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Jornal Paraná Junho 2018

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OPINIÃO<br />

O tempo urge!<br />

O desafio será a obtenção de financiamento para que os canaviais continuem contribuindo<br />

para a melhoria da intensidade de carbono da matriz brasileira de combustíveis<br />

SIDNEY SAMUEL<br />

MENEGUETTI (*)<br />

Oano de 2017 se encerrou<br />

com a alvissareira<br />

sanção presidencial<br />

da chamada Lei do<br />

RenovaBio, a comemoração setorial<br />

encheu os olhos do País.<br />

O Senado Federal, em seu site<br />

oficial, noticiou a aprovação da<br />

Lei Ordinária nº 13.576/2017<br />

como causa de uma possível<br />

criação de 3 milhões de empregos<br />

no País.<br />

Alguns chegaram a mencionar<br />

o ressurgimento do Proálcool,<br />

que, a bem da verdade, foi um<br />

programa exitoso da década<br />

de 1970, uma vez que impulsionou<br />

investimentos, não só<br />

na produção, como também<br />

no consumo do etanol de<br />

cana-de-açúcar, biocombustível<br />

extremamente importante<br />

para o País, cuja eficiência da<br />

cadeia produtiva causa admiração<br />

até em países com economia<br />

em patamar de estabilidade<br />

mais avançado que o<br />

Brasil.<br />

Em suma, a chamada Lei do<br />

RenovaBio, traz, em seu bojo,<br />

30 artigos, recarregando a esperança<br />

do setor sucroenergético<br />

brasileiro, que sofre redução<br />

de investimentos e endividamento<br />

jamais vistos na história.<br />

Como causa, poder-se-iam<br />

lançar inúmeros fatores, merecendo<br />

destaque reiteradas práticas<br />

desleais no preço do combustível<br />

fóssil havidas em um<br />

passado recente.<br />

Tal cenário força a concluir que<br />

o RenovaBio é um programa<br />

que não pode existir de forma<br />

isolada, ou seja, somente pelos<br />

seus artigos legislativos, uma<br />

vez que o endividamento carregado<br />

pelo setor sucroenergético<br />

afasta a capacidade de investimento<br />

dos produtores.<br />

O endividamento é um fato notório,<br />

aliás bastando atentar-se<br />

ao número assombroso de unidades<br />

produtoras que encerraram<br />

suas atividades entre 2015<br />

e 2017, sem que, ao menos,<br />

outros players dessem continuidade<br />

no escopo social das indústrias.<br />

O BNDES, com seu papel<br />

fundamental, necessita,<br />

pois, rever seus limites para<br />

a retomada de financiamento<br />

de investimentos<br />

Tal condição extirpa cruelmente<br />

a capacidade de investimento<br />

dos produtores na renovação<br />

dos canaviais, e cada hectare<br />

de cana que deixa de ser investido/plantado<br />

torna muito mais<br />

difícil a missão do RenovaBio,<br />

que está textualmente descrita<br />

no comando do artigo 1º, inciso<br />

I, da Lei Ordinária nº 13.576/<br />

2017, que dispõe: “Fica instituída<br />

a Política Nacional de Biocombustíveis<br />

(RenovaBio), parte<br />

integrante da política energética<br />

nacional de que trata o art.<br />

1º da Lei nº 9.478, de 6 de<br />

agosto de 1997, com os seguintes<br />

objetivos: I. contribuir<br />

para o atendimento aos compromissos<br />

do País no âmbito do<br />

Acordo de Paris sob a Convenção-Quadro<br />

da Nações Unidas<br />

sobre Mudança do Clima”.<br />

Isso porque, com toda a vênia<br />

devida às outras culturas e formas<br />

que estariam aptas à produção<br />

de biocombustíveis, as<br />

atuais não estão dotadas da<br />

mesma capacidade que a canade-açúcar<br />

comprovadamente<br />

detém, na função de sequestrar<br />

carbono, contribuindo positivamente<br />

para reduzir o chamado<br />

efeito estufa.<br />

Ademais, a geração dos 3 milhões<br />

de empregos noticiada<br />

pelo Senado Federal seria muito<br />

mais agilizada se o setor sucroenergético<br />

obtivesse viabilidade<br />

para simplesmente retomar o<br />

investimento no plantio de cana,<br />

ou seja, renovação de canaviais,<br />

sendo desnecessária<br />

qualquer invenção muito grande,<br />

daí a necessidade de ser<br />

criado um mecanismo de financiamento<br />

do plantio de cana, diferenciado<br />

das demais culturas,<br />

e que acompanhasse a relevância<br />

de se atingir, verdadeiramente,<br />

a finalidade instituída pelo<br />

RenovaBio.<br />

O BNDES, com seu papel fundamental,<br />

necessita, pois, rever<br />

seus limites para a retomada de<br />

financiamento de investimentos<br />

em plantio de cana, permitindo,<br />

inclusive, contratação direta e<br />

até mesmo reestruturando operações<br />

passadas, para que os<br />

produtores consigam avançar e<br />

fazer frente aos desafios lançados<br />

pelo programa legislativo.<br />

A cana-de-açúcar, por possuir a<br />

particularidade de atingir os objetivos<br />

ambientais do Renova-<br />

Bio, necessita obter um impulso<br />

mais forte, para que se torne<br />

atrativo aos produtores renovar<br />

os canaviais, evitando-se a conversão<br />

para outras culturas, cuja<br />

eficiência ambiental não será a<br />

mesma da cana-de-açúcar, podendo<br />

até colocar em xeque a<br />

real finalidade do programa.<br />

O desafio será, com toda certeza,<br />

a obtenção de financiamento<br />

para que os canaviais<br />

continuem contribuindo para a<br />

melhoria da intensidade de carbono<br />

da matriz brasileira de<br />

combustíveis. Para tanto, produtores,<br />

governantes, setor financeiro,<br />

enfim, todos os envolvidos<br />

nessa cadeia precisam<br />

atentar para esse ponto sensível,<br />

e que, o Brasil possa assistir<br />

ao setor sucroenergético retomar,<br />

ainda que parcialmente, o<br />

investimento no plantio de canade-açúcar.<br />

O tempo urge!<br />

(*) Diretor Jurídico da Usina<br />

de Açúcar Santa Terezinha<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SAFRA<br />

Seca acelera colheita e<br />

reduz perspectiva de produção<br />

Com mais de 20% da cana já colhida, o total esmagado é 74,8% maior do que<br />

no mesmo período do ano passado, percentual que chegou a 96,8% no dia 1 de maio<br />

MARLY AIRES<br />

Acolheita de cana-deaçúcar<br />

da safra<br />

<strong>2018</strong>/19 no <strong>Paraná</strong><br />

está em ritmo acelerado<br />

e bastante adiantada para<br />

o período, segundo o presidente<br />

da Alcopar, Miguel Tranin.<br />

O mesmo tem ocorrido<br />

em toda a região Centro-Sul<br />

do Brasil, fazendo com que<br />

muitos já prevejam a antecipação<br />

também do encerramento<br />

da safra. O Centro-Sul do Brasil<br />

é a maior região produtora<br />

de açúcar do mundo, respondendo<br />

por cerca de um terço<br />

do comércio global do adoçante,<br />

mas espera-se que a<br />

região produza uma safra de<br />

cana menor neste ano, em<br />

meio também ao envelhecimento<br />

dos canaviais e tratos<br />

culturais aquém do ideal.<br />

Com somente 20 unidades industriais<br />

em produção no <strong>Paraná</strong>,<br />

até o dia 15 de maio já<br />

tinham sido esmagadas<br />

20,6% do total esperado este<br />

ano, 7.575.429 toneladas de<br />

cana no acumulado, um aumento<br />

de 74,8% em relação<br />

ao total moído no mesmo período<br />

da safra 2017/18, que<br />

tinha registrado 4.333.582 toneladas<br />

de cana. A diferença<br />

do volume total esmagado em<br />

relação ao ano anterior chegou<br />

a 96,8% na quinzena anterior.<br />

Apesar de a colheita de cana<br />

no <strong>Paraná</strong> ter iniciado dia 15<br />

de fevereiro, na Coopcana, de<br />

Paraíso do Norte, até meados<br />

de março só quatro unidades<br />

industriais do <strong>Paraná</strong> tinham<br />

retomado a moagem, produção<br />

que ainda foi contabilizada<br />

como da safra 2017/18, conforme<br />

determinação do governo<br />

federal. As demais em<br />

operação só iniciaram em<br />

abril. Mesmo assim, por conta<br />

do clima mais seco, as máquinas<br />

têm rodado sem parar no<br />

campo e na indústria, acelerando<br />

todo o processo e<br />

adiantando o ciclo da cana,<br />

colhendo-a antes do tempo<br />

ideal de maturação e mesmo<br />

de desenvolvimento, o que<br />

tem feito muitas usinas pensarem<br />

em colocar o pé no freio,<br />

cita Tranin.<br />

A preocupação é que apesar<br />

de favorável a realização da<br />

colheita, o longo período seco<br />

de cerca de 50 dias trouxe<br />

efeitos negativos sobre a cana-de-açúcar.<br />

O desenvolvimento<br />

das lavouras foi prejudicado,<br />

podendo resultar em<br />

uma diminuição do potencial<br />

produtivo das lavouras que<br />

irão ser colhidas ao longo do<br />

segundo semestre. As chuvas<br />

ocorridas não têm sido suficientes<br />

para elevar os níveis<br />

de umidade do solo e assim,<br />

garantir condições razoáveis<br />

ao desenvolvimento das lavouras<br />

em todas as regiões.<br />

As condições se manterão<br />

desfavoráveis ao desenvolvimento<br />

das plantas.<br />

Devem ser processados entre 36 a 37 milhões de toneladas<br />

Outro aspecto que preocupa<br />

é a brotação da cana-soca e<br />

a renovação dos canaviais,<br />

que é paralisado no período<br />

mais seco até que condições<br />

climáticas mais favoráveis<br />

apareçam, diminuindo os<br />

percentuais de renovação e<br />

envelhecendo ainda mais os<br />

canaviais de toda região Centro-Sul.<br />

Quanto à qualidade da matéria-prima,<br />

a quantidade<br />

de Açúcares Totais Recuperáveis<br />

(ATR) por tonelada<br />

de cana no acumulado<br />

da safra <strong>2018</strong>/19<br />

ficou 6,8% acima do valor<br />

observado na safra 2017/<br />

18, totalizando 129,91 kg<br />

de ATR/t de cana, contra<br />

121,68 kg ATR observados<br />

na safra passada.<br />

Com isso foram produzidos<br />

no Estado até a primeira quinzena<br />

de maio 420.178 toneladas<br />

de açúcar e 317,530<br />

milhões de litros de etanol,<br />

sendo 106,576 milhões de<br />

anidro e 210,954 milhões de<br />

hidratado.<br />

Para a safra <strong>2018</strong>/19, a expectativa,<br />

diz Tranin, é repetir<br />

os números da safra 2017/18<br />

processando entre 36 a 37<br />

milhões de toneladas de<br />

cana-de-açúcar.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3


HOMENAGEM<br />

Gastão Mesquita é Mérito Industrial<br />

Diretor-presidente da Companhia Melhoramentos Norte do <strong>Paraná</strong> foi<br />

homenageado pelo Sistema Fiep por sua contribuição para o crescimento do setor<br />

Oempresário industrial<br />

Gastão de<br />

Souza Mesquita,<br />

diretor-presidente<br />

da Companhia Melhoramentos<br />

Norte do <strong>Paraná</strong>, que tem<br />

duas unidades sucroenergéticas<br />

no Estado, em Jussara<br />

e Nova Londrina, foi homenageado<br />

no último dia 11 de<br />

maio, em Umuarama, com a<br />

medalha do Mérito Industrial<br />

conferida pelo Sistema Fiep<br />

(Federação da Indústria do<br />

Estado do <strong>Paraná</strong>).<br />

Na festividade, que reuniu lideranças<br />

da região Noroeste,<br />

entre elas o presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin, foram<br />

homenageados empresários<br />

e empresas que se destacam<br />

por sua contribuição para o<br />

crescimento do setor. Além<br />

de Gastão de Souza Mesquita,<br />

a indústria Hellen Estofados<br />

e Colchões receberam<br />

a medalha do Mérito Industrial,<br />

e José Angelo, falecido<br />

em 2011, teve sua trajetória<br />

empresarial reconhecida<br />

com o título de Benemérito<br />

da Indústria.<br />

O estilo simples, a extrema<br />

valorização do capital humano,<br />

o constante controle<br />

de custos e a cautela nos<br />

projetos de expansão e na<br />

condução dos negócios são<br />

as marcas de Mesquita.<br />

Essas características têm<br />

sido essenciais para o crescimento<br />

sustentável da<br />

Companhia Melhoramentos,<br />

que atua na produção de<br />

etanol. Ao completar 90<br />

anos de fundação, foi eleita<br />

a melhor empresa do setor<br />

de Açúcar e Álcool pelo jornal<br />

Valor Econômico, em<br />

seu anuário Valor 1000 - edição<br />

2015.<br />

4 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

Mesquita fez questão de<br />

compartilhar a homenagem<br />

com o pai e o avô, que o antecederam<br />

na condução dos<br />

negócios. Também dedicou<br />

a medalha a todos os colaboradores<br />

da companhia.<br />

“Trabalhamos todos esses<br />

anos para manter nossa empresa<br />

competitiva e eficiente<br />

nos processos industriais e<br />

agrícolas. Seria injusto não<br />

dividir com todos esses que<br />

se dedicaram e me ajudaram”,<br />

afirmou.<br />

O presidente do Sistema Fiep,<br />

Edson Campagnolo, destacou<br />

o entusiasmo com que<br />

os empresários homenageados<br />

receberam o reconhecimento<br />

do Sistema Fiep. “A<br />

gente percebe a receptividade,<br />

com empreendedores<br />

de sucesso sendo reconhecidos,<br />

mostrando à sociedade<br />

que esse país tem que ser<br />

bem conduzido e todos nós<br />

temos a responsabilidade de<br />

fazer isso”, declarou.<br />

O empresário<br />

com familiares e<br />

os presidentes<br />

da Fiep e da<br />

Alcopar, que<br />

também recebeu<br />

distinção<br />

Na ocasião, o presidente da<br />

Alcopar e dos sindicatos<br />

Sialpar, Siapar e Sibiopar, Miguel<br />

Tranin recebeu também<br />

uma homenagem pelos 10<br />

anos do Sindicato da Indústria<br />

da Produção de Biodiesel<br />

do Estado do <strong>Paraná</strong>, pela<br />

excelência na prestação de<br />

serviços ao segmento, “cuja<br />

parceria foi essencial para o<br />

desenvolvimento da indústria<br />

da região”, destacou a homenagem<br />

da Fiep.


ESPORTE<br />

Semeando Campeões oferece formação cidadã<br />

Projeto realizado pela Santa Terezinha<br />

de Iguatemi junto com a prefeitura de<br />

Maringá vai atender 250 estudantes<br />

DA ASSESSORIA<br />

DE COMUNICAÇÃO<br />

Desde 2012, a Unidade<br />

Iguatemi da Usina<br />

Santa Terezinha trabalha<br />

para o desenvolvimento<br />

social por meio de<br />

projetos que oferecem formação<br />

esportiva e cidadã para<br />

crianças e adolescentes da<br />

comunidade. Mantendo a prática<br />

sustentável, neste ano, a<br />

empresa firmou - por meio da<br />

Associação Recreativa Santa<br />

Terezinha - uma nova parceria<br />

com a Prefeitura Municipal de<br />

Maringá para realizar o projeto<br />

Semeando Campeões, que<br />

teve início em março de <strong>2018</strong>.<br />

O projeto vai atender 250 meninas<br />

e meninos de 6 a 17<br />

anos em aulas gratuitas de futsal<br />

e futebol. Além de aprenderem<br />

sobre os fundamentos<br />

práticos e teóricos do esporte,<br />

os alunos também têm acompanhamento<br />

psicopedagógico,<br />

de frequência e desempenho<br />

escolar.<br />

“É um investimento que a prefeitura<br />

e a usina estão fazendo<br />

em vocês, que representam o<br />

futuro do nosso município.<br />

Dediquem-se a isso, pois esse<br />

projeto pode mudar a vida de<br />

muitos e o que diferencia os<br />

campeões é justamente a dedicação”,<br />

disse a Secretária de<br />

Educação do município, Valkíria<br />

Trindade.<br />

A associação da Usina Santa<br />

Terezinha é responsável pelo<br />

fornecimento de uniformes,<br />

material e pela designação de<br />

um profissional para orientar,<br />

acompanhar e supervisionar<br />

as atividades técnico-pedagógicas<br />

do projeto, garantindo a<br />

efetiva qualidade do processo<br />

de aprendizagem. Já a Prefeitura<br />

cede o espaço físico para<br />

os treinamentos, professores<br />

de educação física e estagiários.<br />

As atividades tem o objetivo<br />

de incentivar a prática esportiva<br />

para o desenvolvimento<br />

das habilidades sociais e motoras,<br />

da aptidão física e da<br />

adoção dos valores positivos<br />

do esporte, promovendo o<br />

desenvolvimento integral de<br />

crianças e adolescentes. As<br />

aulas são realizadas no Centro<br />

Esportivo Municipal de Iguatemi,<br />

de segunda a sexta-feira,<br />

com horários de manhã e<br />

tarde para atender os estudantes<br />

nos dois períodos de contraturno<br />

escolar.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5


LAVOURA<br />

Nematoide, um inimigo oculto<br />

Dos R$ 35,4 bilhões de prejuízo causados no Brasil pela doença, nas diversas<br />

culturas, 1/3 das perdas se dá em cana, somando R$ 12,8 bilhões<br />

MARLY AIRES<br />

Presente em um grande<br />

número de culturas,<br />

o nematoide é<br />

especialmente problemático<br />

para a cana-de-açúcar,<br />

provocando um impacto<br />

significativo em sua produtividade,<br />

mas muitas vezes é menosprezado<br />

por ser difícil de<br />

ser visualizado ou por ter confundido<br />

seus sintomas com<br />

os de outras doenças, segundo<br />

o professor doutor da<br />

Universidade Federal de São<br />

Carlos (Ufscar), entomologista,<br />

nematologista e consultor<br />

Newton Macedo, que falou<br />

sobre o controle de nematoides<br />

em cana-de-açúcar no último<br />

dia 2 de maio, em<br />

Maringá.<br />

Dos R$ 35,4 bilhões de prejuízo<br />

causados no Brasil pelo nematoide,<br />

nas diversas culturas<br />

afetadas, 1/3 das perdas se dá<br />

em cana-de-açúcar somando<br />

R$ 12,8 bilhões, sendo um<br />

dos principais fatores limitantes<br />

para a produtividade da<br />

Há uma série de fatores que dificultam<br />

o controle do nematoide<br />

em cana-de-açúcar, segundo<br />

o entomologista, nematologista<br />

e consultor Newton<br />

Macedo. Ele diz que uma vez<br />

detectado o problema numa<br />

área, esta nunca mais estará<br />

livre. “Não dá para eliminar,<br />

mas é possível reduzir a população<br />

e manter sob controle”,<br />

ressaltou.<br />

Macedo explicou que a dificuldade<br />

ocorre porque o nematoide<br />

é difícil de detectar, sendo<br />

um verme minúsculo, com 1/3<br />

de um milímetro, não visível a<br />

cana, em um cenário onde<br />

cerca de 60% das áreas de<br />

cana estão com média e alta<br />

infestação de nematoide no<br />

Brasil, afirma Gerson Dalla<br />

Corte, gerente de produto da<br />

Adama, empresa que promoveu<br />

o evento de lançamento<br />

oficial de um nematicida para<br />

a cana-de-açúcar no Brasil.<br />

Newton Macedo disse que a<br />

perda média por nematoide é<br />

de 15,3% da produtividade da<br />

cana, mas que dependendo do<br />

nível de infestação e condições<br />

do solo, pode ser superior<br />

a 30% ou 40%. “É uma<br />

doença de difícil controle, que<br />

ataca o sistema radicular, alterando<br />

a fisiologia da planta.<br />

Além de a planta atacada não<br />

conseguir absorver água e nutrientes<br />

suficientes ao seu bom<br />

desenvolvimento, como agentes<br />

patógenos, os nematoides<br />

interagem com a planta consumindo<br />

muito da energia que<br />

esta usaria para crescer”, comentou<br />

o consultor.<br />

Por isso, ressaltou, as lavouras<br />

olho nu, além de extremamente<br />

adaptado ao ambiente e muito<br />

difícil de morrer, porque não<br />

tem sistema circulatório nem<br />

respiratório.<br />

Quando há condições adversas<br />

como o frio, inundação, temperaturas<br />

elevadas, seca, etc, o<br />

verme entra em período de latência<br />

e quando falta alimento,<br />

fêmeas se transformam em<br />

machos para procriar e garantir<br />

a posteridade. “Ele se desenvolve<br />

dentro do ovo, que é resistente,<br />

e só sai quando há<br />

condições favoráveis, quando<br />

há umidade e surgem novas<br />

Newton Macedo: “perda média é de 15,3% da produtividade da cana<br />

raízes, que é onde atacam”,<br />

disse.<br />

Também, os danos causados<br />

são facilmente confundidos<br />

com déficit hídrico, deficiências<br />

nutricionais e fisiológicas de<br />

outras origens. Há poucas opções<br />

de produtos eficientes, e<br />

os mais antigos costumam ser<br />

bastante tóxicos, prejudicando<br />

animais e ambiente, além dos<br />

custos dos produtos serem<br />

elevados, e há práticas de difícil<br />

operação, principalmente na<br />

soqueira, citou.<br />

O nematologista destacou que<br />

sofrem mais estresse hídrico,<br />

tornam-se mais vulneráveis a<br />

outras doenças, e sofrem mais<br />

com mato-competição, porque<br />

demoram para se desenvolver,<br />

exigindo mais herbicidas<br />

e tratos culturais. “Como<br />

consequência, tornam-se incapazes<br />

de expressar todo seu<br />

potencial genético. Isso sem<br />

contar o desperdício com os<br />

fertilizantes aplicados. O produtor<br />

investe em adubo para<br />

aumentar a produtividade e ao<br />

negligenciar o controle de pragas<br />

e doenças, perde não só o<br />

potencial da planta, mas, também<br />

o que investiu. São milhões<br />

de reais jogados fora”,<br />

enfatizou Macedo.<br />

O consultor citou vários experimentos<br />

feitos onde, nas parcelas<br />

em que só adubou com<br />

é importante proteger as primeiras<br />

raízes da cana planta,<br />

que são as que se desenvolvem<br />

em profundidade para<br />

buscar água, e que são fundamentais<br />

para a longevidade do<br />

canavial. E que, enquanto na<br />

cana planta o nematicida é aplicado<br />

junto com a colocação<br />

dos toletes no solo, na soqueira,<br />

deve ser feito quando<br />

houver umidade, após o retorno<br />

das chuvas.<br />

Para o controle da doença, Macedo<br />

disse que não pode contar<br />

com resistência varietal,<br />

porque não funciona, assim<br />

fósforo e potássio, mas não<br />

se usou nematicida, a produção<br />

foi bastante semelhante a<br />

da parcela plantada sem adubar.<br />

E o canavial adubado com<br />

metade da dose de fósforo e<br />

potássio, mas onde foi usado<br />

nematicida, o resultado foi superior<br />

ao onde a dose dos nutrientes<br />

foi completa, mas<br />

sem tratamento com nematicida.<br />

Doença é difícil, mas possível de ser controlada<br />

como os bionematicidas. “Para<br />

a cana, o bionematicidas não<br />

são muito viáveis porque não<br />

têm residual, a vida útil é baixa,<br />

não suportam exposição ao sol<br />

e altas temperaturas, são de difícil<br />

armazenamento e demandam<br />

múltiplas aplicações, sendo<br />

inviáveis economicamente e<br />

operacionalmente”, explicou.<br />

Para ele, a rotação é uma alternativa<br />

que atenua o problema<br />

na cana planta, mas não na soqueira,<br />

mas é uma estratégia<br />

para ser usada aliada ao uso de<br />

nematicidas químicos, que<br />

“são os mais indicados”, finalizou.<br />

6<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Como detectar o ataque<br />

A forma recomendada para<br />

detectar a presença, as espécies<br />

e o nível de população do<br />

nematoide é a análise em laboratórios.<br />

Mas há indicações<br />

de campo que permitem<br />

suspeitar da ocorrência desses<br />

agentes patógenos como<br />

presença de reboleiras com<br />

plantas de tamanhos desiguais,<br />

murchamento precoce<br />

de plantas em grandes reboleiras<br />

em períodos de estresse<br />

hídrico, redução de<br />

perfilhamento, baixa resposta<br />

a adubação, raízes com deformações<br />

típicas, redução<br />

acentuada da produtividade<br />

de um corte para o outro, e<br />

redução do número de cortes.<br />

“Quando o produtor aplica nematicida<br />

só na cana planta e<br />

produz bem no primeiro e segundo<br />

corte, mas a produtividade<br />

despenca no terceiro<br />

corte, é sinal de nematóide”,<br />

comentou o nematologista<br />

Newton Macedo citando que<br />

quase ninguém usa nematicida<br />

em soqueira.<br />

“Há muitos erros na aplicação,<br />

por isso acham que não<br />

funciona. Não se pode aplicar<br />

em qualquer época, mas logo<br />

após o retorno das chuvas,<br />

entre outubro e novembro,<br />

quando visualizar a germinação<br />

da cana após o corte,<br />

sem, entretanto, perder o<br />

time. Se fizer certo, funciona<br />

bem e dá retorno econômico”,<br />

garantiu.<br />

Dentre os sintomas visíveis na planta estão<br />

as raízes com deformações típicas<br />

GERAL<br />

BSBIOS completa 13 anos de história<br />

No último ano a companhia realizou importantes ampliações em suas duas unidades,<br />

alcançando a capacidade de produção de 576 milhões de litros de biodiesel/ano<br />

Com a finalidade de<br />

produzir energia renovável<br />

e limpa nascia<br />

há 13 anos a<br />

BSBIOS, em Passo Fundo/RS.<br />

Uma empresa que em sua fundação<br />

poucos acreditavam devido<br />

à inovação do produto, o<br />

biodiesel, atualmente a companhia<br />

fatura mais de R$ 2,2 bi<br />

e gera mais de 350 empregos<br />

diretos e um crescente número<br />

de empregos indiretos.<br />

Além de impulsionar a economia<br />

local, a companhia que<br />

está instalada em Passo Fundo<br />

no Rio Grande do Sul e possui<br />

filial em Marialva no <strong>Paraná</strong>,<br />

gera desenvolvimento regional<br />

ao agregar valor aos grãos,<br />

que são industrializados pela<br />

empresa, e ao fortalecer a agricultura<br />

familiar. Mais de 40%<br />

das matérias primas, soja e<br />

gordura animal, utilizadas pela<br />

empresa são oriundas de 15<br />

mil pequenos produtores.<br />

O presidente da BSBIOS,<br />

Erasmo Carlos Battistella,<br />

destaca que a aposta inicial<br />

na empresa gerou bons frutos.<br />

“Nesse caminho muitos<br />

foram os desafios enfrentados,<br />

houve momentos de incertezas<br />

e dúvidas, superados<br />

por outros de conquistas e vitórias.<br />

A construção desse<br />

horizonte só foi possível graças<br />

ao empenho, a determinação<br />

e o profissionalismo<br />

dos colaboradores da<br />

BSBIOS”, afirmou o empresário<br />

agradecendo à contribuição<br />

da equipe e de todos os<br />

parceiros importantes que se<br />

engajaram para a realização<br />

dos objetivos que a empresa<br />

se propôs.<br />

Battistella frisa que no último<br />

ano a companhia realizou importantes<br />

ampliações em<br />

suas duas unidades, alcançando<br />

a uma capacidade de<br />

produção de 576 milhões de<br />

litros de biodiesel/ano. Com<br />

isso, a BSBIOS se preparou<br />

para atender o mercado de<br />

biodiesel que a partir de 1º de<br />

março de <strong>2018</strong> contou com<br />

aumento de 2% de mistura,<br />

chegando a adição de 10% do<br />

biocombustível ao óleo diesel.<br />

Em um estudo realizado pela<br />

Fundação Instituto de Pesquisas<br />

Econômicas - FIPE, e publicado<br />

no Relatório de Sustentabilidade<br />

da companhia,<br />

foi possível medir o impacto<br />

da empresa nos municípios<br />

em que está instalada. De<br />

acordo com a pesquisa a<br />

BSBIOS contribuiu de forma<br />

direta e indireta para o PIB de<br />

Passo Fundo com um total de<br />

R$ 7,6 bilhões no acumulado<br />

entre 2005 e 2014 e, com<br />

14,9 mil empregos adicionais<br />

no ano de 2014, impactando<br />

em 19,4% do PIB do município<br />

naquele ano.<br />

Já em Marialva a contribuição<br />

para o PIB, no período de<br />

2010 a 2014, girou em torno<br />

de R$ 818 milhões. Sendo<br />

que em 2014 se refletiu em<br />

28% do PIB do município e na<br />

geração 857 empregos adicionais.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7


EVENTOS<br />

UFPR faz pré-lançamentos<br />

Dia de campo teve ainda orientações técnicas, apresentação de clones<br />

promissores e contou com a participação de profissionais das usinas do <strong>Paraná</strong><br />

MARLY AIRES<br />

OPrograma de Melhoramento<br />

Genético da<br />

Cana-de-Açúcar da<br />

Universidade Federal<br />

do <strong>Paraná</strong> (UFPR), desenvolvido<br />

dentro da Rede Interuniversitária<br />

para o Desenvolvimento do<br />

Setor Sucroenergético (Ridesa),<br />

realizou no último dia 16 de maio<br />

o Dia de Campo do PMGCA/<br />

UFPR/Ridesa na Estação Experimental<br />

de Paranavaí.<br />

O coordenador do Programa, o<br />

professor doutor da UFPR, Ricardo<br />

Augusto de Oliveira, fez a<br />

pré-liberação de duas futuras<br />

variedades RB que estão sendo<br />

avaliadas a campo na Estação<br />

Experimental e que estão com<br />

bons resultados em áreas de validação<br />

nas unidades conveniadas:<br />

RB036152, destaque pela<br />

rusticidade, e que já aparece<br />

bem pontuada entre as que mais<br />

vêm sendo plantadas, de acordo<br />

com o último Censo de Variedades<br />

do <strong>Paraná</strong>, competindo com<br />

a RB867515; e a RB006970,<br />

boa opção para ambientes favoráveis<br />

e para início de safra, com<br />

alto teor de sacarose.<br />

Na sequência, o pesquisador<br />

Guilherme Souza Berton falou<br />

sobre os clones potenciais que<br />

têm se destacado: RB056396,<br />

pela produtividade e riqueza; a<br />

RB056351, pela riqueza; e a<br />

RB056380, pela riqueza e precocidade.<br />

Também foram apresentados<br />

vários clones promissores<br />

das séries RB04 até<br />

RB10, materiais que vem se<br />

destacando em outras universidades<br />

que participam da Ridesa,<br />

entre outros, com grande<br />

potencial de desenvolvimento.<br />

A professora e fitopatologista da<br />

UFPR, Lucimeris Ruaro, falou<br />

sobre o uso de fungicidas no<br />

controle da ferrugem, especialmente<br />

da ferrugem alaranjada.<br />

“O fungicida pode integrar o manejo<br />

de controle como uma estratégia<br />

que o setor pode lançar<br />

mão quando a resistência de<br />

uma boa variedade é vencida<br />

pela doença e ainda não há<br />

novos materiais que a possam<br />

substituir”, disse.<br />

A professora ressaltou, entretanto,<br />

que é preciso ter cuidados<br />

extras no manejo dos fungicidas,<br />

para evitar a resistência dos<br />

fungos. “É importante avaliar o<br />

desempenho de cada produto e<br />

suas características para compor<br />

o manejo. Quanto mais específico<br />

for o fungicida, maior o<br />

risco de gerar resistência“, afirmou.<br />

Além das palestras de orientação<br />

das empresas parceiras do<br />

evento, o aluno de doutorado e<br />

agrometeorologista, Renã Moreira<br />

Araújo, apresentou um estudo<br />

explicando o porquê de a<br />

estiagem deste ano, de 45 a 50<br />

dias, ter afetado mais a cultura<br />

do que a estiagem de 60 dias do<br />

ano passado. A cana pode sentir<br />

mais ou menos os efeitos da<br />

falta de chuva dependendo da<br />

temperatura do ar, umidade do<br />

solo, velocidade dos ventos e<br />

outros, e consequentemente, da<br />

evapotranspiração diária da<br />

planta, assim como da demanda<br />

de água da cultura de acordo<br />

com o seu estádio de desenvolvimento.<br />

Nutrição e controle<br />

de plantas daninhas<br />

são temas de<br />

palestras da Arysta<br />

Com o objetivo de levar as últimas<br />

novidades em tecnologias<br />

de controle de plantas<br />

daninhas e manejo nutricional,<br />

no último dia 18 abril, a Arysta<br />

LifeScience realizou o V Simpósio<br />

Cana Crua <strong>Paraná</strong>, em<br />

Maringá (PR), com a presença<br />

de diretores, gerentes, técnicos<br />

agrônomos e residentes de<br />

agronomia das unidades industriais<br />

sucroenergéticas do<br />

<strong>Paraná</strong> associadas à Alcopar.<br />

A primeira palestra, “Comportamento<br />

dos herbicidas no<br />

solo, palha e planta”, foi feita<br />

pelo professor doutor Caio<br />

Carbonari, da Faculdade de<br />

Ciências Agronômicas da<br />

Unesp de Botucatu (SP), que<br />

mostrou as características<br />

das plantas daninhas, como<br />

todo processo se dá e as estratégias<br />

de controle, minimizando<br />

a interferência destas<br />

na lavoura de cana.<br />

Na parte da tarde, o professor<br />

doutor Gaspar Korndorfer, da<br />

Universidade Federal de Uberlândia<br />

(MG), falou sobre “Manejo<br />

nutricional para altas produtividades”,<br />

orientando os profissionais<br />

sobre como reverter,<br />

de forma sustentável, os baixos<br />

índices de produtividades registrados<br />

nos últimos anos. Os técnicos<br />

da Arysta LifeScience falaram<br />

ainda sobre a oferta de<br />

soluções da empresa, que envolvem<br />

produtos, serviços e assistência<br />

técnica, a forma de<br />

ação de sua linha de produtos,<br />

especialmente os herbicidas, e<br />

o trabalho com plantas de difícil<br />

controle, obtendo o melhor<br />

custo benefício e maior rentabilidade.<br />

O Programa Pronutiva,<br />

Programa Arysta de Proteção +<br />

Biossoluções, também foi apresentado.<br />

8<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


FEIRA<br />

Fenasucro & Agrocana<br />

será de 21 a 24 de agosto<br />

Oportunidade para realizar negócios e networking, é voltada para empresas e profissionais que<br />

buscam inovação, demonstrações práticas de soluções tecnológicas e tendências de mercado<br />

Maior feira mundial<br />

do setor sucroenergético<br />

e<br />

o único evento<br />

mundial que reúne toda a<br />

cadeia produtiva do setor<br />

em um mesmo local, a Fenasucro<br />

& Agrocana chega<br />

à sua 26ª edição com oportunidades<br />

exclusivas para<br />

realização de negócios e<br />

networking com profissionais<br />

e representantes do<br />

mercado.<br />

O evento acontece de 21 a<br />

24 de agosto de <strong>2018</strong>, no<br />

Centro de Eventos Zanini,<br />

em Sertãozinho (SP), região<br />

do interior paulista que concentra<br />

a força da indústria<br />

sucroenergética e da produção<br />

da cana-de-açúcar. Os<br />

eventos de conteúdo acontecem<br />

a partir das 8h. A visitação<br />

na plataforma comercial<br />

é das 13h às 20h.<br />

Voltada para as empresas e<br />

profissionais que buscam<br />

inovação, demonstrações<br />

práticas de soluções tecnológicas<br />

e tendências de<br />

mercado, a Fenasucro &<br />

Agrocana traz as principais<br />

empresas do mercado que<br />

apresentam suas novidades<br />

e lançamentos, alternativas<br />

sustentáveis e inovações<br />

tecnológicas voltadas à produção<br />

de açúcar, etanol e<br />

bioenergia. Além disso, a<br />

feira tornou-se plataforma<br />

de atualização profissional,<br />

conteúdo e negócios para<br />

os profissionais do mercado<br />

sucroenergético, alimentos<br />

e bebidas, papel e celulose<br />

e bioenergia.<br />

O número de visitantes<br />

compradores deve ultrapassar<br />

30 mil, vindos do Brasil<br />

e de mais de 40 países em<br />

busca de tecnologias e soluções<br />

disponibilizadas pelo<br />

evento a toda cadeia produtiva<br />

da cana-de-açúcar.<br />

“A Fenasucro & Agrocana é<br />

uma feira atenta às novas<br />

demandas do setor, apresentando<br />

soluções que fomentam<br />

a geração de novos<br />

negócios e palestras e conferências<br />

com especialistas<br />

para o aperfeiçoamento<br />

profissional do mercado.<br />

Reunimos nos quatro dias<br />

de evento os principais<br />

Evento gera conhecimento<br />

Além da apresentação de<br />

inovações em máquinas,<br />

equipamentos e tecnologias<br />

apresentados por mais de mil<br />

marcas, a Fenasucro & Agrocana<br />

se transformou em<br />

uma rica plataforma de geração<br />

de conhecimento, com<br />

uma programação que cresce<br />

a cada edição.<br />

Neste ano, serão mais de<br />

300 horas de eventos de<br />

conteúdo técnico para atualização<br />

e profissionalização<br />

dos profissionais da cadeia<br />

sucroenergética. A feira ainda<br />

organiza rodadas de negócios<br />

nacionais e internacionais<br />

impulsionando os negócios<br />

dentro do evento.<br />

Outra novidade preparada<br />

para <strong>2018</strong> é que a Agrocana<br />

- área dedicada à parte agrícola<br />

- desenvolveu o Agrocana<br />

Roadshow, em parceria<br />

com a Ourofino Agrociência<br />

e Orplana, um projeto itinerante<br />

que é responsável por<br />

levar informações e conteúdos<br />

aos produtores de cana<br />

ao longo do ano (por meio de<br />

uma agenda de palestras e<br />

ações no campo) e não apenas<br />

nos quatro dias de feira.<br />

players que encontram aqui<br />

alternativas sustentáveis e<br />

inovações para a produção<br />

de bioenergia. O biodiesel é<br />

um tema de destaque desta<br />

edição”, afirma o Gerente<br />

Geral Paulo Montabone.<br />

Em <strong>2018</strong>, a campanha do<br />

evento aborda o “Sinal verde<br />

para o futuro”, destacando<br />

a bioenergia como alternativa<br />

promissora para<br />

os negócios do setor incentivados<br />

pelo RenovaBio,<br />

programa do governo federal<br />

que prevê o crescimento<br />

de produção de etanol em<br />

20 bilhões de litros por<br />

safra; pela regulamentação<br />

que eleva para 10% o percentual<br />

de mistura de biodiesel<br />

no diesel comum<br />

vendido ao consumidor; e<br />

pela valorização da biomassa<br />

para a produção de bioeletricidade.<br />

Junto com o Biodiesel, a Fenasucro<br />

& Agrocana apresenta<br />

soluções para outros<br />

setores como: Transporte e<br />

Logística, Alimentos e Bebidas<br />

e Papel e Celulose. A realização<br />

é do Ceise Br<br />

(Centro Nacional das Indústrias<br />

do Setor Sucroenergético<br />

e Biocombustíveis) e<br />

organização da Reed Exhibitions<br />

Alcantara Machado.<br />

O credenciamento de visitantes<br />

pode ser feito pelo site<br />

www.fenasucro.com.br<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 9


DOIS<br />

PONTOS<br />

Residência<br />

O presidente da Alcopar, Miguel Tranin, fez a abertura da<br />

primeira aula da Residência Agronômica em Cana-de-Açúcar<br />

no início de maio, desenvolvida em parceria com a<br />

Universidade Federal do <strong>Paraná</strong> (UFPR) e a Universidade<br />

Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Na ocasião, ele<br />

traçou o cenário da produção agrícola e industrial do setor<br />

no Estado, apresentando os números atuais de produção,<br />

perspectivas e tendências de mercado.<br />

Apesar de a tecnologia, a<br />

instalação e o financiamento<br />

das energias renováveis estarem<br />

se tornando mais baratos,<br />

elas ainda não conseguem<br />

competir com a geração<br />

a carvão existente em<br />

muitos países. Especialistas<br />

acreditam que ainda há um<br />

Renovável<br />

Será preciso aumentar em seis vezes a velocidade da<br />

adoção de energias renováveis no mundo para responder<br />

ao compromisso de se reduzir as emissões de gases-estufa<br />

e limitar o aumento global da temperatura em 2°C,<br />

conforme acertado no Acordo de Paris. Se quiser descarbonizar<br />

a energia global rápido o bastante para evitar os<br />

mais severos impactos da mudança do clima, as renováveis<br />

têm que representar, pelo menos, dois terços da<br />

energia total em 2050.<br />

Países membros do Global<br />

Alliance for Sugar Trade Reform<br />

and Liberalisation criticaram<br />

os subsídios a exportações<br />

de açúcar realizadas<br />

pelos governos do Paquistão<br />

e da Índia, informou a Unica.<br />

No fórum realizado no início<br />

de maio, em Nova York, representantes<br />

dos países<br />

membros reforçaram que os<br />

dois governos precisam reconsiderar<br />

seus mecanismos<br />

artificiais para exportação de<br />

açúcar e cumprir as regras internacionais<br />

estabelecidas<br />

Energias<br />

longo caminho pela frente<br />

para que o custo das novas<br />

energias renováveis seja<br />

mais baixo que o custo das<br />

usinas antigas. Nenhum país<br />

realizou de fato a transição<br />

de um sistema baseado no<br />

carvão para um sistema totalmente<br />

renovável.<br />

Subsídios<br />

pela Organização Mundial do<br />

Comércio (OMC) e não subsidiar<br />

o produto. A expectativa<br />

é de que tanto o Paquistão<br />

Bioplástico<br />

Em investida para reduzir<br />

o consumo de combustíveis<br />

fósseis, a fabricante<br />

dinamarquesa de brinquedos<br />

Lego lançou suas primeiras<br />

peças feitas de<br />

bioplástico. As novas peças<br />

de polietileno produzido<br />

a partir da cana começarão<br />

a aparecer nos<br />

kits da marca ainda este<br />

ano. De saída, a novidade<br />

será limitada a elementos<br />

botânicos, como árvores<br />

e folhas, que representam<br />

de 1 a 2% do número<br />

total de peças fabricadas,<br />

mas a meta da<br />

empresa é ampliar o uso<br />

do material para todos os<br />

tijolos de construção até<br />

2030.<br />

quanto a Índia se comprometam<br />

com uma agenda de revisão<br />

de suas políticas a médio<br />

e longo prazo.<br />

Pressão<br />

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem enfrentando<br />

forte pressão para resolver uma disputa entre a indústria<br />

do petróleo e o setor agrícola do país. Refinarias de petróleo não<br />

querem mais cumprir a exigência de misturar etanol à gasolina.<br />

Já produtores de milho, principal matéria-prima usada na fabricação<br />

de etanol nos EUA, dizem que a exigência diversifica a<br />

oferta de combustível no país, e que o presidente deve manter<br />

seu compromisso com o chamado Padrão de Combustíveis Renováveis<br />

(RFS). Ambos os lados da disputa têm laços estreitos<br />

com o Partido Republicano e a Casa Branca.<br />

A Organização Internacional<br />

do Açúcar (OIA) estimou um<br />

excedente mundial de açúcar<br />

de 8,5 milhões de toneladas<br />

na safra <strong>2018</strong>/19, após um<br />

superávit de 11 milhões de<br />

toneladas no ciclo atual, o<br />

Reeleitos<br />

Superávit<br />

A presidente executiva da Unica,<br />

Elizabeth Farina, e o presidente<br />

do Conselho Deliberativo<br />

da entidade, Pedro Mizutani,<br />

foram reeleitos, por unanimidade,<br />

pelos conselheiros da<br />

entidade. Ambos permanecem<br />

até 2020 nos cargos ocupados<br />

desde 2012 por Elizabeth<br />

Farina e desde 2016 por Mizutani.<br />

"Temos o compromisso<br />

de dar prosseguimento à gestão<br />

que deixou este legado", informou<br />

Mizutani, vice-presidente<br />

de Relações Externas e<br />

Estratégia da Raízen.<br />

2017/18. O volume combinado<br />

de ambas as temporadas<br />

representaria um excedente<br />

recorde. A OIA afirmou<br />

também que vê crescimento<br />

anual da demanda em<br />

1,6% em <strong>2018</strong>/19.<br />

10 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


A 25ª Agrishow - Feira Internacional<br />

de Tecnologia Agrícola,<br />

encerrada dia 4/5,<br />

obteve um crescimento na realização<br />

de negócios de 22%,<br />

o que significa um volume de<br />

R$ 2,7 bilhões. Na edição anterior,<br />

foram registrados negócios<br />

da ordem de R$ 2,2<br />

A Poet, empresa de capital<br />

fechado norte-americana,<br />

superou a pioneira e global<br />

comerciante de grãos Archer<br />

Daniels Midland<br />

(ADM), tornando-se a maior<br />

produtora de etanol do<br />

mundo. A ADM vinha sendo<br />

a maior fabricante de etanol<br />

desde que os EUA começaram<br />

a exigir que as refinarias<br />

misturassem bilhões de<br />

galões de biocombustíveis<br />

RenovaBio<br />

O Ministério de Minas e Energia<br />

elaborou uma proposta<br />

preliminar que estabelece<br />

como meta uma redução de<br />

7% na intensidade da emissão<br />

de carbono dos combustíveis<br />

nos próximos dez anos.<br />

As metas de emissão são<br />

consideradas o elemento<br />

central do programa Renova-<br />

Bio, já que determinarão o<br />

grau de incentivo à produção<br />

de biocombustíveis. Para garantir<br />

essa redução de 7%, o<br />

ministério avaliou que, em<br />

2028, teriam que ser comercializados<br />

79,7 milhões de<br />

Agrishow<br />

bilhões,159 mil visitantes<br />

qualificados do Brasil e do exterior<br />

que conheceram diversas<br />

novidades e lançamentos<br />

de mais de 800 marcas nacionais<br />

e internacionais. A<br />

próxima edição da Agrishow<br />

será promovida de 29 de abril<br />

a 3 de maio de 2019.<br />

Maior produtora<br />

na gasolina do país, há mais<br />

de uma década, sob o Padrão<br />

de Combustível Renovável.<br />

A mudança destaca<br />

as diferentes atitudes tomadas<br />

pelos principais fabricantes<br />

de biocombustíveis<br />

em meio a um cenário de<br />

lucros menores, excesso de<br />

oferta e pressão do lobby<br />

de petróleo contra o programa<br />

de biocombustíveis<br />

dos EUA.<br />

certificados de biocombustíveis,<br />

os CBios que serão vendidos<br />

pelos produtores às<br />

distribuidoras em bolsa. O<br />

preço oscilará conforme oferta,<br />

demanda e atuação de<br />

players financeiros. Uma das<br />

hipóteses trabalhadas é de<br />

um preço de R$ 34 por tonelada<br />

em 2028, conforme valores<br />

esperados para 2020<br />

no mercado internacional de<br />

carbono e um câmbio de R$<br />

3,40. Isso significaria que o<br />

mercado de CBios poderia<br />

movimentar R$ 2,71 bilhões<br />

em 2028.<br />

Liderança<br />

Com a queda dos preços do<br />

açúcar, as usinas do Brasil<br />

têm ampliado as apostas no<br />

etanol, mais rentável no<br />

momento, o que deverá<br />

levar o país a perder a liderança<br />

na produção mundial<br />

para a Índia. Conforme estimativa<br />

da consultoria FG/A,<br />

de Ribeirão Preto (SP), a<br />

migração para o etanol e o<br />

clima seco, que atualmente<br />

afeta a moagem de cana no<br />

WABCG<br />

Centro-Sul, farão que a produção<br />

brasileira de açúcar<br />

caia 7 milhões de toneladas<br />

em <strong>2018</strong>/19, para 31,5 milhões<br />

e a produção indiana<br />

deverá registrar leve expansão<br />

para 33 milhões de toneladas.<br />

Se confirmadas<br />

essas previsões, será a primeira<br />

vez que o Brasil perderá<br />

o posto de maior<br />

produtor global de açúcar<br />

desde 2001.<br />

Exportação<br />

A participação do Brasil nas<br />

exportações globais de açúcar<br />

pode cair de mais da<br />

metade para cerca de um<br />

terço do comércio na safra<br />

mundial 2017/18, resultado<br />

de uma menor produção no<br />

país e do incremento de<br />

oferta em todos os principais<br />

concorrentes, de acordo<br />

com dados da INTL<br />

FCStone. O excedente exportável<br />

de açúcar do Brasil<br />

deve alcançar 22,2 milhões<br />

de toneladas na temporada<br />

vigente, o que representaria<br />

35,46% do total previsto<br />

mundo afora. Com grandes<br />

safras, União Europeia e Tailândia<br />

devem tomar espaço<br />

das exportações do Brasil,<br />

que no ciclo passado contou<br />

com um excedente exportável<br />

maior, de 30 milhões<br />

de toneladas, ou<br />

52,54% do total no mundo.<br />

O presidente da Organização de Plantadores de Cana<br />

da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Eduardo Vasconcellos<br />

Romão, foi escolhido como o novo presidente<br />

da Associação Mundial dos Produtores de<br />

Açúcar de Beterraba e de Cana (WABCG) para um<br />

mandato de três anos. Romão será o primeiro brasileiro<br />

a ocupar cargo da entidade que representa 30 associações<br />

mundiais 5 milhões de produtores das duas<br />

culturas açucareiras e substituirá o atual presidente, o<br />

francês Jean-Pierre Dubray.<br />

Preços<br />

Os atuais preços do açúcar<br />

estão abaixo do custo<br />

de produção para 90%<br />

dos produtores globais e<br />

deveriam alcançar algo<br />

entre 15 a 16 centavos de<br />

dólar por libra-peso para<br />

que as usinas brasileiras,<br />

que tem o menor custo de<br />

produção, retomem alguma<br />

rentabilidade, segundo<br />

avaliação do Grupo<br />

Tereos. Pressionadas pela<br />

ampla oferta global, em<br />

especial na Índia, Tailândia<br />

e União Europeia (UE),<br />

que devem registrar safras<br />

recordes, as cotações<br />

da commodity estão<br />

atualmente no menor patamar<br />

em anos na Bolsa<br />

de Nova York.<br />

Japão<br />

Produtores de etanol do<br />

Brasil podem perder uma<br />

grande fatia em seu maior<br />

mercado, o Japão, para o<br />

agronegócio norte-americano,<br />

depois de Tóquio se<br />

inclinar à pressão do presidente<br />

dos Estados Unidos,<br />

Donald Trump. Até<br />

recentemente, quase todo<br />

o etanol usado para produzir<br />

ETBE para o consumo<br />

japonês vinha do Brasil,<br />

cujo etanol à base de<br />

cana-de-açúcar apresenta<br />

menos emissões de dióxido<br />

de carbono na comparação<br />

com o biocombustível<br />

dos EUA. Mas, em<br />

meados de abril, o governo<br />

do Japão afrouxou as<br />

exigências de emissões<br />

do ETBE. O Japão consome<br />

quase 45% das exportações<br />

de etanol do<br />

Brasil, ou cerca de 800<br />

milhões de litros por ano.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

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