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sinfonia paulistana: uma imagem do progresso<br />
referência dentro de um contexto cada vez mais amplo. Meyer<br />
ainda resume os vários períodos que o processo de<br />
metropolização de São Paulo teria passado:<br />
“[...] inicialmente crescimento em extensão nas<br />
faixas residenciais e industriais da periferia; em<br />
seguida, compactação, acompanhada pela<br />
verticalização da área central e mais tarde nas áreas<br />
junto ao centro; e finalmente, a construção de uma<br />
rede rodoviária complementando o sistema<br />
ferroviário.” (MEYER, 1991. P. 17).<br />
O início dos anos 30 foi marcado também por um ciclo de<br />
expansões que seria irreversível e altamente marcante na<br />
paisagem da cidade. Deu-se início um ciclo de verticalizações e<br />
construções de grandes edifícios que ajudariam a confirmar a<br />
ideia de metrópole. Tomando como modelo e inspiração<br />
edifícios de cidade norte-americanas, como Chicago e Nova<br />
Iorque, São Paulo se mostrava capaz de erguer edifícios altos,<br />
soterrando os antigos casarões e mesclando estilos<br />
arquitetônicos. Segundo Moraes (2000), a construção do edifício<br />
Martinelli 3 teria trazido a cidade “[...] ares de progresso e, por<br />
3 As obras do edifício que seria símbolo da verticalização de São Paulo<br />
começaram em 1924, e inicialmente previam originalmente que o mesmo<br />
tivesse catorze andares, mas ao decorrer da obra, tal número foi alterado<br />
para vinte e cinco; foi considerado tão alto na época, que se tornou o mais<br />
alto edifício da América Latina. O Martinelli foi tema de uma marchinha de<br />
carnaval, onde a altura do prédio era comparada com o tamanho do edifício<br />
com o amor devotado:<br />
“[...] Meu amor à paulistinha / Já passou do viaduto / Já passou do<br />
Martinelli.[...]”<br />
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