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Olimpic. revista Julho

Publicação mensal do Comité Olímpico Caboverdeiano

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OLIMPICAMENTE<br />

www.coc.cv<br />

JULHO 2018<br />

#007<br />

Na primeira página pomos Cabo Verde e a nossa bandeira.<br />

E as faixas que a percorrem a caminho da construção do país. Com o vermelho do esforço, da luta... mas<br />

também com o branco da paz. Isto é o Desporto. Isto é o Olimpismo. Bem patente nas imagens de Argel, São<br />

Tomé e Gâmbia. Com denodo, com bravura, mas também com “fair-play”.<br />

Nos Jogo Africanos da Juventude, nos da CPLP, e nos de FutbolNet. Cabo Verde, o nome que se disse.<br />

Cabo Verde em Argel<br />

Foto COC<br />

FutbolNet na Gâmbia<br />

Jogos CPLP - Tubarõezinhos<br />

Foto COC<br />

Foto COC


2<br />

<strong>Julho</strong> 2018<br />

Aprender com o FutbolNet<br />

Testemunho por Ivete Rosa<br />

Depois de a Escola de Futebol de Achada<br />

Grande Trás (EFAT) vencer a final do torneio<br />

de Futbolnet, em Abril passado, numa prova<br />

que abrangeu mais de 1600 crianças, a equipa<br />

foi seleccionada para representar o Centro<br />

Olympáfrica de Cabo Verde, num torneio FutbolNet<br />

que decorreu na Gâmbia. O FutbolNet<br />

é uma metodologia de intervenção social que<br />

aproveita o futebol para criar nas crianças o<br />

sentido de “fair play”, jogo limpo e bons comportamentos<br />

e realiza-se com regras impostas<br />

pelas próprias crianças que tentam ao máximo<br />

cumpri-las para vencerem o jogo.<br />

Foto COC<br />

Este desporto é baseado em<br />

seis (6) valores, o engajamento,<br />

respeito, esforço, trabalho de<br />

equipa, tolerância e responsabilidade.<br />

O programa busca criar um<br />

espaço onde os jovens participantes<br />

possam reflectir sobre o<br />

significado dos valores na vida<br />

através do futebol.<br />

Os jogos são compostos por<br />

grupos mistos, promovendo a<br />

igualdade. Meninas e rapazes<br />

fazem parte da mesma equipa.<br />

A forma de construção do jogo,<br />

ajudá-los-á a controlar seu<br />

comportamento e a regular<br />

condutas para o seu bem-estar<br />

e para a comunidade, buscando<br />

harmonia dentro e fora do<br />

campo.<br />

O futebol tem um papel<br />

pedagógico que promove o desenvolvimento<br />

humano e social<br />

de crianças e jovens.<br />

Como as crianças gostam de<br />

jogar futebol, não só se divertem<br />

jogando, mas também<br />

adquirem novos conhecimentos,<br />

e aprendem valores muito<br />

úteis, estilos de vida saudáveis<br />

e boas formas de relacionamento<br />

dentro e fora do campo.<br />

O FUTBOLNET é composto por<br />

três fases;<br />

1.Um debate antes do jogo: as<br />

crianças tentam chegar a acordos<br />

sobre as regras do jogo e o<br />

comportamento.<br />

Eles devem entender-se através<br />

do diálogo e da negociação e<br />

decidir as normas que terão<br />

que cumprir durante o jogo.<br />

2. Jogar o futebol.<br />

3.Reflexão no final da partida<br />

(Feedback): as crianças irão<br />

fazer avaliação do jogo de acordo<br />

com as regras impostas no<br />

ponto 1 e depois encontrar o<br />

vencedor do jogo.<br />

Aquele que for o melhor no<br />

cumprimento das regras, é<br />

declarado vencedor da partida.<br />

Como se vê, o diálogo é uma<br />

parte fundamental no desenvolvimento<br />

do jogo.<br />

Cabo Verde, representado pela<br />

escola EFAT, fez a sua primeira<br />

participação neste torneio que<br />

decorreu na Gâmbia nos dias<br />

21 e 22 de <strong>Julho</strong> de 2018.<br />

Cabo Verde fez parte de<br />

um grupo com o Senegal,<br />

Guiné-Bissau, Guiné – Conacri,<br />

países que já viveram muitas<br />

experiências neste tipo de<br />

competição.<br />

Num torneio onde o mais importante<br />

não é fazer muitos golos,<br />

mais sim cumprir com as regras<br />

dos jogos impostas no início da<br />

partida, e jogar limpo.<br />

O objectivo do grupo era participar,<br />

divertir-se e aprender<br />

com outras equipas, sem, contudo<br />

deixar de lado a vontade<br />

de fazer uma boa prestação no<br />

campeonato.<br />

Cabo Verde marcou muitos golos,<br />

perdeu contra o Senegal,<br />

detentor de muitos troféus em<br />

competições deste género, tendo<br />

depois conseguido<br />

dois empates frente às equipas<br />

da Guiné-Bissau e da Guiné–<br />

Conacri.<br />

Cabo Verde terá acusado a fal-


<strong>Julho</strong> 2018<br />

3<br />

ta de experiência não tendo por<br />

isso conseguido passar para as<br />

meias-finais.<br />

Com muito orgulho, Cabo Verde<br />

conseguiu a premiação da<br />

equipa mais bem-comportada<br />

do torneio, deixando na sua<br />

estreia, uma marca bem importante.<br />

Ficou o registo das aprendizagens.<br />

Em próximas competições<br />

Cabo Verde participará, colocando<br />

a ambição a um nível<br />

superior. Nunca esquecendo<br />

o que de mais importante se<br />

retira do FutbolNet. Uma ferramenta<br />

de reflexão e um agente<br />

de mudança para melhorar a<br />

vida de crianças e jovens que<br />

crescem em contextos menos<br />

vulneráveis.<br />

FutbolNet é EFAT<br />

Foto Sul<br />

Voltamos à EFAT. Na Achada<br />

Grande Trás. Onde a criançada<br />

anda com as balizas às costas<br />

para fazer o que mais gosta.<br />

Jogar futebol. Voltamos para<br />

conferir sentimentos, sensações.<br />

Daqueles miúdos, que<br />

pela primeira vez atravessaram<br />

os céus, e rumaram a outras<br />

paragens. A equipa de FutbolNet<br />

que representou Cabo<br />

Verde na Gâmbia, foi beber ao<br />

entusiasmo, ao querer, de todos<br />

quantos vestem as cores<br />

desta Escola de Futebol.<br />

Na periferia da malha urbana.<br />

A Ariana desde miúda que quis<br />

jogar futebol. Há muito que o faz<br />

na rua. Quer continuar a fazê-lo.<br />

Tem hoje 13 anos. Quer ser jogadora<br />

a sério... ou isso, ou ser<br />

médica... a Raquel, que<br />

olhou para esta experiência<br />

como uma excelente oportunidade,<br />

não tem dúvidas. Quer<br />

mesmo seguir a carreira de futebolista.<br />

Ambas relevam o facto<br />

de se terem divertido muito,<br />

de terem estado pela primeira<br />

vez num hotel onde “havia uma<br />

piscina”. Foi mesmo o que mais<br />

agradou à Raquel. E o Ulisses,<br />

seu companheiro de “viagem”?<br />

O Ulisses, tem onze anos, e<br />

quer ser como o Pogba. Para<br />

ser como ele terá que crescer,<br />

ganhar massa muscular, e ambicionar<br />

jogar um dia no Real<br />

Madrid, que é o clube de que<br />

mais gosta.<br />

Sabe que o FutbolNet potencia<br />

valores e princípios, e na escola<br />

gosta das Ciências da Terra e<br />

da Vida. O Ulisses gosta muito<br />

da EFAT, e um dia, até pode vir<br />

a ser piloto.<br />

Na viagem à Gâmbia, os miúdos<br />

da EFAT foram liderados pelo<br />

Patrick, que de uma assentada<br />

não só voou para o estrangeiro,<br />

como saiu pela primeira vez de<br />

Santiago. Para este estudante<br />

universitário em Ciências do<br />

Desporto, estar na Gâmbia a<br />

representar Cabo Verde foi um<br />

orgulho inexplicável.<br />

Tanto mais que a comunidade<br />

onde estão todos inseridos, é<br />

sinónimo de vulnerabilidades<br />

e de uma clara exclusão social.<br />

Por isso mesmo, para o orientador<br />

Patrick, a EFAT é como se<br />

da sua família se tratasse.<br />

No fundo, para todos. É por aqui<br />

que aprendem, que conhecem,<br />

que se tornam melhores seres<br />

humanos. Que ganham amor à<br />

vida... que criam espaço para<br />

serem felizes.


4<br />

<strong>Julho</strong> 2018<br />

Argel – Jogos Africanos da Juventude<br />

Sucesso!<br />

Foto COC<br />

Ou será um atrevimento?<br />

Medalhas de prata, no Andebol e no Karaté, dois<br />

novos recordes nacionais dos 100 e 200 metros<br />

no Atletismo.<br />

As melhores condições de participação criadas<br />

pelo Comité Olímpico para que os objectivos<br />

traçados pelas federações representadas fossem<br />

cumpridos. Criou-se uma delegação que, a avaliar<br />

pelo balanço feito pelos dirigentes federativos,<br />

está de parabéns. Uma mensagem transversal a<br />

Alfa Djaló, Nelson Martins e João Correia, confirmada<br />

por Pedro Moeda chefe de missão em<br />

Argel, e evidenciada em conferência de imprensa.<br />

Sentiu-se uma família.<br />

O que reforçou os laços, e esteve na base de uma<br />

solidariedade permanente entre os atletas. Bem<br />

patente aliás, no dia da chegada ao aeroporto<br />

Nelson Mandela. Uma equipa cansada, mas feliz.<br />

E sobretudo muito orgulhosa pela forma como representou<br />

Cabo verde.<br />

Há que realçar o excelente desempenho da<br />

selecção feminina de Andebol, o fulgor das participações<br />

da karateca Emilize Soares, e da velocista<br />

Adriana Almeida.<br />

Do ponto de vista institucional, destaque para a<br />

participação do COC na assembleia geral da<br />

ACNOA, na busca de conhecimentos e<br />

aprendizagem, com vista à organização de SAL<br />

2019, e como é óbvio a imposição a Filomena<br />

Fortes do colar da Ordem Olímpica Africana.<br />

Foto Sul


<strong>Julho</strong> 2018<br />

5<br />

Para a presidente do Comité Olímpico, trata-se de uma distinção muito gratificante. E não só do ponto<br />

de vista pessoal. Bem pelo contrário. No “mundo olímpico”, é muito apreciado o trabalho desenvolvido<br />

em Cabo Verde, que é visto como uma referência no continente africano.<br />

A condecoração aconteceu precisamente no dia do aniversário do COC. Segue-se Buenos Aires.<br />

Os Olímpicos da Juventude. O país será representado por três atletas.<br />

Terá uma delegação de seis pessoas. Reduzida. Que mesmo assim dispende muitos recursos financeiros.<br />

Para levar a cabo, esta e outras missões, é fundamental que o Estado e as empresas privadas<br />

se juntem no mesmo desiderato.<br />

Há projectos para pôr em prática. O COC tem feito o seu papel. E bem!<br />

Foto COC<br />

Os Novos Recordes de Adriana “Bolt” Almeida<br />

100 e 200 mts<br />

E que recordes!!! Tem 17 anos de idade.<br />

“Dizem” que é a mais rápida do país.<br />

É a nova recordista nacional dos 100 metros.<br />

Adriana Almeida correu a distância em 12 segundos<br />

e 05 centésimos.<br />

Em Argel, durante o apuramento nos Jogos Africanos<br />

da Juventude.<br />

Um feito que constituiu surpresa até para os<br />

responsáveis do atletismo nacional em Cabo<br />

Verde, dado tratar-se de uma atleta ainda júnior.<br />

Em pouco mais de um mês, as marcas dos 100<br />

metros femininos foram pulverizadas.<br />

Primeiro por Eveline Sanches, que em dois momentos<br />

em campeonatos realizados em<br />

Portugal, registou 12” 35, e 12” 27.<br />

Destronando os 12” 43, que Lidiane Lopes trazia<br />

consigo desde o Rio 2016. É também a nova<br />

Foto COC<br />

recordista nacional dos 200 metros.<br />

O melhor tempo de sempre na distância, 24,97, foi conseguido na final dos Jogos de Argel.<br />

Adry, como também é conhecida, não foi além do quinto lugar, mas obteve um registo absolutamente<br />

fantástico<br />

Adriana Almeida, atleta nascida no Sal, e que apesar da idade já é campeã nacional absoluta nos<br />

cem metros, tem como é óbvio um enorme potencial de crescimento, sendo por isso esperar que,<br />

continuando a trabalhar como até aqui, possa obter novos resultados de nível superior.


6<br />

<strong>Julho</strong> 2018<br />

Maracanã – O Caminho da Felicidade<br />

Há “tubarões azuis “na Ponta D´Água<br />

Começamos por aqui. Na Ponta d´Água, vive-se<br />

um mundo de histórias. Um sem fim de representações<br />

sociais, quase todas com uma forte<br />

marcação na luta, na desigualdade, na exclusão.<br />

Quase todas elas com uma ligação estreita ao<br />

futebol, e à Escola Maracanã.<br />

Que é muito mais do que um sítio onde se ensinam<br />

os “putos” a jogar futebol. Como se eles<br />

precisassem de ser ensinados... a bola é deles...<br />

sabem bem como a tratar.<br />

A Maracanã é uma associação cultural e desportiva,<br />

que educa, que com base num total<br />

voluntariado, transmite conhecimentos, valores,<br />

princípios, e tenta dar um rumo de vida a tantas<br />

-e são muitas- crianças que por aqui vivem, ou<br />

tentam viver.<br />

Desta vez foi o futebol que nos trouxe cá. Como<br />

poderia ter sido a música, as letras... os<br />

números... damos-lhe um. 16. É a idade de Hélio<br />

Semedo, que aqui neste campo, nesta história<br />

se apresenta como defesa-central e capitão. Do<br />

clube, e da selecção nacional. É pois, um<br />

“tubarão azul”, como os cabo-verdianos gostam<br />

de chamar aos jogadores da equipa que representa<br />

o país. No caso, um tubarão pequeno, mas<br />

a querer crescer rapidamente.<br />

O filho do “Zé da Mena”, é também filho da terra.<br />

Da Ponta D´Água. Às portas da capital e onde a<br />

suburbanidade é bem evidente.<br />

Hélio Semedo capitaneou a selecção de Cabo<br />

Verde que obteve o segundo lugar nos Jogos da<br />

CPLP.<br />

A melhor competição de sempre nesta competição<br />

foi conseguida na final ante Angola,<br />

jogo que Cabo Verde perdeu, no desempate por<br />

grande penalidade. No tempo regulamentar<br />

egistou-se um empate a dois golos.<br />

Hélio, adorou estar em São Tomé, acha um país<br />

muito parecido com o seu de onde saiu pela<br />

primeira vez. Afirma que a selecção de sub-17 é<br />

uma família, como se todos fossem irmãos.<br />

Gosta muito da escola, leva o estudo muito a<br />

sério... e se não vier a ser futebolista, quer<br />

azer investigação judiciária, ou dar aulas de<br />

francês.<br />

Como defesa-central, diz que todos os lances são<br />

para ganhar. Atenção ao “Dédé”<br />

O Adilson com que terá sido baptizado, já era....<br />

Dédé... é nome de craque...<br />

Lembra Mbappé... Dembélé... e a semelhança<br />

não se esgota na sonoridade do nome... a rima<br />

é no toque de bola, na leitura de jogo, na interpretação<br />

do futebol.<br />

Meus senhores, este “puto” ... quase menino de<br />

rua, que foi “adoptado” pela escola, tem<br />

“bola” para dar e vender.<br />

E ele sabe-o bem... até a própria linguagem corporal<br />

o confirma. Quer voar, voar pelos céus do<br />

futebol mundial.<br />

Quando lhe perguntamos; - “Onde queres jogar<br />

“? - resposta pronta; -” No Sporting ou no Barcelona“!<br />

Lá está. Parece saber o caminho que o vai<br />

levar ao sucesso como futebolista.<br />

O seu treinador, quase um pai “adoptivo” é da<br />

mesma opinião. Carlos Nito dá treinos<br />

diários a duas centenas e meia de miúdos.<br />

Enumero. 250 crianças treinam por dia no campo<br />

da bola da Escola Maracanã.<br />

Foto SUL<br />

Foto Sul


<strong>Julho</strong> 2018<br />

7<br />

- Grandes Homens -<br />

Foto SUL<br />

“Nós estamos a preparar grande homens”! É a resposta clara que Carlos Nito supervisor da Escola<br />

dá, para justificar os treinos quase madrugadores. E acrescenta que a ideia é preparar crianças para a<br />

vida... e quem perde muito tempo a dormir, perde muitas coisas na vida. Como quem diz... o sucesso<br />

não se consegue a dormir. Esta é a base do quotidiano na Ponta D´Água. Esta a justificação para<br />

tantas crianças às sete da manhã no campo da bola. Mesmo no período das férias escolares.<br />

E o entusiasmo crescente.<br />

O lema é “Maracanã, o caminho da Felicidade”. Estes miúdos, numa grande parte, tinham tudo para<br />

“dar errado”. O futebol e a obrigatoriedade do estudo académico abrem-lhes claramente outros horizontes.<br />

E claro, Carlos Nito não esconde que gostaria muito de ver alguns dos “seus” meninos a seguirem<br />

o caminho do sucesso no exigente mundo do futebol. A seu tempo. Há interesses por aí escondidos.<br />

Por aqui, existe um enorme orgulho no voluntariado, na iniciativa privada, no apoio das comunidades<br />

locais e da diáspora. É nestes pressupostos que assentam os valores deste projecto.


8<br />

<strong>Julho</strong> 2018<br />

Jogos da CPLP<br />

A equipa de futebol dos “tubarõezinhos azuis”,<br />

pode considerar-se o emblema, a foto do rosto da<br />

participação cabo-verdiana nos Jogos da CPLP.<br />

A jovem selecção de Cabo Verde, conseguiu<br />

resultados fantásticos, com destaque para uma<br />

goleada de 6 a 0 ao Brasil, e claro a presença na<br />

final ante Angola.<br />

Cabo Verde perdeu por 4 a 2, ganhando o acesso<br />

ao segundo lugar do pódium, e a consequente<br />

medalha de prata.<br />

Tratou-se da melhor classificação de sempre da<br />

selecção de futebol de Cabo Verde, nos Jogos da<br />

Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa.<br />

A delegação mais medalhada foi a de Portugal,<br />

obtendo 25 medalhas. Moçambique obteve 23, e em terceiro lugar na tabela do medalheiro,<br />

inscreveu-se São Tomé e Princípe, país anfitrião, com 22.<br />

Nos torneios de cinco modalidades. Atletismo, Basquetebol 3x3, Futebol, Taekwondo e Voleibol.<br />

Cabo Verde esteve representado por cerca de meia centena de atletas, e mais do que os resultados<br />

desportivos obtidos, deve o país congratular-se pela forma digna como os atletas se bateram.<br />

Esta “participação massiva” do país desportivo, constituiu uma forte aposta do governo no desporto<br />

em geral.<br />

Financiar as federações, para que os seus atletas ganhem o direito a participar em eventos internacionais,<br />

assegura o ministro responsável, Fernando Elísio Freire.<br />

Entende a CPLP, que estes Jogos têm como objectivo fulcral, o reforço da solidariedade entre os<br />

cidadãos dos países da Comunidade. Bem como um legado de reabilitação de infra-estruturas desportivas<br />

e escolares de São Tomé.<br />

Foto Jogos CPLP


<strong>Julho</strong> 2018<br />

9<br />

Elyane Boal está na Praia<br />

Foto Sul<br />

Continua a ser feliz!<br />

Quem não se lembra do - “não vim competir, vim ser feliz “! - com que Elyane Boal brindou o mundo<br />

Olímpico, dando uma pequena lição, de humildade, de querer, e de sonhar. E sobretudo, trazendo à<br />

tona, o que de facto é, ou deve ser o que mais importa na presença nuns Jogos Olímpicos. Foi assim<br />

que, há muitos, muitos anos... tudo começou.<br />

Foi a pedra com que Coubertin, começou a construir o seu ideal. É certo que os tempos foram mudando,<br />

outros valores, na verdadeira acepção da palavra, se levantaram, mas a forma como Boal<br />

abordou a presença olímpica, é a que tem mais verdade, a mais fiel aos princípios e aos valores do<br />

Movimento Olímpico.<br />

De tal forma, que a ginasta abandonou a competição. Hoje estuda. Na China, de onde regressou para<br />

um mês de férias na sua cidade natal. E a Praia decidiu, através da Associação de Atletas Olímpicos,<br />

homenageá-la por ter representado Cabo Verde, há dois anos no Rio de Janeiro. Representando a<br />

Associação, Isménia Frederico, outra atleta olímpica, impôs-lhe o “pin” olímpico.<br />

Uma vez olímpico, olímpico sempre. Foi assim com Isménia, é assim com Elyane.<br />

O momento coroou uma gala de Ginástica Rítmica, que decorreu no Gimnodesportivo Vává<br />

Duarte, na capital.<br />

Foto Sul


10<br />

<strong>Julho</strong> 2018<br />

Academia Djaló – Tira-Chapéu<br />

Luta com causa / Naré Fighters<br />

Começou por ser um objectivo do<br />

lutador e campeão MMA João Naré.<br />

Evoluiu para uma associação que<br />

procura difundir os valores do desporto<br />

e das artes marciais. Apostam<br />

numa filosofia competitiva.<br />

Preparam pessoas para a luta mais<br />

dura.<br />

E dão tudo por projectos de apoio social.<br />

Como é o caso da doação que<br />

acabaram de fazer à Escola da Capelinha<br />

em<br />

Tira-Chapéu.<br />

De uma assentada, chegaram às instalações<br />

da Academia Djaló Almeida<br />

diversos materiais de apoio desportivo<br />

e escolar, para distribuição pelas<br />

associações daquele bairro da capital.<br />

João Naré é um “velho” amigo de<br />

Cabo Verde. Após uma das últimas<br />

visitas à<br />

Cidade da Praia e apercebendo-se de<br />

algumas necessidades locais, prontamente<br />

se dispôs em Portugal, a angariar<br />

ajuda para que em Tira-Chapéu,<br />

seja menos hostil a luta do quotidiano<br />

pela integração e inclusão de crianças<br />

e jovens.<br />

Não podendo estar presente, João<br />

Naré, enviou uma mensagem em<br />

vídeo, e fez-se representar pelo amigo<br />

e parceiro Leonardo Cunha,<br />

Director- Executivo do Comité Olímpico<br />

Cabo-verdiano.<br />

A cerimónia atingiu foros mais<br />

institucionais, com a presença da<br />

presidente do COC, Filomena Fortes.<br />

Estudo e tempos livres na mira dos<br />

doadores e da valorização pessoal<br />

dos frequentadores diários da Associação<br />

Capelinha.<br />

Tira-Chapéu é hoje “outro” bairro,<br />

graças ao desporto e à cultura. Vai<br />

chutando para canto as dificuldades,<br />

muito por “culpa” de gente como Djaló<br />

Almeida, que se mostrou agradecido<br />

e sensibilizado pela doação.<br />

Foto Sul<br />

Foto Sul


<strong>Julho</strong> 2018<br />

11<br />

Surf – Formação no Tarrafal<br />

Pranchas ao Alto<br />

Foto Fed. SURF<br />

Que é como quem escreve, “elevar” o nível do Surf em Cabo Verde. A modalidade tomou forma federativa<br />

no final de 2017, quando as associações de Santiago, Sal e Boavista, a que se juntou a de<br />

São Vicente, deram corpo a um sonho antigo. Nos últimos meses, os “surfistas” cabo-verdianos têm<br />

participado em competições fora de portas, e os dirigentes federativos levam a cabo um conjunto de<br />

iniciativas que tendem a melhorar o nível técnico dos competidores, bem como a fomentar o interesse<br />

de crianças e jovens pelo Surf. Deste modo, a recém-criada Federação promoveu no Tarrafal de<br />

Santiago, uma acção de formação destinada a capacitar novos treinadores e júris de competições. A<br />

necessidade do reconhecimento por parte da Federação Internacional, fez com que este organismo<br />

chamasse a si a direcção deste estágio, dividido em duas partes. Conhecimentos teóricos, e aulas<br />

práticas na condução e acompanhamento do Campeonato Nacional que encerrou as actividades<br />

apoiadas pela Solidariedade Olímpica.<br />

Foto Fed. SURF


OLIMPICAMENTE<br />

www.coc.cv<br />

Publicação mensal. Propriedade do Comité Olímpico Caboverdiano.<br />

Todos os direitos reservados.<br />

A Força da NET.<br />

Novo Site, nova imagem. Mais “clean”, mais sobriedade, mais objectividade. Privilegiando a<br />

actualidade, e a qualidade dos conteúdos. Demos um “refresh” no sítio do Comité Olímpico Cabo-verdiano.<br />

Para que todos tenham um acesso mais prático, e mais funcional. A partir deste mês em www.coc.cv, está lá tudo.<br />

Inclusivé mudança no logotipo. Mais adequado a uma imagem internacional, o logo perde os aros coloridos que<br />

o envolviam. Imagens espectaculares, notícias dos nossos atletas, comentários e reportagens sobre os eventos<br />

desportivos, o <strong>Olimpic</strong>amente, as melhores fotos e vídeos. E claro, o reflexo de toda a actividade desenvolvida no<br />

âmbito da relação do Comité Olímpico com a Sociedade Civil.<br />

Foto COC<br />

Nesta última página, pomos a “força da net”, bem demonstrada pela forma como durante o mês que passou, a<br />

página do COC no Facebook, ter registado um sensacional aumento de procura entre os internautas. Muito mais<br />

“viewers”, muito mais “likes”, muito mais comentários. web.facebook.com/comiteolimpicocaboverdiano/<br />

Este “boom”, ficou a dever-se a uma diária colocação de conteúdos, notícias e resultados das participações de<br />

Cabo Verde, nos Jogos Africanos da Juventude em Argel,dos Jogos da CPLP, realizados em São Tomé e Príncipe,<br />

e no Torneio Internacional de futebolNet na Gambia<br />

COMITÉ OLÍMPICO<br />

CABO-VERDIANO<br />

Presidente<br />

Filomena Fortes<br />

Secretário-Executivo<br />

Leonardo Cunha<br />

Secretário-Geral<br />

Nelson Jesus<br />

Travessa Pierre de Coubertin, Nº1<br />

ASA Praia - Santiago<br />

Foto Sul

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