L+D 70
Edição: setembro| outubrode 2018
Edição: setembro| outubrode 2018
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
FUJI WORLD HERITAGE CENTER (JAPÃO)<br />
LOJA NOVO AMBIENTE (SÃO PAULO) | NOVA SEDE DA LOCALIZA (BELO HORIZONTE)<br />
HSTERN SHOPPING IGUATEMI (SÃO PAULO) | SEMANA DA LUZ 2018 | 9º LEDFORUM (SÃO PAULO)<br />
1<br />
FOTO LUZ FOTO: JOMAR BRAGANÇA
2 3
© zooey braun FOTOGRAFIE<br />
23 e 24 de agosto<br />
Tivoli Mofarrej Conference Hotel<br />
São Paulo | Brasil<br />
Semana da Luz 2018<br />
Agradecemos a todos<br />
que contribuíram<br />
para o sucesso do<br />
LEDforum 2018.<br />
Nos vemos em 2019!<br />
MOVE IT<br />
Flexibility meets elegance<br />
O sofisticado MOVE IT SYSTEM revolucionou os sistemas de trilhos. Nenhuma<br />
ferramenta é necessária graças à conexão magnética dos equipamentos, o que<br />
confere flexibilidade para combiná-los de várias formas. A ausência de molduras<br />
e o design simples e eficiente dos acessórios criam um sistema especialmente<br />
elegante. O patenteado ajuste deslizante de foco torna fácil a definição da abertura<br />
do facho, para destaque de objetos ou outra função. Máxima qualidade de<br />
luz, excelente em todos os detalhes.<br />
xal.com<br />
www.ledforum.com.br<br />
4 5
SUMÁRIO<br />
setembro | outubro 2018<br />
edição <strong>70</strong><br />
48 54<br />
60 64<br />
66 <strong>70</strong><br />
72<br />
74<br />
86<br />
10<br />
¿QUÉ PASA?<br />
68<br />
48<br />
54<br />
FUJI WORLD HERITAGE CENTER<br />
Monte Fuji<br />
LOJA NOVO AMBIENTE<br />
Novo Ambiente<br />
60<br />
66<br />
NOVA SEDE DA LOCALIZA<br />
Luz como quarta dimensão do espaço<br />
HSTERN SHOPPING IGUATEMI<br />
Brilhante<br />
<strong>70</strong><br />
SEMANA DA LUZ 2018<br />
72<br />
WORKSHOP INTERNACIONAL<br />
DE ILUMINAÇÃO SEMANA DA LUZ 2018<br />
74<br />
79<br />
9º LEDFORUM<br />
PRODUTOS: ESPECIAL 9º LEDFORUM<br />
86 FOTO LUZ FOTO<br />
Jomar Bragança<br />
6 7
Romulo Fialdini<br />
Thiago Gaya<br />
publisher<br />
FUJI WORLD HERITAGE CENTER (JAPÃO)<br />
Iluminação: LPA - Lighting Planners Associates<br />
Foto: Lighting Planners Associates, Toshio Kaneko<br />
Orlando Marques<br />
editor-chefe<br />
PUBLISHER<br />
Thiago Gaya<br />
INVERSÃO DE VALORES<br />
EDITOR-CHEFE<br />
Orlando Marques<br />
DIRETORA DE ARTE<br />
Thais Moro<br />
O arquiteto japonês Shigeru Ban é conhecido internacionalmente pelo conjunto<br />
da sua obra arquitetônica, incluindo soluções para moradia temporária, resultado de<br />
catástrofes naturais que, de tempos em tempos, viram o mundo de ponta cabeça.<br />
No universo da iluminação, inverter a direção da luz de baixo para cima é parte<br />
do léxico de soluções no cotidiano do lighting designer, muitas vezes com resultados<br />
desastrosos ao objeto arquitetônico. Nesta edição apresentamos o inverso da<br />
catástrofe projetual: o projeto de iluminação do edifício do Centro de Patrimônio<br />
Mundial Monte Fuji, no Japão, dos arquitetos do Lighting Planners Associates de<br />
Kaoru Mende, cujo principal partido é o uso de iluminação uplight para destacar a<br />
forma invertida criada por Ban.<br />
Outros destaques são o projeto da MS+M Associados em parceria com a LD<br />
Studio para a loja Novo Ambiente, em São Paulo; o conceito de iluminação do Studio<br />
Serradura em conjunto com os arquitetos do Studio Arthur Casas para a joalheria<br />
HStern na loja do Shopping Iguatemi paulistano e a nova sede da Localiza em Belo<br />
Horizonte, projeto da Mingrone Iluminação.<br />
Abrimos a seção ¿Qué Pasa? com o trabalho de Olafur Eliasson e apresentamos<br />
trabalhos de James Turrel, BIG, Maurici Ginés, Studio Drift, Wutopia Lab, Ouchhh,<br />
e muitos outros.<br />
Separamos também várias páginas desta edição para a cobertura completa<br />
da Semana da Luz 2018, incluindo o workshop internacional de iluminação na<br />
Vila Jataí, o 9º LEDforum no Tivoli Hotel, a mesa.360, todos os eventos sociais e<br />
a memorável festa Lighting Lovers no Estúdio Brasil Ingo Maurer.<br />
Finalmente, temos a honra de homenagear o fotógrafo Jomar Bragança na seção<br />
Foto Luz Foto com a foto da fachada da sede da Localiza.<br />
REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />
Andre Becker Pennewaert, Débora Torii, Diana Joels,<br />
Fernanda Carvalho, Luciana Freitas, Orlando<br />
Marques, Valentina Figuerola, Waleria Mattos<br />
REVISÃO<br />
Débora Tamayose<br />
CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />
Márcio Silva<br />
PUBLICIDADE<br />
Lucimara Ricardi | diretora<br />
Avany Ferreira | contato publicitário<br />
Paula Ribeiro | contato publicitário<br />
PARA ANUNCIAR<br />
comercial@editoralumiere.com.br<br />
T 11 3062.2622<br />
PARA ASSINAR<br />
assinaturas@editoralumiere.com.br<br />
T 11 3062.2622<br />
ADMINISTRAÇÃO<br />
administracao@editoralumiere.com.br<br />
T 11 3062.2622<br />
Boa leitura!<br />
Orlando Marques<br />
TIRAGEM E CIRCULAÇÃO AUDITADAS POR<br />
A MS+M Associados, dos<br />
sócios Ivone Magalhães<br />
Szabó e Orlando Marques,<br />
são os convidados para o<br />
¿Qué Pasa? duplo desta<br />
edição. Com sua colaboradora<br />
Débora Torii, eles apresentam<br />
a cenografia de Olafur Eliasson<br />
para espetáculo de dança.<br />
PUBLICADA POR<br />
Editora Lumière Ltda.<br />
Rua João Moura, 661 – cj. 72, 05412-001<br />
São Paulo SP, T 11 3062.2622<br />
www.editoralumiere.com.br<br />
8 9
Imagens: divulgação<br />
¿QUÉ PASA?<br />
FLUTUANDO<br />
SOBRE O DESERTO<br />
O festival de contracultura Burning Man é realizado<br />
anualmente no deserto de Nevada, nos Estados Unidos,<br />
atraindo cerca de <strong>70</strong> mil visitantes a cada edição, com<br />
a promessa de trazer inéditas e ousadas instalações e<br />
performances artísticas. Para a edição deste ano, o arquiteto<br />
dinamarquês Bjarke Ingels, fundador do premiado escritório<br />
BIG, apresentou a instalação The ORB, desenvolvida em<br />
conjunto com Jakob Lange, um dos associados do escritório.<br />
A instalação The ORB foi concebida como uma réplica,<br />
em escala 1 : 500.000, da superfície da Terra. Construída<br />
com material espelhado, a esfera gigante – com diâmetro de<br />
mais de 25 metros – foi inflada e içada sobre um mastro de<br />
aço inclinado, com 32 metros de altura, transformando-se<br />
em um monumento-chave desta edição do festival, além de<br />
contribuir com a navegação dos participantes pela enorme<br />
área abrangida pelo evento.<br />
Durante o dia, a estrutura foi pensada para se comportar<br />
como um espelho, refletindo a evolução dos dias, os<br />
acontecimentos do local e as demais instalações apresentadas<br />
no festival, além da visão e da experiência individual de cada<br />
participante (ou “Burner”), tornando-o único em meio à vasta<br />
plateia de visitantes. Já à noite, a esfera gigante se mesclava<br />
totalmente à paisagem, tornando-se parte do deserto e<br />
sinalizando sua presença apenas por meio do brilho das luzes<br />
instaladas em sua parte inferior, o que ressaltava ainda mais a<br />
sensação de que flutuava no espaço. (D.T.)<br />
10 11
Imagens: divulgação<br />
¿QUÉ PASA?<br />
SÓLIDO ETÉREO<br />
A transparência da água e a solidez dos corpos celestes<br />
foram as principais inspirações da designer e especialista<br />
em iluminação decorativa Cristiana Bertolucci na criação da<br />
recém-lançada coleção Sólido Etéreo.<br />
Em parceria com o designer industrial Sérgio Cabral,<br />
a designer desenvolveu uma série de 12 luminárias feitas<br />
de vidro reciclado e de materiais comuns, como pregos e<br />
correntes. As formas finais das peças foram obtidas por meio<br />
da aplicação da antiga técnica de sopro do vidro murano,<br />
em um processo totalmente artesanal no qual o vidro é<br />
submetido a elevadas temperaturas, tornando-se maleável.<br />
O calor leva ao surgimento de bolhas, que ocasionam a<br />
refração da luz no interior das peças, quando iluminadas,<br />
remetendo a um universo repleto de corpos celestes ou<br />
ainda a um efeito de “água endurecida”.<br />
A linha foi criada para o DW! São Paulo Design Weekend,<br />
quando esteve em exposição no Cristiana Bertolucci Estúdio.<br />
Para a ocasião, as peças foram dispostas em um cenário que<br />
visava promover uma reflexão sobre a criatividade a partir<br />
da observação da natureza – das moléculas de água ao<br />
espaço – como símbolos do encontro entre o céu e a água<br />
no horizonte. (D.T.)<br />
12 13
Imagens: Chris Wood Light<br />
Linha LED COB<br />
DESTAQUE E VALORIZE<br />
¿QUÉ PASA?<br />
FEITOS PARA A LUZ<br />
Com design compacto e leve, a linha de<br />
luminárias LED COB alia a técnica à estética, a<br />
funcionalidade à eficiência. São centenas de<br />
variações de produtos com diversidade de fluxo<br />
luminoso e ângulos de facho, bem como excelente<br />
reprodução das cores. Além das opções de<br />
catálogo, também é possível customizar os<br />
modelos e optar por versões específicas para cada<br />
aplicação que realçam as cores, valorizando e<br />
deixando os produtos muito mais atraentes.<br />
A artista britânica Chris Wood considera a luz o<br />
principal suporte para suas obras. Formada em Design de<br />
Mobiliário, Wood tornou-se especialista em vidros e teve<br />
então a oportunidade de trabalhar em projetos de escala<br />
arquitetônica, nos quais aprendeu sobre a relação entre a luz<br />
e o espaço.<br />
O material mais característico e presente na maioria<br />
de suas obras é o vidro com revestimento óptico dicroico,<br />
com o qual ela desenvolveu sua série de “Wall Panels”. Os<br />
painéis são construídos com dezenas de pequenas peças<br />
de vidro, criando os mais variados padrões, todos com<br />
inspiração cinética. As peças incolores parecem ganhar vida<br />
com o revestimento dicroico, que permite a passagem de<br />
determinados comprimentos de onda da luz, mas reflete os<br />
demais. Dessa forma, as obras produzem incríveis projeções<br />
de sombras e cores, cujos efeitos se tornam mais ou menos<br />
definidos e saturados de acordo com o tipo e a intensidade<br />
da fonte luminosa. A direção da luz também é um fatorchave<br />
para o resultado, já que determinará a posição e o<br />
comprimento dos reflexos e o brilho das peças. A artista<br />
recomenda, ainda, a instalação dos painéis em ambientes<br />
banhados pela luz natural, possibilitando que se comportem<br />
de maneira dinâmica e surpreendente.<br />
Wood geralmente constrói os painéis sobre bases<br />
quadradas brancas, com dimensões entre 300 e 1.900<br />
milímetros. No entanto, já adaptou o conceito a outras<br />
dimensões e aplicações, como as vitrines desenvolvidas<br />
para algumas unidades da grife de luxo Fendi e as aplicações<br />
realizadas na fachada do hotel Premier Inn, no Condado de<br />
Cambridge, Reino Unido.<br />
Inspirada por artistas de peso como James Turrell e Dan<br />
Flavin, Chris Wood busca impactar a experiência espacial<br />
com a instalação de suas obras, ao mesmo tempo que elas<br />
também respondem ao ambiente em que estão exibidas.<br />
“Meu trabalho é uma exploração contínua da luz, e ela nunca<br />
falha em me surpreender”, declara a artista. (D.T.)<br />
Iluminação para<br />
CARNES<br />
Iluminação para<br />
PÃES<br />
Iluminação para<br />
HORTALIÇAS<br />
Iluminação para<br />
PEIXES<br />
Iluminação para<br />
VITRINES<br />
14 15<br />
041 2103-2750 | comercial@lumicenter.com | www.lumicenter.com
16 17
1 2<br />
Imagens: Florian Holzherr<br />
3 4<br />
¿QUÉ PASA?<br />
MATERIALIZANDO O IMATERIAL<br />
O museu Frieder Burda foi inaugurado em 2004 na<br />
cidade alemã de Baden-Baden, na própria residência do<br />
editor e colecionador de arte de mesmo nome, com o<br />
intuito de tornar sua coleção acessível ao público. Voltado<br />
principalmente à arte expressionista, o acervo permanente<br />
do museu será acompanhado até o final de outubro por<br />
algumas das mais expressivas obras do artista norteamericano<br />
James Turrell.<br />
Intitulada The Substance of Light, a exposição foi<br />
concebida em colaboração com o próprio artista e<br />
apresenta uma síntese das suas mais de cinco décadas<br />
de trabalho. O percurso é iniciado por Apani 1 – já<br />
apresentada na Bienal de Veneza de 2011 e que faz parte<br />
da série “Ganzfeld” –, que é constituída de grandiosas<br />
salas nas quais uma sequência de luzes, especialmente<br />
composta para a instalação, gera nos visitantes uma<br />
sensação de ausência de limites espaciais.<br />
A simpatia de Turrell pela arte da pintura é materializada<br />
pela instalação Wedgework 2 , na qual paredes e aparentes<br />
superfícies verticais são geradas por meio de projeções de<br />
luzes coloridas, levando o espectador à percepção de uma<br />
profundidade espacial inexistente e também evocando as<br />
pinturas monocromáticas do estilo abstrato Color Field.<br />
Alguns trabalhos inéditos da sua “Hologram Series”<br />
também são exibidos na mostra, assim como imagens, vídeos<br />
e maquetes de seu mais ambicioso projeto, Roden Crater,<br />
uma espécie de templo subterrâneo dedicado integralmente<br />
à luz que vem sendo construído pelo artista no interior de um<br />
vulcão extinto no deserto do Arizona, nos Estados Unidos.<br />
A última obra do percurso, Accretion Disk 3 4 , foi<br />
desenvolvida especialmente para a exposição alemã e<br />
demonstra um objeto cuja cor se transforma vagarosamente,<br />
no decorrer de algumas horas. A instalação pode ser<br />
interpretada como uma manifestação do aspecto cósmico<br />
dos trabalhos de Turrell, já que a expressão “accretion disk”<br />
(ou “disco de acreção”) é usada na astrofísica para nomear<br />
um disco de gás ou de poeira interestelar que orbita ao redor<br />
de um corpo central, geralmente uma estrela jovem.<br />
“De certa forma, a luz unifica o mundo espiritual ao<br />
mundo efêmero e físico”, filosofa o artista, conhecido por<br />
unir ciência, tecnologia e espiritualidade de maneira única, ao<br />
atribuir uma presença física à luz imaterial. (D.T.)<br />
18 19
Imagens: summalab<br />
¿QUÉ PASA?<br />
INSTANTES DE LUZ<br />
Desenvolvido para a 16ª Bienal Internacional de Arquitetura sentimento de transição protagonizado pela luz. Já o segundo<br />
de Veneza, o pavilhão do México, “Echoes of a Land”, reflete a instante evoca as emoções vivenciadas já dentro daquele<br />
complexidade territorial do país, além de trazer exemplos da espaço, dominado pelo único volume de cor vermelha, mas, ao<br />
arquitetura mexicana contemporânea. Projetado pelo escritório mesmo tempo, banhado pela luz zenital refletida em tons de<br />
mexicano Ambrosi Etchegaray Architects, o espaço foi iluminado azul pelas outras superfícies pintadas nessa cor, criando uma<br />
pelos lighting designers do premiado escritório espanhol artec3 vibrante composição volumétrica. O último instante propõe<br />
Studio, cujo titular, Maurici Ginés, assina ainda uma obra de light uma imersão nesse mesmo ambiente, onde o volume vermelho<br />
art criada especificamente para o pavilhão.<br />
é visto de perfil, restando apenas a luz refletida em tom cálido,<br />
Contrastando com o caráter sóbrio e monocromático do propondo um novo entendimento do espaço.<br />
espaço, Instants. Memories of light from Mexico é o item mais Quando visualizadas em conjunto, as três peças criam<br />
colorido e vibrante em exposição. Trata-se de uma coleção de uma experiência que tem como objetivo evocar as emoções<br />
três peças inspiradas no caráter da luz na arquitetura mexicana, dos visitantes, na qual o movimento do espectador cria<br />
em especial na clássica Casa Gilardi, do renomado arquiteto efeitos sutis sobre a percepção, estabelecendo uma relação<br />
mexicano Luis Barragán.<br />
pessoal com a obra, além de fazer um tributo à luz na<br />
Feitas de metacrilato, vidro dicroico e filtros coloridos, cada arquitetura mexicana, fortemente inspirada pelas cores da<br />
uma das peças foi inspirada em um instante de luz particular arquitetura de Barragán. Para Maurici Ginés, cada instante<br />
vivenciado na residência. O instante número um remete à está ligado a uma emoção e, consequentemente, evoca uma<br />
entrada do ambiente da piscina, cujo corredor precedente é memória pessoal. A Bienal de Veneza está aberta a visitação<br />
20<br />
inundado pela cor amarela de seus acabamentos, gerando um até o dia 25 de novembro. (D.T.)<br />
21
Imagens: Ouchhh<br />
¿QUÉ PASA?<br />
A POESIA DA CIÊNCIA<br />
O estúdio de mídia e arte digital turco Ouchhh apresentou,<br />
entre os meses de abril e agosto, a maior instalação de<br />
inteligência artificial do mundo. Trata-se de Poetic AI, que<br />
tomou conta de uma das salas do recém-inaugurado Atelier<br />
des Lumières, uma antiga indústria de fundição transformada<br />
em galeria de arte, em Paris, França.<br />
A exibição futurista prometia uma poética jornada de<br />
inteligência artificial, na qual piso, paredes e teto da sala, de<br />
proporções monumentais, eram inundados por projeções de<br />
padrões geométricos infinitos. Tais padrões eram gerados<br />
por uma inteligência artificial criada pelo próprio estúdio,<br />
alimentada com histórias, livros e artigos escritos por<br />
cientistas que mudaram o destino do mundo nos âmbitos<br />
da física, do espaço-tempo e da luz, totalizando mais de<br />
20 milhões de linhas de texto. A IA criou, então, uma refração<br />
poética do conteúdo científico aprendido, que se traduziu em<br />
formas, luzes, sombras e movimentos gerados por meio de um<br />
algoritmo, demonstrando de maneira gráfica as conexões, até<br />
então invisíveis, entre todas essas ideias e teorias.<br />
A instalação foi desenvolvida durante seis meses e<br />
envolveu mais de 50 pessoas entre sua produção e sua<br />
viabilização técnica. Foram utilizados 136 projetores para<br />
a geração das projeções em uma escala de 50 mil pixels,<br />
que eram acompanhadas de trilha sonora desenvolvida<br />
especialmente para a instalação.<br />
Os designers explicam que escolheram Paris como locação<br />
por considerarem a cidade um centro de desenvolvimento<br />
artístico e filosófico secular, com grande influência, em escala<br />
global, no mundo das artes. Assim, buscaram reinterpretar o<br />
sentimento artístico contemporâneo da cidade, redefinindo<br />
a arte por meio de algoritmos de inteligência artificial.<br />
“Nosso objetivo é transformar o ciclo da vida cotidiana,<br />
em espaços públicos, em um universo poético, com mais<br />
qualidade, vivacidade e imprevisibilidade, criando novas<br />
experiências que combinem IA e interação artística”,<br />
declaram os artistas Ferdi Alıcı e Eylul Duranagac, diretores<br />
do Ouchhh. Um vídeo da instalação pode ser conferido em<br />
vimeo.com/266856933. (D.T.)<br />
22 23
SWAP<br />
DISTRIBUIDOR AUTORIZADO<br />
24 25
Imagens: CreatAR Images, Meng ZHOU<br />
¿QUÉ PASA?<br />
BRINCANDO COM POLICARBONATO<br />
Os arquitetos do escritório chinês Wutopia Lab buscam,<br />
por meio de seus projetos, transformar a vida cotidiana<br />
em uma “realidade mágica”, usando como instrumentos<br />
a criatividade, a imaginação e a combinação de diferentes<br />
técnicas artísticas. Seu recém-completado projeto para<br />
o restaurante Aranya, em Qinhuangdao, na China, é a<br />
materialização perfeita dessa ideologia.<br />
Voltado ao público infantil, o restaurante foi instalado<br />
em um edifício que abrigava antes um club house, o qual foi<br />
transformado em uma “‘Terra do Nunca’ de policarbonato”,<br />
como define a arquiteta Yu Ting, titular do escritório. A<br />
construção existente, de cerca de mil metros quadrados, foi<br />
envelopada com chapas de polímero plástico translúcido, que,<br />
ao ser transiluminado, joga com a percepção dos visitantes<br />
em relação às texturas e às dimensões do espaço. A pureza<br />
dessa superfície é rompida apenas pela escada metálica, que<br />
cria um contraste por meio de sua cor e de sua forma sinuosa.<br />
A escada leva ao primeiro piso, onde está localizado o<br />
salão principal do restaurante, delimitado por tubos de<br />
PVC brancos em arranjo circular, cuja iluminação uniforme<br />
e difusa, em tom branco frio, contribui para a perda da<br />
sensação de textura, de escala e de orientação no espaço,<br />
de acordo com o desejo dos arquitetos. A escada segue<br />
ainda para a cobertura do edifício, onde foi construída uma<br />
espécie de “casa voadora”. Constituída de chapas duplas de<br />
alumínio perfuradas na cor vermelha, a estrutura também é<br />
transiluminada à noite, transformando-se em um elemento<br />
icônico e trazendo um toque de ludicidade ao projeto.<br />
O restaurante conta ainda com uma área de recreação,<br />
no térreo, na qual os arquitetos buscaram distorcer a<br />
percepção da passagem do tempo por meio de acabamentos<br />
escuros, de painéis espelhados nas paredes e da iluminação<br />
tipo “céu estrelado”. Os “brinquedos” disponíveis no local<br />
são igualmente atípicos, como o escorregador de aço inox,<br />
as grandes bolas ocas de PVC ou o mar de bolinhas de<br />
plástico brancas e translúcidas. “Esperamos que o design<br />
possa transformar a realidade em uma ilusão, porém sem<br />
que perca sua verdade. O restaurante Anaya é o melhor<br />
exemplo dessa filosofia de design”, declara a equipe do<br />
Wutopia Lab. (D.T.)<br />
26 27
Imagens: Nacasa & Partners Inc.<br />
1 2 3<br />
4 5<br />
¿QUÉ PASA?<br />
CINCO ELEMENTOS<br />
Localizada na cidade de Niigata, no Japão, a montanhosa<br />
Echigo-Tsumari mantém como principal atividade econômica<br />
a agricultura tradicional, o que levou à evasão da população<br />
jovem para cidades maiores e, consequentemente, à redução<br />
e ao envelhecimento de sua população. Com o objetivo<br />
de homenagear e promover a cultura local, foi criada, em<br />
2000, a Echigo-Tsumari Triennale, que oferece instalações<br />
artísticas desenvolvidas por artistas locais em colaboração<br />
com nomes internacionais, abrangendo uma área de mais<br />
de 760 quilômetros.<br />
Para a edição deste ano, o escritório de arquitetura<br />
chinês MAD Architects apresentou o projeto Tunnel of<br />
Light, que abrangeu a restauração do túnel do desfiladeiro<br />
de Kiyotsu e a criação de diversos espaços arquitetônicos<br />
e de instalações artísticas no percurso de 750 metros de<br />
extensão. Os arquitetos tiveram como inspiração os cinco<br />
elementos da natureza, buscando promover uma releitura<br />
da relação entre humanos e natureza e a reconexão dos<br />
visitantes com a beleza natural da terra.<br />
Na entrada do túnel, o primeiro espaço, “Periscope” 1 ,<br />
relaciona-se à madeira e apresenta-se como uma pequena<br />
cabana, na qual há um spa de águas termais para os pés. Todo<br />
revestido de madeira, o ambiente conta com uma abertura<br />
circular no forro que, circundada por lentes espelhadas,<br />
reflete a natureza do entorno exterior.<br />
Ao entrar efetivamente no túnel, o visitante mergulha<br />
na “Expression of Color” 2 , uma extensa passagem que<br />
remete ao elemento terra, cujas luzes coloridas sinalizam<br />
cada um dos pontos de atenção do percurso. O primeiro<br />
deles é Invisible Bubble 3 , que se relaciona com o metal<br />
por meio de uma estrutura capsular espelhada que reflete<br />
a imagem do próprio túnel. O filme metálico utilizado como<br />
revestimento torna-se transparente quando observado<br />
desde o interior da cápsula, onde foram instalados os<br />
banheiros. O objetivo dos arquitetos foi jogar com as<br />
noções de público e privado, provocando uma reflexão<br />
sobre como as pessoas se comportam quando pensam<br />
que ninguém as está observando. O segundo ponto de<br />
atenção é The Drop 4 , que faz alusão ao fogo por meio de<br />
uma série de espelhos convexos retroiluminados por luzes<br />
vermelhas, cujo formato orgânico assemelha-se a gotas de<br />
orvalho brotando do teto e das paredes. O percurso culmina<br />
na Light Cave 5 , o ponto-final do túnel, de onde é possível<br />
observar toda a grandiosidade do desfiladeiro. Nesse local,<br />
o túnel foi revestido com chapas de aço semipolido que, em<br />
conjunto com o espelho-d’água criado no piso, multiplicam<br />
a paisagem da garganta, além de transformar a antes escura<br />
e úmida atmosfera da caverna em um espaço luminoso e<br />
reconectado à natureza.<br />
“Cada uma das instalações forma um espaço poético,<br />
onde visitantes podem transcender o papel de observadores<br />
e, tornando-se participantes ativos, integrados à natureza de<br />
maneiras inesperadas”, declara Ma Yansong, titular do escritório.<br />
A obra ficará instalada permanentemente no local. (D.T.)<br />
28 29
Imagens: Joan Guillamat<br />
¿QUÉ PASA?<br />
COZINHA-ESPETÁCULO<br />
Cientes do crescente protagonismo do ambiente da<br />
cozinha nos espaços dos restaurantes de vanguarda em<br />
todo o mundo, os chefs Sergio e Javier Torres tinham<br />
uma ideia bastante clara do que desejavam para seu novo<br />
estabelecimento: “Mais do que um restaurante com uma<br />
cozinha, queremos criar uma cozinha com um restaurante”.<br />
Dessa premissa nasceu o projeto para o Restaurante Cocina<br />
Hermanos Torres, recém-inaugurado em Barcelona, Espanha.<br />
A cargo do projeto, os arquitetos Carlos e Borja Ferrater,<br />
titulares do Office of Architecture in Barcelona (OAB), criaram<br />
um espaço no qual a cozinha não é apenas o elemento central,<br />
mas também um elemento imersivo, funcionando como um<br />
verdadeiro espetáculo que pode ser apreciado pelos comensais.<br />
Apelidado de “os três pianos”, esse ambiente central, destinado<br />
à finalização dos pratos, é totalmente aberto e integrado às<br />
mesas. Em outras palavras, o restaurante é a cozinha.<br />
A instalação do estabelecimento em um antigo galpão<br />
industrial, com cerca de 800 metros quadrados, despertou<br />
nos arquitetos o desejo de respeitar a natureza desse espaço,<br />
no qual optaram por intervir de maneira mínima. Dessa forma,<br />
escolheram a cor negra como acabamento predominante,<br />
fazendo com que se destaquem os verdadeiros protagonistas:<br />
os pratos, as toalhas de mesa e os uniformes dos chefs, todos<br />
de cor branca.<br />
Essa escolha foi decisiva também para a iluminação do<br />
espaço, cujo conceito foi iluminar apenas os elementos que<br />
merecessem atenção, como em um teatro. Em conjunto<br />
com o designer Pete Sans, os arquitetos desenvolveram<br />
as luminárias que nomearam “The Clouds”, compostas<br />
de centenas de milhares de pequenas lâmpadas de LEDs,<br />
semelhantes às tradicionais luzes de natal. O sistema foi<br />
instalado em grelhas metálicas, suspensas a uma altura<br />
constante de 2,55 metros, permitindo a construção de uma<br />
espécie de forro virtual, o que faz com que a imensidão<br />
do teto real do galpão – cuja cumeeira atinge 7,5 metros<br />
de altura – pareça sumir na escuridão. Em contrapartida,<br />
as claraboias envidraçadas e os acabamentos brilhantes<br />
das coifas (que contam com iluminação própria, para as<br />
bancadas) refletem essas luzes, gerando uma atmosfera<br />
onírica. Complementando a iluminação do salão principal,<br />
foram iluminadas as superfícies verticais que o delimitam,<br />
com destaque para a cortina dourada que recobre uma das<br />
paredes e o vidro translúcido retroiluminado, por trás do qual<br />
se situa a adega. (D.T.)<br />
30 31
32 33
Imagens: Jason Bailey Studio<br />
¿QUÉ PASA?<br />
TÚNEL<br />
CALEIDOSCÓPICO<br />
A artista britânica Liz West costuma criar obras que<br />
aguçam a percepção sensorial do observador, por meio de<br />
cores luminosas e de luzes radiantes. Recentemente, ela<br />
completou sua primeira instalação permanente em seu país<br />
natal, instalada sob a ponte Westway, em Paddington Central,<br />
um dos mais movimentados centros comerciais e residenciais<br />
de Londres, Reino Unido.<br />
Colour Transfer é uma escultura cromática constituída de<br />
múltiplos painéis angulados e espelhados que abrangem toda<br />
a superfície vertical de alvenaria sob o viaduto. O formato<br />
prismático dos espelhos remete à própria arquitetura angulada<br />
da passagem, além de contribuir para a criação de um efeito<br />
caleidoscópico, já que sua orientação para o exterior do<br />
túnel permite que sejam iluminados pela luz natural, gerando<br />
múltiplas reflexões coloridas. Os painéis foram dispostos de<br />
maneira espectral, compreendendo desde tons de vermelhoescuro<br />
até um rosa pálido, o que faz com que a obra possa ser<br />
visualizada e percebida de distintas maneiras, dependendo da<br />
direção e da posição do observador.<br />
West busca estimular em seu público novas formas de<br />
visão, acreditando que as cores e as luzes ampliam a percepção<br />
visual individual das pessoas, assim como sua sensação de<br />
bem-estar. Com essa instalação, seu desejo foi potencializar<br />
o espaço existente, atraindo a atenção dos transeuntes<br />
para elementos e detalhes que geralmente passariam<br />
despercebidos, além de proporcionar uma nova experiência<br />
espacial ao antes monótono eixo de passagem. (D.T.)<br />
34 35
Imagens: W Workspace<br />
¿QUÉ PASA?<br />
LANTERNA MÁGICA<br />
A província de Henan, na China, é conhecida pela<br />
abundância de fontes termais naturais e recebe centenas de<br />
visitantes todos os anos, especialmente durante o inverno.<br />
Nessa época, a paisagem do local adquire um tom sóbrio e<br />
monocromático, dominado pelo branco da neve, pelo céu<br />
sombrio e pelas árvores desfolhadas.<br />
Motivados a romper essa monotonia visual, os arquitetos<br />
do escritório tailandês Department of Architecture Co.<br />
desenvolveram o projeto de arquitetura e interiores para o<br />
Mist Hot Spring Hotel, localizado na cidade de Xuchang –<br />
a 100 quilômetros de Zhengzhou, capital da província. A<br />
equipe, liderada pelos arquitetos Amata Luphaiboon e Twitee<br />
Vajrabhaya Teparkum, conta que tiveram como inspiração<br />
os antigos filmes em preto e branco que, no início dos anos<br />
1900, eram coloridos manualmente, por meio de camadas<br />
translúcidas de tintas coloridas, que causavam a impressão<br />
de que as cores estavam “flutuando” e não pertenciam<br />
realmente aos objetos. Dessa forma, os arquitetos buscaram<br />
colorir a experiência dos hóspedes do hotel por meio da<br />
fachada, composta de uma estrutura reticular destacada do<br />
edifício – inspirada pela técnica de construção dos andaimes<br />
de bambu chineses –, que é preenchida com vidros em tons<br />
de azul e de magenta. Os acabamentos predominantemente<br />
monocromáticos dos interiores ressaltam o efeito dos vidros<br />
coloridos, que tingem os espaços internos quando banhados<br />
pela luz do sol, ao mesmo tempo que transformam a visão do<br />
melancólico céu invernal quando observado através das janelas<br />
coloridas. “Aqui a cor não é usada apenas como um material<br />
de acabamento, mas sim como um elemento arquitetônico<br />
tridimensional, que cria um visual único e também define os<br />
espaços”, contam os autores do projeto.<br />
À noite, cada um dos painéis coloridos é iluminado de<br />
maneira indireta e rasante, assim como acontece com as<br />
paredes do edifício por trás da estrutura reticular. A combinação<br />
dos efeitos de luz confere complexidade e profundidade à<br />
arquitetura, além de trazer privacidade aos hóspedes, ao<br />
distorcer a visão desde o exterior. Observado em meio à névoa<br />
que se forma na superfície da água quente quando entra em<br />
contato com a atmosfera gélida, o edifício parece uma lanterna<br />
que flutua magicamente sobre o lago. (D.T.)<br />
36 37
Imagens: Sedat Nizamoglu, Koç University<br />
¿QUÉ PASA?<br />
LEDS (AINDA) MAIS EFICIENTES<br />
Em recente estudo publicado pela Optica, a revista da<br />
The Optical Society (OSA), pesquisadores da instituição de<br />
ensino turca Koç University anunciaram a criação de LEDs<br />
capazes de atingir um recorde de eficiência: 105 lumens<br />
por watt de energia consumida. O número representa<br />
praticamente o dobro do que é registrado pelas tecnologias<br />
atuais e foi alcançado por meio da utilização de pontos<br />
quânticos – que podem ser definidos como nanopartículas<br />
semicondutoras – na composição dos diodos.<br />
Liderados pelo professor Sedat Nizamoglu, os pesquisadores<br />
utilizaram LEDs azuis existentes no mercado, aos<br />
quais adicionaram uma lente, cujo interior foi preenchido<br />
com uma solução líquida composta de pontos quânticos<br />
sintetizados. Quando iluminados pela luz azul do LED, esses<br />
pontos liberam luzes verdes e vermelhas, que resultam,<br />
por sua vez, na emissão de luz branca. Diferentemente do<br />
fósforo, que em geral é utilizado para obter essa conversão<br />
de cor da luz, os pontos quânticos geram cores puras, pois<br />
sua emissão se dá em uma porção reduzida do espectro. Isso<br />
eliminaria problemas de binagem, ao permitir um controle<br />
preciso da temperatura de cor emitida pelo LED, por meio<br />
do balanceamento da quantidade de pontos emissores de<br />
cada uma das cores – propriedade que é determinada pelo<br />
tamanho de cada nanopartícula.<br />
Os pontos quânticos atualmente são utilizados em moni<br />
tores LED, porém sua eficiência é baixa por estarem<br />
incorporados a polímeros sólidos, o que foi solucionado com<br />
sua transferência para um meio líquido. Os pesquisadores<br />
acreditam ser possível atingir uma eficácia de até 200<br />
lumens por watt, o que consideram ser o próximo passo<br />
no desenvolvimento dessa tecnologia. Como pontos ainda<br />
a melhorar, estudam a substituição de alguns materiais<br />
utilizados no primeiro estudo – como o cádmio e o chumbo –<br />
por outros mais ecologicamente corretos, além da avaliação<br />
da estabilidade dessa fonte luminosa para aplicações em<br />
longo prazo. “Os métodos de síntese e fabricação dos pontos<br />
quânticos e dos novos LEDs é simples, barato e aplicável à<br />
produção em massa”, promete Nizamoglu. (D.T.)<br />
38 39
Intel Corporation<br />
1<br />
Studio Drift<br />
2<br />
Studio Drift<br />
3<br />
¿QUÉ PASA?<br />
DRONES DE ARTIFÍCIO<br />
A partir da simples ideia de construir a logomarca da<br />
empresa com o sobrevoo de veículos aéreos não tripulados<br />
em sua sede, a empresa multinacional Intel desenvolveu uma<br />
inédita tecnologia voltada à realização de shows de luzes com a<br />
utilização de drones.<br />
O inovador sistema Intel Shooting Star utiliza drones de<br />
poliestireno extrudado, um material semelhante ao plástico,<br />
cuja principal característica é a leveza, permitindo que cada<br />
equipamento pese menos de 300 gramas. Os drones são<br />
dedicados exclusivamente ao entretenimento, por isso não<br />
contêm nenhum tipo de sensor ou de câmera. No entanto, eles<br />
são equipados com LEDs na parte inferior, os quais possibilitam<br />
4 bilhões de combinações de cores, o que, com a possibilidade<br />
de programação de movimentos, viabiliza a criação de<br />
praticamente qualquer forma ou animação.<br />
Com a crescente problematização do uso dos tradicionais<br />
fogos de artifício (principalmente em razão da poluição e<br />
do barulho), essa tecnologia representa uma alternativa<br />
sustentável, precisa e eficiente, permitindo o desenvolvimento<br />
de uma apresentação completa em questão de dias, por meio<br />
de softwares também desenvolvidos pela empresa. Além<br />
disso, seus desenvolvedores garantem a eficiência do sistema<br />
até mesmo em ambientes fechados e com a ausência de<br />
sistemas GPS, pois também incluiu neles um preciso sistema de<br />
localização interno. Para esse tipo de aplicação, foi desenvolvida<br />
uma versão menor do drone, o Intel Shooting Star Mini 1 , cujas<br />
quatro hélices contam com uma estrutura externa de proteção,<br />
aumentando a segurança do sistema.<br />
A tecnologia vem sendo amplamente utilizada em<br />
grandiosas apresentações, como o festival de música<br />
californiano Coachella e as cerimônias de abertura e<br />
encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, em<br />
PyeongChang, China 2 . Além de emular fogos de artifício,<br />
o sistema pode ser utilizado para outros tipos de instalação<br />
artística, como a “escultura voadora” Franchise Freedom,<br />
desenvolvida pelos holandeses do Studio Drift, em parceria<br />
com a montadora BMW, que utilizou 300 drones Shooting<br />
Star durante a Art Basel 2017, em Miami Beach (e cujo registro<br />
fotográfico de longa exposição capta a movimentação das<br />
luzes) 3 . A empresa afirma ainda que a tecnologia empregada<br />
no sistema pode ser aproveitada futuramente em outras<br />
aplicações, como o auxílio em operações de busca e resgate<br />
ou na melhoria da eficiência nos trabalhos de inspeção.<br />
Buscando desafiar os limites da nova tecnologia, a Intel<br />
recentemente entrou para o Guinness World Records durante a<br />
celebração dos 50 anos da empresa, no último mês de julho,<br />
quando realizou um espetáculo utilizando, simultaneamente,<br />
2.018 drones controlados por um único computador. Vídeos<br />
promocionais desse e de outros espetáculos estão disponíveis<br />
na página youtu.be/xwQ31-vSgfs. (D.T.)<br />
40 41
Imagens: Peter Andrew Lusztyk<br />
¿QUÉ PASA?<br />
VIDA APÓS A QUEIMA<br />
Na contramão do crescente domínio da tecnologia LED<br />
no mercado da iluminação, o estúdio canadense Castor<br />
Design criou a Induction Wall Light, que nada mais é do<br />
que uma arandela alimentada por meio do princípio da<br />
indução eletromagnética. O que mais surpreende no design<br />
do produto, no entanto, é a matéria-prima utilizada em sua<br />
construção: tubos fluorescentes queimados.<br />
Esse tipo de lâmpada funciona, tradicionalmente, por meio<br />
da descarga de radiação ultravioleta gerada pela ionização<br />
de gases, excitando o revestimento interno do tubo, à base<br />
de fósforo, produzindo, assim, a luz visível. Eletrodos em<br />
forma de filamentos nas extremidades do tubo aquecem seu<br />
interior, com o objetivo de reduzir a tensão elétrica necessária<br />
para a ionização. Quando se queimam, essas regiões tornamse<br />
escurecidas, em razão da deterioração desses filamentos,<br />
o que impede seu funcionamento. A proposta dos designers<br />
é reaproveitar essas aparentemente inúteis lâmpadas<br />
e torná-las novamente funcionais por meio da indução<br />
eletromagnética, que produz tensão pela alteração do campo<br />
magnético. A arandela é controlada por um interruptor de pé,<br />
que, uma vez acionado, ativa um circuito que envia corrente<br />
elétrica a um soquete, conectado a uma das extremidades<br />
da lâmpada. Essa corrente estimula os gases presentes no<br />
interior do tubo, fazendo com que emita luz.<br />
Os criadores do produto fizeram questão de deixar expostos<br />
os pinos existentes na outra extremidade da lâmpada, com o<br />
objetivo de demonstrar que é apenas o campo magnético o<br />
responsável por gerar a corrente elétrica que o acende. A luz<br />
gerada por meio desse fenômeno é ligeiramente diferente<br />
daquela produzida por um tubo fluorescente comum,<br />
apresentando um brilho mais suave, cuja intensidade é maior<br />
à medida que se aproxima do soquete de alimentação. A<br />
temperatura de cor da luz também pode variar, deixando de<br />
estar vinculada somente ao revestimento à base de fósforo<br />
do tubo e passando a ser determinada pela quantidade e<br />
pelos tipos de gás no interior das lâmpadas.<br />
Segundo a equipe do Castor Design, a mensagem por trás da<br />
criação é demonstrar as novas e interessantes possibilidades de<br />
uso oferecidas por materiais existentes, evitando seu descarte.<br />
“Em vez de destruir uma lâmpada fluorescente, o que liberaria<br />
gases nocivos no meio ambiente, a Induction Wall Light pode<br />
alimentar qualquer tubo que esteja intacto. Isso demonstra que<br />
ainda resta vida nas lâmpadas antigas, mesmo que aparentem<br />
estar esgotadas”, explicam os designers. (D.T.)<br />
42 43
1<br />
Imagens: Gert Jan van Rooij<br />
2<br />
Courtesy of Carpenters Workshop Gallery<br />
3<br />
5 4<br />
¿QUÉ PASA?<br />
SOBRE NATUREZA, TECNOLOGIA E O HOMEM<br />
Após pouco mais de dez anos de existência, o duo de<br />
designers holandês Studio Drift ganhou sua primeira exposição<br />
solo, em cartaz entre os meses de abril e agosto no Stedelijk<br />
Museum Amsterdam, na capital dos Países Baixos. A mostra<br />
Coded Nature apresentou alguns dos trabalhos mais marcantes<br />
dos designers Lonneke Gordijn e Ralph Nauta, fundadores do<br />
estúdio, além de obras inéditas.<br />
O trabalho do Studio Drift pode ser definido como<br />
transdisciplinar, abrangendo tópicos contemporâneos<br />
como a sustentabilidade e a atual importância dos<br />
processos naturais para o meio ambiente, por meio de artes<br />
tecnológicas e do biodesign. A transformação na relação<br />
entre o homem, a natureza e a tecnologia também é um dos<br />
temas centrais de seus trabalhos, tendo sido abordado já<br />
em sua primeira criação, Fragile Future – exibida no Brasil,<br />
durante o festival Made by… Feito por brasileiros, em 2014. A<br />
escultura é constituída de circuitos elétricos tridimensionais<br />
de bronze, em composição modular, e de LEDs nos quais<br />
foram coladas, manualmente, sementes de dente-de-leão.<br />
A obra ressalta o contraste entre processos de produção<br />
artesanais e em massa, oferecendo uma visão utópica de<br />
um futuro no qual ambos se unem em um esforço pela<br />
sobrevivência. Os designers criaram uma composição de<br />
Fragile Future – a maior de todas até hoje – especialmente<br />
adaptada para a mostra 1 2 .<br />
A instalação Drifter 3 , exibida pela primeira vez na mostra,<br />
apresenta um enorme bloco de concreto flutuante como<br />
questionamento das transformações na percepção humana do<br />
mundo: assim como a atual composição das cidades de concreto<br />
já foi um dia considerada uma utopia, será um bloco de concreto<br />
flutuante também uma realidade no futuro? A instalação<br />
acompanhou o também inédito curta-metragem Drifters, sobre<br />
uma entidade em busca de sua origem e seu propósito.<br />
A mostra trouxe ainda diversas obras que apresentam<br />
forte relação com a natureza, como as esculturas cinéticas<br />
Meadow 4 e Shylight 5 , que remetem a espécies de<br />
“flores mecânicas” dotadas de luzes, que se atenuam ou se<br />
intensificam de acordo com seus movimentos. Em conjunto,<br />
a obra do Studio Drift resulta em uma síntese harmoniosa dos<br />
mundos natural e tecnológico, em uma tradução poética dos<br />
infinitos recursos e das incontáveis possibilidades oferecidas<br />
pelo futuro. (D.T.)<br />
44 45
Imagens: Joel Chester Fildes<br />
¿QUÉ PASA?<br />
RE-SIGNIFICA(ÇÃO)DO<br />
Em 2010, o escritor norte-americano Jonathan Safran<br />
Foer criou a reinterpretação da obra The Street of Crocodiles,<br />
de 1934, do novelista e pintor polaco Bruno Schulz, por meio<br />
do “livro-escultura” Tree of Codes, composto de palavras e<br />
frases recortadas – literalmente – do texto original, criando<br />
novas possibilidades de narrativas, nas quais a composição<br />
e a interpretação ficam a cargo do leitor.<br />
Essa releitura foi a inspiração para a criação do espetáculo<br />
de balé Tree of Codes, desenvolvido pelo coreógrafo britânico<br />
Wayne McGregor, em parceria com o artista visual islandêsdinamarquês<br />
Olafur Eliasson. O trabalho de criação coletiva<br />
de mais de dois anos foi apresentado pela primeira vez<br />
durante o Manchester International Festival, em 2015, e<br />
reapresentado em outras duas ocasiões em 2017 – em<br />
Melbourne, Austrália, e em Londres, Inglaterra. Novas<br />
apresentações estão agendadas para o próximo mês de<br />
outubro, em Hong Kong.<br />
O cenário desenvolvido por Eliasson desempenha<br />
um importante papel para a construção e para a narrativa<br />
do espetáculo. O artista criou um cenário com enormes<br />
formas geométricas caleidoscópicas que criam um jogo<br />
de multiplicação de imagens e oferecem ao espectador<br />
“reflexões acerca de reflexões”, por meio de espelhos, de<br />
filtros coloridos e de luzes. Tal como no livro de Foer – em<br />
que a sobreposição dos recortes de palavras e frases permite<br />
a geração de conteúdos a partir da interação com o leitor –, o<br />
público é parte integrante do espetáculo, sendo seus rostos<br />
ora iluminados pelas luzes em movimento, ora refletidos,<br />
para si mesmos, pelos espelhos do cenário.<br />
A trilha sonora utilizou um algoritmo para transformar o<br />
texto do próprio livro em música. Dessa forma, o espetáculo<br />
oferece uma ressignificação completa do significado da obra.<br />
Eliasson conta ter se inspirado na “natureza física” e na<br />
“vibração” do livro para a composição do cenário: “Para mim,<br />
livros sempre foram mais do que apenas uma impressão sobre<br />
papel. Eu os considero um material vibrante, que vibra ideias.<br />
Tree of Codes aborda o livro como um espaço relacionado aos<br />
nossos corpos. Tentei traduzir esse sentimento por meio do<br />
conceito visual”, declara. (Ivone Magalhães Szabó e Orlando<br />
Marques com colaboração de Débora Torii)<br />
46 47
Fachada sul do Fuji World Heritage Center, projeto<br />
de arquitetura de Shigeru Ban e de iluminação da<br />
LPA – Light Planners Associates.<br />
MONTE FUJI<br />
Texto: Orlando Marques<br />
Fotos: Lighting Planners Associates, Toshio Kaneko<br />
competir com a forma do Monte Fuji”,<br />
relata o arquiteto japonês e laureado Pritzker de<br />
“Impossível<br />
2014 Shigeru Ban ao Designboom, sobre o desenho<br />
do edifício Fuji World Heritage Center (Centro de Patrimônio<br />
Mundial Monte Fuji), inaugurado em dezembro de 2017 na<br />
cidade de Shizuoka, na ilha de Honshu, no arquipélago japonês.<br />
O projeto foi escolhido dentre 238 propostas para o novo<br />
museu, em comemoração à inclusão do Monte Fuji como<br />
Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, no ano<br />
passado. Segundo o arquiteto, as demais propostas previam<br />
coberturas no formato da icônica montanha japonesa, que<br />
também abriga um vulcão dormente, inativo desde a erupção<br />
de 1<strong>70</strong>7. Sua ideia foi inverter o volume principal, em formato<br />
de cone revestido por uma treliça de madeira, e mostrá-lo por<br />
meio do reflexo no espelho-d’água que circunda o edifício.<br />
No interior do cone invertido, o arquiteto projetou uma<br />
rampa helicoidal com 193 metros de extensão, por onde os<br />
visitantes podem emular a subida da montanha. Nas paredes<br />
são projetadas uma série de imagens das paisagens do percurso,<br />
incluindo cachoeiras, lagos e a flora nas quatro estações do<br />
ano. No topo, os visitantes são acolhidos por uma ampla<br />
sala cuja abertura emoldura uma vista espetacular do Monte<br />
Fuji. No forro, pontos brilhantes reproduzem o desenho da<br />
48 49
constelação de estrelas vista da janela no dia 23 de fevereiro,<br />
Dia do Monte Fuji, ou Fujisan, como também é chamado pela<br />
população local.<br />
O projeto de iluminação do edifício, desenvolvido pelo<br />
escritório japonês LPA – Lighting Planners Associates, cumpriu<br />
sua tarefa com a mesma delicadeza com que o edifício se<br />
relaciona com seu entorno. A base do cone, onde a trama da<br />
treliça de madeira é mais densa, foi iluminada de maneira que<br />
a base iluminada refletida do cone invertido no espelho-d’água<br />
se parecesse com o topo nevado do Monte Fuji. A tonalidade<br />
da luz quente assemelha-se à do pôr do sol, horário no qual a<br />
iluminação externa gradualmente acende, apagando-se também<br />
de forma gradativa às 22 horas. Outras programações de cores<br />
para a base do edifício também são possíveis. Por 10 minutos,<br />
às 19, às 20 e às 21 horas, acende-se a cor rosa, em alusão à<br />
florada das flores de cerejeiras, a sakurá, no início da primavera;<br />
a cor azul, no início do verão; e a tonalidade alaranjada das folhas<br />
das árvores, no outono. Há também cores especiais em datas<br />
comemorativas, como o Dia do Monte Fuji (23 de fevereiro),<br />
o início da temporada de escaladas na montanha (10 de julho)<br />
e o Ano-Novo (31 de dezembro a 3 de janeiro), pelo mesmo<br />
período de tempo das cores sazonais. Cálculos detalhados da<br />
iluminação da fachada também determinaram luminâncias<br />
de aproximadamente 5 cd/m² na parte superior da superfície<br />
da fachada, ou a metade do que é permitido por lei no Japão.<br />
Na recepção, nas áreas internas do museu, o cone também<br />
é iluminado de baixo para cima, cuja reflexão na treliça de<br />
madeira ajuda a criar a sensação de luminosidade ideal para o<br />
balizamento, apesar dos níveis lumínicos serem menores do que<br />
parecem. Projetores embutidos em nichos na parede completam<br />
a iluminação do cone. No entanto, a luz de serviço do ambiente<br />
é proveniente do painel de informações, iluminado com perfil de<br />
LED linear assimétrico fixado na sua parte superior e na inferior.<br />
Na página anterior, projetores<br />
subaquáticos RGB 25 W, 515 lm<br />
permitem a variação de cores na<br />
base do cone invertido, de acordo<br />
com eventos sazonais: branco<br />
quente, durante o pôr do sol; rosa<br />
em celebração à sakurá; azul, no<br />
início da primavera e laranja, no<br />
outono. Na recepção, projetores<br />
embutidos no piso RGB fixos em<br />
3.000 K, com facho assimétrico<br />
30° × 60° e Ra >90. No painel,<br />
perfil linear de LED com facho tipo<br />
wallwasher 875 lm/m, 3.000 K,<br />
Ra > 85.<br />
50 51
No ambiente da rampa, objetos no piso e nas paredes são<br />
destacados por projetores com máscara de recorte, 18 W,<br />
25°, e variação de temperatura de cor entre 2.<strong>70</strong>0 K e<br />
4.200 K. Na ampla sala no final da rampa, o projeto de<br />
iluminação propôs a reprodução da constelação no<br />
Dia do Monte Fuji. No auditório, a iluminação do forro é<br />
feita por perfis lineares de LED 2.500 lm/m, 25 W/m,<br />
3.000 K, Ra > 85. Para a iluminação do auditório, foram<br />
utilizadas luminárias embutidas no forro ripado, com<br />
fachos de 32° e 48°, 3.000 K, Ra > 90.<br />
As rampas do museu são iluminadas com uma intensidade<br />
luminosa mínima para uma caminhada confortável e segura,<br />
permitindo também o contraste necessário na projeção das<br />
imagens nas paredes. Instalações e objetos são destacados<br />
por meio de projetores fixados em trilhos embutidos no forro.<br />
O forro ondulado do auditório, composto de tubos de papel,<br />
recebeu iluminação indireta integrada na parte superior do<br />
revestimento das paredes. De acordo com o uso do espaço,<br />
luminárias lineares embutidas nos tubos iluminam a plateia.<br />
FUJI WORLD HERITAGE CENTER<br />
Shizuoka, Japão<br />
Projeto de iluminação:<br />
LPA - Lighting Planners Associates<br />
Kaoru Mende (titular)<br />
Mari Kubota, Motoyo Yano, Yumi Honda<br />
(coordenadoras)<br />
Projeto de arquitetura e interiores:<br />
Shigeru Ban Architects<br />
Projeto de paisagismo:<br />
studio on site<br />
Projeto expográfico:<br />
Tanseisha<br />
Projeto gráfico:<br />
Nippon Design Center<br />
Projeto estrutural e engenharia:<br />
Arup<br />
Fornecedores:<br />
Color Kinetics Japan, DAIKO, DN Lighting,<br />
iGuzzini, ITL, Lutron, Panasonic, TOKI, Yamada<br />
52 53
Fachada da loja Novo Ambiente na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, projeto de arquitetura de Paulo Mendes da Rocha,<br />
Ivan Rezende e projeto de iluminação MS+M Associados em parceria com LD Studio e Kelving.<br />
NOVO AMBIENTE<br />
Texto: Andre Becker Pennewaert | Fotos: Andrés Otero<br />
Paulo Mendes da Rocha gosta de brincar com o conceito de<br />
vitrines. Seu trabalho mais famoso nesse departamento<br />
é, provavelmente, a icônica loja da Forma, de 1987, onde<br />
ele suspendeu uma vitrine de 30 metros de comprimento em<br />
uma laje em balanço finíssima, para permitir a visualização<br />
pelos carros em movimento na avenida em frente. Mas uma<br />
abordagem oposta e muito interessante que ele adotou em<br />
2005 destacou-se pelo contraste, em um projeto encomendado<br />
pela Vitra e finalizado pela Casa Matriz, e agora abriga a Novo<br />
Ambiente. Em uma famosa alameda de vitrines – a Gabriel<br />
Monteiro da Silva –, o arquiteto criou uma grande empena cega<br />
de placas modulares, destacando-se por uma única, simples e<br />
instigante janela quadrada de 2,5 × 2,5 metros.<br />
Paulo Mendes comenta que o motivo da fachada inusitada<br />
é, primeiro, essa vontade de surpreender e sugerir. Mas um<br />
fator igualmente importante foi a orientação do sol, pois é<br />
uma fachada noroeste.<br />
A nova loja no espaço não deixa de ser um certo retorno<br />
às origens, pois a obra foi projetada inicialmente para receber<br />
mobiliário. Foi matriz de uma loja de tapetes na sua primeira<br />
vida (com grande felicidade, note-se), objetos naturalmente mais<br />
“pesados” em termos de exposição. Agora, ela está recheada<br />
apenas de móveis de design. A Novo Ambiente deixa claro já<br />
no nome a sua visão quanto ao poder do mobiliário. A empresa<br />
lançou um manifesto em 2015, quando completou 35 anos de<br />
atividade, em que afirma: “Os móveis definem um espaço ao<br />
mesmo tempo que guardam a potência da mobilidade, desenham<br />
e redesenham um cômodo sem mudar sua estrutura sólida”.<br />
Isso também pode – e deve – ser dito sobre a iluminação.<br />
A luz natural, no decorrer do dia, vai alternado a arquitetura.<br />
E a luz artificial, projetada, desenha e redesenha a arquitetura,<br />
o ambiente e as sensações.<br />
Internamente, o projeto é um galpão de construção detalhada<br />
e milimétrica com um destaque evidente: um mezanino sem<br />
pilares, que flutua no espaço, distante das paredes em todas<br />
as suas laterais, sustentado por vigas metálicas. A edificação<br />
é caracterizada por planos soltos e independentes: placas,<br />
pilares e vigas metálicas, empenas de concreto, grelhas vazadas<br />
de forro. Um grande galpão com pé-direito de 7,80 metros,<br />
cortado pelo mezanino a 2,60 metros.<br />
Essa foi a base recebida pela equipe da Novo Ambiente<br />
quando decidiram ocupar esse endereço. Os projetos no Rio de<br />
Janeiro são confiados ao arquiteto Ivan Rezende, que assumiu<br />
também este trabalho. Mas, extremamente respeitosas para<br />
com o projeto original (e atestando a flexibilidade dele), as<br />
adaptações de arquitetura foram as mínimas necessárias,<br />
apenas atualizações. Os guarda-corpos “clássicos” de duas<br />
barras de Paulo Mendes da Rocha receberam algumas barras<br />
adicionais para aumentar a segurança, além de outros detalhes<br />
para atualizar e adaptar o uso.<br />
54 55
No pé-direito duplo, de<br />
7,80 metros, projetores<br />
fixados nos rasgos do forro<br />
metálico foram restaurados<br />
e a tecnologia foi atualizada<br />
para LED 3.000 K, com três<br />
aberturas de facho 9° e 12°,<br />
3. 364 lm e 33°, 2.297 lm,<br />
Ra > 80. No ambiente sob<br />
o mezanino e sobre o forro<br />
colmeia com módulos de<br />
10 cm × 10 cm, as “máquinas<br />
de luz”, com 1,5 m × 1,5 m<br />
e 1,5 m × 3,0 m e sistema<br />
híbrido de iluminação para<br />
luz difusa e de destaque, com<br />
variação de temperatura de<br />
cor e de intensidade, foram<br />
distribuídas de acordo com<br />
os módulos do forro.<br />
Nonononon ononono ononon onono ono onono ono ono onoononono ononoonono ononono o ononono o onoonono oonono<br />
Nonononon ononono ononon onono ono onono ono ono onoononono ononoonono ononono o ononono o onoonono oonono<br />
A iluminação do projeto original de 2004 foi fornecida pelo<br />
fabricante de luminárias Companhia de Iluminação, contudo<br />
a Novo Ambiente trabalha no Rio de Janeiro com a lighting<br />
designer Mônica Luz Lobo, do LD Studio, e a procurou para<br />
o espaço paulistano.<br />
Como o projeto e a obra dependiam muito de levantamentos,<br />
testes e estudos no local quanto aos detalhes finos da arquitetura e<br />
de peças e soluções de iluminação existentes, Mônica recomendou<br />
como parceiros de projeto a MS+M Associados, escritório<br />
paulistano dos sócios Ivone Magalhães Szabó e Orlando Marques.<br />
O trabalho da parceria consistiu em uma análise detalhada<br />
da arquitetura, particularmente em relação à abordagem nas<br />
soluções de iluminação natural, e uma pesquisa intensa das<br />
luminárias existentes, realizada pela MS+M com apoio da<br />
Companhia de Iluminação, que também trabalhou nesta<br />
segunda vida do projeto. Dessa forma, os lighting designers<br />
atualizaram algumas peças e soluções intrínsecas à arquitetura<br />
para tecnologias luminotécnicas contemporâneas, como o<br />
LED e seus componentes ópticos, e sugeriram desenvolver<br />
soluções novas e interessantes para a iluminação dos<br />
ambientes como um todo e, em especial, para os desafios<br />
recorrentes na iluminação, por meio de forros metálicos<br />
vazados – situação característica na arquitetura recente de<br />
Paulo Mendes da Rocha.<br />
Há três componentes/camadas principais na iluminação. A<br />
primeira, uma luz de preenchimento nas laterais da construção<br />
onde o pé-direito duplo é mais pronunciado (as laterais, onde<br />
ficam o acesso de um lado e a escada que leva ao mezanino<br />
do outro), é obtida por grandes arandelas desenhadas para a<br />
obra original, feitas de chapa espessa metálica que se inclina<br />
em direção ao teto, iluminando fartamente o forro e criando<br />
uma luz ambiente difusa e suave no galpão, além de soltar um<br />
pouco de luz por baixo, para as paredes, pela soltura da placa<br />
metálica. Essas peças foram totalmente atualizadas. A estrutura<br />
se manteve, mas a fonte luminosa foi totalmente revisitada,<br />
substituindo-se as antigas lâmpadas de vapor metálico bipino<br />
por uma composição de três sistemas ópticos diferentes, cada<br />
um com sua fonte de luz de LED, exaustivamente testadas in loco.<br />
56 57
Na cobertura, acompanhando as vigas metálicas transversais,<br />
há uma série de projetores, trabalhados com diferentes aberturas<br />
de facho e intensidades, para atender ao mezanino – como<br />
complemento da iluminação de trabalho e das áreas de showroom<br />
de pé-direito duplo. Aqui também foram mantidas as peças<br />
originais, que tiveram as fontes de luz reposicionadas e atualizadas,<br />
gerando uma camada de iluminação de destaque.<br />
Abaixo do mezanino (e em outros pontos onde o forro de<br />
grelha metálica domina), está a maior novidade do projeto, uma<br />
solução nova que buscou alterar de modo mais radical o tipo e<br />
os recursos da iluminação dessa área, que é um dos corações<br />
do espaço. Pelas aberturas limitadas e pelo pé-direito reduzido,<br />
mesmo de dia o espaço tendia a ficar um pouco escuro para a<br />
exposição do mobiliário, especialmente no fundo da loja. Buscouse,<br />
então, um elemento que jogasse luz abundante e dinâmica<br />
ali. Para isso, criaram grandes luminárias – que chamaram de<br />
“máquinas de luz”, termo utilizado pelo lighting designer e professor<br />
sueco Jan Ejhed, inspirado pelos conceitos apresentados por Le<br />
Corbusier em seu livro Sobre a Arquitetura, no qual define a casa<br />
moderna como uma “máquina de morar”, segundo explicou<br />
Orlando. As “máquinas” foram dimensionadas para encaixe dentro<br />
da modulação do forro colmeia, com sistema de iluminação de<br />
preenchimento e de destaque. São compostas de barras de LED<br />
fixadas sob chapa metálica, com fechamentos laterais, suporte para<br />
luminárias orientáveis e difusores de acrílico translúcido rentes ao<br />
forro colmeia metálico existente, com dimensões que chegam a<br />
3,0 × 1,50 metro, dentro da modulação de 10 × 10 centímetros da<br />
colmeia metálica.<br />
Essas peças recebem 4 ou 8 luminárias direcionáveis em suas<br />
extremidades. E o miolo com difusor de acrílico recebeu fontes<br />
luminosas com duas temperaturas de cor – contribuição do designer<br />
Flavio Berman, da Kelving, também parceira do LD Studio e<br />
de MS+M Associados no desenvolvimento do projeto –,<br />
com programações para mudança na temperatura de cor e<br />
intensidade dependendo da hora do dia, da incidência de luz<br />
natural e do clima desejado.<br />
O desenho bem marcado das máquinas fica diferente<br />
das soluções recorrentes nos projetos de Paulo Mendes com<br />
forros colmeia vazados. Geralmente, nessa situação, têmse<br />
o forro vazado (seja tela, seja colmeia) distante da laje<br />
e uma iluminação distante do forro fixada na laje. Isso gera<br />
perda na eficiência e no controle da iluminação e manchas<br />
mais difusas de luz no forro. Essa solução busca tratar o<br />
forro como elemento relativamente autônomo, mais uma<br />
das placas soltas na arquitetura. A solução das máquinas<br />
tem outra proposta: criar um desenho muito claro de luz na<br />
colmeia, bem delimitado. Um módulo está totalmente aceso,<br />
e o módulo vizinho está totalmente apagado.<br />
Assim, a iluminação ganha outra qualidade nas superfícies<br />
abaixo. Um estudo muito interessante das diferentes<br />
possibilidades para as mesmas soluções arquitetônicas, a<br />
solução das “máquinas de luz”, que ganhou grande destaque<br />
no forro do mezanino, se repete em escalas diferentes, muitas<br />
vezes lineares, nos espaços periféricos que também usam<br />
forro de colmeia metálica e circundam o grande salão, o que<br />
mostra sua flexibilidade.<br />
Na página anterior, a área de showroom sob o mezanino foi<br />
iluminada com variação da temperatura de cor entre 2.500 K<br />
e 3.000 K, de acordo com a hora do dia e a penetração da luz<br />
natural no ambiente. Acima, iluminação da escada foi feita por<br />
meio de perfil de LED linear com distribuição assimétrica de luz<br />
indireta, fixada sobre a parede divisória à esquerda. No pavimento<br />
do mezanino, a área do showroom do mobiliário corporativo é<br />
iluminada por arandelas para iluminação indireta, utilizando<br />
três tecnologias diferentes: 3 x LED COB 3.364 lm, 4 x LED<br />
PCBA concêntrico 1.240 lm e LED PCBA linear com 750 lm,<br />
todos 3.000 K e Ra > 80 e também por projetores. No corredor<br />
do térreo, foi utilizada uma variação da máquina de luz, em<br />
versão linear. Ao lado, vista da entrada da loja com distribuição<br />
de luminárias decorativas comercializadas pela Novo<br />
Ambiente, em conjunto com a iluminação arquitetônica.<br />
LOJA NOVO AMBIENTE<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
MS+M Associados<br />
Ivone Magalhães Szabó e Orlando Marques (titulares)<br />
Fernanda Leite, Julia Zaccarelli, Leon Fernandes e Lucas Falcão<br />
(colaboradores)<br />
LD Studio<br />
Mônica Luz Lobo e Daniele Vale (titulares)<br />
Kelving<br />
Flávio Berman e Thiago Prado (titulares)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Paulo Mendes da Rocha<br />
Projeto de adequação de arquitetura e de interiores:<br />
Ivan Rezende<br />
Obra:<br />
Christian de Rogatis<br />
Fornecedor:<br />
Companhia de Iluminação<br />
58 59
A unidade visual do edifício da Localiza é valorizada pelas fontes de luz internas que possuem temperatura de cor única de 4.000 K.<br />
No lobby, a luz geral é proveniente de três elementos luminosos lineares formados por barras de LED com comprimento linear de<br />
1,53 m, 37,8 W, 4.000 K e telas tensionadas de PVC translúcida.<br />
LUZ COMO QUARTA<br />
DIMENSÃO DO ESPAÇO<br />
Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Jomar Bragança<br />
O<br />
edifício sede da Localiza, rede de aluguel de carros,<br />
na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, tem sua<br />
volumetria marcada por três terraços-jardim formados<br />
por recuos na fachada do prédio, projetado pela Botti Rubin<br />
Arquitetos. Harmonicamente incorporadas à construção, essas<br />
áreas perimetrais aterraçadas enriquecem o prisma de vidro<br />
com o verde, que também é abundante na praça de convivência<br />
arborizada de 4 mil metros quadrados, uma “gentileza urbana”<br />
à capital mineira. O open space, outro conceito privilegiado na<br />
sede, foi explorado pelo escritório Morence Arquitetura + Design,<br />
responsável pela arquitetura de interiores, e iluminado pelo escritório<br />
Mingrone Iluminação, por meio de soluções que reforçam a ideia<br />
de abertura e integração espaciais.<br />
Antônio Carlos Mingrone, titular da Mingrone Iluminação, conta<br />
que todas as fontes de luz internas possuem temperatura de cor<br />
única, para promover a unidade arquitetônica do edifício à noite.<br />
Quando o sol se põe, as fachadas se revelam de forma elegante<br />
e harmônica com o entorno, graças ao predomínio de fontes de<br />
luz com 4.000 K, definida para valorizar a cor verde presente na<br />
arquitetura de interiores. “Apenas nas áreas de paisagismo é que<br />
foi adotada a temperatura de 3.000 K”, diz Mingrone.<br />
No lobby de pé-direito duplo, a ortogonalidade é rompida pela<br />
escada helicoidal que conduz ao mezanino e remete à natureza<br />
com sua forma orgânica. No forro e na parede revestidos com<br />
telhas metálicas verdes, destacam-se três elementos luminosos<br />
lineares com 1,53 metro de comprimento cada. Já as circulações<br />
e o hall de elevadores do lobby são iluminados por cornijas e<br />
sancas interconectáveis.<br />
60 61
No lobby, a iluminação geral é proveniente de três elementos<br />
luminosos lineares. No staff, a iluminação é proporcionada por<br />
luminárias de LED com difusor acrílico (com transmitância de<br />
80%), que assumem as dimensões das placas do forro.<br />
Na sala do Conselho, a luz geral é proveniente de um teto<br />
luminoso formado pelo grande difusor de tela tensionada<br />
de PVC translucido e fitas de LED de 18 W, 4.000 K. A luz<br />
direcionada às mesas, por sua vez, é oriunda dos projetores de<br />
LED 14,4 W, 4.000 K, 43°, inseridos em um rasgo que assume<br />
a cor verde por sistema RGB automatizado.<br />
A linguagem do projeto de iluminação está baseada em<br />
soluções lineares como sancas e cornijas luminosas. Mingrone<br />
explica que, embora o edifício não tenha buscado a certificação<br />
LEED, as marcas de desempenho da ordem de 4,97 W/m 2 , uma<br />
baixíssima densidade de potência de iluminação, o qualificariam<br />
para tanto. “A proposta toda em LED dimerizável e automatizada<br />
com o protocolo DALI não era tão difundida em 2015, quando o<br />
projeto foi criado”, esclarece. Nas áreas reservadas ao staff, o projeto<br />
seguiu o conceito open space visando promover uma dinâmica de<br />
trabalho integrada e flexível que favorecesse o contato e a sinergia<br />
entre equipes. As mesas perpendiculares à janela fazem com<br />
que a luz natural penetre no ambiente sem gerar sombras. A luz<br />
artificial é proveniente de “pequenos tetos luminosos”, maneira<br />
como o designer se refere às luminárias de LED com difusores de<br />
acrílico com transmitância de 80% que assumem as dimensões<br />
das placas do forro modulado. “Nas áreas do staff, quanto mais<br />
próximo ao core do edifício e mais distante da janela, maior é o<br />
suplemento de iluminação artificial adotado para compensar a<br />
escassez de luz natural. Os sensores de luminosidade também<br />
entram em ação para prover um nível maior de luz artificial quando<br />
as persianas se fecham para proteger os usuários de ofuscamento<br />
da radiação solar direta”, explica Mingrone.<br />
Na sala do Conselho, a luz direcionada à mesa de reuniões<br />
vem dos pequenos projetores inseridos em um rasgo que assume,<br />
internamente, a cor verde, criada por sistema RGB ligado no sistema<br />
de automação. A iluminação geral, difusa e indireta, é proveniente<br />
da cornija, por meio de fitas de LED fixadas em perfis metálicos,<br />
para contribuir com a dissipação do calor. Um sistema de lona<br />
tensionada linear de 60 centímetros de largura foi usada na sala<br />
de reuniões sobre a mesa.<br />
Na sala da Presidência, a composição cromática neutra e a<br />
sala de estar aconchegante proporcionam um clima intimista. A<br />
iluminação geral e direcionada ao mobiliário e às mesas de reuniões<br />
é oriunda de dois rasgos luminosos, um sistema composto de uma<br />
calha metálica em que estão embutidos luminárias e módulos<br />
cegos com lente de policarbonato difusa rotossimétrica. Já na<br />
sala de apoio da Presidência, as estações de trabalho recebem<br />
a luz de luminárias lineares de embutir com difusor de acrílico<br />
translúcido, em módulos de 2,85 metros.<br />
A sala da Presidência<br />
possui um sistema de<br />
iluminação composto<br />
de uma calha metálica<br />
com módulos cegos e<br />
luminárias de LED<br />
21 W, 4.000 K,<br />
com lentes de<br />
policarbonato difusa<br />
rotossimétrica.<br />
Abaixo, a linearidade<br />
caracteriza a solução<br />
adotada na sala<br />
de reunião, onde<br />
a iluminação é<br />
proporcionada pela<br />
sanca linear com<br />
fitas de LED 18 W,<br />
4.000 K, fixadas em<br />
perfil metálico para<br />
dissipação do calor e<br />
com tela de PVC<br />
como difusor.<br />
62 63
O clima intimista do refeitório é proporcionado pelos pendentes com<br />
lâmpadas de bulbo A60, 9,5 W, 3.000 K, em cúpula multifacetada<br />
preta, sobre as mesas do salão. Um dos espaços mais desafiadores<br />
para o projeto de iluminação foi o auditório, que exigia uma luz<br />
uniforme e adequada ao espaço de pé-direito duplo e forro de<br />
pergolado metálico verde. Foram utilizadas fitas de LED 18 W/m,<br />
4.000 K, instaladas em perfis metálicos, com difusor translúcido.<br />
Um dos espaços que mais impôs desafios ao projeto<br />
de iluminação foi o refeitório de pé-direito duplo, já que os<br />
equipamentos de iluminação no teto deveriam ser discretos,<br />
interferindo o mínimo possível na arquitetura de interiores.<br />
Foram especificados dois rasgos luminosos com canais metálicos<br />
pretos embutidos no forro equipados com lâmpadas de LED<br />
pontuais e lente de policarbonato de óptica tipo dark.<br />
Outro espaço que estabeleceu um desafio para o projeto de<br />
iluminação foi o auditório, sobretudo na obtenção de uma luz<br />
uniforme e adequada ao espaço de pé-direito duplo. Mingrone<br />
conta que houve um dimensionamento técnico rigoroso, com vários<br />
ensaios por computador, para determinar a altura correta das réguas<br />
de LED instaladas em perfis metálicos com difusor translúcido.<br />
“No auditório, tudo foi calculado para que a luz se distribuísse de<br />
maneira uniforme e também para que o equipamento de iluminação<br />
não fosse facilmente visualizado pela plateia. A distribuição dessas<br />
luminárias cria um desenho randômico interessante”, esclarece.<br />
Suave e difusa, a luz de fundo é proporcionada pelas cornijas com as<br />
mesmas luminárias lineares do restante do auditório, mas paralelas<br />
à parede, a uma curta distância, banhando a superfície de luz.<br />
Na praça de convivência, o desenho dos bancos de concreto é realçado por luminárias lineares de LED fixadas sob eles.<br />
Já o paisagismo é realçado por projetores de LED cuja potência e facho variam de acordo com a espécie e o porte da vegetação<br />
(30 W e 50 W, 3.000 K e fachos de 60° e 40° de abertura).<br />
A sede da Localiza se abre para a cidade com uma praça de<br />
convivência, criada pelo paisagista Luiz Carlos Orsini, que ganha<br />
vida à noite, quando as árvores são iluminadas por projetores<br />
embutidos no solo com temperatura de cor 3.000 K, cuja abertura<br />
do facho varia em razão da espécie e do porte da vegetação.<br />
O desenho dos bancos de concreto é realçado por luminárias<br />
lineares fixadas sob o assento. “Não houve necessidade de postes<br />
de iluminação na praça”, diz Mingrone.<br />
Os terraços do edifício oferecem uma vista generosa do entorno<br />
e introduzem o verde nos espaços corporativos, com palmeiras<br />
Fênix iluminadas por projetores embutidos nos canteiros perimetrais<br />
com temperatura de cor 3.000 K, o que confere, nas palavras do<br />
projetista, “uma leveza e soltura que a empresa inspira”.<br />
“Entendemos a luz como a quarta dimensão do espaço. Um<br />
projeto concebido por nós tem de ser lido sob a luz da arquitetura<br />
com suas texturas, suas formas, suas cores, seu mobiliário, sua<br />
arte e suas funcionalidades, incorporando as expectativas e os<br />
desejos do cliente”, completa.<br />
NOVA SEDE DA LOCALIZA<br />
Belo Horizonte, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
Mingrone Iluminação<br />
Antônio Carlos Mingrone (arquiteto titular)<br />
Marina Cesar e Rafael Sanches (colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Botti Rubin<br />
Alberto Botti e Marc Rubin (arquitetos titulares)<br />
Projeto de arquitetura de interiores:<br />
Morence Arquitetura + Design<br />
João Carlos Moreira Filho (arquiteto titular)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Yapó Orsini<br />
Luis Carlos Orsini (arquiteto titular)<br />
Fornecedores:<br />
Bergheli/Aureon, Embraluz, Castaldi (Eurolighting), Guarilux,<br />
Homelight, Lightsource, Lumini, LG Lighting/MHS Iluminação,<br />
Omega, Flos (Onlight), Osram, Osvaldo Matos, Philips, PowerLume,<br />
Revoluz, Tensoflex<br />
65
O salão principal da loja foi iluminado de maneira indireta, por<br />
linha dupla de lâmpadas de cátodo frio 45 W/m, 3.000 K,<br />
instaladas em todo o perímetro, ressaltando suavemente a<br />
curvatura do forro. Para destaque dos produtos, foram utilizadas<br />
fitas de LED 19 W/m, 3.000 K, instaladas a 45° em perfis de<br />
alumínio nas arestas superiores das vitrines, além de luminárias<br />
circulares orientáveis, com lâmpadas AR111 LED 22,5 W, 24°,<br />
3.000 K, embutidas no forro, as quais reforçam o brilho das joias<br />
durante o trajeto até as mesas expositoras. As vitrines laterais<br />
são iluminadas por uma série de miniprojetores LED 7,5 W, 25°,<br />
3.000 K, instalados em trios. O mobiliário conta ainda com<br />
iluminação sob as vitrines, obtida por meio de fitas de LED 19 W/m,<br />
3.000 K, instaladas em perfis de alumínio voltados para o piso.<br />
BRILHANTE<br />
Texto: Débora Torii | Fotos: Filippo Bamberghi<br />
Os lighting designers do Studio Serradura parecem ter<br />
se inspirado na máxima “a prática leva à perfeição”,<br />
quando conceberam o projeto luminotécnico para a<br />
mais recente unidade conceito da joalheria brasileira HStern,<br />
no Shopping Iguatemi, em São Paulo. O projeto apresenta<br />
um aperfeiçoamento do conceito elaborado para a marca em<br />
parceria com o escritório de arquitetura Studio Arthur Casas,<br />
em um processo que se iniciou em 2013, com o projeto para<br />
a unidade do Shopping Batel, em Curitiba, e se repetiu em<br />
outras duas ocasiões (nas lojas da marca em Nova York e no<br />
Shopping Higienópolis, em São Paulo).<br />
A colaboração de longa data entre os escritórios, como<br />
explica Rafael Serradura, titular do estúdio de iluminação,<br />
permitiu uma harmoniosa integração entre as disciplinas, o que<br />
facilita a execução de detalhes de iluminação especiais, bastante<br />
presentes nos projetos para a HStern, além de possibilitar<br />
eventuais intervenções nos acabamentos dos interiores, em<br />
prol de uma iluminação melhor.<br />
Para a loja do Iguatemi, os lighting designers buscaram<br />
ressaltar os efeitos de luz sem evidenciar as fontes luminosas.<br />
Sendo assim, foram propostos detalhes de luz integrados a<br />
praticamente todas as peças de mobiliário e a outros elementos<br />
do projeto arquitetônico, fazendo com que pareçam flutuar no<br />
espaço e transformando a “própria arquitetura em uma grande<br />
luminária”, como define Rafael.<br />
66 67
O ambiente é predominantemente iluminado de maneira<br />
indireta, de modo a evitar ofuscamentos e como forma de valorizar<br />
seus acabamentos. As poucas luminárias visíveis no forro tiveram<br />
seus fachos e seu posicionamento estudados para minimizar sua<br />
visibilidade no espaço e, ao mesmo tempo, preservar a linguagem<br />
do projeto de iluminação.<br />
Foram especificados quase que integralmente equipamentos<br />
com tecnologia LED, com exceção da iluminação do teto abobadado<br />
no salão principal da loja, iluminado por meio de cátodo frio.<br />
Essa escolha se deu após a realização de inúmeros testes, que<br />
levaram a equipe de luminotécnica ao entendimento de que essa<br />
seria a melhor maneira para revelar, por meio de um suave dégradé<br />
de luz, a forma curva do forro, sem a interferência de marcas<br />
ou sombras duras. Ainda assim, o projeto para essa unidade da<br />
rede alcançou uma redução de 60% no consumo energético<br />
em comparação com as lojas anteriores, além de proporcionar<br />
um custo de implantação 40% mais baixo. “Isso aconteceu<br />
mediante a própria evolução da tecnologia”, explica Serradura,<br />
aclarando ainda que a escolha dos equipamentos também visa<br />
proporcionar ao cliente maior facilidade de manutenção.<br />
Outra preocupação dos lighting designers foi que a tonalidade<br />
das luzes se mantivesse homogênea, apesar do uso de diferentes<br />
fontes luminosas, fornecidas por diferentes fabricantes. A loja<br />
é inteiramente iluminada com fontes de temperatura de cor<br />
3.000 K, a fim de ressaltar as propriedades dos acabamentos<br />
dos interiores e de maneira a proporcionar uma aproximação do<br />
tipo de iluminação com a qual os clientes da rede convivem no<br />
dia a dia, como esclarece Rafael.<br />
Em conjunto, arquitetura e luminotécnica procuraram desenhar<br />
toda a experiência do cliente na loja, e o projeto de iluminação<br />
garantiu o brilho das joias em todos os momentos e situações.<br />
Desde a entrada, chamam a atenção as vitrines iluminadas por fitas<br />
de LED integradas a seus perfis estruturais, dando destaque aos<br />
produtos a partir de qualquer ponto de vista. Quando retiradas das<br />
vitrines, as joias mantêm seu brilho, produzido pelos downlights<br />
instalados no forro, ao longo do percurso até as mesas expositoras,<br />
onde serão mostradas ao cliente. Nesse momento, entra em ação<br />
a iluminação gerada pelo abajur, desenhado conjuntamente por<br />
Casas e Serradura com exclusividade para a marca. Dotada de<br />
um sensor touch, a luminária emite três diferentes níveis de luz,<br />
que são utilizados para realçar o brilho da joia no momento exato<br />
em que ela chega às mãos do cliente.<br />
A atenção aos detalhes e as sutilezas do projeto de iluminação<br />
contribuíram não só para acentuar a atmosfera refinada e exclusiva<br />
criada pela arquitetura e inerente à marca, mas também para garantir<br />
que os produtos mantivessem o destaque e o brilho que merecem.<br />
Na página anterior, à esquerda, a sala VIP é iluminada por meio de<br />
embutidos circulares com lâmpada retrofit LED 7,5 W, 25°, 3.000 K. Os<br />
detalhes na marcenaria foram iluminados com perfis de LED 19 W/m,<br />
3.000 K. A mesa expositora conta com abajur de alumínio customizado,<br />
dotado de dupla barra de LEDs 20 W/m, 3.000 K, e difusor prismático, cujo<br />
acionamento e regulagem do nível de luz são feitos por sensor touch. Na<br />
mesma imagem, à direita, uma parte do salão de atendimento no subsolo da<br />
loja, cuja parede ao fundo é retroiluminada por fitas de LED 40 W/m,<br />
3.000 K, remetendo a uma janela. No forro de madeira, foram embutidas<br />
luminárias circulares com lâmpada retrofit AR111 LED 22,5 W, 24°, 3.000 K.<br />
Abaixo, o espelho permite a movimentação de seus planos laterais e conta<br />
com iluminação integrada, com fita de LED 19 W/m, 3.000 K, e acabamento<br />
de acrílico leitoso. Nesta página, os degraus da escada de acesso foram<br />
iluminados por barras de LED 15 W/m, 3.000 K, instaladas em perfis<br />
de alumínio dotados de acrílico leitoso. A área de pé-direito mais baixo conta<br />
com detalhe de tela translúcida retroiluminada por lâmpadas de<br />
cátodo frio 45 W/m, 3.000 K, instaladas em seu perímetro.<br />
HSTERN SHOPPING IGUATEMI<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
Studio Serradura<br />
Rafael Serradura (arquiteto titular)<br />
Projeto de arquitetura e interiores:<br />
Studio Arthur Casas<br />
Arthur Casas (arquiteto titular)<br />
Cristiane Trolesi (arquiteta coordenadora)<br />
Adriana Andugar, Nara Telles e Victoria Chaves (arquitetas)<br />
Adriana Yin e Renata Adoni (arquitetas colaboradoras)<br />
Fornecedores:<br />
Forma e Funzione, LedTec, Mean Well, Oikós, Osram, Soraa,<br />
Tensoflex, Ventana Lighting<br />
68 69
SEMANA DA LUZ 2018<br />
Texto: Debora Torii | Fotos: Felipe Perazzolo/LEDforum<br />
Foram 7 dias, 144 horas, 5<strong>70</strong> participantes e 13 palestras da parceria entre a AsBAI (Associação Brasileira de Arquitetos<br />
com um interesse comum: a luz. A Semana da Luz 2018 de Iluminação) e o LEDforum. Liderados pela designer basca<br />
aconteceu entre os dias 19 e 25 de agosto e, como em Nora Imaz e pelo arquiteto israelense Hanan Peretz, os 32<br />
todas as edições anteriores, ofereceu aos participantes dias participantes tiveram a oportunidade de se aprofundar na<br />
repletos de trocas, aprendizado, networking e atualização do temática da iluminação urbana e seus impactos sociais e<br />
conhecimento profissional.<br />
ambientais. A experiência resultou na elaboração de um plano<br />
Dando início à edição deste ano, o workshop internacional diretor de iluminação para o bairro e no desenvolvimento e<br />
de iluminação “Ecologia da Luz” foi realizado durante quatro implementação de intervenções temporárias de luz, exibidas<br />
dias no Ecobairro Vila Jataí, em São Paulo, com oferecimento na noite do dia 22.<br />
O workshop foi sucedido pela 9ª edição do LEDforum,<br />
realizado anualmente pela Editora Lumière. A cada ano o evento<br />
tem se reinventado, oferecendo conteúdo atual, relevante e<br />
diversificado. Já consagrado como o mais importante congresso de<br />
iluminação da América Latina, o LEDforum tem como curadores<br />
Thiago Gaya, publisher da Editora Lumière, e o arquiteto e<br />
lighting designer Orlando Marques, editor chefe da <strong>L+D</strong>. Neste<br />
ano, além da continuidade da parceria com a cenógrafa Stella<br />
Tennenbaum no desenvolvimento da cenografia para o palco, a<br />
sala de conferências também contou com iluminação especial<br />
criada em parceria com a Omega Light, cuja programação ficou<br />
a cargo da lighting designer Fernanda Carvalho. Outra novidade<br />
foi a introdução de um bloco especialmente voltado às relações<br />
entre a iluminação e a arquitetura, que foi arrematado pelo já<br />
histórico bate-papo entre o arquiteto Paulo Mendes da Rocha<br />
e a lighting designer Esther Stiller, que protagonizaram um<br />
dos momentos mais marcantes e emocionantes desta edição.<br />
A Semana da Luz contou também com três eventos sociais:<br />
o coquetel de abertura do LEDforum no showroom da Lumini,<br />
na noite que antecedeu o início do evento; o tradicional<br />
dinner+drinks+dance oferecido pela e:light, após o primeiro<br />
dia do congresso; e a catártica 3ª edição da Lighting Lovers,<br />
festa de encerramento da Semana da Luz, que embalou os<br />
amantes da luz na noite de sexta-feira, em ambientação<br />
mágica criada em parceria com o Estúdio Brasil Ingo Maurer.<br />
Por fim, no sábado, 25 de agosto, foi realizada a última – e<br />
inédita – atividade da Semana da Luz 2018, que parecia não<br />
querer terminar neste ano: uma visita guiada à loja NK Store,<br />
cujo projeto, de autoria do Estúdio Carlos Fortes, foi apresentado<br />
na palestra do lighting designer nesta edição do LEDforum.<br />
<strong>70</strong> 71
WORKSHOP INTERNACIONAL<br />
DE ILUMINAÇÃO<br />
SEMANA DA LUZ 2018<br />
Texto: Diana Joels e Fernanda Carvalho | Fotos: Paula Carnelós e Tadeu Melegatti<br />
A<br />
Semana da Luz 2018 – parceria entre a AsBAI e o<br />
LEDforum – trouxe para São Paulo, entre os dias 19 e<br />
22 de agosto, a 5ª edição do workshop internacional<br />
de iluminação. Este ano intitulado “Ecologia da Luz”, o evento<br />
contou com convidados ilustres, como o arquiteto israelense<br />
Hanan Peretz e a designer basca Nora Imaz .<br />
Pela primeira vez, a metodologia para o workshop foi<br />
criada especialmente para esta atividade, combinando as<br />
experiências estrangeiras de Hanan e Nora com o olhar<br />
local da arquiteta e lighting designer carioca Diana Joels. Os<br />
três se conheceram no curso de mestrado em Architectural<br />
Lighting Design da universidade sueca KTH em 2010 e,<br />
desde então, compartilham uma abordagem integral e<br />
humanista do design de iluminação para os espaços urbanos,<br />
a qual embasou a proposta metodológica desenvolvida<br />
para o workshop.<br />
Foi um trabalho de mais de um ano de colaboração, período<br />
durante o qual se realizou paralela e continuamente uma<br />
importante interface com o Ecobairro das Vilas Jataí, Ida e<br />
Beatriz, no bairro de Alto de Pinheiros, zona oeste de São<br />
Paulo, que veio a ser o local objeto de estudo e intervenção.<br />
A sinergia entre os moradores do bairro – com o propósito<br />
comum de construir um bairro pacífico e sustentável a partir de<br />
uma visão sistêmica – e a dinâmica colaborativa construída entre<br />
os participantes durante o workshop proporcionaram quatro<br />
dias muito intensos e produtivos de trabalho, cujos resultados<br />
foram três instalações temporárias de luz nos arredores da<br />
Praça Comendador Manuel de Melo Pimenta e uma proposta<br />
de plano diretor de iluminação para o bairro, desenvolvido em<br />
três escalas: do bairro, da praça e da rua.<br />
O fio condutor do processo foi um método conceitual<br />
baseado na dissertação de mestrado de Hanan, orientada por<br />
Diana em 2011, e desenvolvido e adaptado à realidade local<br />
pelos três profissionais, combinando um processo de análise que<br />
culminou em propostas concretas para a situação existente. A<br />
análise foi desenvolvida a partir de parâmetros em três esferas<br />
diferentes – espaço, ser humano e luz – e conduziu à criação<br />
de um conceito único e original: “Raízes que abraçam”.<br />
Para alcançar o objetivo de gerar tanto o plano diretor quanto<br />
as intervenções efêmeras, desde o primeiro dia, os participantes<br />
dividiram-se em dois subgrupos, com base em sua inclinação<br />
por trabalhar com um ou outro tipo de projeto.<br />
Durante os quatro dias, os trabalhos foram desenvolvidos de<br />
modo paralelo, ainda que plenamente integrados, com momentos<br />
de troca e interação entre as diferentes equipes.<br />
Hanan conduziu as três equipes que desenvolveram o plano<br />
diretor, cada uma em uma escala diferente: a do bairro, a da praça<br />
e a da rua. Nora, por sua vez, focou no trabalho das instalações,<br />
dividido entre três equipes, cada uma com uma tipologia: de<br />
paisagem, de transição e de nó, mas todos com a missão de entregar<br />
as intervenções de luz para o bairro na última noite do workshop.<br />
Contando com um conjunto de participantes muito diverso,<br />
tanto em termos de experiência profissional quanto de cidade<br />
de origem, criou-se um ambiente de troca, aprendizado mútuo<br />
e construção coletiva muito profícuo, refletido tanto no processo<br />
quanto nos resultados, ambos potentes e positivos.<br />
As reações entusiasmadas dos visitantes que ocuparam a<br />
principal praça da região, em uma noite de quarta-feira quase<br />
chuvosa, às instalações comprovaram que o objetivo de atrair<br />
atenção e gerar consciência em relação ao poder transformador<br />
da luz e sua relevância crucial na criação de ambientes urbanos<br />
noturnos foi cumprido.<br />
Além das intervenções com luz, na noite de encerramento<br />
houve a projeção na praça das propostas para o plano diretor<br />
de iluminação, compartilhando os resultados do trabalho com a<br />
comunidade. Com a presença de crianças, moradores do bairro<br />
e participantes do workshop, a exibição gerou respostas ao<br />
trabalho, tanto imediatas quanto posteriores, comprovando que<br />
as propostas são relevantes e capazes de provocar engajamento.<br />
FICHA TÉCNICA:<br />
Realização:<br />
AsBAI e LEDforum<br />
Comitê organizador:<br />
Diana Joels, Fernanda Carvalho, Orlando Marques e Thiago Gaya<br />
Concepção, metodologia e facilitação:<br />
Diana Joels, Hanan Peretz e Nora Imaz<br />
Gestão de projeto:<br />
Thiago Gaya<br />
Coordenação executiva:<br />
Paula Carnelós<br />
Coordenação técnica:<br />
Diana Joels, Fernanda Carvalho,Mariana Novaes e Orlando Marques<br />
Comunicação:<br />
Letícia Mariotto, Mariana Novaes<br />
Administração:<br />
Ana Alice Pinheiro, Letícia Mariotto<br />
Interface local:<br />
Fernanda Carvalho<br />
Colaboradores especiais:<br />
Cecília Lotufo e Lara de Freitas<br />
Patrocinadores:<br />
Lemca, Lightsource, Lumicenter, Lumini, Ômega Light,<br />
Osvaldo Matos, Philips, Steluti Engenharia<br />
Agradecimentos especiais:<br />
Sr. Luciano do Ponto de Taxi, Sr. Damião da Escola Rainha da Paz<br />
Participantes:<br />
Adriel Ushli (SP), Ana Paula Laronga (SP), Beatriz Marcos (SP),<br />
Camila Rocha (RJ), Eder Ferreira (SP), Flavio Scavasin (SP),<br />
Gabriel Vinagre (RJ), Gerardo Fonseca (PI), Gilberto Franco (SP),<br />
Josy Mendonça (SE), Juliana Rosa (SP), Kika Chroniaris (AL),<br />
Leonardo Freire (CE), Lívia Berriel (SP), Luiz Veiga (SP),<br />
Mônica Rio Branco (RJ), Natalia Mello Morassi (SP),<br />
Priscila Mercial (SP), Priscila Pacheco (BA), Rafael Sampaio (SP),<br />
Roberto Longarço (SP), Silvia Carneiro (SP), Tatiana de Albuquerque (RJ),<br />
Tom Teixeira (MS), Vinícius Malaco (SP) e Wanessa Dias (PE)<br />
72 73
1 2 3 4<br />
5 6<br />
7<br />
9º LEDFORUM<br />
Texto: Debora Torii | Fotos: Felipe Perazzolo/LEDforum<br />
O<br />
esgotamento das vagas – mais uma vez em tempo<br />
recorde – e a inédita fila de espera de mais de cem<br />
pessoas interessadas em participar do LEDforum 2018<br />
são alguns dos fatos que reafirmam sua consolidação no panorama<br />
dos eventos mundiais da iluminação arquitetural. Não à toa,<br />
o congresso chega à sua 9ª edição como o mais importante<br />
acontecimento desse universo no território latino-americano,<br />
atraindo lighting designers, arquitetos, designers, estudantes e<br />
educadores, além de fornecedores de todo o país e também de<br />
países vizinhos – alguns dos quais marcando presença com seu<br />
quadro completo de colaboradores.<br />
Em sintonia com as últimas tendências relacionadas ao<br />
mundo da iluminação, esta edição do LEDforum foi iniciada pela<br />
palestra da professora brasileira radicada nos Estados Unidos<br />
Mariana G. Figueiro 1 , Ph.D. e diretora do Lighting Research<br />
Center (LRC), que falou sobre “Os efeitos da luz no sistema<br />
circadiano e seu impacto na saúde e no bem-estar”, fornecendo<br />
importantes esclarecimentos sobre o funcionamento do ciclo<br />
circadiano humano e sugerindo soluções criativas que, por meio<br />
da tecnologia, permitam sua adaptação às necessidades de cada<br />
usuário do espaço – o que define o atualmente popular “human<br />
centric design”. Esse também foi o tema da palestra do lighting<br />
designer brasileiro Plínio Godoy 2 , intitulada “Human Centric<br />
Lighting: como a luz pode nos ajudar e como podemos ajudar a luz”,<br />
na qual, de maneira descontraída, exemplificou maneiras de alcançar<br />
conforto físico, funcional e psicológico por meio da iluminação,<br />
aliada a sistemas de automação; ele considera que o projeto hoje<br />
é parte indissociável do escopo de trabalho do lighting designer.<br />
Ralph Tuttle 3 , gerente de engenharia de aplicação da Cree<br />
na Carolina do Norte, Estados Unidos, voltou ao LEDforum neste<br />
ano para apresentar a palestra “Selecionando o LED correto para<br />
ambientes hostis”, em que falou sobre o uso de novos materiais<br />
na fabricação de LEDs para potencializar sua performance em<br />
aplicações adversas e também sobre como escolher o produto<br />
correto para cada tipo de aplicação. Também sob o viés tecnológico,<br />
o finlandês Tero Mäkinen 4 , desenvolvedor de soluções ópticas<br />
da Ledil, abordou a natureza diversificada dos chips de LED e a<br />
importância da seleção correta dos produtos na palestra “Do<br />
tungstênio à safira: projetando luminárias e luz de estado sólido<br />
com qualidade”.<br />
A criatividade foi um aspecto marcante desta edição, presente<br />
na surpreendente apresentação “O subterrâneo urbano: uma<br />
sequência de adaptações”, conduzida pela cineasta e lighting<br />
designer brasileira Marina Lodi 5 . Em projeto elaborado para sua<br />
tese de mestrado, Marina propôs a transformação de ambientes<br />
subterrâneos em locais habitáveis, utilizando como ferramentas a<br />
luz, a escuridão e outros materiais dispostos segundo uma narrativa,<br />
criando uma metodologia derivada do universo cinematográfico.<br />
Já o premiado lighting designer inglês Michael Grubb 6 , diretor<br />
de criação do escritório Michael Grubb Studio, ilustrou, por meio<br />
de exemplos criativos de seus mais de 20 anos de carreira, as<br />
infinitas possibilidades para a iluminação no segmento do varejo<br />
em sua palestra “Iluminação de varejo para o mundo moderno”,<br />
ressaltando ainda a importância dos processos de pesquisa e<br />
de experimentação dos produtos, a fim de encontrar a melhor<br />
solução para cada caso. O ápice da criatividade foi atingido pelo<br />
artista multimídia, diretor, coreógrafo e compositor austríaco<br />
Klaus Obermaier 7 , que encerrou o LEDforum inspirando todos<br />
os participantes com a palestra “Luz nas artes e em performances”,<br />
na qual demonstrou o uso da luz e das projeções como ferramentas<br />
criativas, presentes já em suas primeiras performances interativas<br />
na década de 1990, declarando considerar esses elementos<br />
“artistas adicionais”, tão importantes quanto cada um dos outros<br />
elementos do espetáculo.<br />
74 75
8<br />
11<br />
9 10<br />
Uma das novidades do 9º LEDforum foi a introdução de<br />
um bloco especialmente dedicado à luz em conjunto com a<br />
arquitetura. Abrindo esse grupo de apresentações, o arquiteto<br />
e lighting designer norte-americano Glenn Shrum 8 explicou<br />
a influência de sua formação como arquiteto em seu modo<br />
de pensar, na palestra “Probabilidade e sorte: as maravilhas<br />
da luz natural”, em que apresentou um pouco do processo<br />
do Flux Studio – do qual é diretor e fundador – em busca da<br />
incorporação da luz natural em seus projetos e da geração de<br />
novas oportunidades espaciais decorrentes da imprevisibilidade<br />
dessa fonte luminosa. Já a arquiteta de interiores e lighting<br />
designer holandesa Mieke van der Velden 9 discursou sobre sua<br />
fascinação pela luz e seus efeitos sobre diferentes materiais,<br />
na apresentação “Luz e materiais: criando momentos de<br />
encantamento”, em que detalhou, por meio de diversos<br />
exemplos reais, a filosofia do escritório holandês Beersnielsen<br />
Lighting Designers, no qual atua, que considera essencial a<br />
cooperação entre a luz e os materiais da arquitetura para a<br />
definição dos espaços. Encerrando esse bloco com chave de<br />
ouro, a aguardada conversa entre Paulo Mendes da Rocha e<br />
Esther Stiller 10 rendeu momentos de saudosismo e descontração.<br />
Com mediação do jornalista Fernando Mungioli,<br />
publisher da ARCOeditorial – representado a revista Projeto<br />
e os portais ARCOweb e ARQ!BACANA –, o arquiteto e a<br />
lighting designer promoveram uma verdadeira desmistificação<br />
do raciocínio por trás de projetos premiados e ofereceram,<br />
por meio de suas histórias – de vida e profissional –, reflexões<br />
acerca da relação entre arquitetos e lighting designers e da<br />
importância do trabalho harmonioso entre esses profissionais.<br />
Outro momento emocionante desta edição foi a apresentação<br />
do lighting designer Carlos Fortes 11 , “1988 # 2018<br />
– 30 anos em 30 minutos”, que ofereceu uma retrospectiva<br />
dos momentos mais marcantes de seus 30 anos de carreira<br />
recém-completados, abordando o impacto das transições<br />
tecnológicas e profissionais que atravessou e homenageando<br />
os parceiros que o acompanharam em sua jornada. A palestra<br />
foi encerrada com a apresentação do projeto de iluminação<br />
para a NK Store e com a introdução de mais uma novidade no<br />
LEDforum: uma visita guiada à loja, com a presença do lighting<br />
designer e da equipe do evento, que foi realizada no dia 25<br />
de setembro e durante a qual os 22 participantes tiveram a<br />
oportunidade de conhecer, pessoalmente, o resultado final e<br />
os principais detalhes e curiosidades acerca do projeto.<br />
Além do workshop internacional como parte da Semana da<br />
Luz, neste ano a AsBAI ofereceu aos participantes do LEDforum<br />
a exibição do documentário The Perfect Light, dos britânicos<br />
Sharon Stammers e Martin Lupton, do Light Collective. Por meio<br />
dos depoimentos de importantes nomes no cenário mundial do<br />
lighting design – muitos deles ex-palestrantes do LEDforum –, o<br />
filme busca refletir sobre o que é a luz perfeita, abordando questões<br />
de extrema relevância no atual cenário de revolução tecnológica<br />
pelo qual passa, há algum tempo, a indústria da iluminação.<br />
76 77
PRODUTOS: ESPECIAL 9º LEDFORUM<br />
Texto: Luciana Freitas e Waleria Mattos<br />
OMEGA LIGHT<br />
O projetor Leaf foi criado em parceria com o O Boticário, com<br />
o objetivo de minimizar a entrada de mais plásticos poluentes no<br />
planeta. A proposta é a aplicação do plástico pós-consumo das<br />
embalagens utilizadas dos produtos da marca em uma resina<br />
desenvolvida exclusivamente para a construção das luminárias,<br />
alinhando desenho, robustez, eficiência e sustentabilidade.<br />
omegalight.com.br<br />
LUXION ILUMINAÇÃO<br />
A luminária Nômade tem design assinado por Roque Frizzo<br />
e recebeu esse nome em alusão aos povos nômades, pois, por<br />
sua versatilidade, também pode ser levada de um ambiente<br />
a outro e ser usada tanto como luminária de mesa quanto<br />
como pendente. O lançamento faz parte das comemorações<br />
de 15 anos da marca e traz consigo a tecnologia Cicluz,<br />
desenvolvida pela Luxion. Cicluz é um sistema de iluminação<br />
dinâmica que tem como objetivo ajustar o relógiobiológico e<br />
equilibrar o metabolismo.<br />
luxion.com.br<br />
Sempre em busca da promoção de atividades que impulsionem<br />
o desenvolvimento e o crescimento da comunidade<br />
da iluminação, o 9º LEDforum deu continuidade à dinâmica<br />
mesa.360, introduzida no ano passado e que novamente uniu<br />
lighting designers, arquitetos, fornecedores e educadores em<br />
um jogo de perguntas e respostas. Dessa vez, a atividade foi<br />
baseada na teoria do “viés da confirmação”, propondo como<br />
exercício a exploração de determinados pontos de vista – que<br />
não necessariamente os seus próprios. A partir das respostas<br />
geradas pela dinâmica do ano passado, foram criados enunciados<br />
divididos nos temas educação, fornecimento, arquitetura e<br />
lighting design. Assim, foi realizada uma rodada para cada<br />
tema, na qual era sorteado, em cada mesa, o argumento “amo”<br />
ou o argumento “odeio”. De acordo com o resultado desse<br />
sorteio, os participantes de cada mesa deveriam elaborar<br />
uma frase ou um parágrafo reforçando ou destruindo a ideia<br />
do enunciado da rodada – mesmo que isso contrariasse<br />
suas próprias convicções. Em seguida, com base nas frases<br />
escritas por seus integrantes, cada mesa elaborava um novo<br />
enunciado, que, por sua vez, era compartilhado com todos<br />
os participantes. O jogo gerou interessantes reflexões e<br />
evidenciou aos participantes a dificuldade de argumentar<br />
contra uma ideia em que se acredita – ou de defender algo<br />
que se abomina. A atividade culminou na tarefa de definir, em<br />
uma palavra, a experiência de colocar-se no lugar do outro.<br />
Os participantes também foram convidados para três<br />
eventos sociais: o coquetel de abertura do LEDforum no<br />
showroom da Lumini – uma novidade no calendário do evento; o<br />
coquetel+festa+jantar oferecido pela e:light em seu Experience<br />
Room e a festa de encerramento Lighting Lovers, oferecida<br />
pela AsBAI e pelo LEDforum, neste ano realizada em novo<br />
formato, no Estúdio Brasil Ingo Maurer, com direito a vídeomensagem<br />
de boas-vindas gravada pelo próprio designer.<br />
A Editora Lumière e a <strong>L+D</strong> agradecem a todos os participantes,<br />
patrocinadores, palestrantes e parceiros que, a cada ano,<br />
contribuem para o crescimento e a consolidação do LEDforum<br />
na agenda da iluminação! Esperamos todos novamente em<br />
2019, para a 10ª edição, que já está a todo vapor.<br />
LUMICENTER LIGHTING<br />
Com downlights e spots orientáveis, a linha LED COB<br />
oferece centenas de variações de produtos, com diferentes<br />
opções de tamanhos, modelos com um ou mais módulos de<br />
LED, com fluxo luminoso de 1.050 lm a 3.300 lm e diversos<br />
ângulos de facho, versões com driver dimerizável de catálogo<br />
ou customizado, além de acessórios. É possível customizar<br />
também as luminárias, escolhendo a cor de acabamento, o fluxo<br />
luminoso/potência, a temperatura de cor, o IRC, entre outros,<br />
como espectros específicos para realce de branco, iluminação<br />
de carnes, pães, peixes ou hortaliças.<br />
lumicenter.com<br />
VERANI ILUMINAÇÃO<br />
O spot LED de sobrepor é uma das novidades do portfólio<br />
da Verani. O produto apresenta potência de 10W (750<br />
lumens), ângulo de facho de 20° ou 40° e ajuste de 90° e 355°<br />
e disponível nas versões para embutir ou trilho. Temperatura<br />
de cor de 3.000 K, CRI 80 ou 90 e acabamento nas cores<br />
branca e preta e refletor dourado, prata ou preto. Dimensão de<br />
150 x 92 (Ø 60mm).<br />
verani.net.br<br />
OSVALDO MATOS<br />
Premiado pelo German Design Award 2018, o One<br />
Plus é um downlight orientável de embutir que incorpora o<br />
microrrefletor Lightcore. Desenvolvido pela O/M em parceria<br />
com a Bartenbach, a solução apresenta fachos de luz precisos,<br />
conforto visual e controle de ofuscamento. O corpo orientável<br />
se destaca pelo aro, direcionando o facho de luz sem sombras,<br />
o que, independentemente de sua orientação, garante 90% da<br />
intensidade luminosa dentro do facho lumínico.<br />
om-light.com<br />
78 79
E:LIGHT<br />
A luminária Unico representa a conquista de um nível<br />
verdadeiramente exclusivo de flexibilidade, oferecendo a<br />
solução ideal para diversos requisitos. Todas as opções de<br />
forma, óptica, temperatura de cor e controle podem ser<br />
personalizadas individualmente. A solução oferece mais<br />
liberdade para o design de iluminação profissional, usando uma<br />
única luminária. UGR < 15; CRI ≥ 90; L80 para 50.000 horas.<br />
goelight.com.br<br />
STILLUX<br />
Fabricada a partir de processos de ponta, a luminária<br />
conceito Element foi a solução apresentada pela Stillux.<br />
Desenvolvida para causar um efeito similar à de uma claraboia<br />
e acompanhar o ciclo circadiano, o produto dispõe de LEDs<br />
Nichia de 3.000 K e 6.000 K e drivers DALI. Um controlador<br />
e um painel touch foram usados para fazer a mesclagem e a<br />
alternância entre a temperatura do LED e sua intensidade.<br />
stillux.com<br />
LIGHT DESIGN+EXPORLUX<br />
A linha de embutidos Works, com tecnologia LED integrada,<br />
foi desenvolvida para proporcionar o máximo conforto luminoso<br />
e rendimento, com reduzido índice de ofuscamento (URG),<br />
sendo ideal para ambientes corporativos. É composta de<br />
alumínio e refletores com diferentes distribuições fotométricas<br />
e seis opções de acabamento: brilhante, mate, dourado, cobre,<br />
preto ou branco. Versão com iluminação difusa ou de destaque.<br />
lightdesign.com.br<br />
INTERLIGHT<br />
A linha FLAT, projetor de pisos, oferece a robustez<br />
necessária às suas aplicações, possibilidades de fachos,<br />
controles de ofuscamento e intensidades, incluindo versões em<br />
2.<strong>70</strong>0 K e 4.000 K. Excelente dissipação térmica integrada ao<br />
design clean, isento de parafusos aparentes. Integrado com a<br />
tecnologia STP (Smart Thermal Protection), preserva a vida útil<br />
dos componentes em condições extremas de operação, além da<br />
segurança mesmo durante a imersão temporária na água (IP67)<br />
e máxima resistência a impactos (IK10).<br />
interlight.com.br<br />
ITAIM LIGHTING CONCEPT<br />
A linha de produtos ComfortLite traz altíssimo controle<br />
de ofuscamento (UGR < 16), altura slim, fluxo luminoso de<br />
1.800 lm a 3.680 lm, potência de 14 W e 28 W, temperatura de<br />
cor de 3.000 K e 4.000 K e vida útil de 50.000 h (L<strong>70</strong>). Para<br />
aplicação de embutir em forro modulado ou gesso, sobrepor e<br />
pendente. Aplicação também em linha. Conjunto óptico de alto<br />
brilho, difusor de policarbonato translúcido e corpo de chapa de<br />
aço. Pode ser utilizado com retorno de ar e emergência.<br />
INOVELED<br />
Com design singular, a linha de luminárias Spin foi de senvolvida<br />
para atender a diferentes aplicações. Com fixação de<br />
embutir, sobrepor ou tracklight, os produtos estão disponíveis<br />
nas potências de 3 W, 12 W, 15 W, 20 W e 25 W e temperatura<br />
de cor de 3.000 K, 4.000 K e 5.000 K. Fabricada com material<br />
em As luminárias são feitas de alumínio e recebem pintura<br />
eletrostática nas cores preta ou branca.<br />
inoveled.com.br<br />
POWER LUME<br />
A linha de luminárias NTZ foi um dos destaques da<br />
Power Lume durante o LEDforum 2018. As tecnologias<br />
foram desenvolvidas com LEDs Nichia, temperatura de cor<br />
de 2.<strong>70</strong>0 K e óptica LEDiL. Está disponível nas potências<br />
de 9 W (cubo), 18 W (retangular) e 15 W (cubo médio),<br />
IRC de 90, carenagem de alumínio, pintura epóxi e fixação<br />
com molas.<br />
powerlume.com.br<br />
STELLA<br />
Com recuo antiofuscante, design quadrado inovador e efeito<br />
de luz perfeito, o espeto quadrado Hide foi desenvolvido com<br />
inspiração nas tendências de iluminação mundial. A solução foi<br />
pensada para proporcionar maior conforto visual por meio de sua<br />
fonte de luz recuada, que inibe o ofuscamento, proporcionando<br />
mais estilo e personalidade aos ambientes.<br />
stella.com.br<br />
BJB<br />
A 3ª geração do módulo de LED com óptica, LFS (Linear<br />
Flat System), com comprimentos de 0,60 m, 1,20 m e 1,50 m,<br />
e eficiência média de 160 lm/W, tem fotometrias para diversas<br />
aplicações (fachos de luz largo, estreito, “single” e “double”<br />
assimétricos). Novo portfólio de lentes 3 x 11, 2 x 2 e 2 x 6,<br />
kits para utilização de lentes, difusores e elementos de<br />
fixação para placas de LED.<br />
bjb.com<br />
BELLALUCE<br />
A Linha Circadian System é composta de luminárias LED com<br />
“sistema circadiano” integrado, com programação de tonalidade<br />
de cor (6.500 K, 5.000 K, 4.000 K, 3.000 K, 2.<strong>70</strong>0 K). Linha<br />
de produtos CS independente e compatível com dimerização e<br />
protocolos de controle. O produto de código BL8128-CS é uma<br />
arandela linear em perfil de alumínio extrudado tratado, com<br />
acabamento em pintura eletrostática poliéster, resistente ao<br />
intemperismo e ao amarelamento.<br />
bellaluce.com.br<br />
EVER LIGHT<br />
A luminária Everglow Wall Washer tem dimensões compactas,<br />
medindo apenas 155 x 54 x 45mm. Equipada com LEDs de alta<br />
potência, está disponível em duas versões de embutir em forro<br />
de gesso, com 488 e 532 de fluxo luminoso. Produz facho de<br />
luz uniforme graças ao conjunto óptico de refletor e difusor em<br />
PMMA, produzindo um efeito wall washer perfeito.<br />
everlight.com.br<br />
EMBRALUZ<br />
A luminária Mod. EBL-4Mult-HV, com tecnologia Tunable<br />
White de variação de temperatura de cor (2.<strong>70</strong>0 K - 6.500 K),<br />
tem driver dimerizável por protocolo DALI DT8 (um endereço<br />
comanda dois canais), de 4.500 lm a 5.000 lm de fluxo, consumo<br />
constante de 35 W para qualquer temperatura desejada. Pode<br />
ainda, na temperatura desejada, ser dimerizada de 0,2% a<br />
100%, com redução do consumo. Difusor prismático piramidal<br />
com UGR < 19. Produto indicado para atender a aplicações com<br />
“ritmo circadiano” (hospitais, escritórios, hotéis).<br />
embraluz.com.br<br />
80 81
LUMINI<br />
A luminária de piso Fina é versátil e discreta. Todo o<br />
conceito parte do objetivo de proporcionar uma luz eficiente e<br />
confortável, com pouca interferência visual nos ambientes. Seu<br />
sistema de dimmer inteligente permite acionamento e controle<br />
da intensidade pelo usuário, sem perder a qualidade da luz.<br />
Produzida em alumínio e disponível em diferentes cores, a Fina<br />
possui módulo de LED de 25W, com temperatura de cor de<br />
2.500 K, IRC > 90 e R9 > 60.<br />
lumini.com.br<br />
COMPANHIA DE ILUMINAÇÃO<br />
O perfil Órion é a recente novidade da Companhia de<br />
Iluminação. Com seu design fácil e prático, é indicado para<br />
a instalação de fitas ou barras de LED em sancas iluminadas.<br />
Produzido em alumínio extrudado e com pintura eletrostática, o<br />
perfil Órion conta com uma excelente dissipação térmica e um<br />
sistema de encaixe seguro e eficiente.<br />
ciadeiluminacao.com.br<br />
LIS<br />
A LIS destacou o pendente de aço, com pintura ele trostática<br />
e disponível nas cores preta, cortén e branca, com até três<br />
anéis independentes de diâmetros de 2.000 mm, 1.250 mm<br />
e 500 mm, com 19, 10 e cinco cúpulas, respectivamente.<br />
Cúpulas: d = 130 cm e h = 220 cm, de papel pergaminho em<br />
diferentes cores e acabamentos, com soquetes E27.<br />
lis.com.br<br />
LIGHTSOURCE<br />
A linha de luminárias Vega foi criada sob o conceito<br />
modular, tornando um único perfil linear para 12 tipos de<br />
aplicação. O módulo pode ser usado com trilho para inclusão<br />
de projetores ou com LED linear para iluminação downlight<br />
e uplight – é possível optar entre duas temperaturas de cor,<br />
seis potências, um difusor ou quatro ópticas e acionamento<br />
on/off ou dimerizável. No final, são 13.842 possibilidades<br />
de configuração.<br />
lightsource.com.br<br />
TENSOFLEX<br />
Com largura sem emendas de até 3,2 metros, as telas<br />
translúcidas estão disponíveis para projetos comerciais,<br />
corporativos e residenciais, com soluções práticas para abertura<br />
destinada à manutenção dos elementos de iluminação. Por meio<br />
de suas sedes no Rio de Janeiro e em São Paulo e ampla rede de<br />
revendedores, a Tensoflex está ao alcance de profissionais que<br />
buscam experiência, versatilidade e preços competitivos.<br />
tensoflex.com.br<br />
LUMITENZI<br />
O sistema de Tela Newmat Clip é ideal para telas impressas,<br />
aplicado em grandes vãos, paredes ou tetos, e sua instalação é<br />
a frio e de fácil manutenção. Os perfis são invisíveis, aceitam<br />
grandes tamanhos, acima de e em de largura, e podem ser<br />
combinados com isolantes termoacústicos. Indicado para<br />
retrofits em shopping centers, museus etc. Produto sob<br />
encomenda.<br />
lumitenzi.com.br<br />
MISTER LED<br />
Sky Windows é um sistema inovador que reproduz<br />
de forma fiel a luz do dia dentro de ambientes fechados,<br />
independentemente do clima, do mês, do ano ou de um céu<br />
nublado, trazendo a sensação do contato direto com a luz<br />
do dia com um visual de céu azul e brilhante. Este é um<br />
produto inédito e exclusivo da Mister LED e conta com duas<br />
versões: Sky Windows 1200 e 600.<br />
misterled.com.br<br />
STUDIO LED<br />
O Gemini magnético é um sistema minimalista de luz<br />
com ímãs que apresenta versatilidade e praticidade. De<br />
fácil manuseio e totalmente segura, a solução é eficiente<br />
e personalizada e pode ser integrada ao ambiente.<br />
Apresenta potência de 3 W a 30 W, temperatura de cor<br />
de 2.<strong>70</strong>0 K – 5.000 K, tensão de 24 V e acabamento<br />
branco e preto.<br />
studioriluminacao.com.br<br />
82 83
LEDIL<br />
Daisy é a solução de alto nível para office lighting com shade<br />
sem emendas para eliminação de glare. Disponível também em<br />
módulo 28 x 1, com pouco mais de 1 metro de comprimento,<br />
os novos shaders são fáceis e rápidos de instalar, podendo ser<br />
utilizados em design de luminárias embutidas, pendentes ou de<br />
superfície. Os shades estão disponíveis em 28 x 1 e 4 x 1 com<br />
acabamento black piano e, no futuro, com opção branca. Daisy<br />
é otimizado para LEDs 2835 e compatível com mid-power LEDs<br />
de até 5.630 e PCBs de até 4 ft de comprimento.<br />
ledil.com<br />
LEMCA ILUMINAÇÃO<br />
A fita LED Dim to Warm tem potência de 15 W/m, é<br />
dimerizável, com alto índice de reprodução de cor (IRC > 90)<br />
e reproduz não só a tonalidade de luz da lâmpada incandescente,<br />
mas também seu comportamento na dimerização: sua<br />
temperatura de cor de 3.000 K, ao ser dimerizada, pode<br />
atingir até 1.800 K no fluxo mínimo. O fluxo em 3.000 K<br />
é de 1.280 lm/m. A conexão à rede é feita por meio de<br />
fonte específica e é compatível com dimmer phase cut de<br />
diversas marcas.<br />
lemca.com.br<br />
AUDAX ELECTRONICS<br />
A linha de COBs tunable white contempla produtos<br />
com a seguinte variedade de especificações: fluxo luminoso<br />
de 2.000 lm a 6.350 lm; potência de 16 W a 50 W; e<br />
temperatura de cor de 2.<strong>70</strong>0 K a 5.000 K, com possibilidade<br />
de customizações.<br />
audaxled.com<br />
CREE<br />
Os novos LEDs da série J 5050 da Cree combinam alta<br />
eficácia e excelente custo-performance no encapsulamento<br />
EMC de 5.0 mm x 5.0 mm. A família J 5050 foi otimizada para<br />
entregar a melhor relação LPW/$.<br />
artimar.com.br<br />
CELERA FIBRAS<br />
O aplicativo mobile gratuito LEDSaver é uma referência<br />
inicial para que as equipes de desenvolvimento possam avaliar se<br />
determinado projeto térmico atende aos critérios de sua aplicação.<br />
O usuário poderá aferir se as mudanças no desenho do dissipador<br />
podem resultar em redução da temperatura do LED, por exemplo,<br />
aumentando ou diminuindo as aletas do dissipador.<br />
celerafibras.com.br<br />
SIGNIFY<br />
A Signify, nova razão social da Philips Lighting, apresentou<br />
o Interact. A solução é uma plataforma IoT baseada na nuvem,<br />
a qual permite que os sistemas de iluminação LED conectados<br />
e as redes de sensores incorporados forneçam insights e<br />
serviços aos usuários, tornando a iluminação mais inteligente.<br />
A tecnologia fornece um ecossistema IoT para os parceiros,<br />
clientes e desenvolvedores.<br />
signify.com<br />
philips.com.br/lighting<br />
EKLART LED<br />
A Eklart apresentou suas fitas de LED da linha Pro, com<br />
potências de 5 W (500 lumens), 10 W (1.000 lumens) e 26 W<br />
(2.300 lumens), e todas com IRC de 98. Proporcionando um<br />
ambiente com cores originais – mais perto da luz do sol –, as<br />
soluções apresentam vida útil aproximada de 30 mil horas, três<br />
anos de garantia e estão disponíveis nas tensões de 12 V e 24 V.<br />
eklart.com.br<br />
CLAMPER<br />
O Clamper Light é um dispositivo de proteção contra surtos<br />
(DPS) indicado para a proteção de luminárias LED. Oferece<br />
duas tecnologias de proteção combinadas que agregam maior<br />
vida útil ao dispositivo, com tensão Uc de 275 Vca e Imáx de<br />
12 kA. O produto é certificado conforme a norma técnica IEC<br />
61643-11 pela UL do Brasil.<br />
clamper.com.br<br />
LUTRON<br />
O novo driver (módulo) de 0,1% com controle digital<br />
EcoSystem, da linha Hi-Lume Premier, é uma solução de alto<br />
desempenho para qualquer espaço e aplicação, pois fornece<br />
atenuação suave e contínua para até 0,1% da potência de<br />
saída total e transita normalmente entre desligado e ligado,<br />
com Soft-on, Fade-to-Black. Indicado para projetos que exigem<br />
dimerização com abertura menor, o driver oferece o melhor<br />
escurecimento e simplifica o processo para qualquer OEM ou<br />
lighting designer.<br />
lutron.com<br />
As informações e imagens dos produtos apresentados nessa seção foram fornecidos pelas empresas patrocinadoras do LEDforum 2018.<br />
84 85
FOTO LUZ FOTO<br />
JOMAR BRAGANÇA<br />
Escolhi esta foto pela luminosidade no momento do<br />
clique. A posição do edifício em relação à do sol no fim do dia<br />
produziu uma situação particular em que o edifício revestido<br />
de vidro quase se funde com o céu, sendo desenhado e<br />
moldado pela iluminação artificial.<br />
Usei uma Canon 5Ds e uma lente 17 mm tilt shift. Os ajustes<br />
de pós-produção foram no sentido de equalizar as luzes e<br />
eliminar elementos que pudessem causar ruídos na composição.<br />
A única dificuldade técnica na realização da imagem foi<br />
no controle do fluxo de pessoas que utilizam o edifício.<br />
Jomar Bragança é graduado em Arquitetura pela UFMG. Atua como fotógrafo, editor e design gráfico há mais de 25 anos, nos mercados nacional<br />
e internacional. É proprietário da DPI Editora, responsável pela publicação de diversos livros de fotografia, arquitetura e interiores, incluindo, entre<br />
outros, Interiores I, II, III, IV e V (2002-2016), Garden Hill Arquitetura (2006) e Automóveis Clássicos em Minas Gerais (2008). Participou<br />
de diversas exposições no Brasil e internacionalmente.<br />
86 87
88