Revista Nossos Rumos_edição maio

PERFIL
DO
QUESTIONAMENTO,
FEZ-SE
HUNGRIA
HOMENAGEADO COMO FERROVIÁRIO PADRÃO RUMO
2018, LUIZ HENRIQUE HUNGRIA É REFERÊNCIA EM
CÁLCULOS SOBRE FERROVIA, MAS ENCARA COM
SIMPLICIDADE ÍMPAR O DESTAQUE QUE CONQUISTOU
Se o trabalho engrandece o homem, muitas vezes o
homem também engrandece seu trabalho. Outras,
inclusive, ele o transforma. É o caso de Luiz Henrique
Hungria, especialista em Tecnologia de Equipamentos
da Rumo e famoso na Companhia por ter escrito
um dos poucos livros técnicos sobre engenharia ferroviária
do Brasil.
Ferroviário inquieto e de olhos atentos, ele contribui
com a ferrovia muito antes de escrever a obra
de 816 páginas. Formado em Engenharia Mecânica
pela UFPR, Hungria está neste negócio desde 1983,
quando passou em um concurso da extinta Rede
Ferroviária Federal (RFFSA).
Já trabalhou na oficina e manutenção de vagões, na
compra de materiais para a ferrovia, e na investigação
de acidentes ferroviários, mas credita o início da
sua “popularidade” à época da privatização das ferrovias,
quando precisou pensar e supervisionar soluções
para adaptar os vagões de grãos às diversas
cargas dos novos contratos.
Popularidade, porém, é termo escolhido pela redação
desta revista. Hungria, por ele mesmo, não
vê nada demais em sua trajetória pra que tenha se
transformado na referência que é hoje. Para o engenheiro,
é tudo muito simples. “O fato de eu saber as
coisas, vem de sempre perguntar. Seja para mim mesmo,
para os outros ou para os números. Eu tenho uma facilidade
para fazer cálculos. E é só isso”.
É com esta lógica aparentemente simples que Hungria
encara o trabalho. Questionando, ele consegue enxergar
o cenário amplo da ferrovia, com seus desafios e potenciais.
Ao levar essa perspectiva de forma espontânea para
o livro “Segurança Operacional de Trens de Carga: Uma
Literatura Técnica de Valor”, Hungria foi homenageado
com o título de Ferroviário Padrão Rumo 2018, premiação
que reconhece os destaques da Companhia no último
ano.
Além de colaborar para o crescimento da literatura técnica
sobre ferrovia, o livro demonstra quem é Hungria
para além dos cálculos e do foco em produtividade: um
ferroviário que busca compartilhar com outros o conhecimento
de mais de 30 anos neste negócio e mostrar o
caminho das pedras que se deve fazer para analisar cada
projeto, pensando sempre no que é melhor para a ferrovia,
para o trem.
A lógica aprendida por Hungria nos primeiros anos como
ferroviário resume bem o aprendizado constante e a dedicação
com que o engenheiro trabalha, todos os dias:
“em cada viagem de trem, de um ponto a outro, você
entende o objetivo do trabalho e, quando se chega à estação,
sendo ferroviário, todo mundo é parceiro”, explica.
10 NOSSOS RUMOS