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2 Jornal da Bairrada<br />

27 | setembro | 2018<br />

praçapública<br />

Oriana Pataco<br />

Diretora<br />

Daniel Bastos<br />

Historiador<br />

EDITORIAL<br />

Solidariedade vestida de festa<br />

Os números falam por si mas<br />

às vezes não dizem tudo. A Caminhada<br />

Solidária Noturna,<br />

a favor dos Bombeiros de Oliveira<br />

do Bairro contou com a<br />

maior participação até à data<br />

(esta foi a 4.ª edição): 4 mil pessoas<br />

transformaram a Alameda<br />

da Cidade num mar de alegria<br />

e, juntando o donativo de<br />

cada participante (o mínimo<br />

era 3 euros) aos patrocínios, os<br />

Bombeiros arrecadaram perto<br />

de 20 mil euros, que tanto jeito<br />

dão para equipamentos, viaturas<br />

e não só.<br />

Mas só quem esteve naquele<br />

dia e àquela hora no local combinado<br />

pôde corrobar que esta<br />

é uma daquelas noites que fica<br />

para a história da cidade e do álbum<br />

de vivências de cada um. A<br />

causa, a envolvência, o ambiente,<br />

a diversão, o convívio permitem<br />

que esta iniciativa seja cada<br />

vez mais uma marca de peso no<br />

concelho de Oliveira do Bairro.<br />

E que já é - e bem - replicada<br />

em concelhos limítrofes, a favor<br />

dos Bombeiros ou por outras<br />

causas que merecem igualmente<br />

a nossa solidariedade.<br />

A Caminhada foi enquadrada,<br />

há quatro anos, na Semana<br />

da Mobilidade. Aliando<br />

sempre a tríade desporto/exercício<br />

físico/saúde a uma causa<br />

maior. E o nosso país, pelas<br />

razões que todos conhecemos,<br />

tem tido um crescente respeito<br />

pela ação dos nossos Bombeiros.<br />

E, como dizia o speaker na<br />

passagem mítica da turba pelo<br />

quartel, se cada um de nós se fizer<br />

sócio dos Bombeiros, é menos<br />

um café que bebe por mês<br />

Opinião<br />

e esse café à associação pode<br />

dar imenso jeito. E já agora, no<br />

próximo ano, se cada um convencer<br />

um amigo a juntar-se à<br />

festa, rapidamente se ultrapassarão<br />

as 5 mil pessoas.<br />

A Semana Europeia da Mobilidade<br />

trouxe de facto um colorido<br />

diferente à cidade de Oliveira<br />

do Bairro. A “campanha”<br />

dos moinhos de vento resultou<br />

e foi bonito de ver o símbolo a<br />

dar vida às varandas, às ruas e<br />

às fachadas das lojas. E bem desenvolvido,<br />

o tema ainda pode<br />

dar pano para mangas. Houve<br />

também muita música e até bastante<br />

tarde. Foi algo excecional<br />

e que atraiu imenso público. Por<br />

isso, sou absolutamente contra<br />

as vozes mais críticas, que se<br />

insurgiram contra os concertos<br />

até às 2 ou 3 da manhã. Faz<br />

parte da festa.<br />

O que também faz parte da<br />

festa é... balões. Este é um tema<br />

delicado e que tem estado na<br />

ordem do dia, por questões<br />

ambientais. Na abertura oficial<br />

do Mix&Move, houve balões,<br />

mas ficaram em terra. No entanto,<br />

os balões continuam a<br />

ser o símbolo da Caminhada<br />

Noturna. O efeito visual criado,<br />

com as luzes de néon no interior,<br />

é indiscutivelmente fantástico,<br />

contudo ficou a pergunta<br />

pelos mais atentos: que destino<br />

terão estes milhares de balões?<br />

Decerto que ideias não faltarão<br />

para quem ousar substituir<br />

estes balões no próximo ano.<br />

Se eles se mantiverem, fazem<br />

(mais uma vez) parte da festa.<br />

Mas se desaparecerem... o ambiente<br />

agradece.<br />

A Herdade Vale da Rosa e o<br />

recrutamento de luso-venezuelanos<br />

A grave crise política,<br />

económica e social que tem<br />

assolado a Venezuela nos<br />

últimos anos, tem impelido<br />

o retorno de milhares de<br />

luso-venezuelanos ao território<br />

nacional, sobretudo à<br />

Madeira, região autónoma<br />

de onde é oriunda a maioria<br />

do quase meio milhão<br />

de emigrantes portugueses<br />

que vivem neste país da<br />

América do Sul.<br />

Estima-se que no ano<br />

passado, tenham chegado à<br />

“pérola do Atlântico” quase<br />

quatro mil lusodescendentes<br />

vindos do país liderado<br />

por Nicolas Maduro, e que<br />

se encontrem inscritos mil<br />

lusodescendentes no Instituto<br />

de Emprego da Madeira.<br />

Com mais ou menos dificuldades,<br />

são públicos e notórios<br />

os esforços que as autoridades,<br />

e os serviços públicos<br />

regionais e nacionais,<br />

têm encetado na tentativa<br />

de procurar apoiar os cidadãos<br />

portugueses que regressaram<br />

ao país vindos da<br />

Venezuela, designadamente<br />

nas áreas da educação, da<br />

saúde, da segurança social<br />

e da inserção profissional.<br />

Estes esforços não se esgotam<br />

nas esferas públicas<br />

regionais e nacionais, antes<br />

pelo contrário, têm colhido<br />

também apoio e recetividade<br />

na sociedade civil,<br />

mormente nos meios<br />

associativos e empresariais,<br />

que têm procurado dentro<br />

das suas possibilidades contribuir<br />

para a integração dos<br />

compatriotas que regressam<br />

da Venezuela em contexto<br />

de precariedade.<br />

Um dos melhores exemplos<br />

desse apoio foi recentemente<br />

expresso pela Herdade<br />

Vale de Rosa, uma<br />

empresa agrícola do Baixo<br />

Alentejo que produz e<br />

comercializa uva de mesa,<br />

particularmente uva sem<br />

grainha, que através de um<br />

protocolo assinado com o<br />

Governo Regional da Madeira<br />

permite a emigrantes<br />

luso-venezuelanos terem<br />

acesso a oportunidades<br />

de emprego. Esta parceria<br />

imbuída de uma meritória<br />

responsabilidade social da<br />

Herdade Vale de Rosa, que<br />

já tem a trabalhar na sua estrutura<br />

cerca de 30 luso-venezuelanos,<br />

permite desde<br />

logo ao maior produtor nacional<br />

de uva de mesa suprir<br />

falta de mão-de-obra<br />

que não encontra na região<br />

onde se encontra implantada.<br />

A necessidade de recrutamento<br />

da empresa, que prevê<br />

poder empregar cerca<br />

de 100 luso-venezuelanos,<br />

constitui um importante sinal<br />

de apoio à inserção socioprofissional<br />

de compatriotas<br />

regressados da Venezuela,<br />

assim como um sinal<br />

de esperança num futuro e<br />

uma vida melhor.<br />

Para cá da ria<br />

António Granjeia<br />

Colunista<br />

Os sinais de<br />

Marcelo<br />

Marcelo tem sido um presidente consensual. A simpatia de<br />

Marcelo parece autêntica e sua preocupação com os mais desprotegidos<br />

genuína. Marcelo tem pugnado por uma continuidade<br />

territorial mais justa e criticado a macrocefalia e concentração<br />

do poder em Lisboa. Talvez por isso, Marcelo tem conseguido<br />

uma unanimidade fora do comum na política portuguesa.<br />

Mas as coisas podem estar a mudar.<br />

A defesa dos interesses dos mais pobres não se pratica apenas<br />

em ações de rua e palavras bonitas, precisa de atos consequentes,<br />

deixando de lado definitivamente os calculismos políticos<br />

e eleitorais da próxima legislatura que ajudem na reeleição<br />

presidencial.<br />

Confesso que estou um pouco confuso com os sinais que<br />

Marcelo tem passado ultimamente, tanto mais que sou um admirador<br />

da forma como ele tem exercido o cargo, embora por<br />

vezes acho que todos este mediatismo e popularidade pode dar<br />

maus resultados.<br />

• Marcelo entendeu que a substituição da procuradora Joana<br />

Marques Vidal seria normal em democracia e aceitou, aparentemente<br />

sem discussão, a nomeação do Governo. Mas Marcelo<br />

também anuiu impunemente à simulação de audição que a ministra<br />

da justiça fez aos partidos nas vésperas da nova nomeação.<br />

Ninguém acredita que não houvesse conversações ou um<br />

convite com mais de um dia à nova procuradora. A regra da<br />

alternância no cargo, porque não existe, é tão válida como manter<br />

a única procuradora que afrontou o poder com algum êxito.<br />

• Marcelo solidarizou-se com os afetados dos incêndios do<br />

ano passado, mas ainda não conseguiu retirar consequências<br />

políticas da absoluta incapacidade de gestão deste governo,<br />

nas aparentes falcatruas na gestão do dinheiro doado para a<br />

reconstrução.<br />

• Marcelo irritou-se com os furtos de armas de Tancos, mas<br />

passado mais de um ano ainda não retirou consequências da<br />

incapacidade ministerial em perceber se as armas foram roubadas<br />

ou se foi um erro de stock.<br />

• Marcelo, que trazia e distribuía gravatas para os alunos que<br />

iam fazer as suas orais, ainda não entendeu que a falta de atavio<br />

com o que o PM António Costa se apresentou à chegada a Angola<br />

prejudica Portugal. Marcelo deve ter percebido bem o ar<br />

triunfante com que o homólogo angolano se referiu à capitulação<br />

da justiça nacional em abono dos negócios.<br />

• Nos assuntos da mudança do Infarmed e no descongelamento<br />

da carreira docente Marcelo pactuou com o que mais critica:<br />

a falta de seriedade política; o governo primeiro prometeu<br />

por conveniência tática criando espectativas, depois avaliou o<br />

impacto das medidas, e recuou depois, achando que ainda tem<br />

razão nas desculpas de mão pagador.<br />

Os portugueses sabem que a estabilidade apregoada por Marcelo<br />

tem custos, mas já chega de subserviência ao equilíbrio político<br />

em que quem manda são os partidos mais extremistas.<br />

Fundadores<br />

Manuel Granjeia, Aulácio de Almeida,<br />

Manuel O. Silvestre, Manuel Caetano da<br />

Rosa, Manuel F.B. Sousa, Manuel Santos<br />

Vieira, Manuel dos Santos Pereira,<br />

António Grangeia Novo, Modesto Santos<br />

Pereira e Joaquim Grangeia Seabra<br />

Diretora<br />

Oriana Pataco (CP 4517 A)<br />

oriana.b.pataco@jb.pt<br />

Redação<br />

Catarina Isabel Cerca (CP 2140 A)<br />

catarina.i.cerca@jb.pt<br />

Manuel Zappa (CP 2595 A)<br />

zappa@jb.pt<br />

Departamento Comercial<br />

234 740 390<br />

Lúcia Marques<br />

lucia.m.marques@jb.pt<br />

Nancy Margarido<br />

nancy@jb.pt<br />

Departamento Administrativo<br />

Adelaide Tomás (Coordenadora<br />

Administrativa, Comercial e Financeira)<br />

adelaide.tomas.f@jb.pt<br />

Maria Abreu<br />

maria.abreu.m@jb.pt<br />

Departamento Gráfico<br />

Carla Coelho (carla.m.coelho@jb.pt)<br />

Luísa Nunes (a.luisa.nunes@jb.pt)<br />

Projeto Gráfico<br />

defrank@netcabo.pt<br />

Propriedade<br />

Editorial Jornal da Bairrada, Lda.<br />

Tiragem mensal<br />

AGOSTO: 24.000 exemplares<br />

N.C. 502428082<br />

Inscrição na ERC nº101875<br />

Gerência<br />

Francisco Manuel Gameiro Rebelo dos<br />

Santos; Joaquim Paulo Cordeiro da<br />

Conceição e Paulo Miguel Gonçalves<br />

da Silva Reis.<br />

Sócios com mais de 10% de capital<br />

social: Nov Comunicação, SGPS, S.A.<br />

com 69,94% e a Empresa Jornalística<br />

Região de Leiria, Lda. 12,56%<br />

Redação, edição,<br />

administração e sede:<br />

Rua Dr. Alberto Tavares de Castro<br />

Urb. O Adro, bloco 5 - n.º 25<br />

3770-205 Oliveira do Bairro<br />

Telefone: 234740390<br />

Fax: 234740399<br />

E-mail: jb@jb.pt<br />

Site: www.jb.pt<br />

Impressão:<br />

Centro de Impressão Coraze<br />

(Unip., Lda)<br />

Edifício Raínha 4.º Piso Esq.<br />

3720-232 Oliveira de Azeméis<br />

Tel.: 910252676 / 910253116 / 914602969<br />

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Portugal - 29,00€<br />

Europa - 50,50€<br />

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Assinatura anual digital<br />

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Estatuto Editorial publicado em:<br />

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Ângela Gil<br />

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