Revista Conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservador
Revista trata sobre Porque o Brasil não tem um partido conservador e diversos outros temas relacionados a Política e Cultura.
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O Império da Ignorância<br />
Quando na década de 90 os militares<br />
aceitaram e até pediram a criação do<br />
“Ministério da Defesa”, foi sob a alegação de<br />
que nas grandes democracias era assim, de<br />
que só republiquetas tinham ministérios<br />
militares.<br />
Respondi várias vezes que isso era raciocinar<br />
com base no desejo de fazer boa figura, e <strong>não</strong><br />
no exame sério da situação local, onde a<br />
criação desse órgão maldito só serviria para<br />
a<strong>um</strong>entar o poder dos comunistas. Mil vezes<br />
o <strong>Brasil</strong> já pagou caro pela mania de<br />
macaquear as bonitezas estrangeiras em vez<br />
de fazer o que a situação objetiva exige. Esse<br />
caso foi só mais <strong>um</strong> da longa série.<br />
Mesmo agora, quando a minha previsão se<br />
c<strong>um</strong>priu da maneira mais patente e<br />
ostensiva, ainda <strong>não</strong> apareceu nenh<strong>um</strong><br />
militar honrado o bastante para confessar<br />
sua incapacidade de relacionar a estrutura<br />
administrativa do Estado com a disputa<br />
política substantiva. Continuam teimando<br />
que a ideia foi boa, apenas, infelizmente,<br />
estragada pelo advento dos comunistas ao<br />
poder – como se <strong>um</strong>a coisa <strong>não</strong> tivesse nada<br />
a ver com a outra, como se fosse tudo <strong>um</strong>a<br />
soma fortuita de coincidências, como se a<br />
demolição do prestígio militar <strong>não</strong> fosse <strong>um</strong><br />
i<strong>tem</strong> constante e fundamental da política<br />
esquerdista no país e como se, já no governo<br />
FHC, a criação do Ministério <strong>não</strong> fosse<br />
concebida como <strong>um</strong> santo remédio, com<br />
aparência legalíssima, para quebrar a espinha<br />
dos militares.<br />
Fonte: Olavodecarvalho.org<br />
Um dos traços mais característicos da<br />
incultura brasileira, já assinalado por<br />
escritores e cientistas políticos desde a<br />
fundação da República pelo menos, é a<br />
subserviência mecânica a modelos<br />
estrangeiros copiados sem nenh<strong>um</strong> critério.<br />
N<strong>um</strong>a sociedade culturalmente atrofiada, a<br />
coisa mais inevitável é que todas as correntes<br />
de opinião que aparecem na discussão pública<br />
sejam apenas cópias ou reflexos de modelos<br />
impostos, desde o exterior, por lobbies e<br />
grupos de pressão que têm seus próprios<br />
objetivos globais e <strong>não</strong> estão nem <strong>um</strong> pouco<br />
interessados no bem-estar do nosso povo.<br />
Cada “formador de opinião” é aí <strong>um</strong> boneco de<br />
ventríloquo, repetidor de slogans e chavões<br />
que <strong>não</strong> traduzem em nada os problemas reais<br />
do país e que, no fim das contas, só servem<br />
para a<strong>um</strong>entar prodigiosamente a confusão<br />
mental reinante.<br />
Como é possível que, n<strong>um</strong> país onde<br />
cinquenta por cento dos universitários são<br />
reconhecidamente analfabetos funcionais e os<br />
alunos dos cursos secundários tiram<br />
sis<strong>tem</strong>aticamente os últimos lugares nos<br />
testes internacionais, o currículo acadêmico<br />
de <strong>um</strong> professor continue sendo aceito como<br />
prova inquestionável de competência?<br />
Não deveria ser justamente o oposto? Não<br />
deveria ser <strong>um</strong> indício quase infalível de que,<br />
ressalvadas <strong>um</strong>as poucas exceções, o portador<br />
dessa folha de realizações é muito<br />
provavelmente, por média estatística, apenas<br />
<strong>um</strong> incompetente protegido por interesses<br />
corporativos? Terá sido revogado o “pelos<br />
frutos os conhecereis”? A interproteção<br />
mafiosa de carreiristas semianalfabetos<br />
unidos por ambições grupais e partidárias<br />
tornou-se critério de qualificação intelectual?<br />
Não é mesmo <strong>um</strong> sinal, já <strong>não</strong> digo de mera<br />
incultura, mas de positiva debilidade mental,<br />
que os mesmos apologistas do establishment<br />
universitário fossem os primeiros a apontar<br />
como mérito imarcessível do candidato Luís<br />
Ignácio Lula da Silva, em duas eleições, a sua<br />
total carência de quaisquer estudos formais<br />
ou informais? Não chegava a prodigiosa<br />
incultura do personagem a ser louvada como<br />
sinal de alg<strong>um</strong>a sabedoria infusa? Todo sujeito<br />
que, à exigência de conhecimento, opõe o<br />
louvor evangélico aos “simples”, é <strong>um</strong><br />
charlatão. Jesus prometeu aos “simples” <strong>um</strong><br />
lugar no paraíso, <strong>não</strong> <strong>um</strong> palanque ou <strong>um</strong>a<br />
cátedra na Terra.