You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
sinfonia paulistana: uma imagem do progresso<br />
contaminar as relações sociais. Viver na São Paulo moderna<br />
implica estar predisposto a se transformar constantemente<br />
junto com a cidade, sendo possível estabelecer novos<br />
significados de experiências e conformar novas organizações<br />
sociais.<br />
Não que todos compulsoriamente tenham passado<br />
a viver de acordo com esses padrões e absorvido as<br />
perspectivas de vida que se constituíram, mas a<br />
imagem desse novo ideal de vida não deixou de ser<br />
sonhada, desejada e incorporada por uns e refutada<br />
por outros. (MATOS, 1999. P. 36)<br />
Segundo Arruda (2001) algumas revistas do meio do<br />
século, como por exemplo, a revista Manchete exaltavam o<br />
progresso da cidade de São Paulo de modo a valorizar uma<br />
perspectiva futura sobre a cidade. A autora sugere ainda que,<br />
de modo geral, “[...] o interesse pela cultura patenteava-se na<br />
biblioteca, nos museus, nos teatros, na universidade, nos<br />
cinemas.”, lugares e opções culturais com caráter mais erudito.<br />
Esse caráter metropolitano era constantemente motivo de<br />
orgulho dos paulistanos, mesmo que tal sentimento tenha sido<br />
forjado ou inventado, e na maioria das vezes, pautado em um<br />
desenvolvimento recente (ARRUDA, 2001). Os inúmeros<br />
canteiros de obra em efervescentes construções só contribuíam<br />
para fortalecer ainda mais esse ideário paulistano de uma<br />
cidade que nunca parava, estimulando pensamentos de euforia<br />
e ufanismo, e como descreve Moraes (2000):<br />
◊ 77 ◊