22.08.2018 Views

AGENDA DE PROPOSTAS PARA A INFRAESTRUTURA 2018

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>PROPOSTAS</strong> SETORIAIS<br />

SANEAMENTO BÁSICO<br />

O PRINCIPAL <strong>DE</strong>SAFIO DO SETOR É<br />

UNIVERSALIZAR O ATENDIMENTO<br />

Com 207 milhões de habitantes, o Brasil<br />

ainda tem 35 milhões de pessoas sem<br />

acesso à água encanada e mais de 100<br />

milhões sem serviço de coleta de esgoto<br />

adequada. O índice de perdas é elevado:<br />

37% da água produzida não são faturados<br />

devido a vazamentos, roubos e ligações<br />

clandestinas – um prejuízo de R$ 8 bilhões<br />

ao ano 5 . Aproximadamente 55% do esgoto<br />

coletado são tratados. Diante de uma meta<br />

de investir 0,4% do PIB por 20 anos seguidos,<br />

o país tem conseguido aplicar 0,2%<br />

do PIB anualmente 6 . Esse cenário deixa<br />

claro: é urgente redesenhar políticas públicas<br />

para promover uma solução estrutural.<br />

O principal desafio do setor de saneamento<br />

é a rápida redução dos déficits de<br />

atendimento, com o objetivo de universalizar<br />

os serviços no menor espaço de tempo<br />

possível. Na projeção do Plano Nacional<br />

de Saneamento Básico (Plansab), isso poderia<br />

acontecer em 2033 – isso se, a partir<br />

de 2019, investimentos anuais da ordem<br />

de R$ 20 bilhões sejam realizados. As propostas<br />

a seguir, a serem efetivadas pelos<br />

próximos governos, correspondem ao<br />

conjunto de medidas necessárias para<br />

que isso possa, efetivamente, acontecer.<br />

Regulação<br />

Buscar estabilidade regulatória para o<br />

setor, por meio de centralização, na Agência<br />

Nacional de Águas (ANA), no máximo<br />

em quatro anos, das seguintes atribuições:<br />

definição de padrões de prestação<br />

de serviços de água e esgoto; regulação<br />

econômica dos serviços; mediação e arbitragem<br />

de conflitos entre demais agências<br />

e operadores.<br />

A delegação à ANA dessas responsabilidades<br />

pelos reguladores subnacionais<br />

será voluntária. A ausência de adesão<br />

impossibilitará que os entes federativos,<br />

titulares dos serviços de água e esgoto<br />

regulados, tenham acesso a recursos de<br />

crédito de bancos federais e a transferências<br />

da União de caráter não obrigatório.<br />

A técnica de centralização na ANA deve<br />

atender aos postulados do que é conhecido<br />

como supervisão regulatória (oversight<br />

regulation) e, necessariamente, deve<br />

envolver a elaboração de normas de referência<br />

mediante procedimento no qual<br />

participem representantes dos titulares,<br />

dos reguladores, de entidades científicas e<br />

dos prestadores dos serviços. Serve como<br />

exemplo o procedimento adotado para a<br />

elaboração da Portaria 557, de 2016, do<br />

Ministério das Cidades.<br />

Financiamento<br />

Desburocratizar o processo de financiamento<br />

dos investimentos pelos bancos<br />

públicos, com as seguintes providências:<br />

Definição de limite anual de financiamento<br />

por Unidade da Federação, em cada<br />

banco federal, passível de revisão a cada<br />

quadrimestre. Tal limite será estabelecido<br />

com base em critério definido em norma<br />

expedida pelo Ministério das Cidades,<br />

cujos parâmetros essenciais serão o tamanho<br />

da população e os déficits existentes<br />

no atendimento em água e esgoto. Os<br />

limites podem ser fixados por modalidade<br />

(água, combate às perdas, esgoto, drenagem).<br />

Em uma segunda etapa, o processo<br />

5. Instituto Trata Brasil. Ranking do Saneamento.<br />

6. Banco Mundial.<br />

50

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!