Livro de poesias escrito em 2006 na cidade mineira de Lavras, retratando as dificuldades intrínsecas a uma nova realidade do serviço público na polícia. A solidão espiritual e a certeza de que muitas vezes na vida o ouro que se procura vem manchado de sangue e sofrimento. Às vezes uma oportunidade não é mais que uma desilusão.
Lágrimas
Canto das águas ouvi.
O toque das águas senti.
As quais pareciam pedir
Que as ensinasse a sorrir.
Eram águas tão turvas!
Eram águas tão frias
Que conduziam meu corpo
Ao sereno das noites vazias.
Vi na imensidão das águas
Na contra-mão da vida vagando,
A mãe natureza do mundo
Na imensidão das águas chorando.
Tomei banho nas águas, tomei...
E as ondas levaram-me ao fundo.
O lixo coloriu o mar
Com o capitalismo do mundo.
Eram águas tristes
Da mãe, do pai, do filho insano
E tornaram tristes também
A vida de todo o oceano.
Canto dos cisnes...ouvi.
Cisnes cantam para morrer
O som mais triste da vida,
A vida não pode perder...
Senão transborda ás águas,
Com a pureza destas lágrimas
Um livro manchado de sangue,
Da vida, sofridas páginas.
18/04/2001
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