You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Nome: Wladimir Gramacho<br />
Idade: 17 anos<br />
Cidade: Lago Sul<br />
Escolaridade: 3º ano do segundo grau<br />
Profissão: É diretor em um grêmio estudantil. Quer ser engenheiro de computação.<br />
Marina Serra e Wladimir Gramacho<br />
têm 17 anos. Ela<br />
mora na Asa Sul, é cantora,<br />
compositora e adota o<br />
nome artístico de Marina Saint-hills. Ele<br />
mora no Lago Sul, é do grêmio estudantil<br />
da escola e sonha em se formar em engenharia<br />
da computação.<br />
“Eu não deveria pesquisar quem não é<br />
corrupto, pois o político deveria dar o<br />
exemplo de como ser um bom cidadão e<br />
nos proteger dos ‘vilões’. Eu gostaria de<br />
ver políticos dispostos a reformular o<br />
sistema educacional com mais espaço<br />
para a arte, pois o sistema atual é muito<br />
atrasado”, afirma Marina sobre perfil<br />
ideal de candidato a cargo público. Já<br />
Wladimir não quer saber de promessas.<br />
“O candidato tem que mostrar o que<br />
é possível fazer com base em dados.<br />
Precisa ter espírito de liderança, humildade,<br />
boa oratória e conhecer os movimentos<br />
sociais. Além dessas virtudes<br />
pessoais, precisa trazer propostas sólidas<br />
para três áreas prioritárias: transporte,<br />
educação e saúde”, diz o jovem.<br />
Para Marina, um bom começo para um<br />
novo governo é ver ruas mais iluminadas.<br />
“A falta de iluminação nos deixa mais<br />
inseguros. Durante a greve da polícia, estive<br />
perto de situações de assaltos e sequestros.<br />
Alguns amigos meus já foram<br />
assaltados na frente da minha escola,<br />
que fica em um dos bairros mais nobres<br />
de Brasília”. Wladimir observa ainda que<br />
a escolha do próximo governador vai ser<br />
determinante para o futuro do estádio<br />
Mané Garrincha: “Com a Copa do Mundo,<br />
Brasília recebeu um estádio de futebol<br />
moderno e de dimensões consideráveis.<br />
Dependerá dos próximos governos o que<br />
será feito com a arena, podendo esta se<br />
tornar em um vetor para o entretenimento<br />
e o turismo”.<br />
Um contraponto a essa expectativa em<br />
torno do próximo governador é o relato<br />
de Luciana Santos, também de 17 anos.<br />
Ela mora em Taguatinga e quer ser professora.<br />
Até essa ent<strong>revista</strong> para a Evoque,<br />
Luciana nem estava preocupada em<br />
tirar o título de eleitor. Mas ela vai completar<br />
18 anos tres dias antes da votação.“Se<br />
eu sou obrigada, vou votar nulo.<br />
Quando eu estou assistindo à televisão,<br />
nunca vejo notícia de que a pessoa teve<br />
sucesso porque o governo ajudou. É<br />
sempre notícia de que alguém morreu,<br />
foi assaltado, está no hospital. Eu não<br />
confio nos políticos que estão aí”.<br />
A falta de motivação de Luciana explica<br />
a queda no número de eleitores de 16<br />
ou 17 anos em todo país. Em 2010, os<br />
eleitores facultativos somavam 2,3 milhões.<br />
Para essas eleições, há 1,6 milhão<br />
de jovens com título.<br />
Com 18 anos, Rhuan Nunes vai votar pela<br />
primeira vez agora. Ele mora em Vicente<br />
Pires, acabou de concluir o segunco grau<br />
e quer seguir carreira militar. Das amizades<br />
que fez na escola, ficou um grupo de debate.<br />
“ Não voto em ficha suja. Na escola, eu e<br />
meus amigos que têm entre 16 e 20 anos<br />
conversávamos sobre muitos assuntos. E<br />
sempre discutíamos lados de direita e esquerda.<br />
Quando vimos o que estava acontecendo<br />
em Brasília, ficamos mais envolvidos<br />
com eleição”, explica.<br />
Agora que você, leitor, já conhece os<br />
jovens ent<strong>revista</strong>dos, acompanhe o<br />
que eles pensam sobre temas específicos<br />
da cidade:<br />
EDUCAÇÃO<br />
Marina Saint-hills: “Todos nós queremos<br />
ir para faculdades públicas, mas a concorrência<br />
é tão grande que precisamos<br />
estudar nas melhores escolas particulares<br />
e nos melhores cursinhos. Isso<br />
minimiza exponencialmente a chance<br />
de um aluno de escola pública entrar em<br />
uma faculdade pública, e é esse aluno<br />
que provavelmente necessita mais dos<br />
serviços públicos. A competição é injus-<br />
ta. Para entrar na faculdade, tínhamos<br />
que analisar o histórico da pessoa, as<br />
notas, cartas de recomendações de professores,<br />
trabalho voluntário, talentos<br />
individuais, essas características que<br />
realmente dizem quem a pessoa é, ao<br />
invés de um simples número”.<br />
Wladimir Gramacho: “É preciso mudar<br />
o aspecto de muitas escolas, como por<br />
exemplo o CEF 15 de Taguatinga. Muitas<br />
delas se parecem com centros penitenciários,<br />
algo lastimável. Trazer tecnologia<br />
para as escolas é algo viável e necessário,<br />
pois os alunos se encontram<br />
em escolas arcaicas que não condizem<br />
com sua geração. É preciso reconhecer<br />
o trabalho de professores de destaque,<br />
desde o ensino básico ao superior para<br />
que a carreira seja incentivada”.<br />
Luciana Santos: “Sou quase a mais<br />
velha da minha turma. Mas isso foi por<br />
culpa dos meus pais, sempre brigando,<br />
viajando. Eu acho que o nível de aproveitamento<br />
nas escolas é baixo porque<br />
também não há muitos investimentos.<br />
Os professores ficam desanimados e a<br />
gente sai prejudicado”.<br />
Rhuan Nunes: “A falta de professores<br />
é muito frequente. Estudei toda minha<br />
vida em colégio público. Mas a minha<br />
mãe sempre pesquisou muito para me<br />
colocar nas melhores escolas públicas<br />
de Brasília. Nunca tive vergonha disso<br />
ainda mais porque os professores sempre<br />
foram muito qualificados”.<br />
SEGURANÇA<br />
Mariana Saint-hills: “Me sinto sempre<br />
insegura em Brasília, ainda mais<br />
quando estou andando ou correndo à<br />
noite ou em uma área vazia. Eu gosto<br />
muito de correr, porém desfruto pouco<br />
do Parque da Cidade já que meu<br />
horário livre para esporte é entre 18<br />
e19 horas e é bem nesse horário que<br />
começa a anoitecer. Mulheres são<br />
um alvo mais fácil para assaltos e<br />
estupro”.<br />
Wladimir Gramacho: “É rotineiro pensar<br />
em vários caminhos para escolher<br />
o mais seguro (ou menos perigoso)<br />
nas ruas. Com o crescimento da cidade<br />
e pelas características do país,<br />
é natural que a segurança pública<br />
peque em alguns momentos, mas é<br />
preciso ver o problema de uma forma<br />
mais ampla e não somente visando<br />
reprimir violentamente. Acho que a<br />
segurança no DF estagnou nos últimos<br />
anos, aumentando os índices de<br />
criminalidade”.<br />
Luciana Santos: “Eu nunca fui assaltada,<br />
mas conheço várias pessoas que já<br />
sofreram assaltos principalmente nos<br />
ônibus. É preciso mais rondas policiais.<br />
A segurança não é boa”.<br />
Rhuan Nunes: “Já fui assaltado umas<br />
4 vezes à luz do dia. Está complicado, a<br />
falta de policiamento nas ruas é o principal<br />
fator pra isso estar acontecendo”.<br />
EVOKESET2014<br />
EVOKESET2014