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TÍTULO DA HORA COM MUITAS LINHAS!<br />
3.2.11. Despejo na favela (1969)<br />
Em 1969, Adoniran Barbosa compõe uma canção que<br />
trata, dentre outros elementos, das relações de cumprimento<br />
com as obrigações sociais impostas a um determinado grupo de<br />
habitantes metropolitanos.<br />
Despejo na favela (1969)<br />
Quando o oficial de Justiça chegou / Lá na favela /<br />
E contra seu desejo / Entregou pra seu Narciso /<br />
Um aviso uma ordem de despejo / Assinada, seu<br />
doutor / Assim dizia a petição / Dentro de dez dias<br />
quero a favela vazia / E os barracos todos no chão /<br />
É uma ordem superior / Ôôôô meu senhor / É uma<br />
ordem superior / Não tem nada não, seu doutor /<br />
Não tem nada não / Amanhã mesmo vou deixar<br />
meu barracão / Não tem nada não, seu doutor /<br />
Vou sair daqui / Pra não ouvir o ronco do trator /<br />
Pra mim não tem problema / Em qualquer canto<br />
me arrumo / De qualquer jeito me ajeito / Depois, o<br />
que eu tenho é tão pouco / Minha mudança é tão<br />
pequena / Que cabe no bolso de trás / Mas essa<br />
gente aí, hein / Como é que faz?<br />
A canção trata de um momento específico dentro de uma<br />
favela, que é chegada do oficial de justiça ao local com a<br />
notificação de despejo. Nota-se a preocupação do narrador da<br />
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