Revista Educação e Reflexão Ano 7 Ed. 12
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<strong>Revista</strong> da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú. A gestão refletindo suas práticas. <strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong>- Outubro de 2017<br />
ISSN: 2237-7883<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> &<br />
<strong>Reflexão</strong><br />
ENTREVISTA<br />
Prof.a Dra Mônica<br />
Martins Samia<br />
p. 15<br />
Coluna EDUCAR<br />
Política de<br />
Brinquedotecas<br />
Escolares<br />
p. 19<br />
É Notícia<br />
Prefeitura realiza<br />
cerimônia de<br />
inauguração do CEI Elsa<br />
Maria Laureano Pereira<br />
p. 24<br />
Artigos Científicos<br />
O Projeto Paralapraca e<br />
suas contribuições para<br />
a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em<br />
Maracanaú<br />
p. 83<br />
A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Movimento:<br />
contextos, percursos e possibilidades
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
SUMÁRIO<br />
2<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
O registro de mais de uma década<br />
de história da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
de Maracanaú<br />
04<br />
ENTREVISTA<br />
Profª Dra Mônica<br />
Martins Samia<br />
Fala sobre as perspectivas da<br />
formação centrada na escola de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
15<br />
Dica de Filme<br />
CULTURAL<br />
É NOTÍCIA<br />
CIENTÍFICA<br />
E MAIS:<br />
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A INTERAÇÃO NA<br />
EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA MUNICIPAL<br />
DE MARACANAÚ<br />
O documentário passeia pelas<br />
possibilidades de criação da<br />
cultura da infância dentro das<br />
instituições públicas de ensino<br />
21<br />
É Notícia<br />
Prefeitura realiza cerimônia de<br />
inauguração do CEI Elsa Maria<br />
Laureano Pereira<br />
24<br />
Artigo produzido por<br />
professores<br />
55<br />
Universidade Aberta do Brasil promove aula inaugural no polo Maracanaú<br />
Prefeitura realiza cerimônia de inauguração do CEI Elsa Maria Laureano Pereira<br />
Prefeitura inaugura quadra poliesportiva coberta na EMEF Maria Pereira da Silva<br />
Maracanaú participa do Seminário Internacional Mais Infância Ceará<br />
EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo comemora 10 anos<br />
Projeto ‘Eu sou Cidadão - Amigos da Leitura’ é lançado para alunos da rede municipal<br />
Escolas municipais realizam eleições para Grêmios Estudantis<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza solenidade de posse dos Grêmios Estudantis<br />
Escolas de Maracanaú participam do Congresso dos Amigos da Leitura na XII Bienal Internacional do Livro no Ceará<br />
Escolas e Comunidades se mobilizam no Combate ao Mosquito Aedes Aegypti<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza palestra sobre Autismo Infantil e seus cuidados<br />
SME mobiliza escolas no dia Nacional de Luta Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes<br />
Centro de Línguas de Maracanaú promove V CLM Comunica<br />
Prefeitura inicia entrega do fardamento escolar para alunos da rede Municipal<br />
SME realiza III Encontro das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (Com-Vida) de Maracanaú<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza etapa municipal do Prêmio Peteca<br />
Alunos da rede municipal participam da solenidade de formatura do Proerd<br />
XII Encontro Estadual dos Conselhos Municipais de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> do Estado do Ceará é realizado em Maracanaú<br />
EMEIEF José Assis de Oliveira participa do Projeto Itinerante Galera do DNIT<br />
23<br />
24<br />
25<br />
26<br />
27<br />
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39<br />
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41<br />
42
EDITORIAL<br />
A cidade de Maracanaú, desde<br />
1995, realiza atendimento educacional<br />
às crianças, processo que se ampliou em<br />
2005, com a municipalização da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, obedecendo aos dispositivos legais<br />
estabelecidos na Constituição Federal<br />
Brasileira de 1988 e na Lei de Diretrizes e<br />
Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Nacional - Lei 9394/96<br />
(BRASIL 1996), que estabelecem a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil como um direito social e primeira<br />
etapa da educação básica, tendo como<br />
finalidade o desenvolvimento integral<br />
da criança de até 5 (cinco) anos, em seus<br />
aspectos físico, psicológico, intelectual e<br />
social, complementando a ação da família e<br />
da comunidade.<br />
A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no município<br />
se configura como um espaço onde as<br />
práticas pedagógicas são orientadas pelas<br />
Diretrizes Curriculares Nacionais para a<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil – DCNEI (BRASIL 2009),<br />
que determinam as interações e a brincadeira<br />
como eixos norteadores da aprendizagem<br />
e desenvolvimento infantil. Nas creches<br />
e pré-escolas, as crianças ampliam seu<br />
conhecimento acerca do mundo físico,<br />
social, político e cultural, interagem com<br />
seus pares, com outros adultos e diferentes<br />
culturas, brincam e participam de diversas<br />
experiências.<br />
Os professores da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, por sua vez, participam como<br />
importantes mediadores, através de seus<br />
saberes e experiências, apoiando as crianças<br />
em suas vivências cotidianas na instituição,<br />
contribuindo para o fortalecimento da<br />
sua autoestima, autonomia, curiosidade,<br />
conhecimento de mundo e ampliação das<br />
diferentes linguagens.<br />
A Secretaria Municipal de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú, considerando as<br />
especificidades da rede, tem efetivado ações<br />
no sentido de ampliar o atendimento às<br />
crianças em turmas de creches (zero a três<br />
anos) e pré-escola (quatro a cinco anos),<br />
bem como tem desenvolvido formações<br />
continuadas junto aos gestores gerais,<br />
coordenadores pedagógicos e professores,<br />
na perspectiva da melhoria da qualidade<br />
das práticas educativas vivenciadas nas<br />
instituições.<br />
Em 2013, o município foi<br />
selecionado, pelo Instituto C&A e pela<br />
Organização não Governamental Avante<br />
– <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização Social, para<br />
participar do Programa Paralapracá, o qual<br />
tem por objetivo principal contribuir para<br />
um atendimento de qualidade na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, através de duas frentes de trabalho:<br />
a formação continuada de profissionais da<br />
educação e o acesso a materiais para crianças<br />
e professores. O processo de formação<br />
continuada baseia-se nos eixos: Assim se<br />
brinca, Assim se faz artes visuais, Assim se<br />
faz música, Assim se faz literatura, Assim<br />
se explora do mundo e Assim se organiza o<br />
ambiente.<br />
Outra ação relevante, em prol<br />
da primeira infância em Maracanaú, é a<br />
realização da Semana do Bebê, uma iniciativa<br />
que nasceu em Canela (RS) e tem o apoio<br />
do Fundo das Nações Unidas pela Infância<br />
(UNICEF), para assim, mobilizar os demais<br />
municípios brasileiros pela garantia dos<br />
direitos da gestante, puérpera e crianças em<br />
seus primeiros anos de vida. No município,<br />
esta ação foi impulsionada pela primeiradama<br />
Kamile Camurça, que articulou as<br />
diferentes Secretarias através de uma<br />
Comissão Intersetorial para desempenhar<br />
inúmeras atividades nos equipamentos<br />
públicos. Dentre as grandes conquistas,<br />
registra-se a aprovação da Lei Municipal nº<br />
2.065/2013, que institucionaliza a Semana do<br />
Bebê.<br />
Diante de todas as iniciativas<br />
realizadas, a Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de<br />
Maracanaú reconhece a importância da<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e seu valor social, com vistas<br />
a garantir os direitos da criança.<br />
José Marcelo Farias Lima<br />
Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
P REFEITURA DE<br />
MARACANAÚ<br />
Rua Capitão Valdemar de Lima, 202<br />
Maracanaú (CE)<br />
Telefone: (85) 3521.5663<br />
seduc@maracanau.ce.gov.br<br />
Prefeito: Firmo Camurça<br />
Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>: José Marcelo<br />
Farias Lima<br />
Expediente<br />
Coordenação <strong>Ed</strong>itorial:<br />
Antonio Nilson Gomes Moreira<br />
Conselho <strong>Ed</strong>itorial:<br />
Arlete Moura de Oliveira Cabral,<br />
Glaucia Mirian de Oliveira Souza,<br />
Gleíza Guerra de Assis Braga, Kamile<br />
Lima de Freitas Camurça e Rosana<br />
Maria Cavalcanti Soares<br />
Jornalista Responsável,<br />
Direção de Arte, Diagramação,<br />
Reportagem e <strong>Ed</strong>ição:<br />
Bruna Cleia Marques<br />
JP 3724/CE<br />
Projeto gráfico<br />
Thiago Mena Barreto Viana<br />
Revisão:<br />
Monique Lima Ferreira Kuhn<br />
TIC:<br />
João Batista Monteiro Soares<br />
Foto de Capa:<br />
Bruna Cleia Marques<br />
Estagiários de Comunicação:<br />
Francisco Orlenildo Cordeiro de Souza<br />
Regina Wesliane Lucas de Sousa
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
4<br />
A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Maracanaú - CE<br />
de 2005 a 2016<br />
Texto: <strong>Ed</strong>lane de Freitas Chaves<br />
Francisca Nepomucena Moura<br />
Solange Maria Silvestre Maciel<br />
“A educação infantil, primeira etapa da educação<br />
básica, tem como finalidade o desenvolvimento<br />
integral da criança de até 5 (cinco) anos, em<br />
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e<br />
social, complementando a ação da família e da<br />
comunidade.” (Lei nº 9.394/96, Art. 29)<br />
O município de Maracanaú reconhece<br />
a infância como a fase essencial para o<br />
desenvolvimento do caráter, autoestima,<br />
autonomia, sinceridade, criatividade, disciplina e<br />
sociabilidade do ser humano. Neste sentido, desde<br />
1999, tem somado esforços para assegurar a oferta<br />
desta etapa primordial da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica, tal<br />
como o acesso e permanência. Isso tem mobilizado<br />
decisões administrativas e pedagógicas, com vistas<br />
à melhoria da qualidade do atendimento dessa<br />
etapa de ensino.<br />
O registro de mais de uma década (2005 –<br />
2016) de história da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil nos permite<br />
resgatar acontecimentos e parceiros que deixaram<br />
suas marcas na tessitura de práticas educativas à luz<br />
da legislação e documentos oficiais que normatizam<br />
e defendem uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil de qualidade.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
5<br />
Municipalização da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
Mediante o Parecer nº 01∕2005 do<br />
Conselho Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>-CME,<br />
o atendimento às crianças de 4 e 5 anos<br />
foi municipalizado. Com essa conquista,<br />
o município deu um salto qualitativo<br />
no reconhecimento da criança como<br />
sujeito de direitos.<br />
2005<br />
2006 2007<br />
Visibilidade das Práticas Docentes<br />
Lançamento do I Relato das Experiências<br />
Docentes da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, que<br />
teve como objetivo o de socializar as<br />
práticas cotidianas vivenciadas junto<br />
às crianças nas escolas municipais,<br />
dando visibilidade aos processos de<br />
formação continuada com professores<br />
e coordenadores pedagógicos.<br />
Adesão ao Programa de Alfabetização na<br />
Idade Certa – PAIC<br />
Instituído pelo Governo Estatual do Ceará, o PAIC,<br />
através da Lei nº 14.026 de 17 dezembro de 2007,<br />
traz a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil como um dos seus eixos,<br />
o qual vem contribuindo no processo formativo<br />
e nas práticas pedagógicas dos professores,<br />
reverberando assim nas experiências vivenciadas<br />
com as crianças.<br />
Programa Formar em Rede<br />
Parceria instituída com o Instituto Avisa Lá, que por<br />
meio do Programa Formar em Rede desenvolveu<br />
uma proposta de formação continuada com foco<br />
nos formadores, coordenadores pedagógicos<br />
e professores, com duração de dois anos. As<br />
ações formativas abordaram o “Brincar na<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”, possibilitando reflexões sobre<br />
a temática, bem como a melhoria da qualidade<br />
dessas práticas nas instituições.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
6<br />
Programa Formar em Rede<br />
Dando continuidade a parceria firmada em 2007 com o<br />
Instituto Avisa Lá, desenvolveram-se ações formativas com<br />
os coordenadores pedagógicos, que por sua vez realizaram<br />
encontros formativos com os professores na instituição que<br />
atuavam. A temática abordada durante o ano teve como foco<br />
“Cultura Escrita – Leitura pelo Professor”, visando aproximar<br />
a criança do mundo letrado evidenciando a função social da<br />
escrita e o papel adulto como referência de comportamentos<br />
leitores.<br />
Concurso Público<br />
Pela primeira vez, em Concurso Público, foram disponibilizadas<br />
vagas para professores com formação em nível superior,<br />
destinadas à lotação em turmas de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
2008 2009 2010<br />
Indicadores da Qualidade da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
e Programa de Autonomia Escolar- PAE Infantil<br />
Por meio de adesão voluntária, das vinte e cinco<br />
instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, vinte e três<br />
destas realizaram a avaliação institucional na<br />
perspectiva de possibilitar a participação da<br />
comunidade escolar com ênfase nos pontos fortes<br />
e nos desafios. O referido processo culminou com<br />
a elaboração e aprovação da Lei nº 1.502 de 17 de<br />
dezembro de 2009 que estabelece o Programa<br />
de Autonomia Escolar – PAE Infantil destinando<br />
recursos financeiros às Instituições para aquisição<br />
de materiais pedagógicos necessários ao<br />
desenvolvimento das experiências docentes junto<br />
às crianças.<br />
Seminário com <strong>Ed</strong>ucadores Infantis de<br />
Maracanaú<br />
O Seminário abordou a temática “Desafios<br />
e Perspectivas da Inclusão Escolar na<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Maracanaú”. Nesta<br />
perspectiva, contextualizou a história da<br />
educação inclusiva, situando o Brasil e<br />
o município diante da atual legislação,<br />
evidenciado o processo de Atendimento<br />
<strong>Ed</strong>ucacional Especializado-AEE nas salas<br />
de recursos multifuncionais.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
V Relato das Experiências Docentes<br />
Na perspectiva de revelar as vivências<br />
presentes no cotidiano das instituições<br />
e abordar a temática: “As Múltiplas<br />
Linguagens na Organização do Trabalho<br />
Pedagógico, retrato do cotidiano” foi<br />
realizado o V Relato das Experiências<br />
Docentes da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. Esta<br />
ação evidencia o processo formativo<br />
realizado junto aos profissionais e suas<br />
ressonâncias nas práticas realizadas<br />
junto às crianças.<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
2011 20<strong>12</strong> 2013<br />
Plano Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – PME<br />
A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Maracanaú foi<br />
contemplada no Plano Municipal de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> (PME), aprovado pela Lei<br />
nº 1.865, de 15 de junho de 20<strong>12</strong>, em<br />
consonância com o Plano Nacional de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – PNE. Em seu Anexo Único<br />
foram traçadas metas e estratégias que<br />
visam a universalização, até 2016, do<br />
atendimento escolar da população de<br />
4 e 5 anos, e ampliação, até 2020, da<br />
oferta de educação infantil de forma a<br />
atender a 50% da população de até 3<br />
anos; do mesmo modo que ofertar a<br />
educação infantil garantindo os padrões<br />
de qualidade.<br />
7<br />
Projeto PARALAPRACÁ em Maracanaú<br />
“Toda criança tem direito a uma escola equitativa, plural e<br />
acolhedora”, este é o princípio básico do Projeto Paralapracá<br />
que chegou na rede municipal mediante uma seleção, da qual<br />
participaram sessenta e quatro municípios do Nordeste.<br />
A parceria firmada para o período de 2013 – 2017 entre o<br />
Instituto C&A, Avante e o Município visa contribuir com a<br />
melhoria da qualidade das práticas pedagógicas desenvolvidas<br />
nas instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. O Paralapracá estrutura-se<br />
por meio de duas linhas de ação complementares e articuladas: a<br />
formação de formadores, com foco no coordenador pedagógico<br />
e o acesso a materiais de qualidade, para as crianças e para os<br />
profissionais que atuam junto a elas.<br />
Intercâmbio Reggio Emilia – Itália<br />
O Instituto C&A e AVANTE – <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização Social<br />
– através do projeto PARALAPRACÁ ao firmarem parcerias<br />
com as Secretarias Municipais de Camaçari (BA), Maceió (AL),<br />
Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE), iniciou as ações no II<br />
Ciclo do referido projeto, por meio de um intercâmbio a Reggio<br />
Children – Centro Internacional pela Defesa e Promoção dos<br />
Direitos e Potencialidades de Todas as Crianças, em Reggio<br />
Emilia, na Itália.<br />
O intercâmbio em pauta teve como objetivo contribuir para o<br />
fortalecimento das práticas de gestão de Prefeitos, Secretários<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Coordenadores de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, na<br />
perspectiva de ampliarem seus olhares diante da Infância em<br />
seus Municípios, e assim, implementarem políticas públicas<br />
consistentes e adequadas para a criança pequena.<br />
Semana do Bebê em Maracanaú<br />
A Semana do Bebê em Maracanaú foi instituída por meio da<br />
Lei Municipal nº 2.065∕2013, sendo realizada anualmente no<br />
mês de setembro. As ações são planejadas por meio de uma<br />
comissão intersetorial composta por profissionais de várias<br />
secretarias do município potencializando assim, o atendimento<br />
das gestantes e das crianças pequenas. Em relação a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, percebeu-se uma ressonância significativa nas práticas<br />
vivenciadas no cotidiano das instituições, visto o envolvimento<br />
das famílias, maior visibilidade das infâncias do município bem<br />
como no fortalecimento das ações Intersetorial. Vale ressaltar<br />
ainda, que Maracanaú foi classificado para apresentar a referida<br />
experiência em duas edições da Mostra Internacional das<br />
Semanas do Bebê - UNICEF, em 2014 [Belém∕ PA] e em 2016<br />
[Recife∕ PE], como inspiração para outros municípios brasileiros.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
8<br />
Avaliação Externa – PARALAPRACÁ<br />
A avaliação realizada pela consultoria MOVE – Avaliação e<br />
Estratégia em Desenvolvimento Social teve por foco três<br />
aspectos a saber: A Política Municipal, o desenvolvimento<br />
profissional dos coordenadores pedagógicos e<br />
professores e ainda a qualidade do atendimento às<br />
crianças. Para tanto, foram organizados grupos focais que<br />
revelaram as conquistas, os desafios e as perspectivas<br />
para <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, apresentando assim, um retrato<br />
da Rede de Maracanaú e seus diversos contextos.<br />
2014 2015 2016<br />
Expansão do projeto PARALAPRACÁ em<br />
Maracanaú<br />
Em 2015, aconteceu a expansão do projeto<br />
Paralapracá, que inicialmente atendia 30<br />
instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil (23 da rede<br />
municipal e 7 da rede contratada). Desse modo,<br />
a ampliação abrangeu mais 31 instituições,<br />
o que possibilitou reafirmar a importância<br />
da metodologia e dos princípios do projeto<br />
nos processos formativos, bem como na<br />
qualificação das práticas docentes.<br />
Uma inovação formativa desse percurso<br />
foi a inserção de um Ambiente Virtual de<br />
Aprendizagem-AVA, para potencializar a<br />
relação entre formadoras e coordenadoras<br />
pedagógicas na formação continuada, de<br />
maneira a contemplar também uma proposta<br />
de educação à distância sem distância, dando<br />
visibilidade à cultura da infância.<br />
Memorial da Gestão da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil - Por<br />
uma transição Republicana<br />
A elaboração do Memorial da Gestão da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil significou o registro de uma trajetória vivida,<br />
fruto de uma parceria com o Instituto C&A, AVANTE<br />
e Município, tendo como resultado a narrativa da<br />
própria experiência de Maracanaú na gestão de<br />
2013 a 2016. O referido documento teve como<br />
objetivo registrar os aspectos considerados mais<br />
relevantes ou desafiadores para a gestão, como<br />
também orientar as questões administrativas<br />
e pedagógicas. Esta publicação representa um<br />
instrumento de avaliação de políticas públicas, que<br />
possibilita identificar e avaliar os impactos das ações<br />
da gestão, visualizar um panorama geral da rede,<br />
além de propor recomendações para a política da<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no município.<br />
X Relato de Experiências Docentes da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil de Maracanaú<br />
O X Relato das Experiências Docentes da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil destacou-se como momento de ampliação<br />
dos modos de ver, e possibilidades no fazer.<br />
O registro das práticas pedagógicas é elemento<br />
essencial que proporciona a oportunidade de refletir<br />
e dialogar sobre o vivido, no sentido de provocar o<br />
olhar reflexivo para o despertar de transformações<br />
nos fazeres e saberes do sujeito-educador.<br />
Nesse contexto, os relatos das experiências<br />
dos professores de Maracanaú manifestam a<br />
ressignificação da ação docente, considerando as<br />
múltiplas linguagens dos bebês, das crianças bem<br />
pequenas e das crianças pequenas da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
9<br />
Relato de experiências em uma turma<br />
de Pré I: o Projeto Literatura de Cordel<br />
Texto: Ana Paula Ramos de Moraes<br />
Professora da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil – PRÉ I<br />
Aspectos da vida cultural, social e política<br />
interferem e fazem parte do currículo presente<br />
no cotidiano e das escolas. Nesse sentido, nós da<br />
EMEIEF Parque Piratininga buscamos traduzir de<br />
forma lúdica e criativa aulas que despertem nas<br />
crianças o interesse e a participação nas atividades<br />
e ações desenvolvidas em âmbito escolar.<br />
A instituição educacional oferta turmas de<br />
pré-escola ao terceiro ano do Ensino Fundamental.<br />
Os professores juntamente com a coordenação<br />
pedagógica elaboram projetos em momentos de<br />
planejamento coletivo, os quais ocorrem a cada<br />
bimestre e são fundamentais para o processo de<br />
aprendizagem dos alunos.<br />
Nesse contexto, no ano de 2015, adotamos<br />
o Projeto Literário, que passou a ser realizado<br />
anualmente. No ano de 2016, a turma do Pré I,<br />
composta por crianças na faixa etária de 3 a 4 anos,<br />
trabalhou a literatura de cordel, que foi pensada<br />
a partir do eixo “Assim se faz literatura” do Projeto<br />
Paralapracá, e que vem alavancando e fortalecendo<br />
as ações que se referem à <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
O Projeto Literário teve início a partir de<br />
uma conversa sobre a literatura de cordel, que são<br />
produções expostas em cordas, próprias da cultura<br />
nordestina. O primeiro contato foi por meio do<br />
manuseio de diversos folhetos compostos por textos<br />
e imagens. Neste momento, as crianças perceberam
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
10<br />
como os livretos são pequenos, como os desenhos<br />
da capa são diferentes e apresentaram dificuldade<br />
na pronúncia da palavra “xilogravura”, achando-a<br />
engraçada. Assistiram a vídeos que mostravam a<br />
arte de talhar a madeira, formando novas imagens<br />
que, após prensadas, seriam a capa de um folheto.<br />
Posteriormente, direcionamo-nos para o<br />
pátio da escola, onde foi proposto fazermos nossa<br />
primeira xilogravura: espalhamos tinta guache<br />
sobre a mesa e desenhamos livremente com os<br />
dedos. Inicialmente, alguns alunos pareciam ter<br />
nojo ou receio de sujar-se com a tinta, mas no<br />
decorrer da atividade, percebendo o prazer dos<br />
demais, permitiram-se participar desta experiência.<br />
Conforme desenhavam, ouvia-se o burburinho das<br />
crianças falando: “Olha tia, fiz uma flor. Agora, vou<br />
fazer uma borboleta”. Outras mostravam o desenho<br />
para o amigo ao lado afirmando ter feito a produção<br />
mais bonita. Com os desenhos prontos, prensamos<br />
uma folha de papel nos trabalhos das crianças. Foi<br />
interessante vê-las maravilhadas com o resultado<br />
de sua arte.<br />
Diante das gravuras visualizadas na<br />
literatura de cordel, vimos a necessidade de retratar<br />
o sertão nordestino. A cada elemento construído,<br />
as crianças demonstravam compreender melhor<br />
sua cultura. Nesse contexto, muitos diálogos foram<br />
elaborados por elas enquanto faziam um grande<br />
painel representando o sertão, trazendo elementos<br />
para ilustrar a seca no nordeste: o sol grande e forte,<br />
o chão seco, a falta de água para beber.<br />
Durante o projeto, ouvimos e brincamos com<br />
as rimas tradicionalmente cantadas por repentistas<br />
em seus duelos, dando enfoque ao grande poeta<br />
Patativa do Assaré. Também cantamos e tocamos<br />
canções do repertório cearense, como a música “Asa<br />
Branca”, de Luiz Gonzaga, que relata o cotidiano do<br />
homem do sertão nordestino.<br />
Todo o processo de elaboração e execução<br />
do projeto foi bastante movimentado, pois a<br />
participação das crianças e do corpo docente<br />
da escola possibilitou um trabalho coletivo e,<br />
consequentemente, bem sucedido.<br />
A culminância do projeto literário foi uma<br />
festa! No primeiro dia, apreciamos as apresentações<br />
da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e do Ensino Fundamental. As<br />
crianças menores observaram atentos a forma de<br />
falar e agir em público das maiores, enquanto nós,<br />
adultos, ficamos a observá-las em sua desenvoltura,<br />
alegria e espontaneidade na forma de conduzir a<br />
apresentação das experiências vividas.<br />
Já em sala de aula, as crianças apresentaram<br />
seus trabalhos aos colegas de outras turmas<br />
da escola como também às suas famílias, que<br />
foram convidadas a participar do projeto. E com<br />
empolgação a iniciativa foi considerada por todos<br />
um grande sucesso e que precisa se repetir.<br />
No dia seguinte, as crianças estavam<br />
radiantes por suas experiências: uma delas, ao falar<br />
sobre o cangaço, afirmou que os cangaceiros são<br />
parecidos com piratas pelo estilo de roupa que<br />
usavam, modo de agir e falar que perceberam ao<br />
ouvir histórias como a do Lampião. A relação foi<br />
interessante levando-nos a refletir sobre a forma de<br />
pensar da criança. A fantasia e o real estão juntos,<br />
enriquecendo os pensamentos infantis. Como<br />
adultos, precisamos ter consciência da importância<br />
de estimular a imaginação e a expressão do que<br />
sentem.<br />
A construção do conhecimento é bem mais<br />
significativa do que o mero repasse de diversas<br />
informações. Nossas crianças pequenas merecem<br />
atenção e respeito para ampliar sua visão de<br />
mundo e constituir aprendizagens complexas.<br />
Apesar da pouca idade, elas têm muito a nos dizer.<br />
Porém, não o farão simplesmente por palavras.<br />
Nossa responsabilidade é ter um olhar sensível<br />
às expressões de cada uma. Ao buscar trabalhar a
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
11<br />
partir das percepções delas, percebi que o projeto<br />
foi além do que planejamos. As crianças costumam<br />
ter um olhar mais atento, detalhado e cheio de<br />
fantasia e isso traz riqueza ao nosso trabalho e<br />
deve estar expresso tanto na sala de aula quanto na<br />
escola como um todo.<br />
A coordenadora pedagógica, Denize Maria<br />
Vieira Pereira, destacou que através do eixo “Assim<br />
se faz literatura”, esse trabalho foi vivenciado de<br />
forma muito intensa e significativa pelas crianças.<br />
Observar o empenho das mesmas realizando as<br />
xilogravuras, criando e reinventando os livrinhos<br />
dos cordéis e apresentando suas produções para<br />
seus colegas e para toda a comunidade escolar<br />
foi motivo de muito orgulho, pois pode perceber<br />
em cada rostinho o prazer e o encantamento em<br />
realizar cada etapa da referida experiência.<br />
E é nesse processo que a escola proporciona<br />
às crianças experiências que contribuem com<br />
a ampliação dos seus conhecimentos sociais e<br />
culturais. Cabe a ela e a nós, educadores, não apenas<br />
ensinar, mas tornar possível diversas aprendizagens<br />
que possibilitem apresenta-las um mundo onde é<br />
possível a cidadania e o pleno desenvolvimento do<br />
ser humano.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
<strong>12</strong><br />
Formação na escola e sua ressonância<br />
nas crianças<br />
Texto: Kátialene Domingos Lourenço<br />
Coordenadora Pedagógica - Creche Viva Bem<br />
Vanessa Rocha de Santana<br />
Coordenadora Pedagógica - EMEIEF Profº Paulo Freire<br />
A educação é fator transformador da<br />
sociedade. Considerando que a educação infantil<br />
é a base para a construção dos conhecimentos<br />
sistematizados das crianças e elemento primordial<br />
para o desenvolvimento das etapas subsequentes<br />
ao longo da vida escolar, o educador precisa ser um<br />
mediador de boas práticas pedagógicas para que o<br />
processo de ensino e aprendizagem aconteça.<br />
No ano de 2013, o município de Maracanaú,<br />
através da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, firmou uma<br />
importante parceria com o Projeto Paralapracá,<br />
idealizado pela Avante – <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização<br />
Social e com apoio do Instituto C&A. O projeto possui<br />
dois âmbitos de atuação: a formação continuada de<br />
profissionais de educação infantil e o acesso aos<br />
materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto<br />
para crianças quanto para professores.<br />
Passamos a testemunhar um momento<br />
todo especial, onde os vínculos foram ampliados<br />
e as relações ganharam um tom de colaboração,<br />
criatividade, confiança para dialogar sobre as<br />
práticas e compartilhar experiências. Essas trocas<br />
tornaram-se constantes na equipe de coordenadores<br />
pedagógicos, professores e, especialmente, com as<br />
crianças, que são centro do nosso fazer educacional.<br />
Continuamos o processo formativo,<br />
que antes já acontecia nas escolas, com maior<br />
potencialidade. Os professores, inspirados com<br />
novas metodologias, estimulam a participação<br />
efetiva das crianças e oferecem a elas contextos<br />
instigantes para as diversas formas de comunicação<br />
e expressão, estabelecendo um clima de confiança.<br />
Com ações pedagógicas alicerçadas nos<br />
conhecimentos prévios e ampliadas por desafios,
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
13<br />
as crianças sentem-se mais seguras e constroem<br />
uma autoimagem positiva, favorecendo, assim,<br />
o desenvolvimento das suas potencialidades, da<br />
autonomia, a convivência social e o direito de serem<br />
respeitadas em suas especificidades.<br />
Aproximar as formações da própria<br />
instituição, reunindo coordenadores pedagógicos<br />
e professores, analisando o contexto da escola e o<br />
público que ela atende possibilita uma apropriação<br />
das necessidades das crianças e dos docentes,<br />
tornando o trabalho do coordenador pedagógico<br />
mais eficaz, sem perder de vista os eixos norteadores<br />
das práticas pedagógicas da educação infantil: as<br />
interações e as brincadeiras, conforme estabelece<br />
a Resolução n° 5, de 2009, que fixa as Diretrizes<br />
Curriculares Nacionais para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
Ressaltamos a importância de revisitarmos<br />
as temáticas discutidas nas formações, refletindo<br />
sobre as ações docentes, com foco na ampliação<br />
da qualidade da educação e diversidade de<br />
oportunidades reais de aprendizagens.<br />
Outro ponto a ser considerado é o<br />
envolvimento e bom relacionamento do grupo,<br />
repercutindo favoravelmente no trabalho<br />
desenvolvido na instituição e possibilitando as<br />
trocas de experiências e saberes, o que torna a<br />
equipe pedagógica dinâmica e plural em sua<br />
atuação.<br />
Ofertar situações diferenciadas é uma<br />
maneira de respeitar a individualidade da criança<br />
que, mesmo participando de um grupo, tem<br />
interesses e formas diferentes de se apropriar das<br />
atividades propostas na escola. O ambiente também<br />
merece ser cuidadosamente pensado para não se<br />
tornar “engessado” e “castrador” do protagonismo<br />
infantil. Os materiais, como brinquedos e demais<br />
objetos que fazem parte da rotina, devem estar<br />
dispostos para facilitar o acesso dos pequenos,<br />
promovendo situações de interação entre eles.<br />
As conquistas são facilmente mensuradas<br />
no dia a dia, pois não precisam ser necessariamente<br />
grandes acontecimentos. São, de outra forma, um<br />
conjunto de pequenas e constantes experiências<br />
que fazem da escola um campo fértil para o<br />
desenvolvimento das relações interpessoais,<br />
ampliação de conhecimento de mundo, ludicidade,<br />
autonomia, sensibilidade e sentimento de<br />
pertencimento por parte de todos os envolvidos.<br />
O brincar ganhou ares inovadores em nossas<br />
instituições, nas quais percebemos iniciativas de<br />
professores em construir com as crianças seus<br />
próprios brinquedos e brincadeiras. Essa ação<br />
tornou o momento do brincar mais significativo,<br />
com a participação dos pequenos como autores e<br />
construtores de seus conhecimentos.<br />
O percurso formativo foi ampliando-se em<br />
situações diversas, contemplando experimentos e<br />
iniciativas que foram sendo incorporados à rotina<br />
ao percebermos as possibilidades e contribuições<br />
que traziam. Assim, na Creche Viva Bem, as crianças<br />
vivenciam as canções de forma contextualizada. A<br />
exemplo disso, na canção “Meu limão, meu limoeiro”,<br />
conheceram elementos importantes descritos<br />
na música, explorando o limoeiro, manuseando<br />
e sentindo a textura, o cheiro e o gosto do limão.<br />
Experiências simples e ao mesmo tempo marcantes,<br />
carregadas de significado.<br />
Podemos citar também o contato com<br />
as artes visuais. Na EMEIEF Prof. Paulo Freire,<br />
pintores antes desconhecidos ganharam espaço<br />
no repertório dos pequenos. As telas de Romero<br />
Brito dispensaram sua assinatura para serem<br />
reconhecidas, bem como seus traços tornaramse<br />
facilmente identificados em objetos diversos.<br />
As brincadeiras de Ivan Cruz saíram das telas para<br />
povoar nossos pátios, ganhando forma e vida.<br />
Outro importante aliado têm sido as famílias,<br />
que passaram a frequentar a escola para conhecer
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
BOAS PRÁTICAS<br />
Política <strong>Ed</strong>ucacional<br />
14<br />
o nosso fazer pedagógico, vivenciando projetos,<br />
dinâmicas e experiências junto aos seus filhos. Dessa<br />
forma, ganhamos um parceiro de grande valor, pois<br />
acreditamos que essas compõem o primeiro núcleo<br />
social e afetivo das crianças.<br />
A escolha de mecanismos para acompanhar<br />
e avaliar esse processo, como registros pedagógicos,<br />
relatos e seminários, com trocas de experiências, têm<br />
tornado possível a constante construção de uma<br />
práxis enriquecedora para todos os envolvidos, pois<br />
a possibilidade de redimensionar é uma maneira de<br />
garantir que a nossa principal missão seja sempre<br />
alicerçada em afetividade, respeito e compromisso<br />
com a infância.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
15<br />
ENTREVISTA<br />
Mônica Martins Samia - Doutora em <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> pela Universidade Federal da Bahia
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
16<br />
ENTREVISTA<br />
Infância|<br />
As perspectivas da formação<br />
centrada na escola e suas<br />
ressonâncias nas práticas da<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
Observando o contexto atual da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil no Brasil, que perspectivas você aponta<br />
para esta etapa?<br />
O contexto atual aponta para a necessidade<br />
de darmos atenção ao que os especialistas em<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> da primeira infância apontam como<br />
pilares para o desenvolvimento infantil e o que<br />
compreensões superficiais ou interesses comerciais<br />
julgam ser “o melhor” para as crianças.<br />
Se olharmos com atenção para as teorias, pesquisas<br />
e práticas no Brasil e ao redor do mundo sobre este<br />
tema, não resta dúvidas do tipo de experiência<br />
que a criança precisa para se desenvolver. Ela é um<br />
ser cheio de possibilidades, ávida por conhecer,<br />
aprender, mas as políticas educacionais – a despeito<br />
do que orienta a legislação sobre a EI no Brasil – e as<br />
corporações, especialmente os sistemas apostilados<br />
e editoras, têm, atualmente, exercido uma pressão<br />
na EI de que o único indicador de qualidade válido é<br />
se a criança aprendeu ou não a escrever aos 5 anos<br />
de idade. Todas as outras aprendizagens estão à<br />
mercê de serem desvalorizadas. Este é um ponto de<br />
alerta muito grave, porque a inteligência não pode<br />
ser medida por uma aprendizagem tão restrita,<br />
embora importante, como a leitura e escrita. Por<br />
outro lado, nunca se falou tanto em EI. Este é um<br />
assunto em pauta! Então, precisamos comemorar<br />
que as políticas educacionais finalmente assumiram<br />
seu papel no atendimento à esta faixa etária. Restanos<br />
consensuar o que é qualidade neste segmento e<br />
aprender a olhar de forma mais integral a educação,<br />
dando valor às múltiplas aprendizagens possíveis<br />
nesta etapa da vida humana.<br />
Quais os desafios existentes para a garantia do<br />
direito à <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil pelos sistemas de<br />
ensino, em especial pelos municípios, e como<br />
esses impactam na qualidade do atendimento?<br />
A compreensão sobre qual é o papel da educação<br />
infantil na vida das crianças é, para mim, o principal<br />
desafio da EI. A ideia de ser um espaço de cuidados<br />
que migra para a educação e passa a ser um espaço<br />
de educação preparatória para o futuro escolar da<br />
criança, vem cindindo a ideia central da educação<br />
infantil, de ser um espaço de vida para as crianças<br />
no presente e que, desta forma, deve estar pautado<br />
em ações de educação/cuidado, que são pilares do<br />
desenvolvimento. Não digo educação e cuidado,<br />
mas enfatizo as duas palavras juntas, pois uma<br />
é intrínseca à outra. A EI não existe para suprir<br />
necessidades de um sujeito frágil e desprovido,<br />
mas para acolher e colaborar no desenvolvimento
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
17<br />
ENTREVISTA<br />
de crianças que têm um enorme potencial, com<br />
inúmeras possibilidades, mas que encontram-se em<br />
situações sociais muito distintas e, portanto, têm<br />
direito de serem providas por oportunidades que<br />
lhes garantam oportunidades de se desenvolverem<br />
integralmente, e isso inclui o bem estar físico,<br />
emocional, social e intelectual. A EI é, sem dúvida,<br />
uma ferramenta de equidade.<br />
Que recomendações são pertinentes às políticas<br />
de formação inicial e de formação continuada de<br />
professores da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil?<br />
Este é um dos pontos estratégicos quando se<br />
fala em melhoria da qualidade do atendimento<br />
à EI. A formação do profissional para atender este<br />
segmento ainda é um tanto frágil no Brasil. Tanto<br />
a formação inicial como a contínua, que é de<br />
responsabilidade das Secretarias de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, no<br />
caso da educação pública. Na universidade, ainda<br />
é incipiente a base sobre este segmento, embora<br />
conquistas estejam acontecendo. Por isso, e porque<br />
o profissional de educação precisa de formação<br />
permanente, é fundamental que haja programas<br />
de formação. Defendemos que esta deve se dar<br />
primordialmente nas escolas, o que alguns teóricos<br />
chamam de “formação centrada na escola”, a partir<br />
de uma metodologia que privilegia a reflexão sobre<br />
as práticas. Além disso, a formação precisa apoiar<br />
os professores na ampliação do seu repertório<br />
cultural, pautar-se em vivências que ativem seu<br />
saber sensível, seu olhar para a criança, formando<br />
um profissional que saiba escutar as crianças nas<br />
suas mais diversas linguagens.<br />
Qual o papel da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no processo de<br />
alfabetização? Que práticas são recomendadas<br />
para o favorecimento da apropriação da leitura<br />
e da escrita pelas crianças nesta etapa?<br />
Defendemos que as crianças têm direito a uma<br />
educação que promova equidade e que, a cultura<br />
escrita, como parte importante da vida, deve estar<br />
presente no cotidiano das crianças, de forma lúdica<br />
e intencional. O encantamento pelo universo da<br />
escrita e o acesso à cultura letrada são, sem dúvida,<br />
objetivos da EI. Ademais, perspicazes e curiosas<br />
como elas são e encantadas pelo mundo das<br />
palavras, as crianças também vão manifestando<br />
desejo de compreender o código escrito. Assim,<br />
práticas que promovam investigações sobre como<br />
a língua escrita funciona, também devem fazer<br />
parte do currículo. Isso, no entanto, não significa<br />
escolarizar a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. A palavra “escolarizar”<br />
é usada para definir práticas automatizadas,<br />
descontextualizadas e uma ênfase curricular<br />
nesta linguagem, em detrimento de outras. Esta é<br />
uma posição que lutamos contra! Até porque, as<br />
outras linguagens (como a música, as artes visuais<br />
, as brincadeiras, as investigações sobre o mundo<br />
natural e social) são potentes instrumentos de<br />
acesso ao mundo da escrita, pois a trazem de forma<br />
real, contextualizada.<br />
Além disso, muito mais que aprender sobre as coisas<br />
do mundo, na EI as crianças devem aprender a se<br />
relacionar consigo mesmas, com seu entorno, com<br />
as pessoas. A dimensão das relações interpessoais,<br />
do autocuidado, da autonomia, da identidade, são<br />
questões muito relevantes e que precisam ter o<br />
mesmo grau de valor no currículo.<br />
Porque as crianças podem muito sim, mas<br />
isso não significa que elas serão reféns de um<br />
currículo escolarizante. Com muitas brincadeiras,<br />
investigações, interações de qualidade, contato<br />
com bons modelos, referências, acervo variado<br />
e professores apaixonados pela leitura e escrita,<br />
elas terão o melhor que podemos lhes oferecer,<br />
e nós poderemos nos honrar de contribuir para<br />
aproximar as distâncias que separam as crianças
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
18<br />
ENTREVISTA<br />
que, socialmente, não têm as mesmas condições de<br />
acesso aos bens culturais.<br />
Falando sobre as orientações do MEC e do<br />
documento do PNAIC/2017, podemos comemorar<br />
uma vitória que este programa está embasado<br />
na coleção “Leitura e Escrita na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”,<br />
produzido pela Universidade Federal de Minas<br />
Gerais (UFMG). Este material foi elaborado por uma<br />
equipe altamente qualificada, na gestão da prof.<br />
Rita Coelho (COEDI/MEC) e expressa a concepção<br />
defendida pela grande maioria dos especialistas em<br />
EI e por nós.<br />
Que estratégias você sugere no sentido de<br />
qualificar os espaços e ambientes para o<br />
atendimento dos bebês e das crianças pequenas<br />
na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil?<br />
A primeira ideia em relação aos espaços e materiais<br />
é que as crianças precisam estar em um ambiente<br />
que se identifiquem. Desta forma, participar da<br />
organização deste ambiente é algo precioso! Trazer<br />
para estes espaços elementos da cultura local<br />
também é uma ótima forma de torná-lo agradável.<br />
No Nordeste, por exemplo, sugiro substituir caixas<br />
de papelão ou plástico por cestos de vime, organizar<br />
cantos de leitura com tapetes artesanais e almofadas<br />
bordadas ou costuradas pelas famílias ou até mesmo<br />
instalar redes para momentos de relaxamento e<br />
descanso das crianças. Outra ideia importante é<br />
a valorização de espaços e elementos naturais.<br />
Cuidar dos espaços externos, quando houver,<br />
aproximar as famílias, convidando-as a participarem<br />
da organização destes espaços, viabiliza sua<br />
manutenção e fortalece o pertencimento. Uma<br />
das maiores necessidades da contemporaneidade<br />
é o contato com a natureza. Cada canto que pode<br />
ter um elemento natural é um privilégio que deve<br />
ser valorizado. Nas formações do Paralapracá,<br />
problematizamos a ideia de “decoração” dos espaços<br />
como algo feito pelos adultos, com estereótipos. A<br />
estética é algo fundamental, visto que o contato<br />
com o belo, dentro da simplicidade dos objetos e<br />
do cuidado como os espaços são organizados, gera<br />
bem estar em todos que frequentam a escola. É<br />
preciso investir na educação do sensível e os espaços<br />
são ótimos mobilizadores para que todos possam<br />
desenvolver um olhar para o belo, o harmonioso,<br />
aquilo nos humaniza e nos torna pessoas melhores”.<br />
Mônica Martins Samia é pedagoga, mestra<br />
em educação e contemporaneidade pela<br />
Universidade Estadual da Bahia/UNEB e<br />
doutora em <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> pela Universidade<br />
Federal da Bahia/UFBA. Depois de uma<br />
década atuando como professora da<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e anos Iniciais do Ensino<br />
Fundamental, trabalhou como coordenadora<br />
pedagógica até iniciar sua jornada como<br />
formadora, em 1999, na Avante <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e<br />
Mobilização Social – ONG, instituição onde é<br />
consultora associada da Linha de Formação<br />
de <strong>Ed</strong>ucadores e Tecnologias <strong>Ed</strong>ucacionais.<br />
Nesta instituição, atua em projetos sociais<br />
como coordenadora e formadora, junto<br />
às redes pública e privada. Tem ampla<br />
experiência na área de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, com ênfase<br />
na formação de professores e formadores,<br />
principalmente na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e Ensino<br />
Fundamental e na elaboração de materiais<br />
pedagógicos de referência. É coordenadora<br />
de implementação do programa Paralapracá.<br />
Realiza seminários, palestras e escreve artigos<br />
na área.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
19<br />
COLUNA EDUCAR<br />
Por: Kamile Camurça - Primeira-dama de Maracanaú<br />
Mestra em Avaliação de Políticas Públicas pela Universidade Federal<br />
do Ceará (2013). Especialista em Gestão Escolar pela Universidade<br />
Estadual do Ceará (2009). Graduada em Licenciatura Específica em<br />
Português pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2007) e em<br />
Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (2002).<br />
Foto: Arquivo Pessoal<br />
O brincar é atividade intrínseca ao<br />
desenvolvimento da criança, proporciona benefícios<br />
indiscutíveis, como a exploração do meio e dos objetos<br />
que a circundam, a construção de aprendizagens<br />
diversas e a interação com seus pares.<br />
A escola de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil se configura<br />
em um espaço privilegiado para a promoção de<br />
experiências lúdicas, motoras, sensoriais, simbólicas e<br />
relacionais que propiciem a oportunidade de brincar,<br />
observar, imitar, desenhar, jogar, falar, expressar-se,<br />
correr e pensar sobre as coisas do mundo de um jeito<br />
singular.<br />
Nessa concepção, a brinquedoteca escolar<br />
constitui-se em um serviço especialmente concebido<br />
para que as crianças atendidas em creches e préescolas,<br />
na faixa etária de 0 a 5 anos, brinquem<br />
livremente, com acesso a uma variedade de<br />
brinquedos, em um ambiente interativo, acolhedor<br />
e seguro. Materializa-se em função do respeito<br />
à infância, numa atmosfera de afetividade,<br />
sociabilidade e aprendizagem.<br />
A partir desse entendimento, a Prefeitura<br />
de Maracanaú, através da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />
lança, por ocasião da V Semana do Bebê, a Política<br />
de Brinquedotecas Escolares, que tem como objetivo<br />
referenciar a organização dos ambientes e espaços<br />
disponíveis nas escolas que ofertam <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, explorando-os e potencializando-os para a<br />
prática do brincar livre e espontâneo, tornando-os<br />
ricos em possibilidades.<br />
Com a implementação dessa política, que<br />
foi sancionada pela Lei nº 2.643, de 2 de outubro<br />
de 2017, fica garantido o direito das crianças de<br />
brincarem e se desenvolverem também nesses<br />
espaços escolares denominados brinquedotecas,<br />
para todos os alunos da rede municipal de ensino de<br />
Maracanaú, matriculados nessa primeira etapa da<br />
educação básica.<br />
As brinquedotecas serão implantadas<br />
considerando as particularidades de cada instituição<br />
educacional quanto à infraestrutura e equipamentos<br />
disponíveis. Dessa forma, nos diversos formatos<br />
– um espaço definido nas 4 creches municipais,<br />
o aproveitamento dos ambientes existentes nas<br />
escolas que ofertam <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e seus anexos<br />
para transformá-los em brincantes, e a itinerância de<br />
brinquedos em salas de aula nas que não possuem<br />
locais disponíveis –, as brinquedotecas escolares se<br />
materializarão em ambientes criativos e potentes.<br />
Os brinquedos e atividades lá organizados<br />
devem possibilitar o exercício, como forma de<br />
contribuir para o desenvolvimento do corpo; o<br />
simbólico, como instrumento para ampliar as<br />
linguagens, a comunicação, a criatividade e a<br />
percepção de mundo da criança; a montagem<br />
de brinquedos a partir da acoplagem de peças,<br />
favorecendo a reversibilidade do pensamento;<br />
a apropriação crítica e transformação de regras,<br />
colaborando para a convivência social.<br />
No intuito de valorizar a brincadeira e fazer<br />
dela um ponto importante no desenvolvimento<br />
infantil, é que Maracanaú dá mais um passo na busca<br />
constante pela melhoria da qualidade da educação,<br />
implantando brinquedotecas e ajudando a suprir a<br />
necessidade de um espaço onde à criança possa se<br />
integrar socialmente e vivenciar atividades repletas<br />
de ludicidade.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
CULTURAL<br />
DICA DE LIVRO<br />
20<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil: pra que te quero?<br />
Texto: Ádila Suyanne Ponte de Oliveira Lima<br />
Técnica e Formadora do Setor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil da<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú<br />
A obra organizada por Carmem Craidy e<br />
Gládis E. Kaecher traz uma reflexão sobre a primeira<br />
etapa da educação básica, suas especificidades e<br />
singularidades. Para tanto, os autores reconhecem o<br />
espaço de atendimento às crianças, seja ele creche<br />
ou pré-escola, como um lugar onde acontecem<br />
as interações e a brincadeira, em que o cuidar e o<br />
educar estão imbricados com vistas ao bem-estar e<br />
ao desenvolvimento integral das crianças de zero a<br />
seis anos de idade.<br />
São apresentados aos leitores diversos<br />
textos que abordam temáticas de suma relevância<br />
para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, aliando a teoria à prática<br />
pedagógica, e qualificando, efetivamente, o<br />
atendimento às crianças.<br />
Assim, esta produção coletiva está dividida<br />
em treze capítulos que abordam a trajetória<br />
histórica da educação infantil, sua função e diálogo<br />
sobre o currículo; os direitos garantidos das crianças<br />
definidos na legislação (Constituição Federal, 1988;<br />
Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – LDB, 1996; e<br />
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, 1990);<br />
o desenvolvimento infantil na ótica dos teóricos<br />
sociointeracionistas (Piaget, Vygotsky e Wallon),<br />
bem como o papel do profissional que atua na<br />
escola da infância e a tematização das práticas ali<br />
desenvolvidas; questões sobre a saúde e bemestar<br />
das crianças atendidas nas instituições; um<br />
diálogo sobre família; a dimensão organizacional<br />
do espaço, do tempo e das ações pedagógicas/<br />
experiências desenvolvidas em creches e préescolas;<br />
a contribuição da literatura para as crianças<br />
pequenas; a importância dos jogos de faz de conta<br />
para o desenvolvimento infantil; a brincadeira<br />
como uma linguagem própria da infância e sua<br />
vivência na escola; a expressão artística e estética;<br />
a musicalidade e as experiências sonoras; a<br />
linguagem oral e escrita na educação infantil; e os<br />
conhecimentos acerca do mundo físico, social e<br />
da natureza, bem como temáticas relacionadas às<br />
ciências.<br />
Nessa perspectiva, a publicação contribui<br />
com elementos teóricos e metodológicos para<br />
embasamento e reflexão sobre as práticas<br />
desenvolvidas no cotidiano dos profissionais da<br />
educação que atuam no atendimento às crianças,<br />
bem como às suas famílias, no contexto da escola<br />
da infância, interessados e curiosos em saber, afinal:<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, pra que te quero?
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
CULTURAL<br />
DICA DE FILME<br />
21<br />
Caramba carambola: o brincar tá na<br />
escola<br />
Texto: Kelly Cristine Cruz Rocha Alves<br />
Técnica e Formadora do Setor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú<br />
“Brincar é fundamental. Eu diria que hoje<br />
seria até um instrumento de sobrevivência<br />
no mundo, tanto para as crianças como<br />
para os adultos.” (Marina Célia M. Dias.<br />
Profa Dra da Faculdade de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – USP)<br />
O documentário “Caramba, carambola: o<br />
brincar tá na escola” passeia pelas possibilidades de<br />
criação da cultura da infância dentro das instituições<br />
públicas de ensino. Seu objetivo é contribuir para<br />
a formação do educador da infância, fazendo-o<br />
refletir sobre a importância da garantia do tempo,<br />
espaços, materiais e relações para que a brincadeira<br />
aconteça no cotidiano das escolas, através de<br />
alternativas simples.<br />
Ao longo do vídeo, diversas falas reforçam<br />
a importância do brincar, como: “brincar é uma<br />
linguagem, talvez a mais completa. É um jeito<br />
de existir” ou “a infância não pode esperar pelas<br />
crianças no lado de fora da escola”.<br />
Com 30 minutos de duração, o<br />
documentário nos possibilita sensibilizar o olhar<br />
quanto à importância da vivência do lúdico, desde<br />
a mais tenra idade, apontando possibilidades de se<br />
entender o brincar brincando, não apenas entre as<br />
crianças, mas em sua relação com suas famílias e<br />
professores.<br />
Caramba, Carambola: o Brincar tá na<br />
escola. Disponível em Realização Ministério<br />
da Cultura. Direção e roteiro de Olindo Estevam.<br />
Produtora Paiol Filmes.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 22<br />
Universidade Aberta do Brasil promove aula<br />
inaugural no polo Maracanaú<br />
A Universidade Aberta do Brasil - UAB<br />
realizou, no dia 10 de fevereiro, aula inaugural<br />
para o primeiro semestre do polo UAB Maracanaú.<br />
A Universidade Estadual do Ceará- UECE ofertará<br />
os cursos de graduação e pós-graduação em<br />
Maracanaú na modalidade de ensino a distância,<br />
com frequência semipresencial.<br />
Os cursos oferecidos de graduação são<br />
Ciências Biológicas, Química, Artes Visuais e<br />
Matemática com 190 alunos matriculados. Os cursos<br />
de pós- graduação em Gestão Pública Municipal e<br />
Gestão Pública da Saúde ofertam no total 90 vagas.<br />
O evento contou com a presença do Prefeito de<br />
Maracanaú, Firmo Camurça, do Secretário de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor Marcelo Farias, do Secretário<br />
Executivo de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Nilson Gomes, da<br />
coordenadora do Polo UAB Maracanaú, Jaiane<br />
Ramos, das coordenadoras do curso de Artes<br />
Visuais, Elidia Clara e do curso de Ciências Biológicas,<br />
Germana Paixão, professoras titulares da UECE, além<br />
dos alunos e convidados.<br />
O Prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça,<br />
lembra como o polo da UAB chegou ao Município<br />
“há uns dois anos, o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />
professor Marcelo Farias e o Secretário Executivo<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor Nilson Gomes, foram juntos<br />
ao Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> para que nossa cidade<br />
tivesse a oportunidade de disponibilizar o acesso<br />
ao ensino superior” e concluiu desejando que “o<br />
centro de ensino seja um despertar tanto para a<br />
vida profissional quanto para outras conquistas”.<br />
“É um momento histórico para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
em Maracanaú. Uma parceria com a Universidade<br />
Estadual do Ceará para promover o ensino superior<br />
em nossa cidade, capacitando os universitários para<br />
novos desafios”- declarou o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />
Professor Marcelo Farias.<br />
Jaiane Ramos, coordenadora do Polo UAB<br />
Maracanaú lembra que ficará diariamente com os<br />
alunos do polo. “Nós estamos aqui para auxiliar no<br />
aprendizado de vocês. Esta solenidade é o marco<br />
para a educação no ensino superior em Maracanaú,<br />
através da UECE vocês terão acesso aos cursos de<br />
qualidade”.<br />
Na sede do Polo UAB Maracanaú, os alunos<br />
acompanharão os cursos utilizando laboratório de<br />
informática, biblioteca, salas de estudos e espaços<br />
destinados às atividades presenciais e online. O<br />
polo está localizado no Núcleo de Tecnologia de<br />
Maracanaú- NUTEM.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 23<br />
Prefeitura de Maracanaú firma parceria com o<br />
Instituto Myra Eliane para <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
O prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça,<br />
o secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias, e o<br />
promotor da vara da infância, Dr Rubens Machado<br />
e representantes do Instituto Myra Eliane assinaram<br />
o Termo de Ajustamento de Conduta – TAC para o<br />
projeto “Valores Humanos na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”, na<br />
sede do Ministério Público do Estado do Ceará – MPCE.<br />
O Instituto Myra Eliane inspirou-se em<br />
uma experiência pedagógica iniciada na cidade<br />
de Campinas, São Paulo, e adotou o projeto para<br />
que as cidades cearenses também pudessem<br />
trabalhar na educação infantil com as metodologias<br />
e o desenvolvimento integral que vem gerando<br />
resultados positivos em Campinas (SP). As crianças<br />
vivenciarão os valores humanos através da literatura<br />
infantil e cordéis produzidos pelo Instituto. Os<br />
professores participarão de formações promovidas<br />
pelo Instituto. As cidades de Fortaleza, Caucaia,<br />
São Gonçalo do Amarante já assinaram o TAC.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 24<br />
Prefeitura realiza cerimônia de inauguração<br />
do CEI Elsa Maria Laureano Pereira<br />
O Centro de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil – CEI Elsa<br />
Maria Laureano Pereira foi inaugurado, oficialmente,<br />
dia 7 de março, no Jardim Bandeirante – grande<br />
Pajuçara. O CEI foi orçado em R$ 2.026.797,38 e<br />
contou com recursos federais, através do Fundo<br />
Nacional de Desenvolvimento da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – FNDE,<br />
além da verba do próprio município, no valor de R$<br />
1. 076.797,38.<br />
A creche irá beneficiar 162 crianças nas<br />
turmas de Berçário, Infantil I, Infantil II, Infantil III,<br />
no tempo integral, além das turmas de Pré- I e Pré-<br />
II. O quadro de funcionários da creche conta com<br />
14 professores, 9 estagiárias de ensino superior,<br />
2 manipuladoras de alimentos, 4 funcionárias de<br />
serviços gerais, 1 porteiro e 1 vigilante.<br />
Maria Estela Estevão, mãe da Gabriele Mary,<br />
de 4 anos, lembra que a filha estudava em colégio<br />
particular e que quando soube da creche, aguardou<br />
o início das matrículas. “Estava esperando a creche<br />
desde o dia que ela nasceu. Para mim foi muito<br />
bom, estou muito feliz e minha filha também, ela<br />
ama essa escola”.<br />
Jucelia da Silva, mãe da Maria Júlia, de 2<br />
anos, que estuda em tempo integral, fala que agora<br />
vai trabalhar tranquila, pois a filha gostava muito da<br />
creche. “Eu trabalho durante o dia e venho buscá-la<br />
a tarde. A creche é muito organizada, as professoras<br />
muito atenciosas. Veio em um bom momento,<br />
pois eu não tinha uma pessoa para ficar com ela<br />
enquanto eu trabalhava”.<br />
O Prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça,<br />
lembra que a educação pública transforma.<br />
“<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> é o caminho e nós vamos sempre investir<br />
para que o município possa continuar crescendo”.<br />
Para o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Professor Marcelo<br />
Farias, todo investimento em educação é importante<br />
e com esta nova creche as crianças terão acesso ao<br />
ensino de tempo integral na educação infantil.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 25<br />
Prefeitura inaugura quadra poliesportiva<br />
coberta na EMEF Maria Pereira da Silva<br />
O prefeito Firmo Camurça inaugurou, no<br />
dia 9 de março, a quadra poliesportiva coberta<br />
com vestiários da EMEF Maria Pereira da Silva, na<br />
Pajuçara. A obra, que atende a modernos padrões de<br />
acessibilidade, foi financiada pelo Fundo Nacional<br />
de Desenvolvimento da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – FNDE, através<br />
do PAC II e com recursos do próprio município, no<br />
valor total de R$ 832.152,32. A quadra recebeu o<br />
nome da jovem Jordana Viana Barbosa, moradora<br />
do bairro, que faleceu em um acidente de trânsito.<br />
Isabele Aguiar, aluna do 9° ano e presidente<br />
do Grêmio Estudantil, diz que o espaço será excelente<br />
para a prática de esportes e apresentações, e afirma<br />
que esse colegiado será parceiro da escola para a<br />
conservação do equipamento. “Nós ficamos felizes<br />
com a inauguração. É uma grande conquista para a<br />
comunidade escolar”.<br />
Emílio Penha, professor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Física<br />
da instituição de ensino, lembra como eram as aulas<br />
e afirma que com a quadra poliesportiva coberta<br />
os alunos realizarão as atividades físicas com mais<br />
comodidade. “Aguardávamos pela inauguração<br />
e a partir de hoje nossa escola conta com uma<br />
boa infraestrutura para a realização de nossas<br />
atividades”.<br />
Também presente na inauguração, o<br />
professor Marcelo Farias, Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />
comentou sobre relevância social da quadra<br />
poliesportiva para a comunidade escolar. “É uma<br />
conquista da comunidade, pois vai atender não<br />
somente as demandas escolares, mas também vai<br />
possibilitar a realização de eventos sociais, como<br />
formaturas, campeonatos esportivos, enfim, todos<br />
serão beneficiados.” - concluiu.
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É NOTÍCIA! 26<br />
Maracanaú participa do Seminário Internacional<br />
Mais Infância Ceará<br />
A Prefeitura de Maracanaú esteve presente,<br />
dia 30 de março, no Seminário Internacional Mais<br />
Infância Ceará: Criança é Prioridade. O evento<br />
realizado pelo Governo do Estado, através do<br />
Programa Mais Infância Ceará, prossegue até<br />
amanhã no Centro de Eventos do Ceará com o<br />
objetivo de sensibilizar os gestores para ter um<br />
olhar especial e mais dedicado à infância.<br />
A Comitiva de Maracanaú foi representada<br />
pela primeira-dama Kamile Camurça, secretário de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias, a secretária de Assistência<br />
Social, Glauciane Oliveira, entre outros profissionais<br />
do Município. O Seminário contou com a presença<br />
do governador do Ceará, Camilo Santana, e da<br />
primeira-dama do Estado, Onélia Leite de Santana.<br />
O seminário tem como objetivo fomentar<br />
a busca por conhecimentos específicos de<br />
gestores municipais para construção de políticas<br />
de fortalecimento da infância e de garantia dos<br />
direitos das crianças. Por isso, o evento tem como<br />
público-alvo, durante os dois dias, prefeitos,<br />
primeiras-damas e secretários de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Saúde e<br />
Assistência Social do Estado e dos municípios, além<br />
de profissionais e entidades que realizam trabalhos<br />
em prol da infância.<br />
A iniciativa faz parte do Programa Mais<br />
Infância Ceará e reúne os gestores municipais<br />
para fortalecer a infância e garantir os direitos<br />
das crianças. Na ocasião, o Estado e os municípios<br />
participantes assinaram um pacto em prol do<br />
desenvolvimento da primeira infância.
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É NOTÍCIA! 27<br />
EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo comemora<br />
10 anos<br />
No dia 8 de abril, a EMEIEF Narciso Pessoa<br />
de Araújo comemorou 10 anos de fundação.<br />
Nas exibições artísticas, as crianças da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil apresentaram a música “Aquarela”. As<br />
alunas do 2º ano fizeram uma dramatização<br />
sobre amizade, os alunos do 4º ao 5º ano<br />
recitaram poesia, cantaram a música “Tempo<br />
Perdido” e a aluna da EJA declamou um cordel.<br />
Na celebração, foram homenageados<br />
o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias, a<br />
primeira diretora da escola e primeira-dama,<br />
Kamile Camurça, a ex-diretora Célia Roque, a<br />
atual gestora, Regina Lúcia, a primeira secretária<br />
da escola, Claudia Melo. Também receberam<br />
homenagem Jacinta Basílio, representando os<br />
pais de alunos, Rosimeire Ferreira, representando<br />
a primeira equipe de professores, Vera Matias,<br />
representando os primeiros servidores e Tim David<br />
Freire, representando os primeiros alunos da escola.<br />
Durante esses dez anos, a escola apresentou<br />
indicadores satisfatórios. Nas avaliações externas<br />
de âmbito federal, como a Prova Brasil, a qual<br />
avalia o desenvolvimento da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica-<br />
Ideb, a escola obteve média superior às metas<br />
estabelecidas pelo Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – MEC.<br />
A Escola Narciso Pessoa de Araújo atende,<br />
atualmente, 680 alunos, distribuídos nos turnos<br />
manhã, tarde e noite, nas modalidades de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, Ensino Fundamental e a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Jovens<br />
e Adultos – EJA. A gestão escolar é formada pela<br />
gestora geral, duas coordenadoras pedagógicas,<br />
um coordenador administrativo-financeiro e uma<br />
secretária escolar. O corpo docente é composto<br />
por 37 professores, além de 18 funcionários.
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É NOTÍCIA! 28<br />
Projeto ‘Eu sou Cidadão - Amigos da Leitura’ é<br />
lançado para alunos da rede municipal<br />
A Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realizou, no dia 3<br />
de abril, o lançamento do projeto ‘Eu sou cidadão’,<br />
uma iniciativa de incentivo à leitura, à produção<br />
escrita e à formação de multiplicadores do projeto.<br />
O evento foi realizado no auditório da Fadesne com<br />
a presença dos alunos das escolas escolhidas.<br />
Laryssa Carvalho, formadora e coordenadora<br />
responsável pelo acompanhamento da turma da<br />
EMEIEF Comissário Francisco Barbosa, falou sobre<br />
o objetivo principal do projeto. Que é fortalecer o<br />
protagonismo juvenil, o resgate da memória local,<br />
o incentivo à prática da leitura e da produção<br />
escrita, estimulando esses jovens para que possam<br />
propagar, para outros jovens e para a comunidade<br />
escolar, o gosto pela leitura.”<br />
Participaram desta primeira fase do<br />
projeto turmas de dez alunos, selecionados em<br />
quatro escolas do município, sendo elas: EMEIEF<br />
Construindo o Saber, EMEIEF Comissário Francisco<br />
Barbosa, EMEIEF José Dantas Sobrinho e a escola<br />
rural EMEIEF José Mario Barbosa. O critério principal<br />
para a seleção foi a existência de projetos de leitura<br />
e produção de texto em andamento nas escolas.<br />
Durante a tarde, os alunos puderam conhecer<br />
mais sobre o projeto através de palestras, atividades<br />
lúdicas de leitura, musicalidade, dobraduras e<br />
análise dos livros que serão utilizados no projeto,<br />
além de poderem conhecer e dialogar mais de<br />
perto com os coordenadores que acompanharão<br />
cada turma nesse percurso formativo.<br />
O projeto também servirá de preparação<br />
para as turmas que representarão o município na<br />
décima segunda edição da Bienal Internacional do<br />
Livro, que acontecerá em Fortaleza de 14 a 23 de<br />
abril.
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É NOTÍCIA! 29<br />
Escolas municipais realizam eleições para<br />
Grêmios Estudantis<br />
As escolas municipais de Maracanaú<br />
realizaram nesta quarta-feira, 5 de abril, as eleições<br />
para os grêmios estudantis das 44 escolas do<br />
município que possuem alunos do 6º ao 9º ano do<br />
ensino fundamental. A votação aconteceu das 8h<br />
às 17h, entretanto nas escolas que possuem aulas<br />
noturnas estendeu-se até às 20h. As chapas inscritas<br />
variaram de 3 até 11 por escola.<br />
Na EMEIEF Comissário Francisco Barbosa, os<br />
alunos utilizaram um aplicativo nos computadores<br />
que simula a urna eletrônica. Nesse sistema, ao final<br />
de cada turno da eleição, o programa imprimiu<br />
um boletim parcial da votação. A coordenadora<br />
pedagógica da Escola, Jaqueline Diniz, lembrou<br />
que os alunos se organizaram para esta eleição.<br />
“Vieram no contra- turno, se reuniram, elaboraram<br />
as propostas e desenvolveram todo o processo de<br />
divulgação até a semana passada”.<br />
O candidato a presidente pela chapa<br />
“Atitude Estudantil”, Janderson Rodrigo, disse que<br />
as propostas foram pensadas em todo o corpo<br />
estudantil e na comunidade local. Eles propõem o<br />
projeto “Minha Escola, Minha Vida”, em que os alunos<br />
sejam conscientizados do zelo que devem ter pelo<br />
ambiente escolar e pretende fazer um Anuário onde<br />
as ações da Escola Comissário Francisco Barbosa<br />
sejam registradas.<br />
Na EMEIEF José Assis de Oliveira foram<br />
inscritas seis chapas. Geovana Oliveira, candidata<br />
a presidente pela chapa L.U.T.E - Liberdade, união<br />
e transformação estudantil, enfatizou que suas<br />
propostas são para melhorias e conscientização<br />
dos estudantes e comunidade escolar. “Nossa<br />
candidatura propõe que sejamos parceiros da<br />
escola e do entorno escolar para agregar benefícios<br />
a nossa educação”.<br />
O eleitor Caio Marles, contou que com o<br />
Grêmio Estudantil atuante, os alunos, além de serem<br />
representados, ajudarão na manutenção da escola<br />
e que o engajamento estudantil será fundamental<br />
para as ações do grêmio. Uryane Moreira, aluna da<br />
escola e secretária da comissão eleitoral, disse que<br />
a participação nesse momento de democracia na<br />
escola foi marcante e que a campanha está sendo<br />
muito disputada pelas chapas concorrentes.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 30<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza solenidade de<br />
posse dos Grêmios Estudantis<br />
A Prefeitura de Maracanaú, através da<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, realizou, no dia 18 de abril,<br />
solenidade para empossar os 44 grêmios estudantis<br />
das escolas municipais de 6º ao 9º ano. O evento<br />
ocorreu no auditório da EEEP Maria Carmem Vieira<br />
Moreira, na Pajuçara.<br />
Participaram da solenidade a primeira-dama,<br />
Kamile Camurça, o secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Professor<br />
Marcelo Farias, a diretora de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Ivaneide<br />
Antunes, a coordenadora da Gestão Escolar, Arlete<br />
Moura, além dos gestores das escolas municipais e<br />
alunos que compõem os grêmios estudantis.<br />
Josiel Ribeiro, presidente do grêmio<br />
estudantil da EMEIEF Rachel de Queiroz, destaca<br />
a importância da função. “Nós seremos a voz dos<br />
nossos colegas da escola, nos reuniremos em busca<br />
de avanços e valorização do espaço escolar.”<br />
A primeira-dama, Kamile Camurça, destaca<br />
a relevância deste momento. “Estamos aqui para<br />
fortalecer, cada vez mais, esse protagonismo<br />
juvenil, para que os estudantes possam exercer sua<br />
cidadania.<br />
O professor Marcelo Farias parabenizou<br />
as escolas por terem participado no processo de<br />
eleição e destacou que o Grêmio Estudantil é uma<br />
oportunidade para desempenhar a cidadania e<br />
representar a comunidade escolar.<br />
Arlete Moura lembra que o grêmio estudantil<br />
será a voz dos estudantes dentro das escolas, que<br />
eles mobilizarão os colegas para as atividades<br />
extracurriculares, além de representar os alunos<br />
junto à gestão da escola.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 31<br />
Escolas de Maracanaú participam do<br />
Congresso dos Amigos da Leitura na XII<br />
Bienal Internacional do Livro no Ceará<br />
Os estudantes das escolas municipais, a<br />
primeira-dama, Kamile Camurça, a diretora de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Ivaneide Antunes e as coordenadoras<br />
do Projeto “Eu sou Cidadão - Amigos da Leitura”<br />
participaram, nesta quarta-feira, 19, do XI Congresso<br />
dos Amigos da Leitura na Bienal Internacional<br />
do Livro do Ceará. O evento é promovido pela<br />
Associação para o Desenvolvimento dos Município<br />
do Estado do Ceará – APDMCE e contou com a<br />
participação de 42 municípios cearenses.<br />
Durante a manhã, os estudantes conheceram<br />
as histórias do projeto nos municípios em que são<br />
desenvolvidos, conversaram com os convidados<br />
sobre os projetos e direitos sobre a infância e<br />
adolescência, além de receberem brindes. No turno<br />
da tarde, os estudantes visitaram os stands da<br />
Bienal Internacional do Livro do Ceará, no Centro<br />
de Eventos.<br />
O “Projeto Eu sou Cidadão – Amigos da<br />
Leitura” tem como objetivo incentivar a leitura, a<br />
produção textual e a formação de multiplicadores<br />
deste projeto. A aluna Ana Beatriz, da EMEIEF José<br />
Mário Barbosa, conta que leu o livro do projeto em<br />
uma semana e que já o emprestou. “Eu falei com<br />
minha prima sobre o livro que eu estava lendo e ela<br />
também quis conhecer a história”.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 32<br />
Escolas e Comunidades se mobilizam no<br />
Combate ao Mosquito Aedes Aegypti<br />
A Prefeitura de Maracanaú, através das<br />
Secretarias de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Saúde e Assistência Social<br />
e Cidadania, promoveu o Dia “D” de Mobilização<br />
e Combate ao Mosquito Aedes Aegypti nessa<br />
sexta-feira, 5 de maio. Os alunos de todas as<br />
escolas da rede Municipal visitaram residências<br />
para conscientizar seus moradores sobre os riscos<br />
e as consequências que o mosquito, transmissor<br />
da Dengue, Chikungunya e Zika, pode trazer aos<br />
cidadãos.<br />
A escola Instituto São José realizou ação<br />
na Praça da Estação. Os alunos e professores<br />
distribuíram panfletos às pessoas que passavam<br />
pela Praça, além de exporem faixas e cartazes com<br />
informações sobre o mosquito. O aluno Mateus<br />
Lucas vestiu-se de mosquito Aedes Aegypti e<br />
destacou a importância desse momento: “É bom<br />
saber que hoje eu posso estar aqui ajudando a<br />
combater esse mosquito, informando e alertando<br />
dos riscos”, disse. A aluna Ana Carolina explica como<br />
os moradores devem agir para combatê-lo: “Não<br />
podem deixar água parada, tem que verificar os<br />
tanques e tambores, além de jogar o lixo na lixeira e<br />
amarrar o saco de lixo, para não acumular água”.<br />
O prefeito Firmo Camurça também<br />
participou da ação e lembrou que a Prefeitura<br />
trabalha no combate ao mosquito Aedes Aegypti<br />
diariamente. “Essa ação com os alunos das escolas<br />
Municipais, e com as Secretarias de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />
Saúde e Assistência Social e Cidadania fortalecem<br />
a mobilização para que nosso Município combata e<br />
esse sse mosquito”, afirma o prefeito.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 33<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza palestra sobre<br />
Autismo Infantil e seus cuidados<br />
A Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, por meio do<br />
Setor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Especial/Inclusiva, promoveu na<br />
segunda-feira, 15 de maio, no Instituto Federal do<br />
Ceará de Maracanaú – IFCE, uma palestra sobre o<br />
“Autismo Infantil e Seus Cuidados”, com o objetivo<br />
de favorecer a aquisição de novos conhecimentos e<br />
estratégias de cuidados do estudante com autismo.<br />
O evento contou com a presença de 116<br />
cuidadores, pais de crianças com autismo e da<br />
palestrante Virgínia de Castro Oliveira, odontóloga,<br />
que relatou experiências do seu cotidiano ao<br />
receber o diagnóstico do seu filho e logo após<br />
decidiu especializar-se, procurando palestras e<br />
cursos que envolvessem o assunto, com o intuito<br />
de propagar seus conhecimentos e de informar por<br />
meios mais acessíveis como dar o melhor suporte<br />
emocional e educacional para essas crianças.<br />
Na ocasião, foi apresentando o Transtorno do<br />
Espectro Autista – TEA, que explica as características<br />
da criança com autismo e os possíveis diagnósticos.<br />
Despertando nos pais e cuidadores uma forma<br />
mais ampla de trabalhar dentro e fora da escola.<br />
Marinalva Santana, 38, mãe de três filhos<br />
que foram diagnosticados com autismo, falou do<br />
seu entusiasmo de poder participar da palestra<br />
pelo fato de receber novos conhecimentos e<br />
reforçar a sua luta, fazendo com que exista um<br />
maior aprofundamento na causa e se una à mães<br />
que também passam pelo mesmo processo.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 34<br />
SME mobiliza escolas no dia Nacional de Luta<br />
Contra o Abuso e a Exploração Sexual de<br />
Crianças e Adolescentes<br />
A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME,<br />
através da Coordenadoria de Ações Socioeducativas<br />
Complementares – CASEC, promoveu, no dia 18 de<br />
maio, um encontro com alunos de cinco escolas<br />
municipais: Adauto Ferreira Lima, Luís Gonzaga dos<br />
Santos, Rachel de Queiroz, Santa <strong>Ed</strong>wirges e Herbert<br />
José de Sousa para apresentação de paródias,<br />
danças e performance teatral contra o Abuso e<br />
a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.<br />
As alunas Melissa Nunes e Stefany Dias, da<br />
escola Adauto Ferreira Lima, apresentaram paródia<br />
sobre a música “Fico assim sem você” e as alunas Carla<br />
Geovana, Lara Gisele, Suelen Sales cantaram paródia<br />
da música “Trem bala”. As 62 escolas municipais que<br />
possuem o projeto Peteca também se mobilizaram<br />
neste dia contra o Abuso e a Exploração Sexual<br />
de Crianças e Adolescentes com atividades,<br />
filmes e paródias que abordavam o assunto.
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É NOTÍCIA! 35<br />
Centro de Línguas de Maracanaú promove o V<br />
CLM Comunica<br />
O Centro de Línguas de Maracanaú<br />
promoveu nos dias 22 a 25 de maio o “V CLM<br />
Comunica”, com o tema Literatura é Língua. O<br />
evento tem como objetivo proporcionar um<br />
espaço de interação com a comunidade escolar,<br />
por meio das exposições de trabalhos práticos e<br />
teóricos apresentados nos três turnos pelos alunos,<br />
referentes à Literatura, utilizando as Línguas Inglesa,<br />
Espanhola e Libras.<br />
Artur Clemente, aluno do curso de Inglês,<br />
participa pela segunda vez do CLM Comunica. Ele<br />
lembra a vivência neste evento. “É um momento<br />
especial em que aprendemos mais sobre a língua,<br />
com o auxílio da nossa professora, e apresentamos<br />
a literatura estudada aos visitantes e colegas de<br />
outras turmas”.<br />
Rosângela de Oliveira, professora de<br />
Libras, destaca que nesse evento os alunos se<br />
reúnem, com orientação do professor da turma,<br />
para apresentarem encenações sobre a literatura<br />
trabalhada, além de trocarem experiências sobre a<br />
Língua que estudam.
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É NOTÍCIA! 36<br />
Prefeitura inicia entrega do fardamento escolar<br />
para alunos da rede Municipal<br />
A Prefeitura de Maracanaú entrega o<br />
fardamento escolar aos estudantes da rede<br />
municipal de ensino. As entregas iniciaram no<br />
mês de Maio. Os alunos do ensino fundamental<br />
receberam duas blusas e uma calça, os alunos da<br />
educação infantil, dois conjuntos com camiseta<br />
regata e short em tecido, e os alunos da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
de Jovens e Adultos – EJA receberam uma blusa.<br />
Serão beneficiados mais de 44 mil estudantes.<br />
O prefeito Firmo Camurça destacou a<br />
importância do fardamento e acrescentou que<br />
entregará os 44 mil alunos de todo Maracanaú. Ele<br />
também afirma que é uma felicidade, entregar nesse<br />
momento de crise, a farda para todos os alunos da<br />
rede pública municipal.<br />
Janny de Sousa, mãe de uma estudante<br />
da rede municipal, parabeniza o prefeito Firmo<br />
Camurça, pela entrega das fardas, porque segundo<br />
ela é essencial as crianças irem para a escola<br />
fardadas, principalmente para identificar o aluno.<br />
Já para Afonso Remir, pai de uma estudante<br />
da rede municipal, a entrega do fardamento ajuda<br />
na questão da economia para os pais, que não terão<br />
a preocupação financeira em relação as vestimentas.
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É NOTÍCIA! 37<br />
SME realiza III Encontro das Comissões de<br />
Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola<br />
(Com-Vida) de Maracanaú<br />
A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME,<br />
por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento<br />
Curricular e <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Ambiental, realizou, no<br />
dia 9 de junho, no Instituto Federal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />
Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE, o III Encontro<br />
de Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de<br />
Vida na Escola - Com- Vida. Com o objetivo de<br />
promover a troca de experiências, por meio das<br />
ações de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Ambiental desenvolvidas pelos<br />
professores e estudantes.<br />
Na ocasião, cerca de 140 pessoas estiveram<br />
presentes, entre alunos e professores-orientadores<br />
das escolas municipais, que apresentaram seus<br />
projetos e suas ideias de sustentabilidade,<br />
reaproveitamento da merenda escolar, reutilização<br />
da água da chuva e hortas escolares, com a intenção<br />
de promover uma alimentação saudável, sempre<br />
voltados aos cuidados com o meio ambiente.<br />
Segundo a Professora Ivaneide Antunes,<br />
Diretora de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, o encontro tem o intuito de<br />
transformar as escolas em ambientes sustentáveis<br />
e conscientizar a comunidade escolar de que<br />
todos precisam fazer sua parte em relação ao meio<br />
ambiente.<br />
Luzia <strong>Ed</strong>na, técnica de educação ambiental,<br />
relatou que é de extrema importância ter um<br />
empenho contínuo com os professores sobre o<br />
meio ambiente, trabalhando com as crianças e<br />
adolescentes interdisciplinarmente.<br />
Alunos do Com-Vida apresentaram murais<br />
com seus projetos, sementes utilizadas na culinária<br />
saudável, danças artísticas, coral e alimentos que<br />
eles mesmos prepararam.<br />
Letícia Costa, <strong>12</strong> anos, da EMEIEF Governador<br />
César Carls de Oliveira Filho, apresentou seu projeto<br />
sobre o mosquito Aedes Aegypti, o qual propõe<br />
a realização de palestras e entregas de panfletos<br />
na comunidade para a conscientização de pais e<br />
alunos. Nesta escola, foram construídas também as<br />
hortas, onde são feitas as divisões dos alunos para o<br />
cuidado e conservação dos vegetais.<br />
A professora Ana Maria e a aluna Rihana,<br />
da EMEIEF José Nogueira Mota, falaram sobre<br />
alimentação saudável e sustentável, com o objetivo<br />
de despertar nas crianças a conscientização e alertar<br />
sobre a questão do desperdício de alimentos, através<br />
da reutilização das cascas das frutas, legumes,<br />
verduras e sementes, para a produção de sucos,<br />
bolos e sopas, consequentemente diminuindo a<br />
poluição.
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É NOTÍCIA! 38<br />
Núcleos gestores e professores do 2° ano<br />
participam do Evento da <strong>Ed</strong>itora Aprender<br />
A <strong>Ed</strong>itora Aprender realizou, no dia 20<br />
de junho, um evento para apresentar o livro<br />
didático do 2º ano, que os professores da rede<br />
municipal utilizarão em sala de aula. Participaram<br />
da solenidade o Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor<br />
Marcelo Farias, a diretora da Diretora de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />
Ivaneide Antunes, a representante da <strong>Ed</strong>itora<br />
Ana Cristina Miranda e a palestrante Jeane Félix<br />
de Andrade, além de gestores e professores que<br />
ensinam o 2º ano do ensino fundamental.<br />
A coleção é composta de dois kits. O<br />
primeiro, para o aluno, contém: livro vol. 1, tarefas<br />
de casa e livro da família e, o segundo, para o<br />
professor da turma que contém: livro do aluno vol.<br />
1; tarefas de casa; guia de orientações didáticas;<br />
brincando com as palavras (cartazes, expositores;<br />
telas de arte, alfabeto e algarismos) adquirida<br />
pelo município com recursos próprios, com vistas<br />
a incrementar o fazer pedagógico, subsidiando<br />
e instrumentalizando os professores P1 e P3 das<br />
referidas turmas, como uma ferramenta a mais na<br />
construção e desenvolvimento de aprendizagens<br />
efetivas e significativas dos nossos alunos.<br />
Trícia de Andrade, diretora da EMEIEF<br />
Governador Mário Covas, elogiou o evento, a<br />
acolhida e principalmente o tema que foi explanado,<br />
o qual trouxe boas expectativas para os professores<br />
que demonstraram bastante entusiasmo, para<br />
trabalharem o material.<br />
Maria Charlene, professora do 2° ano, da<br />
EMEIEF Governador Mário Covas, ressaltou sobre<br />
o seu contato com o livro na edição anterior, e<br />
constatou que essa nova edição veio ainda mais rica.<br />
Uma nova forma de ampliar a interação com o aluno<br />
e com a família. Segundo ela, o livro facilita que as<br />
atividades de casa sejam acessíveis e consigam dar<br />
autonomia ao aluno. O evento foi finalizado ao som<br />
de uma banda pé de serra com comidas típicas e<br />
uma quadrilha improvissada.
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É NOTÍCIA! 39<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> realiza etapa municipal<br />
do prêmio Peteca<br />
A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME<br />
realizou no dia 22 de junho, a etapa municipal<br />
do Prêmio Peteca, na quadra poliesportiva da<br />
EMEIEF Narciso Pessoa de Araújo. As escolas<br />
inscreveram trabalhos em seis categorias: Conto,<br />
Curta-Metragem, Esquete Teatral, Música, Desenho<br />
e Poesia. Foram inscritas 15 apresentações na<br />
categoria Música e 16 Esquetes Teatral das escolas<br />
que possuem o Programa Peteca.<br />
O Prêmio Peteca tem por objetivo fomentar<br />
a participação de crianças e adolescentes nas ações<br />
de mobilização, conscientização e prevenção do<br />
trabalho infantil, reconhecer e divulgar os melhores<br />
trabalhos literários, artísticos e culturais produzidos<br />
pelos alunos, e a dedicação dos educadores<br />
envolvidos nas ações de prevenção e combate à<br />
violação dos direitos de crianças e adolescentes.<br />
Aline Pereira, estudante da EMEIEF Presidente<br />
Tancredo Neves, explica como é participar desta<br />
premiação: “É a minha primeira participação no<br />
evento. Fiquei nervosa na encenação, mas consegui<br />
representar a minha escola na luta contra o trabalho<br />
infantil”.<br />
Felipe Silveira, professor da Escola Antônio<br />
Gondim de Lima, destaca a importância do prêmio<br />
na luta contra o trabalho infantil: “É uma maneira<br />
criativa, lúdica de trabalhar o tema, além de ser<br />
uma oportunidade de tratar esse assunto com os<br />
estudantes de maneira diferenciada. Fico feliz em<br />
nós termos esse êxito e fortalecer o lado artístico<br />
para combater o trabalho infantil”.
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É NOTÍCIA! 40<br />
Alunos da rede municipal participam da<br />
solenidade de formatura do Proerd<br />
O Comando da Polícia Militar e a Prefeitura<br />
de Maracanaú, através da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
e da Guarda Municipal, realizaram solenidade para<br />
a formatura de 544 alunos da rede municipal do<br />
Programa <strong>Ed</strong>ucacional de Resistência às Drogas<br />
e à Violência – Proerd, na Arena Carlos Alberto<br />
Portela, na Pajuçara. Os estudantes matriculados<br />
no quinto ano do ensino fundamental participaram<br />
durante dez semanas de aulas sobre os malefícios<br />
provocados pelo consumo de álcool, tabagismo e<br />
de outras drogas.<br />
Os estudantes escreveram redações<br />
sobre o Proerd, e as melhores produções foram<br />
premiadas. Vinicius Lima, da EMEIEF Adauto Ferreira<br />
Lima, recebeu medalha pelo texto produzido e<br />
lembra como foram as aulas. “Gostei muito de ter<br />
participado. Aprendi a me prevenir e a alertar os<br />
adultos que estão próximos a mim sobre o risco de<br />
usar. ” - declarou.<br />
O estudante Francisco Wilian Pereira, da<br />
EMEIEF Governador César Cals de Oliveira Filho,<br />
destaca que aprendeu quantas substâncias tóxicas<br />
possui o cigarro e lembra os malefícios do uso<br />
dessas substâncias. “Nós aprendemos que não<br />
devemos usar essas drogas, que temos que ter<br />
cuidado e sermos conscientes para dizer não, pois<br />
isso compromete a vida das pessoas”.<br />
O prefeito Firmo Camurça esteve presente<br />
na solenidade ao lado do secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>,<br />
professor Marcelo Farias, vereadores e dos<br />
deputados estaduais, Capitão Wagner e Fernanda<br />
Pessoa que prestigiaram o evento entregando as<br />
premiações e medalhas.<br />
Para o prefeito Firmo Camurça esse<br />
momento é de felicidade em poder formar em<br />
parceria com a Polícia Militar e a Guarda Municipal<br />
os alunos das escolas municipais. “Esse é um projeto<br />
que a gente pode sonhar cada vez mais, com um<br />
mundo decente, com um estado menos violento e<br />
cada vez melhor para viver”. - disse o prefeito.
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É NOTÍCIA! 41<br />
XII Encontro Estadual dos Conselhos<br />
Municipais de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> do Estado do Ceará<br />
é realizado em Maracanaú<br />
A União Nacional dos Conselhos Municipais<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>- UNCME, através da Coordenação<br />
Estadual da UNCME - CE realizou nos dias 28 e 29<br />
de junho, o XII Encontro Estadual dos Conselhos<br />
Municipais de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> do Estado do Ceará, na<br />
Faculdade para o Desenvolvimento Sustentável<br />
do Nordeste - Fadesne, em Maracanaú. O<br />
objetivo é qualificar os conselhos municipais,<br />
instrumentalizando e atuando para um melhor<br />
desempenho em suas funções.<br />
O Encontro reuniu 140 participantes entre<br />
conselheiros, técnicos e secretários de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
dos municípios de Amontada, Aracati, Barreira,<br />
Capistrano, Caucaia, Choró, Coreaú, Crateús, Crato,<br />
Fortaleza, Groaíras, Guaiúba, Ibicuitinga, Itaiçaba,<br />
Itaitinga, Itapajé, Itarema, Juazeiro do Norte,<br />
Madalena, Maracanaú, Maranguape, Morada Nova,<br />
Pacatuba, Pacoti, Paracuru, Paramoti, Pentecoste,<br />
Quixadá, Quixeré, Quixeramobim, Russas, São<br />
Gonçalo do Amarante, Tauá, Viçosa do Ceará, com<br />
o intuito de aprofundar seus conhecimentos e<br />
compartilhar experiências.<br />
O momento contou com a participação do<br />
professor Genuíno Bordignon que palestrou sobre<br />
a origem e a história dos Conselhos de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>.<br />
Segundo ele, o encontro é o processo mais rico<br />
quando se trata de democratização da educação.<br />
Fátima Cândido, técnica do Conselho Estadual de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, relata que esse momento é de grande<br />
importância, pelo intercâmbio de experiências que<br />
é realizado ao reunir todos os conselhos. Dando<br />
autonomia e se tornando produtivo diante dessas<br />
qualificações. Fortalecendo as suas atribuições e<br />
melhorando a educação do município.<br />
Deusdete de Lima, conselheiro do município<br />
de Itaitinga, enfatiza que o encontro é uma forma<br />
de saber a fundo os mecanismos utilizados para<br />
que o trabalho dos conselheiros possa gerar<br />
frutos sabendo quais as ferramentas essenciais,<br />
conhecendo os pontos primordiais da educação<br />
para atender a demanda do município.
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É NOTÍCIA! 42<br />
EMEIEF José Assis de Oliveira participa do<br />
Projeto Itinerante Galera do DNIT<br />
O Departamento Nacional de Infraestrutura<br />
de Transporte – DNIT visitou a Escola de Ensino<br />
Infantil e Ensino Fundamental José Assis de Oliveira<br />
para apresentar o Projeto Itinerante Galera do<br />
DNIT nesta quarta-feira, 28 de junho na quadra<br />
poliesportiva da escola. Os estudantes do 1º ao 5º ano<br />
desta escola receberam orientações sobre o trânsito<br />
de veículos e de pedestres, além de participarem do<br />
circuito, no qual com equipamentos de segurança,<br />
realizaram o trajeto obedecendo às leis do Código<br />
Nacional de Trânsito.<br />
Os participantes receberam um kit com<br />
tabuleiro, peças, estojo, lápis de cor, revista<br />
educativa com jogos e caça- palavras e um bloco<br />
para agente de trânsito mirim para multar os<br />
adultos que cometem infrações. A estudante Yasmin<br />
Almeida, do 5º ano, disse que a palestra ensinou<br />
sobre a segurança no trânsito: “Nós temos que ter<br />
cuidado ao atravessar uma rua, olhar os lados e estar<br />
acompanhado de um adulto, para que não aconteça<br />
um nenhum acidente”. Já o estudante Pedro Lucas,<br />
do 5º ano, lembra que mesmo não sendo habilitado<br />
para conduzir um veículo, destaca a importância<br />
do projeto: “Esse momento é importante porque<br />
nos explica as leis de trânsito e nós seremos<br />
multiplicadores em nossa família e amigos para que<br />
eles respeitem às leis, para não avançarem o sinal<br />
vermelho e para respeitarem o pedestre”.<br />
José Braga, chefe de serviços de operações<br />
do DNIT- CE explica que este projeto itinerante<br />
estará presente, aqui no Ceará, em duas escolas.<br />
Uma é a Escola José Assis de Oliveira e a outra escola<br />
na cidade de Caucaia. Ele também destaca que “esta<br />
escola é próxima a uma rodovia que, provavelmente,<br />
receberá uma passarela para travessia de pedestres.<br />
Essas crianças serão agentes multiplicadores do uso<br />
deste equipamento de segurança aos moradores<br />
da região.
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É NOTÍCIA! 43<br />
Prefeitura inaugura Quadra Poliesportiva<br />
Coberta da EMEF Valdênia Acelino da Silva<br />
A Prefeitura de Maracanaú inaugurou<br />
a Quadra Poliesportiva Coberta da EMEF<br />
Valdênia Acelino da Silva no dia 29 de junho,<br />
no bairro Parque São João. A quadra conta<br />
com acessibilidade, arquibancadas e vestiários,<br />
possibilitando a prática de esportes, tanto por<br />
alunos da escola como pela comunidade escolar.<br />
A solenidade de entrega da quadra contou<br />
com a participação do prefeito de Maracanaú,<br />
Firmo Camurça, da primeira-dama, Kamile<br />
Camurça, do secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor<br />
Marcelo Farias, do secretário de Infraestrutura, Caê<br />
Pessoa, do secretário de Esporte, Márcio Caetano,<br />
vereadores, além da comunidade escolar. Os<br />
alunos apresentaram o trabalho desenvolvido pelo<br />
programa “Mais <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>” aos presentes no evento.<br />
O professor Wescley dos Santos, professor<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Física da escola, destaca que com<br />
a inauguração da quadra, o trabalho com os<br />
alunos será fortalecido: “Quando a gente vê uma<br />
quadra dessa, a gente enxerga educação, saúde,<br />
sociabilidade e até o fim da violência. Por isso é tão<br />
importante a entrega desta quadra. Agradecemos e<br />
temos certeza de que a sociedade será beneficiada.”-<br />
completou o Wescley.<br />
O estudante Éric Matheus, do 9° ano, lembra<br />
que gosta de jogar futsal e com a entrega da quadra<br />
as aulas de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Física serão mais proveitosas<br />
para a prática de esportes. “Vou aproveitar muito<br />
essa quadra para jogar com os colegas de sala.<br />
O professor trabalhará em nossas aulas o nosso<br />
condicionamento físico, já que essa quadra nos<br />
proporciona isso.<br />
Para o prefeito Firmo Camurça é uma<br />
satisfação entregar mais uma quadra poliesportiva<br />
coberta a uma escola municipal. “Esta quadra, além<br />
de proporcionar a prática de esportes, também<br />
facilita a realização de atividades de cultura e lazer,<br />
integrando a participação da comunidade”. - disse o<br />
prefeito.
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É NOTÍCIA! 44<br />
EMEIEF Norberto Alves Batalha comemora 25<br />
anos com festa para comunidade escolar<br />
A EMEIEF Norberto Alves Batalha comemorou<br />
25 anos de existência à serviço da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, no dia<br />
24 de junho. A Festa teve como tema “Eu faço parte<br />
desta história”. O evento contou com a presença<br />
da comunidade escolar. Também estiveram<br />
presentes ex-alunos, professores e funcionários.<br />
Dona Terezinha Batalha, filha do patrono da escola<br />
Norberto Alves Batalha, o professor Mauro Braz,<br />
representando a Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, e o prefeito<br />
Firmo Camurça.<br />
A ideia de comemorar o aniversário da escola<br />
surgiu no encontro do planejamento integrado com<br />
o objetivo de reviver e conhecer melhor a história<br />
da escola como também valorizar o trabalho das<br />
pessoas que já passaram pela instituição.<br />
A ocasião contou com diversas<br />
apresentações como: entrevista sobre o patrono da<br />
escola, paródias, homenagens aos profissionais que<br />
já trabalharam na escola, entrega de medalhas aos<br />
alunos que se destacaram no 1º bimestre, poesias<br />
e muita animação com a professora Natividade e a<br />
Geovana com o Forró “Quanto mais véi mió” e “Forró<br />
pra cá”.<br />
EMEIEF Maria do Socorro Viana Freitas realiza<br />
caminhada contra o mosquito Aedes Aegypti<br />
A EMEIEF Professora Maria do Socorro<br />
Viana Freitas realizou caminhada com o tema:<br />
“A escola e você contra o mosquito”, no dia 30 de<br />
junho, no bairro Novo Maracanaú. A comunidade<br />
escolar e representantes das Secretarias de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Saúde fizeram o percurso nas ruas do<br />
bairro entregando panfletos e expondo cartazes<br />
que alertavam para o risco de deixar água limpa<br />
parada, além da importância de reciclar, reutilizar<br />
e reduzir o lixo produzido pela população.<br />
Para Michella Daustria, diretora da escola, as<br />
crianças se tornarão multiplicadores no combate ao<br />
mosquito Aedes Aegypti. “Nós vamos fortalecer essa<br />
luta para que juntos possamos conseguir combater<br />
esse mosquito”- finalizou a diretora.
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É NOTÍCIA! 45<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> promove V Gincana<br />
Junina com servidores<br />
No dia 30 de junho, a Secretaria Municipal<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME realizou a V Gincana Junina<br />
com os servidores. Os partidos azul e vermelho<br />
apresentaram: grito de guerra, objetos antigos, rei<br />
e rainha caipira, casamento matuto, leitura de um<br />
cordel junino inédito, dramatização de histórias<br />
ou músicas, além de arrecadarem alimentos para<br />
serem doados. A mesa de jurados foi composta por<br />
Igor Brito e Vanderlene Camurça. Eles distribuíram<br />
as pontuações conforme estava nas regras. Para<br />
finalizar, depois de muita dança junina e comidas<br />
típicas, o resultado foi divulgado, e a equipe Azul<br />
tornou-se a grande campeã de 2017. As equipes<br />
se empenharam ao máximo, para que a Gincana<br />
fosse uma grande diversão, podendo assim cada<br />
um interagir com diferentes setores, que ainda não<br />
tinham contato, tornando a confraternização um<br />
momento de alegria.<br />
Representantes da SME entregam alimentos<br />
arrecadados na V Gincana<br />
A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME<br />
realizou a doação dos alimentos arrecadados na V<br />
Gincana da SME para a Casa da Família Maria Mãe<br />
da Ternura das Irmãs Missionarias de Nossa Senhora<br />
das Dores, localizada no bairro Piratininga nesta<br />
segunda-feira, 3 de julho. Cerca de 105 alimentos<br />
não perecíveis foram doados pelos técnicos da SME,<br />
entre eles: arroz, feijão, macarrão e açúcar, além de<br />
150 pacotes de leite em pó.<br />
Mauro Braz e Argicélia Holanda realizaram<br />
a entrega na Instituição. Segundo eles, a doação é<br />
uma nobre atitude de ajudar e de conscientizar aos<br />
demais a também realizarem mais ações como essa.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 46<br />
CLM realiza formatura dos cursos de Inglês,<br />
Espanhol e Libras das turmas 2017.1<br />
O Centro de Línguas de Maracanaú – CLM<br />
realizou, no dia 4 de agosto, a formatura de 1<strong>12</strong><br />
concludentes dos cursos de Inglês, Espanhol<br />
e Libras do período 2017.1, no Buffet Monte<br />
Rey. Os concludentes fizeram apresentações,<br />
além do juramento, na Língua estudada.<br />
Silvana Fernandes, diretora do CLM, fala<br />
da satisfação de toda equipe em realizar mais<br />
uma formatura. “A gente vem desenvolvendo esse<br />
projeto que tem dado muito certo em Maracanaú e<br />
tem atendido toda a classe de estudantes de ensino<br />
médio, fundamental e os que concluíram o ensino<br />
superior, além de técnicos da secretaria de educação,<br />
do serviço público e da rede privada também. A<br />
gente tem a oportunidade de ofertar um ensino de<br />
qualidade nas línguas estrangeiras, que hoje é um<br />
diferencial na vida de todo profissional”, declarou.<br />
A estudante Iana Thamyla, concludente<br />
do curso de Inglês, lembra como o curso é<br />
importante para ela. “O CLM me abriu horizontes<br />
e perspectivas. Conhecer uma língua estrangeira<br />
por meio de um curso de qualidade foi uma<br />
experiência gratificante. Sei que o curso me ajudará<br />
a enfrentar o mercado de trabalho e ter destaque<br />
na vida profissional”, contou a concludente.<br />
Carlos Rangel, professor de Espanhol,<br />
diz que esta formatura é uma vitória para todos,<br />
porque além de ser um curso longo, exige bastante.<br />
“A gente acha que o Espanhol é fácil. A similaridade<br />
com o português acaba dificultando um pouco<br />
o aprendizado, mas eles saem bem preparados<br />
para o mercado, principalmente, com vista para
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 47<br />
o mercado latino-americano”, disse o professor.<br />
O secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, professor Marcelo<br />
Farias, destaca o trabalho desenvolvimento pelo<br />
CLM. “O grande número de alunos terminando Inglês,<br />
Espanhol, Libras, que se instrumentalizam da melhor<br />
forma para enfrentar a vida, o mercado de trabalho e<br />
dar prosseguimento nos seus estudos, é o reflexo da<br />
popularidade e da qualidade do ensino de línguas<br />
de Maracanaú. Esses alunos têm uma boa vantagem<br />
para avançar na vida profissional em relação aos<br />
que não passaram pelo CLM”, destaca o secretário.<br />
O prefeito Firmo Camurça manifesta a<br />
felicidade em estar junto dos concludentes, dos<br />
profissionais da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e do Centro<br />
de Línguas de Maracanaú. “É uma satisfação muito<br />
grande estar aqui, junto com o professor Marcelo,<br />
nosso Secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, e todos os nossos<br />
professores que coordenam o Centro de Línguas<br />
de Maracanaú. Poder presenciar esses alunos<br />
se formando, após três anos e meio nos cursos<br />
de Inglês e Espanhol e dois anos no curso de<br />
Libras, nos proporciona uma alegria indescritível<br />
e a plena satisfação de Maracanaú em oferecer<br />
essa oportunidade aos filhos maracanauenses”.
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É NOTÍCIA! 48<br />
Prefeitura empossa Núcleos Gestores das<br />
Escolas municipais<br />
A Prefeitura de Maracanaú, através da<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, empossou os Núcleos<br />
Gestores das Escolas municipais na última segundafeira,<br />
31 de julho, no Centro de Desenvolvimento<br />
<strong>Ed</strong>ucacional do Colégio 7 de Setembro, na Pajuçara.<br />
Participaram da solenidade o prefeito Firmo<br />
Camurça, a primeira-dama, Kamile Camurça, o<br />
secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias, o secretárioexecutivo,<br />
Nilson Gomes, a Coordenadora da 1ª<br />
Crede, Ana Geovanda Mourão, o presidente da<br />
Comissão de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> da Câmara dos Vereadores,<br />
Manoel Correia, a Diretora de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Ivaneide<br />
Antunes, e a Diretora de Avaliação e Monitoramento,<br />
Maria do Carmo Pinheiro. Os novos gestores<br />
assinaram o termo de posse para o período 2017<br />
a 2021 e participaram da palestra conduzida pela<br />
professora Drª Sofia Lerche Vieira sobre o tema<br />
“Explorando Desafios da Gestão Escolar”.<br />
Magno Furtado, diretor geral do Centro<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Jovens e Adultos da Pajuçara –<br />
CEJAP, participou pela primeira vez desta seleção<br />
e lembra das etapas. “A prova da primeira fase foi<br />
de conhecimentos gerais e específicos para cada<br />
área e na segunda fase nos submetemos à banca<br />
de trabalho. Foi muito gratificante e importante<br />
porque realmente foi medida a nossa capacidade<br />
gestora. Parabenizo à Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e à<br />
Prefeitura por realizar essa sistemática”.<br />
Plácido Cavalcante segue para o segundo<br />
mandato como diretor geral da Escola Rui Barbosa<br />
e conta como é dar continuidade a um trabalho<br />
que ele iniciou há quatro anos. “Os resultados<br />
começaram a aparecer. A escola tem melhorado,<br />
inclusive nos índices do SPAECE, o 5º ano avançou<br />
em relação a quando assumimos a gestão. O nosso<br />
grupo está consciente de tudo o que podemos<br />
fazer e com mais essa oportunidade, a gente vai<br />
fazer muito mais”.
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É NOTÍCIA! 49<br />
O secretário de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Marcelo Farias,<br />
ressalta a importância da seleção. “A gente espera<br />
que esse novo grupo, que é composto por pessoas<br />
que já estavam na gestão, pessoas que se renovaram<br />
nas funções ou gestões totalmente novas, mas<br />
com experiências acumuladas, com o registro<br />
já feito, com o intercâmbio que deve haver nas<br />
diversas gestões, obter melhores resultados. Esse é<br />
o caminho, nada de indicação por outros meios, há<br />
não ser pelos próprios méritos, que é medido nesse<br />
processo”.<br />
O prefeito Firmo Camurça destacou e<br />
parabenizou a todos em seu discurso dizendo:<br />
“Estamos aqui finalizando e dando posse a todos<br />
os novos gestores, para que possam conduzir<br />
todas as escolas de Maracanaú e melhorar cada<br />
vez mais os nossos resultados e avançar nos nossos<br />
indicadores. Parabéns a todos os gestores, parabéns<br />
ao Maracanaú por mais esse grande avanço que a<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e o Município conseguiram<br />
implementar”
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É NOTÍCIA! 50<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> lança projeto “Todos<br />
por um objetivo: nenhum a menos”<br />
A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME palestrou sobre o tema “Gestão de Resultados:<br />
realizou, neste mês de agosto, o lançamento do Desafios e Possibilidades” provocou reflexões na<br />
projeto “Todos por um objetivo: nenhum a menos”. dimensão da gestão pedagógica, apresentou<br />
A iniciativa apresenta proposta de trabalho com questões de provas e estratégias a serem trabalhadas<br />
o intuito de qualificar as práticas pedagógicas em sala de aula. Ela acredita que cada gestor e<br />
com a perspectiva de elevar os índices do coordenador têm uma importante missão, que é<br />
ensino fundamental I, do 2° e 5° ano, e do ensino fazer com os professores possam trabalhar com os<br />
fundamental II, 9° ano, para o nível desejável nas alunos, de forma clara e facilitando a aprendizagem,<br />
avaliações do Sistema Permanente de Avaliação para juntos irem além.<br />
da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica do Ceará – SPAECE. Na ocasião As participações dos coordenadores<br />
estiveram presentes gestores e coordenadores pedagógicos foram de acordo com sua atuação<br />
pedagógicos das escolas municipais.<br />
específica, oportunizando a Construção do Plano de<br />
Rosângela Rebouças, coordenadora Trabalho para as turmas de 2º ano, 5º ano e 9º ano.<br />
pedagógica da EMEIEF Manoel Rodrigues Pinheiro Para o êxito deste projeto, a Coordenadoria<br />
de Melo, enfatiza que esse novo projeto é muito de Desenvolvimento Curricular, a Gestão Escolar<br />
válido para um melhor desenvolvimento no campo e a Coordenadoria de Ações Socioeducativas<br />
escolar, contribuindo para um ensino de qualidade Complementares – CASEC, através do programa<br />
e mantendo a boa relação com os educadores. Novo Mais <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, trabalharão com ações voltadas<br />
Rebeca Albuquerque, professora pedagoga, para o desenvolvimento do objetivo deste projeto.
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É NOTÍCIA! 51<br />
Estudantes da EMEIF Manoel Róseo Landim<br />
são classificados para 2ª fase da X Olimpíada<br />
Brasileira de Química Júnior<br />
Os estudantes da Escola Municipal de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e Ensino Fundamental Manoel<br />
Róseo Landim foram aprovados para a segunda<br />
fase da X Olimpíada Brasileira de Química Júnior<br />
– OBQJr. As alunas Leticia Freitas da Rocha, Maria<br />
Iohana de Oliveira Santos e o aluno Alisson Pereira<br />
da Costa são estudantes do 9º ano e participarão da<br />
2ª fase no dia 23 de setembro.<br />
João Paulo Silva de Lima, professor de<br />
Ciências da escola, inscreveu os alunos e adaptou o<br />
conteúdo do livro de ciências do 9º ano para que a<br />
turma participasse desta olimpíada. No início houve<br />
resistência dos alunos, mas o professor conseguiu<br />
convencê-los sobre a importância de integrarse<br />
nesta olimpíada. “Eu conversei com a turma e<br />
destaquei a relevância para que eles participassem,<br />
para que no ensino médio, eles cheguem com um<br />
conhecimento prévio da disciplina de Química” –<br />
contou.<br />
Para a gestora geral da escola, Socorro<br />
Freitas, é uma alegria ter alunos dedicados e que<br />
representam o município de Maracanaú nesta<br />
Olimpíada. Ela ressalta o trabalho do professor de<br />
Ciências. “Quero destacar a atuação e o incentivo<br />
que ele deu a turma para que eles se dedicassem e<br />
conseguissem a classificação para a fase seguinte”<br />
A aluna Leticia de Freitas lembra que o<br />
professor informou sobre a Olimpíada no início do<br />
ano, e com o auxílio dele nas aulas de ciências foi<br />
possível ser classificada para a 2ª fase da OBQJr. “O<br />
professor nos explicou o conteúdo teórico e também<br />
de forma prática, o que nos ajudou a entender e<br />
chegar nesta fase da olimpíada”.<br />
O aluno Alisson Pereira diz se identificar com<br />
a disciplina e que gosta de estudar Química. “Eu<br />
tenho interesse nessa matéria, me dedico, e vejo o<br />
quanto ela é importante na nossa vida. O professor<br />
nos deu essa oportunidade de participar e hoje<br />
estou me preparando para a segunda fase”.<br />
A aluna Maria Iohana de Oliveira destaca que<br />
as metodologias utilizadas em sala de aula foram<br />
fundamentais para a aprovação. “As experiências<br />
práticas, o conteúdo ensinado e as atividades nos<br />
auxiliaram. Vou me dedicar ainda mais para que<br />
nesta próxima fase eu consiga ser classificada”-<br />
finaliza.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 52<br />
SME e SASC realizam lançamento do DVD<br />
Prêmio Peteca<br />
A Secretaria Municipal de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – SME e<br />
a Secretaria de Assistência Social e Cidadania<br />
– SASC realizaram, no dia 28 de setembro, a<br />
premiação do Prêmio PETECA 2017, no Centro de<br />
Desenvolvimento <strong>Ed</strong>ucacional do Colégio 7 de<br />
Setembro. Uma iniciativa contra o trabalho infantil.<br />
O Prêmio Peteca consiste na seleção e premiação<br />
dos melhores trabalhos literários, artísticos e<br />
culturais produzidos pelos alunos das escolas dos<br />
municípios cearenses que participam do Programa<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> contra a Exploração do Trabalho de<br />
Criança e do Adolescente – Peteca.<br />
Na ocasião estiveram presentes a diretora<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Ivaneide Antunes, a coordenadora<br />
municipal do projeto PETECA, Albertina Duarte,<br />
e técnicos da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, onde<br />
apresentaram os vencedores da Etapa Municipal<br />
do Prêmio PETECA 2017, em todas as categorias<br />
(Música/ Esquete Teatral/ Conto/ Poesia/ Curtametragem/<br />
Desenho).<br />
Fábio Freire, coordenador da Coordenadoria<br />
de Ações Socioeducativas Complementares -<br />
CASEC, diz que o PETECA tem como papel principal<br />
mostrar para as crianças as consequências sofridas<br />
em relação à exploração do trabalho infantil e<br />
do adolescente. O prêmio é uma maneira de<br />
reconhecer e homenagear os alunos que tiveram<br />
a disponibilidade de contribuir com músicas<br />
próprias, contos e poesias produzidos por eles, para<br />
que o DVD pudesse ser gravado. As medalhas e<br />
premiações foram um gesto simbólico do município,<br />
para reconhecer o valor que essas crianças têm, na<br />
tentativa de fazer com que não perpetue o trabalho<br />
infantil.<br />
“A sensação de ter ganho o 1º lugar em Poesia<br />
foi maravilhosa e contagiante. Recebi o apoio de<br />
todo mundo da minha escola. Eu já praticava e tinha<br />
gosto pela poesia, mas nunca imaginei que poderia<br />
representá-la. Eu não fazia poesia para mostrar para<br />
alguém, era algo íntimo, mas a partir do momento<br />
que a minha professora leu, ela disse que eu tinha<br />
talento e me inscreveu no projeto, logo depois dos<br />
resultados ela continuou me incentivando para<br />
que eu não parasse de escrever. Eu me senti muito<br />
segura quando a escola se uniu e me apoiou nessa<br />
causa sobre o trabalho infantil e agora representarei<br />
meu município”. - relatou Paula Andressa, 13 anos,<br />
aluna da EMEIEF Deputado José Martins Rodrigues.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 53<br />
EMEIEF Deputado José Martins Rodrigues<br />
provome II Relato de Experiências<br />
<strong>Ed</strong>ucacionais Inclusivas<br />
A EMEIEF Deputado José Martins Rodrigues<br />
realizou o II Relato de Experiências <strong>Ed</strong>ucacionais<br />
Inclusivas, no dia 20 de setembro, com o objetivo<br />
de difundir e valorizar experiências escolares de<br />
estudantes com deficiência, transtornos globais<br />
do desenvolvimento e com altas habilidades/<br />
superdotação, realizadas por gestores, educadores,<br />
professores e estudantes. As propostas alcançaram<br />
as famílias, onde participam e tem uma boa<br />
interação com a escola. Os pais procuram a gestão e<br />
recebem orientações de acordo com a necessidade<br />
do seu filho.<br />
Na ocasião, estiveram presentes alunos,<br />
mães, professores, interpretes, cuidadores e a<br />
comissão avaliadora, composta por Ana Paula<br />
Holanda, coordenadora do setor de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Inclusiva da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de Maracanaú,<br />
Francisca Lima dos Santos, assistente social do Centro<br />
Integrado de Reabilitação - CIRM, de Maracanaú,<br />
e Sandra Maria Lima Fernandes, professora do<br />
Atendimento <strong>Ed</strong>ucacional Especializado. Também<br />
houve distribuição de brindes, como livros voltados<br />
para os temas tratados e lembrancinhas em forma<br />
de homenagem para as mães.<br />
Milca Ferreira, gestora da escola, diz que<br />
o projeto é realizado mediante as dificuldades<br />
e necessidades dentro da sala de aula, que os<br />
professores apresentam ao núcleo gestor. Partindo<br />
disso, a gestão, acompanhada dos profissionais<br />
do Atendimento <strong>Ed</strong>ucacional Especializado – AEE,<br />
desenvolvem ações para a inclusão do aluno,<br />
fazendo com que os professores se inscrevam<br />
e trabalhem esses projetos em sala. Os pais<br />
procuram a escola e recebem as orientações. “Com<br />
as experiências apresentadas, todos puderam ver<br />
e ouvir que realmente o nosso aluno faz parte de<br />
uma inclusão verdadeira, no dia a dia, em todas<br />
as aulas. Aquele aluno que não queria vir para a<br />
escola, hoje não falta. Ele está engajado em todos<br />
os momentos feitos pela escola, sem que haja
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
É NOTÍCIA! 54<br />
dificuldade de participação. O que acompanho<br />
aqui é o crescimento a cada ano do envolvimento<br />
do nosso estudante e da família, e da dedicação<br />
dos profissionais do AEE.” - relatou.<br />
O evento contou com as apresentações<br />
de projetos que os próprios professores da escola<br />
desenvolveram para conseguirem melhores<br />
resultados dentro da sala de aula. Com objetivos<br />
específicos, eles apresentaram trabalhos<br />
relacionados à inclusão.<br />
Os temas apresentados foram: “O processo<br />
de inclusão do aluno com autismo na turma<br />
comum” por Vanessa Rocha; “Corpos libertos: A<br />
cultura corporal no âmbito da educação inclusiva”<br />
por João Paulo Viana; “O papel do cuidador e as<br />
estratégias de adaptação e acolhimento em um<br />
ambiente inclusivo” por Milena de Lima; “Recursos<br />
Acessíveis: A experiência de vídeo prova traduzida<br />
em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS” exibidos<br />
por Liliane Vieira e Marcos Valentim; “Transtorno de<br />
ansiedade: Avaliação diagnóstica de adolescentes<br />
que apresentam a síndrome do pensamento<br />
acelerado”, por Henrique Freitas.<br />
Wesley e Wenderson estudam há 7 anos<br />
nesta escola, eles têm necessidades especiais. Maria<br />
Cleonice, mãe dos meninos, contou que percebeu<br />
muitas mudanças no ambiente fraterno e que as<br />
oficinas disponibilizadas pela escola para família<br />
ajudaram na comunicação e no desenvolvimento<br />
mútuo. “O apoio e o trabalho dos cuidadores<br />
e interpretes me deram uma grande força, eles<br />
participam de todos os passeios e apresentações.<br />
Antes eu achava que isso não seria possível, mas a<br />
inclusão mudou a vida dos meus filhos. “. - conta.<br />
Milena Barros apresentou o projeto “O<br />
papel do cuidador e as estratégias de adaptação<br />
e acolhimento em um ambiente inclusivo”, que<br />
desenvolveu dentro de sala, para que fosse possível<br />
atrair a atenção e o interesse do aluno pelos pelas<br />
disciplinas oferecidas, assim mostrou as ideias e os<br />
resultados obtidos positivamente. “Os alunos que<br />
tem necessidade especial podem ter os mesmos<br />
direitos que os demais, que é o convívio e o direito<br />
do aprendizado, pois a escola em si é para todos”.<br />
- relatou.<br />
A cuidadora diz que durante sete anos vem<br />
aprendendo muito ao olhar para trás e ver o quanto<br />
existia preconceito, pois também tem deficiência<br />
de baixa visão e percebia que era prejudicada, por<br />
acharem que ela não possuía habilidades, mas<br />
hoje com a ajuda da inclusão é possível ver que<br />
todos podem estar inseridos e que são capazes de<br />
aprender e de ensinar.
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É NOTÍCIA! 55<br />
Prefeitura entrega novas salas de aula na<br />
EMEIEF José Nogueira Mota e na EMEIEF José<br />
Mário Barbosa<br />
A Prefeitura de Maracanaú, por meio da<br />
Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, entregou novas salas de<br />
aula, sendo duas na Escola Municipal José Nogueira<br />
Mota, na Mucunã, e duas na Escola Municipal<br />
José Mário Barbosa, no Olho D’Água, no dia 28 de<br />
setembro. Mais de 400 alunos serão beneficiados<br />
nas duas unidades de ensino. Os espaços foram<br />
construídos com recursos próprios do município,<br />
através do Programa de Autonomia Escolar – PAE,<br />
seguindo modernos padrões arquitetônicos e de<br />
iluminação, visando garantir conforto aos alunos<br />
e professores, contribuindo para o processo de<br />
aprendizagem.<br />
Francisca Cláudia é mãe de dois alunos<br />
da Escola José Mário Barbosa, além de membro<br />
do Conselho Escolar. Ela destaca a relevância da<br />
ampliação da escola. “A importância das salas é<br />
para dar melhoria para os alunos, podendo ofertar<br />
mais matriculas. Futuramente, pretendemos fazer<br />
o vestuário das crianças, para eles ficarem mais<br />
à vontade. Pretendemos melhorar mais a nossa<br />
escola para os que já são alunos e para os que ainda<br />
virão”.<br />
O Prefeito Firmo Camurça conta a satisfação<br />
de entregar os novos espaços das escolas<br />
municipais. “Estamos extremamente satisfeitos e<br />
muito felizes, pois nesse momento entregamos,<br />
na Escola José Mário Barbosa, duas salas de aula<br />
do tamanho padrão, de acordo com as exigências<br />
do Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>. A meta da gestão é<br />
entregar, entre 2017 e 2018, setenta salas de aula,<br />
em todas as instituições de ensino da rede pública<br />
de Maracanaú. Também estive na escola José<br />
Nogueira Mota entregando duas salas semelhantes<br />
a essa, porque nós queremos ampliar o número de<br />
salas de aula, e dar mais cidadania a todos os alunos<br />
de Maracanaú. Isso é o município avançando,<br />
olhando pra frente e desenvolvendo cada vez mais<br />
a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de nossa cidade”.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
CIENTÍFICA 56<br />
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A INTERAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO<br />
DE CASO EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MARACANAÚ<br />
Vivian Kelly Pereira Lima<br />
vikekely@hotmail.com<br />
Emanuelle Oliveira da Fonseca<br />
emanuelle272@hotmail.com<br />
RESUMO<br />
A Psicomotricidade vem sendo um assunto muito discutido no âmbito dos sistemas educacionais, pois<br />
acredita-se que esta contribui significativamente no processo de aprendizagem das crianças, principalmente<br />
na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. Com base nessa temática, configura-se a seguinte questão: quais suas contribuições<br />
para a interação das crianças? Este trabalho tem como objetivo geral averiguar o perfil psicomotor com<br />
vistas a estimular o desenvolvimento e o convívio entre indivíduos na faixa etária de quatro anos. Para<br />
tanto, será pontuado como surgem as situações de interação a partir de vivências psicomotoras e como<br />
essas acrescentam ao desenvolvimento e a aprendizagem, tendo como base um ambiente saudável<br />
que proporcione situações de contato entre as crianças e a importância da psicomotricidade para as<br />
descobertas e superações. A pesquisa foi realizada em uma escola pública municipal de Maracanaú, onde<br />
a coleta de dados foi realizada através de observações de doze sessões de atividades relacionadas ao<br />
tema e de registros escritos. Os resultados apontam avanços no nível de interação e afetividade entre as<br />
crianças, maior concentração durante as atividades propostas pela professora em sala de aula e maior<br />
grau de autonomia dos três sujeitos, porém há ainda um extenso caminho a percorrer no que se refere<br />
a interação e aos estímulos proporcionados pela Instituição de ensino. Contudo, é necessário estimular<br />
situações de convivência, comunicação, exploração, expressão e descobertas entre os alunos, para que<br />
assim se alcance uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> integral.<br />
Palavras-chave: Psicomotricidade, Interação, <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
1. Introdução<br />
O desenvolvimento de uma criança é um<br />
processo complexo composto de habilidades<br />
diversas que necessitam ser vivenciadas pelo<br />
individuo, dentre essas estão também as motoras.<br />
Pode-se dizer que crianças que passam por<br />
dificuldades de aprendizagem em sala de aula, tem<br />
a base do problema na falta de estimulo durante<br />
o desenvolvimento infantil. É importante lembrar<br />
que quanto mais se trabalha o desenvolvimento<br />
psicomotor na primeira infância, melhor será a<br />
estruturação da criança em seus primeiros anos de<br />
vida, consequentemente, uma alfabetização mais<br />
tranquila e mais saudável.<br />
Partindo desse pressuposto delimitamos<br />
nossa problemática: Quais as contribuições da<br />
Psicomotricidade para a interação entre as crianças<br />
da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil?<br />
Nesse sentido, elegemos como objetivo
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
CIENTÍFICA 57<br />
geral: averiguar o perfil psicomotor com vistas<br />
a estimular o desenvolvimento e a interação de<br />
indivíduos na faixa etária de quatro anos. De forma<br />
mais específica: descrever o perfil de três crianças<br />
na segunda fase da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, durante<br />
doze sessões de Psicomotricidade. Observá-las<br />
trabalhando o corpo com brincadeiras livres e/ou<br />
dirigidas, ressaltando como surgem as relações<br />
interpessoais na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil a partir de<br />
vivências psicomotoras, identificar como a disciplina<br />
contribui para o processo de integração entre as<br />
crianças e para uma melhor forma de aprendizagem,<br />
pois é vivenciando situações concretas que elas<br />
melhor se desenvolvem.<br />
Nosso percurso metodológico utiliza-se<br />
de pesquisa bibliográfica, análise documental<br />
e pesquisa de campo, do tipo estudo de caso. A<br />
pesquisa bibliográfica apoia-se nos estudos de<br />
Campos (2007) e Le Bouch (1984) que serviram de<br />
fundamentação para a compreensão do objeto.<br />
Realizamos a análise documental, na qual<br />
examinamos o Estatuto da Associação Brasileira de<br />
Psicomotricidade (S.B.P.) que trata de suas normas<br />
e delimita a formação necessária para ser um<br />
profissional da área.<br />
Na pesquisa de campo foram coletados<br />
dados que explicitaram, na prática, as contribuições<br />
da psicomotricidade no processo de interação entre<br />
as crianças. Foram realizadas doze sessões com três<br />
sujeitos na faixa etária de quatro anos de idade de<br />
uma escola pública municipal de Maracanaú-Ceará,<br />
onde percebemos suas dificuldades e evoluções<br />
em aspectos como: alto nível de agressividade,<br />
dificuldade de concentração nas atividades<br />
propostas pela professora e consequentemente<br />
dificuldade de interação social.<br />
Atualmente, têm-se discutido a importância<br />
da liberdade no processo educativo, e isto se dá<br />
a partir da manipulação de diversos materiais,<br />
da criação, da liberdade de expressão corporal e,<br />
contudo, da interação social, onde o sujeito constrói<br />
sua aprendizagem.<br />
Para que isso aconteça, é necessário que,<br />
tanto a família quanto o professor, assumam<br />
uma postura de facilitadores nesse processo de<br />
aprendizagem, não interferindo ou impedindo a<br />
criança de se expressar e se descobrir.<br />
2. Psicomotricidade: histórico e conceito<br />
Segundo Le Bouch (1984) a educação<br />
psicomotora teve origem na França, em 1966,<br />
devido a carência da educação física que não<br />
correspondia às necessidades reais do corpo. A<br />
partir dessa época travou-se uma disputa entre o<br />
Ministério da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Nacional e o Ministério da<br />
Juventude e dos Esportes.<br />
Em 1967, acontece a Renovação da<br />
Pedagogia e a introdução da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Psicomotora<br />
na escola primária. Após esse período, foi assinado,<br />
em 7 de agosto de 1969, um decreto ministerial<br />
instituindo um horário de 6 horas semanais para a<br />
prática da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Psicomotora na escola primária.<br />
Segundo Campos (2007), foi em 1968 que a<br />
psicomotricidade começou a se difundir no Brasil,<br />
a partir de cursos e disciplinas em Universidades<br />
de alguns estados. Na França, inicialmente foi<br />
introduzida nas escolas especializadas. Em 1980,<br />
ocorre a fundação da Sociedade Brasileira de<br />
Terapia Psicomotora, presidida por Beatriz Saboya<br />
e com a participação de Françoise Desobeau,<br />
sendo integrada à Sociedade Internacional de<br />
Psicomotricidade, com sede em Paris.<br />
Segundo Jobim e Assis, historicamente foi na<br />
década de 1970 que surgiram diferentes conceitos<br />
sobre a psicomotricidade como uma motricidade<br />
de relação, assim podemos perceber na fala dos<br />
autores supracitados:<br />
Começa então, a ser delimitada uma diferença
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CIENTÍFICA 58<br />
entre uma postura reeducativa e uma<br />
terapêutica que, ao despreocupar-se da técnica<br />
instrumentalista e ao ocupar-se do “corpo<br />
de um sujeito” vai dando progressivamente,<br />
maior importância à relação, à afetividade e ao<br />
emocional. (p.3)<br />
Percebe-se a partir deste período que o foco<br />
de estudo passa a ser o corpo do sujeito, com suas<br />
peculiaridades, afetividade, emoções e a relação<br />
com outro corpo. Essa valorização funciona como<br />
impulso para uma maior divulgação da importância<br />
da psicomotricidade, proporcionando descobertas<br />
e superações através do corpo.<br />
Em alguns países a profissão do<br />
psicomotricista já é reconhecida legalmente, porém,<br />
em outros, como no Brasil, essa tem sido uma<br />
constante luta. Na França a profissão é reconhecida<br />
oficialmente desde 1974 e este profissional trabalha<br />
a partir de prescrições médicas. Segundo Campos<br />
(2007), na Alemanha foram instaladas, nos últimos<br />
16 anos, Universidades com formação de base,<br />
sendo a Psicomotricidade um curso superior<br />
reconhecido há 6 anos.<br />
Em países como Argentina, Alemanha,<br />
Dinamarca, Itália, Espanha e Portugal tem sido<br />
marcados por avanços no reconhecimento do<br />
profissional Psicomotricista, alguns com escolas de<br />
formação, como a Itália que recebe elementos da<br />
França. Em alguns destes países o reconhecimento<br />
tem avançado mais que outros, com enfoques<br />
diferenciados em cada uma de suas realidades.<br />
Conforme Campos (2007), em 1983<br />
surge no Brasil, o curso de pós-graduação em<br />
Psicomotricidade na Universidade Estácio de Sá e<br />
no Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação<br />
(IBMR). Desde os anos de 1980, a Sociedade<br />
Brasileira de Psicomotricidade tem percebido a<br />
necessidade de ampliar seus objetivos, por isso,<br />
tem promovido cursos, seminários, pesquisas e<br />
congressos nacionais com intuito de proporcionar<br />
uma maior fundamentação teórica aos profissionais<br />
em Psicomotricidade.<br />
Em 1986, André Lápierre, na França,<br />
contribuiu através de uma experiência na escola<br />
primária com crianças pequenas, referindo-se à<br />
escola como um ambiente de extrema importância<br />
na vida social, pois a educação não se restringe a<br />
aquisição pelo individuo de conhecimentos, mas a<br />
formação em todos os aspectos.<br />
Dessa forma, podemos perceber que a<br />
psicomotricidade ainda é considerada um campo<br />
transdisciplinar recente, que tem avançado<br />
rapidamente, sendo sua importância e benefícios<br />
reconhecidos mundialmente.<br />
Sobre o estudo do corpo e a nomenclatura<br />
Psicomotricidade, Jobim e Assis (2008) destacam que<br />
somente em meados do século XIX o corpo começa<br />
a ser percebido primeiramente por neurologistas,<br />
devido a necessidade de se compreender as<br />
estruturas cerebrais do ser humano, e em seguida<br />
ocorre o interesse por parte dos psiquiatras, para<br />
classificar os fatores considerados patologicas.<br />
Contudo, foi devido à necessidade da<br />
medicina de encontrar um campo que esclarecesse<br />
alguns fenômenos clínicos que surge, pela primeira<br />
vez, a nomenclatura “Psicomotricidade”, no ano de<br />
1870.<br />
Ao conceituar a Psicomotricidade, o Código<br />
de ética da Associação Brasileira de Psicomotricidade<br />
ressalta em seus princípios do capítulo I, Artigo 1º:<br />
A Psicomotricidade é uma ciência que tem<br />
como objetivo, o estudo do homem através<br />
do seu corpo em movimento, em relação ao<br />
seu mundo interno e externo, bem como suas<br />
possibilidades de perceber, atuar, agir com o<br />
outro, com os objetos e consigo mesmo. Está<br />
relacionada ao processo de maturação, onde<br />
o corpo é a origem das aquisições cognitivas,<br />
afetivas e orgânicas: Psicomotricidade, portanto,<br />
é um termo empregado para uma concepção de<br />
movimento organizado e integrado, em função<br />
das experiências vividas pelo sujeito, cuja<br />
ação é resultante de sua individualidade e sua<br />
socialização.
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CIENTÍFICA 59<br />
A psicomotricidade é muito importante<br />
para o desenvolvimento da criança, pois essa<br />
proporcionará o conhecimento do seu corpo<br />
e, consequentemente, do corpo do outro.<br />
Desenvolverá a noção de espaço e lateralidade,<br />
adquirindo maiores habilidades motoras, o que<br />
lhe dará condições de superar muitas de suas<br />
dificuldades de aprendizagem.<br />
3. As contribuições da psicomotricidade para a<br />
interação Social<br />
A prática educativa em psicomotricidade<br />
tem tido um papel importante na educação das<br />
crianças em seu meio escolar, e isso não é menos<br />
evidenciado na educação infantil. Essa fase escolar<br />
é fundamental ao desenvolvimento humano,<br />
funcionando, assim, como a base do sujeito.<br />
O processo educativo ocasiona<br />
consequências positivas ou negativas. Se a criança<br />
vivencia, desde a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, situações de<br />
rigidez, regras impostas, privação da sua expressão e<br />
controle de sua agressividade, ela não se constituirá<br />
um ser autônomo, já que sempre esteve cercada de<br />
“não pode”.<br />
A psicomotricidade tem sido o coadjuvante<br />
das aprendizagens escolares e necessita ser vista<br />
como algo fundamental a este processo. Isto se<br />
dá através da educação ou reeducação desde<br />
a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. Para Le Boulch (1984), a<br />
importância da psicomotricidade se dá desde a<br />
prevenção das dificuldades, inclusive no que se<br />
refere ao nível da saúde mental.<br />
Um esquema corporal mal constituído pode<br />
resultar em uma criança que não coordena bem<br />
seus movimentos, realizando atividades cotidianas<br />
com lentidão, apresentando dificuldade de se<br />
expressar das diversas formas.<br />
Segundo Morais (2002), para uma criança<br />
que não trabalha o corpo as habilidades manuais<br />
lhe são difíceis, a caligrafia é ilegível e sua leitura<br />
é inexpressiva. Isso acarretará dificuldades de<br />
aprendizagem na aquisição da leitura e da escrita,<br />
o que interferirá diretamente no processo de<br />
alfabetização do sujeito.<br />
Percebemos isso, quando analisamos os<br />
níveis de dificuldade que os alunos enfrentam em<br />
seus processos de alfabetização. Alguns passam<br />
bastante tempo para aprender a segurar o lápis, o<br />
que dificulta ainda mais o processo de escrita.<br />
Com isso, infelizmente, para muitas crianças,<br />
a aprendizagem se torna algo que amedronta e<br />
que não lhe proporciona satisfação, pelo contrário,<br />
ir à escola e realizar as atividades se torna o pior<br />
momento do dia, o que para nós educadores é uma<br />
frustração.<br />
É necessário que haja um novo olhar das<br />
instituições de ensino, para que a partir da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
infantil seja dada a devida valorização ao trabalho<br />
com o corpo da criança. É preciso que os educadores<br />
não concebam mais uma educação estática, fixa em<br />
salas de aulas, mesas e cadeiras, devendo procurar<br />
outras formas de linguagem, como a expressão<br />
corporal.<br />
Os alunos necessitam de momentos para<br />
expressar, explorar e manipular diversos objetos,<br />
eles precisam construir sua aprendizagem<br />
acompanhados dos educadores, visto que<br />
os docentes são facilitadores do processo de<br />
desenvolvimento dos sujeitos, e os alunos<br />
protagonistas que precisam vivenciar suas<br />
descobertas para um processo de educação<br />
integral.<br />
Dessa forma, as dificuldades serão superadas<br />
com autonomia. Isso nos remete também as<br />
vivenciadas nos processos de leitura e escrita, que<br />
em muitos casos são consequências das limitações<br />
do próprio corpo.<br />
A psicomotricidade precisa adentrar as<br />
instituições de ensino e fazer parte do processo de
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aprendizagem, colaborando expressivamente para<br />
formar e estruturar o esquema corporal de nossas<br />
crianças. Devemos, enquanto educadores, ter como<br />
alvo a prática dos movimentos nas diversas etapas<br />
da vida de uma criança.<br />
A ludicidade e a liberdade de expressão da<br />
criança são indispensáveis nesta fase de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, uma vez que sabemos que os alunos<br />
estão enfrentando um processo contínuo de<br />
transformação e descobertas.<br />
É necessário que o educador envolva os seus<br />
alunos em situações problemas, sem pressioná-los,<br />
deixando-os interagir e buscar respostas, soluções,<br />
para que sejam autônomos desde cedo. As crianças<br />
precisam encontrar suas próprias respostas para<br />
atender às suas dúvidas e anseios.<br />
Para tanto, são necessários os jogos e<br />
brincadeiras livres, as danças com diversos estilos<br />
de músicas, os brinquedos interativos e as várias<br />
estratégias pedagógicas que estimulem a interação<br />
e as descobertas. Com isso, a aprendizagem se<br />
desenvolverá naturalmente e o educador será um<br />
facilitador deste processo.<br />
Assim como destaca Campos 2007, ao<br />
afirmar a importância das brincadeiras como<br />
oportunidades necessárias para a superação de<br />
conflitos e ferramenta para o desenvolvimento da<br />
segurança e equilíbrio da criança:<br />
Nas primeiras brincadeiras, a criança alcança<br />
o equilíbrio, a segurança, a autonomia. O<br />
brincar a deixa experimentar, olhar-se, mostrarse,<br />
projetar-se. Quanto mais oportunidades<br />
antecederam os momentos de exercer suas<br />
funções, mas naturalmente poderá fazê-lo.<br />
Alguns conflitos são próprios dessas passagens<br />
evolutivas. Sendo, portanto, indispensáveis. Há<br />
contradições e encruzilhadas que fazem parte<br />
do crescimento e, brincando muitas serão<br />
resolvidas e outras acomodadas (p. 97)<br />
Portanto, para que haja um desenvolvimento<br />
infantil de qualidade é necessário que o centro do<br />
processo educativo seja o sujeito e suas habilidades.<br />
Para isso, a criança precisa de vivencias compostas<br />
por situações que proporcionem a interação e o<br />
desenvolvimento de sua autonomia, a partir da<br />
manipulação e da exploração de diversos materiais.<br />
É importante também a disponibilidade<br />
dos recursos para a prática dessas atividades. A<br />
instituição deve proporcionar a criança um ambiente<br />
preparado para exploração e o conhecimento de si,<br />
do outro e do mundo, com espaços planejados e<br />
momentos direcionados.<br />
4. Corpo, ação e emoção: os resultados da<br />
intervenção<br />
A pesquisa de natureza qualitativa foi<br />
realizada numa escola pública municipal, localizada<br />
em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza<br />
- CE. Os sujeitos da nossa pesquisa foram três<br />
crianças do infantil IV, sendo dois meninos e uma<br />
menina, aos quais denominaremos de forma fictícia<br />
da seguinte maneira: Pedro; Renato; Ana.<br />
Pedro não se comunica em momento algum<br />
oralmente no ambiente escolar. O aluno estuda na<br />
escola desde 20<strong>12</strong> e segundo relatos de professores<br />
e funcionários, o menino não fala em nenhuma<br />
situação.<br />
O Renato tem tido um comportamento de<br />
agitação constante em sala de aula, apresentando<br />
dificuldade em se concentrar nas atividades<br />
propostas pela professora, sejam essas escritas,<br />
orais, brincadeiras e jogos.<br />
A Ana apresenta um nível menor de agitação,<br />
por sua vez, também tem apresentado dificuldade<br />
de concentração nas atividades propostas em sala<br />
de aula, principalmente nas escritas.<br />
Foram realizadas <strong>12</strong> sessões, uma por<br />
semana, com duração média de 50 minutos cada,<br />
cujo objetivo foi compreender o processo de<br />
desenvolvimento das crianças em seus aspectos<br />
físicos, cognitivos e afetivos. Proporcionar situações<br />
de interação para que as dificuldades detectadas
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CIENTÍFICA 61<br />
fossem superadas em meio aos jogos simbólicos.<br />
Todas as sessões foram realizadas em<br />
uma sala de aula ampla e com diversos materiais<br />
particulares, pois a escola não possui tais recursos.<br />
Os materiais utilizados foram: bolas, bambolês,<br />
Cordas, tecidos, TNTS coloridos, caixas de papelão,<br />
papel higiênico, colchonetes, espaguetes, lápis de<br />
cor, giz de cera, folhas de papel-ofício para desenhos<br />
e som.<br />
Durante todo o trabalho desenvolvido com<br />
as crianças, iniciamos todas as sessões com uma<br />
roda de conversa explicitando a importância do<br />
cuidado com o material utilizado nas brincadeiras,<br />
como as cadeiras, ventiladores e luzes.<br />
Ressaltamos também, o cuidado para não<br />
machucar os amigos, a importância da organização<br />
dos materiais ao finalizar a brincadeira do dia,<br />
colocando tudo no local escolhido por nós na<br />
primeira sessão. E também, ressaltando que quando<br />
fosse dado sinal de finalização da brincadeira<br />
deveríamos iniciar a organização e sentar para a<br />
roda de conversa final.<br />
Em seguida, foi realizado um momento<br />
de relaxamento com músicas, e foi nitidamente<br />
prazeroso para as crianças, pois trocavam<br />
carinhos entre si, enquanto estavam deitados em<br />
colchonetes ou pedaços de tecidos.<br />
Para finalizar, sentávamos novamente na<br />
rodinha para conversar sobre a sessão do dia. Pna<br />
oportunidade, fazíamos as seguintes indagações:<br />
o que gostou? O que não gostou? Quais materiais<br />
trazer para a próxima sessão? Quais brincadeiras<br />
realizar?<br />
Ao término dàs <strong>12</strong> sessões, em uma conversa<br />
informal com a professora, a mesma relatou que,<br />
em sala de aula, Ana tem escutado mais os colegas<br />
nas rodas de conversa e não impõe tanto suas<br />
vontades, o que não significa que a menina não<br />
continue liderando algumas situações, porém,<br />
passou a respeitar mais as ideias e desejos dos<br />
outros colegas.<br />
Percebemos que Renato evoluiu nos<br />
quesitos concentração e afetividade, pois tem<br />
mostrado mais proximidade com a professora e<br />
colegas de sala, controlando um pouco mais a<br />
agressividade. No fator interação, tanto Ana como<br />
Renato interagem bem com os colegas, por sua vez,<br />
Pedro não evoluiu em relação à expressão oral, pois<br />
continuou sem falar no ambiente escolar. Contudo,<br />
durante as <strong>12</strong> sessões, percebemos que ele passou<br />
a se aproximar mais dos colegas e interagir durante<br />
as brincadeiras, principalmente na sessão com as<br />
caixas e papéis, além de ter se aproximado mais de<br />
Ana.<br />
Sabemos que este avanço se deu<br />
gradativamente e de diferentes formas com cada<br />
uma das crianças analisadas. entretanto, ainda<br />
segundo os relatos da professora, Ana estava<br />
buscando espontaneamente mais contato e<br />
interação com Pedro durante a aula e o recreio.<br />
Consideramos que as crianças poderiam<br />
ter evoluído mais, no entanto, acreditamos que<br />
essas doze sessões deram resultados positivos e<br />
satisfatórios, já que houveram notórias evoluções<br />
nos níveis de interação, afetividade, controle da<br />
agressividade e concentração em sala de aula, por<br />
parte das três crianças.<br />
Esperamos assim, que as evoluções obtidas<br />
a partir dessas sessões sejam mantidas e sirvam de<br />
instrumento para a aquisição de outros fatores de<br />
evolução, pois cremos que essas crianças podem<br />
alcançar um desenvolvimento e uma aprendizagem<br />
ainda mais consistente, tornando-os sujeitos<br />
autônomos.<br />
Nesse sentido, o processo educativo deve<br />
proporcionar a interação entre os alunos a partir<br />
da educação infantil nos diversos contextos de<br />
aprendizagem, com momentos espontâneos,<br />
reconhecendo as características peculiares dos<br />
alunos. Proporcionando a eles interagirem nos
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CIENTÍFICA 62<br />
diversos contextos sociais em meio às danças, jogos,<br />
brincadeiras e manifestações de livre expressão.<br />
5. Considerações Finais<br />
O processo de educação nas instituições de<br />
ensino tem sido uma temática bastante discutida<br />
no cenário educacional, surgem, então, vários<br />
questionamentos e dúvidas sobre as suas práticas<br />
com resultados positivos ou negativos. Ressaltamos<br />
que uma criança ao ser inserida em uma instituição<br />
de ensino regular, deverá não somente ser colocada<br />
nesse ambiente escolar e seguir regras estáticas,<br />
mas necessita interagir nos diversos ambientes e<br />
situações.<br />
Partindo desse pressuposto, é importante<br />
ressaltar a importância das instituições inserirem<br />
em seus currículos a educação psicomotora desde<br />
cedo, ou seja, desde a educação infantil. Que haja<br />
Nos planejamentos devem haver situações que<br />
proporcionem a interação entre os alunos, pois o<br />
que parece atualmente é que não há estratégias ou<br />
ações preocupadas com esse aspecto.<br />
É preocupante o fato das crianças se sentirem<br />
pressionadas e com suas atividades limitadas,<br />
pois o processo educativo de qualidade necessita<br />
ser centrado numa visão de educação integral,<br />
desenvolvendo as habilidades físicas, cognitivas e<br />
afetivas.<br />
Os resultados do nosso estudo de caso<br />
apontam que a interação entre as crianças e as<br />
situações de liberdade de expressão durante<br />
o processo de aprendizagem são essenciais ao<br />
desenvolvimento. Percebeu-se que após as sessões<br />
de psicomotricidade houve notório avanço em<br />
relação a interação entre os três sujeitos, e segundo<br />
a professora no ambiente da sala de aula também.<br />
Após as sessões foi notório que os sujeitos se<br />
mostraram mais afetivos entre si e com os colegas,<br />
e também avançaram em seu nível de concentração<br />
durante as atividades propostas. Infelizmente não<br />
conseguimos que João se comunicasse oralmente,<br />
por sua vez desenvolveu sua autonomia, e também<br />
passou a interagir mais nas brincadeiras em sala e<br />
nos momentos extraclasse.<br />
Portanto, sabemos que a criança necessita<br />
enfrentar muitos obstáculos durante seu processo<br />
de aprendizagem, por isso é necessário que ela se<br />
sinta livre para fazer descobertas, criar e recriar.<br />
É preciso que nossos alunos construam sua<br />
aprendizagem e se sintam livres em momentos e<br />
ambientes prazerosos. Acreditamos que uma das<br />
principais barreiras para a real interação entre as<br />
crianças são os comportamentos agressivos que<br />
afastam os colegas e também a timidez, advinda de<br />
algum fator do contexto social dos sujeitos.<br />
Referências<br />
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE<br />
PSICOMOTRICIDADE. Código de ética<br />
do psicomotricista. Disponível em<br />
acesso em: 16/09/13.<br />
CAMPOS, Dayse. Psicomotricidade Integração<br />
Pais Criança e Escola. Fortaleza: Livro Técnico,<br />
2007.<br />
JOBIM, Ana Paula e ASSIS, ANA Eleonora.<br />
Psicomotricidade: histórico e conceitos. 2008.<br />
Disponível em < http://guaiba.ulbra.br/seminario/<br />
eventos/2008/artigos/edfis/358.pdf > Acesso em<br />
03/08/2013.<br />
LE BOULCH, J. <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> psicomotora. Porto<br />
Alegre: Artes Médicas, 1984.<br />
MORAIS, V.L. “Desenvolvimento Psicomotor”.<br />
2002. Disponível em: www.uniesc.com.br/esp/<br />
etext/psicomotricidade%20e%20educ%20fisica.<br />
doc Acesso 03/08/2002.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
CIENTÍFICA 63<br />
AS CONTRIBUIÇÕES DA FORMAÇÃO CONTINUADA NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO<br />
EDUCADOR INFANTIL<br />
Francisca Nepomucena Moura<br />
franciscanepomucena@gmail.com<br />
RESUMO<br />
O presente artigo investiga como a formação continuada contribui no processo de construção da identidade<br />
profissional do educador infantil, a partir da fundamentação teórica produzida por Ciampa (2005), Gomes<br />
(2009) e Imbernón (2010), considerando que suas ideias em relação ao educador infantil comungam e<br />
afirmam que este profissional se forma na dinâmica de relações, interações, mediações e preposições.<br />
Assim, a construção de sua identidade ocorrerá em um processo social e histórico estando vinculada aos<br />
modos de ser e estar na profissão. A atual Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, Lei nº 9.394/96, definiu<br />
a educação da criança de 0 a 5 anos como primeira etapa de educação básica. Definiu também que para<br />
trabalhar com crianças da creche e pré-escola é necessário ter formação docente. Em termos da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, esses aspectos apontam novas perspectivas para a criança e para o docente. Reconhecer a<br />
importância desta etapa para o desenvolvimento de uma educação de qualidade para as crianças de 0 a<br />
5 anos e demandas existentes nessa ação, torna-se imprescindível em uma formação que atenda às atuais<br />
exigências formativas e, consequentemente, à construção de identidades profissionais. Compreendemos<br />
que a formação para o trabalho educativo junto às crianças envolve uma série de questões relacionadas<br />
à definição da identidade profissional dos que atuam nas instituições de educação infantil. Avançar em<br />
relação a tais questões e de como estas se manifestam no cotidiano do educador infantil possibilitam<br />
ressignificar às práticas formativas além de fomentar ações que favoreçam a construção da identidade<br />
deste profissional.<br />
Palavras-chave: Identidade, Formação Continuada e <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
1.Introdução<br />
A formação de professores vem compondo<br />
a pauta de discussão em diversos eventos<br />
educacionais e documentos oficiais e ainda<br />
se constitui em objeto de estudo na literatura<br />
pertinente a essa temática.<br />
A promulgação da Constituição Federal em<br />
1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
em 1996 propuseram mudanças significativas no<br />
campo educacional. Em relação à <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
ressalta-se a implantação e ou implementação<br />
de ações e políticas relativas ao atendimento da<br />
criança em creche e pré-escola, integração das<br />
instituições que atendem crianças de 0 a 6 anos<br />
aos sistemas educacionais, elaboração de projetos<br />
pedagógicos que considerem as especificidades<br />
infantis, a articulação das instituições com as<br />
famílias, a indissociabilidade do cuidar e do brincar<br />
e a formação específica dos professores.<br />
Tais aspectos revelam a compreensão sobre<br />
os processos envolvidos no desenvolvimento e na
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CIENTÍFICA 64<br />
aprendizagem das crianças pequenas e apontam<br />
para a necessidade da formação dos profissionais<br />
da educação infantil como parte importante<br />
desses processos. Para tanto, a formação do<br />
professor deve contribuir não só para o trabalho<br />
junto à criança, como também para promover o<br />
envolvimento e participação desse profissional<br />
no cotidiano da instituição e na construção do<br />
seu processo identitário considerando que esse<br />
aspecto possibilita ao professor a interiorização e<br />
reconstrução de valores e concepções necessários<br />
ao exercício de sua ação docente com qualidade.<br />
A construção da identidade do educador<br />
infantil envolve aspectos que vão além da formação<br />
específica, pressupõe um processo contínuo de<br />
formação que tenha como referência sua realidade<br />
e os processos vivenciados por esse sujeito.<br />
O ponto de partida para a realização desta<br />
pesquisa é o trabalho desenvolvido como formadora<br />
junto aos educadores infantis em Maracanaú.<br />
Assim, este trabalho tem por objetivo investigar a<br />
formação continuada em serviço desses educadores<br />
analisando como esta contribui para a construção<br />
da identidade dos referidos profissionais.<br />
A atual Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
primeira etapa da educação 9393/96, definiu a<br />
educação da criança de 0 a 6 anos como primeira<br />
etapa da educação básica. Definiu também que<br />
para trabalhar com crianças da creche e pré-escola<br />
é necessário ter formação docente.<br />
Ao fazermos uma retrospectiva acerca<br />
da história do atendimento à criança no Brasil,<br />
percebemos o quanto essa atividade não se<br />
constituía em preocupação pedagógica, era um<br />
atendimento voltado ao assistencialismo. Vista dessa<br />
forma, não se fazia necessário a formação específica<br />
para o trabalho junto às crianças. Concebidas<br />
como lugar de guarda e cuidados, a creche e a préescola<br />
precisavam que alguém olhasse, cuidasse<br />
e alimentasse as crianças. Esses fatores de certo<br />
modo condicionavam que quem se candidatasse a<br />
esse trabalho devia ser do sexo feminino e gostar de<br />
crianças, não havia necessidade de que a candidata<br />
tivesse conhecimentos relativos à infância.<br />
Reconhecendo a importância dos<br />
profissionais da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil para o<br />
desenvolvimento de uma educação de qualidade<br />
das crianças de 0 a 6 anos e as demandas existentes<br />
que essa ação, torna-se imprescindível uma<br />
formação que atenda às atuais demandas formativas<br />
e, consequentemente, a construção de identidades<br />
profissionais.<br />
Com o olhar voltado para essas questões<br />
compreendemos ser necessário investigar – Que<br />
elementos constituem a formação continuada do<br />
professor da educação infantil? Como o professor da<br />
educação infantil vem construindo sua identidade<br />
profissional? Como a formação continuada<br />
contribui no processo de construção da identidade<br />
do educador infantil?<br />
Investigar estes aspectos nos permitem<br />
também compreender as relações entre trajetória<br />
profissional dos educadores infantis e de como<br />
na atividade que exercem utilizam os elementos<br />
teóricos da formação continuada em favor de sua<br />
identidade profissional.<br />
A metodologia a ser utilizada nesse trabalho<br />
contemplará a pesquisa bibliográfica definida por<br />
SEVERINO (2007), (p. <strong>12</strong>2) como:<br />
... aquela que se realiza a partir do registro<br />
disponível, decorrente de pesquisas anteriores,<br />
em documentos, como livros, artigos, teses etc.<br />
ou de categorias teóricas Utiliza-se de dados ou<br />
de categorias teóricas já trabalhados por outros<br />
pesquisadores e devidamente registrados. Os<br />
textos tornam-se fontes dos temas a serem<br />
pesquisados. O pesquisador trabalha a partir<br />
das contribuições dos autores dos estudos<br />
analíticos constantes dos textos. (p.<strong>12</strong>2)<br />
O aporte teórico a referendar essa pesquisa
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CIENTÍFICA 65<br />
se constituirá inicialmente de Nóvoa (1995 e CIAMPA,<br />
2005), (GOMES, 2009), (IMBERNÓN, 2010) suas<br />
ideias em relação ao educador infantil comungam,<br />
ao afirmarem que este profissional forma-se na<br />
dinâmica de relações, interações, mediações e<br />
proposições. Assim, a construção de sua identidade<br />
ocorrerá em um processo social e histórico estando<br />
vinculada aos modos de ser e estar na profissão.<br />
Este artigo está dividido em três seções,<br />
a saber: 1 – A <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil – limites e<br />
possibilidades. 2 – A formação continuada no<br />
contexto pós LDB. 3 – A identidade profissional do<br />
educador infantil.<br />
Acreditamos que além de buscar<br />
compreender a dinâmica estabelecida entre a<br />
formação, os conhecimentos e os profissionais,<br />
é importante analisar os efeitos da formação<br />
continuada no processo identitário do educador<br />
infantil e assim perceber como esta se manifesta<br />
em seu cotidiano possibilitando a ressignificação<br />
das práticas formativas.<br />
2 <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no Brasil – Limites e<br />
Possibilidades<br />
Esta seção se propõe a contextualizar a<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no Brasil. Isso implica em visitar o<br />
passado e fazer um breve histórico do atendimento<br />
educacional ofertado às crianças de 0 a 6 anos<br />
de idade, da função do profissional da educação<br />
infantil neste percurso histórico e assim analisálos<br />
a partir das exigências dos contextos sociais e<br />
políticos vivenciados no país.<br />
No atual contexto, o resgate histórico do<br />
atendimento as crianças na creche e pré-escola<br />
nos impulsionam a vislumbrar novas perspectivas<br />
neste campo, tendo em vista o que já se alcançou<br />
e o que nos cabe avançar no sentido de realizar<br />
um trabalho educativo de qualidade que atenda as<br />
características dessa faixa etária.<br />
Considerando as mudanças no conceito<br />
de criança e de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil surgem novas<br />
exigências quanto à função do profissional<br />
que atua junto à criança pequena. A esse<br />
respeito às contribuições de Vigotsky e Wallon<br />
sobre a aprendizagem e suas implicações no<br />
desenvolvimento infantil nortearam as mudanças<br />
quanto à compreensão e especificidades da criança.<br />
Isso implica em numa nova forma de trabalhar com<br />
este público, daí a importância de um profissional<br />
com formação inicial e continuada no sentido<br />
de proporcionar-lhe a competência pedagógica<br />
necessária a sua ação mediante a relação teoria e<br />
prática.<br />
Na busca de uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil de<br />
qualidade, coerente com as necessidades da<br />
primeira infância, buscamos realizar uma reflexão do<br />
percurso histórico desta etapa básica da educação.<br />
E, a partir da História, compreender melhor os fatos e<br />
as condições em que em <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no Brasil<br />
foi se configurando, pois as condições políticas e<br />
sociais de cada período histórico determinam o que<br />
é possível fazer ou modificar, em cada época, mas<br />
não impossibilita mudanças.<br />
Assim, parafraseando Freire, a História revela<br />
possibilidades e não se fecha ao determinismo.<br />
Consequentemente, impulsiona o desejo e a<br />
necessidade de ir além do que está posto, ultrapassar<br />
a linha imaginária das impossibilidades, vislumbrar<br />
novas perspectivas, e dar um novo curso ao que<br />
anteriormente estava determinado. As questões<br />
relacionadas à infância e à educação sempre<br />
estiveram relacionadas com aspectos históricos,<br />
sociais, políticos, econômicos, éticos e culturais<br />
vigentes em cada época. Observa-se claramente<br />
que os contextos determinam o conceito de infância<br />
e de educação infantil. A esse respeito BUJES (2010)<br />
declara:
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CIENTÍFICA 66<br />
Durante muito tempo, a educação da criança<br />
foi considerada uma responsabilidade das<br />
famílias ou grupo social ao qual ela pertencia.<br />
Era junto aos adultos e outras crianças com as<br />
quais convivia que a criança aprendia a se tornar<br />
membro deste grupo, a participar das tradições<br />
que eram importantes para ele e para dominar<br />
os conhecimentos que eram necessários para a<br />
sua sobrevivência material e para enfrentar as<br />
exigências da vida adulta. Por um bom período<br />
na história da humanidade, não houve nenhuma<br />
instituição responsável por compartilhar esta<br />
responsabilidade pela criança com os seus pais<br />
e com a comunidade da qual estes faziam parte.<br />
(p.13)<br />
Tais considerações nos levam a deduzir, salvas as<br />
devidas proporções, que os conceitos basilares<br />
de criança, de infância e de educação infantil são,<br />
na verdade, construtos históricos e sociais que<br />
se formaram ao longo dos tempos, de acordo<br />
com a maneira que o próprio homem opera essas<br />
categorias em coletividade. No entanto, essas<br />
mudanças nem sempre significam avanço, melhoria.<br />
Em muitos casos, elas atendem parcialmente as<br />
necessidades específicas da população e em relação<br />
à criança pequena e sua educação os entraves são<br />
maiores e perduraram por longa data.<br />
Assim em períodos distintos da história da<br />
humanidade as ideias sobre a infância estavam<br />
relacionadas com a dinâmica social. Na Idade<br />
Média, a criança era considerada um adulto em<br />
miniatura e participava das mesmas atividades<br />
dos adultos, e exercia um papel secundário na vida<br />
familiar até determinada idade. Sua educação era<br />
de responsabilidade da família. (ARIÈS, 1981).<br />
Com o advento da Idade Moderna e ascensão<br />
da burguesia, o conceito de criança passou a<br />
ser entendido como natureza humana. Referido<br />
conceito estava relacionado com a colaboração do<br />
filósofo Jean Jacques Rousseau acerca da natureza<br />
e personalidade da criança. Com a célebre frase<br />
“Respeitai a infância, deixai a natureza agir bastante<br />
tempo antes de resolver agir em seu lugar”. Rousseau<br />
enfatizou que era a criança tinha virtudes próprias e<br />
que o convívio com os adultos a corrompia. Desse<br />
modo era preciso evitar o convívio do infante com<br />
os elementos próprios do mundo adulto. Rousseau<br />
propõe que a criança seja educada à margem da<br />
sociedade, com o fim ser melhor preparada e não<br />
contaminada por ela.<br />
O conceito de criança evoluiu a<br />
partir do século XX com o surgimento da Idade<br />
Contemporânea, no qual os movimentos sociais<br />
sindicais e as produções acadêmicas impulsionaram<br />
o repensar da infância e da forma de atendê-las em<br />
instituições voltadas para a sua educação. A ideia<br />
de que a criança possui características singulares,<br />
com aspectos próprios do desenvolvimento<br />
e aprendizagem. A partir de então entra em<br />
vigor a concepção de criança como um ser em<br />
desenvolvimento.<br />
Diante desta breve retrospectiva histórica<br />
da concepção de infância e educação é importante<br />
considerar o pensamento de OLIVEIRA (2008) a esse<br />
respeito:<br />
“O delineamento da história da educação<br />
infantil por pesquisadores de muitos países<br />
tem evidenciado que a concepção de infância<br />
é uma construção histórica e social, coexistindo<br />
em um mesmo momento múltiplas ideias de<br />
criança e de desenvolvimento infantil. Essas<br />
ideias perpassadas por quadros ideológicos<br />
em debate a cada momento, constituem<br />
importante mediador das práticas educacionais<br />
com crianças até 6 anos de idade na família e<br />
fora dela”. (p.57).<br />
Em relação Brasil, o atendimento às crianças<br />
em creche e pré-escola, por um longo período<br />
ocorreu de forma diversificada e desigual. A creche<br />
era vinculada aos órgãos de assistência social<br />
exercendo a função de guardiã e protetora, já a préescola,<br />
visava à preparação para a alfabetização. Isso<br />
ocorria devido às decisões políticas destinadas a<br />
faixa etária de 0 a 6 anos. Aliado a isso o atendimento
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CIENTÍFICA 67<br />
em creches e pré-escola estava relacionado<br />
também com o ingresso da mulher no mercado de<br />
trabalho. Para Gomes, (2009) esse fator por muito<br />
tempo caracterizou a creche “como uma instituição<br />
substituta do lar materno”.<br />
O trabalho realizado com as crianças<br />
pequenas consistia em práticas voltadas para o<br />
cuidado com ênfase na higiene pessoal, alimentação.<br />
O propósito era tomar conta da criança para que<br />
seus pais pudessem trabalhar despreocupados,<br />
enquanto seus filhos estavam sendo assistidos<br />
com os cuidados básicos fundamentados nas<br />
necessidades de guarda, proteção e nutrição das<br />
crianças de camadas populares. (VIEIRA, 1986). Essa<br />
argumentação evidenciava a concepção de criança<br />
e, consequentemente favorecia o estabelecimento<br />
de políticas públicas e sociais nas quais não se<br />
visavam o atendimento integral à criança.<br />
Superar essa visão requer a quebra de<br />
paradigmas. Compreender que os conceitos de<br />
infância, criança e <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil são construídos<br />
socialmente, e desnaturalizá-los, ou seja, entendêlos<br />
como manifestação de significados, de ideias, de<br />
representações sociais, e valores que se modificam<br />
com o passar do tempo expressando o entendimento<br />
da sociedade acerca desses conceitos.<br />
Caminhar nesta perspectiva representa<br />
se empenhar em lutas sociais que pressione o<br />
estabelecimento de políticas voltadas para o<br />
atendimento das necessidades e especificidades<br />
infantis. Nesse campo, é possível perceber as várias<br />
iniciativas por parte de diversos movimentos<br />
sociais que a partir de persistentes reivindicações<br />
conquistavam alguns direitos em favor da criança.<br />
No entanto, tais conquistas eram limitadas em<br />
virtudes das reais intenções dos programas e<br />
políticas nos quais:<br />
No período dos governos militares pós-1964,<br />
as políticas adotadas em nível federal, por<br />
intermédio de órgãos como o Departamento<br />
nacional da Criança, a Legião Brasileira de<br />
Assistência e a Fundação Nacional do Bem-Estar<br />
do Menor – Funabem, continuaram a divulgar<br />
a ideia de creche e mesmo de pré-escola como<br />
equipamentos sociais de assistência à criança<br />
carente” (OLIVEIRA, 2008, p.107).<br />
Nesse contexto, percebemos que as<br />
mudanças ocorrem em escala muito lenta, a<br />
interpretação e aplicação dos dispositivos da lei<br />
eram feito de forma diferenciada. Assim, às crianças<br />
de baixa renda eram favorecidas com uma educação<br />
assistencialista e compensatória, um paliativo para<br />
amenizar sua carência social e cultural. Infelizmente<br />
uma camada significativa da população devido à<br />
situação difícil em que viviam apoiava tais iniciativas<br />
por parte do governo.<br />
Isso reforçava a realização de programas<br />
sociais dando-lhes a estabilidade necessária para<br />
continuarem em vigor por décadas. Acreditavase<br />
que o atendimento assistencial as camadas<br />
populares proporcionava a formação de hábitos,<br />
de atitudes e de habilidades que de certo modo<br />
amenizavam as desigualdades através da satisfação<br />
de suas necessidades básicas, mesmo que isso<br />
não promovesse aprendizagens e muito menos<br />
favorecesse sua ascensão da condição de submissão.<br />
Na verdade isso nunca foi de interesse do governo.<br />
Contudo, ao findar a ditadura militar em<br />
1985, ocorreram inovações nas políticas nacionais<br />
tendo também efeitos quanto ao atendimento<br />
das crianças em creche. A elaboração em 1986 do<br />
Plano Nacional de Desenvolvimento impulsionou<br />
mudanças quanto à necessidade da existência de<br />
creche para todas as crianças, não só para a mãe<br />
operária. (OLIVEIRA. 2008, p 115).<br />
Após a queda do regime militar a sociedade<br />
brasileira passou a se organizar em prol da<br />
redemocratização do país. Isso repercutiu também<br />
no campo educacional e um fato marcante nesse<br />
processo foi a promulgação da Constituição Federal,<br />
em 1988, que introduz inovações significativas para
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CIENTÍFICA 68<br />
a creche e a pré-escola ao reconhecer a criança<br />
como sujeito de direitos.<br />
A partir deste contexto, se define uma nova<br />
concepção de infância e de educação infantil, e,<br />
consequentemente, se configura a necessidade<br />
de um profissional habilitado e que possua<br />
conhecimentos acerca do desenvolvimento e<br />
aprendizagem infantil.<br />
3 A Formação Continuada dos <strong>Ed</strong>ucadores<br />
Infantis no Contexto Brasileiro pós LDB<br />
É necessário conhecer os elementos da herança<br />
formadora que nos permitem continuar<br />
construindo e oferecer alternativas de inovação<br />
e mudança às políticas de formação. Ninguém<br />
pode negar que a realidade social, o ensino, a<br />
instituição educacional evoluíram e que, como<br />
consequência, os professores devem sofrer uma<br />
mudança radical em sua forma de exercer a<br />
profissão e em seu processo de incorporação e<br />
formação. (IMBERNÓN, 2010, p.13)<br />
No contexto da formação, e. especificamente<br />
no campo da formação continuada dos professores<br />
da educação infantis verificamos o distanciamento<br />
entre o discurso contido nos documentos oficiais,<br />
na legislação, na fundamentação teórica, na prática<br />
efetiva da formação e do trabalho docente.<br />
Desde a promulgação da Constituição<br />
Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases<br />
da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, LDB 9394/96, a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
tem se constituindo em objeto de discussão em<br />
eventos educacionais, políticos pertinentes à<br />
temática, passando também, por deliberações e<br />
encaminhamentos para essa primeira etapa da<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica.<br />
Em seu artigo 29 a LDB trata a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, como a primeira etapa da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Básica, tendo como finalidade o desenvolvimento<br />
integral da criança de zero a seis anos de idade,<br />
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual<br />
e social, complementando a ação da família e da<br />
comunidade.<br />
A mesma Lei estabelece também que o<br />
atendimento à criança deve ser realizado em creches<br />
(até três anos de idade), e em pré-escolas (de quatro<br />
aos seis anos de idade). Em termos da legislação<br />
este é um avanço significativo, principalmente para<br />
a criança.<br />
Para atender as demandas e especificidades<br />
das crianças desta faixa etária é preciso que o<br />
profissional conheça os aspectos referentes ao<br />
desenvolvimento e aprendizagem infantil, bem<br />
como transpor didaticamente esses conhecimentos<br />
de forma coerente com as necessidades das crianças<br />
com as quais trabalha.<br />
Nos períodos anteriores à Constituição de<br />
1988, e da LDB 9394/96, as políticas educacionais<br />
não manifestavam preocupação com a formação das<br />
profissionais que atendiam as crianças da primeira<br />
infância. Isso se dava em virtude da compreensão<br />
limitada quanto às necessidades específicas dos<br />
pequeninos. Consequentemente não se investia na<br />
formação do professor.<br />
Nesse sentido, para trabalhar com crianças<br />
na creche e na pré-escola era preciso somente<br />
gostar de crianças, alimentá-las, e cuidá-las durante<br />
o período em que os pais estavam no trabalho, às<br />
atividades realizadas com elas visavam a realização<br />
de cuidados com sua higiene e alimentação. O<br />
educar não tinha espaço no cotidiano de trabalho.<br />
Mais uma vez, a ausência da formação e a baixa<br />
escolaridade reforçam as políticas e programas<br />
assistencialistas estruturados por órgãos ligados à<br />
promoção do bem-estar social.<br />
O avanço no conceito de criança e as lutas<br />
sociais em busca da garantia do direito do seu<br />
atendimento em creche e pré-escola, desencadearam<br />
um debate sobre a qualidade dessas instituições<br />
trouxe para o centro das discussões a importância e<br />
necessidade de formação e habilitação profissional<br />
do professor da educação infantil.
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CIENTÍFICA 69<br />
Proposta pela Lei de Diretrizes e Bases<br />
da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> de 1996, essa mudança é bastante<br />
significativa para aqueles que atuam na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil, pois adquiriram o reconhecimento como<br />
profissionais com direito à formação. Isso repercutiu<br />
na forma de atendimento na creche, que passou a<br />
contemplar o tripé cuidar, educar e brincar como<br />
direito da criança.<br />
Entretanto, após mais de uma década de<br />
vigência da LDB 9394/96, ainda encontramos nas<br />
instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil professores sem<br />
a formação necessária ao exercício da função. Esta<br />
situação compromete a qualidade do trabalho<br />
pedagógico a ser realizado com os infantes.<br />
A implementação dos aspectos legais é<br />
sempre um desafio. Como marco legal, a legislação<br />
legitima os dispositivos constitucionais referentes<br />
ao campo educacional. Porém os avanços e recuos<br />
advindos da aplicação destes sofrem consequências<br />
dos determinantes sociais. Em resultado dessa<br />
realidade, ainda persistimos em alcançar o êxito<br />
desejado ou acertar o caminho.<br />
Assim, em busca de aproximar as<br />
proposições contidas nas bases legais e sua<br />
materialização, algumas questões como a formação<br />
inicial, a formação continuada, e a identidade do<br />
professor entre outras precisam ser discutidas<br />
e ressignificadas por meio da indagação teórica<br />
mediada pela prática articuladas aos contextos em<br />
que se realizam.<br />
4 A Identidade Profissional do <strong>Ed</strong>ucador Infantil<br />
Quando nos perguntam quem somos,<br />
geralmente respondemos com nossos dados<br />
pessoais, como nome, filiação, local de nascimento,<br />
escolaridade. Esse conjunto de informações está<br />
relacionado com a nossa identidade. A princípio<br />
o nome identifica a pessoa, mas a ele precisam<br />
ser engajados outros elementos que de modo<br />
articulado darão formato a nossa identidade. A este<br />
respeito Santos (2005) relata:<br />
Ao pensarmos como lidar com nosso nome,<br />
percebemos que inicialmente somos chamados<br />
por ele e somente depois nos chamamos, ou<br />
seja, passamos a ter consciência de nós e nosso<br />
nome mesmos. Ocorre, então uma fusão entre<br />
nós e nosso nome e ele passa a ser um símbolo,<br />
algo semelhante a um personagem atribuído.<br />
(p.88)<br />
Nesse sentido, a identidade é construída a<br />
partir das diversas relações estabelecidas em vários<br />
momentos da vida, passando por transformações,<br />
como numa metamorfose que ocorre a partir das<br />
determinações da realidade e pela interrelação<br />
entre o objetivo e o subjetivo.<br />
A esse respeito, Ciampa (2009) afirma que<br />
identidade é a metamorfose, processo contínuo,<br />
constantemente alterado em virtude do movimento<br />
da realidade na qual nos encontramos inseridos.<br />
Esse movimento põe em contato a objetividade e<br />
a subjetividade o que nos leva a assumir diversos<br />
personagens e consequentemente contribui para<br />
as transformações na identidade.<br />
acrescenta:<br />
Corroborando com tal ideia, Santos<br />
Ao tratar de identidade é necessário relacioná-la<br />
a um processo de identificação que construímos<br />
ao longo da vida. Passado, presente e futuro<br />
são elementos da temporalidade que tornam a<br />
identidade concreta. Vivemos um processo de<br />
identificação que permite assumirmos diversos<br />
personagens em nossa relação com o mundo<br />
construindo nossa identidade. (SANTOS, 2005,<br />
p.90).<br />
Tratar de identidade do educador infantil<br />
requer compreensão da influência das condições<br />
históricas, sociais e materiais que contribuíram<br />
para a escolha da profissão de professor. É<br />
oportuno destacar que durante o processo de<br />
constituição da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil como direito<br />
da criança ocorreram inúmeras contradições que
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CIENTÍFICA 70<br />
evidenciaram a desvalorização do educador infantil<br />
pela sociedade. Este aspecto favorecia a ausência de<br />
formação específica para o trabalho com as crianças<br />
da primeira infância.<br />
A análise da construção da identidade do<br />
educador infantil perpassa também pela análise<br />
do contexto social em que esta se constitui. É<br />
importante considerar que a identidade não é algo<br />
estático, imutável. Nesse sentido as contribuições<br />
de (CIAMPA, 2009) nos revelam que a identidade é<br />
algo dinâmico, em constante mutação, socialmente<br />
construída das diversas interações sociais<br />
conduzindo o professor a posicionar-se diante de<br />
novos conhecimentos bem como os utilizando em<br />
sua prática educativa.<br />
Compreendemos que a formação para<br />
o trabalho educativo junto às crianças envolve<br />
uma série de questões relacionadas à definição<br />
da identidade profissional dos que atuam nas<br />
instituições de educação infantil. Avançar em relação<br />
a tais questões e de como estas se manifestam<br />
no cotidiano do educador infantil possibilitam<br />
ressignificar às práticas formativas além de fomentar<br />
ações que favoreçam a construção da identidade<br />
deste profissional.<br />
Portanto, além de buscar compreender a<br />
dinâmica estabelecida entre os conhecimentos e<br />
os profissionais é importante analisar os efeitos e<br />
significados da formação continuada no processo<br />
identitário do educador infantil que ocorre de forma<br />
permanente. Em relação a essa questão, Gomes<br />
afirma:<br />
Uma identidade profissional constrói-se com<br />
base na significação social da profissão; na<br />
revisão constante dos significados sociais da<br />
profissão; na revisão das tradições. Mas também<br />
na reafirmação de práticas consagradas<br />
culturalmente e que resistem a inovações<br />
porque são prenhes de saberes válidos às<br />
necessidades da realidade, do confronto entre as<br />
teorias e as práticas à luz das teorias existentes,<br />
da construção de novas teorias. Constrói-se<br />
também pelo significado de cada professor,<br />
como ator e autor, confere à atividade docente<br />
no seu cotidiano com base em seus valores, seu<br />
modo de situar-se no mundo, suas histórias de<br />
vida, suas representações, seus saberes, suas<br />
angústias e seus anseios”. (GOMES, 2009, p.42).<br />
Segundo a autora, a constituição do sujeito<br />
é um processo social, suas significações e percursos<br />
podem certamente enriquecer o processo<br />
formativo do professor por ampliar as experiências<br />
profissionais e contribuir para o fortalecimento dos<br />
processos identitários, quer pessoal ou profissional.<br />
No exercício profissional a formação continuada é<br />
um espaço adequado para a reflexão da prática, em<br />
que se buscam os significados da ação pedagógica<br />
cotidiana e dos processos envolvidos no<br />
desenvolvimento profissional que podem favorecer<br />
ou dificultar que os professores avancem no que diz<br />
respeito à identidade profissional.<br />
Percebemos então, o quanto é relevante<br />
que os programas de formação continuada se<br />
consolidem como espaço de trocas de experiência,<br />
de escuta, de oportunidades em sentido pessoal<br />
e profissional. A identidade profissional é<br />
potencializada, enriquecida por novas experiências.<br />
E, apesar de serem processos distintos, a identidade<br />
e a formação profissional se efetivam paralelamente,<br />
sendo necessário mediar a relação entre os sujeitos<br />
e o objeto da formação.<br />
Em virtude da complexidade que envolve<br />
a ação pedagógica do educador infantil no<br />
trabalho junto às crianças pequenas é preciso<br />
reconhecer a importância do professor nesse<br />
processo. Acreditamos que um dos caminhos para<br />
isso é investir na formação e no desenvolvimento<br />
profissional, um processo constante e inacabado<br />
que impulsiona ir além do que se encontra posto,<br />
determinado e assim favorecer ao educador infantil<br />
a construção de sua identidade profissional.
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CIENTÍFICA 71<br />
Considerações Finais<br />
A realização deste trabalho proporcionou<br />
uma reflexão mais sistematizada acerca dos<br />
elementos pertinentes à formação continuada e<br />
sua contribuição na construção de sua identidade<br />
profissional.<br />
A abordagem da temática ancorada em<br />
concepções construídas a partir de diversos<br />
contextos históricos, sociais, culturais, educacionais<br />
e outros foi bastante significativa, uma vez que<br />
trouxe para o centro das discussões conceitos,<br />
percepções e contribuições teóricas que conduziram<br />
à compreensão da inter-relação e articulação entre<br />
estes.<br />
A história da infância, da educação infantil e<br />
da formação do professor desta etapa da educação<br />
é marcada por lutas sociais, conquistas, empecilhos,<br />
definições na lei e incoerência entre estas e sua<br />
efetivação.<br />
A participação dos atores sociais em diversos<br />
contextos históricos possibilitou o reconhecimento<br />
da criança como sujeito de direitos, a inclusão<br />
da educação infantil nos sistemas de ensino, e a<br />
definição da necessidade de formação inicial para o<br />
professor da educação infantil devendo se constituir<br />
em um processo de formação continuada.<br />
Portanto, a compreensão desses aspectos<br />
e do que foi possível fazer, nos impulsiona a<br />
perseverar, a propor caminhos para a formação<br />
continuada e que esta contribua para a construção<br />
de uma educação infantil de qualidade para as<br />
crianças e educadores.<br />
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profissional. 9 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. Artigo<br />
Publicado por <strong>Ed</strong>UECE/ ABEU, 2013.
<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
CIENTÍFICA 72<br />
O COORDENADOR PEDAGÓGICO NO CONTEXTO DA CRECHE: UM PERFIL DE FORMADOR EM<br />
CONSTRUÇÃO<br />
<strong>Ed</strong>lane de Freitas Chaves<br />
edlanefc@hotmail.com<br />
RESUMO<br />
Este trabalho apresenta um recorte da pesquisa: “O Coordenador Pedagógico como Formador na Instituição<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”, que teve como foco de estudo a atuação desse profissional na primeira etapa da<br />
educação básica, a partir da proposta de formação continuada do Projeto Paralapracá, no contexto de<br />
duas instituições educacionais do município de Maracanaú-CE. O artigo tem como objetivo apresentar<br />
a percepção do coordenador pedagógico da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil diante da função de formador. A referida<br />
discussão fundamenta-se nas concepções teóricas de autores como Nóvoa (1992), Dourado (2002),<br />
Bondioli (2004), Imbernón (2010), Fusari (20<strong>12</strong>), Garrido (20<strong>12</strong>), Placco e Souza (20<strong>12</strong>), Oliveira-Formosinho<br />
(2001), Kramer (2008), Corsino (2008) e Zen (20<strong>12</strong>). Sendo esta investigação do tipo qualitativa, a entrevista<br />
semi-estruturada foi a principal técnica de pesquisa utilizada para a coleta dos dados, seguida das análises<br />
de seus resultados, os quais revelaram que a experiência das coordenadoras com a formação continuada<br />
despertou o interesse em aprofundar os estudos voltados para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, assim como para a<br />
preocupação em desenvolver um perfil de formador nas vivências formativas e no acompanhamento<br />
pedagógico junto aos professores, no sentido de contribuir com a melhoria da qualidade das ações<br />
educativas no contexto da creche.<br />
Palavras-chave: Coordenador Pedagógico; Formação Continuada; <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
1. Introdução<br />
No contexto escolar atual, o Coordenador<br />
Pedagógico tem ocupado importante espaço na<br />
composição das equipes de profissionais que fazem<br />
parte das instituições educacionais. A discussão<br />
acerca da função ocupada por esse profissional é<br />
um fator relevante para que se possa compreender<br />
a essência e as responsabilidades das atividades<br />
que desempenha, assim como para o entendimento<br />
acerca desse papel pelos demais profissionais da<br />
escola.<br />
O Coordenador Pedagógico assume um<br />
importante papel dentro da instituição escolar,<br />
visto que seu trabalho necessita de uma função<br />
mediadora, no sentido de ajudar o grupo de<br />
professores e comunidade escolar a compreender e<br />
construir os significados das propostas curriculares,<br />
como também para o desenvolvimento da formação<br />
junto aos professores, como forma de contribuir<br />
com os processos pedagógicos.<br />
Nessa perspectiva, este artigo tem como<br />
objetivo apresentar a percepção do Coordenador<br />
Pedagógico da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil na função de
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formador no contexto da creche. Trata-se de um<br />
recorte da pesquisa intitulada “O Coordenador<br />
Pedagógico como Formador na Instituição<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil”, que originou-se a partir<br />
das inquietações manifestadas na trajetória<br />
profissional como formadora de professores e de<br />
Coordenadores Pedagógicos, como também dos<br />
estudos e discussões realizados durante o Curso<br />
de Especialização em Coordenação Pedagógica da<br />
UFC Virtual , aspectos que motivaram a realização<br />
deste trabalho.<br />
A experiência com o Projeto Paralapracá ,<br />
através da proposta de formação continuada na<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil voltada para os Coordenadores<br />
Pedagógicos no município de Maracanaú (lócus da<br />
pesquisa), também foi um elemento importante<br />
que justificou a escolha pela referida investigação.<br />
As concepções teóricas de Dourado (2002),<br />
Bondioli (2004), Fusari (20<strong>12</strong>), Garrido (20<strong>12</strong>), Placco<br />
e Souza (20<strong>12</strong>), Nóvoa (1992), Imbernón (2010),<br />
Oliveira-Formosinho (2001), Kramer (2008), Corsino<br />
(2008) e Zen (20<strong>12</strong>) fundamentaram as discussões<br />
apresentadas neste artigo.<br />
O estudo a que se propôs a referida<br />
investigação recorreu à utilização de entrevista<br />
semi-estruturada como técnica de pesquisa,<br />
realizada com duas coordenadoras pedagógicas<br />
no contexto da realidade investigada. Dessa forma,<br />
com esse estudo pretendemos contribuir com as<br />
discussões que abordam a atuação do Coordenador<br />
Pedagógico como formador na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil,<br />
sobretudo no ambiente da creche.<br />
Nessa perspectiva, no sentido de contemplar<br />
os aspectos de fundamentação teórica e o percurso<br />
metodológico utilizados na referida pesquisa,<br />
este artigo foi organizado conforme segue: 1. O<br />
Coordenador Pedagógico no contexto da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil; 2. O contexto da pesquisa e seu percurso<br />
metodológico; 3. Os resultados e sua discussão; 4.<br />
Considerações; e, 5. Referências.<br />
1. O Coordenador Pedagógico no contexto<br />
da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
Considerando o percurso da história da<br />
infância, durante muito tempo a educação da<br />
criança era considerada como responsabilidade<br />
exclusiva das famílias ou dos grupos sociais a que<br />
ela pertencia. Atualmente, com as transformações<br />
históricas, políticas, teóricas e sociais, a educação<br />
destinada a crianças de zero a cinco anos tem<br />
evoluído no que se refere à garantia dessa educação<br />
enquanto um direito.<br />
Assim, é relevante destacar como um marco<br />
legal e importante desta evolução no âmbito<br />
da educação, a inclusão da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
na Lei de Diretrizes e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> (LDB<br />
9394/1996) em seu Artigo 29, considerando-a como<br />
direito das famílias e dever do Estado, visando<br />
o desenvolvimento integral da criança de zero<br />
a seis anos, em seus aspectos físico, psicológico,<br />
intelectual e social, passando a integrar a educação<br />
básica que tem por finalidade o desenvolvimento<br />
integral da criança de zero a cinco anos de<br />
idade complementando a ação da família e da<br />
comunidade. (BRASIL, 1996).<br />
Desse modo, as instituições com <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil devem priorizar práticas de educação e<br />
de cuidados que possibilitem o desenvolvimento<br />
e a aprendizagem das crianças, integrando os<br />
aspectos cognitivo, afetivo, social, linguístico,<br />
motor do desenvolvimento infantil, respeitando<br />
as especificidades, de acordo com cada faixa<br />
etária. Esses aspectos são destacados por Oliveira-<br />
Formosinho (2001) como a globalidade da<br />
educação da criança pequena, e colocam em<br />
evidência a importância do papel do professor e de<br />
sua formação para atuar nesta etapa de educação.<br />
A discussão de Kramer (2008), também<br />
aborda a importância da formação docente como<br />
prática relevante para a boa qualidade das ações
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pedagógicas na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. Nesse percurso,<br />
ao compreender como a criança se desenvolve,<br />
o adulto desempenha um importante papel no<br />
acompanhamento e na mediação das experiências<br />
junto às crianças.<br />
Tendo em vista o referido contexto, o<br />
Coordenador Pedagógico é considerado como<br />
o profissional que tem como atribuições a<br />
articulação, coordenação, acompanhamento,<br />
supervisão e orientação, no sentido de subsidiar<br />
o desenvolvimento do trabalho pedagógico a ser<br />
desenvolvido no cotidiano da instituição escolar.<br />
Nesse sentido, o Coordenador Pedagógico<br />
assume junto à equipe de professores, a importante<br />
tarefa na articulação das práticas pedagógicas que<br />
envolvem os aspectos que compõem a realidade<br />
de educação e cuidados voltados para a criança<br />
pequena. Para isso, ele necessita de saberes<br />
que possibilitem compreender os processos de<br />
desenvolvimento e de aprendizagem das crianças,<br />
assim como estar atento à condução das práticas<br />
pedagógicas junto aos professores.<br />
1.1. O Coordenador Pedagógico: um<br />
formador em construção<br />
Na instituição de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil é<br />
fundamental a presença de um Coordenador<br />
Pedagógico consciente de seu papel, que reconheça<br />
a importância de investir tanto em sua formação<br />
como no incentivo à formação da equipe docente.<br />
Desse modo, reconhece-se que a formação<br />
continuada deve oferecer os fundamentos teóricos,<br />
para que se possam construir conhecimentos<br />
pedagógicos significativos e coerentes com as<br />
práticas educativas que o professor precisará para<br />
conduzir o seu fazer profissional. Nessa perspectiva,<br />
esse trabalho destacou a formação continuada<br />
de Coordenadores Pedagógicos que atuam na<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, como formadores dos professores<br />
no espaço das instituições.<br />
Na discussão proposta por Imbernón (2010)<br />
acerca da formação continuada de professores, o<br />
autor define a formação como “toda intervenção<br />
que provoca mudanças no comportamento, na<br />
informação, nos conhecimentos, na compreensão<br />
e nas atitudes dos professores em exercício”<br />
(IMBERNÓN, 2010, p.115). Considerando a<br />
perspectiva do referido autor e levando para o<br />
âmbito da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, as especificidades<br />
que envolvem o mundo da criança requerem uma<br />
maior dedicação e compreensão por aqueles que<br />
direta ou indiretamente convivem com essa etapa<br />
da educação básica.<br />
Portanto, é imprescindível a existência de<br />
intervenções, por meio da formação continuada,<br />
que possibilitem o desenvolvimento de saberes e<br />
atitudes específicos para fundamentar o trabalho<br />
do professor, visto que,<br />
são as ações de profissionais comprometidos,<br />
e em permanente formação e supervisão,<br />
que possibilitarão que seja atingido o<br />
objetivo geral da educação infantil, de<br />
proporcionar desenvolvimento integral e<br />
integrado das crianças, complementando a<br />
ação da família” (CORSINO, 2008, p. 216).<br />
A importância deste tipo de intervenções<br />
por meio da formação continuada faz parte das<br />
atribuições pertinentes à função do Coordenador<br />
Pedagógico, no seu papel de formador junto aos<br />
professores, como encontra-se destacada na citação<br />
a seguir:<br />
Para realizar bem o seu trabalho como formador,<br />
o coordenador pedagógico precisa ganhar a<br />
confiança dos professores e colocar-se no lugar<br />
de parceiro. A dimensão subjetiva da formação<br />
dos professores não é menos importante do<br />
que as outras, pelo contrário, o coordenador<br />
pedagógico precisa estabelecer com seus<br />
professores uma relação que permita uma<br />
discussão honesta sobre os desafios da sala de<br />
aula. (ZEN, 20<strong>12</strong>, p. 10)
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Sendo um parceiro mais experiente, o<br />
Coordenador Pedagógico, em sua função de<br />
formador na instituição, deve ser capaz de envolver<br />
o grupo numa rede de confiança e de reciprocidade,<br />
em que o trabalho pedagógico deve ser construído<br />
coletivamente, de tal forma que venha a contribuir<br />
e ampliar o trabalho cooperativo, buscando, por<br />
meio dele, qualificar a atuação destes profissionais<br />
em sala de aula.<br />
Nesse sentido, o trabalho do Coordenador<br />
Pedagógico requer percepção e sensibilidade para<br />
identificar as necessidades dos professores e das<br />
crianças, tendo que se manter sempre atualizado,<br />
buscando fontes de informação e refletindo sobre<br />
sua prática, assim como destaca Nóvoa (1992, p. 36)<br />
“a experiência não é nem formadora nem produtora.<br />
É a reflexão sobre a experiência que pode provocar<br />
a produção do saber e a formação”.<br />
Essa discussão também é abordada por<br />
Kramer e Nunes (2013. p. 40), para quem “a formação<br />
em serviço é necessária não apenas para aprimorar<br />
a ação profissional, mas também para orientar<br />
e agregar valor à profissão docente, já que é no<br />
diálogo que esses educadores constroem saberes<br />
e ressignificam a prática”. Nessa perspectiva, a<br />
formação continuada tem papel importantíssimo,<br />
pois visa incentivar, tanto no Coordenador<br />
Pedagógico como na equipe de professores, no<br />
desenvolvimento de uma postura de sujeitos<br />
críticos, reflexivos e transformadores, capazes de<br />
refletir sobre suas ações de forma madura, sensível<br />
e profissional.<br />
Desse modo, os saberes produzidos<br />
nesse processo de formação devem possibilitar a<br />
ampliação das experiências, no sentido de produzir<br />
avanços no que se refere às práticas pedagógicas<br />
mais significativas e relevantes para atender as<br />
demandas específicas da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
2. Contexto da pesquisa e o percurso<br />
metodológico<br />
Os programas de formação continuada para<br />
os professores devem proporcionar uma formação<br />
em serviço, que os possibilite repensar as suas<br />
práticas, analisando suas necessidades diante do<br />
seu cotidiano de atuação, tendo como base os<br />
referencias teóricos que permitam entender melhor<br />
a realidade, visto que, “a teoria é constitutiva da<br />
prática e a prática, da teoria; ambas se apóiam e<br />
se retroalimentam. [...] uma experiência formativa<br />
deve inspirar-se numa teoria, em conhecimentos<br />
científicos que a sustentam” (PARALAPRACÁ, 2013,<br />
p. 23).<br />
Nessa perspectiva, convém apresentar<br />
o contexto de realização desta pesquisa, que<br />
investigou a atuação de coordenadoras pedagógicas,<br />
a partir das suas experiências de formação<br />
continuada proposta pelo projeto Paralapracá em<br />
um município do Ceará. O referido projeto faz<br />
parte do Programa de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil do Instituto<br />
C&A e nasceu do compromisso de contribuir para a<br />
melhoria da qualidade do atendimento às crianças<br />
desta etapa de ensino pelos municípios do Brasil.<br />
Portanto, o projeto trabalha com duas linhas de<br />
ação complementares e articuladas: a formação<br />
continuada de educadores e o acesso a materiais<br />
de qualidade, tanto para as crianças quanto para os<br />
profissionais que atuam nesta etapa de educação.<br />
A referida proposta de formação considera<br />
os coordenadores como “agentes de mudanças por<br />
excelência”, e com essa ideia investe de maneira<br />
efetiva na formação desse profissional, para que<br />
ele possa exercer a função de formador no espaço<br />
escolar, com vistas à proposição de mudanças<br />
significativas no cotidiano desses sujeitos, assim<br />
como no espaço escolar (PARALAPRACÁ, 2013, p.<br />
08).
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CIENTÍFICA 76<br />
O lócus escolhido para esta pesquisa foi<br />
o município de Maracanaú, localizado na região<br />
metropolitana de Fortaleza, que implementou<br />
essa parceria tendo como foco a formação de<br />
Coordenadores Pedagógicos que trabalham em<br />
instituições que atendem esta etapa de educação,<br />
para atuarem como formadores dos professores de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil nesses espaços.<br />
No sentido de responder às questões desta<br />
investigação, que demanda entender os desafios<br />
presentes na atuação do Coordenador Pedagógico<br />
como formador no contexto da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil,<br />
sobretudo na realidade da creche, a pesquisa<br />
foi realizada em duas instituições que atendem<br />
crianças de zero a três anos em tempo integral, na<br />
rede municipal de educação já mencionada.<br />
Considerada como uma importante<br />
fonte de informações, o uso da entrevista semiestruturada<br />
neste trabalho se configurou como um<br />
instrumento de interação entre pesquisador e o<br />
objeto de pesquisa, “em que o entrevistado tem a<br />
possibilidade de discorrer sobre o tema em questão<br />
sem se prender à indagação formulada” (MINAYO,<br />
2007, p. 64).<br />
A motivação para a escolha das creches<br />
como lócus desta pesquisa se justificou devido<br />
à peculiaridade do atendimento que realizam,<br />
visto que são instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
que recebem matrículas de crianças a partir de<br />
seis meses de vida até os três anos de idade. Outra<br />
característica desse contexto para a referida escolha<br />
diz respeito à dupla função ocupada por um único<br />
profissional, que atua tanto na Direção (Gestor<br />
Geral), quanto na Coordenação Pedagógica de<br />
creche. Esta é uma realidade importante de ser<br />
destacada e que justifica a escolha por esses lócus<br />
e sujeitos de pesquisa.<br />
Dessa forma, o Gestor Geral e<br />
também Coordenador Pedagógico tem como<br />
responsabilidades nas suas funções tanto as<br />
questões burocráticas e de funcionamento geral<br />
da instituição, quanto a coordenação das ações<br />
pedagógicas com atuação também na formação<br />
dos professores e no acompanhamento das práticas<br />
pedagógicas. Assim, para a escolha do lócus<br />
desta pesquisa, foram determinados os seguintes<br />
critérios: a) ser instituição de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
com atendimento às crianças de zero a três anos<br />
em tempo integral; b) estar inserida na formação<br />
continuada do Projeto Paralapracá; c) aceitar<br />
participar da referida pesquisa.<br />
Desse modo, no sentido de caracterizar<br />
o lócus investigado, o quadro a seguir apresenta<br />
as informações acerca das duas creches onde a<br />
pesquisa foi realizada, estão representadas por<br />
meio de numerais: Creche 01 e Creche 02, conforme<br />
o quadro, a seguir:<br />
Quadro I: Caracterização do Lócus da Pesquisa:<br />
Creche 01 e Creche 02<br />
Fonte: Campo de pesquisa (dados referentes o ano letivo de<br />
2014 - período de realização da pesquisa)<br />
Nesse contexto, como sujeitos<br />
participantes da pesquisa foram escolhidas as<br />
duas Coordenadoras Pedagógicas que trabalham<br />
nas respectivas creches de tempo integral da rede<br />
municipal investigada. Para a escolha dos sujeitos<br />
desta pesquisa foram determinados como critérios:<br />
a) a atuação na Coordenação Pedagógica de<br />
instituição de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil com atendimento<br />
às crianças de zero a três anos em tempo integral;<br />
b) participação na formação oferecida pelo Projeto
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CIENTÍFICA 77<br />
Paralapracá durante o ano de 2014; c) Aceitar<br />
participar da referida pesquisa. Desse modo,<br />
considerando o sigilo dos sujeitos da pesquisa, as<br />
duas Coordenadoras Pedagógicas participantes da<br />
pesquisa estão apresentadas como CP1 e CP2.<br />
Convém destacar ainda, que a escolha de<br />
instituições de uma rede pública como lócus para<br />
a realização desta pesquisa, justificou-se pelo<br />
contexto de coordenação pedagógica abordado<br />
nesse trabalho, como também, especialmente<br />
pelo fato de ter compromisso ético e político com<br />
a educação pública, tanto no âmbito profissional,<br />
quanto de minha formação escolar e acadêmica.<br />
3. Resultados e discussão<br />
3.1. Como acontece a formação do Projeto<br />
Paralapracá?<br />
Conforme já mencionado neste texto, os<br />
encontros de formação continuada do Projeto<br />
Paralapracá são direcionados às coordenadoras<br />
pedagógicas que trabalham nas instituições com<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. No município investigado, trinta<br />
coordenadoras pedagógicas participavam desse<br />
processo, das quais vinte e três da rede municipal e<br />
sete são da rede de creches contratadas.<br />
Esses momentos com as coordenadoras<br />
acontecem duas vezes por mês, com carga horária<br />
de quatro horas cada um. Assim, desde o início<br />
do projeto, em 2013, até o período da realização<br />
desta pesquisa aconteceram um total de vinte e<br />
quatro encontros de formação, totalizando uma<br />
carga horária de noventa e seis horas até o referido<br />
momento. Diferentes eixos já foram trabalhados<br />
nas formações, tais como os intitulados a seguir:<br />
Assim se brinca, Assim se explora o mundo e Assim<br />
se faz arte. Durante o mês em que esta pesquisa foi<br />
realizada, aconteceria ainda o primeiro encontro do<br />
eixo Assim se organiza o ambiente.<br />
Os espaços onde esses encontros acontecem<br />
com as coordenadoras são variáveis, visto que<br />
dependem da pauta de formação, assim como<br />
da disponibilidade de locais e do calendário de<br />
formação do município. Assim, estes acontecem<br />
tanto em espaços internos, seja na própria secretaria<br />
de educação ou em salas de outras instituições do<br />
município, como em espaços externos (museus,<br />
sítios, centros culturais etc.) escolhidos de acordo<br />
com a programação definida. A referida experiência<br />
pode ser constatada na fala da CP1 entrevistada:<br />
[...] Também tem as aulas de campo, em que nós<br />
já fomos para o Dragão do Mar, nós já visitamos<br />
um sítio. De acordo com o tema que está sendo<br />
trabalhado, aí é feita a visita. Quando a gente<br />
estava trabalhando o brincar, nós visitamos a<br />
exposição de brinquedos do Dragão do Mar.<br />
Quando a gente estava trabalhando ‘Assim<br />
se explora o mundo’, nós fomos a um sítio. No<br />
‘Assim se faz arte’, nós fomos ao Museu do Ceará<br />
onde visitamos as obras do artista Ernani Pereira<br />
(artista cearense). Estou esperando agora, para<br />
ver como será no eixo ‘Assim se organiza o<br />
ambiente’, que é a próxima formação. (CP1)<br />
Nesse contexto, um aspecto interessante<br />
e rico desses momentos é que, de acordo com<br />
o tema do eixo da formação a ser trabalhado,<br />
diferentes espaços já puderam ser explorados pelas<br />
coodenadoras, vivência que condiz com a afirmação<br />
de Domingues (2014, p. 71), quando destaca que “as<br />
trocas de experiências tornam-se tão singulares e<br />
particulares como cada espaço educativo”.<br />
Os encontros de formação com as<br />
coordenadoras são planejados e conduzidos pela<br />
assessora pedagógica do Projeto Paralapracá, que<br />
conta com a parceria e apoio da equipe técnica de<br />
educação infantil da secretaria de educação, visto<br />
que, “para que a formação ocorra em consonância<br />
com as reais necessidades da intituição é importante<br />
planejar a partir de um diagnóstico das demandas<br />
e envolver os profissionais nesse processo”<br />
(PARALAPRACÁ, 2013, p. 41).
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CIENTÍFICA 78<br />
As metodologias utilizadas nos encontros e a<br />
organização dos ambientes são aspectos planejados<br />
de acordo com as demandas percebidas e com as<br />
experiências que embasam essa necessidade. A<br />
CP2, em seu relato, ressalta acerca da importância<br />
desses elementos e do cuidado com o planejamento<br />
da formação:<br />
A organização do ambiente, o baú, os materiais,<br />
os fantoches, fica muito bonito. A gente se sente<br />
bem, enche os olhos e estimula. Todo mundo<br />
fica lá tirando fotos e postando. E da mesma<br />
forma que ela (a assessora do projeto) faz pra<br />
gente eu tento fazer na instituição pra que fique<br />
um ambiente bem agradável, que as professoras<br />
se sintam à vontade e que visualizem a criança.<br />
Pensar como as crianças se sentiriam diante<br />
daquele ambiente todo organizado para elas.<br />
Eu pelo menos fico encantada com as coisas<br />
que vejo, com os livros diferentes, as historinhas,<br />
enfim, eu fico imaginando que na nossa época<br />
não tinha e hoje tem tantas coisas diferentes<br />
que nossas crianças têm oportunidade de ver, e<br />
conhecer. (CP2)<br />
Convém ressaltar que, conforme a proposta<br />
do projeto Paralapracá, existe uma preocupação em<br />
envolver os participantes nesse processo, tanto no<br />
início como no percurso de todo o projeto, “a fim<br />
de que se sintam mobilizados, desejosos de fazer<br />
parte do processo formativo e, especialmente,<br />
respeitados nos seus saberes e nas suas demandas”<br />
(PARALAPRACÁ, 2013, p. 41). Desse modo, convém<br />
destacar que os assuntos são abordados pela<br />
assessora de forma instigadora, provocativa e<br />
reflexiva, considerando como ponto de partida<br />
os eixos propostos no projeto e a realidade das<br />
instituições, conforme também relata a CP2, a<br />
seguir:<br />
Eu acredito que o olhar da assessora é muito<br />
importante e ela nos cobra muito. Ela chegou<br />
pra dizer assim: vamos fazer! Arregaça as<br />
mangas que a coisa tem que acontecer. Eu sinto<br />
que com ela é desse jeito, eu quero e eu vou<br />
fazer. Pra gente que está como formadora, até<br />
pra quem tem um certo tempo de experiência<br />
com educação infantil como eu é tudo novo e<br />
instigador. (CP2)<br />
Ainda no que diz respeito à fundamentação<br />
teórica que norteia os planejamentos dos encontros,<br />
é importante ressaltar que esta é orientada por<br />
materiais elaborados pelo próprio projeto, tais como<br />
os cadernos de orientação e experiências vídeos,<br />
registros de formação nas instituições, assim como<br />
por livros de autores nacionais e internacionais<br />
que estão disponíveis no baú do projeto, que<br />
tratam dos temas que abrangem os processos de<br />
desenvolvimento e aprendizagem das crianças e as<br />
práticas pedagógicas na educação infantil.<br />
No que se refere à formação que acontece nas<br />
instituições com educação infantil, estas também<br />
são quinzenais ou de acordo com cada realidade.<br />
O Coordenador Pedagógico tem autonomia para<br />
elaborar a pauta de formação de acordo com as<br />
orientações recebidas da assessoria do projeto<br />
e considerando as necessidades observadas no<br />
contexto escolar em questão, assim como relatam<br />
as CP1 e CP2 respectivamente, sobre as suas<br />
experiências com a formação nas creches onde<br />
atuam:<br />
No começo do módulo, na organização da<br />
agenda eu procuro já dar indicações do que<br />
elas têm pra pesquisar dentro da creche e<br />
procuro ver também se tem alguma coisa na<br />
internet onde é que elas podem pesquisar, até<br />
pra facilitar na questão do tempo. Aí na primeira<br />
agenda eu já coloco até o menu do que elas<br />
têm para pesquisar. Também costumo fazer<br />
outras atividades antes do dia, já voltadas para<br />
o tema “que a gente chama preparando para o<br />
Paralapracá”, porque aí elas já vão percebendo<br />
mais ou menos o que as espera, já vão fazendo<br />
um trabalho voltado pra aquilo dali (CP1).<br />
Primeiro eu preparo a escola para a formação<br />
dos professores, porque a gente prepara os<br />
professores para que depois eles possam<br />
realizar com as crianças. O interessante é que<br />
elas vivenciem também o que eu vivenciei,<br />
para que elas possam também vivenciar com as<br />
crianças. Volto entusiasmada da formação, vou
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CIENTÍFICA 79<br />
para o computador fazer a pauta, onde eu penso<br />
o que é que eu vou trazer de novidade para as<br />
meninas (professoras). [...] eu tento me espelhar<br />
na “...” (nome da assessora do programa), porque<br />
ela pra mim é o exemplo ali. O que ela faz com<br />
a gente, eu observo o que é sempre diferente e<br />
tento fazer com as meninas (professoras). Então,<br />
eu coloco na pauta o momento da acolhida que<br />
é sempre uma brincadeira, aí eu coloco na hora<br />
das discussões um vídeo, procuro trazer alguma<br />
vivência do que realmente aconteceu lá na<br />
nossa formação, mostrando outras realidades<br />
apresentadas nos vídeos. Isto é, mostrando pra<br />
elas que, o que funciona no lugar A, B ou C, aqui<br />
também pode funcionar. É necessário que elas<br />
vejam que, mesmo com poucos recursos outras<br />
instituições estão conseguindo fazer. Então é<br />
bom ver e tentar fazer (CP2).<br />
Conforme as perspectivas evidenciadas<br />
pelas CP1 e CP2, é relevante apresentar as afirmações<br />
de Garrido (20<strong>12</strong>), que, ao mencionar acerca da<br />
importância do coordenador enquando formador,<br />
destaca o papel desse profissional em “subsidiar e<br />
organizar a reflexão dos professores sobre as razões<br />
que justificam suas opções pedagógicas e sobre as<br />
dificuldades que encontram para desenvolver seu<br />
trabalho” (GARRIDO, 20<strong>12</strong> p. 09).<br />
Nessa perspectiva, é importante destacar que<br />
o coordenador pedagógico deve ser incentivador<br />
do grupo de professores, proporcionando o<br />
acesso à fundamentação teórica a ser discutida e<br />
refletida, como também possibilitando o acesso as<br />
experiências significativas, “favorecendo a tomada<br />
de consciência dos professores sobre suas ações e<br />
o conhecimento sobre o contexto escolar em que<br />
atuam” (GARRIDO, 20<strong>12</strong>, p. 09), considerando ainda<br />
as práticas pedagógicas relevantes para o contexto<br />
da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
3.2. Contribuição do Projeto Paralapracá na<br />
formação do Coordenador Pedagógico na sua<br />
atuação como formador na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
Diante do desafio que foi lançado<br />
às coordenadoras pedagógicas a partir do<br />
Projeto Paralapracá, de também atuarem como<br />
formadoras no espaço escolar, principalmente<br />
para as que atuam nas creches de tempo integral,<br />
estas passaram a viver um período de intensas<br />
aprendizagens e transformações. A cada encontro<br />
de formação vivenciado, algumas mudanças<br />
passaram a acontecer tanto no que se refere às suas<br />
posturas como formadoras e coordenadoras, como<br />
no cotidiano da instituição com as suas respectivas<br />
equipes de professoras.<br />
Conforme os relatos das CP1 e CP2, a principal<br />
contribuição da formação do Projeto Paralapracá<br />
no trabalho do coordenador pedagógico refere-se<br />
à importância e à necessidade de voltar a estudar, o<br />
que explicitam nos depoimentos a seguir:<br />
Eu digo que uma das coisas que essa<br />
formação trouxe pra nós é a questão de nos<br />
conscientizarmos do quanto a gente tem que<br />
estudar. Na história dos registros, que se fala da<br />
dificuldade do professor de fazer registro. Esse<br />
registro aqui né?! (se reportando a um registro<br />
de atividades das professoras, que entregou<br />
à pesquisadora para ler antes de iniciar a<br />
entrevista). [...] E nessas coisas a formação tem<br />
ajudado muito, principalmente na questão de<br />
registrar. [...] Então dentro da formação a gente<br />
tem despertado para coisas que vem sendo<br />
colocadas, que a gente vem estudando sobre<br />
isso, mas que não se conseguia sistematizar<br />
(CP1).<br />
Acredito que aos poucos algumas professoras<br />
vão fazendo vai devagarzinho... Eu vejo que já<br />
está melhorando, mas eu acredito que com a<br />
continuidade as coisas vão dando certo. [...]<br />
A gente sabe que dentro das escolas de um<br />
modo geral, muitas idéias ‘tradicionais’ ainda<br />
estão muito grudadas no contexto da educação<br />
infantil. Com a formação há um estranhamento<br />
com o que se está aprendendo tanto pelos<br />
professores, quanto pelos gestores. Eu vejo<br />
como se fosse uma especialização pra mim. Eu<br />
estou me sentindo num curso de especialização.<br />
Onde todos os dias eu descubro coisas novas. E<br />
esse material do Paralapracá, os livros - porque<br />
cada eixo tem dois livros do formador - dentro<br />
desses livros tem experiências de outras escolas,<br />
de outros estados e tem textos riquíssimos de
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CIENTÍFICA 80<br />
apoio que sempre usamos na formação. Sempre<br />
estou usando eles como base para trabalhar na<br />
formação com as professoras (CP2).<br />
A CP2 relatou ainda que o projeto está<br />
abrindo o olhar dos coordenadores para atuações<br />
importantes na educação infantil, como, por<br />
exemplo, o registro das práticas de formação. Ela<br />
citou o portfólio como um desafio, mas, ao mesmo<br />
tempo, desperta para a importância desse tipo de<br />
registro, tanto para as práticas da formação, como<br />
para o acompanhamento das práticas pedagógicas<br />
dos professores junto às crianças.<br />
Desse modo, percebe-se que apesar dos<br />
desafios, a importância de estudar, de pesquisar,<br />
de registrar, de ser modelo de boas práticas e<br />
de incentivar os professores nesse processo<br />
são algumas das contribuições relatadas pelas<br />
coordenadoras que participaram da pesquisa.<br />
Outro aspecto percebido a partir dos depoimentos<br />
das entrevistadas refere-se à mudança do<br />
olhar das coordenadoras para a formação e a<br />
importância desta no cotidiano do seu trabalho, o<br />
que proporcionou ampliação de conhecimentos,<br />
fazendo-as sair do lugar comum, do comodismo<br />
que muitas vezes pode se instalar no decorrer da<br />
profissão. Alguns desses aspectos supracitados<br />
estão presentes nos relatos das CP1 e CP2, que<br />
explicam acerca de alguns pontos da formação que<br />
planejam para as professoras nas creches:<br />
No começo do módulo, na organização da<br />
agenda eu procuro já dar indicações do que<br />
elas têm pra pesquisar, dentro da creche e<br />
procuro ver também se tem alguma coisa na<br />
internet onde é que elas podem pesquisar, até<br />
pra facilitar na questão do tempo. Aí na primeira<br />
agenda eu já coloco até o menu do que elas têm<br />
pra pesquisar. Aí costumo fazer outras atividades<br />
antes do dia, já voltadas para o tema “que a gente<br />
chama preparando para o Paralapracá”, porque<br />
aí elas já vão percebendo mais ou menos o que<br />
as espera, já vão fazendo um trabalho voltado<br />
pra aquilo dali (CP1).<br />
Então eu digo que a formação nos trouxe isso,<br />
para esse olhar, para você ver o que está ao<br />
seu redor e trazer para a escola. Aproveitar ao<br />
máximo tudo que está do lado. Até uma caixa de<br />
fósforos, que poderia não servir pra nada, a gente<br />
pode fazer um fantoche, um brinquedinho.<br />
Assim, eu acho que o projeto veio pra isso, pra<br />
mexer com a rotina, e fica tudo pra lá e pra cá<br />
mesmo, você não para, você fica encantada. E<br />
quando eu vou fazer a formação é exatamente<br />
isso que eu penso... Eu me empolgo (CP2).<br />
Portanto, vivenciar as práticas com a equipe<br />
de professores, propor novos caminhos, o olhar<br />
para a infância, ser incentivador de experiências<br />
significativas, também são algumas das<br />
contribuições que aparecem de maneira explícita<br />
e/ou implícita nos relatos das coordenadoras<br />
entrevistadas nesta pesquisa. Entretanto, convém<br />
destacar o que disse CP2:<br />
E essa é a minha atuação que eu quero dizer...<br />
Eu vivencio lá, passo pra elas e tento vivenciar<br />
com elas na sala de aula. Tanto é que quando<br />
elas estão fazendo alguma atividade com as<br />
crianças, eu estou lá observando e propondo<br />
idéias: ‘vamos fazer assim, vamos ver desse<br />
outro jeito’... Que é pra vivenciar realmente as<br />
experiências que o projeto possibilita. Eu acho<br />
que essa é a função do Paralapracá... Posso<br />
estar até equivocada, mas é como eu estava<br />
dizendo... Eu acho que o projeto veio pra<br />
mexer...pra lá e pra cá mesmo! Mexer no que<br />
estava parado demais, grudado... E acho que<br />
isso está acontecendo... Está desgrudando o<br />
povo. [...] Tudo o que estamos vivenciando esta<br />
servindo de aprendizado. Acho que o maior<br />
incentivo do Paralapracá foi isso, o aprendizado.<br />
É como eu digo, nada é novidade, mas tudo se<br />
tornou novidade, né?! Porque a gente sabia que<br />
tinha, sabia que existia, mas não se vivenciava.<br />
Aí quando se passou a vivenciar, passou a ser a<br />
novidade (CP2).<br />
Fusari (20<strong>12</strong>) ressalta que num projeto de<br />
formação deve-se considerar e valorizar os saberes<br />
advindos da experiência, das trocas de informações,<br />
mas que “identifiquem as teorias que eles praticam<br />
e criem situações para que analisem e critiquem
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suas práticas, reflitam a partir delas, dialoguem com<br />
base nos novos fundamentos teóricos” e, com base<br />
nessas vivências, tenham oportunidade de propor<br />
maneiras de superar os desafios do contexto em<br />
questão (FUSARI, 20<strong>12</strong>, p. 22).<br />
Finalmente, é preciso destacar que<br />
quaisquer iniciativas de formação continuada só<br />
serão exitosas se, além do esforço e dedicação do<br />
formador, o corpo docente tiver interesse e vontade<br />
de compreender a proposta e estiver disposto a<br />
promover mudanças, pois, sem esse envolvimento,<br />
nenhuma transformação ocorrerá, de nada adiantará<br />
participar das formações continuadas, se não<br />
houver a renovação do olhar, das concepções que<br />
proporcionam a inovação da prática pedagógica.<br />
Considerações Finais<br />
Considerando o movimento de<br />
ressignificação do trabalho do Coordenador<br />
Pedagógico, as suas demandas de trabalho, bem<br />
como as discussões nesta área, a realização desta<br />
pesquisa teve como objetivo analisar a percepção<br />
de Coordenadores Pedagógicos da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil de um município cearense na função de<br />
formadores nas creches onde trabalham.<br />
Desse modo, a referida investigação<br />
se deu justamente na perspectiva de<br />
perceber essa realidade, em que a função do<br />
Coordenador Pedagógico se configura também<br />
no desenvolvimento de um perfil de formador<br />
com a contribuição da experiência de formação<br />
continuada proposta pelo Projeto Paralapracá, no<br />
contexto específico da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
A pesquisa revelou que o Projeto Paralapracá,<br />
proposto especificamente aos Coordenadores<br />
Pedagógicos da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, possui uma<br />
proposta estruturada voltada para formação<br />
continuada desses profissionais, para que possam<br />
atuar como formadores nas instituições de onde<br />
trabalham. Essa proposta possibilitou assessorar<br />
os Coordenadores Pedagógicos, no sentido de<br />
indicar-lhes o acesso a subsídios didáticos e a<br />
fundamentação teórica que proporcionassem<br />
experiências formativas aos professores no contexto<br />
da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
A formação continuada do Paralapracá<br />
possibilitou como importante diferencial a<br />
sensibilização do olhar do Coordenador Pedagógico<br />
e, consequentemente, dos professores para as<br />
especificidades do trabalho a ser desenvolvido<br />
com a criança pequena, no sentido de melhorar a<br />
qualidade das práticas pedagógicas voltadas para<br />
esta etapa de educação.<br />
Desse modo, por meio dos relatos das<br />
coordenadoras entrevistadas, verificou-se o<br />
envolvimento destas com a proposta de formação<br />
continuada em questão, aspecto que lhes<br />
proporcionou o desenvolvimento de um olhar<br />
cuidadoso para a realização da formação na creche,<br />
como também o interesse em desenvolver um<br />
perfil de formadora, tendo como foco o estímulo<br />
aos professores no desenvolvimento de práticas<br />
pedagógicas significativas na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
Com a pesquisa observou-se ainda, que o<br />
Projeto Paralapracá contribuiu de forma positiva<br />
para a formação do Coordenador Pedagógico na<br />
sua atuação como formador na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil. As<br />
coordenadoras destacaram em seus depoimentos<br />
que a oportunidade de participar desse processo<br />
formativo ajudou-as a perceber a importância<br />
da formação continuada nas suas respectivas<br />
trajetórias de profissão.<br />
A referida experiência estimulou-as a<br />
despertar para o interesse em aprofundar seus<br />
estudos voltados para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, assim<br />
como para a preocupação em desenvolver um<br />
perfil de formadora, possibilitando a realização de<br />
um trabalho de boa qualidade em parceira com o<br />
grupo de professores.
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CIENTÍFICA 82<br />
Quando questionadas acerca das<br />
contribuições do Projeto Paralapracá nas suas<br />
respectivas trajetórias de profissão e formação,<br />
de modo geral, elas destacaram: a sensibilização<br />
do olhar para compreender a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil;<br />
a oportunidade de organizar e conduzir<br />
experiências de formação junto às professoras;<br />
e, ainda, a compreensão acerca das práticas<br />
pedagógicas significativas para o desenvolvimento<br />
e aprendizagem das crianças, como alguns<br />
dos ganhos pessoais e profissionais com essa<br />
experiência de formação continuada.<br />
Nesse sentido, inferiu-se, mediante os<br />
estudos realizados que a construção de um perfil<br />
de formador, referindo aqui ao Coordenador<br />
Pedagógico, requer tempo para vivenciar e<br />
aprimorar as experiências a partir da formação,<br />
bem como o olhar dos sistemas de educação para<br />
esse profissional, no sentido de investimento na<br />
formação profissional, bem como na viabilização<br />
das ações formativas nas instituições.<br />
Nessa perspectiva, convém afirmar que a<br />
realização da pesquisa possibilitou a ampliação do<br />
olhar para a função significativa que o Coordenador<br />
Pedagógico ocupa na instituição escolar,<br />
principalmente assumindo a construção de um<br />
perfil de formador no contexto da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
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<strong>Ano</strong> 7 - Nº <strong>12</strong> - Outubro de 2017 • ISSN: 2237-7883<br />
CIENTÍFICA 84<br />
O PROJETO PARALAPRACÁ E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL EM MARACANAÚ<br />
Francisca Nepomucena Moura<br />
franciscanepomucena@gmail.com<br />
Solange Maria Silvestre Maciel<br />
solange.silvestre1@gmail.com<br />
RESUMO<br />
O presente artigo contempla um recorte dos processos formativos vivenciados na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
em Maracanaú, através do projeto Paralapracá, que traz em seu escopo, a formação do coordenador<br />
pedagógico e a sua atuação enquanto formador de sua equipe, na perspectiva de se refletir sobre as<br />
práticas pedagógicas e qualificá-las, contribuindo assim, para que as crianças da referida etapa, ampliem<br />
suas aprendizagens e consigam viver experiências diversas a partir das múltiplas linguagens. Vale ressaltar<br />
que, neste trabalho evidencia-se também o Intercâmbio em Reggio Emilia, uma cidade italiana que vem<br />
inspirando diversos países a olharem para as suas realidades e perceberem a criança como um ser do<br />
presente e que precisam estar efetivamente nas políticas públicas. Desta forma, pode-se afirmar que por<br />
mais que o referido projeto tenha contribuído significativamente na formação dos profissionais envolvidos,<br />
ainda se tem muito a avançar na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil do município.<br />
Palavras-chave: Projeto Paralapracá, <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, Reggio Emilia e Coordenador Pedagógico.<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
A formação de professores como um direito<br />
foi implementada no Brasil a partir da década de<br />
1990, no âmbito de suas políticas educacionais.<br />
Neste contexto, a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil assim como, as<br />
demais etapas da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Básica devem garantir<br />
aos profissionais envolvidos a formação continuada<br />
na perspectiva de contribuir para o desenvolvimento<br />
profissional e à qualificação de suas práticas.<br />
No contexto do projeto Paralapracá, a<br />
proposta formativa tem como foco o coordenador<br />
pedagógico, que forma a sua própria equipe de<br />
professores a partir da realidade, com vistas a apoiar<br />
as práticas pedagógicas e o desenvolvimento das<br />
crianças.<br />
Para tanto, o projeto investe<br />
significativamente na construção da identidade<br />
do coordenador pedagógico, por meio de um<br />
ciclo formativo constante e de uma metodologia<br />
abrangente. É importante ressaltar ainda que,<br />
o referido projeto está em consonância com os<br />
documentos oficiais que normatizam a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil dentre os quais destaca-se a Lei de Diretrizes<br />
e Bases da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> – LDB (Lei nº 9.394/1996) e<br />
Diretrizes Curriculares Nacionais para a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil (DCNEI), Parecer CNE/CEB nº 22/98,<br />
Resolução CNE/CEB nº 01/99 e a Resolução Nº 5, de<br />
17 de dezembro de 2009.
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CIENTÍFICA 85<br />
O presente artigo, aborda o percurso<br />
construído na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil em Maracanaú a<br />
partir do projeto Paralapracá, o qual foi inserido<br />
na rede municipal em 2013. Assim, uma de suas<br />
primeiras ações formativas foi o Intercâmbio na<br />
cidade de Reggio Emilia – Itália, que aconteceu no<br />
período de 29 de maio a 05 de junho do ano citado,<br />
sendo uma realização do Instituto C&A, com o apoio<br />
técnico da AVANTE – <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização Social<br />
e a valorosa parceria do Centro Internazionale Loris<br />
Malaguzzi.<br />
O referido Intercâmbio teve como objetivo<br />
principal fortalecer a atuação dos gestores públicos<br />
e ainda aprofundar a compreensão sobre as<br />
condições necessárias para uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil<br />
de qualidade.<br />
Essa ação marcou o início de uma parceria<br />
e implementou novas trajetórias na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil em Maracanaú. O Paralapracá em seu<br />
escopo delineia um processo formativo, tendo<br />
como foco a formação do coordenador pedagógico<br />
reverberando nas práticas pedagógicas.<br />
No desenvolvimento do artigo em pauta,<br />
será evidenciado o referido projeto e suas<br />
ressonâncias na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no município<br />
de Maracanaú, bem como um breve relato do<br />
Intercâmbio supracitado.<br />
2 O INTERCÂMBIO EM REGGIO EMILIA E O<br />
PROJETO PARALAPRACÁ<br />
O Instituto C&A, através do projeto<br />
Paralapracá, ao firmar parcerias com as Secretarias<br />
Municipais de Camaçari (BA), Maceió (AL),<br />
Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE), com<br />
muita expertise inicia as ações no II Ciclo do<br />
referido projeto, conhecendo uma experiência de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil e que é referência mundial: a do<br />
Reggio Children (Centro Internacional pela Defesa<br />
e Promoção dos Direitos e Potencialidades de Todas<br />
as Crianças, em Reggio Emilia), na Itália.<br />
Na oportunidade, participaram desse<br />
Intercâmbio os representantes dos citados<br />
Municípios, assim como os das cidades de<br />
Jaboatão do Guararapes (PE) e Teresina (PI), ambas<br />
pertencentes ao I Ciclo.<br />
O Intercâmbio em pauta teve como<br />
objetivo maior, contribuir para o fortalecimento<br />
das práticas de Prefeitos, Secretários de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
e Coordenadores Municipais de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil,<br />
na perspectiva de ampliarem seus olhares<br />
diante da Infância em seus Municípios e assim,<br />
implementarem políticas públicas consistentes e<br />
adequadas para a criança pequena.<br />
A programação de todo o Intercâmbio<br />
contemplou diversos e significativos momentos de<br />
estudos e trocas, com o apoio técnico da AVANTE<br />
– <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização Social – Salvador (BA),<br />
envolvendo alguns atores do contexto de Reggio<br />
Emilia, como: professores, pedagogista, atelierista e<br />
outros especialistas que atuam na área da Infância.<br />
A cidade de Reggio Emilia é conhecida<br />
mundialmente por sua excelência na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil. Localiza-se em uma região considerada<br />
próspera e progressista de Emilia Romagna, no<br />
nordeste da Itália, com 172.000 habitantes. As<br />
crianças de 0 a seis anos representam 6% da<br />
população geral. Portanto, 65,9% dessas crianças<br />
frequentam creches ou pré-escolas públicas, dados<br />
referentes a maio do ano de 20<strong>12</strong>.<br />
Após o término da Segunda Guerra Mundial<br />
em 1945, um grupo de mães de Villa Cella, próximo a<br />
Reggio Emilia, se uniu com o objetivo de reconstruir<br />
algo a partir das ruínas. Assim, pensando nas<br />
crianças, as respectivas mães difundiram a ideia<br />
e foram conseguindo gradativamente a adesão<br />
de outras pessoas, alguns comerciantes, enfim a<br />
sociedade como um todo e fundaram uma escola,<br />
a qual tornou-se universalmente conhecida através<br />
da abordagem pedagógica para a infância.
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CIENTÍFICA 86<br />
O professor e jornalista, Loris Malaguzzi,<br />
pensador da educação das crianças pequenas, é<br />
considerado o grande orquestrador da abordagem<br />
de Reggio Emilia na <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> da Primeira Infância. É<br />
importante destacar um pouco de seus sentimentos<br />
e perspectivas da experiência vivida:<br />
relações, a formação profissional e a avaliação.<br />
As cem linguagens são compreendidas como<br />
possibilidades que se transformam e multiplicam, na<br />
cooperação e na interação linguagens-linguagens,<br />
crianças-crianças e crianças-adultos. Nesse sentido,<br />
alguns autores se debruçaram sobre o assunto:<br />
A história de nossa abordagem, e de meu<br />
papel nela, começa seis dias após o término<br />
da Segunda Guerra Mundial. Era primavera<br />
de 1945. O destino deve ter desejado que eu<br />
fosse parte de um evento extraordinário. Ouvi<br />
que em um pequeno vilarejo chamado Villa<br />
Cella, umas poucas milhas da cidade de Reggio<br />
Emilia, as pessoas haviam decidido construir<br />
e operar uma escola par crianças pequenas.<br />
Esta idéia pareceu-me incrível! Corri até lá em<br />
minha bicicleta e descobri que tudo aquilo<br />
era verdade. Encontrei mulheres empenhadas<br />
em recolher e lavar pedaços de tijolos. As<br />
pessoas haviam-se reunido e decidido que o<br />
dinheiro para começar a construção viria da<br />
venda de um tanque abandonado de guerra,<br />
uns poucos caminhões e alguns cavalos<br />
deixados para trás pelos alemães em retirada.<br />
Em oito meses, a escola e nossa amizade havia<br />
lançado raízes. O que ocorreu em Villa Cella<br />
foi apenas a primeira fagulha. Outras escolas<br />
foram abertas na periferia e nos bairros mais<br />
pobres da cidade, todas criadas e operadas<br />
por pais. Encontrar apoio para a escola, em<br />
uma cidade devastada, rica apenas no luto e<br />
pobreza, seria um processo longo e difícil e<br />
exigiria sacrifício e solidariedade indispensáveis<br />
à época (MALAGUZZI,1999. p. 59).<br />
A consolidação do trabalho de Loris<br />
Malaguzzi se deu por acreditar na potencialidade<br />
dos pais e em seu olhar sensível para a infância. No<br />
ano de 1963, foram criadas as primeiras escolas para<br />
as crianças pequenas, na rede municipal de Reggio<br />
Emilia. Em 2013, a rede em pauta completou 50 anos<br />
de contribuição significativa para uma melhoria da<br />
qualidade de vida de suas crianças.<br />
A experiência pedagógica de Reggio<br />
Emilia, tem como princípios de seu Projeto<br />
<strong>Ed</strong>ucativo: as crianças protagonistas ativas do<br />
processo de desenvolvimento, as cem linguagens,<br />
a participação, a escuta, o aprendizado como<br />
processo de construção subjetivo e no grupo, a<br />
pesquisa educativa, a documentação educativa, a<br />
projetação, a organização, o ambiente, espaços e<br />
Vejo as cem linguagens como um lago com<br />
muitas, muitas fontes nele desaguando. Acho<br />
que o número cem foi escolhido para ser bem<br />
provocador, a fim de reivindicar para todas essas<br />
linguagens não só a mesma dignidade, mas<br />
também o direito de expressão e de comunicação<br />
de umas com as outras (RINALDI, 20<strong>12</strong>, p.340).<br />
A documentação representa uma grande<br />
possibilidade de reflexão, onde todas as ações<br />
pedagógicas são centradas na pedagogia<br />
de valorização da subjetividade, em prol das<br />
aprendizagens das crianças. Assim, a documentação<br />
tem uma relação intrínseca com a avaliação, a qual<br />
valoriza todas as experiências infantis, tendo em vista<br />
as práticas pedagógicas dos adultos que mediam<br />
o cotidiano nas instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
A pedagogia da escuta percebe as falas<br />
das crianças como ponto de partida para o<br />
surgimento de novos saberes, pois através desse<br />
princípio são percebidas como verdadeiras<br />
protagonistas em suas aprendizagens.<br />
O papel do professor constitui-se como<br />
um grande impulsionador de oportunidades<br />
e de experiências, tendo como ações<br />
pertinentes a sua prática: o ouvir e o observar.<br />
Para Loris Malaguzzi, o professor é o grande<br />
profissional que encoraja, que estimula as<br />
crianças em seus processos de aprendizagem.<br />
Nesta perspectiva, vale ressaltar que na cidade<br />
de Reggio Emilia a educação de crianças é um de seus<br />
pilares e a pedagogia da escuta, a documentação,<br />
a avaliação e a competência do professor<br />
constituem essencialmente as potencialidades de<br />
um trabalho pedagógico que valoriza a criança,<br />
suas produções, seus movimentos, enfim a
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percebe como um ser capaz, inteligente e único.<br />
Certamente, a experiência vivida pelas<br />
equipes gestoras contempladas no Intercâmbio em<br />
pauta, trouxe impactos relevantes na perspectiva<br />
de se perceber a Infância e consequentemente as<br />
possibilidades de melhoria da qualidade da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil no contexto de suas Redes Municipais.<br />
3 O PROJETO PARALAPRACÁ E SUA PARCERIA<br />
COM OS MUNICÍPIOS<br />
“Toda criança tem direito a uma escola<br />
equitativa, plural e acolhedora – um espaço<br />
no qual ela possa contar com a educação<br />
e o cuidado apropriados à sua faixa etária<br />
e em que seja respeitada a sua condição<br />
peculiar de pessoa em desenvolvimento.<br />
- Princípio básico, (BRASIL, p.5, 2013).<br />
A partir do princípio descrito acima, o<br />
Projeto de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil desenvolvido pelo<br />
Instituto C&A através do Projeto Paralapracá<br />
visa contribuir para a melhoria da qualidade<br />
do atendimento às crianças que frequentam as<br />
Instituições de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, investindo na<br />
formação continuada dos profissionais desta<br />
etapa bem como propiciado o acesso a materiais<br />
de qualidade para as crianças e profissionais que<br />
com elas vivenciam experiências educativas.<br />
Basicamente, estes foram os elementos que<br />
aguçaram o desejo de se participar do processo<br />
seletivo para o segundo ciclo do Paralapracá, com<br />
vistas ao fortalecimento das práticas formativas,<br />
bem como ao acesso aos materiais disponibilizados<br />
pelo Projeto. Diante da inscrição, percebeu-se que<br />
as potências e fragilidades da Rede que sinalizavam<br />
possibilidades de se estar entre os cinco municípios da<br />
Região Nordeste a serem contemplados na seleção.<br />
Ao final do processo seletivo em 2013,<br />
foram contemplados com o projeto: Camaçari (BA),<br />
Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN), e Olinda<br />
(PE). Inicialmente foram inscritas 30 instituições<br />
em cada município, perfazendo um total de 150<br />
instituições, 175 coordenadores pedagógicos,<br />
950 professores e 20.750 crianças. Em Maracanaú,<br />
a partir desse momento foram iniciados os<br />
preparativos para o lançamento do projeto<br />
no município, e nas Instituições participantes<br />
(vinte e três das Rede Municipal e sete da Rede<br />
Contratada). Referidas Instituições atendiam na<br />
época 3.947 crianças, distribuídas em 238 turmas,<br />
170 professores e 30 Coordenadores Pedagógicos.<br />
Diversos materiais compõem a coleção<br />
Paralapracá, os quais são entregues em um Baú, a<br />
saber: livros de literatura Infantil, fantoches, CD’s<br />
com músicas infantis, materiais de artes e bandinha<br />
rítmica, mala com livros técnicos, cadernos de<br />
orientação, cadernos de experiências, (dos Eixos<br />
a serem abordados na formação: assim se brinca,<br />
assim se faz arte, assim se faz música, assim se<br />
explora o mundo, assim se organiza o ambiente e<br />
assim se faz literatura), caderno de orientação do<br />
Coordenador Pedagógico, Almanaque Paralapracá,<br />
Estação Paralapracá, Série de vídeos e sacolas).<br />
O recebimento dos materiais foi motivo de<br />
grande alegria e festejos na Rede, que começou<br />
a se mobilizar para realizar o lançamento<br />
do Projeto e apresentá-lo à comunidade.<br />
Os lançamentos ocorreram como uma<br />
grande celebração, na qual todos os parceiros,<br />
autoridades municipais, gestores, coordenadores<br />
pedagógicos, professores, técnicos, pais,<br />
funcionários, comunidade e principalmente as<br />
crianças foram convidados a participarem do<br />
banquete e a “degustarem as guloseimas” preparadas<br />
com vistas à aguçar os sentidos e despertar sonhos,<br />
fantasias e lembranças da infância próxima ou<br />
distante, bem como a vislumbrar as possibilidades<br />
ofertadas ao “adentrar no mundo do Paralapracá.”<br />
Neste contexto, foram dados os passos<br />
iniciais de uma caminhada projetada para o período<br />
de 2013 a 2015 com perspectiva até o ano de 2016.<br />
O diferencial do Paralapracá é a formação dar-se no
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chão da Instituição (creche ou escola com turmas de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil), além de suscitar no coordenador<br />
pedagógico sua função principal: a de formador,<br />
instigador e fomentador de práticas pedagógicas<br />
significativas, favoráveis ao desenvolvimento<br />
infantil partindo de sua realidade, buscando nos<br />
materiais estruturados para o projeto os subsídios<br />
para dialogar com seu contexto, enriquecendo-o<br />
e estimulando as mudanças necessárias.<br />
Assim, é válido considerar os aspectos<br />
envolvidos no desenvolvimento do projeto, dando<br />
atenção em especial ao processo de formação<br />
do coordenador pedagógico, dos profissionais<br />
em cada instituição, dos técnicos da Secretaria<br />
de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e de como este ciclo formativo<br />
contribuirá para a melhoria no atendimento<br />
de qualidade à criança da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil.<br />
4 O CICLO FORMATIVO E SEUS SUJEITOS<br />
A formação no Paralapracá passou<br />
a acontecer de forma sistemática nos cinco<br />
municípios já citados, tendo como sujeito<br />
central o coordenador pedagógico que atua<br />
como formador junto aos profissionais em<br />
cada instituição participante do projeto.<br />
Para tanto, a Avante – <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> e Mobilização<br />
Social, ao início de cada Eixo, realizava “ações<br />
formativas com as assessoras e supervisoras com o<br />
intuito de garantir o desenvolvimento do projeto”.<br />
(BRASIL, 2013, p.<strong>12</strong>). Posteriormente, a Gerente da<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil no município também passou<br />
a fazer parte dos encontros, fato que contribuiu<br />
para a escuta mais específica de questões da<br />
Política Municipal e posteriores encaminhamentos.<br />
Ao priorizar a formação com o coordenador<br />
pedagógico, o projeto busca resgatar a essência<br />
de sua função social no ambiente escolar, ou<br />
seja, o responsável pelas ações formativas<br />
junto aos professores e demais profissionais<br />
da Instituição, função muitas vezes sufocada<br />
pelas atividades burocráticas ou administrativas<br />
ou ainda devido à falta de clareza quanto as<br />
atribuições de sua função, se for elencar, se<br />
encontrará um leque de razões ou subterfúgios<br />
que atropelam o fazer pedagógico do coordenador.<br />
Como profissional inserido no cotidiano<br />
da instituição de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil, o coordenador<br />
pedagógico precisa dar sentido a sua prática.<br />
Nesse sentido, o Caderno de Orientação<br />
o Coordenador Pedagógico e a Formação<br />
Continuada, evidencie essa questão ao destacar:<br />
Aliado às demandas contemporâneas por<br />
mais qualidade na educação das crianças,<br />
o projeto Paralapracá insere-se como<br />
uma ação cuidadosamente planejada que<br />
visa promover mudanças relevantes no<br />
cotidiano dos coordenadores das instituições<br />
participantes. Considera os coordenadores<br />
como agentes de mudanças por excelência<br />
e, por isso, investe na formação desse<br />
profissional para que o mesmo possa exercer<br />
sua principal função junto aos professores: a<br />
de formador (CHAVES E LOIOLA, 2013, p.8).<br />
Nesta perspectiva, o Paralapracá investe<br />
na formação do coordenador pedagógico e<br />
entende como uma ação estratégica que apoia<br />
este profissional por fomentar práticas formativas<br />
e ainda oportunizar a troca de experiências<br />
em que o saber da prática é enriquecido pelo<br />
saber da teoria, exigindo do coordenador a<br />
compreensão e encaminhamentos das demandas<br />
advindas do contexto da formação, quer<br />
enquanto formando, quer enquanto formador.<br />
Assim, os dois encontros de formação<br />
realizados mensalmente com a assessora e os<br />
coordenadores pedagógicos resultavam em mais<br />
dois encontros com os educadores infantis nas<br />
Instituições. A metodologia formativa do Projeto<br />
não se configura em repasse, do contrário, considera<br />
as temáticas abordadas nos Eixos formativos<br />
como ponto de partida para cada instituição.<br />
O coordenador pedagógico antenado<br />
com a realidade e necessidades de seu grupo,
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elabora uma pauta reflexiva, problematizadora<br />
propícia à escuta da experiência e favorável a um<br />
ambiente colaborativo no qual a teoria se transpõe<br />
para a prática. E assim, se dar a homologia dos<br />
processos, compreendida no Paralapracá como:<br />
… uma concepção que rompe com a ideia<br />
de “repasse” de “alguém que sabe ensinando<br />
a outros que não sabem”, de algo pronto<br />
que precisa ser multiplicado. Ao contrário,<br />
defende a “autoria” de cada sujeito da<br />
formação que, a partir das experiências<br />
vividas, elabora e produz novas experiências<br />
(INSTITUTO C&A; AVANTE, 2013, p.34).<br />
Para implantar uma prática formativa desse<br />
porte é importante que os sujeitos nela envolvidos<br />
possam transitar entre os saberes da prática e os da<br />
teoria ampliando e ressignificando seu repertório<br />
sociocultural, experiencial e profissional tendo<br />
instituição como lócus da formação em que as<br />
experiências e conhecimento da equipe pedagógica<br />
contribuem para sua formação bem como para o<br />
desenvolvimento das crianças por ela atendidas.<br />
Com vistas a favorecer o desenvolvimento<br />
infantil, os conteúdos abordados no processo<br />
formativo foram organizados por Eixos: Assim<br />
se brinca, assim se faz arte, Assim se faz música,<br />
Assim se explora o mundo, Assim se organiza<br />
o ambiente e Assim se faz literatura. Os<br />
referidos eixos estão articulados entre si, tanto<br />
nas ações formativas quanto na prática. Uma<br />
vez que defendem a criança como sujeito de<br />
direito, seu protagonismo que produz cultura.<br />
Vivenciar cada Eixo foi uma experiência<br />
enriquecedora, reveladora de novas possibilidades<br />
para os diversos atores em cada instituição. Os<br />
encontros reafirmavam certezas, incertezas, desafios<br />
a serem superados na coletividade, com os pares.<br />
Em maior parte da trajetória do Paralapracá<br />
foi possível ver a concretude de ações pertinentes<br />
à constituição do coordenador pedagógico<br />
enquanto formador de professores, a presença<br />
das múltiplas linguagens, maior participação<br />
dos pais e comunidade, integração das<br />
instituições, maior aproximação da Secretaria de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, enfim foram experienciadas diversas<br />
situações que colocaram a criança como centro<br />
do planejamento pedagógico, respeitando<br />
suas singularidades e suas especificidades<br />
O Projeto foi ganhando espaço nos<br />
municípios parceiros. O Instituto C&A e a Avante<br />
sabiamente acrescentaram à ciranda, o Ambiente<br />
Virtual de Aprendizagem (AVA), com o mote<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> à distância sem distância, favorecendo um<br />
intercâmbio entre os coordenadores pedagógicos,<br />
assessoras, equipe técnica e Secretarias de<br />
<strong><strong>Ed</strong>ucação</strong>, além de realizar vários cursos e<br />
campanhas, investindo na formação, provocando<br />
novas reflexões, sempre tendo como preocupação<br />
principal a criança e consequentemente o seu<br />
direito a uma <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil de qualidade.<br />
Nos cinco anos (2013-2007) de Paralapracá<br />
em Maracanaú, aconteceram várias possibilidades<br />
formativas e de aprendizagens, como também<br />
encontros e desencontros, principalmente fica a<br />
certeza do caminho, pois o referido projeto ajudou<br />
a construir e conquistar, sempre com muito apoio<br />
no fazer consciente e coerente com a realidade.<br />
Sobretudo ficou claro o desejo que as crianças do<br />
município de Maracanaú vivenciem uma infância feliz<br />
e que sejam respeitadas em suas singularidades.<br />
5 CONSIDERAÇÕES GERAIS<br />
Um ciclo formativo intenso “Delapracá” e<br />
“Daquipralá”, tem sido o Paralapracá, por onde<br />
passou, vivenciado com muita intensidade pelos<br />
profissionais de “LÁ” e de “CÁ”. Semelhante à busca<br />
pela autoafirmação e identidade aconteceu essa<br />
ciranda que deu forma à ação (formação) e ao<br />
profissional (coordenador pedagógico) em solo<br />
fértil ou em situações adversas, movidos pela<br />
paixão, crença, busca constante de qualificar
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suas práticas, ser um profissional melhor.<br />
Conquistas, avanços e não retrocessos. Os<br />
sujeitos envolvidos no processo estão melhores, mais<br />
qualificados profissionalmente. O Paralapracá vem<br />
contribuindo significativamente com a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong><br />
Infantil de Maracanaú, visto que cumpriu sua meta:<br />
o coordenador pedagógico enquanto formador de<br />
professores se empoderou ainda mais e a equipe<br />
técnica da Secretaria de <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> com uma postura<br />
formadora, mediando os processos, ora sujeito da<br />
formação, ora fomentadora de práticas formativas.<br />
Considerando o fim do Termo de Cooperação<br />
Técnica, encerra-se a parceria Instituto C&A, Avante<br />
e Maracanaú, o que não deve significar o fim do<br />
trabalho da <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil na Rede Municipal,<br />
pois ainda há muito a conquistar, com vistas a uma<br />
etapa que garanta às crianças maracanauenses o<br />
direito e o acesso a uma escola equitativa, plural<br />
e promotora de aprendizagens. E assim, o legado<br />
Paralapracá em Maracanaú está nas pessoas, que<br />
com certeza fomentarão outros movimentos<br />
formativos para que a <strong><strong>Ed</strong>ucação</strong> Infantil tenha<br />
cor, sabor e significado para as crianças.<br />
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