Revista Setcepar
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O Brasil e as Reformas<br />
Entenda mais sobre<br />
as Reformas no Brasil<br />
Nos últimos dois anos, foi difícil ligar a televisão para assistir o noticiário ou pegar um jornal e não encontrar<br />
notícias relacionadas às reformas - Previdenciária, Tributária ou Trabalhista. Na internet, onde não há filtros para as<br />
discussões e debates, surgiram todos os tipos de informações sobre esses assuntos, muitas vezes fantasiosas. Temas<br />
das principais manchetes, ainda são assuntos de discussões não só na Câmara e Senado Federal, mas também nos<br />
encontros empresariais e nas rodinhas de conversas, já que mexem diretamente com a vida de todos.<br />
Para entender um pouco mais sobre essas Reformas, o <strong>Setcepar</strong> procurou especialistas no assunto. Para falar sobre<br />
a Previdência Social, entrevistamos Renato Follador, tido como 'O cara da Previdência'; para a Tributária, procuramos<br />
o relator da Reforma na Câmara Federal, o deputado Luiz Carlos Haully e a Trabalhista, o consultor jurídico do<br />
sindicato, Luiz César Esmanhotto.<br />
Reforma da<br />
Previdência Social<br />
Fator Previdenciário para<br />
fechar a conta!<br />
Por definição, a Previdência<br />
pertence ao âmbito social e é<br />
sustentada pelo recolhimento ao<br />
INSS, pelas empresas, de 20% do<br />
valor da remuneração pagas a<br />
cada mês aos seus empregados.<br />
Desses 20%, de 8% a 11% são<br />
descontados na folha do salário<br />
do trabalhador. Já os servidores<br />
públicos pagam 14% sobre seu<br />
salário e o empregador, nada. A<br />
diferença é que após a aposentadoria,<br />
os funcionários da iniciativa<br />
privada não fazem mais nenhum<br />
tipo de contribuição, já os trabalhadores<br />
do setor público, continuam<br />
tendo descontos em folha.<br />
Renato Follador, especialista em<br />
questões da previdência e finanças<br />
pessoais, destaca que a Previdência<br />
é um seguro social e não<br />
assistência social. O que significa<br />
que é um sistema contributivo e<br />
por isso mesmo, fundamental<br />
que tenha equilíbrio financeiro e<br />
atuarial. Traduzindo, não se pode<br />
receber de aposentadoria mais<br />
do que se recolheu de contribuição.<br />
Só que atualmente, a receita<br />
da previdência social vem de<br />
quem está trabalhando e a<br />
despesa, de quem está aposentado.<br />
Considerando que a força<br />
de trabalho cresce cada vez<br />
menos no país - em função da<br />
queda da natalidade - e a população<br />
inativa cresce cada vez<br />
mais, em função do aumento da<br />
longevidade de quem está<br />
aposentado, essa conta não<br />
fecha.<br />
Renato Follador é especialista em Previdência e comentarista na Rádio CBN.<br />
"A única solução que eu vejo, e<br />
que já foi apresentada, é o fator<br />
previdenciário. Nele é levado em<br />
conta o que contribuímos e por<br />
quanto tempo, a idade na<br />
aposentadoria e a expectativa de<br />
sobrevida de acordo com o IBGE.<br />
Isso é multiplicado pela média<br />
dos 80% maiores salários da<br />
carreira, desde julho de 1994 até<br />
a aposentadoria", explica Follador,<br />
ressaltando que tecnicamente,<br />
o Fator é uma conta com<br />
resultado zero, já que o trabalha-<br />
<strong>Setcepar</strong> Business<br />
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