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Livro V. Ramalho

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Querido pai,<br />

Escrevo-lhe agora, numa pausa de duas grandes<br />

“lutas”, para celebrar os 70 anos do homem<br />

mais importante da minha vida! Em ambas, foi o<br />

pai quem me ensinou como se segura no cravo lá<br />

bem no alto e como se enfrentam as dificuldades<br />

de cara levantada.<br />

Foi o pai que esteve sempre ao meu lado, com<br />

toda a coragem e toda a sabedoria, porque como<br />

o pai sempre diz: “a experiencia é o superior<br />

conhecimento da razão”. Não obstante das suas<br />

próprias preocupações, da sua própria dor, do<br />

seu próprio sofrimento, não me deixou nem por<br />

um segundo. Não descansou (literalmente)<br />

enquanto sentiu que havia ainda caminho para<br />

andar... Que lição de vida, meu pai! Que banho<br />

de amor e dedicação!<br />

Páro agora para reviver as minhas memórias<br />

de 35 anos de vida em conjunto (teria o pai<br />

a idade que tenho hoje quando eu nasci) e<br />

pergunto-me...“O que é ser sua filha?” É ter<br />

um orgulho e uma admiração sem fim. É sentir<br />

uma enorme responsabilidade em não falhar<br />

na passagem dos valores que o pai me transmite<br />

a cada palavra e a cada gesto. Amizade,<br />

honestidade, coragem, determinação. Orgulho<br />

esse que sei que será partilhado com o Francisco,<br />

quando ele souber o que o avô construiu ao<br />

longo da vida, o que o avô fez por Portugal,<br />

pela Lusofonia, pelo mundo, e por ele próprio,<br />

Francisco, quando ainda começava a dar os<br />

seus primeiros passos... E fê-lo sempre por<br />

convicção e por paixão à vida, ao mundo<br />

e às gentes!<br />

Pensar no pai é sentir toda essa paixão...<br />

É recordar os almoços de História do mundo,<br />

em que o pai me falava da História como se<br />

de um conto se tratasse e em que no final,<br />

tudo fazia sentido! É lembrar as músicas que<br />

tocavam no carro, porque o fado é a “alma<br />

portuguesa”. É reviver os poemas na voz da<br />

Dra. Maria Barroso, que tantas vezes sentimos<br />

em silêncio. É emocionar-me com o riso fácil<br />

do pai e as gargalhadas sem fim...<br />

Obrigada por ser o meu Homem de<br />

referência e o melhor pai do mundo!<br />

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