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Revista Apólice #232

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conjuntura<br />

bilhões em prêmios, o que, se confirmado,<br />

ressalta o potencial gigantesco existente<br />

junto às pequenas e médias empresas no<br />

Brasil. Isso porque o volume de seguros<br />

contratado por esse público é muito pequeno<br />

se comparada à importância que<br />

os grupos de pequeno e médio porte têm<br />

na economia brasileira. Se consideradas<br />

apenas as micro e pequenas empresas,<br />

segundo dados Serviço Brasileiro de<br />

Apoio às Micro e Pequenas Empresas<br />

(Sebrae), o peso no Produto Interno Bruto<br />

(PIB) brasileiro chega a 27%, além de<br />

representarem 98,5% dos empreendimentos<br />

e gerarem 54% das vagas formais<br />

no mercado de trabalho no País. Fatia<br />

similar corresponde à participação dos<br />

médios grupos. “Apesar de ser necessária<br />

uma ótica mais profunda do potencial<br />

do segmento das pequenas e médias<br />

empresas no Brasil, visto que algumas<br />

não são operantes e outras fecharam as<br />

portas, a penetração do seguro nesses<br />

grupos é muito baixa. Se nenhuma nova<br />

empresa surgir na economia brasileira,<br />

ainda assim haverá muito trabalho para<br />

o seguro explorar junto aos pequenos e<br />

médios empresários”, raciocina o diretor<br />

geral de Relações com Investidores da<br />

Porto Seguro, Marcelo Picanço.<br />

Melhores ventos<br />

Pesa para os pequenos e médios<br />

negócios no Brasil, na opinião de especialistas,<br />

o fato de terem maiores desafios<br />

em relação aos grandes grupos, tanto do<br />

ponto de vista financeiro bem como operacional.<br />

Além de o acesso ao crédito ser<br />

❙❙Sidney Cezarino, da Tokio Marine<br />

32<br />

mais difícil e também mais caro, a baixa<br />

diversificação de clientes bem como dos<br />

ramos em que atuam estabelece uma relação<br />

de dependência que não é saudável<br />

para a gestão da empresa se não for muito<br />

bem administrada. Até mesmo porque<br />

qualquer dano ameaça a continuidade do<br />

negócio. A maior sensibilidade das PMEs<br />

ficou evidente durante a crise financeira<br />

e política que devastou a economia brasileira<br />

nos últimos anos. As pequenas<br />

e médias empresas foram um dos segmentos<br />

que mais apanhou. Pesquisas de<br />

birôs de crédito como a Serasa Experian<br />

e a Boa Vista SCPC mostram que os pedidos<br />

de recuperação judicial – quando<br />

a empresa perde a capacidade de pagar<br />

as suas dívidas e recorre a uma medida<br />

para se reestruturar e evitar a falência –,<br />

que passou de mais de 4 mil solicitações<br />

durante a crise, cresceu mais entre os<br />

menores do que entre os grandes grupos.<br />

No entanto, de acordo com Gomes,<br />

da Chubb, a crise contribuiu para aumentar<br />

o temor das pequenas e médias<br />

empresas pelos riscos aos quais estão<br />

expostas. Assim, sua expectativa é de<br />

que o atual quadro de recuperação da<br />

economia possa servir de motor para<br />

o crescimento do consumo de seguros<br />

entre as PMEs. Sustentam o otimismo<br />

do executivo o cenário de retomada econômica<br />

do País. E também por parte dos<br />

pequenos e médios empresários. Apesar<br />

de muitos negócios terem fechando<br />

as portas durante a crise, os sinais de<br />

retomada do País já ensejam uma dose<br />

de confiança a mais nos empresários<br />

do segmento. O Índice de Confiança<br />

dos Pequenos e Médios Negócios (IC-<br />

-PMN) para o segundo trimestre deste<br />

ano atingiu 70,65 pontos, com aumento<br />

de 5,9%, na comparação com o trimestre<br />

anterior. Trata-se da segunda maior alta<br />

da série histórica, iniciada em 2009, do<br />

indicador, que mede a confiança dos<br />

empresários das PME’s para o trimestre,<br />

elaborado pelo Centro de Estudos em<br />

Negócios do Insper com apoio do banco<br />

Santander Brasil. “Há um potencial de<br />

crescimento dentro do setor e em meio à<br />

retomada econômica do Brasil. Se o País<br />

retoma, os investimentos também voltam<br />

e há mais empreendedores que também<br />

são potenciais clientes de seguro. Esse<br />

❙❙Marcelo Picanço, da Porto Seguro<br />

é o pano de fundo”, avalia Cezarino, da<br />

Tokio Marine.<br />

No ano passado, o número de novas<br />

empresas já voltou a crescer no Brasil,<br />

puxado, principalmente, pelos grupos<br />

de menor porte. Segundo levantamento<br />

da Boa Vista SCPC, houve expansão<br />

de 13,6% no ano passado em relação a<br />

2016. Na classificação por forma jurídica,<br />

a variação acumulada no ano mostrou<br />

que as MEIs (microempreendedores<br />

individuais) continuam com papel de<br />

destaque, crescendo 19,1% em 2017, na<br />

comparação com o ano imediatamente<br />

anterior, enquanto que as microempresas<br />

(MEs) apresentaram variação de 6,8%.<br />

Já as demais modalidades de empresas<br />

apresentaram retração de 12,8%, na<br />

mesma base de comparação.<br />

No entanto, embora demonstrem,<br />

em geral, um pouco mais de confiança,<br />

o apetite dos pequenos e médios empresários<br />

para a inclusão de novos gastos em<br />

seus orçamentos, porém, ainda continua<br />

restrito. Na visão do proprietário da GHI<br />

Corretora de Seguros, Luis Fernando<br />

Autilio, as PMES ainda são muito resistentes<br />

à contratação de seguro. “O grande<br />

empresário pensa mais em seu patrimônio<br />

até mesmo porque a maioria possui empreendimento<br />

e maquinário próprio e, no<br />

caso de um incêndio, podem perder tudo e<br />

terem mais dificuldade de se recolocarem.<br />

O pequeno e médio não. Vai para um canto<br />

e para o outro. As empresas menores veem<br />

o seguro mais como um custo do que como<br />

uma proteção ao patrimônio”, compara o<br />

especialista.

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