Revista Conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservador
Revista trata sobre Porque o Brasil não tem um partido conservador e diversos outros temas relacionados a Política e Cultura.
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Sublinhe-se: o passado que se respeita e a<br />
tradição tanto podem ser representados pelo<br />
que se aprendeu dos antigos na singela<br />
universalidade do ambiente familiar, quanto se<br />
aprofundando no saber dos clássicos,<br />
perenizado na linha do <strong>tem</strong>po.<br />
Eis o ponto, enfim. O <strong>conservador</strong>ismo é<br />
incompatível com conceitos que dominam a<br />
cultura brasileira a respeito da identidade<br />
nacional. Um <strong>partido</strong> <strong>conservador</strong> <strong>não</strong> pode<br />
nascer entre os que pensam de si aquilo que<br />
os brasileiros pensam! O <strong>conservador</strong>ismo <strong>não</strong><br />
combina com conceitos que saltitam diante<br />
dos meus olhos, cotidianamente, nas redes<br />
sociais.<br />
O complexo de vira-lata, a ideia de <strong>um</strong>a nação<br />
explorada, de riquezas exauridas, descoberta<br />
por acaso, povoada por gente da pior<br />
qualidade, de passado constrangedor e futuro<br />
incerto, nada, absolutamente nada <strong>tem</strong> a ver<br />
com o pensamento <strong>conservador</strong>! Entendido<br />
isso talvez possamos compreender o motivo<br />
do sucesso do <strong>Brasil</strong> Paralelo, suas séries e<br />
entrevistas, mostrando que nossa história é<br />
indissociável da história de Portugal e <strong>não</strong><br />
começa no século XV, mas no século XI; que,<br />
por isso, somos herdeiros de <strong>um</strong> idioma latino,<br />
de <strong>um</strong>a cultura ocidental e de <strong>um</strong>a religião<br />
universal; que nós estamos nos cantos de<br />
Camões e foram choradas por nós as lágrimas<br />
que, nos versos de Fernando Pessoa, deram sal<br />
ao mar de Portugal.<br />
Milhares contam haver chorado de emoção ao<br />
assistirem esses vídeos. Descobriram, roçando<br />
as plantas daninhas da mentira e da ocultação<br />
da verdade, que têm raízes seculares, firmes e<br />
respeitáveis, lançadas em solo nobre,<br />
enriquecido por migrações que nos<br />
individualizam como nação, tornando-nos<br />
únicos em nossa pluralidade.<br />
Sem essa percepção <strong>não</strong> haverá<br />
<strong>conservador</strong>ismo no <strong>Brasil</strong>. Com ela,<br />
entenderemos a existência das plantas<br />
daninhas e dessa depressiva ocultação da<br />
verdade que eficazmente o sufoca em nosso<br />
país.<br />
E O Eleitor Conservador?<br />
Observe a conduta de muitos dos principais meios<br />
de comunicação brasileiros, seus editoriais e mais<br />
badalados comentaristas. Não precisará muito<br />
<strong>tem</strong>po para concordar com esta afirmação: eles<br />
decidiram que o problema do <strong>Brasil</strong> <strong>não</strong> são os<br />
corruptos, nem é a esquerda retrógrada, nem a<br />
irracionalidade do modelo institucional, nem a<br />
irresponsabilidade fiscal dos parlamentos, nem a<br />
instabilidade criada pelo STF. O que <strong>tem</strong> que ser<br />
combatido no <strong>Brasil</strong> é o <strong>conservador</strong>ismo. Não lhe<br />
deve ser concedido direito de representação e<br />
precisa ser alvejado até que <strong>não</strong> reste em pé <strong>um</strong> só<br />
desses idiotas para que suas pautas <strong>não</strong> ganhem<br />
força institucional.<br />
Ampla maioria da população crê em Deus e<br />
reconhece a importância da religião e da<br />
instituição familiar. É contra a ideologia de gênero<br />
e quer proteger as crianças dos abusadores que<br />
pretendem confundir sua sexualidade. É contra o<br />
aborto, o desarmamento e a liberação das drogas.<br />
Quer segurança e bandidos na cadeia. Repudia o<br />
feminismo como pauta política, movimento<br />
revolucionário, ou fundamento de <strong>um</strong>a nova<br />
moral. Não admite a transformação da sala de aula<br />
em oficina onde o professor opera como torneiro<br />
de cabeças. Rejeita o deliberado acirramento de<br />
conflitos que se tenta impor em vista de diferentes<br />
cores de pele, olhos e cabelos; ou de classe, apetite<br />
sexual, faixa etária, renda. E por aí vai.