GAZETA DIARIO 673

12 Geral Foz do Iguaçu, segunda-feira, 3 de setembro de 2018
Ronildo Pimentel
Nos tribunais
Logo após os primeiros dias da campanha eleitoral
gratuita no rádio e na TV, já começaram a aparecer
as primeiras ações no Judiciário. No final de semana,
o candidato ao Senado Beto Richa (PSDB) e os
candidatos ao governo Cida Borghetti (PP) e Ratinho
Junior (PSD) pediram direito de resposta contra o
primeiro programa do candidato do MDB, João
Arruda, levado ao ar ao meio-dia e na noite de
sexta-feira (31 de agosto).
Tribunal II
Neste domingo (2), a juíza auxiliar do TRE-PR,
Graciane Lemos, negou direito de resposta a
Ratinho Junior contra o programa de João Arruda.
Ratinho disse, no pedido da ação, que se sentiu
ofendido com declaração de João Arruda afirmando
que os três "quebraram o estado". Ainda ontem
estavam sendo esperadas as decisões sobre os
pedidos de Beto Richa e Cida.
Eficiente
A governadora e candidata à reeleição Cida
Borghetti afirmou ontem que o Paraná está entre os
três estados mais eficientes do Brasil, com geração
de emprego e renda, oportunidade, modernidade e
tecnologia da inovação. A declaração aconteceu no
tradicional desfile cívico-militar do Pinheirinho, em
Curitiba.
No Paraná
O estado entrou na rota de pelo menos dois
presidenciáveis no final de semana. Na quinta e
sexta-feira (30 e 31 de agosto), Alvaro Dias, do
Podemos, cumpriu agenda em Foz do Iguaçu, onde
participou de caminhada na região da Vila Portes e
concedeu entrevistas à imprensa.
Paraná II
No sábado (1º) foi a vez de o presidenciável do PDT,
Ciro Gomes, desembarcar em Curitiba, onde foi
recebido pelos candidatos ao Senado Roberto
Requião e Nelton Friedrich. De lá ele seguiu até
Francisco Beltrão, no Sudoeste, e Londrina, no Norte
do estado.
Na RMC
Centenas de pessoas acompanharam Ratinho Junior
sábado em caminhada pelas cidades da região
metropolitana de Curitiba. Em Campina Grande do
Sul, a mobilização foi coordenada pelo prefeito Bihl
Zanetti (PSDB), que declarou apoio ao candidato na
campanha ao Governo do Estado.
No voto
O deputado federal Fernando Giacobo (PR) afirmou
quinta (30), em Cascavel, que a única forma de a
população fazer o Brasil sair desta crise econômica
e política é por meio do voto. "Tenho andado pelos
quatro cantos do Paraná e visto muita gente
descrente da vida pública, desanimada e com razão.
Temos que mudar isso através do voto no dia 7 de
outubro", disse.
Livre
O ex-prefeito de Medianeira Luiz Yoshio Suzuki vai
cumprir a pena de cinco anos — à qual foi condenado
por crimes cometidos durante a administração do
município — em regime semiaberto, de acordo com a
defesa dele. Ele foi detido por policiais rodoviários
federais na quinta (28), na Ponte Internacional da
Amizade, em Foz do Iguaçu.
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ESTUPRO COLETIVO
Paraguai prende 13 marinheiros
acusados de abusar de adolescente
Ministério Público diz que a garota de 13 anos foi atraída para
o prédio, enganada e estuprada; as investigações prosseguem
Adelino de Souza
Freelancer
Uma adolescente de 13 anos
ficou desaparecida durante 24 horas
nas proximidades da Marinha
de Assunção. O caso estava sendo
mantido em sigilo, até que o Ministério
Público prendeu os marinheiros
envolvidos no estupro coletivo.
O abuso aconteceu no interior
do Arsenal da Marinha Paraguaia,
e o caso está cercado de mistério. A
adolescente teria desaparecido de
sua casa no dia 6 de agosto e retornado
somente no dia seguinte.
O desaparecimento foi denunciado
ao Ministério Público pelos
pais. No início eram 25 marinheiros
acusados, mas 13 deles foram acusados
formalmente e se encontram
em regime de prisão preventiva em
Viñas Cuê.
Os abusos teriam ocorrido no prédio da
Direção-Geral de Material
Alguns marinheiros respondem
também pelo crime de pornografia
infantil por terem filmado e exibido
algumas fotos da cena do crime,
informou o diário Ultima Hora, de
Assunção.
A garota disse à mãe que foi até
a Marinha do Paraguai para encontrar-se
com um dos internos que
presta o serviço militar. O estupro
foi revelado à mãe dias mais tarde
porque a garota ainda sentia dores.
As primeiras investigações do
Ministério Público dão conta de que
a adolescente teria sido enganada e
manipulada por meio de mensagens
de celular e conduzida até o interior
do arsenal da Marinha, onde ocorreu
o estupro.
Na primeira vez que o desaparecimento
foi denunciado, a promotora
Alejandra Savognan tipificou o crime
como desaparecimento. Conforme
as denúncias de familiares foram
chegando, a promotora caracterizou
o sumiço como "abuso sexual, coação
e pornografia infantil".
Quando o Ministério Público
percebeu a gravidade da situação,
mobilizou uma equipe maior, ouviu
diversos envolvidos e apreendeu
cerca de 80 celulares, para cruzar
os dados e analisar imagens do circuito
fechado dos aparelhos.
"Várias mensagens lidas nos
celulares apreendidos comprometem
os militares. Por meio das análises
dos dados, se pode comprovar
que, logo após o abuso, vários
dos marinheiros enviaram mensagens
à adolescente para ela não contar
a ninguém sobre o ocorrido", informou
o Ultima Hora.
A investigação prossegue para
determinar a forma como a menor
foi manipulada para ingressar na instituição.
O MP acredita que isso
será possível à medida que as mensagens
trocadas sejam lidas pelos
investigadores. "À medida em que
novas mensagens sejam localizadas,
outros militares também serão
chamados." O MP acredita na existência
de outros envolvidos.
Sem drogas
Os médicos que realizaram os
exames a pedido do Ministério Público
garantem que ela não ingeriu
nenhum tipo de droga. Também não
foram encontrados restos de entorpecentes
nas roupas ou objetos da
adolescente.
A menina está sendo assistida
psicologicamente. Ao passo que
avança seu tratamento de saúde,
ela vai revelando novos detalhes
sobre as 24 horas de pavor que
viveu em mãos de seus algozes.
"Detectamos um estado de vulnerabilidade
muito alto", comentou a
psicóloga Karina Perez, do Centro
de Atenção às Vítimas, órgão ligado
ao Ministério Público.
Em um comunicado distribuído
no sábado, a Marinha do Paraguai
informou que está colaborando com
o Ministério Público para esclarecer
os fatos. Além de responder
perante a Justiça, os marinheiros
deverão ser expulsos das Forças
Armadas.