josiel Ribeiro, presidente do grêmio<br />

estudantil da EMEIEF Rachel de Queiroz, destaca<br />

a importância da função. “Nós seremos a voz dos<br />

nossos colegas da escola, nos reuniremos em busca<br />

de avanços e valorização do espaço escolar.”<br />

A primeira-dama, Kamile Camurça, destaca<br />

a relevância deste momento. “Estamos aqui para<br />

fortalecer, cada vez mais, esse protagonismo<br />

juvenil, para que os estudantes possam exercer sua<br />

cidadania.<br />

O professor Marcelo Farias parabenizou<br />

as escolas por terem participado no processo de<br />

eleição e destacou que o Grêmio Estudantil é uma<br />

oportunidade para desempenhar a cidadania e<br />

representar a comunidade escolar.<br />

Arlete Moura lembra que o grêmio estudantil<br />

será a voz dos estudantes dentro das escolas, que<br />

eles mobilizarão os colegas para as atividades<br />

extracurriculares, além de representar os alunos<br />

junto à gestão da escola.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 31<br />

Escolas de Maracanaú participam do<br />

Congresso dos Amigos da Leitura na XII<br />

Bienal Internacional do Livro no Ceará<br />

Os estudantes das escolas municipais, a<br />

primeira-dama, Kamile Camurça, a diretora de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Ivaneide Antunes e as coordenadoras<br />

do Projeto “Eu sou Cidadão - Amigos da Leitura”<br />

participaram, nesta quarta-feira, 19, do XI Congresso<br />

dos Amigos da Leitura na Bienal Internacional<br />

do Livro do Ceará. O evento é promovido pela<br />

Associação para o Desenvolvimento dos Município<br />

do Estado do Ceará – APDMCE e contou com a<br />

participação de 42 municípios cearenses.<br />

Durante a manhã, os estudantes conheceram<br />

as histórias do projeto nos municípios em que são<br />

desenvolvidos, conversaram com os convidados<br />

sobre os projetos e direitos sobre a infância e<br />

adolescência, além de receberem brindes. No turno<br />

da tarde, os estudantes visitaram os stands da<br />

Bienal Internacional do Livro do Ceará, no Centro<br />

de Eventos.<br />

O “Projeto Eu sou Cidadão – Amigos da<br />

Leitura” tem como objetivo incentivar a leitura, a<br />

produção textual e a formação de multiplicadores<br />

deste projeto. A aluna Ana Beatriz, da EMEIEF José<br />

Mário Barbosa, conta que leu o livro do projeto em<br />

uma semana e que já o emprestou. “Eu falei com<br />

minha prima sobre o livro que eu estava lendo e ela<br />

também quis conhecer a história”.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 32<br />

Escolas e Comunidades se mobilizam no<br />

Combate ao Mosquito Aedes Aegypti<br />

A Prefeitura de Maracanaú, através das<br />

Secretarias de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Saúde e Assistência Social<br />

e Cidadania, promoveu o Dia “D” de Mobilização<br />

e Combate ao Mosquito Aedes Aegypti nessa<br />

sexta-feira, 5 de maio. Os alunos de todas as<br />

escolas da rede Municipal visitaram residências<br />

para conscientizar seus moradores sobre os riscos<br />

e as consequências que o mosquito, transmissor<br />

da Dengue, Chikungunya e Zika, pode trazer aos<br />

cidadãos.<br />

A escola Instituto São José realizou ação<br />

na Praça da Estação. Os alunos e professores<br />

distribuíram panfletos às pessoas que passavam<br />

pela Praça, além de exporem faixas e cartazes com<br />

informações sobre o mosquito. O aluno Mateus<br />

Lucas vestiu-se de mosquito Aedes Aegypti e<br />

destacou a importância desse momento: “É bom<br />

saber que hoje eu posso estar aqui ajudando a<br />

combater esse mosquito, informando e alertando<br />

dos riscos”, disse. A aluna Ana Carolina explica como<br />

os moradores devem agir para combatê-lo: “Não<br />

podem deixar água parada, tem que verificar os<br />

tanques e tambores, além de jogar o lixo na lixeira e<br />

amarrar o saco de lixo, para não acumular água”.<br />

O prefeito Firmo Camurça também<br />

participou da ação e lembrou que a Prefeitura<br />

trabalha no combate ao mosquito Aedes Aegypti<br />

diariamente. “Essa ação com os alunos das escolas<br />

Municipais, e com as Secretarias de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />

Saúde e Assistência Social e Cidadania fortalecem<br />

a mobilização para que nosso Município combata e<br />

esse sse mosquito”, afirma o prefeito.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 33<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza palestra sobre<br />

Autismo Infantil e seus cuidados<br />

A Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, por meio do<br />

Setor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Especial/Inclusiva, promoveu na<br />

segunda-feira, 15 de maio, no Instituto Federal do<br />

Ceará de Maracanaú – IFCE, uma palestra sobre o<br />

“Autismo Infantil e Seus Cuidados”, com o objetivo<br />

de favorecer a aquisição de novos conhecimentos e<br />

estratégias de cuidados do estudante com autismo.<br />

O evento contou com a presença de 116<br />

cuidadores, pais de crianças com autismo e da<br />

palestrante Virgínia de Castro Oliveira, odontóloga,<br />

que relatou experiências do seu cotidiano ao<br />

receber o diagnóstico do seu filho e logo após<br />

decidiu especializar-se, procurando palestras e<br />

cursos que envolvessem o assunto, com o intuito<br />

de propagar seus conhecimentos e de informar por<br />

meios mais acessíveis como dar o melhor suporte<br />

emocional e educacional para essas crianças.<br />

Na ocasião, foi apresentando o Transtorno do<br />

Espectro Autista – TEA, que explica as características<br />

da criança com autismo e os possíveis diagnósticos.<br />

Despertando nos pais e cuidadores uma forma<br />

mais ampla de trabalhar dentro e fora da escola.<br />

Marinalva Santana, 38, mãe de três filhos<br />

que foram diagnosticados com autismo, falou do<br />

seu entusiasmo de poder participar da palestra<br />

pelo fato de receber novos conhecimentos e<br />

reforçar a sua luta, fazendo com que exista um<br />

maior aprofundamento na causa e se una à mães<br />

que também passam pelo mesmo processo.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 34<br />

SME mobiliza escolas no dia Nacional de Luta<br />

Contra o Abuso e a Exploração Sexual de<br />

Crianças e Adolescentes<br />

A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME,<br />

através da Coordenadoria de Ações Socioeducativas<br />

Complementares – CASEC, promoveu, no dia 18 de<br />

maio, um encontro com alunos de cinco escolas<br />

municipais: Adauto Ferreira Lima, Luís Gonzaga dos<br />

Santos, Rachel de Queiroz, Santa <strong>Ed</strong>wirges e Herbert<br />

José de Sousa para apresentação de paródias,<br />

danças e performance teatral contra o Abuso e<br />

a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.<br />

As alunas Melissa Nunes e Stefany Dias, da<br />

escola Adauto Ferreira Lima, apresentaram paródia<br />

sobre a música “Fico assim sem você” e as alunas Carla<br />

Geovana, Lara Gisele, Suelen Sales cantaram paródia<br />

da música “Trem bala”. As 62 escolas municipais que<br />

possuem o projeto Peteca também se mobilizaram<br />

neste dia contra o Abuso e a Exploração Sexual<br />

de Crianças e Adolescentes com atividades,<br />

filmes e paródias que abordavam o assunto.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 35<br />

Centro de Línguas de Maracanaú promove o V<br />

CLM Comunica<br />

O Centro de Línguas de Maracanaú<br />

promoveu nos dias 22 a 25 de maio o “V CLM<br />

Comunica”, com o tema Literatura é Língua. O<br />

evento tem como objetivo proporcionar um<br />

espaço de interação com a comunidade escolar,<br />

por meio das exposições de trabalhos práticos e<br />

teóricos apresentados nos três turnos pelos alunos,<br />

referentes à Literatura, utilizando as Línguas Inglesa,<br />

Espanhola e Libras.<br />

Artur Clemente, aluno do curso de Inglês,<br />

participa pela segunda vez do CLM Comunica. Ele<br />

lembra a vivência neste evento. “É um momento<br />

especial em que aprendemos mais sobre a língua,<br />

com o auxílio da nossa professora, e apresentamos<br />

a literatura estudada aos visitantes e colegas de<br />

outras turmas”.<br />

Rosângela de Oliveira, professora de<br />

Libras, destaca que nesse evento os alunos se<br />

reúnem, com orientação do professor da turma,<br />

para apresentarem encenações sobre a literatura<br />

trabalhada, além de trocarem experiências sobre a<br />

Língua que estudam.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 36<br />

Prefeitura inicia entrega do fardamento escolar<br />

para alunos da rede Municipal<br />

A Prefeitura de Maracanaú entrega o<br />

fardamento escolar aos estudantes da rede<br />

municipal de ensino. As entregas iniciaram no<br />

mês de Maio. Os alunos do ensino fundamental<br />

receberam duas blusas e uma calça, os alunos da<br />

educação infantil, dois conjuntos com camiseta<br />

regata e short em tecido, e os alunos da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

de Jovens e Adultos – EJA receberam uma blusa.<br />

Serão beneficiados mais de 44 mil estudantes.<br />

O prefeito Firmo Camurça destacou a<br />

importância do fardamento e acrescentou que<br />

entregará os 44 mil alunos de todo Maracanaú. Ele<br />

também afirma que é uma felicidade, entregar nesse<br />

momento de crise, a farda para todos os alunos da<br />

rede pública municipal.<br />

Janny de Sousa, mãe de uma estudante<br />

da rede municipal, parabeniza o prefeito Firmo<br />

Camurça, pela entrega das fardas, porque segundo<br />

ela é essencial as crianças irem para a escola<br />

fardadas, principalmente para identificar o aluno.<br />

Já para Afonso Remir, pai de uma estudante<br />

da rede municipal, a entrega do fardamento ajuda<br />

na questão da economia para os pais, que não terão<br />

a preocupação financeira em relação as vestimentas.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 37<br />

SME realiza III Encontro das Comissões de<br />

Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola<br />

(Com-Vida) de Maracanaú<br />

A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME,<br />

por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento<br />

Curricular e <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Ambiental, realizou, no<br />

dia 9 de junho, no Instituto Federal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />

Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE, o III Encontro<br />

de Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de<br />

Vida na Escola - Com- Vida. Com o objetivo de<br />

promover a troca de experiências, por meio das<br />

ações de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Ambiental desenvolvidas pelos<br />

professores e estudantes.<br />

Na ocasião, cerca de 140 pessoas estiveram<br />

presentes, entre alunos e professores-orientadores<br />

das escolas municipais, que apresentaram seus<br />

projetos e suas ideias de sustentabilidade,<br />

reaproveitamento da merenda escolar, reutilização<br />

da água da chuva e hortas escolares, com a intenção<br />

de promover uma alimentação saudável, sempre<br />

voltados aos cuidados com o meio ambiente.<br />

Segundo a Professora Ivaneide Antunes,<br />

Diretora de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, o encontro tem o intuito de<br />

transformar as escolas em ambientes sustentáveis<br />

e conscientizar a comunidade escolar de que<br />

todos precisam fazer sua parte em relação ao meio<br />

ambiente.<br />

Luzia <strong>Ed</strong>na, técnica de educação ambiental,<br />

relatou que é de extrema importância ter um<br />

empenho contínuo com os professores sobre o<br />

meio ambiente, trabalhando com as crianças e<br />

adolescentes interdisciplinarmente.<br />

Alunos do Com-Vida apresentaram murais<br />

com seus projetos, sementes utilizadas na culinária<br />

saudável, danças artísticas, coral e alimentos que<br />

eles mesmos prepararam.<br />

Letícia Costa, <strong>12</strong> anos, da EMEIEF Governador<br />

César Carls de Oliveira Filho, apresentou seu projeto<br />

sobre o mosquito Aedes Aegypti, o qual propõe<br />

a realização de palestras e entregas de panfletos<br />

na comunidade para a conscientização de pais e<br />

alunos. Nesta escola, foram construídas também as<br />

hortas, onde são feitas as divisões dos alunos para o<br />

cuidado e conservação dos vegetais.<br />

A professora Ana Maria e a aluna Rihana,<br />

da EMEIEF José Nogueira Mota, falaram sobre<br />

alimentação saudável e sustentável, com o objetivo<br />

de despertar nas crianças a conscientização e alertar<br />

sobre a questão do desperdício de alimentos, através<br />

da reutilização das cascas das frutas, legumes,<br />

verduras e sementes, para a produção de sucos,<br />

bolos e sopas, consequentemente diminuindo a<br />

poluição.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 38<br />

Núcleos gestores e professores do 2° ano<br />

participam do Evento da <strong>Ed</strong>itora Aprender<br />

A <strong>Ed</strong>itora Aprender realizou, no dia 20<br />

de junho, um evento para apresentar o livro<br />

didático do 2º ano, que os professores da rede<br />

municipal utilizarão em sala de aula. Participaram<br />

da solenidade o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor<br />

Marcelo Farias, a diretora da Diretora de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />

Ivaneide Antunes, a representante da <strong>Ed</strong>itora<br />

Ana Cristina Miranda e a palestrante Jeane Félix<br />

de Andrade, além de gestores e professores que<br />

ensinam o 2º ano do ensino fundamental.<br />

A coleção é composta de dois kits. O<br />

primeiro, para o aluno, contém: livro vol. 1, tarefas<br />

de casa e livro da família e, o segundo, para o<br />

professor da turma que contém: livro do aluno vol.<br />

1; tarefas de casa; guia de orientações didáticas;<br />

brincando com as palavras (cartazes, expositores;<br />

telas de arte, alfabeto e algarismos) adquirida<br />

pelo município com recursos próprios, com vistas<br />

a incrementar o fazer pedagógico, subsidiando<br />

e instrumentalizando os professores P1 e P3 das<br />

referidas turmas, como uma ferramenta a mais na<br />

construção e desenvolvimento de aprendizagens<br />

efetivas e significativas dos nossos alunos.<br />

Trícia de Andrade, diretora da EMEIEF<br />

Governador Mário Covas, elogiou o evento, a<br />

acolhida e principalmente o tema que foi explanado,<br />

o qual trouxe boas expectativas para os professores<br />

que demonstraram bastante entusiasmo, para<br />

trabalharem o material.<br />

Maria Charlene, professora do 2° ano, da<br />

EMEIEF Governador Mário Covas, ressaltou sobre<br />

o seu contato com o livro na edição anterior, e<br />

constatou que essa nova edição veio ainda mais rica.<br />

Uma nova forma de ampliar a interação com o aluno<br />

e com a família. Segundo ela, o livro facilita que as<br />

atividades de casa sejam acessíveis e consigam dar<br />

autonomia ao aluno. O evento foi finalizado ao som<br />

de uma banda pé de serra com comidas típicas e<br />

uma quadrilha improvissada.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 39<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza etapa municipal<br />

do prêmio Peteca<br />

A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME<br />

realizou no dia 22 de junho, a etapa municipal<br />

do Prêmio Peteca, na quadra poliesportiva da<br />

EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo. As escolas<br />

inscreveram trabalhos em seis categorias: Conto,<br />

Curta-Metragem, Esquete Teatral, Música, Desenho<br />

e Poesia. Foram inscritas 15 apresentações na<br />

categoria Música e 16 Esquetes Teatral das escolas<br />

que possuem o Programa Peteca.<br />

O Prêmio Peteca tem por objetivo fomentar<br />

a participação de crianças e adolescentes nas ações<br />

de mobilização, conscientização e prevenção do<br />

trabalho infantil, reconhecer e divulgar os melhores<br />

trabalhos literários, artísticos e culturais produzidos<br />

pelos alunos, e a dedicação dos educadores<br />

envolvidos nas ações de prevenção e combate à<br />

violação dos direitos de crianças e adolescentes.<br />

Aline Pereira, estudante da EMEIEF Presidente<br />

Tancredo Neves, explica como é participar desta<br />

premiação: “É a minha primeira participação no<br />

evento. Fiquei nervosa na encenação, mas consegui<br />

representar a minha escola na luta contra o trabalho<br />

infantil”.<br />

Felipe Silveira, professor da Escola Antônio<br />

Gondim de Lima, destaca a importância do prêmio<br />

na luta contra o trabalho infantil: “É uma maneira<br />

criativa, lúdica de trabalhar o tema, além de ser<br />

uma oportunidade de tratar esse assunto com os<br />

estudantes de maneira diferenciada. Fico feliz em<br />

nós termos esse êxito e fortalecer o lado artístico<br />

para combater o trabalho infantil”.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 40<br />

Alunos da rede municipal participam da<br />

solenidade de formatura do Proerd<br />

O Comando da Polícia Militar e a Prefeitura<br />

de Maracanaú, através da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

e da Guarda Municipal, realizaram solenidade para<br />

a formatura de 544 alunos da rede municipal do<br />

Programa <strong>Ed</strong>ucacional de Resistência às Drogas<br />

e à Violência – Proerd, na Arena Carlos Alberto<br />

Portela, na Pajuçara. Os estudantes matriculados<br />

no quinto ano do ensino fundamental participaram<br />

durante dez semanas de aulas sobre os malefícios<br />

provocados pelo consumo de álcool, tabagismo e<br />

de outras drogas.<br />

Os estudantes escreveram redações<br />

sobre o Proerd, e as melhores produções foram<br />

premiadas. Vinicius Lima, da EMEIEF Adauto Ferreira<br />

Lima, recebeu medalha pelo texto produzido e<br />

lembra como foram as aulas. “Gostei muito de ter<br />

participado. Aprendi a me prevenir e a alertar os<br />

adultos que estão próximos a mim sobre o risco de<br />

usar. ” - declarou.<br />

O estudante Francisco Wilian Pereira, da<br />

EMEIEF Governador César Cals de Oliveira Filho,<br />

destaca que aprendeu quantas substâncias tóxicas<br />

possui o cigarro e lembra os malefícios do uso<br />

dessas substâncias. “Nós aprendemos que não<br />

devemos usar essas drogas, que temos que ter<br />

cuidado e sermos conscientes para dizer não, pois<br />

isso compromete a vida das pessoas”.<br />

O prefeito Firmo Camurça esteve presente<br />

na solenidade ao lado do secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />

professor Marcelo Farias, vereadores e dos<br />

deputados estaduais, Capitão Wagner e Fernanda<br />

Pessoa que prestigiaram o evento entregando as<br />

premiações e medalhas.<br />

Para o prefeito Firmo Camurça esse<br />

momento é de felicidade em poder formar em<br />

parceria com a Polícia Militar e a Guarda Municipal<br />

os alunos das escolas municipais. “Esse é um projeto<br />

que a gente pode sonhar cada vez mais, com um<br />

mundo decente, com um estado menos violento e<br />

cada vez melhor para viver”. - disse o prefeito.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 41<br />

XII Encontro Estadual dos Conselhos<br />

Municipais de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> do Estado do Ceará<br />

é realizado em Maracanaú<br />

A União Nacional dos Conselhos Municipais<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>- UNCME, através da Coordenação<br />

Estadual da UNCME - CE realizou nos dias 28 e 29<br />

de junho, o XII Encontro Estadual dos Conselhos<br />

Municipais de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> do Estado do Ceará, na<br />

Faculdade para o Desenvolvimento Sustentável<br />

do Nordeste - Fadesne, em Maracanaú. O<br />

objetivo é qualificar os conselhos municipais,<br />

instrumentalizando e atuando para um melhor<br />

desempenho em suas funções.<br />

O Encontro reuniu 140 participantes entre<br />

conselheiros, técnicos e secretários de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

dos municípios de Amontada, Aracati, Barreira,<br />

Capistrano, Caucaia, Choró, Coreaú, Crateús, Crato,<br />

Fortaleza, Groaíras, Guaiúba, Ibicuitinga, Itaiçaba,<br />

Itaitinga, Itapajé, Itarema, Juazeiro do Norte,<br />

Madalena, Maracanaú, Maranguape, Morada Nova,<br />

Pacatuba, Pacoti, Paracuru, Paramoti, Pentecoste,<br />

Quixadá, Quixeré, Quixeramobim, Russas, São<br />

Gonçalo do Amarante, Tauá, Viçosa do Ceará, com<br />

o intuito de aprofundar seus conhecimentos e<br />

compartilhar experiências.<br />

O momento contou com a participação do<br />

professor Genuíno Bordignon que palestrou sobre<br />

a origem e a história dos Conselhos de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>.<br />

Segundo ele, o encontro é o processo mais rico<br />

quando se trata de democratização da educação.<br />

Fátima Cândido, técnica do Conselho Estadual de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, relata que esse momento é de grande<br />

importância, pelo intercâmbio de experiências que<br />

é realizado ao reunir todos os conselhos. Dando<br />

autonomia e se tornando produtivo diante dessas<br />

qualificações. Fortalecendo as suas atribuições e<br />

melhorando a educação do município.<br />

Deusdete de Lima, conselheiro do município<br />

de Itaitinga, enfatiza que o encontro é uma forma<br />

de saber a fundo os mecanismos utilizados para<br />

que o trabalho dos conselheiros possa gerar<br />

frutos sabendo quais as ferramentas essenciais,<br />

conhecendo os pontos primordiais da educação<br />

para atender a demanda do município.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 42<br />

EMEIEF José Assis de Oliveira participa do<br />

Projeto Itinerante Galera do DNIT<br />

O Departamento Nacional de Infraestrutura<br />

de Transporte – DNIT visitou a Escola de Ensino<br />

Infantil e Ensino Fundamental José Assis de Oliveira<br />

para apresentar o Projeto Itinerante Galera do<br />

DNIT nesta quarta-feira, 28 de junho na quadra<br />

poliesportiva da escola. Os estudantes do 1º ao 5º ano<br />

desta escola receberam orientações sobre o trânsito<br />

de veículos e de pedestres, além de participarem do<br />

circuito, no qual com equipamentos de segurança,<br />

realizaram o trajeto obedecendo às leis do Código<br />

Nacional de Trânsito.<br />

Os participantes receberam um kit com<br />

tabuleiro, peças, estojo, lápis de cor, revista<br />

educativa com jogos e caça- palavras e um bloco<br />

para agente de trânsito mirim para multar os<br />

adultos que cometem infrações. A estudante Yasmin<br />

Almeida, do 5º ano, disse que a palestra ensinou<br />

sobre a segurança no trânsito: “Nós temos que ter<br />

cuidado ao atravessar uma rua, olhar os lados e estar<br />

acompanhado de um adulto, para que não aconteça<br />

um nenhum acidente”. Já o estudante Pedro Lucas,<br />

do 5º ano, lembra que mesmo não sendo habilitado<br />

para conduzir um veículo, destaca a importância<br />

do projeto: “Esse momento é importante porque<br />

nos explica as leis de trânsito e nós seremos<br />

multiplicadores em nossa família e amigos para que<br />

eles respeitem às leis, para não avançarem o sinal<br />

vermelho e para respeitarem o pedestre”.<br />

José Braga, chefe de serviços de operações<br />

do DNIT- CE explica que este projeto itinerante<br />

estará presente, aqui no Ceará, em duas escolas.<br />

Uma é a Escola José Assis de Oliveira e a outra escola<br />

na cidade de Caucaia. Ele também destaca que “esta<br />

escola é próxima a uma rodovia que, provavelmente,<br />

receberá uma passarela para travessia de pedestres.<br />

Essas crianças serão agentes multiplicadores do uso<br />

deste equipamento de segurança aos moradores<br />

da região.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 43<br />

Prefeitura inaugura Quadra Poliesportiva<br />

Coberta da EMEF Valdênia Acelino da Silva<br />

A Prefeitura de Maracanaú inaugurou<br />

a Quadra Poliesportiva Coberta da EMEF<br />

Valdênia Acelino da Silva no dia 29 de junho,<br />

no bairro Parque São João. A quadra conta<br />

com acessibilidade, arquibancadas e vestiários,<br />

possibilitando a prática de esportes, tanto por<br />

alunos da escola como pela comunidade escolar.<br />

A solenidade de entrega da quadra contou<br />

com a participação do prefeito de Maracanaú,<br />

Firmo Camurça, da primeira-dama, Kamile<br />

Camurça, do secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor<br />

Marcelo Farias, do secretário de Infraestrutura, Caê<br />

Pessoa, do secretário de Esporte, Márcio Caetano,<br />

vereadores, além da comunidade escolar. Os<br />

alunos apresentaram o trabalho desenvolvido pelo<br />

programa “Mais <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>” aos presentes no evento.<br />

O professor Wescley dos Santos, professor<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Física da escola, destaca que com<br />

a inauguração da quadra, o trabalho com os<br />

alunos será fortalecido: “Quando a gente vê uma<br />

quadra dessa, a gente enxerga educação, saúde,<br />

sociabilidade e até o fim da violência. Por isso é tão<br />

importante a entrega desta quadra. Agradecemos e<br />

temos certeza de que a sociedade será beneficiada.”-<br />

completou o Wescley.<br />

O estudante Éric Matheus, do 9° ano, lembra<br />

que gosta de jogar futsal e com a entrega da quadra<br />

as aulas de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Física serão mais proveitosas<br />

para a prática de esportes. “Vou aproveitar muito<br />

essa quadra para jogar com os colegas de sala.<br />

O professor trabalhará em nossas aulas o nosso<br />

condicionamento físico, já que essa quadra nos<br />

proporciona isso.<br />

Para o prefeito Firmo Camurça é uma<br />

satisfação entregar mais uma quadra poliesportiva<br />

coberta a uma escola municipal. “Esta quadra, além<br />

de proporcionar a prática de esportes, também<br />

facilita a realização de atividades de cultura e lazer,<br />

integrando a participação da comunidade”. - disse o<br />

prefeito.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 44<br />

EMEIEF Norberto Alves Batalha comemora 25<br />

anos com festa para comunidade escolar<br />

A EMEIEF Norberto Alves Batalha comemorou<br />

25 anos de existência à serviço da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, no dia<br />

24 de junho. A Festa teve como tema “Eu faço parte<br />

desta história”. O evento contou com a presença<br />

da comunidade escolar. Também estiveram<br />

presentes ex-alunos, professores e funcionários.<br />

Dona Terezinha Batalha, filha do patrono da escola<br />

Norberto Alves Batalha, o professor Mauro Braz,<br />

representando a Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, e o prefeito<br />

Firmo Camurça.<br />

A ideia de comemorar o aniversário da escola<br />

surgiu no encontro do planejamento integrado com<br />

o objetivo de reviver e conhecer melhor a história<br />

da escola como também valorizar o trabalho das<br />

pessoas que já passaram pela instituição.<br />

A ocasião contou com diversas<br />

apresentações como: entrevista sobre o patrono da<br />

escola, paródias, homenagens aos profissionais que<br />

já trabalharam na escola, entrega de medalhas aos<br />

alunos que se destacaram no 1º bimestre, poesias<br />

e muita animação com a professora Natividade e a<br />

Geovana com o Forró “Quanto mais véi mió” e “Forró<br />

pra cá”.<br />

EMEIEF Maria do Socorro Viana Freitas realiza<br />

caminhada contra o mosquito Aedes Aegypti<br />

A EMEIEF Professora Maria do Socorro<br />

Viana Freitas realizou caminhada com o tema:<br />

“A escola e você contra o mosquito”, no dia 30 de<br />

junho, no bairro Novo Maracanaú. A comunidade<br />

escolar e representantes das Secretarias de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Saúde fizeram o percurso nas ruas do<br />

bairro entregando panfletos e expondo cartazes<br />

que alertavam para o risco de deixar água limpa<br />

parada, além da importância de reciclar, reutilizar<br />

e reduzir o lixo produzido pela população.<br />

Para Michella Daustria, diretora da escola, as<br />

crianças se tornarão multiplicadores no combate ao<br />

mosquito Aedes Aegypti. “Nós vamos fortalecer essa<br />

luta para que juntos possamos conseguir combater<br />

esse mosquito”- finalizou a diretora.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 45<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> promove V Gincana<br />

Junina com servidores<br />

No dia 30 de junho, a Secretaria Municipal<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME realizou a V Gincana Junina<br />

com os servidores. Os partidos azul e vermelho<br />

apresentaram: grito de guerra, objetos antigos, rei<br />

e rainha caipira, casamento matuto, leitura de um<br />

cordel junino inédito, dramatização de histórias<br />

ou músicas, além de arrecadarem alimentos para<br />

serem doados. A mesa de jurados foi composta por<br />

Igor Brito e Vanderlene Camurça. Eles distribuíram<br />

as pontuações conforme estava nas regras. Para<br />

finalizar, depois de muita dança junina e comidas<br />

típicas, o resultado foi divulgado, e a equipe Azul<br />

tornou-se a grande campeã de 2017. As equipes<br />

se empenharam ao máximo, para que a Gincana<br />

fosse uma grande diversão, podendo assim cada<br />

um interagir com diferentes setores, que ainda não<br />

tinham contato, tornando a confraternização um<br />

momento de alegria.<br />

Representantes da SME entregam alimentos<br />

arrecadados na V Gincana<br />

A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME<br />

realizou a doação dos alimentos arrecadados na V<br />

Gincana da SME para a Casa da Família Maria Mãe<br />

da Ternura das Irmãs Missionarias de Nossa Senhora<br />

das Dores, localizada no bairro Piratininga nesta<br />

segunda-feira, 3 de julho. Cerca de 105 alimentos<br />

não perecíveis foram doados pelos técnicos da SME,<br />

entre eles: arroz, feijão, macarrão e açúcar, além de<br />

150 pacotes de leite em pó.<br />

Mauro Braz e Argicélia Holanda realizaram<br />

a entrega na Instituição. Segundo eles, a doação é<br />

uma nobre atitude de ajudar e de conscientizar aos<br />

demais a também realizarem mais ações como essa.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 46<br />

CLM realiza formatura dos cursos de Inglês,<br />

Espanhol e Libras das turmas 2017.1<br />

O Centro de Línguas de Maracanaú – CLM<br />

realizou, no dia 4 de agosto, a formatura de 1<strong>12</strong><br />

concludentes dos cursos de Inglês, Espanhol<br />

e Libras do período 2017.1, no Buffet Monte<br />

Rey. Os concludentes fizeram apresentações,<br />

além do juramento, na Língua estudada.<br />

Silvana Fernandes, diretora do CLM, fala<br />

da satisfação de toda equipe em realizar mais<br />

uma formatura. “A gente vem desenvolvendo esse<br />

projeto que tem dado muito certo em Maracanaú e<br />

tem atendido toda a classe de estudantes de ensino<br />

médio, fundamental e os que concluíram o ensino<br />

superior, além de técnicos da secretaria de educação,<br />

do serviço público e da rede privada também. A<br />

gente tem a oportunidade de ofertar um ensino de<br />

qualidade nas línguas estrangeiras, que hoje é um<br />

diferencial na vida de todo profissional”, declarou.<br />

A estudante Iana Thamyla, concludente<br />

do curso de Inglês, lembra como o curso é<br />

importante para ela. “O CLM me abriu horizontes<br />

e perspectivas. Conhecer uma língua estrangeira<br />

por meio de um curso de qualidade foi uma<br />

experiência gratificante. Sei que o curso me ajudará<br />

a enfrentar o mercado de trabalho e ter destaque<br />

na vida profissional”, contou a concludente.<br />

Carlos Rangel, professor de Espanhol,<br />

diz que esta formatura é uma vitória para todos,<br />

porque além de ser um curso longo, exige bastante.<br />

“A gente acha que o Espanhol é fácil. A similaridade<br />

com o português acaba dificultando um pouco<br />

o aprendizado, mas eles saem bem preparados<br />

para o mercado, principalmente, com vista para


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 47<br />

o mercado latino-americano”, disse o professor.<br />

O secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor Marcelo<br />

Farias, destaca o trabalho desenvolvimento pelo<br />

CLM. “O grande número de alunos terminando Inglês,<br />

Espanhol, Libras, que se instrumentalizam da melhor<br />

forma para enfrentar a vida, o mercado de trabalho e<br />

dar prosseguimento nos seus estudos, é o reflexo da<br />

popularidade e da qualidade do ensino de línguas<br />

de Maracanaú. Esses alunos têm uma boa vantagem<br />

para avançar na vida profissional em relação aos<br />

que não passaram pelo CLM”, destaca o secretário.<br />

O prefeito Firmo Camurça manifesta a<br />

felicidade em estar junto dos concludentes, dos<br />

profissionais da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e do Centro<br />

de Línguas de Maracanaú. “É uma satisfação muito<br />

grande estar aqui, junto com o professor Marcelo,<br />

nosso Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, e todos os nossos<br />

professores que coordenam o Centro de Línguas<br />

de Maracanaú. Poder presenciar esses alunos<br />

se formando, após três anos e meio nos cursos<br />

de Inglês e Espanhol e dois anos no curso de<br />

Libras, nos proporciona uma alegria indescritível<br />

e a plena satisfação de Maracanaú em oferecer<br />

essa oportunidade aos filhos maracanauenses”.


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É NOTÍCIA! 48<br />

Prefeitura empossa Núcleos Gestores das<br />

Escolas municipais<br />

A Prefeitura de Maracanaú, através da<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, empossou os Núcleos<br />

Gestores das Escolas municipais na última segundafeira,<br />

31 de julho, no Centro de Desenvolvimento<br />

<strong>Ed</strong>ucacional do Colégio 7 de Setembro, na Pajuçara.<br />

Participaram da solenidade o prefeito Firmo<br />

Camurça, a primeira-dama, Kamile Camurça, o<br />

secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias, o secretárioexecutivo,<br />

Nilson Gomes, a Coordenadora da 1ª<br />

Crede, Ana Geovanda Mourão, o presidente da<br />

Comissão de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> da Câmara dos Vereadores,<br />

Manoel Correia, a Diretora de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Ivaneide<br />

Antunes, e a Diretora de Avaliação e Monitoramento,<br />

Maria do Carmo Pinheiro. Os novos gestores<br />

assinaram o termo de posse para o período 2017<br />

a 2021 e participaram da palestra conduzida pela<br />

professora Drª Sofia Lerche Vieira sobre o tema<br />

“Explorando Desafios da Gestão Escolar”.<br />

Magno Furtado, diretor geral do Centro<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Jovens e Adultos da Pajuçara –<br />

CEJAP, participou pela primeira vez desta seleção<br />

e lembra das etapas. “A prova da primeira fase foi<br />

de conhecimentos gerais e específicos para cada<br />

área e na segunda fase nos submetemos à banca<br />

de trabalho. Foi muito gratificante e importante<br />

porque realmente foi medida a nossa capacidade<br />

gestora. Parabenizo à Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e à<br />

Prefeitura por realizar essa sistemática”.<br />

Plácido Cavalcante segue para o segundo<br />

mandato como diretor geral da Escola Rui Barbosa<br />

e conta como é dar continuidade a um trabalho<br />

que ele iniciou há quatro anos. “Os resultados<br />

começaram a aparecer. A escola tem melhorado,<br />

inclusive nos índices do SPAECE, o 5º ano avançou<br />

em relação a quando assumimos a gestão. O nosso<br />

grupo está consciente de tudo o que podemos<br />

fazer e com mais essa oportunidade, a gente vai<br />

fazer muito mais”.


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É NOTÍCIA! 49<br />

O secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias,<br />

ressalta a importância da seleção. “A gente espera<br />

que esse novo grupo, que é composto por pessoas<br />

que já estavam na gestão, pessoas que se renovaram<br />

nas funções ou gestões totalmente novas, mas<br />

com experiências acumuladas, com o registro<br />

já feito, com o intercâmbio que deve haver nas<br />

diversas gestões, obter melhores resultados. Esse é<br />

o caminho, nada de indicação por outros meios, há<br />

não ser pelos próprios méritos, que é medido nesse<br />

processo”.<br />

O prefeito Firmo Camurça destacou e<br />

parabenizou a todos em seu discurso dizendo:<br />

“Estamos aqui finalizando e dando posse a todos<br />

os novos gestores, para que possam conduzir<br />

todas as escolas de Maracanaú e melhorar cada<br />

vez mais os nossos resultados e avançar nos nossos<br />

indicadores. Parabéns a todos os gestores, parabéns<br />

ao Maracanaú por mais esse grande avanço que a<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e o Município conseguiram<br />

implementar”


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É NOTÍCIA! 50<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> lança projeto “Todos<br />

por um objetivo: nenhum a menos”<br />

A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME palestrou sobre o tema “Gestão de Resultados:<br />

realizou, neste mês de agosto, o lançamento do Desafios e Possibilidades” provocou reflexões na<br />

projeto “Todos por um objetivo: nenhum a menos”. dimensão da gestão pedagógica, apresentou<br />

A iniciativa apresenta proposta de trabalho com questões de provas e estratégias a serem trabalhadas<br />

o intuito de qualificar as práticas pedagógicas em sala de aula. Ela acredita que cada gestor e<br />

com a perspectiva de elevar os índices do coordenador têm uma importante missão, que é<br />

ensino fundamental I, do 2° e 5° ano, e do ensino fazer com os professores possam trabalhar com os<br />

fundamental II, 9° ano, para o nível desejável nas alunos, de forma clara e facilitando a aprendizagem,<br />

avaliações do Sistema Permanente de Avaliação para juntos irem além.<br />

da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica do Ceará – SPAECE. Na ocasião As participações dos coordenadores<br />

estiveram presentes gestores e coordenadores pedagógicos foram de acordo com sua atuação<br />

pedagógicos das escolas municipais.<br />

específica, oportunizando a Construção do Plano de<br />

Rosângela Rebouças, coordenadora Trabalho para as turmas de 2º ano, 5º ano e 9º ano.<br />

pedagógica da EMEIEF Manoel Rodrigues Pinheiro Para o êxito deste projeto, a Coordenadoria<br />

de Melo, enfatiza que esse novo projeto é muito de Desenvolvimento Curricular, a Gestão Escolar<br />

válido para um melhor desenvolvimento no campo e a Coordenadoria de Ações Socioeducativas<br />

escolar, contribuindo para um ensino de qualidade Complementares – CASEC, através do programa<br />

e mantendo a boa relação com os educadores. Novo Mais <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, trabalharão com ações voltadas<br />

Rebeca Albuquerque, professora pedagoga, para o desenvolvimento do objetivo deste projeto.


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É NOTÍCIA! 51<br />

Estudantes da EMEIF Manoel Róseo Landim<br />

são classificados para 2ª fase da X Olimpíada<br />

Brasileira de Química Júnior<br />

Os estudantes da Escola Municipal de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e Ensino Fundamental Manoel<br />

Róseo Landim foram aprovados para a segunda<br />

fase da X Olimpíada Brasileira de Química Júnior<br />

– OBQJr. As alunas Leticia Freitas da Rocha, Maria<br />

Iohana de Oliveira Santos e o aluno Alisson Pereira<br />

da Costa são estudantes do 9º ano e participarão da<br />

2ª fase no dia 23 de setembro.<br />

João Paulo Silva de Lima, professor de<br />

Ciências da escola, inscreveu os alunos e adaptou o<br />

conteúdo do livro de ciências do 9º ano para que a<br />

turma participasse desta olimpíada. No início houve<br />

resistência dos alunos, mas o professor conseguiu<br />

convencê-los sobre a importância de integrarse<br />

nesta olimpíada. “Eu conversei com a turma e<br />

destaquei a relevância para que eles participassem,<br />

para que no ensino médio, eles cheguem com um<br />

conhecimento prévio da disciplina de Química” –<br />

contou.<br />

Para a gestora geral da escola, Socorro<br />

Freitas, é uma alegria ter alunos dedicados e que<br />

representam o município de Maracanaú nesta<br />

Olimpíada. Ela ressalta o trabalho do professor de<br />

Ciências. “Quero destacar a atuação e o incentivo<br />

que ele deu a turma para que eles se dedicassem e<br />

conseguissem a classificação para a fase seguinte”<br />

A aluna Leticia de Freitas lembra que o<br />

professor informou sobre a Olimpíada no início do<br />

ano, e com o auxílio dele nas aulas de ciências foi<br />

possível ser classificada para a 2ª fase da OBQJr. “O<br />

professor nos explicou o conteúdo teórico e também<br />

de forma prática, o que nos ajudou a entender e<br />

chegar nesta fase da olimpíada”.<br />

O aluno Alisson Pereira diz se identificar com<br />

a disciplina e que gosta de estudar Química. “Eu<br />

tenho interesse nessa matéria, me dedico, e vejo o<br />

quanto ela é importante na nossa vida. O professor<br />

nos deu essa oportunidade de participar e hoje<br />

estou me preparando para a segunda fase”.<br />

A aluna Maria Iohana de Oliveira destaca que<br />

as metodologias utilizadas em sala de aula foram<br />

fundamentais para a aprovação. “As experiências<br />

práticas, o conteúdo ensinado e as atividades nos<br />

auxiliaram. Vou me dedicar ainda mais para que<br />

nesta próxima fase eu consiga ser classificada”-<br />

finaliza.


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É NOTÍCIA! 52<br />

SME e SASC realizam lançamento do DVD<br />

Prêmio Peteca<br />

A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME e<br />

a Secretaria de Assistência Social e Cidadania<br />

– SASC realizaram, no dia 28 de setembro, a<br />

premiação do Prêmio PETECA 2017, no Centro de<br />

Desenvolvimento <strong>Ed</strong>ucacional do Colégio 7 de<br />

Setembro. Uma iniciativa contra o trabalho infantil.<br />

O Prêmio Peteca consiste na seleção e premiação<br />

dos melhores trabalhos literários, artísticos e<br />

culturais produzidos pelos alunos das escolas dos<br />

municípios cearenses que participam do Programa<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> contra a Exploração do Trabalho de<br />

Criança e do Adolescente – Peteca.<br />

Na ocasião estiveram presentes a diretora<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Ivaneide Antunes, a coordenadora<br />

municipal do projeto PETECA, Albertina Duarte,<br />

e técnicos da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, onde<br />

apresentaram os vencedores da Etapa Municipal<br />

do Prêmio PETECA 2017, em todas as categorias<br />

(Música/ Esquete Teatral/ Conto/ Poesia/ Curtametragem/<br />

Desenho).<br />

Fábio Freire, coordenador da Coordenadoria<br />

de Ações Socioeducativas Complementares -<br />

CASEC, diz que o PETECA tem como papel principal<br />

mostrar para as crianças as consequências sofridas<br />

em relação à exploração do trabalho infantil e<br />

do adolescente. O prêmio é uma maneira de<br />

reconhecer e homenagear os alunos que tiveram<br />

a disponibilidade de contribuir com músicas<br />

próprias, contos e poesias produzidos por eles, para<br />

que o DVD pudesse ser gravado. As medalhas e<br />

premiações foram um gesto simbólico do município,<br />

para reconhecer o valor que essas crianças têm, na<br />

tentativa de fazer com que não perpetue o trabalho<br />

infantil.<br />

“A sensação de ter ganho o 1º lugar em Poesia<br />

foi maravilhosa e contagiante. Recebi o apoio de<br />

todo mundo da minha escola. Eu já praticava e tinha<br />

gosto pela poesia, mas nunca imaginei que poderia<br />

representá-la. Eu não fazia poesia para mostrar para<br />

alguém, era algo íntimo, mas a partir do momento<br />

que a minha professora leu, ela disse que eu tinha<br />

talento e me inscreveu no projeto, logo depois dos<br />

resultados ela continuou me incentivando para<br />

que eu não parasse de escrever. Eu me senti muito<br />

segura quando a escola se uniu e me apoiou nessa<br />

causa sobre o trabalho infantil e agora representarei<br />

meu município”. - relatou Paula Andressa, 13 anos,<br />

aluna da EMEIEF Deputado José Martins Rodrigues.


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É NOTÍCIA! 53<br />

EMEIEF Deputado José Martins Rodrigues<br />

provome II Relato de Experiências<br />

<strong>Ed</strong>ucacionais Inclusivas<br />

A EMEIEF Deputado José Martins Rodrigues<br />

realizou o II Relato de Experiências <strong>Ed</strong>ucacionais<br />

Inclusivas, no dia 20 de setembro, com o objetivo<br />

de difundir e valorizar experiências escolares de<br />

estudantes com deficiência, transtornos globais<br />

do desenvolvimento e com altas habilidades/<br />

superdotação, realizadas por gestores, educadores,<br />

professores e estudantes. As propostas alcançaram<br />

as famílias, onde participam e tem uma boa<br />

interação com a escola. Os pais procuram a gestão e<br />

recebem orientações de acordo com a necessidade<br />

do seu filho.<br />

Na ocasião, estiveram presentes alunos,<br />

mães, professores, interpretes, cuidadores e a<br />

comissão avaliadora, composta por Ana Paula<br />

Holanda, coordenadora do setor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Inclusiva da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú,<br />

Francisca Lima dos Santos, assistente social do Centro<br />

Integrado de Reabilitação - CIRM, de Maracanaú,<br />

e Sandra Maria Lima Fernandes, professora do<br />

Atendimento <strong>Ed</strong>ucacional Especializado. Também<br />

houve distribuição de brindes, como livros voltados<br />

para os temas tratados e lembrancinhas em forma<br />

de homenagem para as mães.<br />

Milca Ferreira, gestora da escola, diz que<br />

o projeto é realizado mediante as dificuldades<br />

e necessidades dentro da sala de aula, que os<br />

professores apresentam ao núcleo gestor. Partindo<br />

disso, a gestão, acompanhada dos profissionais<br />

do Atendimento <strong>Ed</strong>ucacional Especializado – AEE,<br />

desenvolvem ações para a inclusão do aluno,<br />

fazendo com que os professores se inscrevam<br />

e trabalhem esses projetos em sala. Os pais<br />

procuram a escola e recebem as orientações. “Com<br />

as experiências apresentadas, todos puderam ver<br />

e ouvir que realmente o nosso aluno faz parte de<br />

uma inclusão verdadeira, no dia a dia, em todas<br />

as aulas. Aquele aluno que não queria vir para a<br />

escola, hoje não falta. Ele está engajado em todos<br />

os momentos feitos pela escola, sem que haja


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 54<br />

dificuldade de participação. O que acompanho<br />

aqui é o crescimento a cada ano do envolvimento<br />

do nosso estudante e da família, e da dedicação<br />

dos profissionais do AEE.” - relatou.<br />

O evento contou com as apresentações<br />

de projetos que os próprios professores da escola<br />

desenvolveram para conseguirem melhores<br />

resultados dentro da sala de aula. Com objetivos<br />

específicos, eles apresentaram trabalhos<br />

relacionados à inclusão.<br />

Os temas apresentados foram: “O processo<br />

de inclusão do aluno com autismo na turma<br />

comum” por Vanessa Rocha; “Corpos libertos: A<br />

cultura corporal no âmbito da educação inclusiva”<br />

por João Paulo Viana; “O papel do cuidador e as<br />

estratégias de adaptação e acolhimento em um<br />

ambiente inclusivo” por Milena de Lima; “Recursos<br />

Acessíveis: A experiência de vídeo prova traduzida<br />

em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS” exibidos<br />

por Liliane Vieira e Marcos Valentim; “Transtorno de<br />

ansiedade: Avaliação diagnóstica de adolescentes<br />

que apresentam a síndrome do pensamento<br />

acelerado”, por Henrique Freitas.<br />

Wesley e Wenderson estudam há 7 anos<br />

nesta escola, eles têm necessidades especiais. Maria<br />

Cleonice, mãe dos meninos, contou que percebeu<br />

muitas mudanças no ambiente fraterno e que as<br />

oficinas disponibilizadas pela escola para família<br />

ajudaram na comunicação e no desenvolvimento<br />

mútuo. “O apoio e o trabalho dos cuidadores<br />

e interpretes me deram uma grande força, eles<br />

participam de todos os passeios e apresentações.<br />

Antes eu achava que isso não seria possível, mas a<br />

inclusão mudou a vida dos meus filhos. “. - conta.<br />

Milena Barros apresentou o projeto “O<br />

papel do cuidador e as estratégias de adaptação<br />

e acolhimento em um ambiente inclusivo”, que<br />

desenvolveu dentro de sala, para que fosse possível<br />

atrair a atenção e o interesse do aluno pelos pelas<br />

disciplinas oferecidas, assim mostrou as ideias e os<br />

resultados obtidos positivamente. “Os alunos que<br />

tem necessidade especial podem ter os mesmos<br />

direitos que os demais, que é o convívio e o direito<br />

do aprendizado, pois a escola em si é para todos”.<br />

- relatou.<br />

A cuidadora diz que durante sete anos vem<br />

aprendendo muito ao olhar para trás e ver o quanto<br />

existia preconceito, pois também tem deficiência<br />

de baixa visão e percebia que era prejudicada, por<br />

acharem que ela não possuía habilidades, mas<br />

hoje com a ajuda da inclusão é possível ver que<br />

todos podem estar inseridos e que são capazes de<br />

aprender e de ensinar.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

É NOTÍCIA! 55<br />

Prefeitura entrega novas salas de aula na<br />

EMEIEF José Nogueira Mota e na EMEIEF José<br />

Mário Barbosa<br />

A Prefeitura de Maracanaú, por meio da<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, entregou novas salas de<br />

aula, sendo duas na Escola Municipal José Nogueira<br />

Mota, na Mucunã, e duas na Escola Municipal<br />

José Mário Barbosa, no Olho D’Água, no dia 28 de<br />

setembro. Mais de 400 alunos serão beneficiados<br />

nas duas unidades de ensino. Os espaços foram<br />

construídos com recursos próprios do município,<br />

através do Programa de Autonomia Escolar – PAE,<br />

seguindo modernos padrões arquitetônicos e de<br />

iluminação, visando garantir conforto aos alunos<br />

e professores, contribuindo para o processo de<br />

aprendizagem.<br />

Francisca Cláudia é mãe de dois alunos<br />

da Escola José Mário Barbosa, além de membro<br />

do Conselho Escolar. Ela destaca a relevância da<br />

ampliação da escola. “A importância das salas é<br />

para dar melhoria para os alunos, podendo ofertar<br />

mais matriculas. Futuramente, pretendemos fazer<br />

o vestuário das crianças, para eles ficarem mais<br />

à vontade. Pretendemos melhorar mais a nossa<br />

escola para os que já são alunos e para os que ainda<br />

virão”.<br />

O Prefeito Firmo Camurça conta a satisfação<br />

de entregar os novos espaços das escolas<br />

municipais. “Estamos extremamente satisfeitos e<br />

muito felizes, pois nesse momento entregamos,<br />

na Escola José Mário Barbosa, duas salas de aula<br />

do tamanho padrão, de acordo com as exigências<br />

do Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>. A meta da gestão é<br />

entregar, entre 2017 e 2018, setenta salas de aula,<br />

em todas as instituições de ensino da rede pública<br />

de Maracanaú. Também estive na escola José<br />

Nogueira Mota entregando duas salas semelhantes<br />

a essa, porque nós queremos ampliar o número de<br />

salas de aula, e dar mais cidadania a todos os alunos<br />

de Maracanaú. Isso é o município avançando,<br />

olhando pra frente e desenvolvendo cada vez mais<br />

a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de nossa cidade”.


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CIENTÍFICA 56<br />

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A INTERAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO<br />

DE CASO EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MARACANAÚ<br />

Vivian Kelly Pereira Lima<br />

vikekely@hotmail.com<br />

Emanuelle Oliveira da Fonseca<br />

emanuelle272@hotmail.com<br />

RESUMO<br />

A Psicomotricidade vem sendo um assunto muito discutido no âmbito dos sistemas educacionais, pois<br />

acredita-se que esta contribui significativamente no processo de aprendizagem das crianças, principalmente<br />

na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. Com base nessa temática, configura-se a seguinte questão: quais suas contribuições<br />

para a interação das crianças? Este trabalho tem como objetivo geral averiguar o perfil psicomotor com<br />

vistas a estimular o desenvolvimento e o convívio entre indivíduos na faixa etária de quatro anos. Para<br />

tanto, será pontuado como surgem as situações de interação a partir de vivências psicomotoras e como<br />

essas acrescentam ao desenvolvimento e a aprendizagem, tendo como base um ambiente saudável<br />

que proporcione situações de contato entre as crianças e a importância da psicomotricidade para as<br />

descobertas e superações. A pesquisa foi realizada em uma escola pública municipal de Maracanaú, onde<br />

a coleta de dados foi realizada através de observações de doze sessões de atividades relacionadas ao<br />

tema e de registros escritos. Os resultados apontam avanços no nível de interação e afetividade entre as<br />

crianças, maior concentração durante as atividades propostas pela professora em sala de aula e maior<br />

grau de autonomia dos três sujeitos, porém há ainda um extenso caminho a percorrer no que se refere<br />

a interação e aos estímulos proporcionados pela Instituição de ensino. Contudo, é necessário estimular<br />

situações de convivência, comunicação, exploração, expressão e descobertas entre os alunos, para que<br />

assim se alcance uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> integral.<br />

Palavras-chave: Psicomotricidade, Interação, <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

1. Introdução<br />

O desenvolvimento de uma criança é um<br />

processo complexo composto de habilidades<br />

diversas que necessitam ser vivenciadas pelo<br />

individuo, dentre essas estão também as motoras.<br />

Pode-se dizer que crianças que passam por<br />

dificuldades de aprendizagem em sala de aula, tem<br />

a base do problema na falta de estimulo durante<br />

o desenvolvimento infantil. É importante lembrar<br />

que quanto mais se trabalha o desenvolvimento<br />

psicomotor na primeira infância, melhor será a<br />

estruturação da criança em seus primeiros anos de<br />

vida, consequentemente, uma alfabetização mais<br />

tranquila e mais saudável.<br />

Partindo desse pressuposto delimitamos<br />

nossa problemática: Quais as contribuições da<br />

Psicomotricidade para a interação entre as crianças<br />

da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil?<br />

Nesse sentido, elegemos como objetivo


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 57<br />

geral: averiguar o perfil psicomotor com vistas<br />

a estimular o desenvolvimento e a interação de<br />

indivíduos na faixa etária de quatro anos. De forma<br />

mais específica: descrever o perfil de três crianças<br />

na segunda fase da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, durante<br />

doze sessões de Psicomotricidade. Observá-las<br />

trabalhando o corpo com brincadeiras livres e/ou<br />

dirigidas, ressaltando como surgem as relações<br />

interpessoais na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil a partir de<br />

vivências psicomotoras, identificar como a disciplina<br />

contribui para o processo de integração entre as<br />

crianças e para uma melhor forma de aprendizagem,<br />

pois é vivenciando situações concretas que elas<br />

melhor se desenvolvem.<br />

Nosso percurso metodológico utiliza-se<br />

de pesquisa bibliográfica, análise documental<br />

e pesquisa de campo, do tipo estudo de caso. A<br />

pesquisa bibliográfica apoia-se nos estudos de<br />

Campos (2007) e Le Bouch (1984) que serviram de<br />

fundamentação para a compreensão do objeto.<br />

Realizamos a análise documental, na qual<br />

examinamos o Estatuto da Associação Brasileira de<br />

Psicomotricidade (S.B.P.) que trata de suas normas<br />

e delimita a formação necessária para ser um<br />

profissional da área.<br />

Na pesquisa de campo foram coletados<br />

dados que explicitaram, na prática, as contribuições<br />

da psicomotricidade no processo de interação entre<br />

as crianças. Foram realizadas doze sessões com três<br />

sujeitos na faixa etária de quatro anos de idade de<br />

uma escola pública municipal de Maracanaú-Ceará,<br />

onde percebemos suas dificuldades e evoluções<br />

em aspectos como: alto nível de agressividade,<br />

dificuldade de concentração nas atividades<br />

propostas pela professora e consequentemente<br />

dificuldade de interação social.<br />

Atualmente, têm-se discutido a importância<br />

da liberdade no processo educativo, e isto se dá<br />

a partir da manipulação de diversos materiais,<br />

da criação, da liberdade de expressão corporal e,<br />

contudo, da interação social, onde o sujeito constrói<br />

sua aprendizagem.<br />

Para que isso aconteça, é necessário que,<br />

tanto a família quanto o professor, assumam<br />

uma postura de facilitadores nesse processo de<br />

aprendizagem, não interferindo ou impedindo a<br />

criança de se expressar e se descobrir.<br />

2. Psicomotricidade: histórico e conceito<br />

Segundo Le Bouch (1984) a educação<br />

psicomotora teve origem na França, em 1966,<br />

devido a carência da educação física que não<br />

correspondia às necessidades reais do corpo. A<br />

partir dessa época travou-se uma disputa entre o<br />

Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Nacional e o Ministério da<br />

Juventude e dos Esportes.<br />

Em 1967, acontece a Renovação da<br />

Pedagogia e a introdução da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Psicomotora<br />

na escola primária. Após esse período, foi assinado,<br />

em 7 de agosto de 1969, um decreto ministerial<br />

instituindo um horário de 6 horas semanais para a<br />

prática da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Psicomotora na escola primária.<br />

Segundo Campos (2007), foi em 1968 que a<br />

psicomotricidade começou a se difundir no Brasil,<br />

a partir de cursos e disciplinas em Universidades<br />

de alguns estados. Na França, inicialmente foi<br />

introduzida nas escolas especializadas. Em 1980,<br />

ocorre a fundação da Sociedade Brasileira de<br />

Terapia Psicomotora, presidida por Beatriz Saboya<br />

e com a participação de Françoise Desobeau,<br />

sendo integrada à Sociedade Internacional de<br />

Psicomotricidade, com sede em Paris.<br />

Segundo Jobim e Assis, historicamente foi na<br />

década de 1970 que surgiram diferentes conceitos<br />

sobre a psicomotricidade como uma motricidade<br />

de relação, assim podemos perceber na fala dos<br />

autores supracitados:<br />

Começa então, a ser delimitada uma diferença


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CIENTÍFICA 58<br />

entre uma postura reeducativa e uma<br />

terapêutica que, ao despreocupar-se da técnica<br />

instrumentalista e ao ocupar-se do “corpo<br />

de um sujeito” vai dando progressivamente,<br />

maior importância à relação, à afetividade e ao<br />

emocional. (p.3)<br />

Percebe-se a partir deste período que o foco<br />

de estudo passa a ser o corpo do sujeito, com suas<br />

peculiaridades, afetividade, emoções e a relação<br />

com outro corpo. Essa valorização funciona como<br />

impulso para uma maior divulgação da importância<br />

da psicomotricidade, proporcionando descobertas<br />

e superações através do corpo.<br />

Em alguns países a profissão do<br />

psicomotricista já é reconhecida legalmente, porém,<br />

em outros, como no Brasil, essa tem sido uma<br />

constante luta. Na França a profissão é reconhecida<br />

oficialmente desde 1974 e este profissional trabalha<br />

a partir de prescrições médicas. Segundo Campos<br />

(2007), na Alemanha foram instaladas, nos últimos<br />

16 anos, Universidades com formação de base,<br />

sendo a Psicomotricidade um curso superior<br />

reconhecido há 6 anos.<br />

Em países como Argentina, Alemanha,<br />

Dinamarca, Itália, Espanha e Portugal tem sido<br />

marcados por avanços no reconhecimento do<br />

profissional Psicomotricista, alguns com escolas de<br />

formação, como a Itália que recebe elementos da<br />

França. Em alguns destes países o reconhecimento<br />

tem avançado mais que outros, com enfoques<br />

diferenciados em cada uma de suas realidades.<br />

Conforme Campos (2007), em 1983<br />

surge no Brasil, o curso de pós-graduação em<br />

Psicomotricidade na Universidade Estácio de Sá e<br />

no Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação<br />

(IBMR). Desde os anos de 1980, a Sociedade<br />

Brasileira de Psicomotricidade tem percebido a<br />

necessidade de ampliar seus objetivos, por isso,<br />

tem promovido cursos, seminários, pesquisas e<br />

congressos nacionais com intuito de proporcionar<br />

uma maior fundamentação teórica aos profissionais<br />

em Psicomotricidade.<br />

Em 1986, André Lápierre, na França,<br />

contribuiu através de uma experiência na escola<br />

primária com crianças pequenas, referindo-se à<br />

escola como um ambiente de extrema importância<br />

na vida social, pois a educação não se restringe a<br />

aquisição pelo individuo de conhecimentos, mas a<br />

formação em todos os aspectos.<br />

Dessa forma, podemos perceber que a<br />

psicomotricidade ainda é considerada um campo<br />

transdisciplinar recente, que tem avançado<br />

rapidamente, sendo sua importância e benefícios<br />

reconhecidos mundialmente.<br />

Sobre o estudo do corpo e a nomenclatura<br />

Psicomotricidade, Jobim e Assis (2008) destacam que<br />

somente em meados do século XIX o corpo começa<br />

a ser percebido primeiramente por neurologistas,<br />

devido a necessidade de se compreender as<br />

estruturas cerebrais do ser humano, e em seguida<br />

ocorre o interesse por parte dos psiquiatras, para<br />

classificar os fatores considerados patologicas.<br />

Contudo, foi devido à necessidade da<br />

medicina de encontrar um campo que esclarecesse<br />

alguns fenômenos clínicos que surge, pela primeira<br />

vez, a nomenclatura “Psicomotricidade”, no ano de<br />

1870.<br />

Ao conceituar a Psicomotricidade, o Código<br />

de ética da Associação Brasileira de Psicomotricidade<br />

ressalta em seus princípios do capítulo I, Artigo 1º:<br />

A Psicomotricidade é uma ciência que tem<br />

como objetivo, o estudo do homem através<br />

do seu corpo em movimento, em relação ao<br />

seu mundo interno e externo, bem como suas<br />

possibilidades de perceber, atuar, agir com o<br />

outro, com os objetos e consigo mesmo. Está<br />

relacionada ao processo de maturação, onde<br />

o corpo é a origem das aquisições cognitivas,<br />

afetivas e orgânicas: Psicomotricidade, portanto,<br />

é um termo empregado para uma concepção de<br />

movimento organizado e integrado, em função<br />

das experiências vividas pelo sujeito, cuja<br />

ação é resultante de sua individualidade e sua<br />

socialização.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 59<br />

A psicomotricidade é muito importante<br />

para o desenvolvimento da criança, pois essa<br />

proporcionará o conhecimento do seu corpo<br />

e, consequentemente, do corpo do outro.<br />

Desenvolverá a noção de espaço e lateralidade,<br />

adquirindo maiores habilidades motoras, o que<br />

lhe dará condições de superar muitas de suas<br />

dificuldades de aprendizagem.<br />

3. As contribuições da psicomotricidade para a<br />

interação Social<br />

A prática educativa em psicomotricidade<br />

tem tido um papel importante na educação das<br />

crianças em seu meio escolar, e isso não é menos<br />

evidenciado na educação infantil. Essa fase escolar<br />

é fundamental ao desenvolvimento humano,<br />

funcionando, assim, como a base do sujeito.<br />

O processo educativo ocasiona<br />

consequências positivas ou negativas. Se a criança<br />

vivencia, desde a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, situações de<br />

rigidez, regras impostas, privação da sua expressão e<br />

controle de sua agressividade, ela não se constituirá<br />

um ser autônomo, já que sempre esteve cercada de<br />

“não pode”.<br />

A psicomotricidade tem sido o coadjuvante<br />

das aprendizagens escolares e necessita ser vista<br />

como algo fundamental a este processo. Isto se<br />

dá através da educação ou reeducação desde<br />

a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. Para Le Boulch (1984), a<br />

importância da psicomotricidade se dá desde a<br />

prevenção das dificuldades, inclusive no que se<br />

refere ao nível da saúde mental.<br />

Um esquema corporal mal constituído pode<br />

resultar em uma criança que não coordena bem<br />

seus movimentos, realizando atividades cotidianas<br />

com lentidão, apresentando dificuldade de se<br />

expressar das diversas formas.<br />

Segundo Morais (2002), para uma criança<br />

que não trabalha o corpo as habilidades manuais<br />

lhe são difíceis, a caligrafia é ilegível e sua leitura<br />

é inexpressiva. Isso acarretará dificuldades de<br />

aprendizagem na aquisição da leitura e da escrita,<br />

o que interferirá diretamente no processo de<br />

alfabetização do sujeito.<br />

Percebemos isso, quando analisamos os<br />

níveis de dificuldade que os alunos enfrentam em<br />

seus processos de alfabetização. Alguns passam<br />

bastante tempo para aprender a segurar o lápis, o<br />

que dificulta ainda mais o processo de escrita.<br />

Com isso, infelizmente, para muitas crianças,<br />

a aprendizagem se torna algo que amedronta e<br />

que não lhe proporciona satisfação, pelo contrário,<br />

ir à escola e realizar as atividades se torna o pior<br />

momento do dia, o que para nós educadores é uma<br />

frustração.<br />

É necessário que haja um novo olhar das<br />

instituições de ensino, para que a partir da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

infantil seja dada a devida valorização ao trabalho<br />

com o corpo da criança. É preciso que os educadores<br />

não concebam mais uma educação estática, fixa em<br />

salas de aulas, mesas e cadeiras, devendo procurar<br />

outras formas de linguagem, como a expressão<br />

corporal.<br />

Os alunos necessitam de momentos para<br />

expressar, explorar e manipular diversos objetos,<br />

eles precisam construir sua aprendizagem<br />

acompanhados dos educadores, visto que<br />

os docentes são facilitadores do processo de<br />

desenvolvimento dos sujeitos, e os alunos<br />

protagonistas que precisam vivenciar suas<br />

descobertas para um processo de educação<br />

integral.<br />

Dessa forma, as dificuldades serão superadas<br />

com autonomia. Isso nos remete também as<br />

vivenciadas nos processos de leitura e escrita, que<br />

em muitos casos são consequências das limitações<br />

do próprio corpo.<br />

A psicomotricidade precisa adentrar as<br />

instituições de ensino e fazer parte do processo de


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CIENTÍFICA 60<br />

aprendizagem, colaborando expressivamente para<br />

formar e estruturar o esquema corporal de nossas<br />

crianças. Devemos, enquanto educadores, ter como<br />

alvo a prática dos movimentos nas diversas etapas<br />

da vida de uma criança.<br />

A ludicidade e a liberdade de expressão da<br />

criança são indispensáveis nesta fase de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, uma vez que sabemos que os alunos<br />

estão enfrentando um processo contínuo de<br />

transformação e descobertas.<br />

É necessário que o educador envolva os seus<br />

alunos em situações problemas, sem pressioná-los,<br />

deixando-os interagir e buscar respostas, soluções,<br />

para que sejam autônomos desde cedo. As crianças<br />

precisam encontrar suas próprias respostas para<br />

atender às suas dúvidas e anseios.<br />

Para tanto, são necessários os jogos e<br />

brincadeiras livres, as danças com diversos estilos<br />

de músicas, os brinquedos interativos e as várias<br />

estratégias pedagógicas que estimulem a interação<br />

e as descobertas. Com isso, a aprendizagem se<br />

desenvolverá naturalmente e o educador será um<br />

facilitador deste processo.<br />

Assim como destaca Campos 2007, ao<br />

afirmar a importância das brincadeiras como<br />

oportunidades necessárias para a superação de<br />

conflitos e ferramenta para o desenvolvimento da<br />

segurança e equilíbrio da criança:<br />

Nas primeiras brincadeiras, a criança alcança<br />

o equilíbrio, a segurança, a autonomia. O<br />

brincar a deixa experimentar, olhar-se, mostrarse,<br />

projetar-se. Quanto mais oportunidades<br />

antecederam os momentos de exercer suas<br />

funções, mas naturalmente poderá fazê-lo.<br />

Alguns conflitos são próprios dessas passagens<br />

evolutivas. Sendo, portanto, indispensáveis. Há<br />

contradições e encruzilhadas que fazem parte<br />

do crescimento e, brincando muitas serão<br />

resolvidas e outras acomodadas (p. 97)<br />

Portanto, para que haja um desenvolvimento<br />

infantil de qualidade é necessário que o centro do<br />

processo educativo seja o sujeito e suas habilidades.<br />

Para isso, a criança precisa de vivencias compostas<br />

por situações que proporcionem a interação e o<br />

desenvolvimento de sua autonomia, a partir da<br />

manipulação e da exploração de diversos materiais.<br />

É importante também a disponibilidade<br />

dos recursos para a prática dessas atividades. A<br />

instituição deve proporcionar a criança um ambiente<br />

preparado para exploração e o conhecimento de si,<br />

do outro e do mundo, com espaços planejados e<br />

momentos direcionados.<br />

4. Corpo, ação e emoção: os resultados da<br />

intervenção<br />

A pesquisa de natureza qualitativa foi<br />

realizada numa escola pública municipal, localizada<br />

em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza<br />

- CE. Os sujeitos da nossa pesquisa foram três<br />

crianças do infantil IV, sendo dois meninos e uma<br />

menina, aos quais denominaremos de forma fictícia<br />

da seguinte maneira: Pedro; Renato; Ana.<br />

Pedro não se comunica em momento algum<br />

oralmente no ambiente escolar. O aluno estuda na<br />

escola desde 20<strong>12</strong> e segundo relatos de professores<br />

e funcionários, o menino não fala em nenhuma<br />

situação.<br />

O Renato tem tido um comportamento de<br />

agitação constante em sala de aula, apresentando<br />

dificuldade em se concentrar nas atividades<br />

propostas pela professora, sejam essas escritas,<br />

orais, brincadeiras e jogos.<br />

A Ana apresenta um nível menor de agitação,<br />

por sua vez, também tem apresentado dificuldade<br />

de concentração nas atividades propostas em sala<br />

de aula, principalmente nas escritas.<br />

Foram realizadas <strong>12</strong> sessões, uma por<br />

semana, com duração média de 50 minutos cada,<br />

cujo objetivo foi compreender o processo de<br />

desenvolvimento das crianças em seus aspectos<br />

físicos, cognitivos e afetivos. Proporcionar situações<br />

de interação para que as dificuldades detectadas


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CIENTÍFICA 61<br />

fossem superadas em meio aos jogos simbólicos.<br />

Todas as sessões foram realizadas em<br />

uma sala de aula ampla e com diversos materiais<br />

particulares, pois a escola não possui tais recursos.<br />

Os materiais utilizados foram: bolas, bambolês,<br />

Cordas, tecidos, TNTS coloridos, caixas de papelão,<br />

papel higiênico, colchonetes, espaguetes, lápis de<br />

cor, giz de cera, folhas de papel-ofício para desenhos<br />

e som.<br />

Durante todo o trabalho desenvolvido com<br />

as crianças, iniciamos todas as sessões com uma<br />

roda de conversa explicitando a importância do<br />

cuidado com o material utilizado nas brincadeiras,<br />

como as cadeiras, ventiladores e luzes.<br />

Ressaltamos também, o cuidado para não<br />

machucar os amigos, a importância da organização<br />

dos materiais ao finalizar a brincadeira do dia,<br />

colocando tudo no local escolhido por nós na<br />

primeira sessão. E também, ressaltando que quando<br />

fosse dado sinal de finalização da brincadeira<br />

deveríamos iniciar a organização e sentar para a<br />

roda de conversa final.<br />

Em seguida, foi realizado um momento<br />

de relaxamento com músicas, e foi nitidamente<br />

prazeroso para as crianças, pois trocavam<br />

carinhos entre si, enquanto estavam deitados em<br />

colchonetes ou pedaços de tecidos.<br />

Para finalizar, sentávamos novamente na<br />

rodinha para conversar sobre a sessão do dia. Pna<br />

oportunidade, fazíamos as seguintes indagações:<br />

o que gostou? O que não gostou? Quais materiais<br />

trazer para a próxima sessão? Quais brincadeiras<br />

realizar?<br />

Ao término dàs <strong>12</strong> sessões, em uma conversa<br />

informal com a professora, a mesma relatou que,<br />

em sala de aula, Ana tem escutado mais os colegas<br />

nas rodas de conversa e não impõe tanto suas<br />

vontades, o que não significa que a menina não<br />

continue liderando algumas situações, porém,<br />

passou a respeitar mais as ideias e desejos dos<br />

outros colegas.<br />

Percebemos que Renato evoluiu nos<br />

quesitos concentração e afetividade, pois tem<br />

mostrado mais proximidade com a professora e<br />

colegas de sala, controlando um pouco mais a<br />

agressividade. No fator interação, tanto Ana como<br />

Renato interagem bem com os colegas, por sua vez,<br />

Pedro não evoluiu em relação à expressão oral, pois<br />

continuou sem falar no ambiente escolar. Contudo,<br />

durante as <strong>12</strong> sessões, percebemos que ele passou<br />

a se aproximar mais dos colegas e interagir durante<br />

as brincadeiras, principalmente na sessão com as<br />

caixas e papéis, além de ter se aproximado mais de<br />

Ana.<br />

Sabemos que este avanço se deu<br />

gradativamente e de diferentes formas com cada<br />

uma das crianças analisadas. entretanto, ainda<br />

segundo os relatos da professora, Ana estava<br />

buscando espontaneamente mais contato e<br />

interação com Pedro durante a aula e o recreio.<br />

Consideramos que as crianças poderiam<br />

ter evoluído mais, no entanto, acreditamos que<br />

essas doze sessões deram resultados positivos e<br />

satisfatórios, já que houveram notórias evoluções<br />

nos níveis de interação, afetividade, controle da<br />

agressividade e concentração em sala de aula, por<br />

parte das três crianças.<br />

Esperamos assim, que as evoluções obtidas<br />

a partir dessas sessões sejam mantidas e sirvam de<br />

instrumento para a aquisição de outros fatores de<br />

evolução, pois cremos que essas crianças podem<br />

alcançar um desenvolvimento e uma aprendizagem<br />

ainda mais consistente, tornando-os sujeitos<br />

autônomos.<br />

Nesse sentido, o processo educativo deve<br />

proporcionar a interação entre os alunos a partir<br />

da educação infantil nos diversos contextos de<br />

aprendizagem, com momentos espontâneos,<br />

reconhecendo as características peculiares dos<br />

alunos. Proporcionando a eles interagirem nos


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CIENTÍFICA 62<br />

diversos contextos sociais em meio às danças, jogos,<br />

brincadeiras e manifestações de livre expressão.<br />

5. Considerações Finais<br />

O processo de educação nas instituições de<br />

ensino tem sido uma temática bastante discutida<br />

no cenário educacional, surgem, então, vários<br />

questionamentos e dúvidas sobre as suas práticas<br />

com resultados positivos ou negativos. Ressaltamos<br />

que uma criança ao ser inserida em uma instituição<br />

de ensino regular, deverá não somente ser colocada<br />

nesse ambiente escolar e seguir regras estáticas,<br />

mas necessita interagir nos diversos ambientes e<br />

situações.<br />

Partindo desse pressuposto, é importante<br />

ressaltar a importância das instituições inserirem<br />

em seus currículos a educação psicomotora desde<br />

cedo, ou seja, desde a educação infantil. Que haja<br />

Nos planejamentos devem haver situações que<br />

proporcionem a interação entre os alunos, pois o<br />

que parece atualmente é que não há estratégias ou<br />

ações preocupadas com esse aspecto.<br />

É preocupante o fato das crianças se sentirem<br />

pressionadas e com suas atividades limitadas,<br />

pois o processo educativo de qualidade necessita<br />

ser centrado numa visão de educação integral,<br />

desenvolvendo as habilidades físicas, cognitivas e<br />

afetivas.<br />

Os resultados do nosso estudo de caso<br />

apontam que a interação entre as crianças e as<br />

situações de liberdade de expressão durante<br />

o processo de aprendizagem são essenciais ao<br />

desenvolvimento. Percebeu-se que após as sessões<br />

de psicomotricidade houve notório avanço em<br />

relação a interação entre os três sujeitos, e segundo<br />

a professora no ambiente da sala de aula também.<br />

Após as sessões foi notório que os sujeitos se<br />

mostraram mais afetivos entre si e com os colegas,<br />

e também avançaram em seu nível de concentração<br />

durante as atividades propostas. Infelizmente não<br />

conseguimos que João se comunicasse oralmente,<br />

por sua vez desenvolveu sua autonomia, e também<br />

passou a interagir mais nas brincadeiras em sala e<br />

nos momentos extraclasse.<br />

Portanto, sabemos que a criança necessita<br />

enfrentar muitos obstáculos durante seu processo<br />

de aprendizagem, por isso é necessário que ela se<br />

sinta livre para fazer descobertas, criar e recriar.<br />

É preciso que nossos alunos construam sua<br />

aprendizagem e se sintam livres em momentos e<br />

ambientes prazerosos. Acreditamos que uma das<br />

principais barreiras para a real interação entre as<br />

crianças são os comportamentos agressivos que<br />

afastam os colegas e também a timidez, advinda de<br />

algum fator do contexto social dos sujeitos.<br />

Referências<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE<br />

PSICOMOTRICIDADE. Código de ética<br />

do psicomotricista. Disponível em<br />

acesso em: 16/09/13.<br />

CAMPOS, Dayse. Psicomotricidade Integração<br />

Pais Criança e Escola. Fortaleza: Livro Técnico,<br />

2007.<br />

JOBIM, Ana Paula e ASSIS, ANA Eleonora.<br />

Psicomotricidade: histórico e conceitos. 2008.<br />

Disponível em < http://guaiba.ulbra.br/seminario/<br />

eventos/2008/artigos/edfis/358.pdf > Acesso em<br />

03/08/2013.<br />

LE BOULCH, J. <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> psicomotora. Porto<br />

Alegre: Artes Médicas, 1984.<br />

MORAIS, V.L. “Desenvolvimento Psicomotor”.<br />

2002. Disponível em: www.uniesc.com.br/esp/<br />

etext/psicomotricidade%20e%20educ%20fisica.<br />

doc Acesso 03/08/2002.


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CIENTÍFICA 63<br />

AS CONTRIBUIÇÕES DA FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO<br />

EDUCADOR INFANTIL<br />

Francisca Nepomucena Moura<br />

franciscanepomucena@gmail.com<br />

RESUMO<br />

O presente artigo investiga como a formação continuada contribui no processo de construção da identidade<br />

profissional do educador infantil, a partir da fundamentação teórica produzida por Ciampa (2005), Gomes<br />

(2009) e Imbernón (2010), considerando que suas ideias em relação ao educador infantil comungam e<br />

afirmam que este profissional se forma na dinâmica de relações, interações, mediações e preposições.<br />

Assim, a construção de sua identidade ocorrerá em um processo social e histórico estando vinculada aos<br />

modos de ser e estar na profissão. A atual Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Lei nº 9.394/96, definiu<br />

a educação da criança de 0 a 5 anos como primeira etapa de educação básica. Definiu também que para<br />

trabalhar com crianças da creche e pré-escola é necessário ter formação docente. Em termos da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, esses aspectos apontam novas perspectivas para a criança e para o docente. Reconhecer a<br />

importância desta etapa para o desenvolvimento de uma educação de qualidade para as crianças de 0 a<br />

5 anos e demandas existentes nessa ação, torna-se imprescindível em uma formação que atenda às atuais<br />

exigências formativas e, consequentemente, à construção de identidades profissionais. Compreendemos<br />

que a formação para o trabalho educativo junto às crianças envolve uma série de questões relacionadas<br />

à definição da identidade profissional dos que atuam nas instituições de educação infantil. Avançar em<br />

relação a tais questões e de como estas se manifestam no cotidiano do educador infantil possibilitam<br />

ressignificar às práticas formativas além de fomentar ações que favoreçam a construção da identidade<br />

deste profissional.<br />

Palavras-chave: Identidade, Formação Continuada e <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

1.Introdução<br />

A formação de professores vem compondo<br />

a pauta de discussão em diversos eventos<br />

educacionais e documentos oficiais e ainda<br />

se constitui em objeto de estudo na literatura<br />

pertinente a essa temática.<br />

A promulgação da Constituição Federal em<br />

1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

em 1996 propuseram mudanças significativas no<br />

campo educacional. Em relação à <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

ressalta-se a implantação e ou implementação<br />

de ações e políticas relativas ao atendimento da<br />

criança em creche e pré-escola, integração das<br />

instituições que atendem crianças de 0 a 6 anos<br />

aos sistemas educacionais, elaboração de projetos<br />

pedagógicos que considerem as especificidades<br />

infantis, a articulação das instituições com as<br />

famílias, a indissociabilidade do cuidar e do brincar<br />

e a formação específica dos professores.<br />

Tais aspectos revelam a compreensão sobre<br />

os processos envolvidos no desenvolvimento e na


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 64<br />

aprendizagem das crianças pequenas e apontam<br />

para a necessidade da formação dos profissionais<br />

da educação infantil como parte importante<br />

desses processos. Para tanto, a formação do<br />

professor deve contribuir não só para o trabalho<br />

junto à criança, como também para promover o<br />

envolvimento e participação desse profissional<br />

no cotidiano da instituição e na construção do<br />

seu processo identitário considerando que esse<br />

aspecto possibilita ao professor a interiorização e<br />

reconstrução de valores e concepções necessários<br />

ao exercício de sua ação docente com qualidade.<br />

A construção da identidade do educador<br />

infantil envolve aspectos que vão além da formação<br />

específica, pressupõe um processo contínuo de<br />

formação que tenha como referência sua realidade<br />

e os processos vivenciados por esse sujeito.<br />

O ponto de partida para a realização desta<br />

pesquisa é o trabalho desenvolvido como formadora<br />

junto aos educadores infantis em Maracanaú.<br />

Assim, este trabalho tem por objetivo investigar a<br />

formação continuada em serviço desses educadores<br />

analisando como esta contribui para a construção<br />

da identidade dos referidos profissionais.<br />

A atual Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

primeira etapa da educação 9393/96, definiu a<br />

educação da criança de 0 a 6 anos como primeira<br />

etapa da educação básica. Definiu também que<br />

para trabalhar com crianças da creche e pré-escola<br />

é necessário ter formação docente.<br />

Ao fazermos uma retrospectiva acerca<br />

da história do atendimento à criança no Brasil,<br />

percebemos o quanto essa atividade não se<br />

constituía em preocupação pedagógica, era um<br />

atendimento voltado ao assistencialismo. Vista dessa<br />

forma, não se fazia necessário a formação específica<br />

para o trabalho junto às crianças. Concebidas<br />

como lugar de guarda e cuidados, a creche e a préescola<br />

precisavam que alguém olhasse, cuidasse<br />

e alimentasse as crianças. Esses fatores de certo<br />

modo condicionavam que quem se candidatasse a<br />

esse trabalho devia ser do sexo feminino e gostar de<br />

crianças, não havia necessidade de que a candidata<br />

tivesse conhecimentos relativos à infância.<br />

Reconhecendo a importância dos<br />

profissionais da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil para o<br />

desenvolvimento de uma educação de qualidade<br />

das crianças de 0 a 6 anos e as demandas existentes<br />

que essa ação, torna-se imprescindível uma<br />

formação que atenda às atuais demandas formativas<br />

e, consequentemente, a construção de identidades<br />

profissionais.<br />

Com o olhar voltado para essas questões<br />

compreendemos ser necessário investigar – Que<br />

elementos constituem a formação continuada do<br />

professor da educação infantil? Como o professor da<br />

educação infantil vem construindo sua identidade<br />

profissional? Como a formação continuada<br />

contribui no processo de construção da identidade<br />

do educador infantil?<br />

Investigar estes aspectos nos permitem<br />

também compreender as relações entre trajetória<br />

profissional dos educadores infantis e de como<br />

na atividade que exercem utilizam os elementos<br />

teóricos da formação continuada em favor de sua<br />

identidade profissional.<br />

A metodologia a ser utilizada nesse trabalho<br />

contemplará a pesquisa bibliográfica definida por<br />

SEVERINO (2007), (p. <strong>12</strong>2) como:<br />

... aquela que se realiza a partir do registro<br />

disponível, decorrente de pesquisas anteriores,<br />

em documentos, como livros, artigos, teses etc.<br />

ou de categorias teóricas Utiliza-se de dados ou<br />

de categorias teóricas já trabalhados por outros<br />

pesquisadores e devidamente registrados. Os<br />

textos tornam-se fontes dos temas a serem<br />

pesquisados. O pesquisador trabalha a partir<br />

das contribuições dos autores dos estudos<br />

analíticos constantes dos textos. (p.<strong>12</strong>2)<br />

O aporte teórico a referendar essa pesquisa


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 65<br />

se constituirá inicialmente de Nóvoa (1995 e CIAMPA,<br />

2005), (GOMES, 2009), (IMBERNÓN, 2010) suas<br />

ideias em relação ao educador infantil comungam,<br />

ao afirmarem que este profissional forma-se na<br />

dinâmica de relações, interações, mediações e<br />

proposições. Assim, a construção de sua identidade<br />

ocorrerá em um processo social e histórico estando<br />

vinculada aos modos de ser e estar na profissão.<br />

Este artigo está dividido em três seções,<br />

a saber: 1 – A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil – limites e<br />

possibilidades. 2 – A formação continuada no<br />

contexto pós LDB. 3 – A identidade profissional do<br />

educador infantil.<br />

Acreditamos que além de buscar<br />

compreender a dinâmica estabelecida entre a<br />

formação, os conhecimentos e os profissionais,<br />

é importante analisar os efeitos da formação<br />

continuada no processo identitário do educador<br />

infantil e assim perceber como esta se manifesta<br />

em seu cotidiano possibilitando a ressignificação<br />

das práticas formativas.<br />

2 <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no Brasil – Limites e<br />

Possibilidades<br />

Esta seção se propõe a contextualizar a<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no Brasil. Isso implica em visitar o<br />

passado e fazer um breve histórico do atendimento<br />

educacional ofertado às crianças de 0 a 6 anos<br />

de idade, da função do profissional da educação<br />

infantil neste percurso histórico e assim analisálos<br />

a partir das exigências dos contextos sociais e<br />

políticos vivenciados no país.<br />

No atual contexto, o resgate histórico do<br />

atendimento as crianças na creche e pré-escola<br />

nos impulsionam a vislumbrar novas perspectivas<br />

neste campo, tendo em vista o que já se alcançou<br />

e o que nos cabe avançar no sentido de realizar<br />

um trabalho educativo de qualidade que atenda as<br />

características dessa faixa etária.<br />

Considerando as mudanças no conceito<br />

de criança e de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil surgem novas<br />

exigências quanto à função do profissional<br />

que atua junto à criança pequena. A esse<br />

respeito às contribuições de Vigotsky e Wallon<br />

sobre a aprendizagem e suas implicações no<br />

desenvolvimento infantil nortearam as mudanças<br />

quanto à compreensão e especificidades da criança.<br />

Isso implica em numa nova forma de trabalhar com<br />

este público, daí a importância de um profissional<br />

com formação inicial e continuada no sentido<br />

de proporcionar-lhe a competência pedagógica<br />

necessária a sua ação mediante a relação teoria e<br />

prática.<br />

Na busca de uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil de<br />

qualidade, coerente com as necessidades da<br />

primeira infância, buscamos realizar uma reflexão do<br />

percurso histórico desta etapa básica da educação.<br />

E, a partir da História, compreender melhor os fatos e<br />

as condições em que em <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no Brasil<br />

foi se configurando, pois as condições políticas e<br />

sociais de cada período histórico determinam o que<br />

é possível fazer ou modificar, em cada época, mas<br />

não impossibilita mudanças.<br />

Assim, parafraseando Freire, a História revela<br />

possibilidades e não se fecha ao determinismo.<br />

Consequentemente, impulsiona o desejo e a<br />

necessidade de ir além do que está posto, ultrapassar<br />

a linha imaginária das impossibilidades, vislumbrar<br />

novas perspectivas, e dar um novo curso ao que<br />

anteriormente estava determinado. As questões<br />

relacionadas à infância e à educação sempre<br />

estiveram relacionadas com aspectos históricos,<br />

sociais, políticos, econômicos, éticos e culturais<br />

vigentes em cada época. Observa-se claramente<br />

que os contextos determinam o conceito de infância<br />

e de educação infantil. A esse respeito BUJES (2010)<br />

declara:


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CIENTÍFICA 66<br />

Durante muito tempo, a educação da criança<br />

foi considerada uma responsabilidade das<br />

famílias ou grupo social ao qual ela pertencia.<br />

Era junto aos adultos e outras crianças com as<br />

quais convivia que a criança aprendia a se tornar<br />

membro deste grupo, a participar das tradições<br />

que eram importantes para ele e para dominar<br />

os conhecimentos que eram necessários para a<br />

sua sobrevivência material e para enfrentar as<br />

exigências da vida adulta. Por um bom período<br />

na história da humanidade, não houve nenhuma<br />

instituição responsável por compartilhar esta<br />

responsabilidade pela criança com os seus pais<br />

e com a comunidade da qual estes faziam parte.<br />

(p.13)<br />

Tais considerações nos levam a deduzir, salvas as<br />

devidas proporções, que os conceitos basilares<br />

de criança, de infância e de educação infantil são,<br />

na verdade, construtos históricos e sociais que<br />

se formaram ao longo dos tempos, de acordo<br />

com a maneira que o próprio homem opera essas<br />

categorias em coletividade. No entanto, essas<br />

mudanças nem sempre significam avanço, melhoria.<br />

Em muitos casos, elas atendem parcialmente as<br />

necessidades específicas da população e em relação<br />

à criança pequena e sua educação os entraves são<br />

maiores e perduraram por longa data.<br />

Assim em períodos distintos da história da<br />

humanidade as ideias sobre a infância estavam<br />

relacionadas com a dinâmica social. Na Idade<br />

Média, a criança era considerada um adulto em<br />

miniatura e participava das mesmas atividades<br />

dos adultos, e exercia um papel secundário na vida<br />

familiar até determinada idade. Sua educação era<br />

de responsabilidade da família. (ARIÈS, 1981).<br />

Com o advento da Idade Moderna e ascensão<br />

da burguesia, o conceito de criança passou a<br />

ser entendido como natureza humana. Referido<br />

conceito estava relacionado com a colaboração do<br />

filósofo Jean Jacques Rousseau acerca da natureza<br />

e personalidade da criança. Com a célebre frase<br />

“Respeitai a infância, deixai a natureza agir bastante<br />

tempo antes de resolver agir em seu lugar”. Rousseau<br />

enfatizou que era a criança tinha virtudes próprias e<br />

que o convívio com os adultos a corrompia. Desse<br />

modo era preciso evitar o convívio do infante com<br />

os elementos próprios do mundo adulto. Rousseau<br />

propõe que a criança seja educada à margem da<br />

sociedade, com o fim ser melhor preparada e não<br />

contaminada por ela.<br />

O conceito de criança evoluiu a<br />

partir do século XX com o surgimento da Idade<br />

Contemporânea, no qual os movimentos sociais<br />

sindicais e as produções acadêmicas impulsionaram<br />

o repensar da infância e da forma de atendê-las em<br />

instituições voltadas para a sua educação. A ideia<br />

de que a criança possui características singulares,<br />

com aspectos próprios do desenvolvimento<br />

e aprendizagem. A partir de então entra em<br />

vigor a concepção de criança como um ser em<br />

desenvolvimento.<br />

Diante desta breve retrospectiva histórica<br />

da concepção de infância e educação é importante<br />

considerar o pensamento de OLIVEIRA (2008) a esse<br />

respeito:<br />

“O delineamento da história da educação<br />

infantil por pesquisadores de muitos países<br />

tem evidenciado que a concepção de infância<br />

é uma construção histórica e social, coexistindo<br />

em um mesmo momento múltiplas ideias de<br />

criança e de desenvolvimento infantil. Essas<br />

ideias perpassadas por quadros ideológicos<br />

em debate a cada momento, constituem<br />

importante mediador das práticas educacionais<br />

com crianças até 6 anos de idade na família e<br />

fora dela”. (p.57).<br />

Em relação Brasil, o atendimento às crianças<br />

em creche e pré-escola, por um longo período<br />

ocorreu de forma diversificada e desigual. A creche<br />

era vinculada aos órgãos de assistência social<br />

exercendo a função de guardiã e protetora, já a préescola,<br />

visava à preparação para a alfabetização. Isso<br />

ocorria devido às decisões políticas destinadas a<br />

faixa etária de 0 a 6 anos. Aliado a isso o atendimento


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 67<br />

em creches e pré-escola estava relacionado<br />

também com o ingresso da mulher no mercado de<br />

trabalho. Para Gomes, (2009) esse fator por muito<br />

tempo caracterizou a creche “como uma instituição<br />

substituta do lar materno”.<br />

O trabalho realizado com as crianças<br />

pequenas consistia em práticas voltadas para o<br />

cuidado com ênfase na higiene pessoal, alimentação.<br />

O propósito era tomar conta da criança para que<br />

seus pais pudessem trabalhar despreocupados,<br />

enquanto seus filhos estavam sendo assistidos<br />

com os cuidados básicos fundamentados nas<br />

necessidades de guarda, proteção e nutrição das<br />

crianças de camadas populares. (VIEIRA, 1986). Essa<br />

argumentação evidenciava a concepção de criança<br />

e, consequentemente favorecia o estabelecimento<br />

de políticas públicas e sociais nas quais não se<br />

visavam o atendimento integral à criança.<br />

Superar essa visão requer a quebra de<br />

paradigmas. Compreender que os conceitos de<br />

infância, criança e <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil são construídos<br />

socialmente, e desnaturalizá-los, ou seja, entendêlos<br />

como manifestação de significados, de ideias, de<br />

representações sociais, e valores que se modificam<br />

com o passar do tempo expressando o entendimento<br />

da sociedade acerca desses conceitos.<br />

Caminhar nesta perspectiva representa<br />

se empenhar em lutas sociais que pressione o<br />

estabelecimento de políticas voltadas para o<br />

atendimento das necessidades e especificidades<br />

infantis. Nesse campo, é possível perceber as várias<br />

iniciativas por parte de diversos movimentos<br />

sociais que a partir de persistentes reivindicações<br />

conquistavam alguns direitos em favor da criança.<br />

No entanto, tais conquistas eram limitadas em<br />

virtudes das reais intenções dos programas e<br />

políticas nos quais:<br />

No período dos governos militares pós-1964,<br />

as políticas adotadas em nível federal, por<br />

intermédio de órgãos como o Departamento<br />

nacional da Criança, a Legião Brasileira de<br />

Assistência e a Fundação Nacional do Bem-Estar<br />

do Menor – Funabem, continuaram a divulgar<br />

a ideia de creche e mesmo de pré-escola como<br />

equipamentos sociais de assistência à criança<br />

carente” (OLIVEIRA, 2008, p.107).<br />

Nesse contexto, percebemos que as<br />

mudanças ocorrem em escala muito lenta, a<br />

interpretação e aplicação dos dispositivos da lei<br />

eram feito de forma diferenciada. Assim, às crianças<br />

de baixa renda eram favorecidas com uma educação<br />

assistencialista e compensatória, um paliativo para<br />

amenizar sua carência social e cultural. Infelizmente<br />

uma camada significativa da população devido à<br />

situação difícil em que viviam apoiava tais iniciativas<br />

por parte do governo.<br />

Isso reforçava a realização de programas<br />

sociais dando-lhes a estabilidade necessária para<br />

continuarem em vigor por décadas. Acreditavase<br />

que o atendimento assistencial as camadas<br />

populares proporcionava a formação de hábitos,<br />

de atitudes e de habilidades que de certo modo<br />

amenizavam as desigualdades através da satisfação<br />

de suas necessidades básicas, mesmo que isso<br />

não promovesse aprendizagens e muito menos<br />

favorecesse sua ascensão da condição de submissão.<br />

Na verdade isso nunca foi de interesse do governo.<br />

Contudo, ao findar a ditadura militar em<br />

1985, ocorreram inovações nas políticas nacionais<br />

tendo também efeitos quanto ao atendimento<br />

das crianças em creche. A elaboração em 1986 do<br />

Plano Nacional de Desenvolvimento impulsionou<br />

mudanças quanto à necessidade da existência de<br />

creche para todas as crianças, não só para a mãe<br />

operária. (OLIVEIRA. 2008, p 115).<br />

Após a queda do regime militar a sociedade<br />

brasileira passou a se organizar em prol da<br />

redemocratização do país. Isso repercutiu também<br />

no campo educacional e um fato marcante nesse<br />

processo foi a promulgação da Constituição Federal,<br />

em 1988, que introduz inovações significativas para


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CIENTÍFICA 68<br />

a creche e a pré-escola ao reconhecer a criança<br />

como sujeito de direitos.<br />

A partir deste contexto, se define uma nova<br />

concepção de infância e de educação infantil, e,<br />

consequentemente, se configura a necessidade<br />

de um profissional habilitado e que possua<br />

conhecimentos acerca do desenvolvimento e<br />

aprendizagem infantil.<br />

3 A Formação Continuada dos <strong>Ed</strong>ucadores<br />

Infantis no Contexto Brasileiro pós LDB<br />

É necessário conhecer os elementos da herança<br />

formadora que nos permitem continuar<br />

construindo e oferecer alternativas de inovação<br />

e mudança às políticas de formação. Ninguém<br />

pode negar que a realidade social, o ensino, a<br />

instituição educacional evoluíram e que, como<br />

consequência, os professores devem sofrer uma<br />

mudança radical em sua forma de exercer a<br />

profissão e em seu processo de incorporação e<br />

formação. (IMBERNÓN, 2010, p.13)<br />

No contexto da formação, e. especificamente<br />

no campo da formação continuada dos professores<br />

da educação infantis verificamos o distanciamento<br />

entre o discurso contido nos documentos oficiais,<br />

na legislação, na fundamentação teórica, na prática<br />

efetiva da formação e do trabalho docente.<br />

Desde a promulgação da Constituição<br />

Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases<br />

da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, LDB 9394/96, a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

tem se constituindo em objeto de discussão em<br />

eventos educacionais, políticos pertinentes à<br />

temática, passando também, por deliberações e<br />

encaminhamentos para essa primeira etapa da<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica.<br />

Em seu artigo 29 a LDB trata a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, como a primeira etapa da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Básica, tendo como finalidade o desenvolvimento<br />

integral da criança de zero a seis anos de idade,<br />

em seus aspectos físico, psicológico, intelectual<br />

e social, complementando a ação da família e da<br />

comunidade.<br />

A mesma Lei estabelece também que o<br />

atendimento à criança deve ser realizado em creches<br />

(até três anos de idade), e em pré-escolas (de quatro<br />

aos seis anos de idade). Em termos da legislação<br />

este é um avanço significativo, principalmente para<br />

a criança.<br />

Para atender as demandas e especificidades<br />

das crianças desta faixa etária é preciso que o<br />

profissional conheça os aspectos referentes ao<br />

desenvolvimento e aprendizagem infantil, bem<br />

como transpor didaticamente esses conhecimentos<br />

de forma coerente com as necessidades das crianças<br />

com as quais trabalha.<br />

Nos períodos anteriores à Constituição de<br />

1988, e da LDB 9394/96, as políticas educacionais<br />

não manifestavam preocupação com a formação das<br />

profissionais que atendiam as crianças da primeira<br />

infância. Isso se dava em virtude da compreensão<br />

limitada quanto às necessidades específicas dos<br />

pequeninos. Consequentemente não se investia na<br />

formação do professor.<br />

Nesse sentido, para trabalhar com crianças<br />

na creche e na pré-escola era preciso somente<br />

gostar de crianças, alimentá-las, e cuidá-las durante<br />

o período em que os pais estavam no trabalho, às<br />

atividades realizadas com elas visavam a realização<br />

de cuidados com sua higiene e alimentação. O<br />

educar não tinha espaço no cotidiano de trabalho.<br />

Mais uma vez, a ausência da formação e a baixa<br />

escolaridade reforçam as políticas e programas<br />

assistencialistas estruturados por órgãos ligados à<br />

promoção do bem-estar social.<br />

O avanço no conceito de criança e as lutas<br />

sociais em busca da garantia do direito do seu<br />

atendimento em creche e pré-escola, desencadearam<br />

um debate sobre a qualidade dessas instituições<br />

trouxe para o centro das discussões a importância e<br />

necessidade de formação e habilitação profissional<br />

do professor da educação infantil.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 69<br />

Proposta pela Lei de Diretrizes e Bases<br />

da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de 1996, essa mudança é bastante<br />

significativa para aqueles que atuam na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil, pois adquiriram o reconhecimento como<br />

profissionais com direito à formação. Isso repercutiu<br />

na forma de atendimento na creche, que passou a<br />

contemplar o tripé cuidar, educar e brincar como<br />

direito da criança.<br />

Entretanto, após mais de uma década de<br />

vigência da LDB 9394/96, ainda encontramos nas<br />

instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil professores sem<br />

a formação necessária ao exercício da função. Esta<br />

situação compromete a qualidade do trabalho<br />

pedagógico a ser realizado com os infantes.<br />

A implementação dos aspectos legais é<br />

sempre um desafio. Como marco legal, a legislação<br />

legitima os dispositivos constitucionais referentes<br />

ao campo educacional. Porém os avanços e recuos<br />

advindos da aplicação destes sofrem consequências<br />

dos determinantes sociais. Em resultado dessa<br />

realidade, ainda persistimos em alcançar o êxito<br />

desejado ou acertar o caminho.<br />

Assim, em busca de aproximar as<br />

proposições contidas nas bases legais e sua<br />

materialização, algumas questões como a formação<br />

inicial, a formação continuada, e a identidade do<br />

professor entre outras precisam ser discutidas<br />

e ressignificadas por meio da indagação teórica<br />

mediada pela prática articuladas aos contextos em<br />

que se realizam.<br />

4 A Identidade Profissional do <strong>Ed</strong>ucador Infantil<br />

Quando nos perguntam quem somos,<br />

geralmente respondemos com nossos dados<br />

pessoais, como nome, filiação, local de nascimento,<br />

escolaridade. Esse conjunto de informações está<br />

relacionado com a nossa identidade. A princípio<br />

o nome identifica a pessoa, mas a ele precisam<br />

ser engajados outros elementos que de modo<br />

articulado darão formato a nossa identidade. A este<br />

respeito Santos (2005) relata:<br />

Ao pensarmos como lidar com nosso nome,<br />

percebemos que inicialmente somos chamados<br />

por ele e somente depois nos chamamos, ou<br />

seja, passamos a ter consciência de nós e nosso<br />

nome mesmos. Ocorre, então uma fusão entre<br />

nós e nosso nome e ele passa a ser um símbolo,<br />

algo semelhante a um personagem atribuído.<br />

(p.88)<br />

Nesse sentido, a identidade é construída a<br />

partir das diversas relações estabelecidas em vários<br />

momentos da vida, passando por transformações,<br />

como numa metamorfose que ocorre a partir das<br />

determinações da realidade e pela interrelação<br />

entre o objetivo e o subjetivo.<br />

A esse respeito, Ciampa (2009) afirma que<br />

identidade é a metamorfose, processo contínuo,<br />

constantemente alterado em virtude do movimento<br />

da realidade na qual nos encontramos inseridos.<br />

Esse movimento põe em contato a objetividade e<br />

a subjetividade o que nos leva a assumir diversos<br />

personagens e consequentemente contribui para<br />

as transformações na identidade.<br />

acrescenta:<br />

Corroborando com tal ideia, Santos<br />

Ao tratar de identidade é necessário relacioná-la<br />

a um processo de identificação que construímos<br />

ao longo da vida. Passado, presente e futuro<br />

são elementos da temporalidade que tornam a<br />

identidade concreta. Vivemos um processo de<br />

identificação que permite assumirmos diversos<br />

personagens em nossa relação com o mundo<br />

construindo nossa identidade. (SANTOS, 2005,<br />

p.90).<br />

Tratar de identidade do educador infantil<br />

requer compreensão da influência das condições<br />

históricas, sociais e materiais que contribuíram<br />

para a escolha da profissão de professor. É<br />

oportuno destacar que durante o processo de<br />

constituição da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil como direito<br />

da criança ocorreram inúmeras contradições que


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 70<br />

evidenciaram a desvalorização do educador infantil<br />

pela sociedade. Este aspecto favorecia a ausência de<br />

formação específica para o trabalho com as crianças<br />

da primeira infância.<br />

A análise da construção da identidade do<br />

educador infantil perpassa também pela análise<br />

do contexto social em que esta se constitui. É<br />

importante considerar que a identidade não é algo<br />

estático, imutável. Nesse sentido as contribuições<br />

de (CIAMPA, 2009) nos revelam que a identidade é<br />

algo dinâmico, em constante mutação, socialmente<br />

construída das diversas interações sociais<br />

conduzindo o professor a posicionar-se diante de<br />

novos conhecimentos bem como os utilizando em<br />

sua prática educativa.<br />

Compreendemos que a formação para<br />

o trabalho educativo junto às crianças envolve<br />

uma série de questões relacionadas à definição<br />

da identidade profissional dos que atuam nas<br />

instituições de educação infantil. Avançar em relação<br />

a tais questões e de como estas se manifestam<br />

no cotidiano do educador infantil possibilitam<br />

ressignificar às práticas formativas além de fomentar<br />

ações que favoreçam a construção da identidade<br />

deste profissional.<br />

Portanto, além de buscar compreender a<br />

dinâmica estabelecida entre os conhecimentos e<br />

os profissionais é importante analisar os efeitos e<br />

significados da formação continuada no processo<br />

identitário do educador infantil que ocorre de forma<br />

permanente. Em relação a essa questão, Gomes<br />

afirma:<br />

Uma identidade profissional constrói-se com<br />

base na significação social da profissão; na<br />

revisão constante dos significados sociais da<br />

profissão; na revisão das tradições. Mas também<br />

na reafirmação de práticas consagradas<br />

culturalmente e que resistem a inovações<br />

porque são prenhes de saberes válidos às<br />

necessidades da realidade, do confronto entre as<br />

teorias e as práticas à luz das teorias existentes,<br />

da construção de novas teorias. Constrói-se<br />

também pelo significado de cada professor,<br />

como ator e autor, confere à atividade docente<br />

no seu cotidiano com base em seus valores, seu<br />

modo de situar-se no mundo, suas histórias de<br />

vida, suas representações, seus saberes, suas<br />

angústias e seus anseios”. (GOMES, 2009, p.42).<br />

Segundo a autora, a constituição do sujeito<br />

é um processo social, suas significações e percursos<br />

podem certamente enriquecer o processo<br />

formativo do professor por ampliar as experiências<br />

profissionais e contribuir para o fortalecimento dos<br />

processos identitários, quer pessoal ou profissional.<br />

No exercício profissional a formação continuada é<br />

um espaço adequado para a reflexão da prática, em<br />

que se buscam os significados da ação pedagógica<br />

cotidiana e dos processos envolvidos no<br />

desenvolvimento profissional que podem favorecer<br />

ou dificultar que os professores avancem no que diz<br />

respeito à identidade profissional.<br />

Percebemos então, o quanto é relevante<br />

que os programas de formação continuada se<br />

consolidem como espaço de trocas de experiência,<br />

de escuta, de oportunidades em sentido pessoal<br />

e profissional. A identidade profissional é<br />

potencializada, enriquecida por novas experiências.<br />

E, apesar de serem processos distintos, a identidade<br />

e a formação profissional se efetivam paralelamente,<br />

sendo necessário mediar a relação entre os sujeitos<br />

e o objeto da formação.<br />

Em virtude da complexidade que envolve<br />

a ação pedagógica do educador infantil no<br />

trabalho junto às crianças pequenas é preciso<br />

reconhecer a importância do professor nesse<br />

processo. Acreditamos que um dos caminhos para<br />

isso é investir na formação e no desenvolvimento<br />

profissional, um processo constante e inacabado<br />

que impulsiona ir além do que se encontra posto,<br />

determinado e assim favorecer ao educador infantil<br />

a construção de sua identidade profissional.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 71<br />

Considerações Finais<br />

A realização deste trabalho proporcionou<br />

uma reflexão mais sistematizada acerca dos<br />

elementos pertinentes à formação continuada e<br />

sua contribuição na construção de sua identidade<br />

profissional.<br />

A abordagem da temática ancorada em<br />

concepções construídas a partir de diversos<br />

contextos históricos, sociais, culturais, educacionais<br />

e outros foi bastante significativa, uma vez que<br />

trouxe para o centro das discussões conceitos,<br />

percepções e contribuições teóricas que conduziram<br />

à compreensão da inter-relação e articulação entre<br />

estes.<br />

A história da infância, da educação infantil e<br />

da formação do professor desta etapa da educação<br />

é marcada por lutas sociais, conquistas, empecilhos,<br />

definições na lei e incoerência entre estas e sua<br />

efetivação.<br />

A participação dos atores sociais em diversos<br />

contextos históricos possibilitou o reconhecimento<br />

da criança como sujeito de direitos, a inclusão<br />

da educação infantil nos sistemas de ensino, e a<br />

definição da necessidade de formação inicial para o<br />

professor da educação infantil devendo se constituir<br />

em um processo de formação continuada.<br />

Portanto, a compreensão desses aspectos<br />

e do que foi possível fazer, nos impulsiona a<br />

perseverar, a propor caminhos para a formação<br />

continuada e que esta contribua para a construção<br />

de uma educação infantil de qualidade para as<br />

crianças e educadores.<br />

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TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação<br />

profissional. 9 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. Artigo<br />

Publicado por <strong>Ed</strong>UECE/ ABEU, 2013.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 72<br />

O COORDENADOR PEDAGÓGICO NO CONTEXTO DA CRECHE: UM PERFIL DE FORMADOR EM<br />

CONSTRUÇÃO<br />

<strong>Ed</strong>lane de Freitas Chaves<br />

edlanefc@hotmail.com<br />

RESUMO<br />

Este trabalho apresenta um recorte da pesquisa: “O Coordenador Pedagógico como Formador na Instituição<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”, que teve como foco de estudo a atuação desse profissional na primeira etapa da<br />

educação básica, a partir da proposta de formação continuada do Projeto Paralapracá, no contexto de<br />

duas instituições educacionais do município de Maracanaú-CE. O artigo tem como objetivo apresentar<br />

a percepção do coordenador pedagógico da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil diante da função de formador. A referida<br />

discussão fundamenta-se nas concepções teóricas de autores como Nóvoa (1992), Dourado (2002),<br />

Bondioli (2004), Imbernón (2010), Fusari (20<strong>12</strong>), Garrido (20<strong>12</strong>), Placco e Souza (20<strong>12</strong>), Oliveira-Formosinho<br />

(2001), Kramer (2008), Corsino (2008) e Zen (20<strong>12</strong>). Sendo esta investigação do tipo qualitativa, a entrevista<br />

semi-estruturada foi a principal técnica de pesquisa utilizada para a coleta dos dados, seguida das análises<br />

de seus resultados, os quais revelaram que a experiência das coordenadoras com a formação continuada<br />

despertou o interesse em aprofundar os estudos voltados para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, assim como para a<br />

preocupação em desenvolver um perfil de formador nas vivências formativas e no acompanhamento<br />

pedagógico junto aos professores, no sentido de contribuir com a melhoria da qualidade das ações<br />

educativas no contexto da creche.<br />

Palavras-chave: Coordenador Pedagógico; Formação Continuada; <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

1. Introdução<br />

No contexto escolar atual, o Coordenador<br />

Pedagógico tem ocupado importante espaço na<br />

composição das equipes de profissionais que fazem<br />

parte das instituições educacionais. A discussão<br />

acerca da função ocupada por esse profissional é<br />

um fator relevante para que se possa compreender<br />

a essência e as responsabilidades das atividades<br />

que desempenha, assim como para o entendimento<br />

acerca desse papel pelos demais profissionais da<br />

escola.<br />

O Coordenador Pedagógico assume um<br />

importante papel dentro da instituição escolar,<br />

visto que seu trabalho necessita de uma função<br />

mediadora, no sentido de ajudar o grupo de<br />

professores e comunidade escolar a compreender e<br />

construir os significados das propostas curriculares,<br />

como também para o desenvolvimento da formação<br />

junto aos professores, como forma de contribuir<br />

com os processos pedagógicos.<br />

Nessa perspectiva, este artigo tem como<br />

objetivo apresentar a percepção do Coordenador<br />

Pedagógico da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil na função de


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formador no contexto da creche. Trata-se de um<br />

recorte da pesquisa intitulada “O Coordenador<br />

Pedagógico como Formador na Instituição<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”, que originou-se a partir<br />

das inquietações manifestadas na trajetória<br />

profissional como formadora de professores e de<br />

Coordenadores Pedagógicos, como também dos<br />

estudos e discussões realizados durante o Curso<br />

de Especialização em Coordenação Pedagógica da<br />

UFC Virtual , aspectos que motivaram a realização<br />

deste trabalho.<br />

A experiência com o Projeto Paralapracá ,<br />

através da proposta de formação continuada na<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil voltada para os Coordenadores<br />

Pedagógicos no município de Maracanaú (lócus da<br />

pesquisa), também foi um elemento importante<br />

que justificou a escolha pela referida investigação.<br />

As concepções teóricas de Dourado (2002),<br />

Bondioli (2004), Fusari (20<strong>12</strong>), Garrido (20<strong>12</strong>), Placco<br />

e Souza (20<strong>12</strong>), Nóvoa (1992), Imbernón (2010),<br />

Oliveira-Formosinho (2001), Kramer (2008), Corsino<br />

(2008) e Zen (20<strong>12</strong>) fundamentaram as discussões<br />

apresentadas neste artigo.<br />

O estudo a que se propôs a referida<br />

investigação recorreu à utilização de entrevista<br />

semi-estruturada como técnica de pesquisa,<br />

realizada com duas coordenadoras pedagógicas<br />

no contexto da realidade investigada. Dessa forma,<br />

com esse estudo pretendemos contribuir com as<br />

discussões que abordam a atuação do Coordenador<br />

Pedagógico como formador na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil,<br />

sobretudo no ambiente da creche.<br />

Nessa perspectiva, no sentido de contemplar<br />

os aspectos de fundamentação teórica e o percurso<br />

metodológico utilizados na referida pesquisa,<br />

este artigo foi organizado conforme segue: 1. O<br />

Coordenador Pedagógico no contexto da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil; 2. O contexto da pesquisa e seu percurso<br />

metodológico; 3. Os resultados e sua discussão; 4.<br />

Considerações; e, 5. Referências.<br />

1. O Coordenador Pedagógico no contexto<br />

da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

Considerando o percurso da história da<br />

infância, durante muito tempo a educação da<br />

criança era considerada como responsabilidade<br />

exclusiva das famílias ou dos grupos sociais a que<br />

ela pertencia. Atualmente, com as transformações<br />

históricas, políticas, teóricas e sociais, a educação<br />

destinada a crianças de zero a cinco anos tem<br />

evoluído no que se refere à garantia dessa educação<br />

enquanto um direito.<br />

Assim, é relevante destacar como um marco<br />

legal e importante desta evolução no âmbito<br />

da educação, a inclusão da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

na Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> (LDB<br />

9394/1996) em seu Artigo 29, considerando-a como<br />

direito das famílias e dever do Estado, visando<br />

o desenvolvimento integral da criança de zero<br />

a seis anos, em seus aspectos físico, psicológico,<br />

intelectual e social, passando a integrar a educação<br />

básica que tem por finalidade o desenvolvimento<br />

integral da criança de zero a cinco anos de<br />

idade complementando a ação da família e da<br />

comunidade. (BRASIL, 1996).<br />

Desse modo, as instituições com <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil devem priorizar práticas de educação e<br />

de cuidados que possibilitem o desenvolvimento<br />

e a aprendizagem das crianças, integrando os<br />

aspectos cognitivo, afetivo, social, linguístico,<br />

motor do desenvolvimento infantil, respeitando<br />

as especificidades, de acordo com cada faixa<br />

etária. Esses aspectos são destacados por Oliveira-<br />

Formosinho (2001) como a globalidade da<br />

educação da criança pequena, e colocam em<br />

evidência a importância do papel do professor e de<br />

sua formação para atuar nesta etapa de educação.<br />

A discussão de Kramer (2008), também<br />

aborda a importância da formação docente como<br />

prática relevante para a boa qualidade das ações


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pedagógicas na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. Nesse percurso,<br />

ao compreender como a criança se desenvolve,<br />

o adulto desempenha um importante papel no<br />

acompanhamento e na mediação das experiências<br />

junto às crianças.<br />

Tendo em vista o referido contexto, o<br />

Coordenador Pedagógico é considerado como<br />

o profissional que tem como atribuições a<br />

articulação, coordenação, acompanhamento,<br />

supervisão e orientação, no sentido de subsidiar<br />

o desenvolvimento do trabalho pedagógico a ser<br />

desenvolvido no cotidiano da instituição escolar.<br />

Nesse sentido, o Coordenador Pedagógico<br />

assume junto à equipe de professores, a importante<br />

tarefa na articulação das práticas pedagógicas que<br />

envolvem os aspectos que compõem a realidade<br />

de educação e cuidados voltados para a criança<br />

pequena. Para isso, ele necessita de saberes<br />

que possibilitem compreender os processos de<br />

desenvolvimento e de aprendizagem das crianças,<br />

assim como estar atento à condução das práticas<br />

pedagógicas junto aos professores.<br />

1.1. O Coordenador Pedagógico: um<br />

formador em construção<br />

Na instituição de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil é<br />

fundamental a presença de um Coordenador<br />

Pedagógico consciente de seu papel, que reconheça<br />

a importância de investir tanto em sua formação<br />

como no incentivo à formação da equipe docente.<br />

Desse modo, reconhece-se que a formação<br />

continuada deve oferecer os fundamentos teóricos,<br />

para que se possam construir conhecimentos<br />

pedagógicos significativos e coerentes com as<br />

práticas educativas que o professor precisará para<br />

conduzir o seu fazer profissional. Nessa perspectiva,<br />

esse trabalho destacou a formação continuada<br />

de Coordenadores Pedagógicos que atuam na<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, como formadores dos professores<br />

no espaço das instituições.<br />

Na discussão proposta por Imbernón (2010)<br />

acerca da formação continuada de professores, o<br />

autor define a formação como “toda intervenção<br />

que provoca mudanças no comportamento, na<br />

informação, nos conhecimentos, na compreensão<br />

e nas atitudes dos professores em exercício”<br />

(IMBERNÓN, 2010, p.115). Considerando a<br />

perspectiva do referido autor e levando para o<br />

âmbito da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, as especificidades<br />

que envolvem o mundo da criança requerem uma<br />

maior dedicação e compreensão por aqueles que<br />

direta ou indiretamente convivem com essa etapa<br />

da educação básica.<br />

Portanto, é imprescindível a existência de<br />

intervenções, por meio da formação continuada,<br />

que possibilitem o desenvolvimento de saberes e<br />

atitudes específicos para fundamentar o trabalho<br />

do professor, visto que,<br />

são as ações de profissionais comprometidos,<br />

e em permanente formação e supervisão,<br />

que possibilitarão que seja atingido o<br />

objetivo geral da educação infantil, de<br />

proporcionar desenvolvimento integral e<br />

integrado das crianças, complementando a<br />

ação da família” (CORSINO, 2008, p. 216).<br />

A importância deste tipo de intervenções<br />

por meio da formação continuada faz parte das<br />

atribuições pertinentes à função do Coordenador<br />

Pedagógico, no seu papel de formador junto aos<br />

professores, como encontra-se destacada na citação<br />

a seguir:<br />

Para realizar bem o seu trabalho como formador,<br />

o coordenador pedagógico precisa ganhar a<br />

confiança dos professores e colocar-se no lugar<br />

de parceiro. A dimensão subjetiva da formação<br />

dos professores não é menos importante do<br />

que as outras, pelo contrário, o coordenador<br />

pedagógico precisa estabelecer com seus<br />

professores uma relação que permita uma<br />

discussão honesta sobre os desafios da sala de<br />

aula. (ZEN, 20<strong>12</strong>, p. 10)


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Sendo um parceiro mais experiente, o<br />

Coordenador Pedagógico, em sua função de<br />

formador na instituição, deve ser capaz de envolver<br />

o grupo numa rede de confiança e de reciprocidade,<br />

em que o trabalho pedagógico deve ser construído<br />

coletivamente, de tal forma que venha a contribuir<br />

e ampliar o trabalho cooperativo, buscando, por<br />

meio dele, qualificar a atuação destes profissionais<br />

em sala de aula.<br />

Nesse sentido, o trabalho do Coordenador<br />

Pedagógico requer percepção e sensibilidade para<br />

identificar as necessidades dos professores e das<br />

crianças, tendo que se manter sempre atualizado,<br />

buscando fontes de informação e refletindo sobre<br />

sua prática, assim como destaca Nóvoa (1992, p. 36)<br />

“a experiência não é nem formadora nem produtora.<br />

É a reflexão sobre a experiência que pode provocar<br />

a produção do saber e a formação”.<br />

Essa discussão também é abordada por<br />

Kramer e Nunes (2013. p. 40), para quem “a formação<br />

em serviço é necessária não apenas para aprimorar<br />

a ação profissional, mas também para orientar<br />

e agregar valor à profissão docente, já que é no<br />

diálogo que esses educadores constroem saberes<br />

e ressignificam a prática”. Nessa perspectiva, a<br />

formação continuada tem papel importantíssimo,<br />

pois visa incentivar, tanto no Coordenador<br />

Pedagógico como na equipe de professores, no<br />

desenvolvimento de uma postura de sujeitos<br />

críticos, reflexivos e transformadores, capazes de<br />

refletir sobre suas ações de forma madura, sensível<br />

e profissional.<br />

Desse modo, os saberes produzidos<br />

nesse processo de formação devem possibilitar a<br />

ampliação das experiências, no sentido de produzir<br />

avanços no que se refere às práticas pedagógicas<br />

mais significativas e relevantes para atender as<br />

demandas específicas da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

2. Contexto da pesquisa e o percurso<br />

metodológico<br />

Os programas de formação continuada para<br />

os professores devem proporcionar uma formação<br />

em serviço, que os possibilite repensar as suas<br />

práticas, analisando suas necessidades diante do<br />

seu cotidiano de atuação, tendo como base os<br />

referencias teóricos que permitam entender melhor<br />

a realidade, visto que, “a teoria é constitutiva da<br />

prática e a prática, da teoria; ambas se apóiam e<br />

se retroalimentam. [...] uma experiência formativa<br />

deve inspirar-se numa teoria, em conhecimentos<br />

científicos que a sustentam” (PARALAPRACÁ, 2013,<br />

p. 23).<br />

Nessa perspectiva, convém apresentar<br />

o contexto de realização desta pesquisa, que<br />

investigou a atuação de coordenadoras pedagógicas,<br />

a partir das suas experiências de formação<br />

continuada proposta pelo projeto Paralapracá em<br />

um município do Ceará. O referido projeto faz<br />

parte do Programa de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil do Instituto<br />

C&A e nasceu do compromisso de contribuir para a<br />

melhoria da qualidade do atendimento às crianças<br />

desta etapa de ensino pelos municípios do Brasil.<br />

Portanto, o projeto trabalha com duas linhas de<br />

ação complementares e articuladas: a formação<br />

continuada de educadores e o acesso a materiais<br />

de qualidade, tanto para as crianças quanto para os<br />

profissionais que atuam nesta etapa de educação.<br />

A referida proposta de formação considera<br />

os coordenadores como “agentes de mudanças por<br />

excelência”, e com essa ideia investe de maneira<br />

efetiva na formação desse profissional, para que<br />

ele possa exercer a função de formador no espaço<br />

escolar, com vistas à proposição de mudanças<br />

significativas no cotidiano desses sujeitos, assim<br />

como no espaço escolar (PARALAPRACÁ, 2013, p.<br />

08).


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O lócus escolhido para esta pesquisa foi<br />

o município de Maracanaú, localizado na região<br />

metropolitana de Fortaleza, que implementou<br />

essa parceria tendo como foco a formação de<br />

Coordenadores Pedagógicos que trabalham em<br />

instituições que atendem esta etapa de educação,<br />

para atuarem como formadores dos professores de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil nesses espaços.<br />

No sentido de responder às questões desta<br />

investigação, que demanda entender os desafios<br />

presentes na atuação do Coordenador Pedagógico<br />

como formador no contexto da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil,<br />

sobretudo na realidade da creche, a pesquisa<br />

foi realizada em duas instituições que atendem<br />

crianças de zero a três anos em tempo integral, na<br />

rede municipal de educação já mencionada.<br />

Considerada como uma importante<br />

fonte de informações, o uso da entrevista semiestruturada<br />

neste trabalho se configurou como um<br />

instrumento de interação entre pesquisador e o<br />

objeto de pesquisa, “em que o entrevistado tem a<br />

possibilidade de discorrer sobre o tema em questão<br />

sem se prender à indagação formulada” (MINAYO,<br />

2007, p. 64).<br />

A motivação para a escolha das creches<br />

como lócus desta pesquisa se justificou devido<br />

à peculiaridade do atendimento que realizam,<br />

visto que são instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

que recebem matrículas de crianças a partir de<br />

seis meses de vida até os três anos de idade. Outra<br />

característica desse contexto para a referida escolha<br />

diz respeito à dupla função ocupada por um único<br />

profissional, que atua tanto na Direção (Gestor<br />

Geral), quanto na Coordenação Pedagógica de<br />

creche. Esta é uma realidade importante de ser<br />

destacada e que justifica a escolha por esses lócus<br />

e sujeitos de pesquisa.<br />

Dessa forma, o Gestor Geral e<br />

também Coordenador Pedagógico tem como<br />

responsabilidades nas suas funções tanto as<br />

questões burocráticas e de funcionamento geral<br />

da instituição, quanto a coordenação das ações<br />

pedagógicas com atuação também na formação<br />

dos professores e no acompanhamento das práticas<br />

pedagógicas. Assim, para a escolha do lócus<br />

desta pesquisa, foram determinados os seguintes<br />

critérios: a) ser instituição de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

com atendimento às crianças de zero a três anos<br />

em tempo integral; b) estar inserida na formação<br />

continuada do Projeto Paralapracá; c) aceitar<br />

participar da referida pesquisa.<br />

Desse modo, no sentido de caracterizar<br />

o lócus investigado, o quadro a seguir apresenta<br />

as informações acerca das duas creches onde a<br />

pesquisa foi realizada, estão representadas por<br />

meio de numerais: Creche 01 e Creche 02, conforme<br />

o quadro, a seguir:<br />

Quadro I: Caracterização do Lócus da Pesquisa:<br />

Creche 01 e Creche 02<br />

Fonte: Campo de pesquisa (dados referentes o ano letivo de<br />

2014 - período de realização da pesquisa)<br />

Nesse contexto, como sujeitos<br />

participantes da pesquisa foram escolhidas as<br />

duas Coordenadoras Pedagógicas que trabalham<br />

nas respectivas creches de tempo integral da rede<br />

municipal investigada. Para a escolha dos sujeitos<br />

desta pesquisa foram determinados como critérios:<br />

a) a atuação na Coordenação Pedagógica de<br />

instituição de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil com atendimento<br />

às crianças de zero a três anos em tempo integral;<br />

b) participação na formação oferecida pelo Projeto


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Paralapracá durante o ano de 2014; c) Aceitar<br />

participar da referida pesquisa. Desse modo,<br />

considerando o sigilo dos sujeitos da pesquisa, as<br />

duas Coordenadoras Pedagógicas participantes da<br />

pesquisa estão apresentadas como CP1 e CP2.<br />

Convém destacar ainda, que a escolha de<br />

instituições de uma rede pública como lócus para<br />

a realização desta pesquisa, justificou-se pelo<br />

contexto de coordenação pedagógica abordado<br />

nesse trabalho, como também, especialmente<br />

pelo fato de ter compromisso ético e político com<br />

a educação pública, tanto no âmbito profissional,<br />

quanto de minha formação escolar e acadêmica.<br />

3. Resultados e discussão<br />

3.1. Como acontece a formação do Projeto<br />

Paralapracá?<br />

Conforme já mencionado neste texto, os<br />

encontros de formação continuada do Projeto<br />

Paralapracá são direcionados às coordenadoras<br />

pedagógicas que trabalham nas instituições com<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. No município investigado, trinta<br />

coordenadoras pedagógicas participavam desse<br />

processo, das quais vinte e três da rede municipal e<br />

sete são da rede de creches contratadas.<br />

Esses momentos com as coordenadoras<br />

acontecem duas vezes por mês, com carga horária<br />

de quatro horas cada um. Assim, desde o início<br />

do projeto, em 2013, até o período da realização<br />

desta pesquisa aconteceram um total de vinte e<br />

quatro encontros de formação, totalizando uma<br />

carga horária de noventa e seis horas até o referido<br />

momento. Diferentes eixos já foram trabalhados<br />

nas formações, tais como os intitulados a seguir:<br />

Assim se brinca, Assim se explora o mundo e Assim<br />

se faz arte. Durante o mês em que esta pesquisa foi<br />

realizada, aconteceria ainda o primeiro encontro do<br />

eixo Assim se organiza o ambiente.<br />

Os espaços onde esses encontros acontecem<br />

com as coordenadoras são variáveis, visto que<br />

dependem da pauta de formação, assim como<br />

da disponibilidade de locais e do calendário de<br />

formação do município. Assim, estes acontecem<br />

tanto em espaços internos, seja na própria secretaria<br />

de educação ou em salas de outras instituições do<br />

município, como em espaços externos (museus,<br />

sítios, centros culturais etc.) escolhidos de acordo<br />

com a programação definida. A referida experiência<br />

pode ser constatada na fala da CP1 entrevistada:<br />

[...] Também tem as aulas de campo, em que nós<br />

já fomos para o Dragão do Mar, nós já visitamos<br />

um sítio. De acordo com o tema que está sendo<br />

trabalhado, aí é feita a visita. Quando a gente<br />

estava trabalhando o brincar, nós visitamos a<br />

exposição de brinquedos do Dragão do Mar.<br />

Quando a gente estava trabalhando ‘Assim<br />

se explora o mundo’, nós fomos a um sítio. No<br />

‘Assim se faz arte’, nós fomos ao Museu do Ceará<br />

onde visitamos as obras do artista Ernani Pereira<br />

(artista cearense). Estou esperando agora, para<br />

ver como será no eixo ‘Assim se organiza o<br />

ambiente’, que é a próxima formação. (CP1)<br />

Nesse contexto, um aspecto interessante<br />

e rico desses momentos é que, de acordo com<br />

o tema do eixo da formação a ser trabalhado,<br />

diferentes espaços já puderam ser explorados pelas<br />

coodenadoras, vivência que condiz com a afirmação<br />

de Domingues (2014, p. 71), quando destaca que “as<br />

trocas de experiências tornam-se tão singulares e<br />

particulares como cada espaço educativo”.<br />

Os encontros de formação com as<br />

coordenadoras são planejados e conduzidos pela<br />

assessora pedagógica do Projeto Paralapracá, que<br />

conta com a parceria e apoio da equipe técnica de<br />

educação infantil da secretaria de educação, visto<br />

que, “para que a formação ocorra em consonância<br />

com as reais necessidades da intituição é importante<br />

planejar a partir de um diagnóstico das demandas<br />

e envolver os profissionais nesse processo”<br />

(PARALAPRACÁ, 2013, p. 41).


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CIENTÍFICA 78<br />

As metodologias utilizadas nos encontros e a<br />

organização dos ambientes são aspectos planejados<br />

de acordo com as demandas percebidas e com as<br />

experiências que embasam essa necessidade. A<br />

CP2, em seu relato, ressalta acerca da importância<br />

desses elementos e do cuidado com o planejamento<br />

da formação:<br />

A organização do ambiente, o baú, os materiais,<br />

os fantoches, fica muito bonito. A gente se sente<br />

bem, enche os olhos e estimula. Todo mundo<br />

fica lá tirando fotos e postando. E da mesma<br />

forma que ela (a assessora do projeto) faz pra<br />

gente eu tento fazer na instituição pra que fique<br />

um ambiente bem agradável, que as professoras<br />

se sintam à vontade e que visualizem a criança.<br />

Pensar como as crianças se sentiriam diante<br />

daquele ambiente todo organizado para elas.<br />

Eu pelo menos fico encantada com as coisas<br />

que vejo, com os livros diferentes, as historinhas,<br />

enfim, eu fico imaginando que na nossa época<br />

não tinha e hoje tem tantas coisas diferentes<br />

que nossas crianças têm oportunidade de ver, e<br />

conhecer. (CP2)<br />

Convém ressaltar que, conforme a proposta<br />

do projeto Paralapracá, existe uma preocupação em<br />

envolver os participantes nesse processo, tanto no<br />

início como no percurso de todo o projeto, “a fim<br />

de que se sintam mobilizados, desejosos de fazer<br />

parte do processo formativo e, especialmente,<br />

respeitados nos seus saberes e nas suas demandas”<br />

(PARALAPRACÁ, 2013, p. 41). Desse modo, convém<br />

destacar que os assuntos são abordados pela<br />

assessora de forma instigadora, provocativa e<br />

reflexiva, considerando como ponto de partida<br />

os eixos propostos no projeto e a realidade das<br />

instituições, conforme também relata a CP2, a<br />

seguir:<br />

Eu acredito que o olhar da assessora é muito<br />

importante e ela nos cobra muito. Ela chegou<br />

pra dizer assim: vamos fazer! Arregaça as<br />

mangas que a coisa tem que acontecer. Eu sinto<br />

que com ela é desse jeito, eu quero e eu vou<br />

fazer. Pra gente que está como formadora, até<br />

pra quem tem um certo tempo de experiência<br />

com educação infantil como eu é tudo novo e<br />

instigador. (CP2)<br />

Ainda no que diz respeito à fundamentação<br />

teórica que norteia os planejamentos dos encontros,<br />

é importante ressaltar que esta é orientada por<br />

materiais elaborados pelo próprio projeto, tais como<br />

os cadernos de orientação e experiências vídeos,<br />

registros de formação nas instituições, assim como<br />

por livros de autores nacionais e internacionais<br />

que estão disponíveis no baú do projeto, que<br />

tratam dos temas que abrangem os processos de<br />

desenvolvimento e aprendizagem das crianças e as<br />

práticas pedagógicas na educação infantil.<br />

No que se refere à formação que acontece nas<br />

instituições com educação infantil, estas também<br />

são quinzenais ou de acordo com cada realidade.<br />

O Coordenador Pedagógico tem autonomia para<br />

elaborar a pauta de formação de acordo com as<br />

orientações recebidas da assessoria do projeto<br />

e considerando as necessidades observadas no<br />

contexto escolar em questão, assim como relatam<br />

as CP1 e CP2 respectivamente, sobre as suas<br />

experiências com a formação nas creches onde<br />

atuam:<br />

No começo do módulo, na organização da<br />

agenda eu procuro já dar indicações do que<br />

elas têm pra pesquisar dentro da creche e<br />

procuro ver também se tem alguma coisa na<br />

internet onde é que elas podem pesquisar, até<br />

pra facilitar na questão do tempo. Aí na primeira<br />

agenda eu já coloco até o menu do que elas<br />

têm para pesquisar. Também costumo fazer<br />

outras atividades antes do dia, já voltadas para<br />

o tema “que a gente chama preparando para o<br />

Paralapracá”, porque aí elas já vão percebendo<br />

mais ou menos o que as espera, já vão fazendo<br />

um trabalho voltado pra aquilo dali (CP1).<br />

Primeiro eu preparo a escola para a formação<br />

dos professores, porque a gente prepara os<br />

professores para que depois eles possam<br />

realizar com as crianças. O interessante é que<br />

elas vivenciem também o que eu vivenciei,<br />

para que elas possam também vivenciar com as<br />

crianças. Volto entusiasmada da formação, vou


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CIENTÍFICA 79<br />

para o computador fazer a pauta, onde eu penso<br />

o que é que eu vou trazer de novidade para as<br />

meninas (professoras). [...] eu tento me espelhar<br />

na “...” (nome da assessora do programa), porque<br />

ela pra mim é o exemplo ali. O que ela faz com<br />

a gente, eu observo o que é sempre diferente e<br />

tento fazer com as meninas (professoras). Então,<br />

eu coloco na pauta o momento da acolhida que<br />

é sempre uma brincadeira, aí eu coloco na hora<br />

das discussões um vídeo, procuro trazer alguma<br />

vivência do que realmente aconteceu lá na<br />

nossa formação, mostrando outras realidades<br />

apresentadas nos vídeos. Isto é, mostrando pra<br />

elas que, o que funciona no lugar A, B ou C, aqui<br />

também pode funcionar. É necessário que elas<br />

vejam que, mesmo com poucos recursos outras<br />

instituições estão conseguindo fazer. Então é<br />

bom ver e tentar fazer (CP2).<br />

Conforme as perspectivas evidenciadas<br />

pelas CP1 e CP2, é relevante apresentar as afirmações<br />

de Garrido (20<strong>12</strong>), que, ao mencionar acerca da<br />

importância do coordenador enquando formador,<br />

destaca o papel desse profissional em “subsidiar e<br />

organizar a reflexão dos professores sobre as razões<br />

que justificam suas opções pedagógicas e sobre as<br />

dificuldades que encontram para desenvolver seu<br />

trabalho” (GARRIDO, 20<strong>12</strong> p. 09).<br />

Nessa perspectiva, é importante destacar que<br />

o coordenador pedagógico deve ser incentivador<br />

do grupo de professores, proporcionando o<br />

acesso à fundamentação teórica a ser discutida e<br />

refletida, como também possibilitando o acesso as<br />

experiências significativas, “favorecendo a tomada<br />

de consciência dos professores sobre suas ações e<br />

o conhecimento sobre o contexto escolar em que<br />

atuam” (GARRIDO, 20<strong>12</strong>, p. 09), considerando ainda<br />

as práticas pedagógicas relevantes para o contexto<br />

da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

3.2. Contribuição do Projeto Paralapracá na<br />

formação do Coordenador Pedagógico na sua<br />

atuação como formador na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

Diante do desafio que foi lançado<br />

às coordenadoras pedagógicas a partir do<br />

Projeto Paralapracá, de também atuarem como<br />

formadoras no espaço escolar, principalmente<br />

para as que atuam nas creches de tempo integral,<br />

estas passaram a viver um período de intensas<br />

aprendizagens e transformações. A cada encontro<br />

de formação vivenciado, algumas mudanças<br />

passaram a acontecer tanto no que se refere às suas<br />

posturas como formadoras e coordenadoras, como<br />

no cotidiano da instituição com as suas respectivas<br />

equipes de professoras.<br />

Conforme os relatos das CP1 e CP2, a principal<br />

contribuição da formação do Projeto Paralapracá<br />

no trabalho do coordenador pedagógico refere-se<br />

à importância e à necessidade de voltar a estudar, o<br />

que explicitam nos depoimentos a seguir:<br />

Eu digo que uma das coisas que essa<br />

formação trouxe pra nós é a questão de nos<br />

conscientizarmos do quanto a gente tem que<br />

estudar. Na história dos registros, que se fala da<br />

dificuldade do professor de fazer registro. Esse<br />

registro aqui né?! (se reportando a um registro<br />

de atividades das professoras, que entregou<br />

à pesquisadora para ler antes de iniciar a<br />

entrevista). [...] E nessas coisas a formação tem<br />

ajudado muito, principalmente na questão de<br />

registrar. [...] Então dentro da formação a gente<br />

tem despertado para coisas que vem sendo<br />

colocadas, que a gente vem estudando sobre<br />

isso, mas que não se conseguia sistematizar<br />

(CP1).<br />

Acredito que aos poucos algumas professoras<br />

vão fazendo vai devagarzinho... Eu vejo que já<br />

está melhorando, mas eu acredito que com a<br />

continuidade as coisas vão dando certo. [...]<br />

A gente sabe que dentro das escolas de um<br />

modo geral, muitas idéias ‘tradicionais’ ainda<br />

estão muito grudadas no contexto da educação<br />

infantil. Com a formação há um estranhamento<br />

com o que se está aprendendo tanto pelos<br />

professores, quanto pelos gestores. Eu vejo<br />

como se fosse uma especialização pra mim. Eu<br />

estou me sentindo num curso de especialização.<br />

Onde todos os dias eu descubro coisas novas. E<br />

esse material do Paralapracá, os livros - porque<br />

cada eixo tem dois livros do formador - dentro<br />

desses livros tem experiências de outras escolas,<br />

de outros estados e tem textos riquíssimos de


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CIENTÍFICA 80<br />

apoio que sempre usamos na formação. Sempre<br />

estou usando eles como base para trabalhar na<br />

formação com as professoras (CP2).<br />

A CP2 relatou ainda que o projeto está<br />

abrindo o olhar dos coordenadores para atuações<br />

importantes na educação infantil, como, por<br />

exemplo, o registro das práticas de formação. Ela<br />

citou o portfólio como um desafio, mas, ao mesmo<br />

tempo, desperta para a importância desse tipo de<br />

registro, tanto para as práticas da formação, como<br />

para o acompanhamento das práticas pedagógicas<br />

dos professores junto às crianças.<br />

Desse modo, percebe-se que apesar dos<br />

desafios, a importância de estudar, de pesquisar,<br />

de registrar, de ser modelo de boas práticas e<br />

de incentivar os professores nesse processo<br />

são algumas das contribuições relatadas pelas<br />

coordenadoras que participaram da pesquisa.<br />

Outro aspecto percebido a partir dos depoimentos<br />

das entrevistadas refere-se à mudança do<br />

olhar das coordenadoras para a formação e a<br />

importância desta no cotidiano do seu trabalho, o<br />

que proporcionou ampliação de conhecimentos,<br />

fazendo-as sair do lugar comum, do comodismo<br />

que muitas vezes pode se instalar no decorrer da<br />

profissão. Alguns desses aspectos supracitados<br />

estão presentes nos relatos das CP1 e CP2, que<br />

explicam acerca de alguns pontos da formação que<br />

planejam para as professoras nas creches:<br />

No começo do módulo, na organização da<br />

agenda eu procuro já dar indicações do que<br />

elas têm pra pesquisar, dentro da creche e<br />

procuro ver também se tem alguma coisa na<br />

internet onde é que elas podem pesquisar, até<br />

pra facilitar na questão do tempo. Aí na primeira<br />

agenda eu já coloco até o menu do que elas têm<br />

pra pesquisar. Aí costumo fazer outras atividades<br />

antes do dia, já voltadas para o tema “que a gente<br />

chama preparando para o Paralapracá”, porque<br />

aí elas já vão percebendo mais ou menos o que<br />

as espera, já vão fazendo um trabalho voltado<br />

pra aquilo dali (CP1).<br />

Então eu digo que a formação nos trouxe isso,<br />

para esse olhar, para você ver o que está ao<br />

seu redor e trazer para a escola. Aproveitar ao<br />

máximo tudo que está do lado. Até uma caixa de<br />

fósforos, que poderia não servir pra nada, a gente<br />

pode fazer um fantoche, um brinquedinho.<br />

Assim, eu acho que o projeto veio pra isso, pra<br />

mexer com a rotina, e fica tudo pra lá e pra cá<br />

mesmo, você não para, você fica encantada. E<br />

quando eu vou fazer a formação é exatamente<br />

isso que eu penso... Eu me empolgo (CP2).<br />

Portanto, vivenciar as práticas com a equipe<br />

de professores, propor novos caminhos, o olhar<br />

para a infância, ser incentivador de experiências<br />

significativas, também são algumas das<br />

contribuições que aparecem de maneira explícita<br />

e/ou implícita nos relatos das coordenadoras<br />

entrevistadas nesta pesquisa. Entretanto, convém<br />

destacar o que disse CP2:<br />

E essa é a minha atuação que eu quero dizer...<br />

Eu vivencio lá, passo pra elas e tento vivenciar<br />

com elas na sala de aula. Tanto é que quando<br />

elas estão fazendo alguma atividade com as<br />

crianças, eu estou lá observando e propondo<br />

idéias: ‘vamos fazer assim, vamos ver desse<br />

outro jeito’... Que é pra vivenciar realmente as<br />

experiências que o projeto possibilita. Eu acho<br />

que essa é a função do Paralapracá... Posso<br />

estar até equivocada, mas é como eu estava<br />

dizendo... Eu acho que o projeto veio pra<br />

mexer...pra lá e pra cá mesmo! Mexer no que<br />

estava parado demais, grudado... E acho que<br />

isso está acontecendo... Está desgrudando o<br />

povo. [...] Tudo o que estamos vivenciando esta<br />

servindo de aprendizado. Acho que o maior<br />

incentivo do Paralapracá foi isso, o aprendizado.<br />

É como eu digo, nada é novidade, mas tudo se<br />

tornou novidade, né?! Porque a gente sabia que<br />

tinha, sabia que existia, mas não se vivenciava.<br />

Aí quando se passou a vivenciar, passou a ser a<br />

novidade (CP2).<br />

Fusari (20<strong>12</strong>) ressalta que num projeto de<br />

formação deve-se considerar e valorizar os saberes<br />

advindos da experiência, das trocas de informações,<br />

mas que “identifiquem as teorias que eles praticam<br />

e criem situações para que analisem e critiquem


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CIENTÍFICA 81<br />

suas práticas, reflitam a partir delas, dialoguem com<br />

base nos novos fundamentos teóricos” e, com base<br />

nessas vivências, tenham oportunidade de propor<br />

maneiras de superar os desafios do contexto em<br />

questão (FUSARI, 20<strong>12</strong>, p. 22).<br />

Finalmente, é preciso destacar que<br />

quaisquer iniciativas de formação continuada só<br />

serão exitosas se, além do esforço e dedicação do<br />

formador, o corpo docente tiver interesse e vontade<br />

de compreender a proposta e estiver disposto a<br />

promover mudanças, pois, sem esse envolvimento,<br />

nenhuma transformação ocorrerá, de nada adiantará<br />

participar das formações continuadas, se não<br />

houver a renovação do olhar, das concepções que<br />

proporcionam a inovação da prática pedagógica.<br />

Considerações Finais<br />

Considerando o movimento de<br />

ressignificação do trabalho do Coordenador<br />

Pedagógico, as suas demandas de trabalho, bem<br />

como as discussões nesta área, a realização desta<br />

pesquisa teve como objetivo analisar a percepção<br />

de Coordenadores Pedagógicos da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil de um município cearense na função de<br />

formadores nas creches onde trabalham.<br />

Desse modo, a referida investigação<br />

se deu justamente na perspectiva de<br />

perceber essa realidade, em que a função do<br />

Coordenador Pedagógico se configura também<br />

no desenvolvimento de um perfil de formador<br />

com a contribuição da experiência de formação<br />

continuada proposta pelo Projeto Paralapracá, no<br />

contexto específico da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

A pesquisa revelou que o Projeto Paralapracá,<br />

proposto especificamente aos Coordenadores<br />

Pedagógicos da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, possui uma<br />

proposta estruturada voltada para formação<br />

continuada desses profissionais, para que possam<br />

atuar como formadores nas instituições de onde<br />

trabalham. Essa proposta possibilitou assessorar<br />

os Coordenadores Pedagógicos, no sentido de<br />

indicar-lhes o acesso a subsídios didáticos e a<br />

fundamentação teórica que proporcionassem<br />

experiências formativas aos professores no contexto<br />

da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

A formação continuada do Paralapracá<br />

possibilitou como importante diferencial a<br />

sensibilização do olhar do Coordenador Pedagógico<br />

e, consequentemente, dos professores para as<br />

especificidades do trabalho a ser desenvolvido<br />

com a criança pequena, no sentido de melhorar a<br />

qualidade das práticas pedagógicas voltadas para<br />

esta etapa de educação.<br />

Desse modo, por meio dos relatos das<br />

coordenadoras entrevistadas, verificou-se o<br />

envolvimento destas com a proposta de formação<br />

continuada em questão, aspecto que lhes<br />

proporcionou o desenvolvimento de um olhar<br />

cuidadoso para a realização da formação na creche,<br />

como também o interesse em desenvolver um<br />

perfil de formadora, tendo como foco o estímulo<br />

aos professores no desenvolvimento de práticas<br />

pedagógicas significativas na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

Com a pesquisa observou-se ainda, que o<br />

Projeto Paralapracá contribuiu de forma positiva<br />

para a formação do Coordenador Pedagógico na<br />

sua atuação como formador na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. As<br />

coordenadoras destacaram em seus depoimentos<br />

que a oportunidade de participar desse processo<br />

formativo ajudou-as a perceber a importância<br />

da formação continuada nas suas respectivas<br />

trajetórias de profissão.<br />

A referida experiência estimulou-as a<br />

despertar para o interesse em aprofundar seus<br />

estudos voltados para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, assim<br />

como para a preocupação em desenvolver um<br />

perfil de formadora, possibilitando a realização de<br />

um trabalho de boa qualidade em parceira com o<br />

grupo de professores.


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 82<br />

Quando questionadas acerca das<br />

contribuições do Projeto Paralapracá nas suas<br />

respectivas trajetórias de profissão e formação,<br />

de modo geral, elas destacaram: a sensibilização<br />

do olhar para compreender a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil;<br />

a oportunidade de organizar e conduzir<br />

experiências de formação junto às professoras;<br />

e, ainda, a compreensão acerca das práticas<br />

pedagógicas significativas para o desenvolvimento<br />

e aprendizagem das crianças, como alguns<br />

dos ganhos pessoais e profissionais com essa<br />

experiência de formação continuada.<br />

Nesse sentido, inferiu-se, mediante os<br />

estudos realizados que a construção de um perfil<br />

de formador, referindo aqui ao Coordenador<br />

Pedagógico, requer tempo para vivenciar e<br />

aprimorar as experiências a partir da formação,<br />

bem como o olhar dos sistemas de educação para<br />

esse profissional, no sentido de investimento na<br />

formação profissional, bem como na viabilização<br />

das ações formativas nas instituições.<br />

Nessa perspectiva, convém afirmar que a<br />

realização da pesquisa possibilitou a ampliação do<br />

olhar para a função significativa que o Coordenador<br />

Pedagógico ocupa na instituição escolar,<br />

principalmente assumindo a construção de um<br />

perfil de formador no contexto da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

Referências<br />

pedagógico da creche e a sua avaliação: a qualidade<br />

negociada. Campinas: Autores Associados, p. 117-<br />

138, 2004.<br />

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que estabelece as Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Nacional – LDB. 5ª. ed. – Brasília: Câmara dos<br />

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GARRIDO, Elsa. Espaço de formação continuada<br />

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<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 83<br />

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Suely Ferreira. Pesquisa Social: teoria, método e<br />

criatividade. 26ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.<br />

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Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada.<br />

São Paulo: Instituto C&A, 2013.<br />

PLACCO, Vera M. N. de S. e SOUZA, Vera L. T. Desafios


<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />

CIENTÍFICA 84<br />

O PROJETO PARALAPRACÁ E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL EM MARACANAÚ<br />

Francisca Nepomucena Moura<br />

franciscanepomucena@gmail.com<br />

Solange Maria Silvestre Maciel<br />

solange.silvestre1@gmail.com<br />

RESUMO<br />

O presente artigo contempla um recorte dos processos formativos vivenciados na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

em Maracanaú, através do projeto Paralapracá, que traz em seu escopo, a formação do coordenador<br />

pedagógico e a sua atuação enquanto formador de sua equipe, na perspectiva de se refletir sobre as<br />

práticas pedagógicas e qualificá-las, contribuindo assim, para que as crianças da referida etapa, ampliem<br />

suas aprendizagens e consigam viver experiências diversas a partir das múltiplas linguagens. Vale ressaltar<br />

que, neste trabalho evidencia-se também o Intercâmbio em Reggio Emilia, uma cidade italiana que vem<br />

inspirando diversos países a olharem para as suas realidades e perceberem a criança como um ser do<br />

presente e que precisam estar efetivamente nas políticas públicas. Desta forma, pode-se afirmar que por<br />

mais que o referido projeto tenha contribuído significativamente na formação dos profissionais envolvidos,<br />

ainda se tem muito a avançar na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil do município.<br />

Palavras-chave: Projeto Paralapracá, <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, Reggio Emilia e Coordenador Pedagógico.<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

A formação de professores como um direito<br />

foi implementada no Brasil a partir da década de<br />

1990, no âmbito de suas políticas educacionais.<br />

Neste contexto, a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil assim como, as<br />

demais etapas da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica devem garantir<br />

aos profissionais envolvidos a formação continuada<br />

na perspectiva de contribuir para o desenvolvimento<br />

profissional e à qualificação de suas práticas.<br />

No contexto do projeto Paralapracá, a<br />

proposta formativa tem como foco o coordenador<br />

pedagógico, que forma a sua própria equipe de<br />

professores a partir da realidade, com vistas a apoiar<br />

as práticas pedagógicas e o desenvolvimento das<br />

crianças.<br />

Para tanto, o projeto investe<br />

significativamente na construção da identidade<br />

do coordenador pedagógico, por meio de um<br />

ciclo formativo constante e de uma metodologia<br />

abrangente. É importante ressaltar ainda que,<br />

o referido projeto está em consonância com os<br />

documentos oficiais que normatizam a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil dentre os quais destaca-se a Lei de Diretrizes<br />

e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – LDB (Lei nº 9.394/1996) e<br />

Diretrizes Curriculares Nacionais para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil (DCNEI), Parecer CNE/CEB nº 22/98,<br />

Resolução CNE/CEB nº 01/99 e a Resolução Nº 5, de<br />

17 de dezembro de 2009.


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CIENTÍFICA 85<br />

O presente artigo, aborda o percurso<br />

construído na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Maracanaú a<br />

partir do projeto Paralapracá, o qual foi inserido<br />

na rede municipal em 2013. Assim, uma de suas<br />

primeiras ações formativas foi o Intercâmbio na<br />

cidade de Reggio Emilia – Itália, que aconteceu no<br />

período de 29 de maio a 05 de junho do ano citado,<br />

sendo uma realização do Instituto C&A, com o apoio<br />

técnico da AVANTE – <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização Social<br />

e a valorosa parceria do Centro Internazionale Loris<br />

Malaguzzi.<br />

O referido Intercâmbio teve como objetivo<br />

principal fortalecer a atuação dos gestores públicos<br />

e ainda aprofundar a compreensão sobre as<br />

condições necessárias para uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />

de qualidade.<br />

Essa ação marcou o início de uma parceria<br />

e implementou novas trajetórias na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil em Maracanaú. O Paralapracá em seu<br />

escopo delineia um processo formativo, tendo<br />

como foco a formação do coordenador pedagógico<br />

reverberando nas práticas pedagógicas.<br />

No desenvolvimento do artigo em pauta,<br />

será evidenciado o referido projeto e suas<br />

ressonâncias na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no município<br />

de Maracanaú, bem como um breve relato do<br />

Intercâmbio supracitado.<br />

2 O INTERCÂMBIO EM REGGIO EMILIA E O<br />

PROJETO PARALAPRACÁ<br />

O Instituto C&A, através do projeto<br />

Paralapracá, ao firmar parcerias com as Secretarias<br />

Municipais de Camaçari (BA), Maceió (AL),<br />

Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE), com<br />

muita expertise inicia as ações no II Ciclo do<br />

referido projeto, conhecendo uma experiência de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e que é referência mundial: a do<br />

Reggio Children (Centro Internacional pela Defesa<br />

e Promoção dos Direitos e Potencialidades de Todas<br />

as Crianças, em Reggio Emilia), na Itália.<br />

Na oportunidade, participaram desse<br />

Intercâmbio os representantes dos citados<br />

Municípios, assim como os das cidades de<br />

Jaboatão do Guararapes (PE) e Teresina (PI), ambas<br />

pertencentes ao I Ciclo.<br />

O Intercâmbio em pauta teve como<br />

objetivo maior, contribuir para o fortalecimento<br />

das práticas de Prefeitos, Secretários de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

e Coordenadores Municipais de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil,<br />

na perspectiva de ampliarem seus olhares<br />

diante da Infância em seus Municípios e assim,<br />

implementarem políticas públicas consistentes e<br />

adequadas para a criança pequena.<br />

A programação de todo o Intercâmbio<br />

contemplou diversos e significativos momentos de<br />

estudos e trocas, com o apoio técnico da AVANTE<br />

– <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização Social – Salvador (BA),<br />

envolvendo alguns atores do contexto de Reggio<br />

Emilia, como: professores, pedagogista, atelierista e<br />

outros especialistas que atuam na área da Infância.<br />

A cidade de Reggio Emilia é conhecida<br />

mundialmente por sua excelência na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil. Localiza-se em uma região considerada<br />

próspera e progressista de Emilia Romagna, no<br />

nordeste da Itália, com 172.000 habitantes. As<br />

crianças de 0 a seis anos representam 6% da<br />

população geral. Portanto, 65,9% dessas crianças<br />

frequentam creches ou pré-escolas públicas, dados<br />

referentes a maio do ano de 20<strong>12</strong>.<br />

Após o término da Segunda Guerra Mundial<br />

em 1945, um grupo de mães de Villa Cella, próximo a<br />

Reggio Emilia, se uniu com o objetivo de reconstruir<br />

algo a partir das ruínas. Assim, pensando nas<br />

crianças, as respectivas mães difundiram a ideia<br />

e foram conseguindo gradativamente a adesão<br />

de outras pessoas, alguns comerciantes, enfim a<br />

sociedade como um todo e fundaram uma escola,<br />

a qual tornou-se universalmente conhecida através<br />

da abordagem pedagógica para a infância.


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CIENTÍFICA 86<br />

O professor e jornalista, Loris Malaguzzi,<br />

pensador da educação das crianças pequenas, é<br />

considerado o grande orquestrador da abordagem<br />

de Reggio Emilia na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> da Primeira Infância. É<br />

importante destacar um pouco de seus sentimentos<br />

e perspectivas da experiência vivida:<br />

relações, a formação profissional e a avaliação.<br />

As cem linguagens são compreendidas como<br />

possibilidades que se transformam e multiplicam, na<br />

cooperação e na interação linguagens-linguagens,<br />

crianças-crianças e crianças-adultos. Nesse sentido,<br />

alguns autores se debruçaram sobre o assunto:<br />

A história de nossa abordagem, e de meu<br />

papel nela, começa seis dias após o término<br />

da Segunda Guerra Mundial. Era primavera<br />

de 1945. O destino deve ter desejado que eu<br />

fosse parte de um evento extraordinário. Ouvi<br />

que em um pequeno vilarejo chamado Villa<br />

Cella, umas poucas milhas da cidade de Reggio<br />

Emilia, as pessoas haviam decidido construir<br />

e operar uma escola par crianças pequenas.<br />

Esta idéia pareceu-me incrível! Corri até lá em<br />

minha bicicleta e descobri que tudo aquilo<br />

era verdade. Encontrei mulheres empenhadas<br />

em recolher e lavar pedaços de tijolos. As<br />

pessoas haviam-se reunido e decidido que o<br />

dinheiro para começar a construção viria da<br />

venda de um tanque abandonado de guerra,<br />

uns poucos caminhões e alguns cavalos<br />

deixados para trás pelos alemães em retirada.<br />

Em oito meses, a escola e nossa amizade havia<br />

lançado raízes. O que ocorreu em Villa Cella<br />

foi apenas a primeira fagulha. Outras escolas<br />

foram abertas na periferia e nos bairros mais<br />

pobres da cidade, todas criadas e operadas<br />

por pais. Encontrar apoio para a escola, em<br />

uma cidade devastada, rica apenas no luto e<br />

pobreza, seria um processo longo e difícil e<br />

exigiria sacrifício e solidariedade indispensáveis<br />

à época (MALAGUZZI,1999. p. 59).<br />

A consolidação do trabalho de Loris<br />

Malaguzzi se deu por acreditar na potencialidade<br />

dos pais e em seu olhar sensível para a infância. No<br />

ano de 1963, foram criadas as primeiras escolas para<br />

as crianças pequenas, na rede municipal de Reggio<br />

Emilia. Em 2013, a rede em pauta completou 50 anos<br />

de contribuição significativa para uma melhoria da<br />

qualidade de vida de suas crianças.<br />

A experiência pedagógica de Reggio<br />

Emilia, tem como princípios de seu Projeto<br />

<strong>Ed</strong>ucativo: as crianças protagonistas ativas do<br />

processo de desenvolvimento, as cem linguagens,<br />

a participação, a escuta, o aprendizado como<br />

processo de construção subjetivo e no grupo, a<br />

pesquisa educativa, a documentação educativa, a<br />

projetação, a organização, o ambiente, espaços e<br />

Vejo as cem linguagens como um lago com<br />

muitas, muitas fontes nele desaguando. Acho<br />

que o número cem foi escolhido para ser bem<br />

provocador, a fim de reivindicar para todas essas<br />

linguagens não só a mesma dignidade, mas<br />

também o direito de expressão e de comunicação<br />

de umas com as outras (RINALDI, 20<strong>12</strong>, p.340).<br />

A documentação representa uma grande<br />

possibilidade de reflexão, onde todas as ações<br />

pedagógicas são centradas na pedagogia<br />

de valorização da subjetividade, em prol das<br />

aprendizagens das crianças. Assim, a documentação<br />

tem uma relação intrínseca com a avaliação, a qual<br />

valoriza todas as experiências infantis, tendo em vista<br />

as práticas pedagógicas dos adultos que mediam<br />

o cotidiano nas instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

A pedagogia da escuta percebe as falas<br />

das crianças como ponto de partida para o<br />

surgimento de novos saberes, pois através desse<br />

princípio são percebidas como verdadeiras<br />

protagonistas em suas aprendizagens.<br />

O papel do professor constitui-se como<br />

um grande impulsionador de oportunidades<br />

e de experiências, tendo como ações<br />

pertinentes a sua prática: o ouvir e o observar.<br />

Para Loris Malaguzzi, o professor é o grande<br />

profissional que encoraja, que estimula as<br />

crianças em seus processos de aprendizagem.<br />

Nesta perspectiva, vale ressaltar que na cidade<br />

de Reggio Emilia a educação de crianças é um de seus<br />

pilares e a pedagogia da escuta, a documentação,<br />

a avaliação e a competência do professor<br />

constituem essencialmente as potencialidades de<br />

um trabalho pedagógico que valoriza a criança,<br />

suas produções, seus movimentos, enfim a


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percebe como um ser capaz, inteligente e único.<br />

Certamente, a experiência vivida pelas<br />

equipes gestoras contempladas no Intercâmbio em<br />

pauta, trouxe impactos relevantes na perspectiva<br />

de se perceber a Infância e consequentemente as<br />

possibilidades de melhoria da qualidade da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil no contexto de suas Redes Municipais.<br />

3 O PROJETO PARALAPRACÁ E SUA PARCERIA<br />

COM OS MUNICÍPIOS<br />

“Toda criança tem direito a uma escola<br />

equitativa, plural e acolhedora – um espaço<br />

no qual ela possa contar com a educação<br />

e o cuidado apropriados à sua faixa etária<br />

e em que seja respeitada a sua condição<br />

peculiar de pessoa em desenvolvimento.<br />

- Princípio básico, (BRASIL, p.5, 2013).<br />

A partir do princípio descrito acima, o<br />

Projeto de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil desenvolvido pelo<br />

Instituto C&A através do Projeto Paralapracá<br />

visa contribuir para a melhoria da qualidade<br />

do atendimento às crianças que frequentam as<br />

Instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, investindo na<br />

formação continuada dos profissionais desta<br />

etapa bem como propiciado o acesso a materiais<br />

de qualidade para as crianças e profissionais que<br />

com elas vivenciam experiências educativas.<br />

Basicamente, estes foram os elementos que<br />

aguçaram o desejo de se participar do processo<br />

seletivo para o segundo ciclo do Paralapracá, com<br />

vistas ao fortalecimento das práticas formativas,<br />

bem como ao acesso aos materiais disponibilizados<br />

pelo Projeto. Diante da inscrição, percebeu-se que<br />

as potências e fragilidades da Rede que sinalizavam<br />

possibilidades de se estar entre os cinco municípios da<br />

Região Nordeste a serem contemplados na seleção.<br />

Ao final do processo seletivo em 2013,<br />

foram contemplados com o projeto: Camaçari (BA),<br />

Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN), e Olinda<br />

(PE). Inicialmente foram inscritas 30 instituições<br />

em cada município, perfazendo um total de 150<br />

instituições, 175 coordenadores pedagógicos,<br />

950 professores e 20.750 crianças. Em Maracanaú,<br />

a partir desse momento foram iniciados os<br />

preparativos para o lançamento do projeto<br />

no município, e nas Instituições participantes<br />

(vinte e três das Rede Municipal e sete da Rede<br />

Contratada). Referidas Instituições atendiam na<br />

época 3.947 crianças, distribuídas em 238 turmas,<br />

170 professores e 30 Coordenadores Pedagógicos.<br />

Diversos materiais compõem a coleção<br />

Paralapracá, os quais são entregues em um Baú, a<br />

saber: livros de literatura Infantil, fantoches, CD’s<br />

com músicas infantis, materiais de artes e bandinha<br />

rítmica, mala com livros técnicos, cadernos de<br />

orientação, cadernos de experiências, (dos Eixos<br />

a serem abordados na formação: assim se brinca,<br />

assim se faz arte, assim se faz música, assim se<br />

explora o mundo, assim se organiza o ambiente e<br />

assim se faz literatura), caderno de orientação do<br />

Coordenador Pedagógico, Almanaque Paralapracá,<br />

Estação Paralapracá, Série de vídeos e sacolas).<br />

O recebimento dos materiais foi motivo de<br />

grande alegria e festejos na Rede, que começou<br />

a se mobilizar para realizar o lançamento<br />

do Projeto e apresentá-lo à comunidade.<br />

Os lançamentos ocorreram como uma<br />

grande celebração, na qual todos os parceiros,<br />

autoridades municipais, gestores, coordenadores<br />

pedagógicos, professores, técnicos, pais,<br />

funcionários, comunidade e principalmente as<br />

crianças foram convidados a participarem do<br />

banquete e a “degustarem as guloseimas” preparadas<br />

com vistas à aguçar os sentidos e despertar sonhos,<br />

fantasias e lembranças da infância próxima ou<br />

distante, bem como a vislumbrar as possibilidades<br />

ofertadas ao “adentrar no mundo do Paralapracá.”<br />

Neste contexto, foram dados os passos<br />

iniciais de uma caminhada projetada para o período<br />

de 2013 a 2015 com perspectiva até o ano de 2016.<br />

O diferencial do Paralapracá é a formação dar-se no


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chão da Instituição (creche ou escola com turmas de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil), além de suscitar no coordenador<br />

pedagógico sua função principal: a de formador,<br />

instigador e fomentador de práticas pedagógicas<br />

significativas, favoráveis ao desenvolvimento<br />

infantil partindo de sua realidade, buscando nos<br />

materiais estruturados para o projeto os subsídios<br />

para dialogar com seu contexto, enriquecendo-o<br />

e estimulando as mudanças necessárias.<br />

Assim, é válido considerar os aspectos<br />

envolvidos no desenvolvimento do projeto, dando<br />

atenção em especial ao processo de formação<br />

do coordenador pedagógico, dos profissionais<br />

em cada instituição, dos técnicos da Secretaria<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e de como este ciclo formativo<br />

contribuirá para a melhoria no atendimento<br />

de qualidade à criança da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

4 O CICLO FORMATIVO E SEUS SUJEITOS<br />

A formação no Paralapracá passou<br />

a acontecer de forma sistemática nos cinco<br />

municípios já citados, tendo como sujeito<br />

central o coordenador pedagógico que atua<br />

como formador junto aos profissionais em<br />

cada instituição participante do projeto.<br />

Para tanto, a Avante – <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização<br />

Social, ao início de cada Eixo, realizava “ações<br />

formativas com as assessoras e supervisoras com o<br />

intuito de garantir o desenvolvimento do projeto”.<br />

(BRASIL, 2013, p.<strong>12</strong>). Posteriormente, a Gerente da<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no município também passou<br />

a fazer parte dos encontros, fato que contribuiu<br />

para a escuta mais específica de questões da<br />

Política Municipal e posteriores encaminhamentos.<br />

Ao priorizar a formação com o coordenador<br />

pedagógico, o projeto busca resgatar a essência<br />

de sua função social no ambiente escolar, ou<br />

seja, o responsável pelas ações formativas<br />

junto aos professores e demais profissionais<br />

da Instituição, função muitas vezes sufocada<br />

pelas atividades burocráticas ou administrativas<br />

ou ainda devido à falta de clareza quanto as<br />

atribuições de sua função, se for elencar, se<br />

encontrará um leque de razões ou subterfúgios<br />

que atropelam o fazer pedagógico do coordenador.<br />

Como profissional inserido no cotidiano<br />

da instituição de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, o coordenador<br />

pedagógico precisa dar sentido a sua prática.<br />

Nesse sentido, o Caderno de Orientação<br />

o Coordenador Pedagógico e a Formação<br />

Continuada, evidencie essa questão ao destacar:<br />

Aliado às demandas contemporâneas por<br />

mais qualidade na educação das crianças,<br />

o projeto Paralapracá insere-se como<br />

uma ação cuidadosamente planejada que<br />

visa promover mudanças relevantes no<br />

cotidiano dos coordenadores das instituições<br />

participantes. Considera os coordenadores<br />

como agentes de mudanças por excelência<br />

e, por isso, investe na formação desse<br />

profissional para que o mesmo possa exercer<br />

sua principal função junto aos professores: a<br />

de formador (CHAVES E LOIOLA, 2013, p.8).<br />

Nesta perspectiva, o Paralapracá investe<br />

na formação do coordenador pedagógico e<br />

entende como uma ação estratégica que apoia<br />

este profissional por fomentar práticas formativas<br />

e ainda oportunizar a troca de experiências<br />

em que o saber da prática é enriquecido pelo<br />

saber da teoria, exigindo do coordenador a<br />

compreensão e encaminhamentos das demandas<br />

advindas do contexto da formação, quer<br />

enquanto formando, quer enquanto formador.<br />

Assim, os dois encontros de formação<br />

realizados mensalmente com a assessora e os<br />

coordenadores pedagógicos resultavam em mais<br />

dois encontros com os educadores infantis nas<br />

Instituições. A metodologia formativa do Projeto<br />

não se configura em repasse, do contrário, considera<br />

as temáticas abordadas nos Eixos formativos<br />

como ponto de partida para cada instituição.<br />

O coordenador pedagógico antenado<br />

com a realidade e necessidades de seu grupo,


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CIENTÍFICA 89<br />

elabora uma pauta reflexiva, problematizadora<br />

propícia à escuta da experiência e favorável a um<br />

ambiente colaborativo no qual a teoria se transpõe<br />

para a prática. E assim, se dar a homologia dos<br />

processos, compreendida no Paralapracá como:<br />

… uma concepção que rompe com a ideia<br />

de “repasse” de “alguém que sabe ensinando<br />

a outros que não sabem”, de algo pronto<br />

que precisa ser multiplicado. Ao contrário,<br />

defende a “autoria” de cada sujeito da<br />

formação que, a partir das experiências<br />

vividas, elabora e produz novas experiências<br />

(INSTITUTO C&A; AVANTE, 2013, p.34).<br />

Para implantar uma prática formativa desse<br />

porte é importante que os sujeitos nela envolvidos<br />

possam transitar entre os saberes da prática e os da<br />

teoria ampliando e ressignificando seu repertório<br />

sociocultural, experiencial e profissional tendo<br />

instituição como lócus da formação em que as<br />

experiências e conhecimento da equipe pedagógica<br />

contribuem para sua formação bem como para o<br />

desenvolvimento das crianças por ela atendidas.<br />

Com vistas a favorecer o desenvolvimento<br />

infantil, os conteúdos abordados no processo<br />

formativo foram organizados por Eixos: Assim<br />

se brinca, assim se faz arte, Assim se faz música,<br />

Assim se explora o mundo, Assim se organiza<br />

o ambiente e Assim se faz literatura. Os<br />

referidos eixos estão articulados entre si, tanto<br />

nas ações formativas quanto na prática. Uma<br />

vez que defendem a criança como sujeito de<br />

direito, seu protagonismo que produz cultura.<br />

Vivenciar cada Eixo foi uma experiência<br />

enriquecedora, reveladora de novas possibilidades<br />

para os diversos atores em cada instituição. Os<br />

encontros reafirmavam certezas, incertezas, desafios<br />

a serem superados na coletividade, com os pares.<br />

Em maior parte da trajetória do Paralapracá<br />

foi possível ver a concretude de ações pertinentes<br />

à constituição do coordenador pedagógico<br />

enquanto formador de professores, a presença<br />

das múltiplas linguagens, maior participação<br />

dos pais e comunidade, integração das<br />

instituições, maior aproximação da Secretaria de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, enfim foram experienciadas diversas<br />

situações que colocaram a criança como centro<br />

do planejamento pedagógico, respeitando<br />

suas singularidades e suas especificidades<br />

O Projeto foi ganhando espaço nos<br />

municípios parceiros. O Instituto C&A e a Avante<br />

sabiamente acrescentaram à ciranda, o Ambiente<br />

Virtual de Aprendizagem (AVA), com o mote<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> à distância sem distância, favorecendo um<br />

intercâmbio entre os coordenadores pedagógicos,<br />

assessoras, equipe técnica e Secretarias de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, além de realizar vários cursos e<br />

campanhas, investindo na formação, provocando<br />

novas reflexões, sempre tendo como preocupação<br />

principal a criança e consequentemente o seu<br />

direito a uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil de qualidade.<br />

Nos cinco anos (2013-2007) de Paralapracá<br />

em Maracanaú, aconteceram várias possibilidades<br />

formativas e de aprendizagens, como também<br />

encontros e desencontros, principalmente fica a<br />

certeza do caminho, pois o referido projeto ajudou<br />

a construir e conquistar, sempre com muito apoio<br />

no fazer consciente e coerente com a realidade.<br />

Sobretudo ficou claro o desejo que as crianças do<br />

município de Maracanaú vivenciem uma infância feliz<br />

e que sejam respeitadas em suas singularidades.<br />

5 CONSIDERAÇÕES GERAIS<br />

Um ciclo formativo intenso “Delapracá” e<br />

“Daquipralá”, tem sido o Paralapracá, por onde<br />

passou, vivenciado com muita intensidade pelos<br />

profissionais de “LÁ” e de “CÁ”. Semelhante à busca<br />

pela autoafirmação e identidade aconteceu essa<br />

ciranda que deu forma à ação (formação) e ao<br />

profissional (coordenador pedagógico) em solo<br />

fértil ou em situações adversas, movidos pela<br />

paixão, crença, busca constante de qualificar


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CIENTÍFICA 90<br />

suas práticas, ser um profissional melhor.<br />

Conquistas, avanços e não retrocessos. Os<br />

sujeitos envolvidos no processo estão melhores, mais<br />

qualificados profissionalmente. O Paralapracá vem<br />

contribuindo significativamente com a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Infantil de Maracanaú, visto que cumpriu sua meta:<br />

o coordenador pedagógico enquanto formador de<br />

professores se empoderou ainda mais e a equipe<br />

técnica da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> com uma postura<br />

formadora, mediando os processos, ora sujeito da<br />

formação, ora fomentadora de práticas formativas.<br />

Considerando o fim do Termo de Cooperação<br />

Técnica, encerra-se a parceria Instituto C&A, Avante<br />

e Maracanaú, o que não deve significar o fim do<br />

trabalho da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil na Rede Municipal,<br />

pois ainda há muito a conquistar, com vistas a uma<br />

etapa que garanta às crianças maracanauenses o<br />

direito e o acesso a uma escola equitativa, plural<br />

e promotora de aprendizagens. E assim, o legado<br />

Paralapracá em Maracanaú está nas pessoas, que<br />

com certeza fomentarão outros movimentos<br />

formativos para que a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil tenha<br />

cor, sabor e significado para as crianças.<br />

REFERÊNCIAS<br />

de dezembro de 1998. Disponível em: < http://<br />

portal.mec.gov.br/dmdocuments/parecer_<br />

ceb_22.98.pdf> Acesso em 09 de nov. 2017.<br />

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.<br />

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.<br />

Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/<br />

ccivil_03/leis/L9394.htm> Acesso em <strong>12</strong> de dez. 2017.<br />

BRASIL. Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>. Secretaria<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica. Diretrizes Curriculares<br />

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Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.<br />

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de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica. Resolução CEB nº 1,<br />

de 7 de Abril de 1999. Disponível em: <<br />

http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/<br />

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EDWARDE, Carolyn – As cem linguagens da<br />

criança: a abordagem de Reggio Emilia na<br />

educação da primeira infância – Carolyn <strong>Ed</strong>wards,<br />

Lella Gadini, George Forman; tradução Dayse<br />

Batista – Porto Alegre: Artmed, 1999. 320p.: il; 23cm.<br />

BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente.<br />

Lei nº 8.069, 13 de jul. de 1990. 2003.<br />

INSTITUTO C&A e AVANTE. <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização<br />

Social. Proposta Técnica PARALAPRACÁ. 2013a.<br />

BRASIL. Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>. Resolução nº 05<br />

de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes<br />

Curriculares Nacionais para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />

BRASIL. Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>. Secretaria<br />

de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica. Diretrizes Curriculares<br />

Nacionais Gerais da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.<br />

________________________:<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />

e Mobilização Social. O coordenador<br />

pedagógico e a formação continuada.<br />

Textos de Carla Chaves, Mônica Loiola, Mônica<br />

M. Sâmia; Ilustração de Santo Design. 1ª ed,<br />

Barueri, SP: Instituto C&A, 2013b – (Coleção<br />

PARALAPRACÁ. Série cadernos de orientação).<br />

BRASIL. Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>. Secretaria de<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica. Parecer CNE/CEB 22, de 17<br />

MALAGUZZI, Loris. História, ideias e filosofia<br />

básica. In: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella;


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CIENTÍFICA 91<br />

FORMAN, George. As Cem Linguagens da Criança:<br />

a abordagem de Reggio Emilia na educação da<br />

primeira infância. Porto Alegre: Artmed, 1999.<br />

MARACANAÚ. Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>. Plano<br />

Anual de Trabalho. Equipe Técnica da<br />

<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil do Município de Maracanaú.<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Maracanaú – CE, 2016.<br />

MARACANAÚ. Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>.<br />

Memorial da Gestão da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil:<br />

por uma transição republicana (2013 – 2016).<br />

Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú – CE, 2016.<br />

MARTINS, Mônica Sâmia. Diálogos sobre<br />

a formação de formadores da educação<br />

infantil. – 1 ed. – Curitiba: Appris, 2017.<br />

RINALDI, Carla. Diálogos com Reggio Emilia:<br />

escutar, investigar e aprender – tradução –<br />

Vania Cury – 1. <strong>Ed</strong> – São Paulo: Paz e Terra, 20<strong>12</strong>.

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