008 - O FATO MARINGÁ - AGOSTO 2018 - NÚMERO 8 (MGÁ 01)
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Ano 1 • Edição 8 • Agosto de <strong>2<strong>01</strong>8</strong> • Distribuição Gratuita<br />
Jornal Comunitário Metropolitano de Maringá • 5<br />
PREFEITURA DE <strong>MARINGÁ</strong> “NÃO RECUARÁ”,<br />
E GUARDA MUNICIPAL ATUARÁ COM<br />
ARMAS DE FOGO, MAS NÃO SE SABE QUANDO<br />
Ligiane Ciola<br />
<strong>MARINGÁ</strong> - A Prefeitura de Maringá<br />
apresentou recentemente parte<br />
do arsenal de armas de fogo que<br />
será usado pela Guarda Municipal<br />
após a conclusão dos treinamentos<br />
que está prevista para o final desse<br />
ano. O custo do arsenal já comprado<br />
até agora é de 78 mil reais. São 10<br />
revólveres calibre 38 e 14 escopetas<br />
calibre 12. Outras 50 pistolas serão<br />
licitadas e compradas.<br />
Antônio Roberto dos Anjos Padilha,<br />
Coronel aposentado da Polícia<br />
Militar que durante 5 anos comandou<br />
a PM em Maringá, atualmente<br />
está à frente da Secretaria Extraordinária<br />
de Segurança Pública.<br />
O Secretário estima que as pistolas<br />
custarão aos cofres do município<br />
cerca de 200 mil reais. Cogitava-se<br />
a possibilidade de que a Guarda<br />
começasse a atuar armada (com<br />
armas de fogo letais) já a partir de<br />
outubro desse ano, mas o Secretário<br />
descarta essa possibilidade.<br />
“Quando assumi a Secretaria<br />
em fevereiro desse ano, era intenção<br />
armar a Guarda até outubro<br />
mas isso dependia dos processos<br />
licitatórios, porém um dos tipos<br />
de arma (pistola austríaca<br />
GLOCK 380) que queríamos comprar,<br />
dependia da autorização do<br />
exército que negou, e assim tivemos<br />
uma inelegibilidade de licitação.<br />
Nós abrimos outra licitação<br />
para aquisição das pistolas, o edital<br />
será através de pregão eletrônico<br />
e quem apresentar o menor<br />
preço será o vencedor.”<br />
Sobre a formação dos guardas<br />
municipais para a obtenção do porte<br />
de arma, o Secretário enfatiza<br />
que é a mesma que recebem policiais<br />
civis e militares.<br />
“Em 2<strong>01</strong>5 tivemos a primeira<br />
parte do treinamento que obedece<br />
a matriz curricular nacional, definida<br />
pela Secretaria Nacional de<br />
Segurança Pública. Da primeira<br />
turma, 50 dos 70 guardas municipais<br />
que participaram das 558 horas<br />
de treinamento teórico foram<br />
nivelados à formação de um PM.<br />
Do grupo que está em treinamento<br />
atualmente participam 41 guardas,<br />
e certamente nem todos serão<br />
nivelados, alguns reprovarão<br />
no processo. Só os que passam da<br />
primeira fase e superam também<br />
a avaliação psicológica, farão a segunda<br />
fase do treinamento que<br />
consiste em 254 horas de prática<br />
de tiro. Para que a Guarda Municipal<br />
possa trabalhar armada,<br />
nós enviaremos à Câmara Municipal<br />
um projeto de lei complementar<br />
sobre o Estatuto da Guarda<br />
Municipal, previsto na lei nacional<br />
número 13022 que entre outras<br />
coisas estabelece o plano de<br />
carreira, de cargos, ouvidoria e<br />
corregedoria.”<br />
Coronel Padilha:<br />
“Trabalhamos para minimizar os erros...<br />
Mas dizer que não haverá é impassível!”<br />
O <strong>FATO</strong> <strong>MARINGÁ</strong>: Depois<br />
da morte do jovem Matheus de<br />
Londrina que viu envolvida a Guarda<br />
Municipal, a Prefeitura de Maringá<br />
não pensa de recuar da decisão<br />
de armar seu contingente?<br />
CORONEL PADILHA: “Não,<br />
nunca nos passou pela cabeça, primeiro<br />
porque é promessa de campanha<br />
do Prefeito Ulisses. Eu estou<br />
empenhando o meu nome e<br />
não vou colocar ninguém armado<br />
nas ruas que não esteja apto. Agora,<br />
recuar não. Muita gente está<br />
criticando e dizendo que a Guarda<br />
Municipal não tem capacidade<br />
para trabalhar armada, mas eu digo<br />
que tem, basta seguir a preparação<br />
adequada, é isso que estamos<br />
fazendo. Eu não me preocupo<br />
com o prazo para o início do trabalho<br />
da Guarda armada, mas de<br />
como entregarei cada guarda para<br />
a sociedade, eles terão que estar<br />
qualificados para isso.”<br />
O <strong>FATO</strong> <strong>MARINGÁ</strong>: O senhor<br />
não teme que em Maringá aconteça<br />
a mesma coisa que aconteceu<br />
em Londrina?<br />
CORONEL PADILHA: “Não, a<br />
avaliação psicológica se dispõe a isso.<br />
Se você faz uma avaliação criteriosa,<br />
veja, alguns guardas reprovados<br />
vieram me questionar porque<br />
os reprovei; eu lhes disse que<br />
não sou eu que estou reprovando,<br />
existe um parâmetro na avaliação<br />
psicológica que avalia o nível de<br />
conduta adequado para aquela<br />
Fotos:<br />
Vivian Silva/PMM<br />
função. Aqui nós vamos armar<br />
quem devidamente for aprovado.”<br />
O <strong>FATO</strong> <strong>MARINGÁ</strong>: Então o<br />
senhor não teme?<br />
CORONEL PADILHA: “Não,<br />
absolutamente não temo.”<br />
O <strong>FATO</strong> <strong>MARINGÁ</strong>: O senhor<br />
descarta que possa acontecer um<br />
caso como o de Londrina?<br />
CORONEL PADILHA: “Olha,<br />
eu vou dar um exemplo: Comandei<br />
o quarto batalhão durante cinco<br />
anos. Durante esse tempo, tivemos<br />
mais de 400 confrontos armados.<br />
Cada confronto desse é aberto<br />
um procedimento e aqui não<br />
vai ser diferente. O procedimento<br />
verificará se o guarda agiu dentro<br />
da técnica, de acordo com a lei, se<br />
era condizente o uso da arma e<br />
muitas outras coisas. Se um policial<br />
ou guarda dispara, nós vamos<br />
querer saber porque ele disparou,<br />
se a vida dele ou de terceiros estava<br />
em risco, enfim, trabalhamos<br />
para minimizar o erro. Existe dentro<br />
do direito processual as excludentes<br />
de penalidades para quem<br />
atua no dever da atribuição, mas<br />
dizer que não haverá erro, é impossível.<br />
Repito, estamos trabalhando<br />
para minimizar o erro.”■