Orquídeas_Da_Natureza_Nº_16
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<strong>Orquídeas</strong><br />
REVISTA<br />
REVISTA<br />
da<br />
Faça a sua<br />
própria<br />
treliça<br />
Conheça a<br />
florada do<br />
Pleione<br />
7 orquídeas<br />
terrestres<br />
A brasileira<br />
Miltonia x<br />
leucoglossa<br />
10 variedades<br />
da Cattleya<br />
intermedia<br />
Saiba como<br />
combater<br />
cochonilhas<br />
As multicoloridas<br />
Miltoniopsis<br />
Elas têm flores grandes que duram<br />
dois meses. Aprenda a cultivar essas<br />
orquídeas desenvolvidas no Brasil<br />
Edição <strong>16</strong><br />
Ano 2<br />
ENTENDA O QUE DETERMINA O PREÇO DE UMA ORQUÍDEA
<strong>Orquídeas</strong><br />
REVISTA<br />
da<br />
AO LEITOR<br />
Aydano Roriz<br />
Luiz Siqueira<br />
Tânia Roriz<br />
Edição – novembro de 2015 - N o <strong>16</strong> - Ano 2<br />
Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz<br />
Diretor Executivo: Luiz Siqueira<br />
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Editora: Gabi Bastos<br />
Editora de Arte: Ludmila Viani Taranenko<br />
Consultoria Botânica: Erwin Bohnke e Valerio Romahn<br />
Revisão de Texto: Eliane Domaneschi<br />
Colaboraram nesta edição: André Fortes (fotos) Paula<br />
Fratin (fotos), Carol Costa (texto e fotos), Luiz Filipe<br />
Varella (texto e fotos)<br />
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Diretor: Mauricio Dias (11) 3038-5093<br />
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Impressão: Prol Gráfica<br />
Pétalas da<br />
imaginação<br />
Às vezes, nem é só pela<br />
beleza das orquídeas,<br />
embora todas sejam<br />
incríveis. É pelas histórias que elas<br />
inspiram, pelas amizades que<br />
proporcionam, pelas vidas que<br />
modificam e até pelos negócios que<br />
geram. O fato é que ao começar a cultivar<br />
orquídeas, é difícil a pessoa não ficar tremendamente envolvida.<br />
Um dos fatores mais fascinantes que elas proporcionam é o estímulo<br />
à imaginação. Só de olhar a flor de uma Miltoniopsis, imediatamente dá<br />
para ver um rosto, um homem de bigode, pombos voando, bailarinas...<br />
o que cada um quiser. O nome disso é “pareidolia”, um fenômeno<br />
psicológico que atribui significados a uma forma aleatória. Não dá para<br />
passar despercebido, e essa característica adicional torna a relação com<br />
a planta ainda mais interessante.<br />
<strong>Da</strong> mesmo forma, é muito difícil encontrar uma orquídea e não ir<br />
buscar sua história. Ainda no caso das Miltoniopsis, elas gostavam de frio<br />
e se davam mal aqui. Mas, determinado a cultivá-las, Sebastião Nagase<br />
não sossegou e cruzou espécies do gênero até conseguir exemplares que<br />
florescessem saudáveis no Brasil, apesar do calor. Não só alcançou seu<br />
objetivo como fez disso um negócio rentável.<br />
Esse certamente é o sonho de muitos orquidófilos, unir o prazer que<br />
tem com as orquídeas com a possibilidade de trabalhar e ganhar algum<br />
dinheiro com isso. São várias as pessoas que conseguem com plantas<br />
de coleção, independentemente da milionária máquina de produção de<br />
orquídeas em escala industrial.<br />
As orquídeas são generosas. Como pertencem a um dos<br />
maiores grupos de plantas de todo o planeta, contemplam a<br />
todos os desejos. Até os daqueles que querem deixar a<br />
imaginação voar nos coloridos desenhos de pétalas e sépalas.<br />
REDAÇÃO<br />
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Roberto Araújo<br />
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Miltoniopsis Red<br />
Woodhan x<br />
Saint Helier<br />
Se for o caso reclame. Nosso objetivo é a excelência!<br />
Juan Esteves<br />
ATENDIMENTO (de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h)<br />
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4<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
SUMÁRIO<br />
10<br />
10 MULTICOLORIDAS<br />
As Miltoniopsis híbridas têm flores<br />
grandes, com desenhos que despertam a<br />
imaginação. Muitas delas são perfumadas<br />
34<br />
06 Miltonia ×<br />
leucoglossa<br />
Híbrida natural de espécies<br />
brasileiras, ela é uma<br />
orquídea fácil de cultivar<br />
22 Orquidário<br />
Feito com restos de madeira<br />
de construção, o espaço<br />
abriga as orquídeas da família<br />
28 Galeria de Cattleya<br />
intermedia da exposição<br />
do Círculo Gaúcho<br />
34 Faça você mesmo<br />
Passo a passo de uma treliça<br />
feita com cabo de vassoura<br />
52 Curiosidades<br />
Saiba por que o preço das<br />
orquídeas varia tanto<br />
54 Aula do especialista<br />
Erwin Bohnke ensina<br />
como identificar e<br />
combater as cochonilhas<br />
58 Almanaque<br />
Exposição de primavera da<br />
AOSP e outros assuntos<br />
do interesse de orquidófilos<br />
66 Ilustração<br />
Um Cypripedium parviflorum<br />
var. pubescens pintado<br />
em 1786<br />
6<br />
38 Produtos<br />
Uma seleção de graciosas<br />
treliças para pendurar vasos<br />
40 Atualidade<br />
A produção de orquídeas<br />
terrestres aumentou.<br />
E tem novidades<br />
46 Pleione Tongariro<br />
Sucesso na Europa,<br />
a orquídea híbrida<br />
ainda é rara no Brasil<br />
Nossos consultores<br />
ERWIN BOHNKE<br />
Orquidófilo há mais<br />
de 25 anos, dá<br />
palestras e cursos<br />
no Brasil e no<br />
exterior. Algumas<br />
espécies levam<br />
seu nome<br />
VALERIO ROMAHN<br />
Fotógrafo e botânico<br />
autodidata, trabalha<br />
na Revista <strong>Natureza</strong><br />
e é autor de<br />
A Grande Enciclopédia<br />
Ilustrada de<br />
Plantas & Flores<br />
CAPA Valerio Romahn (foto); Aida Lima<br />
(produção); Sebastião Nagase (orquídea)
6<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
CONHEÇA MELHOR<br />
Filha<br />
Híbrida natural, a<br />
Miltonia × leucoglossa<br />
herdou as características as<br />
mais bonitas dos pais<br />
Por Gabi Bastos | Fotos Valerio Romahn<br />
prodígio<br />
Ela não se multiplica rapidamente como a<br />
mãe, a Miltonia spectabilis (1) que enche o<br />
ambiente de cor. Cresce mais tímida como o pai,<br />
a Miltonia candida (2), que está praticamente extinto<br />
no seu hábitat. Quanto às flores, a Miltonia × leucoglossa<br />
herdou o que de mais bonito seus parentes apresentam:<br />
o labelo grande é visualmente da mãe e o colorido<br />
tigrado e o perfume adocicado do pai.<br />
Descrita em 1898, a Miltonia × leucoglossa<br />
é um híbrido natural encontrado na Mata<br />
Atlântica do Sudeste brasileiro, muito<br />
2<br />
1<br />
Os pais da Miltonia<br />
× leucoglossa<br />
são: a Miltonia<br />
spectabilis (1) e a<br />
Miltonia candida<br />
(2), espécies<br />
encontradas no<br />
Sudeste brasileiro
7
8<br />
Cada pseudobulbo<br />
gera dois ou três novos ao<br />
ano. Por isso, a planta se<br />
multiplica rapidamente<br />
Em regiões<br />
subtropicais a planta<br />
deve receber mais<br />
luz no inverno<br />
As flores brotam na primavera ou no verão, são perfumadas e permanecem bonitas<br />
por até um mês. O nome da espécie, leucoglossa, significa “labelo branco”<br />
apreciada pela sua beleza. Tanto que ela<br />
é utilizada em muitas hibridações artificiais<br />
– inclusive com espécies de outros gêneros,<br />
como Oncidium – e item obrigatório de<br />
colecionadores de espécies brasileiras.<br />
É uma orquídea de pequeno porte,<br />
ideal para enfeitar beirais de janela e mesas<br />
de centro na primavera e verão, quando<br />
floresce. As flores medem cerca de 10 cm<br />
de diâmetro e nascem em hastes curtas da<br />
base dos pseudobulbos, que são longos,<br />
achatados e ficam quase encobertos pelas<br />
bainhas foliares.<br />
COMO CULTIVAR<br />
A Miltonia × leucoglossa é típica de<br />
regiões de clima tropical úmido. Mas, como<br />
seus pais, desenvolve-se bem em regiões<br />
subtropicais, desde que receba um pouco<br />
mais de luminosidade no inverno para<br />
compensar as temperaturas mais baixas.<br />
Por ser epífita, a orquídea pode ser<br />
mantida em um vaso com substrato<br />
preparado com casca de pínus, pedra<br />
brita e um pouco de carvão. Esse material<br />
ajuda a evitar o aparecimento de fungos,<br />
um aspecto importante pois a orquídea<br />
gosta de ter as raízes constantemente<br />
úmidas, mas nunca encharcadas. Por<br />
isso, regue a planta diariamente ou a<br />
cada dois dias com pouca água. Se tiver<br />
oportunidade, também borrife água nas<br />
folhas todos os dias de manhã, bem cedo.<br />
No hábitat da orquídea é comum haver<br />
orvalho nesse período do dia.<br />
As adubações podem ser semanais<br />
com NPK 20-20-20 até os pseudobulbos se<br />
formarem. Quando isso acontecer, passe<br />
a adubar com fertilizantes que estimulam<br />
a floração, como o NPK 4-14-8, para ter<br />
muitas flores por um longo tempo.
9<br />
A Pleione Tongariro<br />
entra em dormência<br />
no inverno. Depois,<br />
acorda com força total,<br />
produzindo novas<br />
folhas e as belas flores<br />
A Miltonia × leucoglossa<br />
mede cerca de 30 cm.<br />
Seus pseudobulbos são<br />
achatados e escondidos<br />
pelas bainhas foliares
10<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
CAPA<br />
Colorido<br />
brasileiro<br />
As Miltoniopsis híbridas são amadas no mundo todo pelas<br />
suas flores grandes e desenhadas. Mas as desenvolvidas<br />
no Brasil são diferenciadas Por Gabi Bastos | Fotos Valerio Romahn<br />
Pomba, homem com as mãos para cima, mulher de saia...<br />
cada um enxerga o que quer no colorido do miolo das flores<br />
O<br />
labelo das flores das Miltoniopsis híbridas tem<br />
o formato de um coração invertido. Já o colorido<br />
central, compõe desenhos que despertam a<br />
imaginação. Há quem jure que o miolo parece uma<br />
pomba. Outros enxergam uma mulher de saia. Para<br />
melhorar, as flores chegam a medir 13 cm de diâmetro,<br />
são muitas vezes perfumadas e se dispõem ao longo de<br />
hastes que podem ser pendentes ou não.<br />
Enumerar as qualidades da orquídea conhecida como<br />
amor-perfeito é fácil. Elas tornaram a planta muito popular<br />
na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, as Miltoniopsis<br />
também são famosas, mas um pouco incompreendidas.<br />
Um dos motivos é que ainda há quem as chame de<br />
Miltonia, o antigo nome científico do gênero, o que provoca<br />
um pouco de confusão no cultivo, já que as Miltonia são<br />
brasileirinhas natas e muitas Miltoniopsis, nativas de regiões<br />
andinas. Outra razão é que a maior parte das informações<br />
sobre a maneira correta de cuidar das plantas é retirada de<br />
textos europeus ou americanos e, acredite, as Miltoniopsis<br />
híbridas desenvolvidas no Brasil têm exigências de cultivo<br />
diferentes das criadas em outros países.
Com cerca de 13 cm de<br />
diâmetro, as flores têm<br />
labelo com formato de<br />
um coração invertido<br />
11
12<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
MILTONIOPSIS<br />
A Miltoniopsis Luna Bianca<br />
é um híbrido brasileiro e<br />
recebeu esse nome por ter<br />
flores bem redondas<br />
1<br />
Os primeiros<br />
híbridos brasileiros<br />
Atualmente as Miltoniopsis são uma<br />
das orquídeas mais queridas no Brasil.<br />
Mas não foi fácil para elas alcançarem<br />
esse patamar. Até a década de 1970,<br />
apenas poucos colecionadores de<br />
orquídeas as tinham no país devido<br />
a dificuldade de mantê-las em clima<br />
geralmente quente. Isso porque a maioria<br />
das espécies do gênero é nativa de<br />
regiões de altas altitudes, principalmente<br />
da Colômbia, e exige temperaturas<br />
amenas para florescer.<br />
Um dos responsáveis por tornar o<br />
cultivo de Miltoniopsis mais fácil no<br />
Brasil foi o orquidófilo Sebastião Nagase.<br />
Após se encantar por híbridos do gênero<br />
desenvolvidos na França, ele pesquisou<br />
as espécies e descobriu uma exceção à<br />
regra: a Miltoniopsis santanaei. A maioria<br />
delas se desenvolve em regiões de<br />
altitudes entre 100 m e 400 m, embora<br />
seja possível encontrar exempares em<br />
locais de até 1.200 m. mais baixas e, por<br />
isso, suporta um pouco mais de calor.<br />
Especialista em hibridações, Nagase, viu<br />
ai a oportunidade de utilizar essa espécie<br />
em cruzamentos para criar híbridos de<br />
Miltoniopsis ideais para o cultivo no<br />
Brasil como a M. Second Love<br />
1<br />
Os primeiros<br />
híbridos brasileiros<br />
Até a década de 1970, apenas poucos colecionadores de<br />
orquídeas tinham Miltoniopsis no Brasil devido à dificuldade de<br />
mantê-las em clima relativamente quente. As espécies do gênero<br />
são nativas de regiões de altitudes elevadas, principalmente da<br />
Colômbia, e exigem temperaturas baixas para florescer.<br />
Um dos responsáveis por tornar o cultivo dessas orquídeas<br />
mais fácil no Brasil foi o orquidólogo Sebastião Nagase.<br />
Especialista em hibridações, ele pesquisou as Miltoniopsis e<br />
descobriu uma espécie que suporta mais calor porque, em<br />
geral, cresce em regiões de altitudes mais baixas: a Miltoniopsis<br />
santanaei (1). Sem perder tempo, Nagase começou a utilizar<br />
essa planta em cruzamentos para criar Miltoniopsis ideais para o<br />
cultivo no clima brasileiro, como a M. Luna Bianca (2).<br />
2<br />
1<br />
A Miltoniopsis santanaei é a única<br />
espécie do gênero que cresce em<br />
regiões de baixa altitudes<br />
Carlos Lage
13<br />
O colorido do miolo<br />
das flores varia de um<br />
híbrido para outro<br />
Orquídea: Wenzel Orchids
14<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
MILTONIOPSIS<br />
Muito mais<br />
que resistência<br />
Os híbridos de Miltoniopsis<br />
criados no Brasil se desenvolvem<br />
bem em regiões com temperatura<br />
anual entre 15 o C e 35 o C. Mas além<br />
de ficarem menos exigentes em<br />
um clima específico, as orquídeas<br />
também ganharam flores maiores, em<br />
cores que não são vistas na <strong>Natureza</strong><br />
– como a bordô-avermelhada da<br />
orquídea desta página –, perfume<br />
intenso e folhagem mais atrativa.<br />
Resultado de um trabalho minucioso,<br />
desenvolvido ao longo de décadas, já<br />
que é necessário esperar anos para um
15<br />
A Miltoniopsis White<br />
Summer é um híbrido<br />
brasileiro que já foi<br />
premiado na Holanda.<br />
Suas flores chegam a<br />
medir 13 cm de diâmetro<br />
1<br />
híbrido crescer, florescer e ser cruzado seguidamente até<br />
seus filhos adquirirem genética diferenciada.<br />
Tanta dedicação de Nagase foi reconhecida em uma<br />
exposição na Holanda, em 1997, quando o orquidólogo<br />
recebeu 85,5 pontos, de 100 possíveis, ao apresentar um<br />
exemplar da Miltoniopsis White Summer (1) que ele<br />
desenvolveu. A planta em questão tinha mais de dez<br />
hastes com seis a oito flores, de cerca de 13 cm de<br />
diâmetro, cada. Até hoje, essa foi a maior pontuação<br />
alcançada por uma Miltoniopsis na Holanda.<br />
1<br />
As Miltoniopsis híbridas<br />
brasileiras crescem em<br />
locais com temperaturas<br />
entre 15 o C e 35 o C<br />
Fotolia<br />
Com as hibridações constantes, as flores das Miltoniopsis ganharam desenhos novos e 3 cm a mais do que as encontradas na <strong>Natureza</strong>
<strong>16</strong><br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
MILTONIOPSIS<br />
1<br />
As flores da<br />
orquídea duram<br />
até dois meses<br />
Homenagens e florada extra<br />
A florada das Miltoniopsis dura de um a dois<br />
meses, dependendo da condição em que a orquídea<br />
é mantida. Em geral, a floração ocorre na primavera,<br />
mas, como muitas delas trazem genes de espécies que<br />
florescem no outono, não é raro apresentarem uma<br />
segunda florada nessa época.<br />
No comércio, as orquídeas-amor-perfeito não<br />
costumam vir identificadas com o nome científico por dois<br />
motivos. O primeiro é que muitas dessas plantas não foram<br />
registradas, o que torna seu nome comprido, como o da<br />
(Miltoniopsis Zorro × Miltoniopisis Saffron) × Miltoniopsis<br />
Jersey (1). O segundo é que as Miltoniopsis se tornaram<br />
muito populares e, geralmente, quem se interessa pelos<br />
nomes completos das plantas são os colecionadores, e esses<br />
têm preferência por espécies e híbridos famosos.<br />
Entre as Miltoniopsis mais conhecidas, algumas<br />
homenageiam personalidades como a jornalista<br />
Ananda Apple (2), que promove a jardinagem e a<br />
orquidofilia em várias de suas reportagens e uma vez<br />
declarou que a Miltoniopsis era uma de suas orquídeas<br />
preferidas. Outra celebridade que “virou” flor foi a<br />
apresentadora Ana Hickmann (3).
17<br />
Ambientação: Vico <strong>Orquídeas</strong>, tel.: (11) 4582-6347<br />
2 2<br />
Algumas Miltoniopsis<br />
ficaram famosas por<br />
ganharem nomes de<br />
personalidades, como a<br />
M. Ananda Apple (acima)<br />
e a M. Ana Hickmann<br />
(à esquerda)<br />
3
18<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
MILTONIOPSIS<br />
1<br />
Três fases da planta: muda,<br />
já florescendo aos dois<br />
anos de idade e adulta, com<br />
muitas hastes florais
19<br />
Fotolia<br />
Ambientação: Vico <strong>Orquídeas</strong>, tel.: (11) 4582-6347<br />
Os pseudobulbos são ovais e achatados. As folhas surgem em forma de leque<br />
Folhas saudáveis, florada intensa<br />
As Miltoniopsis híbridas florescem ainda pequenas, com<br />
dois anos de idade, e chegam a medir até 35 cm de altura.<br />
Elas têm pseudobulbos ovais e achatados que crescem bem<br />
próximos uns dos outros. As folhas nascem em forma de<br />
leque, escondendo parte dos pseudobulbos.<br />
O aspecto das folhas oferece várias dicas sobre a saúde da planta.<br />
Vale a pena observá-las. Com as hibridações constantes, a folhagem<br />
ficou mais rígida. Por isso, se ela pender é sinal de que a orquídea<br />
não está recebendo adubação suficiente ou que a luminosidade está<br />
muito lateral. “Isso é comum em orquidários cobertos por sombrite<br />
e aberto dos lados”, conta o orquidólogo Erwin Bohnke.<br />
Pontas das folhas muito amareladas indicam que a planta<br />
está carente de magnésio e cálcio. Mas o especialista lembra:<br />
“A folhagem é verde-clara e naturalmente amarelada.<br />
Não confunda essa característica inata da espécie, que já foi<br />
atenuada pela melhoria genética, com o sintoma foliar”.
20<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
MILTONIOPSIS<br />
As raízes<br />
são delicadas.<br />
Por isso, o<br />
substrato em<br />
que a orquídea<br />
é cultivada<br />
deve ser trocado<br />
uma ou duas<br />
vezes por ano<br />
Cultive em vaso de<br />
plástico e ambiente<br />
bastante úmido<br />
Os segredos do cultivo<br />
Uma das maiores exigências no cultivo das<br />
Miltoniopsis híbridas é a umidade: ela precisa<br />
ser superior a 50% – o ideal é 70% – o ano<br />
inteiro. Caso contrário, a planta não armazenará<br />
energia suficiente para florescer e seu sistema<br />
radicular ficará prejudicado. Manter a planta em<br />
local com boa luminosidade – cerca de 60% –<br />
também é essencial para a floração.<br />
O ideal é cultivar a orquídea em vasos<br />
de plástico por eles ajudarem a manter as raízes<br />
um pouco mais úmidas. O substrato deve ser<br />
bem drenado e as regas, diárias ou a cada<br />
dois dias, com pouca água porque as<br />
Miltoniopsis têm raízes delicadas que não<br />
suportam ficar encharcadas.<br />
As adubações precisam ser semanais com<br />
NPK 20-20-20 e mensais, com fertilizantes<br />
ricos em cálcio e magnésio (Calmag) para o<br />
bom desenvolvimento dos pseudobulbos e das
21<br />
A<br />
É imprescindível adubar a planta semanalmente com NPK 20-20-20 e mensalmente com fertilizante rico em cálcio e magnésio<br />
folhas, que brotam o ano inteiro. Como as raízes<br />
da orquídea-amor-perfeito são muito finas, é<br />
imprescindível trocar o substrato ao menos uma<br />
vez por ano, caso contrário elas sofrem com a<br />
salinização provocada pelas adubações frequentes.<br />
Umidade, adubação constante e replantio<br />
anual: esses são os segredos de cultivo das<br />
brasileiríssimas orquídeas-amor-perfeito.<br />
Em breve serão lançadas<br />
Miltoniopsis com flores<br />
menores para enfeitar<br />
centros de mesa<br />
Novas experiências<br />
As experiências com hibridações de Miltoniopsis no Brasil não<br />
param. Recentemente, Nagase conseguiu criar um efeito que<br />
ele chama de “chuva” no miolo da flor (A). O próximo passo é<br />
lançar Miltoniopsis com porte menor e flores de cerca<br />
de 5 cm de diâmetro (B) para a planta enfeitar centros de<br />
mesas de jantar sem tampar a visão de quem está na frente<br />
B<br />
CONSULTORIA E ORQUÍDEAS<br />
Sebastião Nagase (orquidólogo), CEAGESP (SP), Box 351, col. 37
22<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
ORQUIDÁRIO<br />
Coleção<br />
familiar
23<br />
Feito com sobras<br />
de construção da casa,<br />
o espaço rústico abriga<br />
as coleções de orquídeas<br />
da mãe e da filha<br />
Por Gabi Bastos | Fotos Paula Fratin<br />
Produção Beth Macedo<br />
C<br />
om placa de identificação e muitas plantas<br />
decorando a entrada, o orquidário é um<br />
espaço convidativo do jardim. Ele mede<br />
4 m x 7 m e foi feito há cerca de cinco anos com<br />
restos de madeira da construção das casas do<br />
Sítio Cheiro de Mato, em Monte Alegre do Sul, no<br />
interior de São Paulo.<br />
No início, a proprietária Meire Bahia Felizatte<br />
mantinha as plantas apenas em bancadas feitas<br />
em forma de arquibancada. Mas, com o sucesso<br />
do ambiente comprovado por belas floradas, sua<br />
mãe, Dona Mercedes, também resolveu levar sua<br />
coleção de orquídeas para lá. Como a quantidade<br />
de vasos dobrou, foi preciso improvisar para<br />
receber as plantas. O resultado deixou o<br />
orquidário ainda mais rústico.<br />
Meire Felizatte e Dona Mercedes se divertem ao contar a história<br />
do orquidário e de como ele se tornou patrimônio familiar
24<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
ORQUIDÁRIO<br />
Espaço planejado<br />
Antes de resolver o estilo e a localização do orquidário,<br />
a artesã Meire Felizatte decidiu fazer um curso sobre o<br />
cultivo de orquídeas. Coincidentemente, quem ministrou<br />
as aulas foi o orquidólogo e consultor botânico da Revista<br />
<strong>Orquídeas</strong> da <strong>Natureza</strong>, Erwin Bohnke. “Construí o<br />
orquidário próximo da mata, em uma área de talude a<br />
conselho dele. Assim, as plantas recebem boa ventilação<br />
e umidade naturalmente”, conta a proprietária. Além<br />
disso, as laterais do espaço foram fechadas por sombrite<br />
e o teto recebeu telhas transparentes para proporcionar a<br />
luminosidade ideal às plantas.<br />
Como a quantidade de orquídeas aumentou com a<br />
chegada da coleção de sua mãe e com a aquisição de novas<br />
espécies, Meire improvisou bancadas usando blocos de<br />
cerâmica como base e tábuas de madeira como prateleira.<br />
Já a coleção de Vanda foi pendurada em um pedaço de<br />
bambu fixado no teto, na horizontal.<br />
Para proporcionar luminosidade adequada às plantas, as<br />
laterais do orquidário foram fechadas por sombrites e<br />
parte das telhas do teto são transparentes
A coleção de Vanda foi pendurada em um pedaço<br />
de bambu fixado no teto, na horizontal. As outras<br />
orquídeas ficam em bancadas feitas em forma de<br />
arquibancada ou improvisadas com tijolos e tábuas
26<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
ORQUIDÁRIO<br />
Espécies e cuidados<br />
Como o ambiente é bastante úmido, as orquídeas são regadas apenas<br />
uma ou duas vezes por semana. Já as adubações são quinzenais com<br />
fertilizantes variados – atualmente, elas estão recebendo e gostando de<br />
um produto à base de pescado (OrganikFish). Inseticidas e fungicidas<br />
só são utilizados quando Meire percebe a presença de seres<br />
indesejáveis. “Vez ou outra aparecem ácaros. Quando isso<br />
acontece, aplico inseticida para jardim. Eles dão supercerto<br />
quando a infestação é descoberta no início”, conta a orquidófila. Para<br />
cuidar das plantas, existe uma bancada com pia no fundo do orquidário.<br />
As ferramentas ficam penduradas nos ganchos de um quadrinho de<br />
madeira confeccionado pela proprietária.<br />
Meire é apaixonada por Vanda, mas tem um carinho especial pela sua<br />
Brassia verrucosa (1) com pétalas e sépalas superlongas. Já Dona Mercedes<br />
não cansa de admirar o labelo do Dendrobium fimbriatum var. oculatum (2)<br />
que tem há anos e anda florescendo mais desde que ele mudou de “casa”.<br />
AMBIENTAÇÃO<br />
Pousada Sítio Cheiro de Mato, tel.: (11) 99621-5881,<br />
site: www.pousadacheirodemato.com.br<br />
Cattleya intermedia ×<br />
Cattelya lodigesii
27<br />
O orquidário rio é<br />
repleto eto de detalhes<br />
decorativos. Alguns,<br />
como o quadrinho para<br />
pendurar ferramentas,<br />
ramentas<br />
foram feitos pela<br />
proprietária<br />
ia<br />
A Brassia verrucosa<br />
de Meire tem sépalas<br />
e pétalas mais longas<br />
que outros exemplares<br />
da espécie. Uma<br />
mutação natural<br />
A atração do<br />
Dendrobium<br />
fimbriatum m<br />
var.<br />
oculatum um é o<br />
labelo lo<br />
franjado<br />
ado<br />
com interior<br />
quase negro<br />
Como o ambiente<br />
é naturalmente<br />
úmido, as plantas<br />
só são regadas<br />
uma ou duas<br />
vezes por semana
28<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
GALERIA<br />
Cattleya<br />
intermedia<br />
Especialista conta a<br />
história da espécie e<br />
apresenta algumas<br />
variedades que<br />
fizeram sucesso<br />
na exposição do<br />
Círculo Gaúcho<br />
de Orquidófilos<br />
Fotos e texto Luiz Filipe Varella<br />
Desde que ingressei no Círculo Gaúcho de<br />
Orquidófilos, em 2006, notei que a mais<br />
concorrida e exuberante das exposições anuais<br />
do Rio Grande do Sul é a de Cattleya intermedia.<br />
O evento acontece em setembro e conta com mais<br />
orquídeas e participantes do que as exposições<br />
de Cattleya labiata (abril) e de Laelia purpurata<br />
(novembro). Isso acontece porque existem mais<br />
de três dezenas de variedades de C. intermedia e,<br />
consequentemente, muitos colecionadores.<br />
A espécie-tipo tem flores rosa-claras, com labelo<br />
rosa-arroxeado na ponta, mas há plantas<br />
alba, albescens, concolor, coerulea, ametista, lilasina,<br />
roxo-bispo, rubra, sanguinea, fresina, semialba... Além<br />
disso, as flores da C. intermedia podem variar na forma e<br />
no colorido do labelo (aquinoide, flamea, oculata, venosa,<br />
orlata, etc). Por isso, visitar a exposição anual promovida pelo<br />
Círculo Gaúcho de Orquidófilos é uma grande oportunidade<br />
de conhecer essa diversidade da planta.<br />
Pela forma e colorido<br />
perfeitos, esta<br />
Cattleya intermedia<br />
var. flamea foi a<br />
grande vencedora da<br />
exposição de 2015
29<br />
Planta da coleção de Paulo Roberto Theisen<br />
C.attleya intermedia<br />
var. vinho<br />
Planta da coleção de Paulo Roberto Theisen<br />
Cattleya intermedia<br />
var. venosa<br />
Planta da coleção de<br />
Eduardo Masiero<br />
Cattleya intermedia-tipo<br />
A Cattleya intermedia tipo tem flores de<br />
cerca de 10 cm de diâmetro, rosa-claras<br />
com a ponta do labelo rosa-arxeado.<br />
Felizmente, ainda é possível encontrar<br />
muitos exemplares dela no hábitat
30<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
GALERIA<br />
Uma variedade famosa<br />
Descrita em 1828 pelo botânico escocês<br />
Robert Graham, a Cattleya intermedia é<br />
encontrada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil<br />
e ficou famosa quando a variedade aquinii da<br />
espécie foi descoberta em 1870. A planta que<br />
parece ter três labelos foi consagrada no mundo<br />
inteiro e até hoje é utilizada em hibridações com<br />
a própria C. intermedia e com muitas outras<br />
espécies de Cattleya e Laelia.<br />
O nome “aquinii” da variedade é uma<br />
homenagem ao orquidófilo Francisco Aquino,<br />
que enviou uma muda da planta para ser<br />
identificada ao amigo e taxonomista Barbosa<br />
Rodrigues. Na ocasião, Barbosa era diretor do<br />
Jardim Botânico do Rio de Janeiro e achou a<br />
planta tão diferente que chegou a descrevê-la<br />
como uma espécie nova, a Cattleya aquinii.<br />
Atualmente, a variedade aquinii não é aceita<br />
nos julgamentos das exposições porque muitas<br />
C. intermedia têm essa característica.<br />
Cattleya intermedia com pétalas parecidas com o labelo foram<br />
amplamente utilizadas em hibridações. Por isso, grande parte das<br />
variedades da espécie tem essa característica<br />
Planta da coleção de<br />
Orquidário Olímpia<br />
Planta da coleção de Orquidário Olímpia
31<br />
Cattleya intermedia<br />
var. flamea<br />
Cattleya intermedia var. concolor<br />
Plantas da coleção de Hélio Marodin<br />
Planta da coleção de Leandro Wendler<br />
Cattleya intermedia<br />
var. alba<br />
Existem<br />
dezenas de<br />
variedades<br />
da Cattleya<br />
intermedia.<br />
Elas variam na<br />
cor e na forma<br />
das flores
32<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
GALERIA<br />
Cattleya intermedia<br />
var. flamea vinho<br />
Melhoramento genético e cultivo<br />
Na segunda metade do século 20 começou a<br />
fase de ouro do melhoramento genético da Cattleya<br />
intermedia. Grandes nomes da orquidologia, como<br />
Otto Georg, Aldomar Sander, Walter Haetinger e<br />
Alceu Berger, participaram desse processo e são<br />
responsáveis diretos pela qualidade das plantas<br />
da exposição do Círculo Gaúcho de Orquidófilos.<br />
Variedades como a flamea, por exemplo, ganharam<br />
diferentes tonalidades de rosa. O formato das flores<br />
também ficou mais arredondado e o cultivo da<br />
espécie, mais fácil.<br />
As Catleya intermedia gostam de clima úmido,<br />
sol da manhã e boa ventilação. Para florescerem<br />
plenamente, precisam passar por uma época fria<br />
no inverno – por isso a espécie é tão comum no Sul<br />
do Brasil. O cultivo pode ocorrer em substrato bem<br />
drenado, mas as plantas gostam mesmo de viver fixadas<br />
em árvores nativas como o ipê e a corticeira.<br />
Cattleya<br />
intermedia var.<br />
concolor<br />
Cattleya<br />
intermedia var.<br />
concolor<br />
Planta da coleção de Paulo Roberto Theisen<br />
Na classificação oficial, exemplares da mesma variedade de Cattleya intermedia podem apresentar flores de forma e cor um pouco diferentes<br />
Planta da coleção de Hélio Marodin
33<br />
Plantas da coleção de Taimiro Santos Silva<br />
Cattleya intermedia<br />
var. flamea com<br />
nuances diferentes da<br />
mostrada na pág. 31<br />
Luiz Filipe Varella é advogado, orquidólogo e estudioso de taxonomia. Nas horas<br />
vagas, fotografa orquídeas em exposições, orquidários e no hábitat da planta
34<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
PASSO A PASSO<br />
Treliça de madeira<br />
Aprenda a fazer uma treliça<br />
com cabos de vassoura para<br />
pendurar seus vasos<br />
Texto e produção Beth Macedo<br />
Fotos André Fortes<br />
Consultoria Soraia Vitiello (Gaia Projetos Sustentáveis)<br />
Nem parece, mas esta graciosa treliça é feita<br />
com cabos de vassoura. Novas ou usadas,<br />
essas madeiras roliças são resistentes e nem<br />
precisam ser impermeabilizadas para durarem anos ao<br />
ar livre. Quem ensina o passo a passo de como fazê-la é<br />
a arquiteta Soraia Vitiello, da Gaia Projetos Sustentáveis,<br />
que gosta da cor neutra da madeira. Mas quem quiser<br />
pode pintar os cabos de vassoura da cor que preferir<br />
antes de começar a montar a treliça.<br />
MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />
6 cabos de vassoura de 1,14 m 3 vasos com furo atrás<br />
parafusos em forma de “L” e buchas pregos de 4 cm <br />
arame de 10 mm serrote trena ou fita métrica<br />
martelo alicate furadeira<br />
APRENDA A FAZER:<br />
Meça o cabo de vassoura, marque-o na<br />
1<br />
metade com um lápis e use o serrote<br />
para dividir a peça em duas partes.<br />
Repita o procedimento nos outros cabos e você<br />
terá doze pedaços de madeira de 57 cm.
35<br />
A cor neutra da madeira<br />
proporciona uma<br />
aparência rústica à peça
36<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
PASSO A PASSO<br />
Distribua seis<br />
2<br />
dos doze<br />
pedaços de<br />
madeira paralelamente.<br />
Acomode sobre eles<br />
os outros seis, na<br />
transversal, conforme<br />
fotos à esquerda.<br />
Para a treliça ficar firme, é necessário pregar<br />
3<br />
todos os 36 locais em que os cabos se encontram.<br />
A dica para facilitar o trabalho é começar pelas<br />
4 extremidades, criando uma espécie de moldura.<br />
Com a treliça<br />
4<br />
pronta, corte<br />
com o alicate<br />
pedaços de arame de<br />
25 cm para prender<br />
os vasos à peça.<br />
Quem preferir pode<br />
utilizar ganchos<br />
encontrados prontos<br />
no mercado para<br />
pendurá-los.<br />
Pendure os vasos<br />
5<br />
nas partes da treliça<br />
em que as madeiras<br />
se cruzam. Para tanto, passe<br />
o arame pelo furo do vaso,<br />
depois em volta de um dos<br />
cabos e dê um nó nas<br />
pontas, conforme foto abaixo.<br />
Repita o procedimento nos<br />
outros vasos.<br />
Para pendurar a treliça, use os<br />
6<br />
parafusos em forma de “L” . Feito isso,<br />
é só plantar as orquídeas e mantê-las<br />
como de costume. Outra opção é usar os vasos<br />
como cachepôs para expor as espécies floridas.<br />
CRÉDITOS<br />
Soraia Vitiello (Gaia Projetos Sustentáveis): tel.: (11) 4965-4022, site: www.gaiaprojetossustentaveis.com.br;<br />
Vasos e orquídeas: Garden Center Morumbi, tel.: (11) 3772-3001, site: www.gardencentermorumbi.com.br
História do Brasil, Portugal e Espanha em<br />
<br />
ROMANCES<br />
O Desbravador<br />
UMA AVENTURA EXTRAORDINÁRIA<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
O Fundador<br />
Autor: Aydano Roriz<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
O Desejado<br />
A FASCINANTE HISTÓRIA DE<br />
DOM SEBASTIÃO<br />
Autor: Aydano Roriz<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Carlos Quinto<br />
Autora: Linda Carlino<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Joana, a Louca<br />
Autora: Linda Carlino<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Invasão à Bahia, Jornada dos Vassalos<br />
e Invasão a Pernambuco<br />
Autor: Aydano Roriz<br />
<br />
<br />
<br />
R$ 39, 90 cada ou<br />
R$ 89, 90 trilogia<br />
Compre nas livrarias, pelos telefones 0800 8888 508 ou<br />
(11) 3038-5050 (SP), e pelo site www.europanet.com.br/livraria
38<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
PRODUTOS<br />
Treliças graciosas<br />
Texto e pesquisa Beth Macedo<br />
Fotos André Fortes<br />
Uma seleção de suportes para vaso, das mais variadas formas e<br />
materiais, para exibir suas orquídeas com sofisticação<br />
Vasos e orquídeas: Garden Center Morumbi, tel.: (11) 3772-3001<br />
MADEIRA E ADORNOS DE FERRO<br />
Confeccionada com sarrafos de pínus na cor imbuia, a treliça<br />
tem aspecto envelhecido e acabamento em ferro rebuscado.<br />
Ela mede 1 m de largura x 0,50 m de altura.<br />
Preço: R$ 120<br />
Onde encontrar: Garden Center Morumbi, tel.: (11) 3772-3001,<br />
site: www.gardencentermorumbi.com.br<br />
ESTILOSA E COM FLOREIRA<br />
Feita de ferro, a treliça tem estilo<br />
provençal. Ela mede 56 cm de<br />
largura x 77 cm de altura e tem<br />
floreira para três vasos.<br />
Preço: R$ 350<br />
Onde encontrar: Dom Mascate,<br />
tel.: (11) 2768-0076,<br />
site: www.dommascate.com.br<br />
COM FORMAS<br />
GEOMÉTRICAS<br />
As treliças de ferro têm formato<br />
geométrico que permite compor<br />
diferentes desenhos na parede.<br />
Preço: R$ 90, cada<br />
Onde encontrar: Dom Mascate,<br />
tel.: (11) 2768-0076,<br />
site: www.dommascate.com.br
Divulgação<br />
39<br />
SANFONA PLÁSTICA<br />
O produto de PVC branco é leve e flexível. Ele funciona<br />
como uma sanfona para se adaptar a paredes de diferentes<br />
tamanhos. Bem esticada, a treliça mede 1,20 m de<br />
comprimento x 0,50 m de altura.<br />
Preço: R$ 13,49<br />
Onde encontrar: Leroy Merlin de São Paulo,<br />
tel.: (11) 4007-1380, site: www.leroymerlin.com.br<br />
MADEIRA BÁSICA<br />
É o tipo de treliça que combina<br />
e se adapta a qualquer tipo de<br />
parede. Ela é feita de sarrafos de<br />
madeira entrelaçados, mede<br />
0,90 m x 1,80 m e pode ser<br />
usada na horizontal e na vertical.<br />
Preço: R$ 190,90<br />
Onde encontrar: Leroy Merlin<br />
do Rio de Janeiro,<br />
tel.: (21) 4020-5376,<br />
site: www.leroymerlin.com.br<br />
GRADE DE JANELA<br />
Inspirada nas antigas grades de janela, a<br />
treliça rústica é feita de ferro. Ela mede<br />
1,20 m de altura x 1 m de largura. É possível<br />
encomendar a peça em outras medidas.<br />
Preço: R$ 770<br />
Onde encontrar: Anni Verdi,<br />
tel.: (11) 3062-2220<br />
Produtos pesquisados em outubro/2015, sujeitos à disponibilidade de estoque.<br />
COMO UM QUADRO<br />
Para destacar a beleza da orquídea,<br />
a treliça de madeira têm o formato<br />
de quadro. Ela mede 50 cm de<br />
altura x 40 cm de largura.<br />
Preço: R$ 60<br />
Onde encontrar: Garden Center<br />
Morumbi, tel.: (11) 3772-3001, site:<br />
www.gardencentermorumbi.com.br<br />
TRELIÇA VERTICAL<br />
Leve e versátil, a treliça de bambu é vertical<br />
e ideal para pequenos espaços, como<br />
varandas de apartamento. Ela mede 1,20 m<br />
de altura x 0,40 m de largura.<br />
Preço: R$ 55<br />
Onde encontrar: Garden Center Alphaville,<br />
tel.: (11) 4195-5238
40<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
ATUALIDADE<br />
Fotolia<br />
É a vez das<br />
orquídeas terrestres<br />
Espécies de cultivo mais fácil do que muitas epífitas, orquídeas<br />
como Spathoglottis e Ludisia começam a ser produzidas em<br />
larga escala para atender a paisagistas e colecionadores<br />
Por Carol Costa<br />
O<br />
rquídeas terrestres passaram anos como<br />
cidadãs de segunda classe, longe dos mimos<br />
destinados às Cattleya, Laelia e tantas outras<br />
epífitas “nobres”. Mas essa situação está mudando.<br />
A busca por jardins sofisticados e com floradas mais<br />
duradouras tornou as orquídeas terrestres queridinhas<br />
dos paisagistas. Alguns desses profissionais destacaram<br />
as plantas em projetos badalados, como os da Casa Cor<br />
de São Paulo. Nas três últimas edições do evento, as<br />
Spathoglottis marcaram presença.<br />
A tendência de usar orquídeas terrestres vai muito<br />
além da famosa Arundina graminifolia, representante<br />
máxima da categoria nos últimos quinze anos, e do<br />
Spathoglottis<br />
No Brasil, é mais comum encontrar a Spathoglottis<br />
plicata (à direita) no mercado. Mas é a Spathoglottis<br />
unguiculata que tem encantado os paisagistas. As<br />
duas espécies são bem parecidas e chamadas de<br />
orquídea-grapete pelo perfume de uva e pela cor<br />
das flores – um pouco mais escuras na Spathoglottis<br />
unguiculata. Recentemente foi lançada uma variedade<br />
de Spathoglottis de flores amarelas (acima). Nativas do<br />
Sudeste Asiático, essas orquídeas têm folhas plissadas<br />
e muita energia, produzindo várias brotações quando<br />
encontram espaço no canteiro. O cultivo deve ocorrer<br />
em solo leve, preparado com terra vegetal e areia, sob<br />
o sol da manhã ou do fim da tarde.
41<br />
Geralmente ente<br />
as Spathoglottis<br />
ot tis<br />
têm flores cor de uva, mas<br />
recentemente ente<br />
foi lançada uma<br />
variedade de florada amarela<br />
(página à esquerda)<br />
Valerio Romahn
42<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
ATUALIDADE<br />
Foto: Valerio Romahn; Projeto: Marcelo Novaes (arquiteto paisagista), tel.: (19) 3296.4455<br />
Cymbidium<br />
O gênero tem muitas espécies e híbridos.<br />
Muitos deles crescem tanto em substrato para<br />
epífitas quanto numa mistura de terra vegetal,<br />
areia e composto orgânico – resultado de anos de<br />
hibridação. Para que cresçam e apresentem seus<br />
belos cachos de flores, os Cymbidium precisam de<br />
sol pleno e de temperaturas baixas no inverno.<br />
Vale até regar a planta com gelo durante essa<br />
estação para estimular a floração.<br />
A orquídea-bambu é<br />
utilizada no paisagismo<br />
há quinze anos. Um dos<br />
motivos é que ela floresce<br />
quase o ano todo<br />
Carol Costa<br />
Arundina graminifolia<br />
Originária do sudeste da Ásia, a orquídea<br />
passa de 2 m de altura e ficou conhecida<br />
como orquídea-bambu pela aparência de<br />
seus pseudobulbos. Ela floresce quase o<br />
ano todo e deve ser cultivada sob sol pleno,<br />
em cama preparada com uma camada de<br />
pedra no fundo e substrato composto por<br />
50% de areia e 50% de uma mistura de<br />
terra vegetal, pedra e casca de pínus.<br />
queridinho Cymbidium, com grandes cachos de flores.<br />
Viveiros conceituados têm investido em espécies e variedades<br />
terrestres que, antes, ficavam restritas a meia dúzia de vasos<br />
num cantinho da estufa. É o caso, por exemplo, de Van Noije<br />
e R. Acosta, dois grandes produtores de plantas ornamentais<br />
de Holambra – a cidade das flores, no interior de São Paulo.<br />
A R. Acosta já trabalha há 15 anos com a Ludisia discolor,<br />
conhecida com o gracioso nome de orquídea-pipoca pelo<br />
aspecto da florada. Mas, no ano passado, o viveiro fez ajustes<br />
técnicos para aumentar a produção da planta esperando um
43<br />
Os Cymbidium se<br />
desenvolvem em<br />
diferentes tipos de<br />
substrato, mas precisam<br />
de frio para florescer<br />
Maytheforcebewithyou /Flickr - Creative Common
44<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
ATUALIDADE<br />
Chipmunk / Flickr - Creative Common<br />
Carol Costa<br />
Ficou mais fácil encontrar a Ludisia discolor com folhas verdes<br />
e listras vermelhas, mas a variedade da espécie com folhagem<br />
desenhada em amarelo ainda é planta de colecionador<br />
acréscimo de 50% nas vendas em 2015.<br />
Ver vasos da espécie-tipo, de folhagem<br />
verde-escura com linhas vermelhas,<br />
enfileirados na estufa é um espetáculo.<br />
Mas a coleção de Ludisia dos proprietários<br />
do viveiro, que conta com uma<br />
L. ‘Lightning’, com lindas folhas desenhadas<br />
em amarelo, impressiona ainda mais.<br />
Especializado em cróton, uma espécie<br />
de arbusto, o viveiro Van Noije também<br />
aumentou a quantidade de canteiros de<br />
orquídeas da sua produção. Algumas<br />
são novidades, como o Epidendrum<br />
‘Peach’, de folhas muito mais compactas<br />
que os cultivares já conhecidos, e uma<br />
Spathoglottis de flores amarelas –<br />
apresentada na abertura desta reportagem.<br />
Fotolia<br />
Ludisia discolor<br />
A folhagem da planta é uma das mais<br />
bonitas da família das orquidáceas. Na<br />
espécie-tipo, ela é aveludada, verde-arroxeada,<br />
com listras vermelhas. Mas há variedades<br />
da espécie, como a de folhas verde-claras,<br />
desenhadas em amarelo. As flores são<br />
pequenas, brancas, delicadas e surgem no<br />
final do inverno e começo da primavera. O<br />
cultivo deve ocorrer em terra adubada, longe<br />
do sol forte, em local bem ventilado.
45<br />
As flores do Epidendrum<br />
surgem praticamente o ano<br />
inteiro, o que torna a espécie<br />
ideal para o paisagismo<br />
Fotos: Carol Costa<br />
RUSTIFICAÇÃO<br />
O aumento da oferta de<br />
orquídeas terrestres vem<br />
acompanhado de um desafio ao<br />
colecionador iniciante. É que a<br />
maioria das espécies aqui citadas<br />
é de sol pleno e cultivo bastante<br />
rústico, exatamente o oposto<br />
do modo como as plantas são<br />
tratadas pelo produtor até serem<br />
colocadas no mercado. Para<br />
padronizar a produção e acelerar<br />
o desenvolvimento da folhagem,<br />
espécies como os Epidendrum, por<br />
exemplo, são mantidas sob telado,<br />
num ambiente de luz difusa, com<br />
rega e adubação diárias. Por isso,<br />
quando as plantas chegam em<br />
casa, sofrem ao serem postas<br />
sob sol pleno.<br />
Para evitar queimaduras e até a<br />
morte dessas orquídeas, é preciso<br />
submeter as plantas a um processo<br />
chamado rustificação. O método<br />
consiste em aumentar a insolação<br />
que incide sobre a orquídea aos<br />
poucos, mudando o vaso de lugar<br />
até a planta esquecer os paparicos<br />
da estufa e se adaptar novamente à<br />
vida “dura” sob sol pleno.<br />
Epidendrum<br />
O Epidendrum ‘Peach’, com<br />
folhagem mais compacta<br />
e flores amarelas, é uma<br />
das novidades da espécie<br />
Como muitos Epidendrum são nativos do Brasil, da Colômbia e da Costa<br />
Rica, é fácil mantê-los em região de clima tropical úmido. Em clima subtropical,<br />
a temperatura não deve ser inferior a 10 o C e é preciso oferecer mais<br />
luminosidade à planta. O cultivo deve ocorrer em uma mistura preparada com<br />
40% de areia, 30% de pedra brita e 30% de matéria orgânica. Resistentes, os<br />
Epidendrum são utilizados até em telhados verdes e florescem quase o ano todo.
46<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
CONHEÇA MELHOR<br />
Cor de<br />
rosa<br />
Por Gabi Bastos<br />
Fotos Valerio Romahn<br />
O tom das flores e o crescimento<br />
rápido do Pleione Tongariro são muito<br />
apreciados na Europa. Mas no Brasil<br />
ele ainda é raro. Saiba por quê<br />
O<br />
Pleione Tongariro é uma das orquídeas preferidas da britânica<br />
Maren Talbot, que mora e produz espécies do gênero no Reino<br />
Unido. A velocidade com que a planta se multiplica aumenta<br />
rapidamente o colorido rosa da florada e é o que mais agrada a especialista.<br />
“Quatro anos atrás, meu Pleione Tongariro tinha cinco pseudobulbos. Hoje<br />
tem setenta”, conta. Nada a estranhar, já que cada pseudobulbo da planta<br />
produz dois ou três novos por ano.<br />
No entanto, é difícil cultivar – e consequentemente encontrar – o Pleione<br />
Tongariro no Brasil. Desenvolvido pelo cruzamento de plantas nativas<br />
de regiões de altitudes elevadas da China e de outros países asiáticos, o<br />
híbrido gosta de estações do ano bem definidas e precisa passar por inverno<br />
rigoroso para florescer. Mas Maren, que já veio ao Brasil para encontrar e<br />
conhecer orquídeas nativas da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, acredita<br />
que nessa e em outras regiões serranas – com temperaturas que não caiam<br />
Em quatro anos, o Pleione<br />
Tongariro de Maren Talbot<br />
ficou com 70 pseudobulbos<br />
Foto e planta: Maren Talbot
47<br />
As flores de labelo<br />
intensamente<br />
franjado surgem<br />
na primavera
48<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
CONHEÇA MELHOR<br />
O Pleione<br />
Tongariro perde<br />
a folha no<br />
inverno, quando<br />
entra em estado<br />
de dormência<br />
Fotolia<br />
abaixo de zero e não excedam<br />
28 o C –, os Pleione podem crescer.<br />
Além disso, a orquidófila tem<br />
uma dica para quem deseja manter<br />
os Pleione em regiões com invernos<br />
brandos: colocá-los na geladeira nessa<br />
época para estimular a floração. A<br />
temperatura da geladeira não pode<br />
ser inferior a zero e é preciso limpar<br />
a terra dos pseudobulbos, aplicar um<br />
fungicida e colocá-los dentro de um<br />
saco de papel antes de guardá-los.<br />
“O saco nunca deve ser de plástico<br />
porque o material abafa, o que<br />
incentiva a podridão e a proliferação<br />
de fungos”, ressalta a especialista.<br />
PARTICULARIDADES<br />
Desenvolvido em 1981, na<br />
Inglaterra, por Ian Butterfield,<br />
o Pleione Tongariro resulta do<br />
cruzamento entre o Pleione<br />
pleionoides, espécie encontrada em<br />
florestas de altitude entre 1.750 m<br />
e 2.250 m da China, e o primeiro<br />
híbrido artificial do gênero, o Pleione<br />
Versailles, criado em 1966.<br />
Ele é uma orquídea terrestre e<br />
floresce na primavera, após passar<br />
por um período de dormência e<br />
perder as folhas. Com cerca de<br />
5 cm de diâmetro, as flores têm<br />
pétalas e sépalas finas que destacam<br />
Existem variedades<br />
da espécie com<br />
flores de colorido<br />
um pouco diferente<br />
ainda mais a beleza do labelo tubular,<br />
intensamente franjado e decorado por<br />
manchas alaranjadas. Mas existem<br />
variedades da espécie com cores um<br />
pouco diferentes.<br />
COMO CULTIVAR<br />
O vaso para o cultivo do Pleione<br />
Tongariro deve ter cerca de 11 cm de<br />
profundidade. O substrato pode ser<br />
composto por partes iguais de terra,<br />
areia e pedra brita para ficar mais solto.<br />
Acrescentar um pouco de esfagno<br />
também é interessante para ajudar a<br />
manter a umidade adequada.<br />
A planta deve ser colocada<br />
sob meia-sombra e regada apenas<br />
quando os novos pseudobulbos<br />
brotarem. “Comece oferecendo<br />
pouca água a cada um ou dois dias<br />
e aumente a quantidade à medida<br />
que a planta cresce. Após as folhas se<br />
desenvolverem, regue apenas quando<br />
o substrato secar, o que demora<br />
cerca de uma semana. No fim do<br />
outono, suspenda as regas”, explica<br />
Maren Talbot. Quanto às adubações,<br />
elas devem ser quinzenais, com<br />
fertilizante equilibrado (NPK 20-20-<br />
20) durante o desenvolvimento dos<br />
pseudobulbos e, para estimular a<br />
florada, rica em fósforo (NPK 4-14-8)<br />
após eles se desenvolverem.<br />
Segundo Maren, não é raro o<br />
aparecimento de pragas na planta.<br />
Por isso, também é recomendado<br />
aplicar uma solução fraca de água e<br />
sabão de tempos em tempos.<br />
Após a florada, as folhas vão<br />
murchar. Retire-as para evitar<br />
que a planta gaste mais energia<br />
do que o necessário, desenterre<br />
os pseudobulbos, limpe-os e<br />
coloque o Pleione para “dormir”<br />
no vaso – dentro de um novo<br />
substrato – ou na geladeira.
49<br />
As flores medem<br />
cerca de 5 cm, têm<br />
pétalas e sépalas<br />
finas e labelo tubular,<br />
franjado na ponta
50<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
CURIOSIDADES<br />
O preço de<br />
uma orquídea<br />
Entenda por que<br />
algumas orquídeas<br />
valem dez reais e outras<br />
mais de vinte mil<br />
Por Gabi Bastos<br />
Todas as orquídeas são nobres. Mas basta<br />
ir a gardens, orquidários, exposições e<br />
até supermercados para perceber que<br />
umas parecem mais nobres do que outras – ou<br />
pelo menos custam mais. Quem está começando<br />
na orquidofilia pode até ficar confuso com as<br />
diferenças de preços. Há plantas de dez reais e<br />
outras que chegam a custar mais de vinte mil. E o<br />
espanto pode ficar ainda maior quando a pessoa<br />
percebe que uma micro-orquídea, com flores<br />
bem pequenininhas, chega a valer bem mais que<br />
o dobro do que aquela outra espécie de flores<br />
enormes e vistosas. Mas a diferença de valor entre<br />
as espécies tem uma explicação histórica e outra<br />
bem conhecida: a lei da oferta e da procura.<br />
É a lei da oferta<br />
e da procura:<br />
orquídeas<br />
produzidas em<br />
grande quantidade<br />
custam mais<br />
barato do que<br />
plantas difíceis<br />
de multiplicar<br />
História de prestígio<br />
Quando as orquídeas começaram a ser<br />
comercializadas na Europa, no século 19, ninguém<br />
sabia como semeá-las. Por isso, elas eram raras e<br />
valiam verdadeiras fortunas. Tanto que ter uma<br />
orquídea era sinal de prestígio.<br />
Vendidas em catálogos nobres – como o de<br />
William Thompson, criado em 1898 (A) – ou<br />
colocadas em leilões, as orquídeas comercializadas<br />
eram, na maioria, “roubadas” da <strong>Natureza</strong> em países
51<br />
Shutterstock<br />
Panfleto de divulgação: Reprodução<br />
<strong>Orquídeas</strong>, de Peter Mckenzie Black,<br />
AO Livro Técnico S/A<br />
A<br />
tropicais por verdadeiros caçadores de plantas, figuras comuns<br />
naquela época. As poucas espécies que não se encaixavam nessa<br />
situação eram fruto de divisão da touceira desses exemplares.<br />
A história começou a mudar, e o preço das orquídeas a cair,<br />
no século 20, quando os botânicos, enfim, descobriram que as<br />
sementes das orquídeas não têm reserva de nutrientes e precisam<br />
entrar em simbiose com um fungo para germinarem. Com<br />
base nesse conhecimento, os especialistas desenvolveram uma<br />
técnica para reproduzir essa condição artificialmente e passaram<br />
a multiplicar as orquídeas em grande quantidade. Grande<br />
mesmo, já que cada cápsula – fruto – de uma orquídea tem<br />
centenas, às vezes milhares, de sementes, o que tornou as<br />
plantas mais acessíveis.<br />
A descoberta também possibilitou o desenvolvimento<br />
de híbridos e, consequentemente, de plantas melhoradas<br />
geneticamente para ficarem mais resistentes e bonitas.<br />
Antigamente, as orquídeas eram raras e vendidas<br />
a preços absurdos em catálogos como o de William<br />
Thompson, criado em 1898. Hoje, há espécies populares<br />
vendidas em supermercados a preços bem razoáveis<br />
Fotos: Fotolia
52<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
CURIOSIDADES<br />
1<br />
Fotos: Shutterstock<br />
Uma cápsula de orquídea pode ter milhares de sementes.<br />
Por isso, plantas semeadas, como algumas Cattleya (à esquerda)<br />
e Dendrobium (à direita), começaram a custar menos<br />
Fotos: Fotolia<br />
Para as sementes das orquídeas<br />
germinarem é necessário utilizar uma<br />
técnica assimbiótica in vitro, com uma base<br />
nutritiva de minerais essenciais e açúcares<br />
Melhoramento genético e baixo custo<br />
No Brasil, as orquídeas começaram a ficar mais populares<br />
no final do século 20. A bióloga Sandra Altenburg – neta de Rolf<br />
Altenburg (1909-2009), um dos pioneiros em hibridação de orquídeas<br />
no país – acompanhou a evolução do mercado de perto e conta<br />
que é normal o valor de uma espécie diminuir ao longo do tempo:<br />
“A seleção constante das plantas utilizadas em cruzamentos antecipa<br />
o tempo da primeira florada, o que diminui bastante o custo de<br />
produção. Além disso, a concorrência aumenta quando a planta fica<br />
conhecida”, conta.<br />
Entre as orquídeas que passaram por esse processo e hoje em dia podem<br />
ser encontradas a preços bem acessíveis estão muitos Dendroboium (1)<br />
e Cattleya (2) híbridos. Sem intermediários, é possível adquirir algumas<br />
dessas plantas por R$ 10 a R$ 35. Exemplares entouceirados naturalmente<br />
são mais caros porque levam anos para ganhar corpo. E tempo é dinheiro.
53<br />
Técnica in vitro e meristemagem<br />
permitem produzir as plantas em<br />
quantidade, o que diminui seu valor<br />
Fama e plantas iguais<br />
Outra técnica desenvolvida para<br />
multiplicar as orquídeas que mudou o<br />
rumo do mercado é a multiplicação por<br />
meristema, um tipo de clonagem que produz<br />
plantas idênticas à “mãe”. Afinal, saber o<br />
colorido, o tamanho e o formato das flores<br />
antecipadamente facilita o investimento e a<br />
comercialização, possibilitando até estimar<br />
quanto se vai lucrar com as vendas.<br />
O maior exemplo de sucesso de<br />
plantas produzidas por meristema é a<br />
Phalaenopsis (3). Com flores em forma<br />
de borboleta encontradas literalmente em<br />
todas as cores – até tingidas elas são –,<br />
essa orquídea é comercializada nos mais<br />
variados tamanhos: pequeno, médio, grande,<br />
enorme. No Veiling de Holambra – um dos<br />
maiores centros de comercialização de flores<br />
ornamentais do Brasil –, as Phalaenopsis<br />
estão entre as campeãs de venda.<br />
O preço dessas Phalaenopsis híbridas<br />
multiplicadas por meristema costuma<br />
ser razoável, entre R$ 50 e pouco mais<br />
de R$ 100. O valor aumenta em relação<br />
às espécies populares produzidas por<br />
sementeira, nem tanto pelo custo de<br />
produção, mas pelo investimento em<br />
tecnologia e exposição do produto.<br />
Pequenas Phalaenopsis são vendidas até<br />
em elaboradas caixas de presente.<br />
2<br />
Valerio Romahn<br />
A meristemagem é<br />
uma espécie<br />
de clonagem: o<br />
tecido da orquídeamãe<br />
é coletado<br />
e multiplicado<br />
em laboratório<br />
para criar plantas<br />
exatamente<br />
iguais à matriz<br />
A produção por meristema garante<br />
a qualidade de plantas como as<br />
Phalaenopsis que invadiram o mercado<br />
3
54<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
CURIOSIDADES<br />
Importação e a busca por novidade<br />
O clima e os royalties – espécie de direitos autorais –<br />
não permitem que todas as orquídeas sejam produzidas<br />
no Brasil. Além disso, a expertise na produção e o<br />
custo da mão de obra tornam mais barato importar<br />
algumas espécies do que produzi-las no país. Plantas<br />
famosas, como a Vanda (1), por exemplo, atualmente<br />
chegam aos milhares do Sudeste Asiático, por isso o<br />
preço delas diminuiu nos últimos anos. Se há uma<br />
década uma muda valia mais que R$ 300, hoje é<br />
possível adquiri-la por cerca de R$ 60.<br />
Em contrapartida, há plantas importadas, como<br />
o Dendrobium chrysopterum (2), que valem bem<br />
mais do que as Vanda porque são novidades no Brasil.<br />
Essas chegam em quantidades bem menores e custam<br />
um pouco mais caro por serem raras no país e pelo<br />
custo desse tipo de importação. Há muita burocracia<br />
e impostos envolvidos, ainda mais quando as plantas<br />
estão entrando no Brasil pela primeira vez.<br />
1 2<br />
Uma grande quantidade de Vanda chega ao Brasil<br />
anualmente. Isso diminuiu muito o seu valor<br />
quando comparado ao de tempos atrás<br />
Fotolia<br />
Plantas pouco conhecidas no<br />
Brasil, como o Dendrobium<br />
chrysopterum, são importadas em<br />
pequena quantidade e por isso<br />
custam mais caro que as Vanda<br />
Valerio Romahn
55<br />
4 3<br />
Gabi Bastos<br />
Touceiras que levaram anos para se desenvolver, como a do Dendrobium lindleyi<br />
(acima), e plantas premiadas com flores consideradas perfeitas,<br />
como as de muitas Cattleya walkeriana, são comercializadas como obras de arte<br />
Valerio Romahn<br />
Plantas entouceiradas e com história<br />
<strong>Orquídeas</strong> com histórias, premiadas ou com touceiras que levaram<br />
décadas para se desenvolver são como obras de arte, valem quanto o<br />
cultivador quiser cobrar. Entre as espécies premiadas que mais caras<br />
estão a Cattleya walkeriana (3) e a Cattleya nobilior por dois motivos: suas<br />
flores podem ter formas perfeitas e elas não aceitam muito bem a multiplicação<br />
por meristema, o que impossibilita a produção de plantas com flores idênticas às de<br />
outra. Por isso, alguns exemplares dessas orquídeas valem mais do que R$ 20 mil.<br />
Quanto às grandes touceiras de orquídeas – como a do Dendrobium<br />
lindleyi (4) – , o valor depende de vários aspectos: beleza da flores, velocidade<br />
com que a planta se multiplica, dificuldade de cultivo e disposição do dono<br />
em vender. Em geral essas orquídeas são de colecionadores e não estão à venda.<br />
“Quando alguém faz uma proposta, ou a pessoa rejeita de cara ou pede um preço<br />
absurdo esperando que o interessado não aceite e que o papo termine ali.<br />
Se o plano não der certo e o outro aceitar o valor, pelo menos fica a sensação<br />
de que valeu a pena”, explica o orquidólogo Cezar Wenzel .
56 Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
Especialista<br />
AULA DO<br />
As dicas de Erwin Bohnke para você entender<br />
como funciona o mundo das orquídeas<br />
Cochonilhas<br />
Saiba como elas agem, quando atacam e, principalmente, como<br />
eliminar essa praga muito comum em orquidários<br />
Inseto arredondado, com não mais de 3 mm cada,<br />
a cochonilha é uma das pragas mais comuns em<br />
orquidários. O pior é que ela se mostra de várias<br />
maneiras, o que torna sua identificação mais difícil.<br />
Existem dezenas de espécies diferentes do inseto.<br />
A cochonilha pode parecer um pequeno pedaço de<br />
algodão ou uma carapaça preta. Ela ainda pode ser<br />
encontrada com nuances marrons e amareladas.<br />
QUANDO ELAS ATACAM<br />
Como outras tantas pragas e doenças, as<br />
cochonilhas atacam plantas que não estão muito<br />
As cochonilhas podem<br />
ser bem diferentes<br />
umas das outras porque<br />
existem dezenas de<br />
espécies do inseto<br />
Fotos: Valerio Romahn<br />
Nonon onon ono nono nono nono<br />
onon ono nono nono nono onon<br />
ono nono nono nono ono nono<br />
nono noo nono nono non onon<br />
ono nono nono nononon<br />
Luísa Alvim Alvarenga / Flickr - Creative Commons
57<br />
saudáveis. Pode ser porque<br />
as orquídeas apresentam um<br />
desequilíbrio nutricional (falta ou<br />
excesso de adubo), porque não<br />
recebem água suficiente ou não<br />
estão em local bem ventilado.<br />
Também é comum a praga<br />
aparecer em plantas mantidas em<br />
ambientes muito diferentes do seu<br />
hábitat. Por exemplo: as Cattleya<br />
rupículas (1) (também conhecidas<br />
como Hoffmannseggella e Laelia<br />
rupículas) vivem fixadas em rochas<br />
de regiões de altitude de Minas<br />
Gerais, do Rio de Janeiro, do<br />
Espírito Santo e da Bahia,<br />
onde o clima é quente, seco e<br />
muito ventilado durante o dia e<br />
úmido e mais frio durante a noite.<br />
São situações extremas, difíceis de<br />
reproduzir em casa e que tornam<br />
essas plantas – e outras parecidas –<br />
muito suscetíveis ao ataque<br />
de cochonilhas.<br />
1<br />
Plantas mantidas<br />
em locais muito<br />
diferentes do seu<br />
hábitat são mais<br />
suscetíveis ao<br />
ataque da praga<br />
Na fase inicial, as cochonilhas<br />
parecem manchas, depois algumas<br />
adquirem o aspecto de algodão
58<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
AULA DO ESPECIALISTA<br />
Fotos: Erwin Bohnke<br />
As cochonilhas atacam, principalmente, as folhas mais novas<br />
das orquídeas e a base dos pseudobulbos<br />
Valerio Romahn<br />
As cochonilhas<br />
produzem uma<br />
carapaça para<br />
se protegerem<br />
de predadores e<br />
inseticidas<br />
COMO AGEM<br />
As cochonilhas atacam as folhas mais novas<br />
das orquídeas, a gema do pseudobulbos,<br />
localizada na base deles, e as raízes. Elas também<br />
costumam se esconder nas bainhas foliares secas.<br />
Para se alimentarem, esses insetos sugam a<br />
seiva da planta ao mesmo tempo em que<br />
eliminam um líquido tóxico que provoca a<br />
necrose das células, matando tecidos importantes<br />
para a realização da fotossíntese. Esse líquido<br />
tóxico também é adocicado e atrai formigas<br />
açucareiras, que servem de cavalo, transportando<br />
as cochonilhas de uma planta para outra.<br />
Atraídas pela substância<br />
adocicada que as<br />
cochonilhas liberam,<br />
formigas ajudam<br />
a transportar a praga<br />
de um vaso para o outro<br />
COMO IDENTIFICAR A PRAGA<br />
É mais fácil identificar as cochonilhas<br />
quando elas aparecem nas folhas mais novas. Mas, nessa fase, elas<br />
já costumam estar instaladas na base dos pseudobulbos, a gema. Na<br />
fase inicial, a praga se apresenta como pequenas manchas redondas,<br />
verde-claras com um pontinho branco, marrom ou preto no centro.<br />
Depois, os insetos se aglomeram – adquirindo muitas vezes o<br />
aspecto de algodão – e a planta começa a ficar com manchas e<br />
murchar até perder o vigor e, em caso extremo, morrer.<br />
Penarc / Wikmedia Commons
59<br />
Rega, ventilação e<br />
adubação frequentes<br />
ajudam a manter as<br />
cochonilhas longe<br />
COMO COMBATER<br />
Matar as cochonilhas não é tão fácil porque elas têm<br />
um eficiente sistema de defesa. Para se protegerem de<br />
ataques de predadores, e principalmente de venenos,<br />
elas produzem uma pequena carapaça cerosa. Dentro<br />
dessa carapaça existe reserva de ar que faz com que a<br />
praga sobreviva por um longo tempo.<br />
Para combater a cochonilha é recomendado<br />
retirar a planta do vaso e lavar com água e detergente<br />
– ou sabão – a orquídea inteira. Vale até utilizar uma<br />
escova de dentes de cerdas macias para retirar bem os<br />
insetos. Em casos extremos, é recomendado mergulhar<br />
a planta atacada num balde com água e um pouco de<br />
detergente e deixá-la assim por uma noite – use um<br />
peso para manter a planta dentro do balde. O detergente<br />
amolece e penetra na carapaça das cochonilhas,<br />
que morrem afogadas.<br />
Uma outra solução é pulverizar a planta inteira com<br />
uma mistura de 5 ml de Pinho Sol – esse desinfetante<br />
por algum motivo é mais eficiente – por litro d’água.<br />
A operação deve ser repetida após quinze dias para<br />
garantir que nenhum ovo vingue. Quem deve curtir<br />
orquídeas são os orquidófilos e não as cochonilhas.<br />
As cochonilhas sugam a seiva da planta e matam os<br />
tecidos causando manchas foliares como as da foto<br />
Medidas complementares e<br />
preventivas para combater as cochonilhas<br />
1. Eliminar as formigas<br />
2. Manter o ambiente de trabalho limpo, sem nenhuma<br />
planta morta ou partes atacadas<br />
3. Tratar as plantas infestadas assim que o problema for detectado<br />
4. Regar as orquídeas diariamente ou a cada dois dias<br />
5. Adubar com regularidade e sem excessos<br />
6. Manter as plantas em ambiente com boa<br />
luminosidade e ventilação<br />
7. Replantar as orquídeas com frequência<br />
Valerio Romahn<br />
Camarazevedo / Wikmedia Commons
60 Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
ALMANAQUE<br />
Curiosidades, dicas, novidades e outros assuntos do interesse de orquidófilos<br />
Evento<br />
Exposição tradicional em novo espaço<br />
A famosa exposição de primavera da Associação<br />
Orquidófila de São Paulo aconteceu entre os dias 25 e<br />
27 de setembro e foi uma festa. Com espaço gourmet,<br />
palco com shows diários e vinte e dois orquidários<br />
comercializando plantas a preços bem acessíveis, o<br />
evento tomou conta da área próxima ao lago do Parque<br />
Francisco Rizzo, em Embu das Artes – cidade localizada<br />
a 30 minutos da capital paulista. Na sua 93 a edição, a<br />
exposição da AOSP raramente aconteceu fora da sede da<br />
Associação, no bairro da Liberdade, em São Paulo.<br />
A exposição propriamente dita foi a principal<br />
atração. Localizada logo na entrada, ela contou com a<br />
participação de 32 associações orquidófilas brasileiras e<br />
mais de duas mil plantas no auge da florada. No palco<br />
dedicado às vencedoras, a grande premiada foi a Cattleya<br />
schilleriana (1), de Valmir Achiles Oliveira, do Círculo<br />
1<br />
1<br />
Fotos: Valerio Romahn<br />
Plantas de floradas espetaculares ganharam o pódio.<br />
Mas a grande vencedora da exposição foi a Cattleya<br />
schilleriana, de flores e folhagem perfeitas (à direita)<br />
Planta da coleção de Valmir Achiles Oliveira
Planta da coleção de Valmir Achiles Oliveira<br />
Americanense de Orquidófilos. “Além de apresentar<br />
flores de forma e colorido perfeitos, a folhagem da<br />
planta é um espetáculo. Não tem nenhuma pequena<br />
marca”, comentou Carmen Herrera, sócia da AOSP<br />
e responsável pela decoração do evento. Outras<br />
orquídeas que impressionaram os jurados foram<br />
a Cattleya aclandiae (2), pelo colorido das flores, e a<br />
Gastrorchis humblotii var. schlechteri (3) e o Dendrobium<br />
densiflorum pela magnitude da florada (4).<br />
4<br />
A a Cattleya aclandiae (acima) e a Gastrorchis humblotii<br />
var. schlechteri (abaixo) impressionaram os jurados<br />
2<br />
3<br />
A florada do Dendrobium densiflorum dava volta no vaso<br />
Plantas da coleção de Márcia Morimoto
62<br />
Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
ALMANAQUE<br />
História do leitor<br />
Cuidados no<br />
sítio e em casa<br />
Por: Diana Ravagnolli,<br />
32 anos, geóloga<br />
Meus pais, Luiz Carlos e Ilda, são apaixonados<br />
por orquídeas desde que eles eram adolescentes<br />
e há dez anos mantêm uma coleção de espécies<br />
sob uma parreira, em um sítio em Boicana,<br />
interior de São Paulo. Os dois viajam para<br />
lá todas as semanas para ver se as plantas<br />
precisam de mais adubo e água. Também, para<br />
conferir se alguma orquídea floresceu.<br />
Para curtir a beleza das plantas, eles levam<br />
as que estão floridas para nosso apartamento<br />
em São Paulo. Há sempre orquídeas enfeitando<br />
um canto próximo à janela para que recebam<br />
luminosidade. No local, também foi instalada<br />
uma fonte de água para não faltar umidade.<br />
Sempre em busca de informação para<br />
conseguirem floradas ainda mais incríveis,<br />
eles têm todas as edições da Revista<br />
<strong>Orquídeas</strong> da <strong>Natureza</strong>.<br />
As orquídeas mais bonitas, como a Cattleya híbrida, decoram a sala,<br />
em um cantinho com fonte de água para que não sintam falta de umidade<br />
O Casal Ilda e Luiz Carlos Ravagnolli no orquidário que mantêm sob uma parreira<br />
Homenagem<br />
Por: Luiz Filipe Varella, advogado e orquidólogo<br />
O Círculo Gaúcho de Orquidófilos perdeu no dia 30 de setembro,<br />
um de seus mais ativos sócios, Taimiro Santos Silva, oficial<br />
aposentado da Brigada Militar do RS, ex-árbitro de futebol e,<br />
sobretudo, figura marcante e de muitos amigos. Colecionador de<br />
espécies brasileiras, Taimiro era presença constante em exposições,<br />
onde suas orquídeas sempre se destacavam pela beleza e qualidade<br />
do cultivo, a exemplo da Christensonella<br />
neowiedii (à esquerda), da Laelia<br />
purpurata var. sanguinea a (abaixo) –<br />
vencedoras de exposições –<br />
e de muitas outras.<br />
Fotos: Luiz Filipe Varella<br />
Christensonella neowiedii<br />
(à esquerda) e Laelia<br />
purpurata var. sanguinea<br />
(à direita), cultivadas pelo<br />
orquidófilo Taimiro Santos<br />
Silva, de Viamão – RS
63<br />
Blocos<br />
ilustrados com<br />
Bulbophyllum,<br />
mini-phalaenopsis<br />
e Cattleya<br />
Produtos<br />
Para anotações<br />
A ilustradora botânica Liris Fujimori lançou uma<br />
coleção de caderninhos e bloquinhos de anotações.<br />
Eles medem entre 9 cm e 17 cm de altura e vêm<br />
estapados com mini-phalaenopsis, Bulbophyllum<br />
smitinandii ou Cattleya intermedia. O preço da unidade<br />
varia de R$ 12 a R$ 18, dependendo do modelo.<br />
Encomendas podem ser feitas pelo telefone<br />
(11) 99206-3802 ou por e-mail: lfujimori@gmail.com.<br />
Divulgação<br />
Para não errar na medida<br />
Com sensor de medida de peso de alta precisão, a<br />
colher funciona como uma balança e é ideal para não<br />
errar na medida da adubação. Tanto a falta quanto<br />
o excesso de produto prejudica o desenvolvimento<br />
da orquídea. A colher pesa até 500 gr, é feita de<br />
material que não descaca, tem uma pequena tela<br />
de led e funciona à bateria. Custa R$ 50, na Casa do<br />
Orquidophilo, site: www.casadoorquidofilo.com.br
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Revista <strong>Orquídeas</strong><br />
Ilustração Botânica<br />
Um antigo Cypripedium parviflorum var. pubescens<br />
A ilustração da orquídea-sapatinho foi feita em<br />
1786 pelo alemão Georg Dionysius Ehret, a partir de<br />
uma planta coletada nos Estados Unidos. O famoso<br />
ilustrador botânico elevou esse tipo de pintura a um<br />
novo patamar, tanto como forma de ciência quanto<br />
como ramo da arte. Por isso, frequentemente as<br />
plantas que ele pintava era acompanhada de uma<br />
linda borboleta ou uma mariposa exótica.<br />
Apesar de Ehret nunca ter visitado a América,<br />
trabalhou em famosos Jardins Botânicos, como o<br />
de Chelsea Physic Garden, na Inglaterra, durante a<br />
época em que plantas de diversos países inundavam<br />
a Europa. Quando ele ilustrou o Cypripedium<br />
parviflorum var. pubescens, a orquídea ainda era<br />
chamada de Cypripedium pubescens e tinha florescido<br />
pela primeira vez fora do seu hábitat.<br />
Essa e outras histórias de<br />
ilustrações clássicas podem ser<br />
conferidas no livro “A Era de Ouro<br />
da Arte Botânica”, de Martyn Rix,<br />
botânico e editor da revista Curti’s<br />
Botanical, da Inglaterra. (Editora<br />
Europa, 256 págs., R$ 119,90)
<strong>Orquídeas</strong><br />
REVISTA<br />
da<br />
Pleione Tongariro<br />
Uma planta rara no Brasil<br />
que pode ser cultivada<br />
em regiões serranas<br />
Cattleya intermedia<br />
A orquídea tem dezenas<br />
de variedades. Algumas<br />
parecem ter três labelos<br />
Miltonia x leucoglossa<br />
Um híbrido natural de<br />
flores tigradas, perfumadas<br />
e fácil de cuidar<br />
Edição <strong>16</strong><br />
Ano 2<br />
www.europanet.com.brww.europanet.com.