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2018 - Revista PME

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ENTREVISTA Ricardo Oliveira, Fundador do World Shopper<br />

Hoje, ainda é uma<br />

experiência mais tecnológica<br />

comprar uma pizza numa app<br />

do que um serviço<br />

de pós-venda<br />

Fundador do World Shopper, Ricardo Oliveira organizou, nos dias 18 e 19 de maio,<br />

uma conferência ibérica dedicada à eletrificação do automóvel e aos caminhos da mobilidade.<br />

Uma oportunidade para uma conversa sobre o futuro da indústria e do pós-venda automóvel<br />

R<br />

Ricardo Oliveira, fundador do World Shopper,<br />

é, acima de tudo, um estudioso do<br />

setor automóvel. Em 2009, fez-se ao mundo<br />

para tentar compreender como são as<br />

experiências de compra de um automóvel<br />

novo nos quatro cantos do planeta. E, um<br />

ano depois, em 2010, organizou a primeira<br />

conferência World Shopper, em parte<br />

para apresentar os resultados do seu estudo.<br />

Não mais parou. E todos os anos tem<br />

juntado centenas de participantes para<br />

discutir as tendências do automóvel. Na<br />

edição deste ano, foi mais longe. Tornou o<br />

evento ibérico e reuniu mais de um milhar<br />

de participantes, nos dias 18 e 19 de maio,<br />

para as “Strategic Sessions” e “Learning<br />

Sessions”. Temas como a eletrificação e os<br />

caminhos da mobilidade foram debatidos<br />

por um importante painel de especialistas<br />

internacionais. O pós-venda não ficou de<br />

fora neste raio “X” ao automóvel como um<br />

todo. Em entrevista à <strong>Revista</strong> <strong>PME</strong> <strong>2018</strong>,<br />

o responsável partilhou a sua visão sobre o<br />

futuro do setor oficinal.<br />

Como começou o World Shooper?<br />

A conferência e o World Shopper surgiram,<br />

praticamente, na mesma altura. Esta empresa,<br />

originalmente, é uma mistery shopper<br />

(cliente mistério) do setor automóvel.<br />

Trabalhava, exclusivamente, com o setor<br />

automóvel e, em especial, com as marcas.<br />

Ainda hoje tem essa atividade. Mas, em<br />

2009, decidi fazer uma viagem por vários<br />

continentes e estudar a experiência de<br />

compra em stand para perceber como funcionava<br />

nos vários pontos do mundo, independentemente,<br />

da nossa perceção. Daí<br />

surgiu o nome “World Shopper”. Em 2010,<br />

organizei a primeira conferência da World<br />

Shopper. No fundo, serviu para divulgar os<br />

resultados dessa viagem. Foram três horas<br />

a falar para 100 pessoas. Admirei a resistência<br />

deles...<br />

O que recorda dessa viagem?<br />

Recordo que tínhamos uma noção, na Europa,<br />

de que a experiência de compra em<br />

stand não era boa. Havia vários problemas<br />

e a grande mensagem foi a de que, de facto,<br />

o problema é igual em todo o mundo. Seja<br />

na China, Brasil ou EUA, as diferenças<br />

não são substanciais quando se entra num<br />

stand de uma marca e se inicia um processo<br />

de compra de carro novo.<br />

A partir daí nunca mais parou. Mas, este<br />

ano, a conferência ganhou uma outra dimensão...<br />

Começou por ser realizada em dois dias,<br />

que é logo diferente dos outros anos. Mas o<br />

número de participantes tem vindo a crescer.<br />

Começámos com 100 participantes,<br />

depois 200, 300, 400... No ano passado,<br />

tivemos 700 pessoas e, este ano, 1.174. É<br />

uma luta. O tema era muito interessante.<br />

As pessoas gostam de falar do futuro. Está<br />

na ordem do dia. Mas é difícil arranjarem<br />

tempo para se dedicarem aquilo que não<br />

são as suas rotinas habituais. Ou seja, todas<br />

estão preocupadas com o futuro, mas<br />

se lhes pedirmos para parar dois dias para<br />

falar de futuro e das novas oportunidades,<br />

não estão assim tão disponíveis.<br />

Gostam de falar disso, mas de um modo<br />

abstrato...<br />

Sim. De modo abstrato e nos encontros de<br />

amigos. E é importante. As pessoas leem e<br />

nota-se que têm interesse. Mas valorizar o<br />

facto de estarmos um dia ou dois fechados<br />

a discutir estas coisas e a perceber os caminhos<br />

que aí veem, nem todos estão ainda.<br />

Porquê um evento ibérico?<br />

Esta questão do ibérico começou há dois<br />

anos. Portugal é demasiado pequeno para<br />

fazer um evento com estas características<br />

em setor automóvel e mobilidade. Isso por<br />

20 <strong>PME</strong> Líder & Excelência Aftermarket Junho <strong>2018</strong>

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