Revista Apólice #232
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❙❙<br />
Erika Médici, da Axa<br />
com as insurtechs. Elas buscam, principalmente,<br />
flexibilidade para se adequar<br />
às normas de segurança da informação,<br />
visão de negócio e business plans bem<br />
estruturados. “São informações que não<br />
estão acessíveis a nós”, diz Erika Médici,<br />
diretora de marketing e negócios digitais<br />
da Axa. Em todo o mundo, a companhia<br />
se engaja com startups e fomenta o desenvolvimento<br />
do ecossistema de insurtechs<br />
e fintechs. No Brasil, esse trabalho se<br />
dá por meio da iniciativa Filial Digital.<br />
Assim como acontece em uma startup,<br />
a tecnologia é usada para transformar e<br />
dinamizar o relacionamento, permitindo<br />
que a Filial Digital opere como uma célula<br />
de atendimento comercial digitalizada,<br />
mas não por isso automatizada. A ideia é<br />
que além de obter suporte e informações<br />
por esse canal, os corretores possam<br />
desenvolver seu plano de negócios digitais,<br />
etapa que está em desenvolvimento.<br />
Globalmente, há uma forte iniciativa<br />
realizada pela Axa Venture Partners.<br />
No geral, as seguradoras começaram<br />
a enxergar um novo horizonte nos últimos<br />
anos, mas a transformação está em curso.<br />
“Há projetos segmentados que funcionam<br />
muito bem, mas o ideal são modelos de<br />
inovação sistêmicos que ainda estão em<br />
construção”, admite Erika. A chave para<br />
acelerar essa mudança é a cultura organizacional:<br />
abrir as portas para parcerias<br />
com startups e absorver o que elas têm<br />
para agregar. “As lideranças precisam<br />
estar engajadas e liderar a transformação”,<br />
sentencia.<br />
O fato é que essas empresas ainda<br />
precisam de tempo para se preparar internamente<br />
para receber as startups. Com<br />
mais maturidade e com uma cultura interna<br />
mais flexível, lidarão melhor com as<br />
parcerias e extrairão melhores resultados.<br />
Esse aprendizado acontece em todos os<br />
segmentos e envolve uma análise importante:<br />
inovação que gera resultados versus<br />
exposição a riscos, “discussão central para<br />
o mercado segurador”, declara a executiva.<br />
Moeda virtual nas apólices de<br />
seguro<br />
Todos os mercados serão profundamente<br />
impactados pelo blockchain. Porém,<br />
serviços financeiros e seguros serão<br />
aqueles que passarão por grandes rupturas.<br />
“Modelos deverão ser revistos por pressão<br />
da sociedade civil”, destaca Fernando<br />
Wosniak Steler, CEO da Direct.One,<br />
empresa que trabalha com contratos inteligentes<br />
utilizando o blockchain. Ele toma<br />
como exemplo o aplicativo de transportes<br />
Uber, que mesmo relativamente ‘fora da<br />
lei’ teve as regras mudadas pela pressão<br />
da sociedade. “No final, sempre quem está<br />
com a razão são os clientes que querem<br />
comodidade e baixo custo”, afirma.<br />
Nos seguros, de acordo com especialistas,<br />
a principal aplicação do blockchain<br />
será nas coberturas de seguros,<br />
❙❙<br />
Fernando W. Steler, da Direct.One<br />
na automatização da solução de sinistros<br />
e seus pagamentos. As possibilidades<br />
de desintermediação, transferências de<br />
recursos instantâneos, execução automatizada<br />
de contratos e confiança entre os<br />
participantes são realidades nunca antes<br />
experimentadas pelo mercado segurador.<br />
“Estamos ansiosos para ver o que vai<br />
acontecer”, revela Steler.<br />
A companhia começou a estudar o<br />
blockchain em 2015. Depois, os estudos<br />
viraram provas de conceito que levaram<br />
à conclusão de um produto em formato de<br />
API. No início de 2018, a empresa fechou<br />
o primeiro contrato com uma seguradora,<br />
que passou a registrar suas apólices utilizando<br />
Blockchain Ethereum, validando<br />
imutabilidade nas transações. Para as<br />
seguradoras, esse modelo de negócio<br />
pode trazer benefícios que vão desde<br />
a redução de custos até o regulatório.<br />
“A Resolução CNSP 294, emitida no<br />
final de 2013, obrigava a utilização de<br />
certificado ICP-Brasil. Agora, o CNSP<br />
359 retirou o certificado ICP-Brasil,<br />
colocando itens que podemos resolver<br />
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