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mídiA<br />
Aproximação da TV com cinema<br />
torna produções mais atraentes<br />
Estudo da The Global TV Group em 19 países comprova relevância da<br />
televisão; consumo no Brasil cresceu 33 minutos nos últimos 10 anos<br />
Danúbia Paraizo<br />
Os indicadores <strong>de</strong> investimento<br />
em mídia comprovam<br />
há décadas a consolidação<br />
da TV como o meio que oferece<br />
maior penetração e alcance <strong>de</strong><br />
audiência. Mas em tempos em<br />
que o consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o está<br />
cada vez mais flexível e fragmentado,<br />
com a presença <strong>de</strong><br />
novos atores, como serviços <strong>de</strong><br />
streaming, há muitos questionamentos<br />
sobre uma possível<br />
perda <strong>de</strong> sua relevância. Como<br />
forma <strong>de</strong> trazer dados atualizados<br />
sobre o <strong>de</strong>sempenho do<br />
meio e sua relação simbiótica<br />
com o digital no Brasil e em outros<br />
18 mercados, o The Global<br />
TV Group, formado por emissoras<br />
e associações comerciais<br />
<strong>de</strong> TV na Europa, EUA, Canadá,<br />
Austrália e América Latina, acaba<br />
<strong>de</strong> apresentar ao mercado o<br />
estudo The Global TV Deck.<br />
A pesquisa indica que os consumidores<br />
<strong>de</strong> conteúdo encontram<br />
na TV seu principal meio<br />
para ví<strong>de</strong>o. Não à toa, a média<br />
<strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>dicado a visualização<br />
<strong>de</strong> televisão na Europa é<br />
<strong>de</strong> 4 horas e 7 minutos, um aumento<br />
<strong>de</strong> 39 minutos em relação<br />
a 1996. Nos Estados Unidos,<br />
a média é <strong>de</strong> 4 horas e 30 minutos,<br />
colocando abaixo o mito <strong>de</strong><br />
que países <strong>de</strong> Primeiro Mundo<br />
e com maior acesso à internet<br />
ten<strong>de</strong>m a consumir menos<br />
TV. Segundo Otavio Bocchino,<br />
diretor-geral do Centro Internacional<br />
da TV Aberta e presi<strong>de</strong>nte<br />
da Communication Intelligence,<br />
o uso da tecnologia<br />
na produção <strong>de</strong> conteúdo tem<br />
sido um dos principais fatores<br />
para a permanência da popularida<strong>de</strong><br />
da TV. “A qualida<strong>de</strong> do<br />
conteúdo da televisão aberta<br />
melhorou muito nos últimos<br />
anos. Importante lembrar do<br />
enorme investimento que as<br />
emissoras mundo afora fizeram<br />
em TV digital e o impacto que<br />
teve não foi só em tecnologia,<br />
mas na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção”.<br />
O executivo lembra ainda<br />
Série Sob Pressão, da TV Globo e Conspiração Filmes, foi exibida primeiro na internet, mas na TV elevou audiência no horário nobre<br />
que a associação com o cinema,<br />
seus recursos e profissionais<br />
também tem se mostrado benéfica,<br />
dando à TV uma mudança<br />
na linguagem e formatos.<br />
ConTeúdo é rei<br />
É o que po<strong>de</strong> ser visto em<br />
séries como Sob Pressão (2017),<br />
da TV Globo, em parceria com a<br />
Conspiração Filmes. O drama,<br />
que se passa em um hospital<br />
público, estreia nova temporada<br />
no segundo semestre <strong>de</strong>ste<br />
ano e é inspirado no filme <strong>de</strong><br />
mesmo nome exibido nos cinemas,<br />
em 2016. Como estratégia,<br />
a Globo disponibilizou<br />
os episódios com antecedência<br />
aos assinantes do Globo Play,<br />
seu serviço <strong>de</strong> streaming. Depois,<br />
veiculou em sua gra<strong>de</strong><br />
linear. Como resultado, teve<br />
crescimento <strong>de</strong> oito pontos na<br />
TV aberta no horário <strong>de</strong> sua<br />
exibição, atingindo 40 milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas por episódio. “In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da plataforma,<br />
o que as pessoas querem é uma<br />
boa história, que as divirta, as<br />
“O públicO quer<br />
ver cOnteúdO<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> -<br />
e fazer issO na<br />
platafOrma mais<br />
acessível a ele”<br />
informe, as emocione. E isso<br />
po<strong>de</strong> ser comprovado pelos resultados<br />
que observamos nas<br />
diferentes estratégias <strong>de</strong> lançamentos<br />
<strong>de</strong> nossos produtos.<br />
A complementarieda<strong>de</strong> das<br />
janelas <strong>de</strong> exibição já se comprovou<br />
com todo o alcance que<br />
uma obra lançada primeiro no<br />
ambiente digital, por exemplo,<br />
consegue também alavancar<br />
para sua exibição na TV. Por<br />
nossas últimas experiências, vimos<br />
um aumento expressivo <strong>de</strong><br />
interesse e engajamento, como<br />
foi o caso <strong>de</strong> Carcereiros e Sob<br />
Pressão”, informou a emissora<br />
Maurício Fidalgo/ Divulgação<br />
por meio <strong>de</strong> sua comunicação.<br />
Dados do The Global TV<br />
Deck para o Brasil sobre consumo<br />
<strong>de</strong> TV indicam que a média<br />
diária saltou <strong>de</strong> 4h e 30 minutos<br />
em 2007 para 5 horas e 3<br />
minutos em 2017, totalizando<br />
4h e 39 minutos como média da<br />
década. Isso, num cenário em<br />
que o acesso à internet passou<br />
<strong>de</strong> 36,7% (2007) para 77,5% em<br />
2017, ou seja, a complementarieda<strong>de</strong><br />
dos meios não tem influenciado<br />
<strong>de</strong> forma negativa.<br />
Para Renata Brandão, CEO da<br />
Conspiração, o entretenimento<br />
é um dos principais filões para<br />
o crescimento da TV. “O público<br />
quer ver conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
- e fazer isso na plataforma mais<br />
acessível a ele. A Lei da TV Paga<br />
(Lei 12.485) foi importante nesse<br />
processo. Abriu um caminho<br />
para a produção in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />
impulsionando um gran<strong>de</strong> salto<br />
do audiovisual brasileiro em<br />
termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />
e <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra. O entretenimento<br />
é o núcleo que mais<br />
cresce na produtora hoje”.<br />
12 2 <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark