Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Dona Lucilia<br />
<strong>Peregrinando</strong><br />
<strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>olhar</strong><br />
III
Dona Lucilia<br />
<strong>Peregrinando</strong><br />
<strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>olhar</strong><br />
Vol<strong>um</strong>e III<br />
1876 - 1968<br />
Editora Retornarei<br />
São Paulo – 2018
DECLARAÇÃO: Conformando-nos com os <strong>de</strong>cretos do S<strong>um</strong>o Pontífice<br />
Urbano VIII, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1625 e <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1631, <strong>de</strong>claramos<br />
não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego <strong>de</strong> palavras ou<br />
na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta coleção. Em nossa<br />
intenção, os títulos elogiosos não têm outro sentido senão o ordinário, e<br />
em tudo nos submetemos, com filial amor, às <strong>de</strong>cisões da Santa Igreja.<br />
1 a edição<br />
Abril <strong>de</strong> 2018<br />
Organização:<br />
Roberto Kasuo Takayanagi<br />
Capa: Lucilia Ribeiro dos Santos Corrêa <strong>de</strong> Oliveira em 1968<br />
ISBN: 978-85-64202-06-1<br />
© Editora Retornarei<br />
Rua Antônio Pereira <strong>de</strong> Sousa, 194 - Sala 27<br />
02404-060 — São Paulo — SP<br />
E-mail: editora_retornarei@yahoo.com.br<br />
Impressão:<br />
Edições Loyola<br />
Tel: 3385-8500<br />
4
Viver é estar juntos,<br />
<strong>olhar</strong>-se e<br />
querer-se bem!<br />
5
Um convívio celestial<br />
Passam rápido as glórias do mundo, como bem exprime<br />
o adágio les morts vont vite: os que partiram <strong>de</strong>sta vida<br />
são <strong>de</strong>pressa esquecidos. É a dura realida<strong>de</strong> em se tratando<br />
<strong>de</strong> coisas terrenas. Com efeito, é o tempo <strong>um</strong> implacável<br />
juiz “<strong>de</strong>vorador das coisas”, como afirmou <strong>um</strong> poeta latino.<br />
Entretanto, quando estamos diante <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s espirituais<br />
a situação é oposta. Quantas pessoas pouco valorizadas em vida<br />
só são <strong>de</strong>vidamente compreendidas após sua morte? E pela ausência,<br />
se acaba vendo toda a sua estatura moral, que estava velada<br />
pela rotina do dia a dia.<br />
Há exatos 50 anos, partiu para a eternida<strong>de</strong> <strong>um</strong>a alma que<br />
passou sua existência terrena fazendo o bem, levou a bonda<strong>de</strong> até<br />
on<strong>de</strong> é possível, amou os seus mais que a si, sem esperar qualquer<br />
retribuição. Da. Lucilia Ribeiro dos Santos Corrêa <strong>de</strong> Oliveira foi<br />
<strong>um</strong> verda<strong>de</strong>iro foco <strong>de</strong> benquerença, <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> sentimentos<br />
e <strong>de</strong> nobreza no seu modo <strong>de</strong> ser; <strong>um</strong>a autêntica dama católica,<br />
lídima representante da aristocracia paulista.<br />
Seus longos 92 anos <strong>de</strong> vida foram passados no aconchego<br />
do lar, em meio a duras provações. Incompreendida por muitos,<br />
mas sempre com os olhos postos no Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus,<br />
tudo aceitou como proveniente <strong>de</strong> Deus ou permitido por Ele. Em<br />
consequência, os pa<strong>de</strong>cimentos não faziam senão acrisolar essa<br />
alma católica <strong>de</strong> maneira a ela se tornar <strong>um</strong> foco <strong>de</strong> doce resignação<br />
diante da dor. O seu <strong>olhar</strong>, mais posto na eternida<strong>de</strong> do que<br />
nesta terra, era <strong>um</strong> bálsamo para os que tiveram a ventura <strong>de</strong> com<br />
7
ela conviver e ser objeto <strong>de</strong> sua benquerença. Preocupava-se com<br />
o bem dos outros a ponto <strong>de</strong> se esquecer <strong>de</strong> si mesma.<br />
Como mãe extremosa, teve a glória <strong>de</strong> representar a seus<br />
dois filhos, Rosenda e Plinio, a inexprimível bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maria<br />
Santíssima e do Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus. Vendo-a rezar muitas<br />
horas por dia diante da imagem do Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus, o<br />
pequeno Plinio pensava: “Ela é tão boa assim porque reza a Ele, e<br />
recebe a bonda<strong>de</strong> do Coração <strong>de</strong> Jesus. Ele é a fonte!”.<br />
Esse afeto incondicional <strong>de</strong> Da. Lucilia, levado ao inimaginável,<br />
bem se manifesta nas cartas por ela enviadas aos filhos.<br />
Dr. Plinio as guardou como <strong>um</strong> precioso tesouro, para alegria das<br />
gerações posteriores. Antes <strong>de</strong> ler essa correspondência, dificilmente<br />
<strong>um</strong>a pessoa <strong>de</strong> nossos dias fará i<strong>de</strong>ia do que é o amor materno<br />
e o filial impregnados do perf<strong>um</strong>e da civilização cristã e da<br />
virtu<strong>de</strong> católica. Verda<strong>de</strong>iramente, se trata <strong>de</strong> <strong>um</strong> convívio mais<br />
paradisíaco que terreno.<br />
A gran<strong>de</strong> obra <strong>de</strong> Da. Lucilia foi ter contribuído <strong>de</strong>cisivamente<br />
para a preservação e fortalecimento da inocência do pequeno<br />
Plinio, pelo amor sem limites que a ele <strong>de</strong>dicou, bem como<br />
pela constante vigilância e sábios conselhos dados até o fim <strong>de</strong><br />
seus dias. “O convívio <strong>de</strong>la comigo era, para mim, verda<strong>de</strong>iro paraíso,<br />
sentia-me afagado, compreendido”, afirmou em certa ocasião<br />
Dr. Plinio. E continuou: “Eu tinha <strong>um</strong>a noção muito gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> minha própria fragilida<strong>de</strong>. Sentia-me pequeno, doente. À força<br />
<strong>de</strong> toda espécie <strong>de</strong> tratamento, ela me transformou. [...] Sentia<br />
que, para mim, continuar vivo <strong>de</strong>pendia <strong>de</strong>la. Essas cogitações<br />
não me vinham à mente só em relação a esta vida terrena, mas<br />
também em relação à outra. Não concebia <strong>um</strong> ambiente celestial<br />
que não fosse parecido com a atmosfera que sentia junto a ela.<br />
Mamãe foi <strong>um</strong> paraíso para mim até o momento em que cerrou<br />
os olhos. Além disso, ela me abriu <strong>um</strong> outro jardim, incomparavelmente<br />
mais paradisíaco: ensinou-me a compreen<strong>de</strong>r e a amar a<br />
Santa Igreja Católica e me incutiu a <strong>de</strong>voção ao Sagrado Coração<br />
<strong>de</strong> Jesus e a Nossa Senhora”.<br />
8
Uma vida levada <strong>de</strong> maneira tão virtuosa <strong>de</strong>via ter <strong>um</strong> fim<br />
em harmonia com ela. Às vésperas <strong>de</strong> completar 92 anos, assistida<br />
pelos sacramentos, fazendo <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> e solene sinal da Cruz,<br />
ela expirou na completa paz <strong>de</strong> alma.<br />
Estava tudo terminado? Não, tudo começava... Tinha início<br />
a gran<strong>de</strong> missão post-mortem da Senhora Dona Lucilia junto a<br />
incontáveis filhos espirituais.<br />
De maneira muito natural, crescia a cada dia o número <strong>de</strong><br />
pessoas que, junto à sua campa no cemitério da Consolação, em<br />
São Paulo, a ela recorriam em suas aflições, e eram atendidas.<br />
Com isso, intensificou-se ao longo dos anos esse movimento em<br />
torno <strong>de</strong> sua memória; e sua vida exemplar atraiu gerações <strong>de</strong> seguidores<br />
que, sentindo-se <strong>de</strong>samparados n<strong>um</strong> mundo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> foram<br />
exiladas a bonda<strong>de</strong> e a benquerença, buscam alento, proteção<br />
e afeto junto à “Senhora do Quadrinho”. Ela é adotada como mãe<br />
por tantos órfãos espirituais que, isolados em meio a multidões,<br />
não encontram sentido em sua vida.<br />
Neste 50º aniversário do encontro da Senhora Dona Lucilia<br />
com o Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus, por certo será <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> proveito<br />
a incontáveis almas este vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong>dicado a ela. Além <strong>de</strong><br />
todas as fotos conhecidas <strong>de</strong>sta exemplar dama católica, são aqui<br />
reproduzidos trechos em fac-símile <strong>de</strong> alg<strong>um</strong>as <strong>de</strong> suas cartas en<strong>de</strong>reçadas<br />
a Dr. Plinio.<br />
Todos po<strong>de</strong>rão, assim, peregrinar <strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong> seu <strong>olhar</strong> <strong>de</strong><br />
bonda<strong>de</strong> sem limites e experimentar a doçura <strong>de</strong>sse sacral convívio<br />
entre mãe e filho.<br />
Os dois primeiros vol<strong>um</strong>es da coleção “<strong>Peregrinando</strong> <strong><strong>de</strong>ntro</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>olhar</strong>” foram <strong>de</strong>dicados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância <strong>de</strong> Dr. Plinio<br />
até a década <strong>de</strong> 1960. É este terceiro vol<strong>um</strong>e <strong>de</strong>dicado à Senhora<br />
Dona Lucilia como <strong>um</strong> harmônico complemento dos anteriores,<br />
dado o enorme papel <strong>de</strong>sempenhado por ela na constituição do<br />
caráter e da personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse varão católico. Pois, como se<br />
diz, todo gran<strong>de</strong> homem foi formado no colo <strong>de</strong> sua mãe... No<br />
caso, que filho, e que mãe!<br />
9
Dona Lucilia<br />
De 1876 a 1968
N<br />
o dia 22 <strong>de</strong> abril<br />
<strong>de</strong> 1876, vinha à luz,<br />
na cida<strong>de</strong> paulista <strong>de</strong><br />
Pirassununga, Lucilia<br />
Ribeiro dos Santos.<br />
Lucilia menina<br />
Tinha início <strong>um</strong>a<br />
l<strong>um</strong>inosa trajetória<br />
<strong>de</strong> 92 anos em que<br />
ela seria <strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />
contínuo <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong><br />
levada ao heroísmo.<br />
12
13
Aos 16 anos<br />
A gradou-me imenso<br />
saber que quando<br />
tens sauda<strong>de</strong>s minhas<br />
rezas diante do meu<br />
oratório! Eu também<br />
rezo tanto por ti; o<br />
Sagrado Coração <strong>de</strong><br />
Jesus, nosso amor,<br />
será teu salvaguarda e<br />
protetor! filho querido<br />
do meu coração.<br />
14
15
Pouco tempo antes do<br />
casamento<br />
Filho querido!<br />
Escrevo-te às pressas<br />
por estar passando mal<br />
e muito cançada pelas<br />
muitas visitas que temos<br />
recebido hontem e hoje.<br />
Tenho tido tantas, tantas<br />
sauda<strong>de</strong>s tuas, meu<br />
filho, que se quizesse<br />
não saberia dizer-te!<br />
Parece-me ouvir-te e<br />
vêr-te o dia inteiro... [...]<br />
Recebi hontem e hoje<br />
à tar<strong>de</strong> tuas cartinhas<br />
que me alegram tanto...<br />
Sê sempre bonzinho,<br />
obediente e <strong>de</strong>licado<br />
para com teus bons<br />
tios, e Fraulein<br />
Dettmer, e carinhoso<br />
com Ilka. [...], e para<br />
você... muitas bençans<br />
e o coração saudoso <strong>de</strong><br />
tua mamãe. Lucilia<br />
(meados <strong>de</strong> 1921)<br />
16
17
Pouco tempo antes do<br />
casamento<br />
cont...<br />
18
19
20<br />
Pouco tempo antes do<br />
casamento
21
Pouco tempo antes do<br />
casamento<br />
cont...<br />
22
23
24<br />
cont...
25
Com Plinio aos 6<br />
meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
cont...<br />
26
27
28<br />
Em Paris, em 1912
29
30<br />
Em Paris, em 1912
31
32<br />
Em Paris,<br />
em 1912
33
Em Paris, em 1912<br />
cont...<br />
34
35
36<br />
Em Águas da Prata,<br />
com os filhos
37
38<br />
Aos 50<br />
anos <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong>
39
[...]<br />
Aos 50<br />
anos <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong><br />
40
41
[...]<br />
Em<br />
meados<br />
da década<br />
<strong>de</strong> 1930<br />
42
43
44
cont...<br />
45
46
[...]<br />
47
48<br />
Em evento da Liga das<br />
Senhoras Católicas,<br />
em 1958
49
Na se<strong>de</strong> do<br />
“Legionário”<br />
cont...<br />
50
51
52
[...]<br />
53
54
55
56
57
58<br />
VII Semana <strong>de</strong> Estudos<br />
<strong>de</strong> “Catolicismo”, em<br />
29-1-1959
59
VII Semana <strong>de</strong> Estudos<br />
<strong>de</strong> “Catolicismo”, em<br />
29-1-1959<br />
cont...<br />
60
61
cont...<br />
VII Semana <strong>de</strong> Estudos<br />
<strong>de</strong> “Catolicismo”,<br />
em 29-1-1959<br />
62
63
No início da década <strong>de</strong><br />
1950<br />
cont...<br />
64
65
66<br />
No início da década <strong>de</strong><br />
1950
67
No início da década <strong>de</strong><br />
1950<br />
cont...<br />
68
69
70<br />
No início da década <strong>de</strong><br />
1950
71
72<br />
No início da década <strong>de</strong><br />
1950
73
74<br />
No início da década <strong>de</strong><br />
1960<br />
São Paulo, 13-6-952<br />
Filho querido <strong>de</strong> meu<br />
coração!<br />
Que Deus te abençoe pelo<br />
bom exito do “logro” que<br />
me pregaste!<br />
Só no dia <strong>de</strong>z, Rosée<br />
trouxe os Telegramas <strong>de</strong><br />
Dakar, e o <strong>de</strong> Paris, e na<br />
paz apesar <strong>de</strong> tudo...<br />
Dei em primeiro lugar, graças<br />
a Deus pela felicida<strong>de</strong><br />
da apavorante travessia, e<br />
<strong>de</strong>pois, emocionadissima,<br />
não podia dar credito a<br />
tudo o que seu pai, Rosée<br />
e Maria Alice me diziam, e<br />
me exasperava a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
passar três longos meses<br />
sem te ver! – Procuro enfim,<br />
consolar-me com a certeza<br />
<strong>de</strong> quão benefica te será<br />
esta viagem para tua saú<strong>de</strong>,<br />
estudos e observações. –<br />
cont...
75
76<br />
No início da década <strong>de</strong><br />
1960<br />
S eria tão bom se pu<strong>de</strong>sses<br />
passar uns vinte dias em<br />
Monte Cattini! É essa a terceira<br />
vez que tento escrever-<br />
-te; mas tenho tido a casa<br />
cheia, a seu pedido, vê-se, --<br />
e <strong>um</strong> beijo por tudo! Rosée<br />
tem vindo duas vezes por<br />
dia, e até jantou duas vezes<br />
aqui, e tem tambem trazido<br />
toda a sorte <strong>de</strong> doces, para<br />
que não me preocupe com<br />
as sobremesas, e para gran<strong>de</strong><br />
gaudio da cosinheira.<br />
Enquanto não estiveres <strong>de</strong><br />
volta, não terei gosto para<br />
fazer cousa alg<strong>um</strong>a, só procuro<br />
bôas receitas.<br />
Quanto ao money... faço<br />
como da outra vez: economizo<br />
tudo para você, tirando<br />
o estricto possível, se fôr<br />
necessário; <strong>de</strong> sorte que, se<br />
precisares, é só telegrafar.<br />
cont...
77
Fui hontem à missa,<br />
comunguei, e acompanhei<br />
parte da procissão<br />
do Santíssimo, até a<br />
Cathedral, tudo por sua<br />
intensão... ah, meu filho<br />
querido... as sauda<strong>de</strong>s<br />
são tantas!<br />
Continuo firme nas<br />
minhas ladainhas e terços<br />
ao meu amantissimo<br />
Sagrado Coração<br />
<strong>de</strong> Jesus, e à Virgem<br />
Santissima aos quaes<br />
te confiei ao nasceres, e<br />
tenho fé, o Divino Espirito<br />
Santo, estará sempre em<br />
ti, que bem o mereces,<br />
filho querido! Despeço-me<br />
enviando-te minhas bençans,<br />
muitos beijos e abraços<br />
afectuosos.<br />
De tua mamãe,<br />
Na década <strong>de</strong> 1960<br />
Lucilia<br />
78
79
São Paulo, 18-6-952<br />
Filho querido do<br />
meu coração!<br />
80<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
Estou anciosa por receber<br />
<strong>um</strong>a longa carta tua, e<br />
bem pormenorizada!...<br />
[Fulano] apareceu com<br />
muita naturalida<strong>de</strong> no<br />
escriptorio, perguntando o<br />
que tinhas ido fazer e “ad<br />
una voce” (a <strong>um</strong>a voz),<br />
disseram todos que, muito<br />
fatigado, tinhas saido para<br />
<strong>de</strong>scançar; pediu o en<strong>de</strong>reço...<br />
e ninguem sabia<br />
ainda! Disse-lhes então,<br />
que viria pedir-m’o, pois<br />
tem alg<strong>um</strong>as cousas para<br />
te dizer. Encontrou-se hontem<br />
com teu pai, e contou<br />
a mesma historia, e terminou<br />
dizendo que viria para<br />
pedir <strong>de</strong> novo teu en<strong>de</strong>reço.<br />
“Cuidado”... [...]<br />
cont...
81
Está hoje fazendo tanto,<br />
tanto frio, que estamos<br />
temendo geada, do que,<br />
peço a Deus e a São<br />
Judas Tha<strong>de</strong>u, queiram<br />
livrar-nos! amem!...<br />
Escreve-me sempre e contando-me<br />
tudo que te fôr<br />
possivel, para amenizar<br />
as sauda<strong>de</strong>s! Já te chegaram<br />
às mãos as cartas que<br />
escrevemos, Rosée, Zili, teu<br />
pai e eu? Bem, meu querido,<br />
que o Divino Espirito<br />
Santo te guie e te inspire,<br />
e que o Sagrado Coração<br />
e a Virgem Santissima e<br />
teu bom anjo da guarda te<br />
abençoem e te protejam!<br />
Com o coração cheio <strong>de</strong><br />
sauda<strong>de</strong>s envio-te minhas<br />
bençans, muitos abraços e<br />
muitos beijos.<br />
De tua manguinha,<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
Lú<br />
82
83
S. Paulo, 11-VII-952<br />
Filho querido <strong>de</strong> meu coração!<br />
Quantas sauda<strong>de</strong>s meu<br />
filho! É para apazigual-as<br />
<strong>um</strong> pouco, que venho dar-<br />
-te <strong>um</strong>a prosa por escripto.<br />
Releio com frequencia a<br />
única carta que me escreveste<br />
[...]. Vê si po<strong>de</strong>s falar-me <strong>um</strong><br />
pouco mais em ti, e em tudo<br />
que te diz respeito. Quanto a<br />
restaurants, é bom que não<br />
te excedas. [...] com teu pai,<br />
estamos os dois agasalhadinhos<br />
na nossa “casa gostosa”<br />
que o filho querido preparou<br />
para consolo <strong>de</strong> nossa<br />
velhice. [...]. Já te caceteei<br />
<strong>de</strong>mais? Cançada, termino<br />
enviando-te com minhas bençans,<br />
muitos e muitos beijos<br />
e abraços.<br />
De tua mamãe extremosa<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
Lucilia<br />
84
85
cont...<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
86
87
88<br />
Em março <strong>de</strong> 1968
89
S. Paulo, 1º <strong>de</strong> novembro<br />
<strong>de</strong> 1962<br />
Plinio tão querido do<br />
meu coração!<br />
90<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
Parece-me estar tão, tão<br />
longe o dia <strong>de</strong> tua volta<br />
para os meus braços! [...]<br />
Recebi <strong>um</strong>a carta <strong>de</strong> Tetê,<br />
que, <strong>de</strong>solada, me diz que<br />
o comunismo está tomando<br />
conta <strong>de</strong> Pernambuco. Na<br />
“Or<strong>de</strong>m do Rosário” fizeram<br />
gran<strong>de</strong>s novenas... e<br />
tudo está no mesmo pé...<br />
então o pessoal da Or<strong>de</strong>m<br />
do Carmo disse: agora é<br />
a nossa vez! Quando o<br />
Carmo faz as suas novenas<br />
com toda a Fé, não<br />
há o que lhe resista... e<br />
no entanto está tudo no<br />
mesmo estado!! Quando<br />
vejo tudo isso tenho tanto<br />
medo, tanto pavor...<br />
cont...
91
Mas a Mãe <strong>de</strong> Deus é<br />
gran<strong>de</strong> e piedosa, e não nos<br />
abandonará! [...]<br />
Espero em Deus que já<br />
estejas mais <strong>de</strong>scansado,<br />
com bom apetite e cuidado<br />
com as perturbações <strong>de</strong><br />
estomago!!<br />
Não repares na minha<br />
letra, pois estou com<br />
rhe<strong>um</strong>atismo nos pulsos!<br />
Que me dizes da<br />
“barulhada” <strong>de</strong> Kruchef,<br />
<strong>de</strong> Kennedy, e do Fi<strong>de</strong>l<br />
Castro? Tudo isto vem em<br />
torno da ponte [aérea] <strong>de</strong><br />
Berlim!? não achas?<br />
Com muitas sauda<strong>de</strong>s,<br />
beija-te e abraça-te muito,<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
a tua velha Manguinha.<br />
92
93
S. Paulo, 10 <strong>de</strong> novembro<br />
<strong>de</strong> 1962<br />
Filhão querido <strong>de</strong> meu<br />
coração! [...]<br />
Você não estará comendo<br />
<strong>um</strong> pouco <strong>de</strong>mais nestes<br />
excelentes hoteis? –<br />
Não há o que me tire<br />
da cabeça, mas prevejo<br />
que ficarás por ahi até o<br />
fim do Concilio e assim<br />
passarão em Roma<br />
o gran<strong>de</strong> dia 13 <strong>de</strong><br />
Dezembro – nosso gran<strong>de</strong><br />
dia!!! [aniversário <strong>de</strong> Dr.<br />
Plinio] Será possivel?<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
cont...<br />
94
95
Estou te escrevendo<br />
às pressas, por isso<br />
<strong>de</strong>ixo-te sem te dizer<br />
a falta enorme que me<br />
fazes!...<br />
Chegue bem forte,<br />
sempre bom para a<br />
manguinha e até outra<br />
carta!!<br />
Que Deus e Nossa<br />
Senhora te abençoem<br />
– Com todo o affecto<br />
te faz o mesmo, a mãe<br />
que te tem no coração.<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
Lucilia<br />
96
97
São Paulo, 22-11-1962<br />
Filho tão e tão querido!!<br />
Pelo que vejo, você ver-se-<br />
-ha obrigado a passar ahi<br />
o dia 13 <strong>de</strong> Dezembro,<br />
dia <strong>de</strong> teus annos! – Sinto<br />
muito, mas se fôr da vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Deus... que se<br />
faça!<br />
Sinto muito, mas que<br />
fazer? – O Castilho<br />
enviou-me ontem dois<br />
n<strong>um</strong>eros da Folha <strong>de</strong> S.<br />
Paulo que reproduzia a<br />
photographia <strong>de</strong> <strong>um</strong> grupo<br />
<strong>de</strong> amigos do Barão <strong>de</strong><br />
Montagnac que lhes ofereceu<br />
<strong>um</strong> jantar honroso<br />
com a tua presença no<br />
restaurant “Raniere <strong>de</strong><br />
Roma”. Quantos padres<br />
barbudos! [...]<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
cont...<br />
98
99
Vê se me escreves<br />
<strong>um</strong> pouquinho mais...<br />
sim? [...] Não tenho<br />
coragem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
te escrever porque me<br />
parece que é te <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>um</strong> pouco mais longe!<br />
Recomenda-me aos<br />
teus amigos.<br />
Com minhas bençans<br />
envio-te muitos<br />
abraços, muitos e<br />
muitos beijos da<br />
tua “manguinha” que<br />
tanto te quer.<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
Lucilia<br />
100
101
S. Paulo, 26-11-962<br />
Plinion querido!<br />
Estava com tantas<br />
sauda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>um</strong>a carta <strong>de</strong><br />
você, que mesmo no estylo<br />
relampago como a última<br />
que me enviaste valia a<br />
pena receber outras! Com<br />
tanto trabalho, vejo que<br />
não será possível voltar<br />
logo que se termine o<br />
Concilio! Alguns passeios<br />
bonitos, <strong>de</strong>spedidas,<br />
visitar Florença, Milão,<br />
etc... e <strong>de</strong>pois Paris!!!<br />
Quem po<strong>de</strong> voltar tão<br />
<strong>de</strong>pressa <strong>de</strong> Paris? Nem<br />
mesmo para passar o dia<br />
13 <strong>de</strong> Dezembro, dia <strong>de</strong><br />
teus annos com mamãe??;<br />
mas não faz mal.<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
cont...<br />
102
103
Você tem trabalhado<br />
muito e agora <strong>de</strong>ve estar...<br />
estafado! Faça tudo o que<br />
pu<strong>de</strong>r e volte bem disposto<br />
e contente <strong>de</strong> tornar a ver<br />
a tua manguinha, e passarmos<br />
juntos o Natal!!<br />
Que festa tornar a ver a<br />
tua manguinha, que te<br />
quer tanto e tanto... que<br />
nem po<strong>de</strong> te dizer!! [...]<br />
Quando converso com você,<br />
mesmo no “estylo relampago”<br />
não paro mais e o<br />
tempo passa rápido, ponhamos<br />
os pontos nos “is”.<br />
Recomendo-me a<br />
teus amigos.<br />
Muitos beijos e abraços e<br />
a mais affectuosa bençam<br />
da mãe que tanto e tanto<br />
te quer.<br />
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
Lucilia<br />
104
105
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
N<br />
o ano <strong>de</strong> 1967, adoeci<br />
com sério risco <strong>de</strong> vida,<br />
e minha residência se<br />
encheu naturalmente <strong>de</strong><br />
amigos. Profundamente<br />
aflita, a todos recebia<br />
minha mãe, já então<br />
com a avançada ida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> 92 anos. Nesse difícil<br />
transe ela lhes dispensava<br />
<strong>um</strong>a acolhida na qual<br />
transpareciam seu afeto<br />
materno, sua resignação<br />
cristã, sua ilimitada<br />
bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração e a<br />
encantadora gentileza dos<br />
velhos tempos da São<br />
Paulo <strong>de</strong> outrora. Para<br />
todos foi <strong>um</strong>a surpresa e,<br />
explicavelmente, também<br />
<strong>um</strong> encanto <strong>de</strong> alma.<br />
Durou assim este convívio<br />
por longos meses.<br />
(Comentário <strong>de</strong> Dr. Plinio)<br />
106
107
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
H á algo <strong>de</strong> axiológico na<br />
vida <strong>de</strong>la que parece não<br />
estar bem acertado. Ela possui<br />
<strong>um</strong>a enorme ternura:<br />
foi afetuosíssima como filha,<br />
afetuosíssima como irmã,<br />
afetuosíssima como esposa,<br />
afetuosíssima como mãe,<br />
como avó, e mesmo como<br />
bisavó. Ela levou seu afeto<br />
até on<strong>de</strong> lhe foi possível.<br />
Mas, eu tenho a impressão<br />
<strong>de</strong> que alg<strong>um</strong>a coisa nela dá<br />
a nota tônica <strong>de</strong> todos esses<br />
afetos: é o fato <strong>de</strong> ela ser,<br />
sobretudo, mãe!<br />
Ela possui <strong>um</strong> amor transbordante<br />
não só para com<br />
os dois filhos que teve, como<br />
também para com filhos que<br />
ela não teve. Dir-se-ia que<br />
ela era feita para ter milhares<br />
<strong>de</strong> filhos, e seu coração<br />
palpitava do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />
conhecê-los.<br />
cont...<br />
108
109
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
Entretanto, esses filhos<br />
não vieram, nem po<strong>de</strong>riam<br />
vir nesse número<br />
exorbitante. O que quis a<br />
Providência com isso? Viase<br />
que mamãe esperava<br />
<strong>um</strong>a certa coisa da vida.<br />
Ela esperava <strong>um</strong>a certa<br />
reciprocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>,<br />
<strong>um</strong>a certa afinida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> pensamento, <strong>de</strong> temperamento,<br />
<strong>de</strong> modo <strong>de</strong> ser.<br />
Ela era ávida <strong>de</strong> abarcar<br />
<strong>um</strong> largo afeto, <strong>um</strong>a imensa<br />
consonância com <strong>um</strong><br />
número enorme <strong>de</strong> pessoas.<br />
E chegou ao último extremo<br />
<strong>de</strong> sua longa ancianida<strong>de</strong><br />
nessa serena expectativa,<br />
calma, <strong>um</strong> tanto tristonha,<br />
mas <strong>de</strong> <strong>um</strong>a tristeza l<strong>um</strong>inosa,<br />
nobre, sem agitações<br />
ou angústias, e com <strong>um</strong><br />
fundo <strong>de</strong> certeza <strong>de</strong> que<br />
isso <strong>um</strong> dia viria...<br />
(Comentário <strong>de</strong> Dr. Plinio)<br />
110
111
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
C omo as circunstâncias<br />
do mundo <strong>de</strong> hoje ten<strong>de</strong>m<br />
a tornar cada vez mais raro<br />
que haja mãe e filho que se<br />
queiram tão bem como nós<br />
dois! E como é difícil haver<br />
mãe como ela!<br />
Qual será o <strong>de</strong>sígnio da<br />
Providência a respeito <strong>de</strong><br />
nós dois? Aqui está <strong>um</strong>a<br />
sala on<strong>de</strong> estamos, a sós,<br />
<strong>um</strong>a velha mãe e <strong>um</strong> filho,<br />
homem já maduro. Passase<br />
rapidamente da maturida<strong>de</strong><br />
para a velhice, e <strong>de</strong>sta<br />
para a morte. O tempo<br />
traga tudo. Não acontecerá<br />
que antes do período<br />
normal a Providência <strong>de</strong>termine<br />
<strong>de</strong> nos levar embora,<br />
tirar-nos <strong>de</strong>sta vida, a ela e<br />
a mim? E assim os fatos se<br />
passarem como se <strong>um</strong> tufão<br />
entrasse nesta sala <strong>de</strong> jantar<br />
e nos arrastasse?<br />
cont...<br />
112
113
Em março <strong>de</strong> 1968<br />
E então se extinguiria<br />
este último torrãozinho<br />
on<strong>de</strong>, como em poucos<br />
lugares do mundo <strong>de</strong> hoje,<br />
havia <strong>um</strong> filho que queria<br />
sua mãe tanto quanto<br />
podia, e a mãe o merecia<br />
com <strong>um</strong>a abundância e<br />
<strong>um</strong>a amplitu<strong>de</strong> difíceis<br />
<strong>de</strong> calcular... e <strong>um</strong>a mãe<br />
que queria bem a seu filho<br />
com todo o coração.<br />
Esta salinha <strong>de</strong> jantar<br />
é <strong>um</strong> dos poucos torrõezinhos<br />
no qual Nossa<br />
Senhora ainda conserva<br />
<strong>um</strong> resto <strong>de</strong> seu reinado<br />
sobre os corações. Neste<br />
mundo em que tudo<br />
quanto é d’Ela vai sendo<br />
<strong>de</strong>struído, será que a<br />
Providência permitirá dissolver-se<br />
ao vento também<br />
tais torrõezinhos?...<br />
(Comentário <strong>de</strong> Dr. Plinio)<br />
114
115
A<br />
té seus <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iros instantes,<br />
Dona Lucilia foi<br />
sustentada pela confiança,<br />
que lhe fez não per<strong>de</strong>r a<br />
certeza <strong>de</strong> alcançar aquilo<br />
para o que sua vida inteira<br />
parecia estar voltada: que<br />
se abrissem para ela e se<br />
<strong>de</strong>ixassem envolver totalmente<br />
por sua bonda<strong>de</strong>.<br />
Um pouco <strong>de</strong>ssa luz se<br />
levantou para mamãe já<br />
perto do fim, quando ela<br />
tomou contato com os tão<br />
n<strong>um</strong>erosos jovens que iam<br />
à minha casa.<br />
cont...<br />
116
Último presente <strong>de</strong><br />
Dona Lucilia a Dr. Plinio<br />
117
Foi também nessa<br />
ocasião que ela irradiou,<br />
mais do que em todo o seu<br />
passado, aquela doçura e<br />
bonda<strong>de</strong> cristãs <strong>de</strong> que seu<br />
coração transbordava. Foi<br />
o ápice!<br />
Então <strong>de</strong>i graças a Nossa<br />
Senhora, porque os últimos<br />
dias <strong>de</strong>la foram cercados<br />
<strong>de</strong> especial carinho, marco<br />
inicial <strong>de</strong> <strong>um</strong> relacionamento<br />
que continuou, <strong>de</strong>pois,<br />
junto à sua sepultura...<br />
(Comentário <strong>de</strong> Dr. Plinio)<br />
118
Pintura a óleo executada por <strong>um</strong> discípulo <strong>de</strong> Dr. Plinio,<br />
o “Quadrinho” exprimia <strong>de</strong> maneira relevante a maternal<br />
bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dona Lucilia<br />
119
Concepção luciliana da vida:<br />
• Meu filho, viver é estar juntos, <strong>olhar</strong>-se e querer-se bem!<br />
• O meu coração procura o <strong>de</strong> Plinio e não o acha no Rio, e<br />
sim pelos ares!<br />
• Devo aproveitar o tempo que me resta em te guiar e<br />
aconselhar.<br />
• Chorei é verda<strong>de</strong>, mas, “graças a Deus”, foi <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong><br />
por ter recebido eu, tão indigna, a imensa dadiva dos<br />
Sagrados Corações <strong>de</strong> Jesus e Maria Santíssima, <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />
filho tão santo, tão bom e carinhoso, que abençôo <strong>de</strong><br />
todas as veras <strong>de</strong> minha alma.<br />
Ela era verda<strong>de</strong>iramente <strong>um</strong>a senhora católica. Ninguém<br />
po<strong>de</strong> imaginar o bem que ela me fez. Eu estu<strong>de</strong>i sua bela alma<br />
com <strong>um</strong>a atenção contínua e era por isto mesmo que eu<br />
gostava <strong>de</strong>la. A ponto que, se ela não fosse minha mãe, mas<br />
a mãe <strong>de</strong> <strong>um</strong> outro, eu gostaria <strong>de</strong>la da mesma maneira, e<br />
daria <strong>um</strong> jeito <strong>de</strong> ir morar junto a ela. Mamãe me ensinou<br />
a amar a Nosso Senhor Jesus Cristo, ensinou-me a amar a<br />
Santa Igreja Católica!<br />
Palavras <strong>de</strong> Dr. Plinio junto ao corpo<br />
já sem vida <strong>de</strong> Da. Lucilia,<br />
na manhã <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1968: