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005 - O FATO MANDACARU - MAIO 2018 - NÚMERO 5

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Ano 01 | Edição <strong>005</strong> | Maringá, maio de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 9<br />

(Parte 1)<br />

O UNIVERSO NOS CONDUZIRÁ<br />

Temos razões para sermos otimistas, sobretudo em questão de mudança do paradigma financeiro?<br />

Henrique Borralho<br />

S. LUÍS DO MARANHÃO - A recente<br />

revelação de um grupo de cientistas<br />

afirmando que a teoria de Einstein<br />

acerca dos campos gravitacionais<br />

é mais um episódio de uma série de evidências<br />

sobre tudo o que tempos<br />

aprendido e naturalizado, muitas delas<br />

ocultadas pela grande mídia.<br />

Segundo o sitio da BBC: (ver fonte*)<br />

os pesquisadores do projeto LIGO<br />

(Laser Interferometer Gravitational-<br />

Wave Observatory, ou observatório de<br />

Interferometria de Ondas Gravitacionais),<br />

em Washington e na Lousiana,<br />

observaram o fenômeno e acompanharam<br />

distorções no espaço com a interação<br />

de dois buracos negros a 1,3 bilhão<br />

de anos-luz da Terra. Segundo a<br />

teoria de Einstein, todos os corpos em<br />

movimento emitem essas ondas que,<br />

como uma pedrinha que afeta a água<br />

quando toca nela, produz perturbações<br />

no espaço.<br />

Pois bem, isso implica em dizer<br />

que a Física Quântica estava certa ao<br />

afirmar que toda massa, corpo, produz<br />

energia, na verdade, tudo é energia.<br />

Essas ondas gravitacionais são basicamente<br />

feixes de energia que distorcem<br />

o tecido do espaço-tempo, o conjunto<br />

de quatro dimensões formado por tempo<br />

e espaço tridimensional. Ou seja, a<br />

percepção sobre a relação espaço e<br />

tempo tem sido dominada pelo limite<br />

imposto pela matéria, mas, a partir desta<br />

descoberta será possível entender,<br />

inclusive, que o tempo não é uma dimensão<br />

material ou limitado por ele e<br />

que é possível avançar tanto para frente<br />

quanto para trás.<br />

A dificuldade de apreensão dessas<br />

e de outras teorias não é um problema<br />

de limitação de nossa tecnologia,<br />

afinal, Einstein havia predito tal<br />

afirmação 100 anos atrás num período<br />

de atraso tecnológico muito maior,<br />

mas sim, de direcionamento acerca de<br />

como enxergamos o mundo, sobretudo<br />

tendo nossa percepção como referente,<br />

descartando aquilo que não passa<br />

pelo crivo da verificabilidade. Como<br />

Einstein então previu isso se não<br />

havia equipamentos para tal feito? O<br />

que limita a tecnologia é o conhecimento,<br />

nem tanto o que ainda não sabemos,<br />

mas como limitamos o que já sabemos,<br />

impedindo a abertura para novas<br />

possibilidades.<br />

*Fonte: www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160209_ondas_gravitacionais_mdb<br />

Da mesma forma isso pode ser ampliado<br />

para todas as esferas: cultura,<br />

economia, politica, história. Somente<br />

com o furo no bloqueio das informações<br />

crivadas pela grande mídia quanto<br />

ao engendramento da economia global<br />

ao omitir a prisão de banqueiros na<br />

Finlândia pelo envolvimento na fraude<br />

da crise econômica global e a multa<br />

que a Standard & Poor's recebeu no valor<br />

de US$ 1, 37 bilhões pela fraude<br />

em garantias de créditos imobiliários,<br />

as pessoas ao redor do mundo ficam sabendo<br />

o que se passa nos tramites da<br />

economia controlada por Wall Street.<br />

Se não fossem as redes sociais virtuais<br />

possivelmente tais informações não<br />

ganhariam repercussão.<br />

Durante todo esse tempo, a bem<br />

da verdade desde a criação do Federal<br />

Reserve (23 de dezembro de 1913),<br />

um modelo de concentração e a forma<br />

da tomada de decisões sobre os rumos<br />

da economia global tem sido direcionados<br />

pelos países centrais capitalistas,<br />

sobretudo a partir de suas agencias<br />

surgidas postumamente: FMI, Banco<br />

Mundial e, no plano da política, por<br />

agências como ONU, OTAN, interferindo<br />

e intervindo na dinâmica socioeconômica<br />

política dos países, sempre<br />

em benefício dos mais ricos. Desta feita,<br />

mesmo com a toda a farsa acerca<br />

das armas de destruição em massa que<br />

supostamente o Iraque teria, levando<br />

Bush a invadir e destruir aquele país,<br />

foi suficiente para uma intervenção da<br />

OTAN contra os Estados Unidos.<br />

Temos sido enganados todo esse<br />

tempo, quer por uma educação competitiva<br />

em nome do capital, quer pela<br />

propaganda democrática afirmando<br />

ser o melhor modelo de representação<br />

política olvidando os meneios de controle<br />

do aparato burocrático da justiça,<br />

do financiamento de campanha, da privatização<br />

dos espaços políticos em decorrência<br />

do engessamento da participação<br />

popular dificultado pelo acesso<br />

às informações e pelas hierarquias, da<br />

burocracia e do controle da mídia,<br />

quer por uma cultura quer reforça o caráter<br />

excludente das classes sociais<br />

afirmando haver sim separação e distinção<br />

entre as pessoas como se algumas<br />

fossem brindadas pela natureza e<br />

destinadas a serem privilegiadas. Quer<br />

dizer, a cultura, alicerçada pelos valores<br />

morais, pela religião, pelo entretenimento<br />

tem funcionando como um<br />

processo retroalimentador (os valores<br />

criam a cultura, essa uma vez estabelecida<br />

volta a retroalimentar os valores<br />

sociais) e servido de alicerce para a<br />

miopia global consubstanciado a ideia<br />

de que as coisas são assim e não há outra<br />

possibilidade de enxergá-las.<br />

Claro que o etnocentrismo é um<br />

dos pilares deste processo. Imaginarmo-nos<br />

como o centro do Universo,<br />

consequentemente tudo o que é derivado<br />

disso - nossos referenciais funciona<br />

como duplo vórtice: nos impede<br />

de enxergar o que existe além da cortina<br />

ao mesmo passo que fixa o status<br />

quo. Resultado: avançamos muito pouco<br />

acerca do desvelamento sobre<br />

quem somos, isso quando pessoas são<br />

assassinadas, ridicularizadas, excluídas<br />

por mostrarem ou denunciarem a<br />

farsa de nossas sociabilidades em todos<br />

os planos.<br />

É necessário muito etnocentrismo<br />

para duvidar do cosmos ou achar que<br />

nada faz sentido, como se nossas percepções<br />

limitadas sobre o que existe,<br />

inclusive sobre o que é o planeta Terra<br />

desse conta do mistério da existência.<br />

O primeiro método de dominação foi<br />

a divisão. Os donos do poder, através<br />

da religião, da cultura, do dinheiro, da<br />

educação, do entretenimento, dos sistemas<br />

políticos e do patriotismo tem<br />

nos feito crer que somos diferentes e<br />

melhores que os outros, que a pobreza,<br />

a miséria, a exclusão, são normais,<br />

como se uma atitude de segregação<br />

não tivesse repercussão no modelo de<br />

ç Ilustração de dois buracos negros colidindo - NASA<br />

vida que escolhemos. Ora, a teoria de<br />

Einstein, agora finalmente provada,<br />

mostra exatamente o contrário: tudo é<br />

energia e toda energia afeta o cosmos.<br />

Temos livre arbítrio para escolhermos<br />

nosso futuro, mas como mudar<br />

o futuro se concebemos o mundo<br />

fragmentariamente, inclusive sendo<br />

indiferentes à dor ou a exclusão do outro?<br />

Como mudar então os regimes políticos?<br />

Não alimentando os processos<br />

e mecanismos de sustentação de tais<br />

modelos, tais como; a ideia de que somente<br />

alguns nasceram para serem<br />

afortunados, baseado no princípio da<br />

livre concorrência, somo se fosse ético<br />

e natural; questionando os princípios<br />

fundantes da democracia, tido como<br />

melhor modelo de representação;<br />

não problematizando os engendramentos,<br />

farsas e mentiras sustentáculos<br />

dos regimes, como a justiça, a burocracia,<br />

a mídia; entendendo que todos<br />

estamos interligados, portanto, para o<br />

estabelecimento de um equilíbrio é necessário<br />

a redução brusca da desigualdade,<br />

a eliminação da injustiça que<br />

massacra negros, índios, quilombolas,<br />

pobres, refugiados, mulheres, crianças,<br />

idosos em vários lugares do mundo;<br />

lutando para que os recursos naturais<br />

sejam mantidos e que todos tenham<br />

acesso, independentemente de<br />

suas condições sociais.<br />

Para isso, é necessário um colapso<br />

no sistema financeiro mundial e<br />

uma modificação do modelo, o que está<br />

em curso, mesmo com o ocultamento<br />

da grande mídia. Estamos assistindo<br />

nos bastidores os preparativos do<br />

grande reset mundial, afinal, os sinais<br />

da artificialização dos balanços contábeis,<br />

da farsa das bolsas de valores, da<br />

manutenção da paridade do dólar como<br />

moeda e padrão internacional das<br />

trocas comerciais não poderão ser<br />

ocultados por mais tempo. O novo modelo<br />

será baseado no ouro. Isso mesmo,<br />

é apenas e tão somente uma questão<br />

de tempo.<br />

Quando esse modelo econômico<br />

e injusto for superado, iniciaremos<br />

uma abertura nunca antes vista sobre<br />

as nossas existências.<br />

Vamos enfim entender como Einstein<br />

“previu” a teoria dos campos gravitacionais.■<br />

Contato: jh_depaula@yahoo.com.br

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