Livro de poesias escrito em 2006 na cidade mineira de Lavras, retratando as dificuldades intrínsecas a uma nova realidade do serviço público na polícia. A solidão espiritual e a certeza de que muitas vezes na vida o ouro que se procura vem manchado de sangue e sofrimento. Às vezes uma oportunidade não é mais que uma desilusão.
A bailarina
Num arranjo divino a estrela sob os olhos do público
Graciosamente
Desenvolve passo a passo sua arte
O seu encanto
É a bailarina
Ela me faz gostar de coisas que jamais gostei
Ela me faz pensar em coisas que jamais pensei
Despertou os sonhos que não eu já nem sonhava
E puderam acordar de tão profundo sono dentro de mim
É como se a gravidade se ajoelhasse aos seus pés
A bailarina voa graciosamente
É como se o vento a carregasse
Só que exageradamente pra longe, pra muito longe
Sua alma suspira paz e tranqüilidade
Só lhe faltam asas – é um anjo
Voando sobre o palco de um lado a outro
Encantando nossos olhos que não se cansam
De admirar a bailarina
Que perfeição
Quanta paz ela proporciona
Quem dera que ela bailasse
Com tanta magia e sutileza só para mim - seria belo
Mas a bailarina é um anjo
E como todo anjo, não voa em um canto só
O seu brilho é intenso – minha alma suspira
Quando acaba o espetáculo fico ansioso
Para ver novamente a bailarina
Que consegue com sua tranqüilidade brilhar mais que uma estrela
Ela brilha mais do que uma estrela
29/12/2002
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