TÍTULO DA HORA COM MUITAS LINHAS! ponhado um recado na porta / Anssim: / ‘Ói, turma, num deu prá esperá / A veiz que isso num tem importância, num faz má / Depois que nóis vai, depois que nóis vorta / Assinado em cruz porque não sei escrever / Arnesto’ A canção composta por Adoniran logo no começo de sua carreira ficou muito famosa, entre outros aspectos, pelos exageros de desvios da norma culta de linguagem. O Arnesto em questão na verdade se chamava Ernesto, e se tratava de uma pessoa comum, amigo de um amigo de Adoniran, e que declarava nunca ter acontecido tal situação descrita na canção, de convidar pessoas para uma festa em sua casa, mas não estar presente no dia e hora marcados (CAMPOS JUNIOR, 2010). A letra discorre sobre um evento muito comum na época, que eram as reuniões em casas de amigos para fazer festas, sambas e encontros, muito provavelmente devido a ausência de espaços significativos e acessíveis para tais eventos populares. O desencontro causado pela ausência do anfitrião causa desgosto por parte dos convidados, e prevendo isto, Arnesto tenta então se desculpar pelo desencontro, mas os amigos não perdoam e aparentam estar muito bravos com tal situação. Talvez a raiva do grupo resida no fato que o deslocamento até o Brás fosse muito longo, e ir até lá para ter que voltar sem ter feito a festa ◊ 148 ◊
Adoniran Barbosa e a lírica do “pogréssio” poderia gerar grande descontentamento. Tem-se aqui a ideia de deslocamento pela cidade, e como isso poderia ser penoso e cansativo, em especial para um grupo inteiro. Dada situação, um dos fatores que chama muito a atenção é a sugestão que o autor faz ao suposto anfitrião de um possível bilhete que poderia ter sido deixado na porta da residência. No bilhete, ele diria que não pode esperar pelos amigos, e o trecho terminaria com a seguinte expressão: “Assinado em cruz porque não sei escrever / Arnesto”. A contradição nesse trecho, onde estaria por escrito que o autor do bilhete não sabe escrever, e por isso iria assinar com uma cruz, um “X”, leva ao final da canção o humor demonstrado no decorrer de toda a letra, e reside no fato de que, como seria possível que o autor do bilhete tivesse que assinar com um “X”, ou seja, característica de analfabetos, sendo que ele já havia escrito todo o bilhete? E mesmo descrevendo que irá assinar com um “X” pois não sabe escrever, coloca seu nome no final. O desvio da norma culta de linguagem fortalece a ideia da própria grafia como maneira de manifestação e insatisfação. Adoniran dizia que compunha muitas músicas de tal maneira, pois era com esse tipo de conversação e linguajar popular que estava acostumado a conviver. O presente trabalho leva essa análise ao ponto de compreender que a própria grafia pode ser interpretada como uma forma de manifestação frente as ◊ 149 ◊
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUT
ficha catalográfica Código Cutter
agradecimentos Agradeço ao meu nam
esumo BRAGATTO, Yara Boscolo. TÍTU
sumário apresentação ...........
Também tiveram todos os churrascos
manifestações capazes de traduzir
ouvidos já estão viciados com cer
Adoniran Barbosa escreveu letras de
Ler a cidade dos excluídos, pobres
acreditar que a música funciona co
estabelecidas relações com a can
cenários e situações, criando um
uscar dar voz às camadas da popula
Estrutura dos capítulos O presente
cenário sobre a cidade de São Pau
TÍTULO DA HORA COM MUITAS LINHAS!
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considerações finais Texto texto
eferências Livros e Teses ARANTES,
GAMA, Lúcia Helena. Nos Bares da V
PAES, José Paulo. “Samba, esteri
—. Raízes do riso: a representa
http://jornalismojunior.com.br/sala
Conselho de mulher (1953) Quando De
Saudosa Maloca (1955) Se o sinhô n
Apaga o fogo, Mané (1958) Inês sa
Trem das Onze. (1964) Não posso fi
Samba italiano (1965) "Gioconda, pi
Já fui uma brasa (1966-1967) Eu ta
Triste Margarida (1975) Você está
Viaduto Santa Ifigênia (1978) Venh