Por que periferias importam EDITORIAL Elas reúnem significativa parte da população brasileira e têm o menor acesso a oportunidades. Só por esses dois motivos as periferias urbanas e o combate às desigualdades socioespaciais já mereceriam figurar no topo das prioridades da gestão pública. ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS DIRETOR Luiz Artur Brito Iniciativa: www.namaocerta.org.br Mas as periferias também importam por tudo o que representam: imensa criatividade, forte relacionamento comunitário, enorme expressividade cultural, um celeiro de ideias e inovações, potencialidades as mais heterogêneas possíveis. Historicamente, as periferias no Brasil influenciam comportamentos, tendências e movimentos culturais que acabam apropriados pelo “centro”. Ainda assim, este centro se refere às periferias de forma pouco elogiosa, geralmente nivelando-as como uma massa homogênea: “comunidades carentes”, “aglomerados subnormais”, “assentamentos precários”, “indigentes”. Por que só enxergar escassez onde existem riquezas tão abundantes? O conceito de riqueza, infelizmente, ainda é determinado pela régua econômica, que por sua vez desconsidera ativos menos tangíveis, como os vínculos sociais, a espontaneidade, o jeito de ser e de viver das periferias. Muito assediadas em períodos de campanha eleitoral, essas populações ficam praticamente invisíveis tão logo os gestores assumem seus cargos. Afogada em números e indicadores que pouco traduzem as especificidades de territórios tão singulares e diversos entre si, a administração pública perde a oportunidade de desenvolver nesses locais todo o potencial que ali reside. Perdem as periferias, perdem os centros, perdem todos. Este Projeto Especial de PÁGINA22, que tivemos a honra de realizar em parceria com a Fundação Tide Setubal, é um convite para que a gestão pública aprofunde o olhar sobre esses territórios tão valiosos e incrivelmente ainda pouco compreendidos. Boa leitura! COORDENADOR Mario Monzoni VICE-COORDENADOR Paulo Durval Branco JORNALISTAS FUNDADORAS Amália Safatle e Flavia Pardini EDITORA Amália Safatle EDIÇÃO DE ARTE José Roosevelt Junior www.mediacts.com ILUSTRAÇÕES José Roosevelt Junior (seções) EDITORA DE FOTOGRAFIA Flavia Sakai REVISOR José Genulino Moura Ribeiro GESTORA DE PRODUÇÃO Bel Brunharo COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Andrea Vialli, Cíntya Feitosa, DiCampana (coletivo fotográfico), Diego Viana, Fábio Rodrigues, Haroldo da Gama Torres, Magali Cabral (textos e edição), Mauricio Érnica, Neuza Árbocz, Paula Galeano, Pepe Guimarães Ricardo Sennes JORNALISTA RESPONSÁVEL Amália Safatle (MTb 22.790) ANUNCIE Para informações sobre anúncio no website e no pdf da edição disponível para download, contate Bel Brunharo: belbrunharo@pagina22.com.br REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Avenida Nove de Julho, 2029, 11º andar - São Paulo - SP (11) 3799-3212 / leitor@pagina22.com.br www.fgv.br/ces/pagina22 CONSELHO EDITORIAL Ana Carla Fonseca Reis, Aron Belinky, José Eli da Veiga, Leeward Wang, Mario Monzoni, Pedro Telles, Roberto S. Waack, Rodolfo Guttilla IMPRESSÃO: HRosa Serviços Gráficos e Editora TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 1.000 exemplares Os artigos e textos de caráter opinativo assinados por colaboradores expressam a visão de seus autores, não representando, necessariamente, o ponto de vista de Página22 e do FGVces. A REVISTA Página22 ADERIU À LICENÇA CREATIVE COMMONS. ASSIM, É LIVRE A REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO – EXCETO IMAGENS – DESDE QUE SEJAM CITADOS COMO FONTES A PUBLICAÇÃO E O AUTOR. PÁGINA22 JUN/JUL 2017 3