A marca local, no atual cenário, traz respostas muito mais rápidas que as que se comportam como globais. Hoje, o pequeno é o novo gran<strong>de</strong>”, analisa. Além <strong>de</strong> mais próximas, as marcas <strong>de</strong>vem procurar ser mais autênticas, pois isso impacta diretamente nos resultados dos acionistas. Ele citou um case da operadora <strong>de</strong> telefonia T-Mobile, que mudou sua logomarca há alguns anos. Mas, mais que isso, acabou com as multas e contratos amarrados <strong>de</strong> um ano com os consumidores. Foi um caso em que a empresa adotou uma posição autêntica, baseada em seu comportamento como marca, e com ótimos resultados. FAmíliA e belezA Uma parte da programação foi <strong>de</strong>dicada a profissionais <strong>de</strong> pesquisas que trouxeram novos insights para temas que impactam a visão tradicional sobre temas como família, beleza ou maternida<strong>de</strong>, que são <strong>de</strong> extrema relevância para o setor. Na apresentação sobre a “nova tradicional família brasileira”, por Flavia Cruz, head <strong>de</strong> projetos da Mind Miners, e Caio Tanizaki, analista sênior <strong>de</strong> CMI na Nestlé. “Não há mais mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> família. Há uma nova geração chegando com opiniões e fazendo as mudanças serem realizadas rapidamente. O movimento LGBT muda os arranjos familiares”, analisa Flavia. Ela observa ainda a força das mulheres, donas das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> um lar, e até dos filhos, que influenciam em 40% esse processo. “Nesse novo arranjo, as marcas precisam dialogar”, resume. Para Tanizaki, da Nestlé, a importância <strong>de</strong> as marcas terem propósitos fortes vai além <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ban<strong>de</strong>iras, afetando também a forma como elas representam isso. “Precisamos falar em valores, em comunicar com as pessoas <strong>de</strong> forma genuína”, explica. Ainda nessa linha, o tema “beleza inclusiva” foi apresentado em palestra <strong>de</strong> Miriam Steinbaum, diretora da Ipsos Marketing, e Jorge Kodja, diretor <strong>de</strong> consumer & marketing insights da L’Oréal. “É preciso reescrever o conto <strong>de</strong> fadas sobre princesas e bruxas. Existem muitas manifestações por individualida<strong>de</strong> estética, com celebração <strong>de</strong> belezas plurais”, analisa Miriam. Ocorre que, mesmo com a <strong>de</strong>sconstrução Cliff Young, <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> que existe um crescimento mundial do sentimento antissistema <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> beleza, acabam surgindo outros. Uso <strong>de</strong> cachos, por exemplo, que se tornou forte no discurso das consumidoras, só é referência se forem bem cuidados. No caso <strong>de</strong> cabelos brancos, que também se tornaram tendência, é preciso que haja cortes especiais alinhados com maquiagem, como explica a executiva. “Apesar do <strong>de</strong>slocamento, ainda há padrões importantes na cabeça da consumidora”, diz ela. Alisson Bittencourt e Debora Montibeler, ambos analistas da Market Analysis, trouxeram o tema Carreira x Maternida<strong>de</strong>. Segundo eles, ainda há um movimento <strong>de</strong> mães que precisam <strong>de</strong>ixar o mercado <strong>de</strong> trabalho porque o sistema lhes bane oportunida<strong>de</strong>s profissionais. “Há um senso <strong>de</strong> que realização profissional e o papel <strong>de</strong> mãe são coisas antagônicas, e isso prejudica a ascensão e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s”, avalia Debora. Mesmo com tantos discursos sobre o tema, a impressão dos pesquisadores, com base em seus estudos, é <strong>de</strong> que os gestores tornam a diferença <strong>de</strong> tratamento algo persistente, prejudicando carreiras. economiA em eSPerA O congresso teve espaço ainda para análises sobre a conjuntura econômica e política do Felipe Men<strong>de</strong>s: “Olhar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é fundamental para transformar dados disponíveis” Brasil. O economista Juan Jensen, da 4EConsultoria, afirma que as incertezas sobre o resultado das eleições presi<strong>de</strong>nciais têm travado a economia e aumentado o câmbio em relação ao dólar. “Se um candidato alinhado com as reformas vencer, o câmbio volta a patamares anteriores. Se não, fica imprevisível o que po<strong>de</strong> acontecer” analisa, reforçando a importância <strong>de</strong> mudanças na Previdência para evitar que o déficit siga crescendo acima da inflação. No entanto, assegura Jensen, essa alta do dólar não <strong>de</strong>ve trazer inflação e nem causar mudanças na taxa <strong>de</strong> juros, ao contrário do que se po<strong>de</strong>ria pensar. “O impacto do câmbio nos preços é pequeno no atual cenário”, afirma. A tendência é que o segundo semestre tenha mais protestos e traga mais incertezas à economia que, no final das contas, ainda po<strong>de</strong> gerar 700 mil empregos até <strong>de</strong>zembro. Outra boa notícia é que o endividamento do brasileiro diminuiu, mas o país segue na espera das eleições e do fim das incertezas políticas para que o consumo volte a patamares anteriores e, do outro lado, os investimentos da indústria em produção também ganhem fôlego. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais protestos e <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> insatisfação da população brasileira no segundo semestre está alinhada não apenas com a conjuntura interna, mas com o contexto <strong>de</strong> fora. Há um novo ciclo político no mundo, do qual Donald Trump é o principal exemplo, que reflete um sentimento da população <strong>de</strong> que “o antigo sistema quebrou”. A análise é <strong>de</strong> Cliff Young, presi<strong>de</strong>nte da Ipsos Public Affairs nos Estados Unidos, palestrante convidado do congresso. Ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que existe um crescimento mundial do sentimento antissistema, com dois terços das pessoas com essa visão. Para Young, no contexto brasileiro, os eleitores estão em busca <strong>de</strong> um lí<strong>de</strong>r forte, que não esteja em linha com o mo<strong>de</strong>lo atual e que retome as ré<strong>de</strong>as do país. “As eleições brasileiras vão trazer esse tipo <strong>de</strong> discussão. Outro tema po<strong>de</strong>roso será a questão da corrupção. Antes, eu conversava sobre isso com amigos brasileiros, o tema não era consi<strong>de</strong>rado um dos principais problemas do país pelas pessoas. Hoje, se tornou uma das priorida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa discussão antissistema”, avalia. 8 <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> 20<strong>18</strong> - jornal propmark
PARABÉNS, MÍDIAS! 21 DE JUNHO DIA DO MÍDIA Reconhecemos a importância <strong>de</strong> vocês por acompanharem todas as transformações do cenário da comunicação e planejarem em um mundo cada vez mais complexo. Estamos juntos com vocês nesse <strong>de</strong>safio! A segunda edição do Dimension já está à disposição, trazendo vários insights para te apoiar nesta sua jornada! Acessem kantarmedia.com/dimension e confiram o report completo, ví<strong>de</strong>os e muito mais.